17/03/2024 00:02h

Um estudo colaborativo será conduzido por ambas as instituições geológicas, onde o SGB ficará responsável por compartilhar dados.

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) e o British Geological Survey (BGS) assinaram, durante o PDAC 2024, realizado no Canadá, memorando de entendimento para, inicialmente, estudar ocorrências de lítio e grafita na região do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Um estudo colaborativo será conduzido por ambas as instituições geológicas, onde o SGB ficará responsável por compartilhar dados e contribuir na criação de um modelo geológico 3D, que servirá como base para compreensão dos sistemas minerais existentes e para um futuro modelo hidrogeológico.

“Vamos estabelecer os objetivos, a área de atuação e o esboço geral. Esse planejamento inicial será desenvolvido detalhadamente em etapas subsequentes, especificando objetivos claros, objetos geológicos de interesse e estratégias de ação”, explicou Guilherme Ferreira, chefe da Divisão de Geologia Econômica do SGB.

Durante a atividade de campo, o foco será nas investigações relacionadas ao lítio e à grafita, que estão alinhadas com os objetivos da parceria. Os profissionais do BSG entraram em campo desde 14 de março, no Vale do Jequitinhonha. Eles se juntarão à equipe do SGB, criando uma sinergia entre as partes. Além disso, essa colaboração prevê suporte mútuo na orientação de pesquisadores.

“Esse esforço conjunto também contempla o apoio entre nossos pesquisadores e os do BGS, enriquecendo ambos os lados com experiências e dados valiosos. A colaboração já está em curso, com a equipe do BGS integrando-se às nossas expedições de campo e contribuindo para o desenvolvimento de relatórios conjuntos, fortalecendo assim a parceria e ampliando nosso alcance e capacidade de pesquisa”, destacou Guilherme.

O chefe de geologia do BGS, Jonathan Ford, disse que há uma enorme oportunidade de se avançar em alguns temas-chaves, com impactos sérios e significativos, como desenvolver uma compreensão aprimorada dos sistemas de depósitos minerais para pegmatitos de lítio e entender as interações entre águas subterrâneas e atividades de mineração, bem como uma série de outros assuntos: modelagem 3D, por exemplo, terras raras e grafita”, disse Ford.

O britânico também destacou a importância da atuação conjunta para contribuir com a governança social e ambiental. Para Rafael Duarte, chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais (Assuni), a atividade em questão marcou o início da colaboração entre os dois serviços geológicos, destacando-a como um dos primeiros projetos identificados por nossos pesquisadores para ser desenvolvido em parceria com o GBS. “A Assuni incentiva a promoção de contatos para facilitar a realização de projetos semelhantes em outras áreas de atuação do SGB, seguindo a metodologia tradicional de trabalho em cooperação internacional”, informou.

Os diálogos também contemplaram projetos desenvolvidos pela Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT). A diretora Alice Castilho apresentou um resumo das atividades da diretoria e discutiu quanto a áreas de interesse mútuo numa parceria ampla, que incluem hidrogeologia, riscos geológicos e prevenção de desastres.

Uma nova reunião será organizada para detalhar essas temáticas com a equipe do BGS. Adicionalmente, a DHT entregou ao BGS os resultados do Projeto Águas do Norte de Minas (PANM), uma iniciativa tomada em parceria com o governo estadual de Minas Gerais. O projeto visa apoiar a gestão integrada dos recursos hídricos na região norte do estado e culminou na aprovação de uma deliberação normativa que regula a outorga de direitos de uso da água na área.

Lembrando que a área de Lítio do Vale do Jequitinhonha é contemplada por este trabalho. Também participou do encontro Rafael Duarte, da Assessoria de Assuntos Internacionais (Assuni), além dos pesquisadores da DGM Francisco Vilela, Vinícius Paes, Débora Matos (remotamente), Lucy Takehara e Izaac Cabral Neto; as supervisoras da Gerência de Geologia e Recursos Minerais de BH Joanna Araújo e Joana Magalhães; e a chefe da Divisão de Minerais Estratégicos, Ioná Cunha (remotamente). Pelo lado da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT), estiveram presentes o assessor Márcio Cândido, os coordenadores-executivos Júlio Lana e Artur Matos; e o pesquisador Clyvihk Camacho.

Copiar textoCopiar o texto
15/03/2024 00:01h

Programa Mineração para Segurança Alimentar está entre as primeiras medidas a serem levadas ao CNPM

Durante a inauguração do Complexo Mineroindustrial da Eurochem, em Serra do Salitre, no Triângulo Mineiro, o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, anunciou a instalação do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM) e assinou portaria instituindo o Plano Decenal de Mapeamento Geológico Básico e Levantamento de Recursos Minerais (PlanGeo). “E, hoje, além da inauguração da planta de fertilizantes, também estamos confirmando, sob sua orientação, presidente Lula, a instalação do Conselho Nacional de Política Mineral. E na primeira reunião do CNPM, já no próximo mês, vamos propor o Programa Mineração para Segurança Alimentar”, disse o ministro.

O programa Mineração para Segurança Alimentar, que está entre as primeiras medidas a serem levadas ao CNPM, objetiva priorizar o mapeamento geológico do potássio, fosfato, remineralizadores e fertilizantes naturais, fundamentais para garantir a segurança alimentar. A previsão é de que sejam investidos R$ 105 milhões até 2025. Com a presidência do MME, o CNPM irá assessorar o presidente da República e contará com a participação de 17 ministérios, além do Serviço Geológico do Brasil (SGB). O Conselho busca a construção de políticas públicas para fortalecimento do setor mineral, com práticas mais seguras, mais sociais, mais sustentáveis.

O ministro assinou também a portaria que institui o Plano Decenal de Mapeamento Geológico Básico e Levantamento de Recursos Minerais (PlanGeo). “Estamos lançando um novo Plano de Mapeamento Geológico e de levantamento de recursos minerais para o Brasil. Esse planejamento vai permitir que a mineração do País saiba para onde está indo. Com esse mapeamento, seremos capazes de aproveitar o solo de forma muito mais eficiente”, reforçou.

A ideia é priorizar o mapeamento geológico dos minerais fundamentais para a segurança alimentar do País. “O governo do presidente Lula tem um compromisso com a segurança alimentar das pessoas. Por isso, temos trabalhado por uma mineração mais segura, socialmente justa e ambientalmente sustentável. O aumento da produção de fertilizantes vai impactar na produção de alimentos. O fertilizante mais barato vai beneficiar a produção agrícola, vai reduzir o preço da comida que chega no prato do povo. Essa dependência internacional tem que acabar, e vai acabar”, afirmou Alexandre Silveira.

Copiar textoCopiar o texto
13/03/2024 00:04h

Estado pretende ser um hub em minerais estratégicos como lítio e terras raras, atraindo investimentos de R$ 30 bilhões nos próximos anos.

Tornar Minas Gerais um hub para produção de minerais estratégicos para a transição energética. Este é um dos objetivos principais da Invest Minas, agência do governo do estado que atua no sentido de incrementar o fluxo de negócios em território mineiro nos diversos setores econômicos e que agora está direcionando mais o foco de sua atuação para a área de mineração, que está atraindo grandes investimentos. Só no segmento do lítio, por exemplo, o estado já atraiu investimentos da ordem de R$ 5 bilhões após a criação da marca Lithium Valley, ou Vale do Lítio, como passou a ser denominado o Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do estado. Além do lítio, há projetos importantes em terras raras, principalmente na Caldeira de Poços de Caldas, onde existe o que é considerado como a segunda maior reserva de argila iônica contendo terras raras no mundo. Empresas como Meteoric e Viridis já estão com projetos de investimento na área e há outras chegando.

De acordo com o diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga, há expectativa de que até 2030 Minas Gerais possa atrair investimentos da ordem de R$ 30 bilhões em projetos para produção de minerais considerados estratégicos, que incluem, além do lítio, terras raras e silício e dos fertilizantes, dos quais o Brasil é dependente de importações.

Na entrevista a seguir, realizada em Toronto, Canadá, por ocasião da convenção PDAC 2024, da qual a Invest Minas participou ativamente, João Paulo Braga detalha a estratégia de atuação da Invest Minas para impulsionar os investimentos no setor de mineração no estado.

BRASIL MINERAL - Como tem se dado a atuação da Invest Minas e quais ações a agência desenvolve para o setor mineral?

JOÃO PAULO BRAGA - A Invest Minas é uma agência com mais de 50 anos, que atua em todos os setores, mas a pauta da mineração tem sido cada vez mais relevante dentro da nossa atuação. Sempre foi. Não é à toa que o Estado se chama Minas Gerais. Então, naturalmente, o fluxo de negócios ligados à mineração que chega até nós é grande. Mas diante do contexto global de transição energética, Minas Gerais, onde o minério de ferro se sobressaía, começa a compartilhar espaço com outros minerais estratégicos. E diante disso, estamos usando o contexto global como alavanca para levar negócios para Minas Gerais. Um grande marco que temos nessa atuação, ligado a setor mineral, foi o contexto do Líthium Valley Brasil, um projeto que nasceu na Invest Minas e depois foi para além dos nossos muros, incorporando outros órgãos de governo e o mercado. E hoje o Lítium Valley Brasil é uma marca, de um território mineral conhecido do mundo todo, muito em função da construção que fizemos, que teve o seu ápice de reconhecimento quando nós fomos na Nasdaq, com o governador Romeu Zema, e fizemos o lançamento global do programa. Projetamos o Líthium Valley na Times Square e tudo mais. E desde então, o fluxo de investimentos e oportunidades que têm chegado ao Vale do Jequitinhonha tem sido muito impulsionado. No Jequitinhonha, já temos mais de R$ 5 bilhões em investimentos de empresas ligadas ao lítio. Só que Minas é muito mais que o lítio. Também estamos criando, na nossa estratégia de promoção de investimentos, a visão de Minas Gerais não como o Lithium Valley Brasil, mas como um hub de minerais estratégicos para o mundo, no qual se inserem também as terras raras. A Caldeira de Poços de Caldas, no sul de Minas, tem uma das maiores reservas do mundo, que parece ser a segunda maior reserva do mundo em materiais de terras raras, em argila iônica, que tem processo de extração muito mais fácil e menos custoso. E Nós já temos dois grandes investimentos, ambos de empresas australianas: a Viridis, que assinou recentemente um compromisso de investimento de R$ 1,3 bilhão, e a Meteoric, outra empresa australiana, com a qual também já assinamos protocolo, com valor de investimento semelhante ao da Viridis. A Meteoric está pronta para protocolar os estudos ambientais junto à Secretaria de Meio Ambiente, para licenciamento do projeto.

E além de Terras Raras, temos oportunidades ligadas ao manganês. Há muito manganês no Campo das Vertentes, no caminho da zona da mata. Nós temos também projetos de silício, pois hoje em Minas Gerais é um grande produtor de silício metalúrgico, que é o início da cadeia para o painel solar.

Então há muitas oportunidades na mesa. Está sendo inaugurado, em meados de março, o complexo da EuroChem, de Serra do Salitre, para produção de fertilizantes, um projeto que tem a magnitude de reduzir em 15% a dependência externa que o Brasil tem de fosfato. Então, nós temos promovido esses minerais estratégicos e até então temos colhido grandes resultados.

BRASIL MINERAL - E quais são os mecanismos de apoio que o governo de Minas tem para esses projetos?

JOÃO PAULO - O primeiro deles é a simples existência da Invest Minas como o One Stop Shop, o balcão único onde a empresa vai chegar e ser atendida. Estamos falando de empresas estrangeiras que têm gap de conhecimento sobre como funciona o mercado brasileiro, as regulações, especialmente no contexto de 27 estados, onde cada um tem sua regulação tributária, uma série de questões. Então a empresa chega, conversa com o Invest Minas e, a partir dali, passa a ser acompanhada em toda a jornada que envolve o governo estadual, os governos municipais e até eventuais parcerias no mercado. Este é o primeiro valor que geramos. E junto com isso, o governo de Minas Gerais tem alternativas de priorização dos projetos para licenciamento. Sabemos que isso é muito estratégico porque, pela demanda que se tem hoje desses minerais, se forem perdidos seis meses do licenciamento, é muito dinheiro que fica em cima da mesa. Então, a partir de critérios objetivos bem definidos, tudo de forma muito transparente, a depender do tamanho do impacto socioeconômico que o projeto vai gerar, nós temos mecanismos para tornar aquele licenciamento prioritário.

Nós temos também, o que é grande gargalo para o setor, a questão da mão de obra.

O governo de Minas tem o programa Trilhas do Futuro, de capacitação de mão de obra técnica para trabalhar nessas empresas. Não é exclusivo do setor de mineração, mas a mineração ocupa boa parte disso. E a boa notícia é que, em relação à mão de obra, o Ministério de Educação e o IBGE soltaram recentemente o censo educacional e, de 2021 para 2023, Minas Gerais foi o estado que mais criou vagas no ensino técnico profissionalizante. Foram 144 mil vagas. Para ter uma dimensão do que é esse número, o segundo colocado foi São Paulo, que criou 61 mil.  

Além disso, o estado tem mecanismos de financiamento via banco de desenvolvimento do Estado. A Sigma, por exemplo, empresa de lítio, contratou operação do BDMG. Obviamente, o BDMG é um banco de porte menor, não tem a pujança para financiar uma operação de mineração de bilhões de reais, mas ainda assim cumpre o seu papel em alguns casos específicos. Nós temos a Fundação de Amparo à Pesquisa, Fapemig, que tem recursos disponíveis, inclusive não reembolsáveis, direcionados à pesquisa. E aqui estamos falando de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e a transição energética é um dos direcionadores principais na forma de alocar esses recursos.

BRASIL MINERAL - O governo de Minas tem algum mecanismo de intermediação, visando solucionar eventuais conflitos de interesses nos projetos das empresas?

JOÃO PAULO - A Invest Minas tem uma relação muito próxima com as prefeituras. Eu digo que temos dois clientes principais diretos, que são as empresas e os municípios. Então, por meio dos municípios, procuramos sempre endereçar as questões relativas à comunidade com o poder que está legalmente instituído para tal. Isso, obviamente, não retira o protagonismo de serem as empresas as responsáveis por fazer esse relacionamento. Mas aquilo que nos cabe de relacionamento, especialmente com a prefeitura e até com a Câmara dos Vereadores, o Invest Minas apoia.

Veja que interessante o impacto que os projetos de mineração têm tido em Minas. O Jequitinhonha, por muito tempo, foi a região menos dinâmica do nosso estado, conhecida como o Vale da Fome, o Vale sem oportunidades. E o setor de mineração de lítio está levando um dinamismo tal para o Vale de Jequitinhonha, que no ano passado a região onde mais teve abertura de empresas foi o Jequitinhonha, de acordo com o dado da junta comercial. E aí nós estamos falando de restaurante, de hotel, de manicure, de Lanchonete, de toda essa cadeia de serviços que beneficia especialmente o pequeno empreendedor que, por sua vez, contrata, o que decorre dos grandes investimentos de mineração.

BRASIL MINERAL - Alguns estados, como Goiás, por exemplo, criaram mecanismos de agilização do processo de licenciamento ambiental. Em Minas Gerais também se está trilhando esse caminho?

JOÃO PAULO - Sim, essa é a nossa ambição. Temos uma secretaria que é muito séria. Mas não se pode confundir acelerar o licenciamento com ser negligente no licenciamento. Eu acho que nós já aprendemos muito com os erros, como o foram os dois acidentes que aconteceram em Minas, e que geraram uma melhoria da regulação, como a lei Mar de Lama, que no nosso entendimento coloca uma melhor regulação para evitar que esses acidentes aconteçam no futuro. A Secretaria de Meio ambiente é muito rigorosa, muito segura naquilo que licencia, mas isto não pode ser confundido com letargia na forma de conduzir os processos. Isso não tem acontecido. Se você for conversar com as empresas mineradoras, e fazemos isto o tempo todo, se comparar licenciamento do projeto no Brasil, em Minas Gerais, com o que se tem no Canadá, nós estamos quatro ou cinco vezes mais rápidos. E estamos buscando cada vez mais aprimorar. A Secretária Marília Melo fez uma mudança recente na estrutura de licenciamento, transferindo a responsabilidade do licenciamento para a Fundação do Meio Ambiente, a FEAM. Isso trouxe também novo dinamismo, onde a FEAM é o licenciador e Secretaria é a formuladora da política pública.

BRASIL MINERAL – A Invest Minas participou ativamente do PDAC 2024. Qual foi o principal objetivo dessa participação?

JOÃO PAULO - Nosso principal objetivo foi promover Minas Gerais. E viemos aqui com equipe de quatro pessoas da Invest Minas. Nossa participação envolveu tanto participação em painéis, como no Brazilian Mining Day, como nosso time fez diversas reuniões no Pavilhão Brasil, com empresas com potencial de ir para Minas Gerais. Fizemos um trabalho prévio, inclusive com a ajuda de uma consultoria, mapeando empresas de mineração, da cadeia de mineração, com propensão a investir no Brasil. Então, com base nessa pesquisa inicial, o nosso time fez no mínimo 15 reuniões com essas empresas, para dizer: Olha, se está pensando em expandir, investir no Brasil, vamos para Minas Gerais. E isso certamente vai ter desdobramentos após a conexão, com algumas delas.

BRASIL MINERAL - Além de minérios como lítio e terras raras, quais outras possibilidades há em Minas Gerais?

JOÃO PAULO - Minas Gerais é o nome do estado que está vinculado à mineração, mas eu digo que temos de cada vez menos ser só as Minas Gerais e passar a ser um hub, um centro provedor de capacidade, de expertise, de serviços especializados ao setor de mineração, inclusive almejando ter um mercado de capitais maduro para financiar esses projetos, de forma que o retorno desses projetos fique ali, na nossa terra:  primeiro no Brasil, depois em Minas Gerais. Isso envolve desenvolver oportunidades, não na mina, mas em toda a cadeia relacionada ao setor, porque uma hora a mina vai acabar, dado que são recursos finitos. Mas ainda que não se tenha a mina, se existe uma expertise de serviço, especialmente de engenharia, de pesquisa mineral instalada, a mineração vai ser eternamente relevante para o nosso estado. Então eu acho que é essa um pouco da visão que temos ao promover o setor de mineração. Queremos que explorem as minas, sim, mas quais são os serviços que agregam valor a essa operação que podemos desenvolver? Às vezes pode ser um hotel com foco no segmento. No Vale do Jequitinhonha, por exemplo, até há pouco tempo não havia hotel para os trabalhadores e empresários poderem trabalhar. E agora temos alguns hotéis sendo construídos lá. Então é um pouco dessa visão integrada que temos de oportunidade para o Estado. E junto com isso temos, por exemplo, a energia. Quando se discute descarbonização, inevitavelmente isso passa pelo setor de mineração. E nós temos conversas com a Anglo American, por exemplo, que fez um projeto extraordinário de retrofit de caminhões a diesel para hidrogênio na África do Sul e que tem todo o potencial de ser colocado em Minas Gerais. Temos conversas com a CEI Energética, que é uma empresa de Minas Gerais, com a possibilidade de criação de hub de hidrogênio verde no Quadrilátero Ferrífero, que se destinaria a abastecer ali todo o conjunto de mineradoras que desejarem fazer uma conversão de matriz. E acho que o Brasil e Minas Gerais são dos poucos lugares onde a siderurgia tem uma pegada de carbono menor em função da utilização do carvão vegetal ao invés do carvão mineral. Isso é uma grande vantagem competitiva para nós.

Por Francisco Alves

Copiar textoCopiar o texto
09/03/2024 23:45h

O evento contou também com mais de 1.100 expositores, incluindo governos, empresas e os principais especialistas de todo o mundo.

A Associação de Prospectores e Desenvolvedores do Canadá (PDAC) informa que recebeu um total de 26.926 em sua convenção, realizada de 3 a 6 de março, em Toronto, Canadá, que discutiram “as melhores oportunidades de negócios, investimentos e networking na indústria de exploração mineral e mineração”. Além disso, o evento contou com mais de 1.100 expositores, incluindo governos, empresas e os principais especialistas de todo o mundo, caracterizando o PDAC 2024 como um dos maiores eventos da história da associação.

“O PDAC 2024 deu continuidade ao legado de 92 anos da Convenção, servindo como o principal local para revelar novas tendências, inovações tecnológicas e discussões do setor”, disse o presidente do PDAC, Ray Goldie. “Mais uma vez, o PDAC teve o orgulho de apresentar uma rica variedade de programação, incluindo mercados de capitais, relações indígenas, desenvolvimento de estudantes e início de carreira e sustentabilidade.”

Os palestrantes principais incluíram Jakob Stausholm, CEO da Rio Tinto; Michael Stanley, Líder de Mineração do Banco Mundial; Denise Johnson, presidente do grupo Caterpillar, e Wojtek Wodzicki, da equipe de exploração do Lundin Group.

Segundo os organizadores, a Convenção proporcionou um local para o diálogo entre a indústria e o governo. A liderança do PDAC aproveitou a oportunidade para sublinhar o importante papel que as políticas públicas desempenham no apoio à competitividade do setor mineral do Canadá.

“O Canadá está preparado para liderar a transição verde como o fornecedor preferido de minerais críticos de origem responsável”, disse Ray Goldie. “É imperativo reforçarmos a nossa riqueza mineral crítica e não podemos ignorar os fundamentos da nossa indústria mineral. O apelo final do PDAC ao nosso governo federal é que ele renove o Crédito Fiscal de Exploração Mineral que expirará este mês.

O presidente também agradeceu “a todos que participaram do PDAC 2024, incluindo nossos voluntários, palestrantes, patrocinadores e participantes” e anunciou que o PDAC 2025 será realizado de 2 a 5 de março do próximo ano.

 

Participação brasileira

 

O Brasil participou se forma expressiva no PDAC  2024, com vários eventos de discussão e um estande no pavilhão de exposição. No primeiro dia foi realizado o Brazil-Canada Mining Brunch, que aconteceu nas dependências da Toronto Stock Exchange (TSX) e contou com apresentações de representantes de empresas e do governo brasileiro. Também nesse dia foi inaugurado o Brazil Pavillion, no Metro Toronto Convention Center, em cerimônia da qual participaram representantes da Adimb, do consulado e embaixada brasileira no Canadá, do Ibram, do Comin da CNI, do SGB-CPRM e da ANM. A afluência de público durante a inauguração do pavilhão, demonstra que atualmente há um grande interesse pelo Brasil, principalmente pelos chamados minerais para transição energética, principalmente lítio e terras raras. Também houve, nesse dia, o lançamento, por parte do Ministério de Minas e Energia, da publicação “Guia para o Investidor Estrangeiro em minerais críticos para transição energética no Brasil” e a segunda edição do “Critical Minerals Potential of Brazil”, pelo SGB-CPRM.

No segundo dia, foi realizado, também na TSX, o Brazilian Mining Day, organizado pela Adimb, que contou com diversos painéis de discussão com representantes do governo, de instituições como o BNDES e de empresas que desenvolvem projetos de exploração no Brasil.

Houve ainda, relacionado com o Brasil, o Brazil-Canada Capital Mining Leadership Luncheon, que teve apresentações de representantes da KPMG, RCF, Appian, National Bank, Bravo Mining, Wheaton Precious Metals, além de um painel sobre ESG e outro a respeito de minerais críticos.  

Brasil Mineral participou da convenção PDAC 2024 como Media Partner e com a edição especial em inglês disponívelem www.brasilmineral.com.br/magazine /2024

Copiar textoCopiar o texto
09/03/2024 00:05h

A empresa irá extrair seletivamente metais de alto valor, como nióbio e tântalo, a partir de rejeitos de mineração.

A Boston Metal do Brasil inaugurou, em 7 de março, a primeira unidade mundial com a tecnologia Eletrólise de Óxido Fundido (MOE, na sigla em inglês), em Coronel Xavier Chaves (MG). A empresa irá extrair seletivamente metais de alto valor, como nióbio e tântalo, a partir de rejeitos de mineração, e transformar materiais complexos e de baixa concentração de metais em uma fonte de receita ao promover o uso mais eficiente dos recursos naturais.

Por utilizar eletricidade de fonte renovável para o processamento do rejeito e a separação dos metais de alto valor, a Boston Metal do Brasil em Coronel Xavier Chaves vai operar com baixa emissão de CO2.

“A MOE de Coronel Xavier Chaves é um vislumbre do futuro, o exemplo real de uma solução inédita, escalável, econômica e sustentável para a produção de metais e ligas a partir de uma grande variedade de matérias-primas”, disse Tadeu Carneiro, presidente e CEO de Boston Metal global, sediada em Woburn, nos Estados Unidos.

“A MOE promoverá a economia circular e o progresso sustentável da metalurgia”. A inauguração contou com a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, de representantes de mineradoras e empresas metalúrgicas brasileiras e internacionais, além de investidores da Boston Metal global.  

A produção prevista é de 720 toneladas de metais de alto valor em 2024, mas, há planos de ampliar a capacidade para 10 mil toneladas/ano até 2026. Com isto, a Boston aumentará o número de empregados dos atuais 80 para 250. Outras unidades como a de Coronel Xavier Chaves deverão ser instaladas no Brasil. “Essas operações vão gerar receita e não nos desviarão de nosso objetivo maior, que é descarbonizar a produção de aço”, diz Tadeu Carneiro.  O município de Coronel Xavier Chaves tem 3.500 habitantes e foi escolhida para sediar a primeira operação por oferecer boa combinação entre a oferta de matéria-prima e de energia limpa, além de estar inserida em um ambiente sociocultural favorável, com profissionais familiarizados com a atividade de mineração. A planta foi erguida em tempo recorde. “Nossa instalação é uma prova da dedicação e experiência de nossa equipe”, diz o brasileiro Itamar Resende, presidente da subsidiária brasileira. 

Na tecnologia de Eletrólise de Óxido Fundido (MOE), o rejeito é inserido na célula MOE e submetido a uma corrente elétrica de elevada amperagem entre um anodo positivo, no topo da célula, e um catodo negativo, na parte inferior. A corrente elétrica irá promover a obtenção do metal desejado, liberando oxigênio e, ao mesmo tempo, gerando altíssimas temperaturas que derretem o material, que é então vazado pela parte inferior, com alto grau de pureza.

A célula MOE é modular e escalável de acordo com o volume de produção projetado. Para aumentar a capacidade, basta adicionar novas células ao processo. É também flexível. “Ela é viável mesmo a partir de minério ou rejeitos com níveis de concentração de metais muito abaixo do mínimo exigido hoje pelas indústrias do setor”, comenta Itamar Resende. A tecnologia MOE exige menor necessidade de capital quando comparadas a instalações metalúrgicas tradicionais. “Ela abre a possibilidade para que sejam instaladas unidades produtivas de pequena ou grande escala em qualquer lugar com acesso à matéria-prima e eletricidade, incluindo mercados emergentes, nos quais aumentará a demanda por metais nas próximas décadas devido à rápida urbanização”, afirma Tadeu Carneiro. 

A tecnologia MOE chamou a atenção de investidores de grande relevância no mundo corporativo. Em três etapas bem-sucedidas de captação de funding, a Boston Metal levantou mais de US$ 350 milhões, atraindo investidores como a ArcelorMittal, BHP e Vale, a Microsoft e o Breakthrough Energy Ventures, fundo do bilionário Bill Gates para o investimento em soluções de energia sustentável. A Boston Metal é a única empresa que recebeu investimentos do IFC (braço privado do Banco Mundial) antes mesmo de começar a gerar receitas.

Copiar textoCopiar o texto
08/03/2024 00:08h

Ao todo são 24 municípios finalistas, três em cada categoria, e outros cinco serão anunciados como destaques pelo desempenho médio regional.

A 2ª edição do Prêmio Municípios Mineradores ocorre dia 20 de março, às 15h, no Auditório da Associação Brasileira dos Municípios (ABM), em Brasília (DF), e tem como meta reconhecer o desempenho da gestão pública e boas práticas de governança em municípios com atividades de mineração. Os indicadores avaliados evidenciam a performance dos serviços públicos e os resultados gerados para a população de cada cidade. 

Ao todo são 24 municípios finalistas, três em cada categoria, e outros cinco serão anunciados como destaques pelo desempenho médio regional, um de cada macrorregião do país. Minas Gerais, Goiás e Pará concentram os 14 municípios finalistas em oito categorias. Entre os destaques regionais há 27 classificados de 12 estados. O prêmio é idealizado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e realizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e pela Agenda Pública, com patrocínio da Vale e da Lundin Mining, além de apoio da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig) e da Frente Parlamentar da Mineração Sustentável (FPMin).

A banca de especialistas avaliou 200 municípios que contam com atividades mineradoras, dos quais 78 do Sudeste, 47 do Centro-Oeste, 32 do Norte, 26 do Nordeste e 17 do Sul do Brasil. O recorte para a escolha dos participantes é que a receita com a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) seja igual ou superior a 5% da arrecadação municipal do ano anterior. “Queremos destacar o trabalho desenvolvido pelo poder público para aprimorar a qualidade dos serviços municipais. O prêmio é uma forma de analisar os legados que a atividade traz para cada localidade e se os benefícios alcançam realmente a população. A melhor maneira de fazermos isso é avaliar a qualidade da governança e os indicadores que medem as condições de vida”, afirma o diretor da Agenda Pública, o cientista político Sergio Andrade. 

O diretor-presidente do IBRAM, Raul Jungmann, afirma que “as prefeituras dos municípios mineradores têm uma receita adicional significativa proporcionada pelas mineradoras. A boa gestão e a correta aplicação dos recursos permitem gerar benefícios socioeconômicos à população. O prêmio foi criado justamente para enaltecer os bons gestores”.

Mais informações podem ser obtidas no site https://municipiosmineradores.org.br/.

Copiar textoCopiar o texto
07/03/2024 23:32h

Em 2023, a receita da companhia atingiu R$ 45.438 milhões, um acréscimo de 2,4% sobre 2022.

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) registrou receita líquida de R$ 12.005 milhões no 4º trimestre de 2023, o que representa um aumento de 7,9% quando comparado com o trimestre anterior, como resultado, principalmente, da melhora na realização de preço no segmento de mineração em meio a ascensão do Platts, além do maior volume de aço comercializado no período.

Em 2023, a receita da companhia atingiu R$ 45.438 milhões, um acréscimo de 2,4% sobre 2022, refletindo o recorde de vendas de minério de ferro registrado no ano e o crescimento da operação de cimentos.

O lucro líquido alcançou R$ 851 milhões no último trimestre de 2023, um desempenho oito vezes superior ao verificado no trimestre anterior, graças a melhoria operacional no período, além do aumento das receitas financeiras registradas no trimestre. Por outro lado, o lucro líquido de 2023 atingiu R$ 403 milhões, uma redução de 81% em relação ao ano anterior, impactado pelos desafios operacionais verificados no segmento de siderurgia e pelo aumento das despesas financeiras.

O EBITDA Ajustado somou R$ 3.626 milhões no 4º trimestre do último ano, com uma Margem EBITDA Ajustada de 29,1% ou 4,9 p.p. acima da registrada no trimestre anterior. Esse aumento de rentabilidade mesmo em um trimestre sazonalmente mais fraco é consequência direta da melhora operacional nos principais segmentos de atuação da CSN, com destaque para a mineração que apresentou expansão de 39% no seu EBITDA, mas também da siderurgia que já conseguiu mostrar sinais de recuperação neste final de ano. Em 2023, o EBITDA Ajustado atingiu R$ 11.907 milhões, 14% inferior ao de 2022, devido aos gargalos operacionais na siderurgia apresentados no primeiro semestre e pressões comerciais com a diminuição do preço do aço que acabaram por compensar o forte desempenho alcançado na mineração.

Em 31 de dezembro de 2023, a dívida líquida consolidada da CSN atingiu R$ 30.686 milhões, com o indicador de alavancagem medido pela relação Dívida Líquida/EBITDA LTM alcançando 2,58x, um decréscimo de 5 basis points em comparação ao trimestre anterior, ressaltando os esforços da Companhia em reduzir o seu nível de endividamento. Este foi o segundo trimestre consecutivo de redução da alavancagem e a perspectiva é de seguir com essa trajetória de queda ao longo de 2024 à medida em que a CSN avança na melhora operacional dos seus segmentos e na evolução da sua estrutura de capital.

Adicionalmente, a CSN manteve a sua política de carregar um caixa elevado, que neste trimestre atingiu o patamar de R$ 17 bilhões. Adicionalmente, a CSN segue bastante ativa em seu objetivo de alongamento do prazo de amortização, com foco em operações de longo prazo e no mercado de capitais local. Entre as principais movimentações do 4T23, destaca-se a emissão de Bonds na subsidiária offshore da CSN, no valor total de U$ 500 milhões, com vencimento em 2030, tendo como objetivo a recompra parcial do Bond 2026, no valor aproximado de U$ 120 milhões.

No último trimestre de 2023, a CSN investiu R$ 1.595 milhão, montante 34% superior em relação aos investimentos do 3T23, um movimento em linha com o histórico da CSN em concentrar seus investimentos no final do ano. Entre os principais projetos investidos, destacam-se os reparos nas baterias de coque e modernização das operações na UPV, além da troca de frota e equipamentos na mina Casa de Pedra, e avanços nos projetos de expansão de capacidade, principalmente relacionados a P15, recuperação de rejeitos das barragens e expansão no porto de Itaguaí. Em 2023, o montante investido atingiu R$ 4.523 milhões, 33% a mais que em 2022, em linha com a evolução do cronograma dos projetos estratégicos da Companhia. Em 30 de novembro de 2023, a CSN concluiu a precificação de um novo Bond no montante de US$ 500 milhões, com maturação em sete anos e com o Retap dessa emissão acontecendo em 8 de fevereiro de 2024, no montante adicional de US$ 200 milhões. Com isso, a companhia captou nessa última emissão um total de US$ 700 milhões, com vencimento em 2030. Em 14 de novembro de 2023, a empresa anunciou a distribuição de dividendos intermediários aos seus acionistas no valor de R$ 985 milhões, o que corresponde ao valor de R$ 0,74 por ação, a título de antecipação do dividendo mínimo obrigatório de 2023. 

A CSN produziu 894 mil toneladas de placas de aço no 4º trimestre de 2023, uma queda de 3,1% em relação ao trimestre passado, mas em linha com a sazonalidade do período. Seguindo a mesma tendência, a produção de laminados planos atingiu 793 Kton, um recuo de 5% em relação ao 3T23, uma desaceleração menor do que a observada nos mesmos períodos dos últimos anos, o que reforça a normalização do processo produtivo. No ano de 2023, a produção de placas atingiu 3.296 mil toneladas, 12,6% a menos em relação ao ano anterior, como resultado dos gargalos operacionais verificados na UPV ao longo do primeiro semestre. As vendas totais atingiram 1.064 mil toneladas no quarto trimestre de 2023, um volume 4,5% superior em relação ao verificado no 3T23. O mercado doméstico conseguiu apresentar crescimento mesmo com toda a pressão enfrentada com produtos importados, com destaque para o desempenho dos zincados. As vendas domésticas somaram 762 mil toneladas de produtos siderúrgicos no 4T23, o que representa um aumento de 2,0% em relação ao 3T23, ainda refletindo a normalização da operação e a resiliência da CSN ao conseguir quebrar a sazonalidade e manter uma estratégia comercial assertiva mesmo com toda a pressão verificada no período. Mas o principal destaque do trimestre veio do mercado externo cujas vendas somaram 302 mil toneladas no 4T23 e foram 11,4% superiores às realizadas no 3T23, mostrando todo o dinamismo apresentado pelo mercado europeu neste final de ano. 

Durante o trimestre, três mil toneladas foram exportadas de forma direta e 299 mil toneladas foram vendidas pelas subsidiárias no exterior, sendo 81 mil toneladas pela LLC, 147 mil toneladas pela SWT e 71 mil toneladas pela Lusosider. Em 2023, o volume total vendido foi de 4.166 mil toneladas, nível 5,1% inferior ao verificado em 2022, sendo que 2.917 mil toneladas foram vendidas do mercado interno e 1.249 mil toneladas no exterior. Desse total, o mercado interno foi o que apresentou a maior retração (-5,2% a.a.) explicado pelos gargalos produtivos. Em relação ao Volume total de Vendas, o principal destaque no 4T23 ficou por conta do segmento de distribuição, com 24,7% de aumento na comparação com o volume vendido no trimestre anterior. Por sua vez, os setores de Linha Branca (-19,8%) e Automotivo (-12,5%) aparecem entre os principais destaques negativos como resultado da sazonalidade do período. Na comparação anual, houve recuperações importantes da indústria geral, embalagens e montadoras, mas com quedas nos demais segmentos.

No segmento de mineração, a CSN produziu 10.966 mil toneladas de minério de ferro nos três últimos meses de 2023, uma queda de 5,4% em relação ao volume recorde verificado no 3T23, o que era esperado em função da entrada no período chuvoso, e um aumento de 17,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Após dois recordes seguidos, a produção do trimestre continuou em patamares bastante elevados, resultando em um desempenho acima das projeções esperadas para 2023, o que comprova a excelência operacional alcançada pela Companhia durante todo o ano. No total, foram produzidos 42.650 Kton em 2023, o que representa um crescimento anual de 26,6%. Já, o volume de vendas, por sua vez, atingiu 11.144 mil toneladas no trimestre, ficando apenas 4,3% abaixo do recorde anterior verificado no 3º trimestre de 2023 e um patamar 14,5% acima do verificado no mesmo período do ano anterior. A CSN novamente conseguiu aproveitar a conjuntura favorável com a forte demanda chinesa e o período com menos chuvas do que o habitual para essa época do ano para entregar um alto patamar de vendas no trimestre. Já no ano de 2023, o volume vendido alcançou 42.662 mil toneladas e foi 28% superior a 2022. 4,1% inferior em relação ao trimestre anterior, em linha com a sazonalidade, mas 7,1% acima do mesmo período do ano passado. O ano de 2023 foi extremamente importante para a Companhia, um período marcado pela integração dos ativos da Cimentos Brasil (ex-LafargeHolcim Brasil), pela entrada em novos mercados e pela consolidação da CSN como um player líder de mercado em diversas regiões importantes do país. Como resultado, a CSN registrou um volume vendido de 12.770 Kton em 2023, o que representa um expressivo aumento de 75,8% em relação ao ano anterior, reflexo direto da assertiva estratégia comercial adotada no período. 

Copiar textoCopiar o texto
06/03/2024 00:36h

Afluência de público durante a inauguração do pavilhão, demonstra que atualmente há um grande interesse pelo Brasil.

Tendo como temas centrais Sustentabilidade, Inclusão, Mercado de Capitais e Minerais Críticos, foi aberta neste domingo a convenção anual PDAC  2024, em Toronto, Canadá, que reúne milhares de pessoas ligadas aos negócios da mineração em vários países.

A cerimônia de abertura contou com a participação de um representante dos povos indígenas (First Nations), que defendeu o diálogo como caminho para que a mineração possa ser realizada em benefício de todos, incluindo as comunidades indígenas.

O secretário parlamentar do ministro de Energia e Recursos Naturais do Canadá, Marc Serré, disse na abertura que os minerais críticos são prioridade para o país, já que constituem o pilar para a transição energética. E informou que o governo canadense concederá um crédito de impostos de 13% para os minerais críticos, além de estender a validade do Flow Through Shares, mecanismo de incentivo fiscal para investimentos em ações de empresas que operam com recursos naturais. Além disso, serão destinados US$ 1,5 bilhão para desenvolvimento de tecnologia e inovação na produção desses minerais, bem como na cadeia de reciclagem. Por fim, o setor contará com 30% de incentivo de imposto para aquisição de equipamentos. O objetivo de tudo isso, segundo o representante do ministério, é tornar o Canadá um dos países mais atrativos para investimentos em minerais críticos.

Pavilhão do Brasil

A participação brasileira no primeiro dia do PDAC 2024 se deu através do Brazil-Canada Mining Brunch, realizado nas dependências da Toronto Stock Exchange (TSX), que contou com apresentações de representantes de empresas e do governo brasileiro, e inauguração do Brazil Pavillion, no Metro Toronto Convention Center da qual participaram representantes da Adimb, do consulado e embaixada brasileira no Canadá, do Ibram, do Comin da CNI, do SGB-CPRM e da ANM. A afluência de público durante a inauguração do pavilhão, demonstra que atualmente há um grande interesse pelo Brasil, principalmente pelos chamados minerais para transição energética, principalmente lítio e terras raras.

Como parte das atividades brasileiras no dia, também houve o lançamento, por parte do Ministério de Minas e Energia, da publicação “Guia para o Investidor Estrangeiro em minerais críticos para transição energética no Brasil” e a segunda edição do “Critical Minerals Potential of Brazil”, pelo SGB-CPRM.

Brasil Mineral participa da convenção PDAC 2024 com a edição especial em inglês disponível em www.brasilmineral.com.br/magazine /2024

Copiar textoCopiar o texto
04/03/2024 20:14h

O protocolo estabelece a instalação do Projeto Colossus, que objetiva o desenvolvimento da mineração de terras raras

O governo de Minas Gerais e a empresa australiana Viridis Mineração e Minerais, assinaram um protocolo de investimentos no valor de R$ 1,35 bilhão em Poços de Caldas, para aproveitamento de recursos de terras raras de alto teor. O protocolo estabelece a instalação do Projeto Colossus, que objetiva o desenvolvimento da mineração de terras raras e elementos na região.

“Isso é muito importante para que Poços de Caldas faça parte da nova matriz global de geração de energia verde”, destacou o CEO da Viridis Mineração e Minerais, Rafael Moreno. “Nosso objetivo é garantir que a cidade de Poços de Caldas, o estado de Minas Gerais, o Brasil e a Austrália se tornem um dos pilares em evolução para o uso de energia limpa no planeta”, completou. "Agradecemos todo o apoio oferecido pelo Governo de Minas e comunidade até então, enquanto nos empenhamos no rápido desenvolvimento de todas as fases deste projeto de impacto mundial", concluiu o executivo.

O investimento prevê a construção de uma planta de beneficiamento e tratamento de minérios no local e deve gerar cerca de 120 empregos permanentes, além de agregar valor ao produto e potencializar a atração de outras empresas que utilizam esses elementos como matéria-prima para produtos, o que fortalece a cadeia produtiva e gera mais empregos recursos para serem aplicados em melhorias e serviços para os mineiros.
A previsão é que a planta – com 70 licenças em uma área de 15 mil hectares - inicie a operação entre 36 e 48 meses.

“O investimento prevê a construção de uma planta de beneficiamento e tratamento de minérios no local, o que agrega valor ao produto e ainda potencializa a atração de outras empresas que utilizam esses elementos como matéria-prima para produtos, o que fortalece a cadeia produtiva e gera mais empregos e arrecadação”, ressaltou o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio. 

Copiar textoCopiar o texto
02/03/2024 17:00h

O FIP tem estimativa de mobilizar até R$ 1 bilhão de reais, com aporte de até R$ 250 milhões do BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério de Minas e Energia (MME) irão lançar, durante a convenção PDAC 2024, o Fundo de Investimento em participações (FIP) Minerais Estratégicos no Brasil. O evento, que acontece em Toronto, Canadá, de 3 a 6 de março, é a principal convenção de mineração e exploração mineral do mundo.

De acordo com o banco, os recursos poderão ser utilizados por empresas júnior e de médio porte que se enquadrem na tese de investimentos do fundo, que será colocada em prática pelo gestor a ser selecionado por meio de chamada pública. O FIP tem estimativa de mobilizar até R$ 1 bilhão de reais, com aporte de até R$ 250 milhões do BNDES.

“Não há transição energética sem mineração e sabemos que o Brasil, com seu amplo território, diversidade geológica e riqueza mineral, será o protagonista e grande alicerce mundial na transição energética”, avalia o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. “Dessa forma, lançaremos, junto com o presidente Aloizio Mercadante, o fundo que irá alavancar o setor e atrair ainda mais investimentos para a cadeia dos minerais estratégicos”, completa.

“A transição energética é uma prioridade do governo do presidente Lula. A iniciativa contribui para o aproveitamento do vasto potencial geológico brasileiro, permitindo que o país se posicione como fornecedor de minerais estratégicos para atender à demanda mundial por tecnologias de energia limpa”, destaca o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

O FIP Minerais Estratégicos objetiva viabilizar o desenvolvimento de projetos de minerais considerados estratégicos para a transição energética, descarbonização e produção sustentável de alimentos. Segundo o plano de trabalho desenvolvido pelo BNDES, espera-se que o Fundo invista em 15 a 20 empresas com projetos de pesquisa mineral, desenvolvimento e implantação de novas minas de minerais estratégicos no Brasil. O BNDES irá aportar até R$ 250 milhões no Fundo, com participação limitada a 25% do total, sendo esperados outros investidores nacionais e internacionais.

“Ao criar esse Fundo, estamos viabilizando que empresas menores consigam acessar o mercado ao mesmo tempo que garantimos uma atividade mais sustentável”, explica o ministro. “O Brasil já é o maior produtor mundial de nióbio, o segundo maior de ferro, magnesita e tântalo, o terceiro de bauxita e o quarto maior em vanádio. Somos o país com a quinta maior reserva de lítio, com 1,2 milhão de toneladas. Com esse incentivo, iremos crescer ainda mais e nos tornar o maior fornecedor de minerais estratégicos do mundo”, destaca o ministro Alexandre Silveira.

O Fundo irá priorizar os minerais para transição energética e descarbonização, sendo eles, cobalto, cobre, estanho, grafita, lítio, manganês, minério de terras raras, minérios do grupo da platina, molibdênio, nióbio, níquel, silício, tântalo, titânio, tungstênio, urânio, vanádio e zinco. Fosfato, potássio e remineralizadores, minerais fundamentais para a fertilidade do solo, também estão no rol de elementos abrangidos pelo fundo.

A criação do Fundo de Minerais Estratégicos dá continuidade ao apoio do BNDES ao setor de mineração, que nos últimos dez anos soma R$ 8,3 bilhões em financiamentos para cerca de 1.800 empresas. Como explica Mercadante, o “FIP busca estimular um novo ciclo de fomento à produção de minerais estratégicos, com foco em inovação e sustentabilidade, que são pilares da Nova Indústria Brasil e do Plano Mais Produção”.

O FIP Minerais Estratégicos terá como meta também induzir as empresas investidas a adotarem melhores práticas ESG, que possam gerar impacto positivo para comunidades locais e minimizar os impactos ambientais dos projetos. Para isso, serão incentivadas ações de capacitação de mão de obra e de fornecedores locais, de regularização do cadastro ambiental rural (CAR) e recuperação de vegetação nas áreas afetadas, e de gestão eficiente de água e resíduos, além de práticas de transparência e comunicação adequada com as comunidades locais.

“O mundo pode contar com o Brasil nesse enorme desafio pela sobrevivência humana. E, para isso, desenvolveremos uma indústria robusta de transformação mineral e um setor mais eficiente, mais verde, mais seguro, mais global e mais sustentável”, conclui o ministro.

O Brasil participará ativamente da convenção PDAC 2024 este ano, com uma vasta delegação do setor privado e governamental, coordenada pela Adimb. Brasil Mineral também participará do evento com uma edição especial em inglês mostrando o potencial do Brasil na produção de minerais para transição energética e a atuação das companhias canadenses na mineração brasileira.

Copiar textoCopiar o texto