Tecnologia

31/01/2024 21:30h

Até dezembro de 2023, apenas 399 municípios tinham normas adequadas para a implantação da tecnologia

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Enquanto o 5G avança em termos de velocidade e qualidade, as leis municipais brasileiras não acompanham essa evolução. Levantamento feito pela Conexis Brasil Digital, com base em dados do Conecte 5G, mostra que até dezembro de 2023 apenas 399 cidades (7,16% dos municípios brasileiros) têm normas adequadas para a implantação da tecnologia.

Por conta disso, as operadoras, que precisam cumprir regras e prazos estipulados no leilão da Anatel, realizado em 2021, se desdobram para ampliar a cobertura e, ao mesmo tempo, não descumprirem dispositivos da legislação.

“As operadoras precisam instalar o 5G por uma obrigação do edital, elas têm compromissos a cumprir. O que acontece neste momento é que devido à necessidade de licenciar, que a gente chama de infraestrutura de suporte, que são as torres, elas [operadoras] estão fazendo esse trabalho por meio de modernizar uma estrutura existente”, afirma Diogo Della Torres, coordenador de Infraestrutura da Conexis Brasil Digital. Isso, aponta ele, significa usar uma torre já existente e substituir a tecnologia antiga por uma compatível com o 5G. 

Mais antenas para a nova tecnologia

O deputado Vitor Lippi (PSDB-SP), que é autor do PL que altera a Lei Geral das Antenas (13.116/2015), diz que o Brasil já 'avançou muito' na quinta geração de internet para redes móveis e de banda larga, mas ressalta que 'ainda há um longo caminho pela frente'.

“Mesmo as cidades que já contam com a tecnologia, não é possível dizer que elas estão recebendo o 5G com qualidade. Isso porque a tecnologia depende do número de antenas — uma vez que o 5G depende de 10 vezes mais antenas do que o 4G. E apesar de serem antenas menores, elas também precisam de licença, de projetos de engenharia e investimento para isso”, detalha o parlamentar.  

Lippi salienta ainda que, apesar do crescimento da tecnologia e das instalações, o resultado de uma melhor qualidade do 5G só deve ser observado em alguns anos. 

Capitais com problemas 

Belo Horizonte, Fortaleza, Natal e Recife têm o sinal do 5G desde 2022, mas fazem parte da lista de 92% das cidades sem regulamentação que atendem especificações da Lei Geral de Antenas, a exemplo de processos de licenciamento apropriados à expansão da tecnologia. Della Torres cita que a principal consequência deste problema é a insegurança jurídica que breca o investimento das operadoras. 

“A própria população exige uma expansão da cobertura, eventualmente ela não consegue ser realizada da melhor maneira possível. E quando há atualização legislativa, boa parte das vezes a nova legislação possui parâmetros distintos daqueles anteriormente vigentes. E aí é necessário um processo de adequação. Dependendo de como esse normativo é colocado na sua modernização, é possível que haja necessidade de retirar algumas estruturas", pontua. 

Além da ampliação do número de antenas nas capitais, o edital do 5G prevê como próximas metas a instalação da tecnologia nas cidades com mais de 500 mil habitantes até julho de 2025. Já para cidades com mais de 200 mil moradores, o prazo vai até julho de 2026. A boa notícia é que boa parte do setor já antecipou o calendário. Hoje, todas as cidades com mais de 500 mil habitantes e a maioria das cidades com mais de 200 mil já contam com 5G em operação comercial.

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29/01/2024 04:15h

País lidera Índice Global de Inovação na América Latina, mas investimentos no setor ainda são baixos se comparados a outros países

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A chamada Lei do Bem (11.196/2005) alavancou R$ 205 bilhões em investimentos de empresas privadas em pesquisa, desenvolvimento e inovação no país em 18 anos, de acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Somente em 2022, foram aplicados mais de R$ 35 bilhões. Segundo a pasta, para cada real de incentivo fiscal concedido por meio da lei, R$ 4,60 são investidos pelas companhias.

Embora tenha passado a liderar o Índice Global de Inovação na América Latina, conforme os dados do relatório Indicadores Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação, publicado pelo MTCI em 2023, o país investiu apenas 1,14% do PIB no setor em 2020 (US$ 36,8 bilhões). Bem abaixo quando comparado com nações como Israel e Coreia do Sul, que investiram, respectivamente, 5,44% e 4,81% da soma de suas riquezas.

A Lei do Bem é considerada o principal instrumento nacional de incentivo às atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). O doutor em direito tributário Cassiano Menke explica que o objetivo é criar condições para estimular investimentos na área.

“Visa, com isso, fazer com que os incentivos favoreçam a competitividade brasileira relativamente ao exterior, interna e externamente, a competitividade das empresas brasileiras que investem em tecnologia, que fazem investimentos para trazer inovação no ambiente industrial. É uma lei de incentivo à pesquisa, à tecnologia e à inovação”, resume. 

Modernização

Tramita na Câmara dos Deputados o PL 4944/2020, de autoria da deputada federal Luísa Canziani (PSD-PR), que propõe a modernização e o aprimoramento da Lei do Bem. Entre outros pontos, o projeto permite que as empresas utilizem os benefícios fiscais em exercícios subsequentes — e não apenas no ano seguinte da concessão. Também amplia as possibilidades de investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação que podem ser abatidas dos tributos a pagar.

Outro trecho permite a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre equipamentos, máquinas, aparelhos e instrumentos destinados às atividades de PD&I. Hoje, a Lei do Bem estabelece a redução de 50% da cobrança federal. Se aprovada, a proposta estende os benefícios previstos na lei para as micro e pequenas empresas, que movimentam cerca de 30% do PIB e representam 99% dos estabelecimentos do país, segundo dados do Sebrae.

O deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP) é o relator da matéria na Câmara. Segundo o parlamentar, a modernização da Lei do Bem amplia os incentivos para pesquisa, desenvolvimento e inovação e possibilita maior competitividade às indústrias e às empresas brasileiras. 

“A importância da aprovação da nova Lei do Bem se justifica por ser uma das mais importantes áreas de financiamento de pesquisa, desenvolvimento e inovação do nosso país. Todos nós sabemos que os países que mais se desenvolveram no mundo foram aqueles que mais investiram em pesquisa, desenvolvimento e inovação — e o Brasil ficou para trás nessa corrida. Precisamos recuperar o país e investir mais”, defende. 

Brasil sobe duas posições no ranking de exportações e ultrapassa Suécia e Indonésia
Infraestrutura: Investimento público cobriu pouco mais de 10% do necessário para o setor em 2023
 

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Brasil Mineral
24/01/2024 16:45h

O objetivo do evento é reunir as principais referências brasileiras no âmbito da tecnologia mineral

A Federação das Indústrias de Goiás – FIEG realiza, dia 21 de fevereiro, a partir das 9h, o Encontro de Centros de Tecnologia Mineral. O objetivo do evento é reunir as principais referências brasileiras no âmbito da tecnologia mineral, o que abrange os segmentos dos meios acadêmico, governamental e empresarial para mapear capacidades, desafios e oportunidades para maximizar a agregação de valor ao Patrimônio Mineral Brasileiro, mediante a verticalização da indústria de base mineral e sua a inserção competitiva nos níveis de maior valor agregado das cadeias produtiva globais.

A mineração é, historicamente é uma atividade complexa e sua eficiência e sustentabilidade dependem da disponibilidade de três elementos: recursos minerais, capital e tecnologia. Ao longo das últimas décadas, as políticas públicas brasileiras têm focado principalmente nos dois primeiros elementos (recursos minerais e capitais), entretanto uma das razões para a estagnação é a deficiência do parque tecnológico dedicado à indústria mineral. Encontrar jazidas ocultas e processar minérios complexos e não-tradicionais exige a articulação de esforços consideráveis não só na aplicação, mas também no desenvolvimento de novas tecnologias de pesquisa, processamento e industrialização de minerais, processo esse que exige considerável mobilização de recursos financeiros, técnicos e científicos altamente especializados, impossíveis de serem encontrados em uma única instituição.

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Ciência & Tecnologia
22/01/2024 04:20h

Tecnologia tem crescido no Brasil e acessos já superam números de usuários do 2G e 3G

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Há um ano e meio em funcionamento no Brasil, a tecnologia 5G já tem mais acessos do que a soma de usuários que ainda usam o 2G e o 3G. Segundo o painel de dados sobre telefonia móvel da Anatel, em novembro de 2023 houve 18,9 milhões de acessos no 5G, enquanto os acessos de 2G e 3G, somados, chegaram a 16 milhões.

A tecnologia é capaz de aumentar em até 10 vezes a velocidade da internet e também permite a interconexão de equipamentos e dispositivos e o acesso a produtos inovadores e utilidades domésticas, desenvolvendo a chamada Internet das Coisas (IoT). O que para o deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP) tem impacto direto no desenvolvimento da indústria no Brasil. Isso porque, segundo o parlamentar, o 5G permite o crescimento e a competitividade do setor. 

“Há uma expectativa que a implantação do 5G aumente em mais de 20% a produtividade das indústrias, podendo transformá-las em indústrias inteligentes, que utilizam a banda larga de alta velocidade, permitindo o uso da inteligência artificial, equipamentos de IoT. São muitas as novas tecnologias e todas elas dependem do 5G,” afirma Lippi, que é autor do PL que altera a Lei Geral das Antenas (13.116/2015). 

Confira se sua cidade já tem autorização para o 5G

Entraves

A implementação do 5G em todo o país esbarra em questões de infraestrutura e legislações ultrapassadas. A tecnologia da internet móvel de quinta geração precisa de novas antenas, não previstas na maioria das leis municipais do país. Com isso, a autorização de instalação dessa infraestrutura pode demorar de meses a anos.  

Como solução de parte do problema, foi sancionada em julho do ano passado a Lei 14.424/2022, que altera a Lei Geral das Antenas. Entre outros pontos, a norma atualizada autoriza o licenciamento temporário de infraestruturas de suporte a redes de telecomunicações em áreas urbanas, como antenas de telefonia celular, caso não seja cumprido o prazo de 60 dias para emissão de licença pelo órgão competente. 

O problema é que muitos municípios não têm legislação para iniciar o licenciamento de infraestrutura de comunicação, necessário para instalação de torres, por exemplo. Segundo Diogo Della Torres, coordenador de Infraestrutura da Conexis Brasil Digital, a maioria das cidades se utiliza de códigos de edificações e obras para analisar solicitações sobre os empreendimentos de telecomunicações. 

“O que ocorre é que esses códigos de obras têm regras aplicáveis para edificações e outros tipos de infraestruturas. Já para infraestrutura de telecomunicações, esse normativo é restritivo. Então, em algumas situações, a solicitação da operadora é automaticamente negada porque está em conflito com o regramento que não é feito para ser de telecomunicações.” 

Apesar dos entraves burocráticos, Della Torres explica que a tecnologia tem avançado mais que o previsto pelo leilão do 5G, feito pela Anatel em 2021. Naquela época, ficou determinado que as operadoras deveriam instalar a tecnologia apenas nas 27 capitais. Hoje, o 5G está em 314 cidades. 

“Isso é um esforço que as operadoras têm feito para antecipar os compromissos feitos no leilão do 5G. O que podemos trazer como boa notícia é que o setor tem se esforçado, assim como a Anatel, para levar o 5G o quanto antes para todos os municípios brasileiros", completa.

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Educação
20/01/2024 14:00h

O Brasil tem dois milhões de alunos fora da escola, mas investimentos em tecnologia e infraestrutura podem ser capazes de melhorar esse quadro

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Uma avaliação internacional feita a cada três anos, em 81 países, analisa o desempenho de estudantes de 15 anos em três áreas: matemática, ciências e leitura. A edição de 2022, divulgada no fim de 2023, mostrou resultados do efeito que a pandemia teve sobre os estudantes em todo o mundo. 

Segundo o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), 73% dos alunos brasileiros não alcançaram o patamar mínimo de aprendizagem em matemática, 50% não atingiram o mínimo em leitura e 55% em ciências. Uma régua desleal, segundo a doutora em educação e professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), Catarina de Almeida Santos. “Quando falamos de Brasil, estamos usando a mesma régua para medir realidades muito diferentes —  e isso, por si só, já é um grande complicador.”

A educadora ainda cita uma outra questão com relação a esse tipo de avaliação. “Medir qualquer processo avaliativo ou dizer que a qualidade de um processo de formação pode ser medido por uma prova, já é um problema. Quando pegamos um país com a complexidade do Brasil — e aí quando você pega uma régua internacional para medir isso, a situação se complica ainda mais.” 

Para Catarina os resultados do Pisa mostram que não mexemos no processo da educação — e que não estamos garantindo condições objetivas de ensinar e aprender. 

Evasão escolar, um problema driblado por Goiás 

Muitas são as causas que podem levar um estudante a abandonar a escola, mas a pandemia de Covid-19 agravou o quadro e segundo uma pesquisa feita pelo Unicef, cerca de 2 milhões de crianças e adolescentes — entre 11 e 19 anos — estão fora da escola no Brasil. 

Um dos estados que conseguiu driblar esses números e reduzir a evasão escolar foi Goiás, que entre 2018 e 2022 fez com que esse número caísse 54%. Segundo o governador, Ronaldo Caiado, o investimento em escolas de tempo integral, entre outras melhorias, foram os responsáveis pelo avanço nos números. 

“Isso motivado por tudo aquilo que nós fornecemos, como uniformes, laboratórios de química, física e biologia, além de multiplicar por cinco o número de colégios em tempo integral no estado; hoje já são 256.” 

Outro investimento que mudou a cara da educação de Goiás foi a aposta em tecnologia e em inovação.

“Fazendo com que todos os nossos alunos do nono ao terceiro ano do ensino médio tivessem a oportunidade de ter o Chromebook da Google, tivessem acesso ao laboratório de informática. Retirando a criança do analfabetismo digital, que nem todos os colégios públicos tinham, a oportunidade oferecer isso ao nosso jovem”, acrescenta o governador que tem por objetivo este ano, ficar em primeiro lugar na avaliação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Os vários caminhos para se combater a evasão

Para a especialista em educação, tanto a evasão escolar quanto a retenção, são multifatoriais e precisam levar em consideração muitos aspectos.

“Fazer com que os estudantes permaneçam na escola significa a gente fazer escolas que possam ser, de fato, chamadas de escolas. Além disso, garantir condições extra-escolares que façam com que eles possam permanecer na escola, construir uma escola que seja interessante, ter professores e professoras em condições e comprometidos com essa escola.”

“São muitos os caminhos para combater a evasão escolar — e não é um caminho único para todas as localidades” , enfatiza a especialista. 
 

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15/01/2024 00:11h

Em 2023, 81% dos jovens entre 18 e 24 anos e 71% entre 25 e 34 anos optaram pelo pagamento por aproximação. Apesar da popularidade, especialistas alertam para os riscos de crimes cibernéticos

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O pagamento feito com cartão por aproximação foi preferência de 81% dos jovens entre 18 e 24 anos, em 2023. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). 

A tecnologia é a que mais cresce entre os meios de pagamento, conforme o levantamento da Abecs. Com alta de 66,3% no terceiro trimestre de 2023, em relação ao mesmo período de 2022, o tipo de serviço movimentou R$ 256,5 bilhões no ano passado. 

Pela primeira vez, os brasileiros pagam mais por aproximação do que com cartão tradicional em compras presenciais. Em setembro de 2023, mais da metade (52,3%) das transações presenciais foram realizadas com a tecnologia NFC (Near Field Communication) que permite ao cliente realizar o pagamento.

Já em quantidade de transações, foram registrados mais de 119 milhões de pagamentos com cartões, por dia, durante o terceiro trimestre do ano passado. Ao todo, foram 10,7 bilhões de transações, o que representou um crescimento de 12,9% em comparação com o mesmo período de 2022.
 

Golpe do cartão por aproximação

Apesar da popularidade, especialistas alertam para os riscos de crimes cibernéticos relacionados ao pagamento por aproximação, como o golpe do cartão por aproximação e roubo de dados. 

Segundo o advogado especialista em direito digital Luiz Augusto D’Urso, já existem vírus capazes de manipular o sistema das máquinas de cartão de crédito. Esse vírus bloqueia o pagamento por aproximação e leva o cliente a só efetuar a compra após inserir o cartão na máquina. Desta forma, os cibercriminosos conseguem capturar dados como senha e código de verificação.

“Primeiro, eles [vírus] desativam aquele sistema de pagamento por aproximação para obrigar o consumidor a inserir o seu cartão na maquininha e digitar a sua senha. Ao fazer isso, essa máquina que já está programada para subtrair essas informações será utilizada para depois acessar esses dados coletados indevidamente”, explica.

Para D'Urso, estabelecimentos com sistemas desatualizados ou com licenças piratas acabam deixando as maquininhas utilizadas para pagamentos com cartão ainda mais vulneráveis.

Já para o advogado especialista em direito penal, Bruno Feldens, os avanços tecnológicos trouxeram inúmeros recursos e possibilidades, mas, conforme a tecnologia prospera, as vulnerabilidades e técnicas de invasão também crescem.

“Com o incremento tecnológico da vida moderna, os criminosos também vão se adaptando e vão evoluindo e vão criando técnicas cada vez mais rebuscadas para fraudar, para enganar as vítimas, enganar os sistemas, se aproveitando de certas vulnerabilidades de segurança dos sistemas para dar golpes”, aponta.

Golpe do cartão por aproximação: como se proteger

Mesmo os criminosos se aperfeiçoando cada vez mais, os especialistas dizem que é possível se proteger com alguns cuidados e atenção na hora da compra. Coforme orientação de Luiz Augusto D’Urso, ao utilizar o cartão por aproximação, se a máquina der problema, verificar a razão desse problema e cancelar a operação solicitando nova forma de pagamento.

Bruno Feldens concorda e ainda reforça a importância da vítima procurar as autoridades para fazer a denúncia. “Quanto mais vítimas fizerem o registro do fato maior a chance da polícia conseguir chegar até os criminosos porque a partir da pluralidade de vítimas as investigações podem tomar um caminho mais fácil de ser seguido”, revela.

De acordo com Feldens, o crime é caracterizado como furto e a pena para quem pratica esse tipo de crime pode chegar a 8 anos de prisão. “Esse meio que eles utilizam pode ser enquadrado no furto mediante fraude, uma vez que eles estão subtraindo coisa alheia mediante fraude. Esse é um crime tipificado no Código Penal e que tem uma pena de até 8 anos”, destaca.

Por meio de nota, a Abecs, associação que representa o setor de meios eletrônicos de pagamento, informa que, “até o presente momento, não identificou junto às empresas associadas nenhuma evidência da ação de um suposto malware nas máquinas de cartão que estaria bloqueando as transações por aproximação. Para evitar possíveis golpes, a Abecs recomenda aos lojistas que fiquem atentos a eventuais ligações telefônicas de falsos técnicos e confirmem a identidade do profissional sempre que receber um contato da empresa credenciadora.”

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15/12/2023 04:30h

Texto delega ao governo federal responsabilidade de elaborar política de incentivo à indústria, tecnologia e comércio exterior, com definição de objetivos e metas para quatro anos consecutivos

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A Câmara dos Deputados analisa um projeto de lei que estabelece as linhas gerais de uma política industrial, tecnológica e de comércio exterior a ser formulada pelo governo federal. Trata-se do PL 4133/2023, de autoria do deputado Heitor Schuch (PSB-RS).

O texto diz que, ao final do primeiro ano de mandato, o presidente em questão deverá apresentar ao Congresso Nacional a política que vai implementar durante os quatro anos seguintes. O Executivo terá ainda que traçar objetivos e metas para o período, bem como quais as medidas vai tomar para alcançá-los. O PL também determina que o governo federal preste contas ao Legislativo, anualmente, sobre o cumprimento e avaliação dos resultados. 

Docente de Planejamento Industrial da Universidade Presbiteriana Mackenzie, André Luís Helleno elogia a proposta. "A grande vantagem desse projeto de lei, que talvez seja um marco para nós, é que o Congresso esteja discutindo o início da política de industrialização do país e que essa discussão permeie governos, e fique uma política de Estado, lógico que com ajustes periódicos, mas sem conseguir mudar drasticamente as visões", avalia. 

De acordo com a proposta, a política industrial, tecnológica e de comércio exterior do Brasil deverá ser elaborada em conformidade com a estratégia de redução das emissões de gás carbono e de transição para fontes limpas de energia. 

Heitor Schuch diz que o projeto é resultado da colaboração de inúmeros atores. O parlamentar afirma que o Plano Safra — iniciativa que fomenta a produção agropecuária brasileira — é exemplo a ser seguido pelo governo quando o assunto é industrialização. 

"Acho que o governo percebeu que precisa fazer mais. E o nosso projeto da política é mais ou menos isso. É o governo criar as regras do jogo, que o governo tenha, a exemplo do que tem na agricultura, um plano, pode ser anual, para a retomada e o desenvolvimento da indústria", compara. 

O texto já foi aprovado nas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) e de Indústria, Comércio e Serviços (CICS). Ainda terá que passar pelas comissões de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCTI), Constituição e Justiça (CCJ) e Desenvolvimento Econômico (CDE). 

Reforma tributária: solução para Zona Franca melhorou no Senado, mas ainda não é a ideal

PL que amplia fontes de financiamento para infraestrutura está pronto para ser votado

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02/12/2023 18:00h

Número de cidades com aval para implementação da nova geração de internet móvel passa de 3.000, mas sinal efetivo para a maioria esbarra em legislação desatualizada ou inexistente, ressaltam especialistas

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A partir desta segunda-feira (4), mais 623 municípios brasileiros terão autorização para receber o 5G. As prestadoras de telefonia móvel que adquiriram lotes na faixa de 3,5 GHz – frequência por onde passa o sinal da tecnologia – poderão pedir à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) o licenciamento e ativação de estações da quinta geração de internet móvel nessas cidades. 

Com isso, 3.079 dos 5.570 municípios do país estarão aptos a disponibilizar o chamado 5G puro (standalone) aos seus moradores. O coordenador de Infraestrutura da Conexis Brasil Digital, Diogo Della Torres, afirma que o cronograma de implantação da tecnologia no país supera as expectativas. 

"Hoje, as operadoras são obrigadas a ter a tecnologia disponível somente nas capitais brasileiras, mas nós já contamos com 314 cidades em que o 5G já está disponível para a população. Isso é um resultado muito satisfatório", disse. 

O especialista ressalta que o ritmo de implantação não é o único aspecto a se destacar quando o assunto é o 5G no Brasil. "A qualidade da tecnologia 5G vem sendo reconhecida até mesmo em rankings internacionais como, por exemplo, da Opensignal, que coloca a velocidade de download do 5G, no Brasil, em terceiro lugar no mundo", diz. 

Segundo a Anatel, com a liberação do 5G em mais 623 municípios, serão 172 milhões de brasileiros vivendo em cidades com permissão para funcionamento da tecnologia, o que corresponde a cerca de 81% da população. 

Confira aqui se o seu município está entre os 623 que receberam sinal verde da Anatel para a chegada do 5G. 

Gargalos

A autorização por parte da Anatel não garante, no entanto, que o 5G vai começar a funcionar de imediato nos municípios autorizados. Isso porque além de o processo depender do planejamento das operadoras de internet móvel, as cidades precisam ter legislações atualizadas e modernas para permitir a instalação das antenas do 5G. 

Ugo Dias, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB), afirma que uma legislação voltada para novas tecnologias é uma dificuldade histórica de boa parte das cidades brasileiras. "Em alguns locais, a legislação de antenas ou de instalação de antenas limitam o processo de avanço tecnológico. E isso impõe dificuldade para instalação dessas novas redes", afirma. 

"A legislação de antenas visa o interesse do cidadão daquele determinado município, mas é daquele tipo de legislação que precisa ser sempre observada para ser atualizada no mesmo compasso que a atualização tecnológica", completa. 

De acordo com o portal Conecte5g, até setembro deste ano, apenas 459 municípios tinham a Lei de Antenas atualizada, o que corresponde a 9% das cidades brasileiras. A disparidade entre os municípios que têm autorização da Anatel para operar o 5G e aqueles que, de fato, contam com a tecnologia é significativa. 

A altíssima velocidade do 5G em comparação ao 4G exige de cinco a dez vezes mais antenas do que as existentes no país, segundo a Conexis Brasil Digital. Diogo Della Torres explica que a chegada do 5G aos moradores de uma cidade autorizada depende da agilidade do poder público. 

"Diversos municípios não têm ainda uma legislação específica com as regras e todas as informações que são necessárias para submeter o licenciamento da infraestrutura de suporte [à antena] à análise da prefeitura. Por esse motivo, em diversos municípios as operadoras não têm resposta aos pedidos de licenciamento ou demora-se meses. Dessa forma, o investimento das operadoras não se traduz em conectividade para o cidadão e, muitas vezes, deixa de ser realizado devido à morosidade que os municípios têm em analisar e autorizar a instalação dessas infraestruturas", afirma. 

Apoio

Entidades ligadas às prestadoras de internet e também aos municípios contam com uma série de documentos de apoio e mesmo sugestões de projetos de lei que podem ser adequados pelos gestores à realidade de suas cidades, de modo a desburocratizar a implementação do 5G. 

Tecnologia 5G completa um ano no Brasil com avanço rápido, mas enfrenta problemas em legislações municipais

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Brasil Mineral
22/11/2023 13:45h

A Kinross é uma das pioneiras no Brasil em utilizar a tecnologia de autonomia total dos equipamentos

A Kinross deu mais um passo rumo à Indústria 4.0 ao colocar parte da frota de perfuratrizes Pit Viper 271, que operam na Mina Morro do Ouro, em funcionamento 100% autônomo. As perfuratrizes têm como função executar os furos onde são colocados os explosivos necessários para o desmonte de rocha. A Kinross é uma das pioneiras no Brasil em utilizar a tecnologia de autonomia total dos equipamentos, que chegou para atender à necessidade de aumento de produtividade da mina, já que a mineradora deu um salto significativo de incremento de material processado.

Denominado Full Autonomous, o projeto começou a ser implementado em 2021 em conjunto com a fabricante das perfuratrizes Pit Viper 271 e desenvolvedora do sistema que torna as perfuratrizes independentes para o trabalho. A primeira etapa consistiu na implantação da infraestrutura de rede sem fio na mina, necessária para a comunicação dos servidores com as máquinas. As especificações foram definidas pela fabricante e a execução da rede ficou a cargo da equipe de Tecnologia Operacional da Mina da Kinross. “Importante ressaltar que além da pesquisa mineral, a Kinross investe em tecnologias inovadoras e modernas de extração, eficiência operacional e ambiental”, afirmou o vice-presidente de Operação da Kinross, Rodrigo Gomides. “Este projeto realizado em parceria com a Epiroc, é mais um exemplo da forma de atuar da Kinross, sempre em prol de uma mineração cada vez mais eficiente, sustentável, segura, inclusiva e responsável”.

Como toda nova tecnologia, antes de tornar a operação totalmente autônoma a Kinross realizou testes com duas máquinas, que passaram por modernização de sistema em abril e maio de 2022 para serem operadas remotamente por um profissional, a partir de uma sala de controle instalada na mina, com o uso de câmeras. Após o teste no sistema, a próxima etapa foi a atualização do sistema para o modo livre de operador.

No total, serão seis perfuratrizes operando totalmente autônomas. O sistema foi implantado primeiro nas três perfuratrizes mais novas, adquiridas em 2021 e 2022 e que já estão operando na mina Morro do Ouro. As demais, adquiridas em 2018 e 2020, serão atualizadas nos próximos meses.

Para funcionarem de maneira independente, os técnicos enviam para as máquinas os dados e parâmetros para a execução do trabalho, como a posição e a profundidade de perfuração de cada furo, controle de vibração, entre outros. A partir daí, a máquina analisa a melhor sequência, considerando a produtividade e outros fatores da região a ser trabalhada e já segue para a execução.

A Kinross vai aumentar a produção de 70 para 120 milhões de toneladas movimentadas na mina anualmente, e decidiu ser necessário investir no aumento de desmonte de rocha. Com isso, os técnicos da Kinross pesquisaram no mercado tecnologias que poderiam ser utilizadas para acompanhar o ritmo de produção. A solução encontrada passava pelo aumento de produtividade das perfuratrizes.

Com a automação, a mineradora conseguiu eliminar os tempos de intervalos do operador, deslocamento do profissional até a máquina, troca de turno, revezamento de pessoal entre outros. O resultado é um maior número de furos no mesmo espaço de tempo, aumentando consideravelmente a produtividade, além da segurança. Além disso, a tecnologia embarcada permite que as máquinas detectem todos os outros equipamentos e pessoas nas proximidades. No caso de haver uma aproximação, a máquina alerta o pessoal de monitoramento para as providências ou até mesmo suspende a operação imediatamente, dependendo da distância. Isso significa ter, ao mesmo tempo que o aumento de produtividade, uma operação mais segura.

Outro projeto desenvolvido pela Kinross na mina Morro do Ouro, em Paracatu (MG) é o Projeto Gravity, uma expansão no processo de beneficiamento que vai aumentar a eficiência e a sustentabilidade das operações de mineração, já que o processo também gera redução no uso de reagentes químicos.

O nome Gravity faz referência ao processo de recuperação de ouro através da separação por gravidade, uma técnica eficiente que permite maior aproveitamento na extração do metal. Para isso, estão sendo instalados concentradores Knelson para recuperação de ouro gravítico na carga circulante do circuito de moagem das Plantas 1 e 2 da Kinross. A previsão é aumentar a produção em 20 mil onças de ouro por ano, o equivalente a 620 quilos, a um custo relativamente baixo.

Para alcançar esse resultado, a Kinross instalará cinco novos concentradores centrífugos e um reator de lixiviação intensiva. O investimento total é de aproximadamente US$ 33 milhões. “O Gravity é mais um projeto que reafirma o nosso compromisso de buscar alta performance e desenvolver novas tecnologias”, ressalta Gomides. O novo circuito de recuperação já está sendo implantado e funcionando em fase de teste na Planta 1 desde dezembro de 2023. A previsão é que o projeto esteja em pleno funcionamento no segundo trimestre de 2024.

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17/11/2023 04:30h

Brasil é o primeiro colocado da América Latina no Índice Global de Inovação

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Prestes a completar 18 anos no próximo dia 21, desde a sua implementação já foram destinados mais de R$ 170 bilhões para a Lei 11.196/2005, conhecida como Lei do Bem. Ela se destaca como  principal instrumento de estímulo às atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) nas empresas brasileiras. Em 2022, 3.493 empresas participaram da Lei do Bem — um aumento de 16% em relação ao ano anterior, com 13.789 projetos.

Recentemente, o Brasil ganhou cinco posições no Índice Global de Inovação (IGI) na comparação com o ranking de 2022 e passou a ser o primeiro colocado da América Latina, ultrapassando o Chile. Entre os 132 países, agora ocupa o 49º lugar.  

De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) houve um aumento de 56% no volume de investimentos, saindo de R$ 17 bilhões para R$ 27 bilhões entre 2020 e 2021. Ainda segundo a pasta, para cada R$ 1 de renúncia fiscal, R$ 4,60 são investidos em inovação pelas empresas.

Frank Ned Santa Cruz, advogado e mestre em Gestão de Riscos e Inteligência Artificial da Universidade de Brasília (UnB), considera a lei  eficaz, mas diz que, além dos incentivos fiscais, o Estado deve investir também em centros e bolsas de pesquisa e criação de centros de excelência para que as empresas brasileiras tenham condições de competir internacionalmente.  

Flexibilização do recolhimento de tributos

“A Lei do Bem flexibiliza o recolhimento de tributos, de impostos e até mesmo reduz o recolhimento de tributos. Nesse sentido, isso favorece a iniciativa principalmente quando a gente fala do mercado de inovação e transformação digital. Então, esses benefícios são positivos”, afirma.

Tramita na Câmara dos Deputados o PL 4944/2020, de autoria da deputada federal Luísa Canziani (PSD-PR), que propõe a atualização da Lei do Bem. Entre outros pontos, o projeto permite que as empresas utilizem os benefícios fiscais em exercícios subsequentes, e não apenas no ano seguinte.

O deputado federal Jorge Goetten (PL-SC), membro da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, observa que na época da aprovação da Lei do Bem, a internet, as redes sociais e a inteligência artificial não tinham a mesma importância e por isso a modernização é importante.

"Essa proposta que vem tramitando agora no Congresso Nacional busca uma maior abrangência de quem desenvolve pesquisa e desenvolvimento no Brasil e também uma maior incentivo do governo brasileiro para com essas empresas”, argumenta.

O projeto também discute a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que incide sobre equipamentos, máquinas, aparelhos e instrumentos destinados às atividades de PD&I. Atualmente, a Lei do Bem estabelece a redução de 50% do IPI. 
 

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