16/03/2025 23:50h

O valor da Produção Mineral Brasileira alcançou R$ 270,8 bilhões em 2024, o que representa um aumento de aproximadamente 9,1% em relação ao valor registrado em 2023

De acordo com as nossas estimativas, com base em dados da ANM (Agência Nacional de Mineração) e confirmadas pelo IBRAM, o valor da Produção Mineral Brasileira alcançou R$ 270,8 bilhões em 2024, o que representa um aumento de aproximadamente 9,1% em relação ao valor registrado em 2023, que foi de R$ 248,2 bilhões.

Como de praxe, a produção foi liderada pelo minério de ferro, com um total de R$ 160,72 bilhões, equivalente a 59,3% do total produzido. A produção de minério de ferro ocorreu em 160 operações, concentradas principalmente nos estados Minas Gerais e Pará.

O segundo lugar no ranking da produção foi do ouro, com 486 frentes de extração (incluindo as operações artesanais, que são a grande maioria), que respondeu por 8,81% do valor total produzido no ano passado, somando R$ 23,85 bilhões.

O cobre manteve o terceiro lugar entre as substâncias minerais produzidas em 2024, com uma soma de R$ 20,28 bilhões, obtidas em 17 frentes de operação. O granito, tanto para uso como rocha ornamental quanto para produção de agregados para construção, ocupou a quarta colocação entre as substâncias produzidas em 2024, com um valor total de R$ 7,33 bilhões, gerados em 831 frentes de operação.

O calcário, usado principalmente na produção de cimento e cal e como corretivo agrícola, registrou uma produção no valor de R$ 7,23 bilhões, em 481 operações, colocando-se em quinto lugar no ranking. A lista das dez substâncias com maior valor de produção em 2024 inclui ainda: a bauxita (minério de alumínio), com R$ 5,71 bilhões em 69 operações; o basalto (R$ 3,79 bilhões e 859 operações); areia (R$ 3,32 bilhões e 4.912 operações); gnaisse (R$ 3,30 bilhões e 293 operações); e fosfato (com R$ 3,28 bilhões e 24 operações.

Esse valor de produção mineral gerou uma arrecadação de CFEM (Contribuição Financeira pela Exploração Mineral), no total de R$ 7,45 bilhões em 2024, em comparação aos R$ 6,81 bilhões registrados em 2023, um aumento superior a 9%. O minério de ferro foi o produto mineral que mais gerou CFEM em 2024, com um total de R$ 5,57 bilhões, seguido pelo cobre (R$ 406,7 milhões), ouro (R$ 358 milhões), bauxita (R$ 165,7 milhões) e calcário (R$ 149,7 milhões).

Balança comercial

A indústria extrativa gerou um valor de US$ 80,9 bilhões em exportações no ano de 2024, montante um pouco acima do registrado em 2023. Com isto, a participação do setor no total das exportações aumentou de 23,2%, em 2023, para 24,0% em 2024.

No caso da indústria extrativa mineral, o principal produto exportado foi o minério de ferro e derivados, com um total de US$ 29,8 bilhões, o que equivale a uma participação de 8,9% no total das exportações brasileiras. O valor é um pouco abaixo do registrado em 2023, quando as vendas de minério de ferro e derivados ao exterior somaram US$ 20,6 bilhões, representando 9,0% das exportações. Em valor, as exportações de minério de ferro tiveram uma redução de -2,4%, enquanto os preços registraram um recuo de -5,2%.

Mesmo com uma redução de 0,8% em relação a 2023, no total geral as exportações brasileiras somaram US$ 337 bilhões, que é o segundo maior valor da série histórica. Em compensação, houve um aumento de 3,0% no volume embarcado.

Já as importações, que cresceram 9%, somaram US$ 262,5 bilhões, também o segundo maior valor da série histórica. Com isso, o saldo comercial da balança em 2024 foi de US$ 74,6 bilhões, uma redução de -24,6% em relação a 2023. Naquele ano, o saldo comercial havia sido de US$ 98,9 bilhões. As importações aumentaram 17,2% em volume e 9% em valor, já que os preços tiveram uma redução de 7,4%.

Perspectivas de crescimento

As perspectivas de crescimento da indústria mineral brasileira nos próximos anos são positivas, tanto em segmentos em que o Brasil já é um player importante e tradicional, como o minério de ferro e ouro, quanto naqueles em que o País está iniciando ainda uma caminhada, como os minerais considerados estratégicos para a transição energética.

Veja a matéria completa na edição 446 de Brasil Mineral

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13/03/2025 19:27h

Entre os destaques do levantamento "Top 10 Business Risks and Opportunities for Mining and Metals", estão o aumento de custos, o esgotamento de recursos e as questões geopolíticas.

Um estudo conduzido pela consultoria EY revelou os principais desafios e oportunidades que o setor de mineração enfrenta no Brasil. Entre os destaques do levantamento "Top 10 Business Risks and Opportunities for Mining and Metals", estão o aumento de custos, o esgotamento de recursos e as questões geopolíticas. A pesquisa também reforça a crescente importância da agenda ESG e da transição energética no mercado.

Segundo o estudo, o impacto da inflação e da desvalorização cambial sobre os custos operacionais tem levado empresas a buscar soluções para aumentar a produtividade. "A cada tonelada de minério retirada, a próxima se torna mais cara, exigindo mais processamento", explica Afonso Sartorio, líder de Energia e Recursos Naturais da EY. Além disso, a redução dos teores de minério nas minas ativas tem elevado ainda mais os custos do setor.

Para enfrentar esses desafios, a indústria tem investido em fusões, aquisições e parcerias estratégicas. O objetivo é otimizar os custos sem comprometer a produtividade e a qualidade dos produtos. "O mercado está se adaptando, buscando soluções para manter sua competitividade", afirma Sartorio.

A transição energética também tem impulsionado a demanda por minerais estratégicos. Empresas do setor estão adotando práticas sustentáveis, como redução de emissões, uso eficiente de água e reaproveitamento de rejeitos. Essas mudanças, embora positivas, resultam em custos operacionais mais elevados e exigem maior planejamento.

A geopolítica também se mostrou um fator determinante para o setor, uma vez que países buscam reduzir a dependência de fornecedores específicos. A comercialização de commodities enfrenta barreiras tarifárias e novos desafios regulatórios, exigindo que as mineradoras adotem estratégias flexíveis e diversificadas.

Por fim, a tecnologia tem sido uma aliada importante para a mineração. O uso de Inteligência Artificial e análise de dados vem impulsionando ganhos de produtividade, além de atrair novos talentos para o setor. "A tecnologia pode ajudar a mitigar a escassez de mão de obra qualificada e otimizar processos", conclui Sartorio.

O estudo foi realizado entre junho e julho de 2024, coletando opiniões de 353 líderes do setor de mineração e metais, abrangendo empresas com receita superior a US$1 bilhão. Os resultados refletem a necessidade de adaptação das companhias a um cenário de custos crescentes, maior regulação e novas demandas por sustentabilidade.

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10/03/2025 21:42h

O estudo prevê, para colocr Cabaçal em operação, um Capex de US$ 248 milhões, incluindo um pré-investimento visando a expansão para 4,5 milhões t/ano de minério a partir do quarto ano.

A Meridian Mining anuncia os resultados positivos do Estudo de Viabilidade Preliminar (PFS) realizado pela Ausenco do (juntas “Ausenco”), apoiado pela GE 21 Mineral Consultants Ltd., para o depósito avançado de ouro-cobre-prata de Cabaçal, no estado de Mato Grosso.  Segundo o estudo, o PFS “confirma o potencial econômico excepcional de Cabaçal, posicionando-o como o próximo ativo de produção de nível médio do Brasil com um programa paralelo de desenvolvimento de recursos e potencial de exploração”.

O estudo prevê, para colocr Cabaçal em operação, um Capex de US$ 248 milhões, incluindo um pré-investimento visando a expansão para 4,5 milhões t/ano de minério a partir do quarto ano. A reserva estimada do depósito é de 47,1 milhões de toneladas a 0,63 gramas de ouro por tonelada, mais 0,44% de cobre e 1,64 gramas por tonelada de prata, incluindo 89% na categoria reserva provada. O VPL estimado, após impostos, é de US$ 984 milhões, com TIR (Taxa Interna de Retorno) de 61,2%, assumindo preços de US$ 2.119 por onça de ouro, US$ 4,16 por libra de cobre e US$ 26,89 por onça de prata. Já o VPL após impostos assumindo preços do ouro de US$ 2.917 seria de US$ 1,41 bilhão.

A produção prevista é de 141 mil onças de ouro equivalente ao longo de 10 anos, sendo que os primeiros cinco anos a produção seria de 178 mil onças, com custos AISC de US$ 742 por onça de ouro equivalente.

Gilbert Clark, CEO da Meridian, afirma que o PFS “é um divisor de águas para nossa empresa. Demonstramos quase 1 bilhão de dólares americanos em valor pós-impostos. Isso salta para quase US$ 1,5 bilhão usando os preços spot de ouro e cobre, confirmando Cabaçal como uma mina de Au-Cu-Ag de alta margem. Começa com mais de 178.000 onças de ouro equivalente por ano durante 5 anos e tem uma média de mais de 141.000 onças ao longo da vida útil da mina. Mostramos esses resultados fortes usando preços de consenso de longo prazo e baixos custos operacionais, ao mesmo tempo em que planejamos com antecedência um aumento para a produção de 4,5 milhões de toneladas. Acredito que seja apenas o começo do que podemos fazer neste cinturão VMS de ouro-cobre-prata altamente prospectivo”.

Ele acrescenta que a empresa estará iniciando o Estudo de Viabilidade em breve, trabalhando na primeira estimativa de recursos para Santa Helena e explorando novas oportunidades. Com nosso financiamento recente, temos o financiamento para fazer esses marcos acontecerem.

“Com a força do PFS, estamos expandindo a equipe executiva e a equipe de engenheiros proprietários à medida que progredimos no Estudo de Viabilidade. David Halkyard foi nomeado para a função de Vice-Presidente Sênior – Finanças, onde liderará a equipe de financiamento de projetos da Cabaçal. Conheço David há mais de uma década e sua vasta experiência em financiamento de projetos internacionais é uma adição essencial à equipe. Este ano de transformação para os acionistas da Meridian está apenas começando”, acrescentou.

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09/03/2025 21:58h

Para o embaixador do Brasil no Canadá, Carlos França, o Brasil emergiu como um dos líderes na exploração de minerais críticos para transição energética.

O Brasil parece estar no foco dos investidores interessados na exploração de minerais críticos para a transição energética, a julgar pelo número de participantes no Brazilian Mining Day, que reuniu quase 200 pessoas e integrou as atividades brasileiras durante a convenção PDAC 2025, que acontece de 2 a 5 de março em Toronto, Canadá.

Para o embaixador do Brasil no Canadá, Carlos França, o Brasil emergiu como um dos líderes na exploração de minerais críticos para transição energética e deve desempenhar papel relevante na produção desses minerais.

Já a presidente do Conselho Diretor do Ibram, Ana Sanches, enfatizou que a mineração brasileira está mudando. “A visão de passado da mineração, de ser uma atividade arcaica, está dando lugar para conceitos como modernidade, inovação, sustentabilidade, inclusão, com o uso de equipamentos autônomos e drones nas operações”. Ana Sanches, primeira mulher a ocupar o cargo na história da entidade e que também é CEO da Anglo American Brasil, disse que a mineração brasileira conserva uma área que é 11 vezes maior do que aquela ocupada com as atividades de extração, emprega cerca de 2 milhões de pessoas (direta e indiretamente), responde por 4% do PIB do País e contribuiu com 47% do saldo da balança comercial brasileira em 2024.

Ela salientou, ainda, que o Brasil conta com grandes reservas de minerais estratégicos, energia renovável e um ambiente geopolítico estável, o que favorece a atração de investimentos no setor mineral brasileiro. No entanto, ela afirmou que há desafios a serem vencidos, mencionando especificamente a inclusão da mineração entre os setores sujeitos ao imposto seletivo, que deve ter um impacto de R$ 300 milhões sobre os custos da atividade.

Ainda na mesma sessão de abertura do Brazilian Mining Day, outros representantes de governo do País, como Vítor Saback (secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME), Mauro Souza (diretor geral da ANM) e Francisco Valdir Silveira (diretor de Geologia e Recursos Minerais do SGB) incentivaram os empresários a investir no setor mineral brasileiro, pois o país oferece uma legislação amigável e está aberto a quem deseja praticar uma mineração responsável, sustentável e ética.

No caso do representante do SGB, ele informou que foi concluído o processo de licitação para a execução de 1 mil quilômetros de levantamentos aerogeofísicos, o que muito contribuirá para ampliação do conhecimento do potencial do geológico brasileiro. (Por Francisco Alves, de Toronto. A cobertura de Brasil Mineral do PDAC 2025 tem apoio da True Mine)

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07/03/2025 19:29h

O estudo engloba as áreas nordeste, cobrindo o Distrito Pegmatítico de Araçuaí, importante para exploração de minerais de lítio, especialmente o espodumênio.

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) apresentou novos dados geoquímicos referentes à Região do Araçuaí, nordeste de Minas Gerais, durante apresentação técnica para investidores e representantes de empresas internacionais de exploração mineral no PDAC 2025. O pesquisador e chefe da Divisão de Geologia Econômica do SGB, Guilherme Ferreira, disse que o levantamento geoquímico que integra o projeto Província Pegmatítica Oriental do Brasil (PPOB). O trabalho tem como objetivo aumentar o conhecimento sobre as características geoquímicas da área mineira, além de evidenciar o potencial da região para o lítio.

A demanda crescente mundial por lítio reforça a relevância do levantamento. “Além de identificar novos alvos para exploração, os dados geoquímicos gerados também indicam a presença de outros elementos químicos considerados estratégicos para a transição energética, tais como tântalo e elementos terras raras”, destacou Ferreira. O estudo engloba as áreas nordeste, cobrindo o Distrito Pegmatítico de Araçuaí, importante para exploração de minerais de lítio, especialmente o espodumênio. Recentemente, a atividade prospectiva na região descobriu depósitos econômicos e na operação de uma importante mina de lítio no médio Jequitinhonha desde os anos 90.

O pesquisador também fez uma retrospectiva da evolução do conhecimento sobre depósitos de lítio em pegmatitos no Brasil, abordando o panorama das principais províncias minerais do país — Borborema, no Nordeste, Solonópole, no Ceará, e Médio Jequitinhonha, em Minas Gerais. Na pesquisa foram utilizadas amostras de sedimentos de corrente e concentrados de minerais pesados, método consagrado mundialmente em projetos de prospecção mineral e geoquímica ambiental. O levantamento geoquímico cobriu nove folhas cartográficas na escala 1:100.000, correspondentes a 27 mil km², área que abrange 42 municípios do nordeste mineiro. O SGB coletou também 5.086 amostras, sendo 2.570 de sedimento de corrente e 2.516 de concentrado de minerais pesados. Há previsão do levantamento de solos que abrangerá a mesma área para os próximos meses, com aproximadamente 1.340 estações de coleta.

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06/03/2025 21:33h

O estudo identificou seis ocorrências minerais, das quais cinco com indícios de cobre e uma de ouro.

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) apresentou o Mapa de Prospectividade para Cobre, Chumbo e Zinco – Região de Filadélfia (MT) com o objetivo de otimizar a exploração mineral e reduzir custos e tempo na busca por depósitos, além de direcionar esforços para áreas com maior potencial. O estudo identificou seis ocorrências minerais, das quais cinco com indícios de cobre e uma de ouro, contribuindo para um mapeamento mais preciso e estratégico da região.

“Apesar da baixa quantidade de registros, todas essas ocorrências estão localizadas em uma área classificada como de média favorabilidade para depósitos minerais. No entanto, representa apenas 14,8% da região analisada”, informou o pesquisador do SGB, Luciano Castro da Silva. O local estudado é pouco explorado e não tem muitos dados disponíveis. Para integrar os dados, O SGB utilizou a técnica de sobreposição de múltiplas classes, onde cada elemento mapeado (vetor) recebe uma pontuação entre 0 e 10, dependendo da relevância para a formação de depósitos minerais. Além disso, cada mapa de evidência recebe um peso de acordo com a confiabilidade das informações utilizadas.

A soma dessas informações produz um mapa prospectivo, onde as áreas com maior concentração de vetores preditivos recebem pontuações mais altas. Os valores são classificados da seguinte forma: 0: representam unidades que não entraram no modelo preditivo; 1: baixa relevância ou alto grau de incerteza; 2: potencial moderado; porém destaca-se pelas ocorrências de cobre mapeadas; 3: representam áreas com maior favorabilidade (alta a muito alta, respectivamente), apesar de não terem ocorrências cadastradas. O trabalho faz parte da ação Levantamentos Geológicos e Integração Geológica Regional, coordenada pela Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM) do Serviço Geológico do Brasil (SGB).

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03/03/2025 22:08h

Para Mancin, o tarifaço que afeta o Brasil precisa ser profundamente negociado por vias diplomáticas com o governo norte-americano.

Em reunião da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE) realizada em Brasília, no dia 25 de fevereiro, o diretor de Relações Institucionais do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Rinaldo Mancin, afirmou que as medidas protecionistas adotadas por Donald Trump, como as tarifas sobre produtos do setor do aço e do alumínio, causam impactos na economia mundial e, em particular, na economia brasileira. Para Mancin, o tarifaço que afeta o Brasil precisa ser profundamente negociado por vias diplomáticas com o governo norte-americano.

Em outro plano, os minerais críticos e estratégicos despertam interesse mundial e o Brasil tem jazidas e reservas de várias dessas substâncias, podendo expandir a produção para se situar como uma das principais fontes a outras nações. “O Brasil é considerado um país estável para se construir e manter corrente de comércio e relações diplomáticas, não se envolve em conflitos com outras nações, além de contar com atrativos importantes, a exemplo da energia majoritariamente de fontes limpas”, afirmou Mancin aos parlamentares e empresários convidados pela FPE.

Os Estados Unidos também se encaixam entre os que demandam minerais críticos do Brasil, especialmente para defesa e desenvolvimento de novas tecnologias. Mancin lembrou que, com a corrida por minerais estratégicos, plantas de mineração no Brasil têm sido alvo de aquisição por grupos estrangeiros, caso da produção de níquel da Anglo American Brasil e de estanho da Mineração Taboca por chineses.

“É preciso que o Brasil se beneficie ao máximo dessa entrada de capital, além de ser necessária a adoção de políticas públicas que estimulem a expansão da mineração em todas as suas etapas, desde a pesquisa geológica, o que passa por um necessário debate envolvendo os poderes legislativo e executivo”, defendeu Mancin.

A reunião foi conduzida pelo presidente da FPE, deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), e contou com a presença de vários parlamentares federais. Além de Mancin, o economista, cientista político e diplomata Marcos Troyjo também analisou os impactos da fase inicial do governo Trump. Também participou pelo IBRAM Elena Renovato, coordenadora de Relações Institucionais.

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26/02/2025 21:34h

o SGB conseguiu criar um modelo tridimensional da área, quantificar os recursos e identificar novas possibilidades de ampliação das reservas existentes.

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) realizou estudo detalhado para atualizar e validar os dados sobre os recursos de níquel laterítico associados às rochas ultrabásicas da Suíte Alcalina de Iporá, localizada no município de Santa Fé de Goiás. A iniciativa faz parte do Projeto de Reavaliação do Patrimônio Mineral, que busca resgatar e revisar informações sobre os 30 blocos de ativos minerais da instituição.

Com o uso de tecnologias modernas e integração de dados geológicos, geoquímicos, geofísicos e topográficos, o SGB conseguiu criar um modelo tridimensional da área, quantificar os recursos e identificar novas possibilidades de ampliação das reservas existentes. Durante o processo, os dados históricos foram recuperados, organizados em um banco de dados e validados conforme padrões internacionais, garantindo maior precisão nas informações. Dentre as descobertas está a confirmação de que a mineralização de níquel está concentrada, sobretudo, na Serra de Água Branca, um relevo elevado onde se encontra um corpo ígneo do tipo lopólito, intrusivo em rochas metagraníticas da Suíte Ribeirão Santo Antônio e parcialmente coberto por sedimentos da Formação Araguaia.

O estudo revelou o potencial econômico das jazidas de níquel e apontou a possibilidade de exploração de outros minerais, como cobalto, escândio e elementos de terras raras. Além disso, a reavaliação incluiu uma análise socioambiental da área, métodos de extração mais adequados e rotas para o beneficiamento do minério, com base nos cenários econômicos globais e nas projeções de demanda por níquel e seus subprodutos. Além disso, a SGB criou parâmetros para futuras avaliações econômicas, que servirão de base para estimar o valor dos ativos minerais e orientar o SGB em futuras licitações.

O SGB tem atualmente 332 processos de direitos minerários ativos no antigo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Esses processos estão em diferentes etapas, que vão desde alvarás de pesquisa até relatórios finais já aprovados. No total, eles estão organizados em 30 blocos ou projetos, envolvendo 14 tipos de minerais distribuídos pelo País. Entre as substâncias exploradas estão: fosfato (1 bloco), cobre (1), chumbo (1), zinco (1), ouro (3), caulim (1), níquel laterítico (2), gipsita (1), carvão (5), turfa (9), diamante (2), nióbio (1), terras raras (1) e calcário (1).

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21/02/2025 23:41h

Atualmente, o Brasil possui 10% das reservas mundiais de minerais essenciais, como, por exemplo, nióbio, grafite e depósitos significativos de elementos de terras raras e níquel. Apesar disso, o Brasil contribui com apenas 0,09% da produção global.

De acordo com um novo relatório da Deloitte e da AYA Earth Partners, o Brasil tem potencial ainda inexplorado de terras raras, que poderia agregar receitas de R$ 243 bilhões (US$ 48 bilhões) por ano ao PIB do País nos próximos 25 anos com atividades de extração, processamento e refino desses recursos. A projeção ressalta a oportunidade do mercado brasileiro se posicionar como um líder global na transição energética.

Atualmente, o Brasil possui 10% das reservas mundiais de minerais essenciais, como, por exemplo, nióbio, grafite e depósitos significativos de elementos de terras raras e níquel. Apesar disso, o Brasil contribui com apenas 0,09% da produção global. O relatório enfatiza que avançar ao longo da cadeia de valor por meio do refino de minerais extraídos poderia aumentar significativamente os retornos econômicos e reduzir a dependência do refino estrangeiro, que a China atualmente domina.

O relatório descreve três cenários econômicos principais. Ao focar somente no beneficiamento mineral (processamento de minerais extraídos), o Brasil poderia adicionar R$ 30 bilhões (US$ 6 bilhões) ao seu PIB. A projeção é que isso aconteça até 2030. A expansão para novas minas e o aumento do beneficiamento podem elevar esse valor para R$ 233 bilhões (US$ 46 bilhões) até 2050. Já o refino desses minerais internamente pode elevar o impacto total para R$ 243 bilhões (US$ 48 bilhões).

No entanto, os desafios permanecem, já que apenas 35% do território brasileiro foi mapeado para potencial mineral, e o licenciamento de projetos de mineração pode levar até 16 anos, segundo a publicação, que considera a falta de estruturas regulatórias claras como um fator que dificulta ainda mais o investimento e o desenvolvimento.

Especialistas argumentam que políticas e incentivos simplificados são essenciais para atrair investidores e permitir crescimento sustentável. Globalmente, ainda segundo a publicação, espera-se que a demanda por minerais críticos triplique até 2040, impulsionada por tecnologias de energia limpa, como baterias de veículos elétricos e turbinas eólicas. A China domina o refino devido a políticas de longo prazo, enquanto a matriz de energia limpa do Brasil fornece uma vantagem competitiva. Ela posiciona o país para produzir minerais de baixo carbono de forma eficiente. As descobertas sugerem que, com planejamento estratégico, o Brasil poderia impulsionar sua economia. Além disso, poderia levar a práticas de mineração sustentáveis. Eventos futuros como a COP30 em Belém apresentam uma oportunidade para o Brasil mostrar seu potencial. O país pode se posicionar como um ator-chave na transição global da economia verde.

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20/02/2025 04:00h

O depósito de Rio Cristalino abrange uma área de cerca de 9 mil km² e está localizado a aproximadamente 50 km da zona urbana de Santana do Araguaia.

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) realizou nova pesquisa que revelou o potencial para urânio do depósito Rio Cristalino, em Santana do Araguaia (PA). A região faz parte do Domínio Santana do Araguaia e tem ocorrências de urânio associadas a quartzitos e metarcóseos na Serra do Matão. Até o momento, o SGB analisou oito das 15 ocorrências já conhecidas, além da descoberta de quatro novas ocorrências na área. O depósito de Rio Cristalino abrange uma área de cerca de 9 mil km² e está localizado a aproximadamente 50 km da zona urbana de Santana do Araguaia.

O estudo faz parte do Projeto Urânio Brasil, que tem como objetivo reavaliar e identificar novas áreas com potencial para a exploração de urânio no País. A iniciativa do SGB surgiu da recente flexibilização do monopólio sobre a pesquisa e lavra do urânio, o que abre novas oportunidades de parceria com as Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Na Serra do Matão, o SGB identificou duas sequências deposicionais distintas. A sequência inferior é composta principalmente por quartzitos intercalados com pelitos carbonosos, enquanto a sequência superior contém maior quantidade de metarcóseos. O empilhamento e as estruturas sedimentares indicam ambiente deposicional continental provavelmente com influência fluvial e deltaico. As formações geológicas identificadas na região podem ser correlacionadas ao Grupo Rio Fresco ou à Formação Mururé.

Apesar das pesquisas confirmarem o grande potencial da região, o SGB afirma que ainda são necessários novos levantamentos para melhor classificar o tipo de depósito e a extensão das anomalias encontradas. O Projeto Urânio Brasil segue avançando com novas pesquisas para ampliar o conhecimento sobre as ocorrências de urânio no País e fortalecer o setor mineral brasileiro.

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