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Baixar áudioJá imaginou comer uma carne produzida em uma impressora 3D? Essa é a proposta de pesquisadores do SENAI CIMATEC, em Salvador (BA), que há dois anos desenvolvem a CELLMEAT 3D, uma carne cultivada em laboratório. O projeto venceu o Prêmio Finep Nordeste de Inovação 2025, na categoria Agroindústrias Sustentáveis, e agora concorre à etapa nacional da premiação.
Diferentemente da carne convencional, a CELLMEAT 3D é produzida a partir de células animais coletadas por biópsia, sem a necessidade de abate ou sofrimento do animal. A pesquisadora das atividades científicas do Projeto CELLMEAT 3D, Keina Dourado, explica como funciona o processo.
“Uma vez coletada, essa célula é colocada em um ambiente controlado, onde vai receber todos os nutrientes para se multiplicar. Então, vamos conseguir uma quantidade suficiente dessa célula e depois elas vão ser estimuladas a virar um tecido, que pode ser, por exemplo, músculo ou gordura”, explica.
A impressora 3D entra em cena para dar forma e textura semelhantes às da carne tradicional. Depois da impressão, o produto ainda passa por um período de maturação.

Segundo Keina Dourado, o objetivo do projeto não é substituir a carne convencional, mas ampliar as alternativas de produção de proteínas. “Sabemos que a demanda por proteínas vai aumentar significativamente nos próximos anos e, por isso, vamos ampliar essas opções com menor impacto ambiental e maior respeito ao bem-estar animal”, afirma.
Ela ressalta ainda que a tecnologia tem potencial para, no futuro, ajustar a composição nutricional da carne, tornando o produto mais saudável e adaptado a necessidades alimentares específicas.
Apesar dos avanços e do reconhecimento, o produto ainda não está pronto para o mercado. A pesquisadora ressalta que o projeto segue em fase de desenvolvimento. “Ainda não temos dados consolidados sobre perfil nutricional ou sobre a parte sensorial, como sabor e textura deste produto. Essas análises fazem parte das próximas etapas do projeto”, explica.
Estudos conduzidos por grupos internacionais, no entanto, já indicam que a carne cultivada pode ter composição nutricional semelhante à convencional e boa aceitação do público em termos de sabor. “Em alguns países, inclusive, esse produto já está sendo comercializado em pequena escala”, observa Dourado.
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Hoje, um dos maiores obstáculos para a produção da carne cultivada em laboratório é o alto custo da tecnologia, justamente por ainda estar em fase de desenvolvimento.
“Os nutrientes, os equipamentos e muitos desses insumos utilizados para produção ainda vêm da indústria farmacêutica. Então, ainda precisamos trabalhar no desenvolvimento de insumos mais acessíveis em termos de custo, para que o custo do produto final também seja mais compatível com o que a indústria alimentícia precisa”, explica a pesquisadora do CIMATEC.
No campo regulatório, o Brasil já deu passos importantes. Em 2024, entrou em vigor a Resolução RDC 839/2023, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que moderniza as regras para a avaliação de segurança e autorização de novos alimentos e ingredientes.
Apesar disso, Dourado afirma que ainda é necessário fazer algumas definições e ajustes na norma para regulamentar a produção e comercialização de carne cultivada em laboratório. “Existe um diálogo entre pesquisadores e órgãos reguladores para que possamos estar juntos nesse processo de construção de tudo que precisa para regulamentar a comercialização e a pesquisa da carne cultivada”, afirma.
Para a pesquisadora, o prêmio Finep Nordeste de Inovação 2025 reforça a importância do projeto. “Esse reconhecimento mostra que a ciência desenvolvida aqui está alinhada com os grandes desafios globais e que temos a capacidade de desenvolver tecnologias de ponta dentro do nosso próprio ecossistema”, afirma. “Isso fortalece a confiança, tanto dos nossos parceiros, quanto da indústria e da sociedade em geral no trabalho que estamos fazendo”, conclui.
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Baixar áudioQuatro projetos de descarbonização e digitalização da cadeia automotiva vão movimentar R$210 milhões, ao longo dos próximos três anos, com recursos do Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) e de empresas do setor. O investimento será destinado ao desenvolvimento de tecnologias inéditas no país, como motores a etanol, aço de baixa pegada de carbono, sensores radar automotivos e novas soluções com grafeno.
As propostas foram selecionadas pela chamada “Projetos Estruturantes”, conduzida pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), responsáveis também pela captação dos recursos. Do total, 85,5% são aportes não reembolsáveis do Mover — iniciativa vinculada à Nova Indústria Brasil (NIB) — e 14,5% correspondem à contrapartida das empresas.
Os projetos reúnem grandes indústrias automotivas e siderúrgicas, startups e instituições de ciência e tecnologia (ICTs). Confira as empresas e os projetos abaixo.
A gerente de Operações de Inovação e Tecnologia do SENAI, Patricia Garcia Martins, destaca que a aprovação desses projetos pode aumentar a autonomia tecnológica do país em áreas estratégicas, especialmente na digitalização, que hoje depende de tecnologias produzidas 90% no exterior.
“O ganho que temos com esses projetos em curto prazo está voltado para a criação de uma competência no Brasil para essas tecnologias a serem desenvolvidas. E, com a entrega dos projetos em três anos, essas tecnologias podem ser incorporadas pelas montadoras ou desenvolver novas indústrias pelas cadeias de fornecedores para que isso possa ser parte da competência nacional tecnológica.”
Martins afirma que a nacionalização dessas tecnologias abre novas oportunidades para a cadeia de fornecedores das montadoras, ao permitir que componentes hoje importados passem a ser produzidos e comercializados no país. “Isso reduz custos, reduz prazo, além de incentivar o emprego no país e gerar novas demandas para a indústria”, afirma.
A gerente do SENAI também destaca que as novas tecnologias podem reduzir custos de produção e o consumo de combustíveis. “No projeto do motor a etanol, por exemplo, o foco é a utilização de uma tecnologia que aumente a eficiência do motor. Ou seja, você vai poder utilizar menos o posto de gasolina, além de incentivar o uso de um combustível que – comparado aos combustíveis fósseis – é bem mais limpo e que o Brasil tem vantagem competitiva, porque tem uma produção em larga escala de etanol”, explica.
Para ela, os projetos têm impacto direto nos três pilares do ESG. No ambiental, contribuem para a redução da pegada de carbono; no econômico, elevam a competitividade, atraem investimentos e geram empregos; e no social, resultam em veículos mais limpos, seguros e de melhor qualidade de vida para a população.
Confira os projetos aprovados
1. Motor a etanol de alta eficiência
Desenvolver motores a etanol para veículos leves com alta eficiência, combinando alta taxa de compressão, combustão ultra-pobre e ignição distribuída via pré-câmara. O projeto inclui simulações, otimização de pistões, estratégias de combustão acelerada, ajuste de ignição e injeção, sistemas virtuais de válvulas e criação de um bloco de motor mais resistente e sustentável.
2. Redução da emissão de CO2 na cadeia produtiva automobilística via descarbonização do processo siderúrgico – Aço de baixa pegada de carbono
Reduzir emissões de CO₂ da cadeia automotiva por meio da descarbonização siderúrgica. O projeto utiliza hidrogênio como redutor, matérias-primas renováveis e testes em bancada e piloto, incluindo alto-forno experimental e simulador de redução direta, criando infraestrutura inédita no Hemisfério Sul para tecnologias alinhadas às metas globais de sustentabilidade.
3. ADAS com sensor radar nacional: implantação de planta piloto para desenvolvimento, amadurecimento e nacionalização tecnológica
Desenvolver uma solução nacional de sistema ADAS com radar automotivo de médio/longo alcance, reduzindo dependência externa e fortalecendo a soberania tecnológica. O projeto inclui arquitetura aberta e segura, planta piloto para produção e testes, integração com câmeras para funções como frenagem automática e controle de cruzeiro, garantindo competências nacionais e protótipos funcionais para futura industrialização.
4. Hub do Grafeno: novas tecnologias com grafeno para descarbonização da indústria automobilística
Estruturar um hub tecnológico nacional para desenvolver e validar nanocompósitos de polímeros virgens e reciclados com grafeno, aplicados a peças automotivas mais leves e sustentáveis. O projeto inclui infraestrutura piloto para síntese e funcionalização de grafeno, rotas nacionais de produção, metodologias de dispersão, validação em protótipos, análise de ciclo de vida e integração com a cadeia automotiva, acelerando a inserção dessas tecnologias no mercado.
Copiar o textoIniciativa foi lançada na COP30 pelo MCTI e tem participação do SENAI
Baixar áudioCiência, tecnologia e biodiversidade integrados com o objetivo de acelerar a transição do Brasil rumo a uma economia sustentável e duradoura. Esta é a meta do Programa Prioritário de interesse Nacional em Bioinformática (PPI BioinfoBR), lançado pelo governo brasileiro na última quarta-feira (12), durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém (PA).
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) está à frente da iniciativa, desenvolvida em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Apresentada no estande da CNI, a proposta visa criar oportunidades para o desenvolvimento de hardware, software, algoritmos, infraestrutura de dados e serviços digitais aplicados à biotecnologia, conectando a política industrial de tecnologia da informação e comunicação (TICs) com a agenda de bioeconomia e soberania tecnológica do país.
A bioinformática é um campo interdisciplinar que une biologia, tecnologia da informação, matemática e estatística para analisar grandes volumes de dados biológicos, como genomas, proteínas e moléculas. Na prática, ela permite que cientistas usem ferramentas digitais para entender, modelar e aplicar informações sobre a biodiversidade em áreas como saúde, agricultura, cosméticos e biocombustíveis.
"Com a bioinformática, estamos dando mais um passo na direção de uma ciência voltada ao futuro. O setor produtivo brasileiro cada vez mais descobre a necessidade de ter empresas de base tecnológica. E nós precisamos acompanhar o ritmo global das transformações tecnológicas", afirmou a ministra Luciana Santos, do MCTI.
Segundo a ministra, o programa vai aproveitar a expertise brasileira em biodiversidade para desenvolver soluções industriais e científicas. "Queremos associar tecnologias disruptivas, como softwares, computadores de alto desempenho e inteligência artificial, ao maior patrimônio do nosso país — a nossa biodiversidade", completou.
Para a ministra Luciana Santos, a iniciativa simboliza mais que um investimento em tecnologia: é uma aposta no futuro do país. "Ao aplicar a ciência da vida à informática e à biotecnologia, estamos construindo caminhos para uma economia sustentável, inovadora e soberana", concluiu.
O SENAI propôs o modelo e será um dos principais executores do programa, utilizando a experiência de sua rede nacional de Institutos de Inovação para conectar indústrias, universidades e centros de pesquisa. Entre os 28 institutos, 12 atuam diretamente em bioeconomia e sete em tecnologias da informação, abrangendo desde o processamento avançado de dados biológicos até o desenvolvimento de produtos de alto valor agregado.
De acordo com o diretor-geral do SENAI, Gustavo Leal, o programa representa um avanço estratégico. "O programa de bioinformática é extremamente relevante para o país. Ele une conhecimentos em computação de alto desempenho, inteligência artificial e computação quântica ao desenvolvimento de moléculas da nossa biodiversidade. Isso terá impacto em diversos setores industriais, na saúde e nos cosméticos. É uma ação disruptiva e essencial para fortalecer a indústria brasileira."
O PPI BioinfoBR busca implementar uma plataforma nacional de bioinformática interoperável e segura, além de promover a formação e retenção de talentos na área. O objetivo é aproximar empresas de ponta e centros de pesquisa, fomentando a inovação aberta e incentivando o investimento em projetos de pesquisa e desenvolvimento via Lei de Informática (Lei nº 8.248/1991), conhecida por Lei de TICs.
Empresas habilitadas poderão destinar parte dos recursos obrigatórios de PD&I ao programa, ganhando acesso a tecnologias avançadas e parcerias estratégicas. Espera-se que o PPI impulsione soluções em agroindústria, energia, saúde e biotecnologia, além de fortalecer a independência tecnológica nacional.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), Alex Carvalho, não haveria momento mais oportuno que a Conferência do Clima para o lançamento do programa. "Além de descortinar as realidades regionais, descortina-se também uma floresta gigante de novas oportunidades. Ao trazer ciência associada a pesquisas que possam criar os nossos bioativos e bioinsumos, promovemos novos mercados que podem trazer a capacidade de internalização de renda, de emprego à sociedade e à Amazônia, criando um ambiente de integração que tanto defendemos".
Segundo projeções da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), um investimento de US$ 257 bilhões pode alcançar um retorno anual de US$ 593 bilhões em diferentes áreas da bioeconomia no país. Até 2050, projetam-se reduções expressivas nas áreas degradadas (de 225 para 108 milhões de hectares) e a expansão de cadeias produtivas sustentáveis, como proteínas alternativas (de 0 para 9,8 milhões de toneladas), bioquímicos (de 0,2 milhões para 15 milhões de toneladas) e biocombustíveis (81 Mm³ para 570 Mm³).
Esses avanços não apenas atraem investimentos de grande escala, como também podem reduzir significativamente as emissões acumuladas de CO₂, de 41 Gt para 12 Gt no período de 2020 a 2050.
Segundo o MCTI, para além da área de TICs, há potencial de desenvolvimento de soluções e negócios em diversos setores industriais, como agroindústria, alimentos, saúde, transformação, energia, biocombustíveis e biotecnologia.
Ao processar os dados biológicos com precisão e alta velocidade, a bioinformática possibilita a transformação das informações biológicas em soluções inovadoras de alto impacto. Os objetivos do programa são:
O programa está em fase final de modelagem, podendo agregar novas demandas industriais e da academia, além de parceiros.
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Baixar áudioAs ferramentas de Inteligência Artificial estão cada vez mais presentes no dia a dia dos brasileiros. Um levantamento da Nexus aponta que 51% da população acredita que a IA é capaz de tomar decisões melhores que um ser humano em determinadas situações.
Apesar disso, 45% ainda confiam mais no julgamento humano, enquanto 4% dos entrevistados não souberam ou preferiram não responder.
O estudo também mostra que 63% dos brasileiros já utilizaram algum recurso de IA, e 30% recorreram à tecnologia para compreender temas complexos, como política, economia e ciências.
Confira abaixo os principais dados levantados pela Nexus:
Dos que acreditam na capacidade de decisão de uma IA:
Dentre os que não veem as ferramentas de IA com essa capacidade:
Sobre o uso da ferramenta:
Sobre a influência desse tipo de tecnologia no dia a dia:
Sobre a forma como é utilizada a ferramenta:
As informações podem ser consultadas no site da Nexus
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Baixar áudioVitória da Conquista (BA) recebe, nesta quarta-feira (24), a Jornada Nacional de Inovação da Indústria, iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O movimento percorre o país para conectar pessoas, ideias, tecnologia e meio ambiente em torno da transição ecológica e digital.
O encontro será realizado no HUB Conquista/Espaço Colaborar do Instituto Federal da Bahia (IFBA), com uma programação que inclui debates, cases locais e workshops práticos.
“Esse movimento acontece em todo o país e, aqui na Bahia, contempla cidades que simbolizam a diversidade e o potencial das regiões industriais do estado. Nossa expectativa é de forte engajamento das indústrias locais, o que consolidará o evento como um marco para o desenvolvimento regional. O nosso maior objetivo é que haja impactos positivos em relação à inovação, crescimento econômico e geração de valor para todo o Sudoeste da Bahia”, ressalta Antônia Bizerra, gerente de Relações Institucionais da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) na região.
A etapa de Vitória da Conquista conta com a correalização da FIEB, SESI, SENAI, IEL e Sebrae e Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) da Bahia. O encontro tem ainda a parceria do Inova Conquista – Ecossistema Local de Inovação.
Durante o evento, empresas, startups, universidades, instituições públicas e representantes do ecossistema vão compartilhar experiências e discutir caminhos concretos para tornar a indústria mais competitiva. Os painéis trazem modelos de sucesso do Sudoeste baiano, como os cases do IBR Hospital, Teiú e NathFarma (em transformação digital), além da Água de Coco Ice, Alimentos Tia Sônia e Recicla (em transição ecológica).
Na programação, os participantes poderão optar entre dois workshops simultâneos:
As inscrições são gratuitas e as vagas limitadas. Os interessados podem escolher entre participar da programação completa (manhã e tarde), apenas do turno da manhã (palestras e painéis) ou de um dos workshops da tarde. Inscreva-se aqui.
A Jornada Nacional de Inovação da Indústria está percorrendo o Brasil em busca das melhores práticas em soluções tecnológicas e sustentáveis, que serão apresentadas no Congresso Nacional de Inovação, em março de 2026, em São Paulo. A agenda completa dos eventos pode ser conferida no site oficial da mobilização.
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Baixar áudioA Jornada Nacional de Inovação da Indústria, iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), desembarca em Maceió (AL), na próxima terça-feira (23). O evento reunirá lideranças locais para debater a transição ecológica e digital, com foco em soluções regionais capazes de alcançar escala nacional.
O encontro será realizado na Casa da Indústria Napoleão Barbosa, no bairro do Farol. Até março de 2026, a Jornada passará pelas 27 Unidades da Federação e será concluída no 11º Congresso de Inovação da Indústria, em São Paulo.
Para o assessor de Sustentabilidade Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), Júlio Zorzal, o evento é estratégico: “Alagoas será um dos primeiros estados do Nordeste a receber a Jornada Nacional de Inovação da Indústria. A Jornada conecta empresas, startups, universidades, governos e investidores, fortalecendo o ecossistema de inovação de Alagoas e preparando o estado para a economia do futuro”, destaca Zorzal.
A programação contará com painéis sobre os desafios e oportunidades da indústria alagoana, com a participação de empresas como Nosso Mangue, Cooperativa Pindorama, Veolia/Braskem (na área de transição ecológica) e Hand Talk, Telesil e Solar Coca-Cola (em transformação digital).
Também serão realizados workshops sobre acesso a recursos financeiros para inovação, com orientações sobre editais, linhas de financiamento e estratégias para estruturar projetos em empresas de diferentes portes.
A Jornada Nacional de Inovação está percorrendo o Brasil em busca das melhores práticas em soluções tecnológicas e sustentáveis, que serão apresentadas no Congresso Nacional de Inovação, em março de 2026, em São Paulo. A agenda completa dos eventos pode ser conferida no site oficial.
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Baixar áudioA Jornada Nacional de Inovação da Indústria chega ao município de Feira de Santana (BA), no dia 22 de setembro, na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a iniciativa tem como foco impulsionar a transição ecológica e digital no setor industrial, conectando empresas, startups, universidades e o poder público.
A programação inclui palestras, painéis e workshops sobre bioeconomia, sustentabilidade, inovação digital e gestão, além da apresentação de experiências de empresas locais.
Para a gerente de Relações Institucionais da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) na região Central da Bahia, Fernanda Moreira, o encontro será estratégico para o desenvolvimento regional. “Feira de Santana se destaca como um dos mercados mais fortes do interior da Bahia. Possui indústria diversificada, comércio dinâmico e ambiente acadêmico muito ativo. Trazer a pauta da inovação para o território é essencial, porque significa abrir espaço para que empresas de diferentes portes e segmentos tenham acesso a essas novas tecnologias, a novos modelos de negócio e práticas sustentáveis”, afirma.
Segundo Fernanda, o evento fortalecerá conexões estratégicas entre setor produtivo, academia e governo. “A Jornada contribui para reforçar a imagem da cidade como um polo inovador, capaz de atrair investimentos, reter talentos e inspirar novos empreendedores. Então, o evento consolida Feira de Santana no mapa da inovação e no desenvolvimento industrial da Bahia”, completa a gerente.
A etapa de Feira de Santana prevê:
As inscrições são gratuitas e têm vagas limitadas. O participante pode escolher entre três modalidades: acompanhar toda a programação (manhã e tarde), participar apenas do turno da manhã, com palestra e painel de discussão, ou se inscrever exclusivamente nos workshops da tarde, escolhendo uma das duas temáticas disponíveis. Inscreva-se aqui.
A edição de Feira de Santana (BA) conta com a parceria da FIEB e suas casas Serviço Social da Indústria (SESI), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL), do Sebrae Bahia e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), além do apoio da UEFS e o Ecossistema Inova Feira de Santana de Negócios.
A Jornada Nacional de Inovação está percorrendo o Brasil em busca das melhores práticas em soluções tecnológicas e sustentáveis, que serão apresentadas no Congresso Nacional de Inovação, em março de 2026, em São Paulo. A agenda completa dos eventos pode ser conferida no site: www.jornadanacionaldeinovacao.com.br.
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Baixar áudioO Brasil caiu pelo segundo ano consecutivo no Índice Global de Inovação (IGI) e está em 52º entre 139 países. O ranking anual é elaborado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) e conta com a colaboração da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A pesquisa analisou 80 indicadores, divididos entre insumos de inovação (inputs) e resultados de inovação (outputs).
Os resultados dos últimos dois anos interrompem uma trajetória de crescimento brasileiro, entre 2020 e 2023. O país também perdeu a liderança entre as 21 economias da América Latina e Caribe, ultrapassado pelo Chile.
De acordo com o especialista em Inovação da CNI, André França, é importante compreender as diferenças econômicas entre Brasil e Chile para interpretar o ranking. “O Brasil é um país de renda média-alta. O Chile, líder no ranking, é uma economia menor, mas de alta renda – ou seja, mais rica, que também pressupõe ser mais inovadora. O Chile está performando como esperado e o Brasil está acima dessa performance esperada para outros países de renda média-alta”, detalha.
Entre as 36 economias de renda média-alta, o Brasil ocupa o 5º lugar, atrás de China, Malásia, Turquia e Tailândia. André França destaca que essa é a primeira vez que a China aparece entre as dez economias mais inovadoras do mundo.
O relatório evidencia ainda uma desaceleração global nos investimentos em pesquisa, desenvolvimento de tecnologias e novos produtos, após o crescimento observado no período pós-pandemia.
O Brasil apresentou melhor desempenho em resultados de inovação (50º lugar) do que em insumos de inovação (63º lugar). Isso evidencia a capacidade de transformar investimentos em produtos e serviços, mas também revela limitações em áreas como infraestrutura e pesquisa, educação e desenvolvimento.
Diante dos dados, França reforça a necessidade de aprimorar o ambiente de negócios no país: “Governo mais eficaz, agências reguladoras mais qualificadas, alinhadas com práticas internacionais. Aí sim, teremos uma performance de inovação, de desenvolvimento de novos serviços e produtos inovadores, que vai, inclusive, nos alçar a melhores posições”, ressalta.
O relatório também aponta avanços expressivos em:
A indústria brasileira tem papel central no ambiente de inovação, com empresas como Petrobras, Vale, Embraer e TOTVS entre as duas mil que mais investem em pesquisa e desenvolvimento no mundo.
Já entre as universidades, destacam-se as de São Paulo (USP), Campinas (Unicamp) e Rio de Janeiro (UFRJ). Também ganham espaço as startups Quinto Andar, C6 Bank e Nuvemshop.
A CNI realiza uma série de ações de fomento ao desenvolvimento industrial. Entre elas, está o acordo de cooperação técnica com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para ampliar a inserção de pesquisadores no setor produtivo. A iniciativa tem como meta reforçar a inovação, a competitividade industrial e a integração entre empresas e academia.
O acordo terá vigência inicial de dois anos, até julho de 2027. Entre as ações previstas estão intercâmbio de informações e produção de estudos, monitoramento da empregabilidade de mestres e doutores, avaliação de programas estratégicos, como o Inova Talentos, criação de um painel nacional para mapear pesquisadores por área de atuação, e identificação de bolsistas do CNPq já inseridos na indústria.
“Esse tipo de parceria vai permitir compreender mais essa dinâmica de relação entre as universidades, programas de pesquisa, os egressos também das universidades, nessa interação entre a universidade e a indústria, que nós sabemos que é muito importante para o processo de inovação do país”, explica o superintendente do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra.
Com o acordo, a expectativa é ampliar a conexão entre empresas e pesquisadores e gerar subsídios para o aperfeiçoamento de políticas públicas em ciência, tecnologia e inovação.
O índice pondera os resultados de acordo com sete categorias: cinco de insumos (instituições, capital humano e pesquisa, infraestrutura, sofisticação de mercado e sofisticação de negócios) e duas de resultados (conhecimento e tecnologia e criatividade). O Brasil se sai melhor em sofisticação empresarial (39º), capital humano e pesquisa (48º) e resultados criativos (50º), mas ainda enfrenta fragilidades em instituições (107º) e sofisticação de mercado (71º).
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Baixar áudioO Instituto Euvaldo Lodi (IEL) anunciou, nesta terça-feira (16), a abertura de 194 vagas do programa Inova Talentos, com bolsas que chegam a R$ 12 mil. As oportunidades são voltadas para técnicos de nível superior, graduandos, mestres e doutores em áreas como Administração, Engenharias, Farmácia, Química, Estatística e Biotecnologia. Os selecionados poderão atuar de forma presencial, híbrida ou remota, em projetos de inovação e tecnologia com duração de até 12 meses, em empresas de grande porte da indústria brasileira.
Presente em vários estados, entre eles São Paulo, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco, o programa conecta talentos qualificados às demandas reais do setor produtivo.
De acordo com a gerente de Carreiras e Desenvolvimento Empresarial do IEL Nacional, Michelle Queiroz, o Inova Talentos se consolidou como um elo entre academia e indústria, oferecendo aos participantes experiência prática e portas abertas no mercado.
“O Inova Talentos é uma ponte estratégica entre profissionais qualificados e empresas inovadoras, impulsionando carreiras e promovendo o desenvolvimento sustentável da indústria nacional. Os participantes têm oportunidade de atuar em projetos de inovação, adquirindo experiência prática e desenvolvendo habilidades técnicas e comportamentais alinhadas às necessidades do mercado. Isso contribui para acelerar projetos de pesquisa e desenvolvimento, aumentar a competitividade e promover uma cultura interna de inovação”, destaca.
Entre os bolsistas do Inova Talentos está Alysson Gabriel. Ele é estudante de Engenharia Agronômica e Agrotecnologia e atua em uma concessionária agrícola, no município mato-grossense de São Félix do Araguaia.
Natural de Nova Olímpia – cidade a mais de mil e duzentos quilômetros de São Félix –, ele conta que a bolsa significa mais do que aprendizado técnico. “[Antes da bolsa] Nunca me imaginaria onde estou agora e no que vou me tornar daqui a um ano. Com as certificações que terei ao final da conclusão dessa bolsa, tenho certeza que terei vaga de emprego garantida, porque já terei o conhecimento e só vou colocá-lo em prática.”
Para o estudante, o programa abre a visão de um futuro “brilhante”. “A empresa me ajuda bastante nas minhas dúvidas e sempre fazemos as coisas com a maior cautela possível, para sermos excelentes profissionais no futuro”, relata.
Entre as oportunidades do Inova Talentos, destacam-se posições em grandes empresas nacionais e multinacionais. Confira as vagas em destaque:
As inscrições são gratuitas e estão abertas no site do programa Inova Talentos. Cada unidade do IEL estadual é responsável pela seleção e acompanhamento dos bolsistas. Confira as oportunidades disponíveis na página do Inova Talentos, no Portal da Indústria.
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Baixar áudioO Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi) já beneficiou 2,7 mil empresas entre 2023 e 2025, e deu início à construção de seu novo ciclo, mais voltado à sustentabilidade e à digitalização. As informações são da coordenadora nacional do programa pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Suzana Peixoto.
O Procompi é uma iniciativa conjunta entre a confederação e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Criado há 23 anos, oferece soluções personalizadas para apoiar a modernização, a gestão e a inovação de micro e pequenas indústrias (MPEs).
Nos últimos dois anos, 140 projetos foram executados pelo projeto, cada um atendendo, em média, 19 empresas. “Estamos atendendo mais de duas mil empresas, com muitas ações que estão ajudando a transformar essas empresas rumo à sustentabilidade e à digitalização, com resultados muito importantes, como redução de custos que levam ao aumento da capacidade dessa empresa a investir e a crescer”, explicou Suzana Peixoto.
O balanço foi feito durante o Encontro Nacional de Gestores do Procompi, realizado nesta quinta (11) e sexta-feira (12), em Salvador (BA), reunindo gestores e especialistas da indústria de 21 estados.
No segundo dia do encontro na capital baiana, os gestores participaram da construção coletiva do Procompi 2.0, definindo prioridades e diretrizes para o próximo ciclo. “O novo Procompi estará cada vez mais conectado com as tendências globais do setor industrial e do mundo, que são a sustentabilidade e a digitalização. E vamos, nesse sentido, trazer todas as oportunidades, programas e todas as conexões disponíveis no ecossistema brasileiro, para melhor atender o empresário de pequeno porte do Brasil”, destacou a coordenadora.
A programação do encontro contou com palestras, painéis, dinâmicas e relatos de experiências transformadoras de empresários que já participaram do programa. Os debates abordaram temas como ESG (sigla em inglês que se traduz para Ambiental, Social e Governança) e sustentabilidade, Indústria 4.0, inteligência artificial, gestão e liderança.
Para Suzana, a sobrecarga dos empresários na parte operacional dos negócios é desafiadora para as pequenas indústrias, o que dificulta o planejamento estratégico. “O desafio da pequena empresa está justamente no papel do empresário, que em geral ele se ocupa muito na operação, no dia a dia da empresa, mas também esse empresário deveria estar preocupado com as tendências, com o crescimento e suas estratégias empresariais. Então, é nesse sentido que o Procompi traz muito conhecimento, tecnologias adaptadas para cada caso empresarial, para que ele possa se aperfeiçoar e crescer, ter potencial de crescimento”, explicou.
Os gestores debateram também como as tecnologias digitais e a inteligência artificial estão chegando às pequenas indústrias. Para o pesquisador do SENAI Cimatec, André Oliveira, a transição digital é um caminho sem volta. “A inteligência artificial vai se tornar uma commodity. Quem não adotar agora, vai perder espaço”, alertou.
Já o superintendente de Política Industrial da CNI, Fabrício Silveira, reforçou que a IA não é apenas para grandes corporações, as pequenas empresas podem começar com aplicações simples. “As pequenas indústrias são justamente as que têm mais potencial de ganho com esse processo. Hoje, elas podem acessar informação, capacitação e até financiamento via Sebrae, Senai e NACs. A IA tem potencial de revolucionar tudo, inclusive a forma como os trabalhadores atuam dentro da empresa”, reforçou.
O encontro em Salvador evidenciou que apoiar micro e pequenas indústrias não se resume a indicadores. Segundo a CNI, trata-se da construção de uma indústria mais competitiva, inovadora e sustentável. Com o início do novo ciclo do Procompi, a prioridade passa a ser a integração, o acompanhamento constante e o fortalecimento das conexões entre empresas e instituições.
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