Telemedicina

25/07/2023 17:00h

Desde que iniciativa foi implantada em março, permanência média dos pacientes em leito também caiu de 10 para cinco dias

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Desde a instalação da TeleUTI no estado de São Paulo, a permanência média dos pacientes em leitos caiu de 10 para cinco dias. Houve também queda na taxa de mortalidade, que passou de 28% no momento da implantação do modelo para 7% na primeira semana de julho. A iniciativa teve início em março deste ano no Conjunto Hospitalar do Mandaqui, localizado na Zona Norte da capital paulista.

Cristina Balestrin, médica especialista em Administração em Saúde e assessora da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, explica que o projeto de TeleUTI utiliza tecnologias de informação e comunicação para oferecer suporte remoto a equipes profissionais que atuam em unidades de terapia intensiva.

“Por meio de teleinterconsultas, especialistas da área de medicina intensiva localizados em centros de referências podem colaborar com profissionais que desenvolvem as suas atividades profissionais em diversos hospitais, fornecendo orientações, discutindo casos clínicos e compartilhando conhecimento especial em tempo real”, detalha. 

A médica acrescenta que além das interações que são realizadas através de plataformas digitais, um ponto relevante é a capacitação de profissionais. Segundo ela, são realizados treinamentos a distância e presenciais para esses times assistenciais.

“Ao diminuir o tempo médio de internação, nós estamos aumentando a capacidade instalada dessas UTIs, ou seja, sem que nós tenhamos aumentado a área física dessa UTI, contratado pessoas, nós ampliamos oferta de leitos, capacitando, discutindo casos e tomando decisões que impactam na qualidade assistencial”, avalia.

O Governo de São Paulo pretende expandir o Programa de Saúde Digital a outros 19 hospitais. Com a implementação desta iniciativa, inovações poderão ser introduzidas em 355 leitos, possibilitando a realização de mais de 1,3 mil novos atendimentos em todo o estado.

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25/10/2022 04:00h

Impulsionado pela pandemia, serviço é incentivado para conter a transmissão do vírus e de outras doenças

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Com o aumento de casos de gripe no país, a procura por atendimentos em telemedicina cresceu nas últimas semanas. A telemedicina é o exercício da medicina a distância, em que médico e paciente se comunicam por videochamadas de aplicativos como Whatsapp e Skype. Esta é uma das medidas adotadas pelo Ministério da Saúde desde o começo da pandemia.

A telemedicina, que ganhou regulamentação do Conselho Federal de Medicina em setembro de 2021, é uma ferramenta útil para diminuir a circulação do vírus e reduzir o risco de colapso no sistema de saúde.

“O indivíduo que está gripado deve ter um acesso precoce a informações e isso pode ser feito por meio do teleatendimento, e não necessariamente por meio do atendimento médico”, explica o  médico cardiologista Fabrício da Silva, especialista em emergências clínicas, que presta assistência às vítimas da Covid-19 desde o início da pandemia. O cardiologista defende a prestação desse serviço por outros profissionais da saúde, enfermeiros e fisioterapeutas. 

Para a servidora pública Camila Tokarski, 38 anos, que teve sintomas gripais e precisou de uma teleconsulta para saber se poderia voltar ao trabalho presencial, a experiência não foi tão fácil. "Eu entrei no site e fiz um cadastro bem rápido. Aí quando eu entrei na fila estava na posição 957, fiquei acompanhando durante todo o dia. Fui chamada perto das 18h."

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Como funciona a telemedicina?

Esse método de atendimento através de tecnologias eletrônicas para o serviço de saúde de qualidade é cada vez mais utilizado para ampliar a cobertura de atendimento, monitorar pacientes, trocar informações médicas e analisar resultados de exames. O processo não envolve somente atendimento assistencial, ele contribui para educação em saúde (capacitando continuamente os profissionais envolvidos), pesquisa, prevenção de doenças e agravos e promoção da saúde.

Além de viabilizar cuidados de saúde para parte da população que carece desse atendimento, seja pela localidade onde vive ou condição clínica, ela permite aos profissionais de saúde que confirmem resultados de exames, ouçam uma outra opinião, e até auxiliem ou recebam auxílio remoto em uma cirurgia.

Os atestados, laudos dos exames podem ser produzidos e entregues em formato digital, servindo como apoio importante para a medicina tradicional. Um especialista pode contribuir com o diagnóstico ou tratamento que está sendo realizado por outro profissional em qualquer lugar do mundo. Basta que tenham acesso à internet e troquem informações.

A telemedicina já é aplicada no mundo todo, é segura e legalizada, e está de acordo com a legislação e as normas médicas através do sigilo profissional, guarda e proteção de dados do atendimento, respeitando a Lei de Proteção de dados. Ela abrange educação, consultas e assistência.

Para procurar o sistema de telemedicina basta fazer os seguintes passos:

  • No caso de possuir um plano privado. Entre em contato com a operadora para saber quais canais são oferecidos;
  • Pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) devem procurar as informações da secretaria de saúde da sua cidade. 

A interação a distância deve contemplar os atendimentos diretos pré-clínicos, clínicos, de suporte assistencial, de monitoramento e diagnóstico, por meio de tecnologia da informação e comunicação. 

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21/08/2022 22:55h

Há pouco mais de um mês em funcionamento, o 5G já chegou a oito capitais brasileiras. Confira onde ela realmente já funciona e qual o alcance das antenas nessas cidades

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Há pouco mais de um mês a faixa principal do 5G – nova tecnologia de internet móvel que pode ser até 100 vezes mais veloz que a 4G – chegou ao Brasil. A primeira cidade a receber foi Brasília, no dia 6 de julho, seguida por Porto Alegre, João Pessoa, Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba, Salvador e Goiânia. Desde então os usuários se perguntam onde a nova internet pode ser acessada em sua cidade e qual o alcance das antenas. É preciso lembrar, primeiro, que a implementação do 5G segue um cronograma, que só será completado em 2029.

Segundo as exigências da Anatel, até 29 de setembro de 2022 as empresas de telefonia precisam disponibilizar uma estação para cada 100 mil habitantes nas capitais do país. Mas o número de antenas pode não ser suficiente para atender a cidade inteira. Brasília, que tem uma área pequena comparada às demais capitais, prevê uma cobertura de 80% já nessa primeira leva. 

São Paulo, com uma área bem superior, tem uma abrangência inicial de aproximadamente 25%. Grande parte das estações dessas antenas estão concentradas nos bairros do centro de São Paulo, como Liberdade, Sé, Santa Efigênia, Paraíso e Consolação, além de bairros nobres da zona sul, como Cidade Jardim, Butantã, Morumbi, Vila Mariana, Vila Clementino e Pinheiros. 
Pelo cronograma da Anatel, em julho 2025 a mancha de cobertura deve alcançar toda a cidade, já que a exigência aumenta para uma antena a cada 10 mil habitantes. Os editais do 5G também deixam claro que todas as cidades brasileiras com mais de 30 mil habitantes devem ter acesso à nova tecnologia de internet móvel até 2029.

Homero Salum, diretor de Engenharia da TIM Brasil, observa que nesta primeira fase do 5G o número de antenas está superando o mínimo exigido e que, em breve, as capitais vão experimentar uma cobertura ainda maior da nova tecnologia.

“Brasília foi a primeira cidade a receber o serviço 5G com um investimento que superará 200 antenas ao longo do ano. Na última semana, Belo Horizonte, João Pessoa, Porto Alegre e São Paulo foram contempladas com o 5G standalone e a cobertura da Tim nessas cidades supera o número exigido pela Anatel. Em São Paulo, a Tim está com o 5G presente em 100% dos bairros”, destaca Salum.

Para sanar a dúvida dos usuários, o Brasil61.com preparou um especial para explicar em que cidades o 5G está presente, bem como os bairros onde o sinal é captado. 

Onde encontrar o 5G nas capitais

Brasília

A tecnologia 5G chegou primeiro à capital do Brasil com pouco mais de 320 antenas 5G instaladas pelas operadoras Claro, TIM e Vivo. A maior concentração de estações está na região central, além de Asa Sul, Asa Norte, Lago Sul e Lago Norte, mas as empresas garantem que o sinal também chega em Águas Claras, Ceilândia, Cruzeiro, Gama, Guará, Noroeste, Recanto das Emas, Samambaia, Santa Maria, Setor de Indústria e Abastecimento, Taguatinga e Vicente Pires.  

Belo Horizonte

Segundo as operadoras, o sinal está disponível em 56 bairros de Belo Horizonte, com expectativa de expansão para 70 bairros em todas as regiões da cidade ainda em 2022. A melhor captação da tecnologia foi detectada em Savassi, Lourdes, Santo Agostinho, Boa Viagem, Ouro Preto, Bandeirantes, São Bento, Barragem Santa Lúcia, Minaslândia, Alípio de Melo, Manacás, Providência, São Gonçalo, São Bernardo, Heliópolis, Paraíso e Hospital da Baleia.

Porto Alegre

A capital tem, segundo a Anatel, 103 estações 5G ativadas, quantidade 80% acima do mínimo exigido, atendendo em torno de 40 bairros inicialmente. De acordo com a prefeitura, Porto Alegre ainda tem 291 estações de 4G licenciadas que podem receber a infraestrutura do 5G e mais de 140 mil pontos autorizados (placas de rua, postes de iluminação, paradas de ônibus) para ampliar o sinal em breve. A Claro disponibiliza o 5G em 12 bairros da cidade, enquanto a TIM, em 33 deles. A Vivo não informou a cobertura de suas antenas para a tecnologia. O sinal está presente principalmente em bairros como Centro, Menino Deus, Santana, Independência, Moinhos de Vento, Floresta, Sarandi, Higienópolis e Rubem Berta.

João Pessoa

Em João Pessoa foram ativadas 50 estações de transmissão do 5G atendendo principalmente 17 bairros: Altiplano, Bessa, Brisamar, Cabo Branco, Centro, Cidade Universitária, Ipês, Jardim Luna, Jardim Oceania, Jardim Treze de Maio, Manaíra, Tambauzinho, Torre, Aeroclube, Bairro dos Estados, Miramar e Tambaú.

São Paulo

O número mínimo de antenas em São Paulo para atingir a meta inicial exigida era de 462 antenas, mas a cidade já tem, segundo dados da Anatel, mais de 1.400 delas cadastradas para emitir a tecnologia. Mesmo assim, o sinal só tem uma boa captação na região central, em bairros como Liberdade, Sé, Santa Efigênia, Paraíso e Consolação, além de bairros nobres da zona sul, como Cidade Jardim, Butantã, Morumbi, Vila Mariana, Vila Clementino e Pinheiros. As operadoras prometem 5G em boa parte da cidade: Claro em 52 bairros da capital paulista, Vivo em 54 e a TIM em 96.

Curitiba, Goiânia e Salvador

As três últimas capitais a receberem a novidade também tiveram a maioria das antenas instaladas nas áreas centrais. Curitiba recebeu 210 novas antenas para atender 75 bairros com a internet de quinta geração. Goiânia, que ainda não tem uma nova lei de antenas aprovada e só pode instalar onde já há estruturas de 4G, ganhou 100 equipamentos específicos para levar o 5G a 130 bairros. E Salvador conta com 193 novas estações que vão disponibilizar a tecnologia em 77 bairros. 

Próximas capitais a receber

Curitiba, Salvador e Goiânia foram as últimas a receber o sinal 5G puro. A partir desta segunda-feira (22), a tecnologia será ativada no Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Florianópolis (SC) e Palmas (TO).
A Anatel ainda não divulgou as datas para as demais capitais onde a faixa da quinta geração de internet móvel será disponibilizada. Isso porque as cidades precisam passar por um processo de limpeza da faixa, tirando o sinal da TV por antena parabólica que estava na faixa 3,5 GHz e migrando para outra banda (da C para a Ku). Isso também significa que quem assiste TV aberta usando antena parabólica convencional terá que trocar o seu equipamento para continuar usufruindo da sua programação. E a Anatel só pode liberar o 5G em uma capital após a distribuição desse equipamento às pessoas que fazem parte de algum programa do governo federal, como o CadÚnico. Para esse público, o kit é gratuito e será instalado pela Siga Antenado, ação financiada por parte do dinheiro do leilão do 5G.

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Qual o alcance das antenas?

Neste primeiro momento, onde há apenas a obrigatoriedade de uma antena para cada 100 mil habitantes, os usuários vão experimentar oscilações na conexão, principalmente se estiverem em movimento. Isso porque a pouca quantidade de estações vai deixar “buracos” na mancha de cobertura.

Segundo a Anatel, o raio típico de cobertura de uma estação 5G na faixa de 3,5 GHz é de aproximadamente 300 metros. No entanto, a cobertura real pode ser menor ou maior em função da faixa de frequência utilizada, parâmetros técnicos configurados em cada estação e do ambiente eletromagnético em que o terminal está. Isso significa que a área de abrangência do sinal depende de fatores como relevo, vegetação, presença de construções, temperatura e umidade, por exemplo.

De acordo com a Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), cada antena pode oferecer o sinal de 5G em um raio de até 600 metros caso não haja obstáculos, como prédios. “O normal, neste início, é que o sinal oscile entre o 5G e o 4G, principalmente se o usuário estiver em trânsito”, explica Luciano Stutz, presidente da associação. “A gente vai ver agora, a partir do uso, sendo densificado, ou seja, entre duas torres que hoje já tem uma antena vão colocar mais antenas, que é o ‘cinco vezes mais’ que precisa, para cobrir exatamente aqueles buracos de cobertura que tem entre uma estação e outra. E com mais telefones que vão surgindo e consumindo mais, você precisa adensar com mais capacidade.”

Impacto do 5G

A nova geração de internet móvel evoluiu ainda mais os sistemas da Internet das Coisas (IoT), otimizando a conectividade das máquinas, melhorando as formas de interação e aumentando a velocidade e a segurança na troca de dados. A tecnologia que vai permitir a comunicação não somente entre as pessoas, mas sobretudo, entre máquinas, otimizando o setor produtivo em toda a cadeia.

Segundo o Ministério da Economia, a chegada do 5G ao Brasil também traz uma demanda por soluções que têm o potencial de gerar R$ 101 bilhões nos próximos 10 anos apenas no mercado de softwares. E a utilização de soluções 5G pode proporcionar um benefício de R$ 590 bilhões por ano para os mais diversos setores da economia, como indústria, educação, saúde e transporte.

Homero Salum, diretor de Engenharia da TIM Brasil, explica que além de mais opções ao consumidor comum, a chegada do 5G já começa uma revolução em diversos setores, como a indústria, que vai evoluir graças à possibilidade de um grande volume de dados e tempo de resposta baixíssimo, e a medicina, quando médicos poderão fazer cirurgias inclusive à distância, de qualquer parte do mundo.

“No 5G, o tempo de resposta entre a emissão e a recepção de uma informação, a chamada latência, vai permitir, por exemplo, que um cirurgião opere com precisão um paciente de forma remota. A mesma característica vai possibilitar que carros dirijam a si mesmos sem necessidade de um motorista. O 5G também vai automatizar ainda mais o nosso campo, o nosso agronegócio. Na indústria, o que vai gerar máquinas e equipamentos para toda essa conectividade, o impacto será revolucionário”, explica.
 

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30/05/2022 07:39h

Segundo cronograma da Anatel, todas as capitais devem receber a internet de quinta geração até 31 de julho. Manaus, outras 12 capitais e o Distrito Federal já estão preparados para receber o 5G

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Manaus já está apta a receber a internet de quinta geração. O Projeto de Lei Complementar (PLC 002/2022) do Executivo Municipal, que regulamenta a tecnologia 5G, foi aprovado por unanimidade na Câmara Municipal de Manaus (CMM). A proposta prevê o procedimento para instalação das estruturas necessárias para a nova internet móvel, que pode ser até cem vezes mais rápida que o 4G.

Manaus estava ao lado de outras 13 capitais do país que ainda precisam atualizar as leis municipais, com risco de não receberem a nova tecnologia até 31 de julho, prazo estipulado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Segundo a nova legislação, as antenas da rede 5G em Manaus serão acopladas às antenas de 4G, que por sua vez, devem ser adaptadas para funcionar em paralelo à nova infraestrutura de conexões enquanto os dois sistemas coexistirem.

A maior novidade da legislação é a promessa de liberar a instalação das antenas 5G na capital em até dois dias. O prazo foi estabelecido pela prefeitura em mensagem enviada à Câmara Municipal. Segundo o prefeito de Manaus, David Almeida, anteriormente a espera era de 60 dias ou mais. Também de acordo com o prefeito, esse licenciamento não será cobrado na zona rural.

A maneira de dar maior celeridade ao processo em Manaus foi permitir o licenciamento autodeclaratório, agilizando a tramitação junto ao Instituto Municipal de Planejamento Urbano. Segundo Luciano Stutz, presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para as Telecomunicações (Abrintel), o texto do PL aprovado na Câmara estava alinhado com a legislação federal até ganhar emendas do legislativo municipal, o que pode atrapalhar a chegada do 5G à capital amazonense. 

“Uma delas faz com que postes novos de até a altura maior que prédios de sete andares possam ser implantados na cidade de Manaus sem conhecimento prévio ou licenciamento da prefeitura, o que consideramos um risco urbanístico. Isso afasta a segurança jurídica da implantação das infraestruturas e pode gerar reclamações de munícipes”, alerta Stutz.

Segundo o presidente da Abrintel, Manaus está no caminho certo e precisa de pequenos ajustes para garantir o 5G à população sem maiores problemas. “Entendemos que um veto simples de uma alínea inserida na emenda pode trazer o texto de volta ao alinhamento com a legislação federal e preparar, de fato, Manaus para receber o 5G em sua plenitude, sem riscos urbanísticos".

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O deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM) lembra que, assim como a Câmara Municipal de Manaus, os municípios no interior do Amazonas precisam atualizar suas legislações urgentemente, já que a precariedade do sistema de internet e telefonia atrapalha o desenvolvimento do estado.

“No Amazonas, a conectividade é um instrumento fundamental de desenvolvimento, de geração de renda, de comunicação e até relacionada à questão de saúde, por causa da telemedicina”, destaca o parlamentar.

Segundo levantamento do Movimento Antene-se, criado em 2021 por entidades de diversos setores para incentivar a atualização das leis de antenas das grandes cidades brasileiras, Manaus tinha, no fim de 2021, a segunda pior média de infraestrutura de telecomunicações por habitante dentre todas as capitais do país, com uma antena para cada 2.285 pessoas. Países com boa conectividade não têm mais do que mil usuários para cada estrutura.

Legislação de antenas

As 13 capitais sem leis municipais adequadas ao 5G precisam seguir o exemplo de Manaus ou aguardar outra solução possível: o PL 8518/2017. Aprovado recentemente na Câmara dos Deputados, o texto disciplina o licenciamento temporário das antenas, bem como a instalação por parte das empresas de telecomunicação, caso as prefeituras não respondam às solicitações após 60 dias. No Brasil, por conta das legislações defasadas e que só preveem antenas antigas e muito maiores que as do 5G, pedidos para novas infraestruturas podem demorar até 24 meses para serem autorizados. O projeto aguarda apreciação no Senado Federal.

Manaus, outras 12 capitais e o Distrito Federal já estão preparados para receber o 5G, segundo levantamento do Movimento Antene-se. Essas cidades estão aptas porque aprovaram novas legislações alinhadas à Lei Geral de Antenas e ao Decreto 10.480/2020, que regulamenta a referida lei; ou porque as leis locais são mais recentes e amigáveis à chegada da nova tecnologia.

Luciano Stutz, que além de presidente da Abrintel é porta-voz do Movimento, destaca que as Câmaras Municipais precisam fazer como a de Manaus e atualizar a legislação de antenas. Ele alerta que as capitais que não conseguirem atualizar as legislações antes do dia 31 de julho até vão receber a internet móvel de quinta geração, mas de um jeito que não alcançará toda a população, uma vez que a implementação se dará por meio das antigas antenas já instaladas, muito distantes umas das outras.

“O que eu posso dizer é que essas restrições não vão impedir que essas cidades tenham de fato 5G instalada até 31 de julho, mas não será o 5G dos sonhos, não será o melhor 5G possível, será o 5G possível de se fazer dentro da estrutura de 4G”, ressalta o presidente da Abrintel.

As capitais que precisam atualizar a legislação de antenas são Belo Horizonte (MG), Maceió (AL), Macapá (AP), Salvador (BA), Goiânia (GO), Cuiabá (MT), Rio Branco (AC), Belém (PA), João Pessoa (PB), Recife (PE), Porto Velho (RO), Aracaju (SE) e Palmas (TO).

Segundo o cronograma da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), estabelecido como obrigação às empresas que venceram o leilão das radiofrequências em 2021, o 5G tem de estar em operação nas capitais e Distrito Federal até 31 de julho de 2022; em cidades com mais de 500 mil habitantes, até 31 de julho de 2025; em municípios com mais de 200 mil, até 31 de julho de 2026; e em cidades com mais de 100 mil, até 31 de julho de 2027. Os demais municípios devem receber a nova tecnologia até 2029.

O cronograma não impede, porém, que a tecnologia chegue antes à população dos municípios que não são capitais. Santo André e Guarulhos, em São Paulo, além de Campo dos Goytacazes e Volta Redonda, no Rio de Janeiro, por exemplo, já têm leis aprovadas e estão prontas para a internet móvel de quinta geração. Segundo o edital do 5G, as operadoras poderão priorizar a instalação da tecnologia em cidades que já tiverem modernizado sua legislação municipal.
 

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19/04/2022 01:57h

Programa Médicos pelo Brasil teve início oficial em cerimônia no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (18)

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A médica especialista em Saúde da Família Patrícia Aramuni fez a assinatura simbólica do contrato de trabalho pelo Programa Médicos pelo Brasil durante solenidade, nesta segunda-feira (18), no Palácio do Planalto. Ela vai para Aracati, no interior do Ceará. Além dela, outros 1,7 mil profissionais estarão nos municípios brasileiros até o final de abril. O programa foi idealizado em 2019, antes da pandemia.

A meta do programa, custeado pelo Governo Federal, é contratar mais de 16,3 mil médicos. O programa busca oferecer remuneração atraente e bônus para profissionais que estão dispostos a trabalhar em municípios mais carentes e remotos. 

“Onde nós vamos - e no ano passado eu fui nas 27 unidades da federação cumprindo o lema do nosso governo de ‘Mais Brasil, menos Brasília’ - os gestores solicitam e colocam como seu maior pedido o problema da necessidade de médicos. E esse programa vem para suprir essa necessidade dos municípios, principalmente dos municípios menores e mais vulneráveis”, expôs o secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara. Pelo programa, serão atendidos 1.911 municípios e 26 distritos sanitários indígenas. 

Os profissionais participaram de processo seletivo para contratação pelo regime da CLT.  Os salários dos médicos podem chegar a R$ 30 mil, somados bônus e benefícios. Para Raphael Câmara, esse é um programa que valoriza os médicos e o atendimento à saúde da população brasileira. Hoje, o Brasil conta com 48 mil Unidades Básicas de Atendimento à Saúde (UBS) e 53 mil equipes de família, formadas por profissionais multidisciplinares. 

Avaliação por desempenho

As equipes e os novos profissionais serão avaliados e terão os recursos suplementados pelo programa Previne, que estabelece metas de cadastramento dos atendimentos, realizações de consultas, aferição de pressão e medição de glicemia basal, por exemplo. 

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COVID-19: Governo anuncia fim do estado de emergência pela Covid-19

“Se fala em apagão no Ministério da Saúde, o apagão existia antes. Agora, não. Agora nós estamos conhecendo os brasileiros porque mais de 85% da população brasileira que é atendida nas unidades básicas de saúde está cadastrada”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Na cerimônia, o ministro destacou os avanços nos investimentos na atenção básica à saúde: “De R$ 17 bilhões de reais de recursos subiu para R$ 25 bilhões. E isso se caracteriza também por uma política importante porque nós temos uma mudança no modelo de remuneração na atenção primária”, informou. O ministro destacou ainda que foram empregados para o combate à Covid-19 mais de R$ 10 bilhões de créditos extraordinários entre 2020 e 2021. 

Mais médicos 

Na cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro comparou o atual programa “Médicos pelo Brasil” com o anterior “Mais médicos”, em que era possível a contratação de profissionais estrangeiros antes mesmo da revalidação do diploma de medicina. “Isso não é uma continuação do programa Mais Médicos, da senhora Dilma Rousseff. Quando esse projeto chegou na Câmara, ele foi pouco discutido. Entre outras coisas, 80% do salário [dos médicos cubanos] ia diretamente para Fidel Castro. O pessoal ficava com aproximadamente 20% aqui”, argumentou o presidente. 

O Programa Médicos pelo Brasil tem previsão orçamentária de R$ 780 milhões, em 2022, e de R$ 1,6 bilhão em 2023. 
 

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24/01/2022 03:45h

Médico defende a adoção de testes e autotestes, a telemedicina e a boa orientação aos pacientes para evitar a demanda concentrada nos postos de saúde e a circulação do coronavírus

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“É um ponto fundamental: separar a testagem do atendimento médico”, afirma o cardiologista Fabrício da Silva,  especialista em emergências clínicas que atua na linha de frente na assistência às vítimas da Covid-19, desde março de 2020. Os testes e a telemedicina seriam a alternativa para aliviar a sobrecarga nos sistemas público e privado de saúde por conta da coincidência, no Brasil, do surto de influenza com a disseminação da variante ômicron do coronavírus, altamente contagiosa, mas menos letal. 

O cardiologista Fabrício Silva se tornou um estudioso da Covid-19, publicou artigos sobre a doença e acompanha pacientes internados de perfis variados, inclusive autoridades públicas em Brasília (DF). O especialista recomenda a adoção em larga escala da testagem e do autoteste para que as pessoas contaminadas pelo coronavírus iniciem o quanto antes o isolamento. A telemedicina também serviria como solução para aliviar a busca por atendimento presencial nas redes pública ou particular. 

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Atestados e colapso no sistema de saúde

Para o médico, a exigência por atestados, para formalizar afastamentos do trabalho, agrava o risco de colapso.

“Um dos motivos da sobrecarga no serviço de saúde é a necessidade de o indivíduo apresentar um exame médico no trabalho quando apresenta sintomas gripais”, argumenta Fabrício. “Isso gera um grande impacto econômico e financeiro, que tem que ser levado em consideração, mas, mais do que isso, essa dinâmica da obrigatoriedade de apresentação do atestado médico acaba sobrecarregando ainda mais o serviço de saúde que, hoje, já se encontra saturado nas emergências.”

A crítica à burocracia vai adiante. “A gente atrelando a testagem a uma prescrição médica e a uma avaliação médica, afunila e cria um gargalo em relação à acessibilidade, sobrecarrega o serviço de saúde e faz com que aqueles indivíduos que realmente precisam de um atendimento médico emergencial tenham maior dificuldade para conseguir e isso faz com que a testagem não seja tão ampla como nós gostaríamos”, analisa o médico formado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), com especializações pelo Instituto de Cardiologia do Distrito Federal.

Telemedicina

A telemedicina, que prevê consultas com o uso de tecnologias digitais e que ganhou regulamentação do Conselho Federal de Medicina em setembro último, também aparece como indicação de ferramenta útil para diminuir a circulação do vírus e reduzir o risco de colapso. “O indivíduo que é positivo deveria ter um acesso precoce a informações e isso poderia ser feito por meio do teleatendimento, e não necessariamente por meio do atendimento médico”, diz o doutor Fabrício da Silva, que inclusive defende a prestação desse serviço por outros profissionais da saúde, enfermeiros e fisioterapeutas.

Com a pandemia perto de completar dois anos e as seguidas mutações do coronavírus, que ameaçam a efetividade das vacinas, o fantasma da sobrecarga no serviço de saúde se faz presente. Mas o cardiologista distingue problemas na testagem para identificação da contaminação pela Covid-19 de crise no sistema de saúde. “Isso é fato, há locais com carência de testes, mas não é necessariamente um colapso no atendimento”, explica o médico. “Na hora que conseguirmos separar e flexibilizar a forma de atendimento, as novas possibilidades vão reduzir a chance de colapso.”

Sintomas Covid-19

Feito o diagnóstico e confirmada a contaminação pela Covid-19, a preocupação quanto à correta e precisa orientação ao paciente está presente no discurso do especialista. “Sabendo dessa curva da evolução da doença, é importante que, logo na fase inicial, depois do diagnóstico, o indivíduo consiga acesso a informações, que entenda detalhes sobre o seu autocuidado, saiba quais são os sinais e sintomas de alerta”, diz Silva. O objetivo é evitar que a doença afete com gravidade os pulmões e torne a internação inevitável.

“No sexto ou sétimo dia, ele (o doente) precisa de uma avaliação médica para definição se há a necessidade de uma investigação mais a fundo, investigação com exame de imagem, tomografia para documentar que o paciente está entrando na fase da pneumonia”, comenta Silva. “Isso muda o tratamento, a abordagem clínica do paciente e faz com que a evolução, se evoluir para a pneumonia, seja mais branda.” Esse cuidado, segundo o médico, continua válido mesmo que a evolução para a forma mais grave da doença seja menos comum com a variante ômicron. “Precisamos de vigilância.”

Silva explica que a Covid-19 tem se manifestado nos pacientes em duas fases bem demarcadas. A primeira, que dura de três a cinco dias, podendo se estender a até sete dias, é o período gripal. Geralmente depois de uma semana desde o início dos sintomas, pode ocorrer a evolução para uma pneumonia causada pela contaminação com o coronavírus. E os infectados têm sofrido mais intensamente entre o décimo e o 13º dias, sempre contando da data de percepção dos primeiros incômodos.

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03/06/2021 03:00h

No aniversário de um ano do portal Brasil61.com, mostramos o que mudou desde a confirmação do primeiro caso da Covid-19 no Brasil e as adaptações que precisaram ser feitas para viver no chamado “novo normal”

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Há mais de um ano os brasileiros convivem com a pandemia da Covid-19 e todas as adaptações. Também há um ano nascia o portal Brasil61.com que, assim como todos, precisou se moldar à nova realidade de fazer comunicação em meio às incertezas do cenário de saúde mundial. 

Nesse período, cobrimos diariamente as ações, números de infectados, curados, óbitos, vacinas, efeitos do isolamento social, lockdowns, variações do vírus e outros diversos assuntos sobre a mais nova doença. No lançamento do portal Brasil61.com, no dia 4 de junho de 2020, o país registrava 555 mil casos de coronavírus, 31.199 óbitos e 223.638 pessoas recuperadas desde a confirmação do primeiro caso no Brasil, em 26 de fevereiro de 2020.

Os estados mais atingidos pela doença naquele período foram São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Amazonas. Enquanto Goiás, Roraima, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul seguiam como as Unidades da Federação menos afetadas. 

Atualmente a realidade é bem diferente, o país acumula 16,7 milhões de casos e 467.706 óbitos. A quantidade de recuperados é de 15.168.330. São Paulo segue sendo o estado com mais casos de infecção por coronavírus, seguido por Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro. 

À medida que os casos iam aumentando, a necessidade por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) também foi crescente e o sistema de saúde entrou em colapso. Até o início de junho do ano passado, o Ministério da Saúde havia habilitado mais 7.441 leitos de UTI pelo país e, diariamente, eram repassados R$1,6 mil para custeio de manutenção de cada leito e profissionais de saúde. 

Somente em 2021, a pasta autorizou mais de 24 mil novos leitos de UTI Covid-19 com o custo de R$3,4 bilhões, e destinou verbas a estados e municípios que solicitaram suporte ventilatório pulmonar. 

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Além dos equipamentos necessários para tratamento da doença, hospitais de campanha foram construídos em todo o país. Em junho de 2020, o Ministério da Saúde definiu, por meio da portaria nº 1.514, os critérios técnicos para implantação de Unidades de Saúde Temporárias para assistência hospitalar (Hospital de Campanha), para atendimento exclusivo de pacientes com coronavírus.

Os hospitais de campanha são centros de assistência médica construídos durante emergências de saúde pública, como a atual pandemia. Apresentam caráter temporário e geralmente são erguidos em locais não convencionais, como estádios de futebol, autódromos e centros de convenção. 

No final de 2020 algumas cidades desestruturaram os hospitais de campanha, mas neste ano, com a chegada da segunda onda do vírus no Brasil, alguns precisaram ser reabilitados ou construídos novamente, como foi o caso do Distrito Federal. No dia 15 de outubro de 2020 o hospital de campanha erguido no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, teve as atividades encerradas. E com a falta de leito para auxiliar no combate a pandemia, um novo hospital de campanha foi construído e inaugurado no dia 14 de maio deste ano, no Autódromo Internacional Nelson Piquet e conta com 100 leitos de unidades de cuidados intermediários (UCI).

A ocupação de leitos reservados para pacientes com Covid-19 também cresceu em hospitais privados e públicos no Brasil. Segundo a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), a taxa na rede particular chegou a 71,2% de ocupação, na semana de 28 de novembro a 4 de dezembro.

O epidemiologista e professor da Universidade de Brasília (UnB), Wildo Navegantes, destaca os motivos que levaram ao aumento de ocupação de leitos no fim do ano passado.  “Naturalmente foi um relaxamento das atividades de distanciamento social. E também os atos de motivação da retomada – propostos por alguns governos – fazendo com que o comércio fosse aberto, os shoppings fossem abertos, algumas áreas que não são essenciais fossem abertas. Com isso as pessoas voltaram a conviver”, diz.

Vacinação no Brasil

Em janeiro deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso emergencial de 6 milhões de doses da CoronaVac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e de 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford.

A primeira brasileira vacinada contra o coronavírus foi Mônica Calazans, 54, enfermeira da UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Agora, 45.940.210 milhões de brasileiros já tomaram a primeira dose do imunizante, e mais de 22 milhões receberam a segunda dose. De acordo com o Ministério da Saúde, 102.908.909 milhões de doses foram distribuídas pelo país. 

No Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência em cuidados a pacientes com Covid-19 em Brasília, a infectologista Ana Helena Germóglio, auxiliou nos cuidados à primeira paciente com a doença no Distrito Federal. Assim como outros profissionais da linha de frente, ela foi infectada, mas também imunizada. “Senti muitos sintomas parecidos com a doença, mas nem por isso, em momento algum, passou pela minha cabeça o fato de não querer me vacinar. Independentemente de qualquer reação adversa, e as vacinas têm reações, todos precisam colocar em mente que a vacinação é o único modo que teremos para conseguir voltar a uma vida mais ou menos normal.”

Ainda de acordo com a infectologista, a imunização contra a Covid-19 deu forças para que ela continuasse ajudando os pacientes com coronavírus. “Parece que nos tornamos um pouco mais fortes, mais capazes e faz com que a gente queira trabalhar mais. É bem cansativo estar a um ano e meio sempre tratando a mesma doença e tendo muitos pacientes graves. Por trabalhar com a equipe da UTI, muitas vezes perdemos essas batalhas. Mas são tantas as vitórias que temos, que as vacinas e as altas dos pacientes dão esperança no nosso dia a dia”, conclui.

Atualmente as vacinas aplicadas no Brasil são de dois laboratórios. A CoronaVac do Instituto Butantan e o imunizante da Oxford/AstraZeneca da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz). Existem ainda outras vacinas em análise para que possam ser disponibilizadas à população. Veja o status dos imunizantes que estarão disponíveis no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Iniciativas para conter o coronavírus

Quando a Covid-19 chegou ao ponto de ser caracterizada como pandemia, cientistas de todo o mundo iniciaram uma corrida na tentativa de conter a propagação do vírus e proteger a população. Em junho de 2020 o Brasil contava, até então, com dois laboratórios que estavam produzindo imunizantes contra a doença, o Instituto Butantan e a Fiocruz, instituições que fabricam as vacinas aplicadas atualmente no país.

No momento atual, outros laboratórios também fabricaram vacinas contra o coronavírus e aguardam aprovação da Anvisa ou estão em fase de testes, como é o caso da vacina em pó da Universidade Federal do Paraná (UFPR). 

Os estudos do imunizante em pó visam facilitar a logística de transporte e armazenamento no país, dispensando a necessidade de refrigeração (podendo ser conservada na temperatura ambiente), barateando o custo e facilitando o processo de produção. A fase de testes pré-clínicos deve ser finalizada até o final de 2021.

A tecnologia utilizada na vacina envolve a produção de partículas de um polímero biodegradável, revestidas com partes específicas da proteína Spike, que é responsável pela entrada do vírus nas células do corpo humano. O transporte na forma de pó significa a possibilidade de liofilizar as partículas com a proteína S.  

A vacina usa insumos nacionais e tem tecnologia de produção 100% desenvolvida na UFPR, fruto de pesquisas realizadas com biopolímeros biodegradáveis e com partes específicas de proteínas virais. Outro ponto positivo é o custo de produção. De acordo com os pesquisadores, são gastos menos de cinco reais para fabricar cada dose.

Covid-19: plasma pode ajudar no tratamento de infectados

Produtos tecnológicos prometem eliminar o coronavírus

Outro estudo realizado no Brasil, mas que está em fase de finalização, é o uso de plasma convalescente para tratamento contra o coronavírus. A terapia consiste na transfusão do sangue (plasma) de uma pessoa que já foi infectada e está curada, para um paciente que ainda está em tratamento da Covid-19. Assim, os anticorpos produzidos pelo indivíduo recuperado fornecem imunidade ao paciente que enfrenta a doença.

Desde 2020, o Hemocentro de Brasília participa da pesquisa, juntamente com outras instituições brasileiras e até internacionais. Os candidatos ao estudo foram escolhidos, de forma sigilosa, a partir de inscrição voluntária disponibilizada no site da instituição. No total, 450 pessoas se cadastraram como possíveis doadores, mas os estudos foram realizados com 34 voluntários, sendo 15 doadores e 19 receptores. 

O hematologista e chefe da divisão técnica do Hemocentro de Brasília, Alexandre Nonino, disse que os estudos ainda apresentam resultados divergentes. “Temos dados animadores e outros que não mostram melhoras no quadro, seja redução da evolução para casos graves, seja redução da mortalidade. Seguindo os estudos, provavelmente, para funcionar, ele deve ser usado precocemente nas infecções, até 72 horas do início dos sintomas.” Segundo o médico, os estudos que mostraram melhor impacto foram aqueles em que o plasma foi usado em pacientes não tão graves, mas no início dos sintomas.

O resultado da metanálise final será publicada pelo Hemocentro de Brasília juntamente com outros centros de pesquisa brasileiros e internacionais. E, então, será decidido se é válido ou não o uso de plasma para tratamento contra o coronavírus.

Agora, o Instituto Butantan e o governo de São Paulo estão dando continuidade ao experimento. O Hemocentro da Universidade Estadual de Campinas (UniCamp) é um dos pontos de coleta para pessoas que já tiveram Covid-19 e querem realizar a doação de plasma.

Para a doar, é necessário realizar o agendamento prévio (clique aqui). Segundo o Hemocentro, o doador precisa ter se contaminado pela doença e estar curado há mais de 30 dias, os critérios são os mesmos adotados para uma doação de sangue comum e podem ser conferidos no site da instituição. Clique aqui para saber outros pontos de coleta em São Paulo.

Empresas de tecnologia no Brasil também apostaram no desenvolvimento de produtos para auxiliar no combate ao vírus da Covid-19, como foi o caso da empresa plástica Extrusa Pack, que produziu e doou uma película antiviral capaz de eliminar o Sars-CoV-2 para aplicação na frota de transporte público de Guarulhos, em São Paulo. 

O produto, que passa a ser encontrado nas barras e acentos dos 858 ônibus que circulam pelo município, foi desenvolvido com o aditivo britânico d2pAM, que impede a entrada do vírus na superfície. A película foi testada pelo laboratório da Unicamp, que comprovou a eficácia de 99% também contra bactérias e fungos.

O item mantém a eficácia nos ônibus enquanto o plástico durar, não necessitando de manutenção com álcool, por exemplo. E após o descarte, pode ser direcionado a reciclagem. “Ele é resistente, se colocado produto de limpeza o efeito do antivírus continua sendo eficaz. Só é necessário limpar para remover as sujeiras, como poeira, por exemplo”, explica a gerente comercial da Extrusa Pack, Gisele Barbin.

A companhia doou cerca de R$100 mil em películas e disse que por ter uma unidade localizada em Guarulhos, viu a necessidade de ajudar a população que utiliza o transporte público. “O número de contaminação aqui em São Paulo é muito grande e todos diziam: ‘o restaurante está fechado, mas o ônibus está em movimento’. Então, tivemos a ideia de colocar no transporte público, porque já tínhamos o saco para lixo anti-covid, e vimos que dessa forma poderíamos contribuir para a sociedade”, disse Gisele Barbin.

Agora, a empresa pretende colocar o produto em linha comercial para que possa ser adquirido e utilizado em bancos de recepção, táxi e restaurantes, por exemplo. 

Trabalhadores e empresas se adaptam a pandemia

Quando os decretos de lockdown foram impostos como medida de contenção do coronavírus, muitas empresas tiveram que fechar as portas por um tempo, e outras não conseguiram mais se reerguer. Diante disso, muitos empresários precisaram encontrar outras formas de sustento, como foi o caso do Alternor de Oliveira.

O empresário tinha um bar e distribuidora de bebidas na cidade de São Sebastião, no Distrito Federal, e com os vários decretos de fechamento do comércio na capital federal, ele não conseguiu mais pagar o aluguel e encerrou as atividades. Para manter o sustento da família e continuar cuidando dos filhos que ainda são crianças, Alternor passou a trabalhar como motoboy de entrega delivery. “Foi a única alternativa que tive para sustentar minha família e existe a vantagem de trabalhar como autônomo, no horário que eu posso”, diz

O motoboy considera um desafio trabalhar em meio a uma pandemia por precisar entrar em contato com os clientes. Mas apesar disso, ele não foi infectado com o vírus. “É difícil ter que usar máscara, mas para que eu não seja infectado uso sempre e carrego também uma garrafinha de álcool na minha bolsa.”

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Para auxiliar na venda dos lojistas, um shopping em Valparaíso de Goiás (GO) criou uma assistente virtual. Ainda em fase inicial, a plataforma tem auxiliado nas vendas durante a pandemia, como explica a gerente de marketing e responsável pelo projeto no shopping, Ana Taborda.

“As vendas online foram uma das saídas e aqui no shopping os lojistas conseguiram mais visibilidade para seus produtos. Para o cliente é uma comodidade, pois sempre enviamos as promoções por mensagem no celular e, ali mesmo, ele já pode comprar o item que deseja e otimizar o tempo dele, o que auxilia o lojista no processo da finalização das vendas”, destaca. 

Pelo público do shopping center ainda ser adepto a venda presencial, para facilitar ainda mais o processo de compra pela assistente virtual o centro comercial também se adapta no que diz respeito ao pagamento. “O cliente pode fazer os pagamentos na entrega com o motoboy ou então o produto é reservado para retirada na loja. Nos adaptamos às necessidades da região para que as vendas sejam maiores e isso tem gerado bons resultados.” 

Como a Covid-19 chegou ao Brasil? 

Sabemos que o vírus da Covid-19 é transmitido pelo contato humano, por isso, não demorou até o Brasil ter os primeiros casos confirmados da doença. A primeira ocorrência de Sars-Cov-2 no mundo foi identificada em Wuhan, na China, no dia 31 de dezembro de 2019. Dali em diante, o vírus se espalhou pela Ásia, Europa e foi confirmado no Brasil no dia 26 de fevereiro de 2020, em um passageiro de 61 anos que desembarcava da Itália no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. 

Há mais de 10 anos o advogado brasileiro, José Renato Peneluppi Jr., mora em Wuhan, na China. Quando a Covid-19 foi confirmada na província chinesa, Renato iniciou uma fuga contra o vírus viajando para outros países. O que o advogado não esperava é que a doença se espalharia por todo o mundo. No vídeo abaixo ele conta como foi o processo de tentar fugir da doença e como estão as coisas atualmente na cidade em que tudo se iniciou.

A brasileira Victoria Mello que também vive na China, na cidade de Tianjin, conta que durante o pico da pandemia no país o controle da doença era bem incisivo. Mas que hoje, ainda seguindo protocolos de segurança, a vida por lá voltou ao normal.

Consulta online passa a ser realizada no país

Quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que o vírus é transmitido por contato humano, praticamente todas as atividades deram uma pausa. Aulas foram suspensas, empresas passaram a trabalhar home office e consultas eletivas também não aconteciam. Porém, outras doenças não deram uma pausa e os profissionais da saúde também precisaram se adaptar ao mundo virtual para dar continuidade aos tratamentos. 

A psicóloga Cleudiane Lisboa precisou se adaptar a modalidade de atendimento remoto que ainda não era tão comum. Segundo ela, a procura por terapia online teve crescimento. “Houve muita queixa durante a pandemia pela falta do convívio social e isso motivou a procura pelo atendimento remoto. Com a possibilidade de mais profissionais atendendo online a busca foi  grande. Até porque a terapia virtual permite que o paciente permaneça no conforto de casa, sem precisar se expor ao vírus.

Ainda de acordo com a profissional, é importante manter os cuidados não apenas com a saúde física, mas também com a saúde mental enquanto ainda estivermos enfrentando o coronavírus. “Nesse período de pandemia as pessoas estão muito isoladas, muitas deixaram de fazer coisas que gostavam. É necessário reorganizar e reestruturar esta nova realidade e isso tem a ver com o cuidado da saúde mental para que a pessoa esteja preparada para trabalhar e criar suas próprias habilidades de como lidar com a vida cotidiana das novas realidades que estão presentes nesse momento”, conclui Cleudiane. 

Antes de saber se estava infectada com a Covid-19, a empresária Márcia Batista buscou atendimento médico de forma virtual para descobrir o diagnóstico. Segundo ela, a consulta remota evitou a exposição ao vírus ou que ela passasse a doença a diante. “Estava com todos os sintomas característicos do coronavírus, mas como não tenho carro, teria que ir ao médico por meio de transporte por aplicativo, o que poderia acabar infectando o motorista ou outras pessoas. E então o meu plano de saúde ofereceu atendimento remoto com o clínico médico e optei por essa modalidade”, diz. 

A empresária destacou também que o atendimento não deixou nada a desejar em comparação às consultas presenciais.  “Ele perguntou todos os sintomas, indicou o tratamento adequado e pediu o teste da Covid-19. Foi exatamente igual há uma consulta no consultório e, após o teste, descobri que estava infectada com o vírus. Depois do diagnóstico o acompanhamento também foi totalmente online e hoje estou curada.” 

Recentemente, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que até o fim do ano toda a população brasileira estará vacinada e apontou como prioridade de sua pasta dar celeridade à campanha de vacinação e o reforço das medidas sanitárias.

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09/04/2021 12:00h

Medidas de isolamento social e autonomia médica são defendidas pela instituição

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Em nota divulgada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), intitulada “Reflexões sobre o enfrentamento da pandemia da Covid-19”, a instituição defende a união de esforços de todos os setores da sociedade para superar a pandemia, ampliando a oferta de leitos de internação e UTI, a manutenção dos estoques de insumos e medicamentos e a compra e distribuição de vacinas para toda a população no menor tempo possível.

Em termos de saúde pública, o vice-presidente do CFM, Donizetti Giamberardino, acredita que a vacina é a solução. Em seguida, o distanciamento social, uso de máscara e medidas de higienização. 

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Ele defendeu ainda que as condutas individuais para cada paciente servem para cada médico e, por esse motivo, o CFM é contra qualquer tratamento não reconhecido intitulado como programa de saúde. Além disso, a autonomia médica na escolha do tratamento deve ser respeitada, conforme prevista na Constituição Federal.

O entendimento do CFM está baseado em suas prerrogativas legais de zelar pelo exercício competente e ético da medicina, bem como na lei do Ato Médico (Lei nº 12.842/23), que concede à instituição a missão de definir quais são, ou não, os tratamentos médicos válidos ou experimentais no Brasil.

Por fim, a entidade convoca a população brasileira a respeitar as medidas de restrição de mobilidade urbana impostas pelos municípios e a adotar medidas de proteção individual.
 

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30/03/2021 18:00h

O projeto é uma iniciativa que oferece teleconsulta psicológica e psiquiátrica para profissionais da saúde que estão no enfrentamento da Covid-19

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O TelePSI foi prorrogado até junho de 2021 por causa do agravamento da pandemia de Covid-19 no Brasil. O projeto é uma iniciativa do Ministério da Saúde que, em parceria com o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, oferece teleconsulta psicológica e psiquiátrica para profissionais da saúde que estão sentindo estresse, ansiedade, depressão e irritabilidade.

A ação conta com o apoio de diversas instituições acadêmicas e da sociedade, provendo métodos embasados em evidências científicas, a partir de pesquisa sobre a eficácia de diferentes modalidades de psicoterapia para problemas emocionais durante a pandemia.

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Desde maio de 2020, os profissionais de saúde da rede pública que estão no enfrentamento da Covid-19, podem contar com suporte psicológico. As teleconsultas serão feitas por profissionais de psicologia e, se necessário, de psiquiatria. Além disso, no primeiro contato, a equipe do projeto vai fazer uma avaliação do caso para definir a melhor abordagem e tratamento para o profissional de saúde. Tudo isso será feito por meio de uma plataforma virtual. Para receber atendimento basta cadastrar-se no site do projeto: telepsi.hcpa.edu.br

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Saúde
29/12/2020 10:28h

Iniciativa do Ministério da Saúde permite que médicos, enfermeiros e dentistas emitam atestados, solicitem exames e prescrevam medicamentos aos pacientes, tudo de forma on-line

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Médicos, enfermeiros e dentistas têm até 31 de dezembro para aderir ao Consultório Virtual na Atenção Primária à Saúde (APS). A ferramenta criada pelo Ministério da Saúde visa facilitar o contato entre profissionais de saúde e usuários do SUS, o Sistema Único de Saúde. 

Por meio da plataforma, é possível emitir atestados, solicitar exames e prescrever medicamentos, tudo de forma on-line. A iniciativa, segundo o órgão, permitiu que pacientes com doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, mais vulneráveis à Covid-19, pudessem seguir com acompanhamento médico à distância durante a pandemia. 

De acordo com o Ministério da Saúde, desde maio, quando foi lançada, a ferramenta já permitiu mais de 25 mil atendimentos, 13 mil prescrições simples, 5 mil prescrições médicas, 5 mil solicitações de exames e mais de mil atestados. 

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