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É preciso tomar a segunda dose da vacina? Quais as comorbidades incluídas como prioritárias para vacinação contra a Covid-19? Esses são alguns questionamentos recorrentes de brasileiros no andamento da imunização no país. Para responder às dúvidas, o portal Brasil61.com convidou especialistas que detalharam a importância da vacinação completa e as doenças que são listadas pelo Ministério da Saúde na relação de prioridade.

Segundo levantamento do governo federal de abril, 1,5 milhão de brasileiros não tomaram a segunda dose da vacina, mesmo após ter chegado o prazo do reforço da imunização. Epidemiologista do curso de Saúde Pública da Universidade de Brasília (UnB), Walter Ramalho é enfático ao explicar: “Com uma dose apenas, a eficácia é muito menor e a conversão para as células de imunidade é muito baixa.”

Por que é importante tomar da segunda dose

O especialista lembra que, antes do registro das vacinas contra a Covid-19, foram feitos estudos para avaliar se seria necessária apenas uma aplicação ou mais. Porém, grande parte dessas análises indicou uma imunidade necessária para frear a mortalidade com duas doses. 

“Foi pesquisado, para todas essas vacinas, a elegibilidade de apenas uma dose. E todos esses fabricantes acharam que a imunidade era muito baixa, a eficácia era muito baixa. Por isso que se passou a testar também duas doses, e o aumento da eficácia da vacina foi considerável. Hoje, alguns fabricantes ainda estão discutindo a administração de uma terceira dose para aumentar o reforço da imunidade vacinal das pessoas”, adiantou.

Atualmente, três vacinas estão sendo aplicadas nos brasileiros: CoronaVac/Butantan, AstraZeneca/Fiocruz e Pfizer/BioNTech. Todas são imunizações de duas doses. Ou seja, o brasileiro que tomou somente a primeira deve tomar a segunda para que se alcance a proteção necessária. Ainda há contratos do Ministério da Saúde para distribuições futuras das vacinas Janssen/Johnson, União Química/Sputnik V e Bharat Biotech/Covaxin. 

Vacinas disponíveis no Brasil 

Coronavac: Eficácia para casos sintomáticos é de 50,7%, sendo que pode chegar a 62,3% se houver um intervalo de mais de 21 dias entre as duas doses da vacina. Duas doses com intervalo entre as doses entre 14 a 28 dias após a aplicação da primeira.
 
Astrazeneca: Eficácia de cerca de 70% nos estudos que levaram à aprovação, variando entre 62 e 90%. Dados de vida real recém-divulgados pelo governo britânico apontam para 90% de proteção após as duas doses. Duas doses, o prazo para aplicação da segunda dose é de até 90 dias. 

Pfizer: Já demonstrou 95% de eficácia em prevenir casos confirmados de Covid-19. O laboratório já relatou, inclusive, que a vacina funciona contra a variante sul-africana. Duas doses com prazo de aplicação para a segunda dose de 21 dias.

Janssen: Estudos da Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) apontam que a dose única do imunizante é 66% eficaz na prevenção de diversas variantes da covid-19. Dose única. 

Sputnik V: A vacina recebeu liberação parcial da Anvisa para ser distribuída sob condições específicas e em quantidade limitada para alguns estados. Eficácia de 91,7%, segundo estudo da Lancet, e 97,6%, segundo o Instituto Gamaleya. Aplicada em duas doses com intervalo de 21 dias.  

Covaxin: A agência regulatória brasileira permitiu, por enquanto, o uso de 4 milhões de unidades do imunizante. A Anvisa ponderou o fato de não ter recebido relatórios da agência indiana, o curto prazo de acompanhamento dos participantes dos estudos e a inconclusão dos estudos da fase 3, etapa que atesta a eficácia da vacina. Eficácia de 78% e 100% em casos graves.  

“Agora, é claro que nós não vamos deixar para tomar a segunda dose seis meses, oito meses, um ano depois. Porque nós precisamos, antes de tudo, nos cuidar. As pessoas só estão imunizadas corretamente a partir da segunda dose. Se você tomou apenas uma, você não está imunizado, e os cuidados necessários com o controle do coronavírus são de extrema importância”, afirma Walter.

Quando tomar a segunda dose da vacina da Covid-19

E qual o intervalo das doses das vacinas? A resposta depende de qual imunizante a pessoa recebeu. Os brasileiros que foram vacinados com a CoronaVac devem aguardar entre 14 e 28 dias de intervalo para buscar a segunda dose. Já o intervalo da vacina AstraZeneca e da Pfizer são maiores. A segunda dose, nesses casos, deve ser recebida 12 semanas após a primeira.

Uma dose ou duas doses, entenda cada vacina da Covid-19

O epidemiologista lembra ainda que há um imunizante aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que concentra a proteção em uma dose. “Nós temos hoje apenas a vacina da Johnson, a Janssen, que com apenas uma dose ela já confere uma boa imunidade para as pessoas. Em todas as outras, a ideia é que com duas doses tenhamos a eficácia desejada.”

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que 1,5 milhão de doses da vacina da Janssen devem chegar ao Brasil na manhã desta terça-feira (22). A declaração foi dada em audiência pública na Comissão Temporária da Covid-19 do Senado Federal, nesta segunda-feira (21). Ao todo, a pasta já tem contratadas 38 milhões de doses desse imunizante. 

“A única esperança”

Sirlany Silva Arabi, moradora de Natal (RN), é aposentada, tem 62 anos e foi ao posto de saúde receber a primeira dose da vacina com alegria e alívio, pois perdeu pessoas próximas para a doença. Ela avalia que estamos combatendo um vírus sem cura que não escolhe pessoas por idade ou comorbidade, e acredita que “a única esperança que ainda temos é a vacinação”. 

“A pouco, perdi um tio muito querido da minha idade. Ele tinha tomado só a primeira dose. Quando estava aguardando para tomar a segunda, foi acometido pela Covid-19, ficou 28 dias no hospital e não resistiu. Sendo que era uma pessoa sem comorbidade nenhuma”, lamenta. 

Antônio de Oliveira, 55, mora no Distrito Federal e aguarda a segunda dose. “A expectativa que tenho para tomar a segunda dose é completar o esquema vacinal e ficar completamente imunizado, para o organismo produzir anticorpos, se defender caso a gente adquira a doença. Eu mesmo perdi amigos que faleceram em idade até menor que a minha. Talvez, se eles tivessem tomado a vacina, isso tivesse sido evitado. Desde que eu sou criança vejo que a vacina é uma proteção para a humanidade”, ressalta.

Thainá Chaves, 27, também tem conhecidos entre os números de mais de 500 mil mortos em decorrência da Covid-19. Ela já tomou as duas doses da imunização, dentro do grupo de prioridades de psicólogos, e classifica a vacinação como uma “oportunidade de vida”. “A vacina antes de ser aprovada passa por muitos estudos. Infelizmente, muitos se aproveitam da situação para propagar informações falsas. Muitos gostariam de ter a oportunidade de tomar a vacina. Essa é uma responsabilidade nossa.”

Dificuldade histórica

Alessandro Chagas, assessor técnico do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), classifica esse problema da falta da segunda imunização como histórica no país. “O Brasil tem uma dificuldade enorme de todas as vacinas que a gente tem no calendário com mais de uma dose, mesmo crianças nós temos dificuldades enormes. Se pegarmos, por exemplo, o HPV, não chegamos a 40% dos que vão tomar a segunda dose. Então, isso é histórico no Brasil.”

Para ele, é preciso fortalecer os sistemas de atenção básica para encontrar pessoas que não voltaram aos postos de saúde para completar a imunização contra a Covid-19 dentro do prazo adequado. “O ideal é que o agente de saúde vá buscar essas pessoas, entrar em contato com quem tem cadastro na atenção básica. O principal objetivo da vacina é evitar o caso grave. Aquele que não completa o esquema vacinal fica com isso comprometido. É um percentual pequeno, mas não quer dizer que não temos que correr atrás”, diz.

Comorbidades definidas pelo Ministério da Saúde:

E quais as comorbidades incluídas como prioritárias para vacinação contra a Covid-19? O questionamento ainda realizado com frequência no país pode ser respondido com base nos detalhes do Plano Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde. O documento lista os grupos de comorbidades prioritárias. Veja abaixo quais são:

  1. Doenças Cardiovasculares
  2. Insuficiência cardíaca (IC)
  3. Cor-pulmonales (alteração no ventrículo direito) e Hipertensão pulmonar
  4. Cardiopatia hipertensiva
  5. Síndromes coronarianas
  6. Valvopatias
  7. Miocardiopatias e Pericardiopatias
  8. Doença da Aorta, dos Grandes Vasos e Fístulas arteriovenosas
  9. Arritmias cardíacas
  10. Cardiopatias congênitas no adulto
  11. Próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados
  12. Diabetes mellitus
  13. Pneumopatias crônicas graves
  14. Hipertensão arterial resistente (HAR)
  15. Hipertensão arterial - estágio 3
  16. Hipertensão arterial - estágios 1 e 2 com lesão e órgão-alvo e/ou comorbidade
  17. Doença Cerebrovascular
  18. Doença renal crônica
  19. Imunossuprimidos (transplantados; pessoas vivendo com HIV; doenças reumáticas em uso de corticoides; pessoas com câncer).
  20. Anemia falciforme e talassemia maior (hemoglobinopatias graves)
  21. Obesidade mórbida
  22. Cirrose hepática

Vale destacar que é preciso consultar a Secretaria de Saúde do Estado ou do Município para verificar como está sendo organizada a fila de vacinação no local, o que pode variar entre regiões. Confira neste link os dados da aplicação de vacinas no seu estado.   

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A diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a ampliação do prazo de validade da vacina da Janssen contra a Covid-19 de três para quatro meses e meio, sob temperatura de 2ºC a 8ºC.  

A aprovação ocorre após a publicação da informação de que doses previstas para este mês têm prazo de validade até dia 27. Um lote de 3 milhões de doses estava previsto para chegar nesta segunda (14), mas foi adiado.  

Covid-19: mais da metade dos municípios começaram vacinação por faixa etária

Covid-19: vacina da Janssen chega ao Brasil na próxima semana

A decisão correspondeu a um pedido da farmacêutica, subsidiária do grupo Johnson & Johnson, protocolado no dia 10 de junho. A Janssen possui autorização para uso em caráter emergencial no Brasil.

Em nota, a Anvisa afirma que a medida foi baseada em “criteriosa avaliação dos dados de qualidade dos estudos que demonstrou que a vacina tende a se manter estável pelo período (4,5 meses) bem como considerou decisão da agência norte-americana (Food and Drug Administration - US FDA), que também aprovou a referida alteração em 10 de junho de 2021”.
 

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Pessoas que tiveram dengue são duas vezes mais propensas a desenvolver sintomas da Covid-19. É o que aponta um estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP). Foram analisadas amostras sanguíneas de 1.285 moradores do município de Mâncio Lima, no Acre, onde o grupo trabalha na investigação de outras doenças. 

A motivação para a pesquisa se deu a partir de dois estudos, um americano e outro brasileiro, que sugeriram que a infecção prévia por dengue poderia ser um fator protetor contra o coronavírus.

Diante disso, o primeiro passo do estudo pela USP foi verificar a presença de anticorpos contra o vírus da dengue em amostras de outubro de 2019 e da Covid-19 em novembro de 2020, através de testes de sorologia com as mesmas pessoas analisadas. A pesquisadora Vanessa Nicolete, autora principal do estudo, explica que a possibilidade de uma reação cruzada foi descartada e o porquê das pessoas que foram infectadas com dengue têm maiores chances de serem sintomáticas para o coronavírus.

A idade é outro fator relevante que foi considerado no estudo. Em geral, quanto mais velho, maior a chance de ter sido exposto à dengue. “Assim como vemos na população em geral, todas as idades são predispostas a ter anticorpos. Porém, em relação à infecção por Sars-Cov-2, os mais velhos foram os que apresentaram mais sintomas durante a pesquisa”, afirma Vanessa.

Os pesquisadores ainda não sabem quais são as causas do fenômeno, mas apontam duas hipóteses. Uma delas seria biológica: os anticorpos contra o vírus da dengue poderiam estar favorecendo de algum modo o agravamento da Covid-19. A outra é sociodemográfica: populações estariam mais vulneráveis às duas doenças por características diversas.

De acordo com o médico especialista em dengue, Werciley Vieira Junior, o vírus da Covid-19 hiper estimula o sistema imune produzindo citocinas, que são proteínas inflamatórias. “A dengue hipersensibiliza nossa capacidade de produzir essas proteínas e, com isso, favorece um processo inflamatório mais intenso da Covid-19. E, automaticamente, com os processos inflamatórios mais intensos, os sintomas são maiores”, explica.

Como diferenciar a dengue da Covid-19?

Muitas pessoas costumam confundir os sintomas iniciais da Covid-19 com a dengue. Werciley Vieira Júnior explica o porquê dessa associação entre as doenças. “Os sintomas iniciais da Covid-19 são um quadro gripal que pode vir com mialgia, que é a dor no corpo, pode vir com dor de cabeça e dor nas juntas. E a dengue tem como marcante a febre, dor no corpo e dor nas juntas. Porém a proporção de dor na junta é muito maior na dengue do que na Covid-19, e a febre da dengue é bem maior.”

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A dengue é transmitida ao ser humano a partir da picada do mosquito Aedes Aegypti que se desenvolve em água parada. No caso de locais com bastante incidência, como no Acre, o especialista em dengue destaca ainda alguns pontos para aumentar a proteção contra a doença. “Usar repelente e tela mosquiteira para evitar a entrada do mosquito já ajuda. Mas a melhor forma é diminuir os criadouros, seguindo as condutas de evitar água parada e evitar jogar lixo onde não se deve. Inibindo os criadores, diminuímos a taxa de proliferação do mosquito.”

O mosquito da dengue põe seus ovos em recipientes como latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos sob vasos de plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água da chuva. O mosquito pode procurar ainda criadouros naturais, como bromélias, bambus e buracos em árvores.

De acordo com o Boletim Epidemiológico n° 21 do Ministério da Saúde, atualmente o Brasil tem 348.508 casos de dengue. Em comparação com o ano de 2020, houve uma redução de 57,4% de casos registrados para o mesmo período analisado. Esta diminuição pode ser consequência do receio da população em procurar atendimento em uma unidade de saúde durante a pandemia da Covid-19, bem como um possível atraso nas notificações das doenças pelas equipes de vigilância e assistência para o enfrentamento da pandemia.

Ranking de casos de dengue no Brasil (por incidência)

Estado Estado Casos incidência (casos/100 mil hab.)
1 Acre 13653 1526,4
2 Goiás 30441 427,9
3 Mato Grosso do Sul 11071 394,1
4 Paraná 38376 333,2
5 Mato Grosso 10951 310,6
6 São Paulo 132665 286,6
7 Distrito Federal 7276 238,2
8 Santa Catarina 16693 230,2
9 Amazonas 5667 134,7
10 Bahia 17791 119,2
11 Ceará 9857 107,3
12 Pernambuco 9674 100,6
13 Espírito Santo1 3781 93
14 Minas Gerais 19240 90,4
15 Tocantins 1378 86,7
16 Paraíba 2785 68,9
17 Rondônia 1201 66,9
18 Rio Grande do Sul 7618 66,7
19 Rio Grande do Norte 1353 38,3
20 Piauí 823 25,1
21 Pará 2072 23,8
22 Roraima 101 16
23 Alagoas 436 13
24 Rio de Janeiro 1972 11,4
25 Maranhão 760 10,7
26 Amapá 89 10,3
27 Sergipe 230 9,9

Desse total, foram confirmados 152 casos de dengue grave (DG), 1.984 casos de dengue com sinais de alarme (DSA) e 105 óbitos. 

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18/03/2024 16:00h

O TST foi chamado pela CNSaúde — que representa a categoria patronal de estabelecimentos privados do setor —, para mediar a situação junto aos trabalhadores

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A queda de braço entre os representantes do setor privado e os profissionais da área da saúde chegou ao fim. Mas, o que parecia ser uma boa notícia, só gerou mais insatisfação por parte da categoria. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) encerrou as negociações sobre o pagamento do piso da enfermagem entre a Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) — que representa a categoria patronal de estabelecimentos privados — e os trabalhadores do setor. Quando o assunto começou a se estender no ano passado, o tribunal foi chamado pela CNSaúde para mediar a situação. 

Na opinião do vice-presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Daniel Menezes, a resistência em aceitar qualquer proposta, só demonstra mais uma vez o descaso que a representação dos hospitais privados tem em relação à efetivação do pagamento do piso nacional da enfermagem, fixado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“Os profissionais e as entidades representativas sempre estiveram dispostos ao diálogo, agora de uma forma intransigente a CNSaúde encerra as negociações justamente por total desinteresse. Nós lamentamos porque, na verdade, é mais uma forma de tentar barrar aquele direito que foi conquistado — que é lei, e que deve ser observado pelos empregadores, especialmente o segmento privado”, desabafa.

Ao encerrar as negociações, a categoria destacou que o ministro do TST Aloysio Corrêa foi crítico em relação ao posicionamento da entidade patronal. Enquanto os representantes dos enfermeiros manifestaram concordância com os termos da proposta apresentada na reunião bilateral de trabalho, a CNSaúde alegou não ser possível aderir e concordar com a proposta formulada na mediação, sem, contudo, apresentar qualquer outra possibilidade de solução ou alternativas às proposições feitas em relação a cada tema.

Sem acordo

Na ausência de um acordo, o pagamento do valor referente ao piso salarial dos enfermeiros e técnicos em enfermagem no setor privado deve ser resolvido por meio de dissídio, conforme explica a advogada especialista em direito do trabalho, Camila Andrea Braga.

“Sem acordo na finalização da negociação, o TST aponta o caminho do dissídio, em que agora é ingressar na via judicial. Então aí não mais vai se mediar um encontro de vontades, um caminho do meio, mas vai se julgar um litígio — quando as demandas são colocadas em juízo”, analisa.

De acordo com Braga, a partir de agora, o pedido deve ser feito judicialmente, com as bases legais de ambas as partes, para ser analisado pelo tribunal. “Aí é seguir o caminho normal do dissídio, inclusive com recursos às instâncias superiores, caso possível”, informa.

Ttécnica de enfermagem da Rede D’or, Patrícia Monteiro Vieira Almeida diz que ainda não consegue se sentir totalmente aliviada por saber que existe uma certa resistência por parte dos empregadores que podem querer judicializar a questão. 

“Nós nos sentimos abandonados, porque a gente sente que os empresários que mandam. A gente percebe que eles passam por cima de lei, porque eles não estão cumprindo, e ninguém faz nada, não tem multa, não tem nada contra os empresários. E a gente continua sem o piso, e eles cada vez mais ameaçando os funcionários. Então a gente se sente muito entristecido e abandonado quanto a isso”, desabafa. 

Procurada pela reportagem da Brasil 61, a CNSaúde não se manifestou até o fechamento da matéria.

Decisão do STF 

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu, em sessão virtual, que a implementação do piso, em relação aos profissionais celetistas em geral, deve ocorrer de forma regionalizada, por meio de negociação coletiva nas diferentes bases territoriais e nas respectivas datas-bases.

Conforme a decisão, o entendimento foi que deve prevalecer o negociado sobre o legislado, tendo em vista a preocupação com eventuais demissões e o caráter essencial do serviço de saúde. 

De acordo com a legislação e nos termos da decisão do STF, o piso é de R$ 4.750 para enfermeiras e enfermeiros, R$ 3.325 para técnicas e técnicos e R$ 2.375, para auxiliares e parteiras. 
 

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18/03/2024 03:00h

Mesmo com o fechamento de cerca de 800 lixões em 2022, o problema ainda não foi resolvido — aponta ABREMA

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A previsão de acabar com os lixões e aterros controlados em 2024, conforme a meta estabelecida pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), parece longe da realidade. Mesmo com o fechamento de aproximadamente 800 deles, em  2022, o Brasil ainda mantém cerca de 3 mil lixões abertos, conforme levantamento da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA). As áreas de disposição inadequada receberam cerca de 39% do total de resíduos coletados no Brasil no mesmo ano — e estão presentes em todas as regiões do país.

Na opinião do superintendente da ABREMA, André Galvão Silveira, os lixões persistem porque o acesso da população à coleta de lixo e rede de esgoto ainda são precários no país.

“Aqueles domicílios que não são atendidos, lançam em algum terreno baldio, em algum local. Às vezes próximo à residência, às vezes um pouco mais longe, mas ainda assim lançam de uma forma claramente inadequada. Eles juntam em algum local que seria uma espécie de lixão numa escala menor. Outros queimam o seu lixo ou enterram”, relata.

A advogada Daniela Libório, especialista em direito urbanístico e ambiental, concorda com o superintendente da ABREMA: “A população toma essas ações na medida que o estado não oferta uma saída. Assim, reforçamos mais uma vez a importância estratégica do município com a população para esclarecer e informar como deve ser feito cada tipo de descarte. A população também precisa ter melhor compreensão dos impactos do descarte irregular de resíduos”, salienta

De acordo com Silveira, as estimativas da ABREMA revelam que mais ou menos 30 milhões de toneladas de lixo vão parar em lixões por ano. “A gente tem um déficit muito grande de destinação final ambientalmente adequada desse lixo que é coletado”, afirma.

Mais investimentos

Segundo a advogada Daniela Libório, os lixões a céu aberto são a pior forma de destinação de resíduos e ainda estão em metade das cidades do país. 

“A situação continua complexa sem muito avançar em lugares distantes de grandes centros ou de grande vulnerabilidade social e urbana. É preciso um grande investimento não só financeiro mas também técnico, para que as melhores soluções possam ser encontradas para cada ambiente em razão dos aspectos geográficos, geológicos e de ocupação de território”. 

Libório enfatiza: “Estimular empresas a participarem da oferta pode funcionar na justa medida em que o estado saiba o que quer. E a finalidade não pode ser o lucro e sim entender que o saneamento é fundamental para a dignidade das pessoas, assim como para a saúde e qualidade de vida. Assim, é importante frisar que mesmo que uma empresa privada oferte o serviço, ele não deixará de ser de interesse público”, ressalta.

Quem precisa conviver com o lixo jogado na rua reclama. A faxineira Maria do Carmo Vieira de Jesus, moradora de Brasília, conta que, na rua onde mora, as pessoas não têm consciência dos riscos para a saúde e para o meio ambiente ao descartar os resíduos no terreno vazio ao lado de sua casa.

“A maioria do lixo é tudo na rua jogado, entendeu? A coleta não passa assim direto, entendeu? Os bichos ficam rasgando o lixo e espalhando no meio da rua — e é muito ruim isso, ficar com aquele lixo no meio da rua jogado, rasgado. É muito ruim mesmo”, reclama.

Como encerrar um lixão

Como medidas iniciais para realizar o cercamento da área está a drenagem superficial e a cobertura com vegetação apropriada. As informações são da Casa Civil. De acordo com a pasta, é possível evitar novos aportes de resíduos no local. Após o fechamento, é necessário um planejamento para recuperação da área contaminada a ser feito pelo  Ministério do Meio Ambiente

A Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010) determina que, após a submissão dos RSU aos tratamentos e destinações disponíveis, os resíduos restantes — ou rejeitos — devem ser enviados para uma disposição final ambientalmente adequada. Essa disposição final deve observar normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança — e ainda minimizar impactos ambientais adversos. Lixões, aterros controlados, valas, vazadouros e áreas similares não possuem essa proteção ambiental e são considerados ambientalmente inadequados para a disposição final de resíduos
 

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16/03/2024 00:06h

Especialista alerta para os males do ronco, associado à apneia obstrutiva do sono.

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O Gustavo Uberaldo, de 43 anos, ronca. Mesmo ciente do incômodo que causa aos que compartilham o quarto com ele e dos problemas de saúde relacionados ao roncar, o morador de Passos, Minas Gerais, nunca buscou ajuda médica. "Até o momento, não procurei ajuda, nem questão médica", desabafa.

Já a Ivânia Marques Machado, 60 anos, de Londrina, no Paraná, chega a acordar com o próprio ronco. Apesar do incômodo, Ivânia nunca procurou tratamento para sua condição. "Sei que existe tratamento, mas nunca procurei", conta.

Veja mais:
Dr. Ajuda: Roncar é normal?

Essas histórias refletem um problema sério e subestimado: o ronco, muitas vezes ignorado como algo banal, pode ser um sinal de riscos à saúde. 

De acordo com um estudo recente publicado no The Lancet Regional Health, roncar está ligado ao aumento do risco de acidente vascular cerebral (AVC). Durante uma década, 19,6 mil participantes acompanhados desenvolveram AVC: todos roncavam. 

O estudo ressalta a importância de não ignorar os sinais. É o que pontua o coordenador do departamento de Medicina do Sono da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, Alexandre Ordones. 

O especialista alerta para os males do ronco, associado à apneia obstrutiva do sono. "Essa parada respiratória durante o sono leva a uma diminuição da oxigenação no nosso corpo com queda de saturação. Isso pode levar a ocorrência da aterosclerose, o entupimento das artérias do nosso corpo, e isso favorece a ocorrência do AVC", explica.

Ordones complementa que outras doenças podem aparecer com a apneia. “Aumenta o risco de pressão alta, arritmia cardíaca, difícil controle do diabetes e aumenta o risco de morte”.

No entanto, prevenir essas complicações pode ser mais simples do que se imagina.

Manter um peso saudável, evitar o consumo de álcool, não fumar e praticar atividade física regularmente são recomendações. "Pois melhora a capacidade cardiorrespiratória e diminui a pressão sanguínea, reduzindo assim o risco de AVC”, pontua Ordones. 

E para aqueles que enfrentam o ronco persistente, é essencial procurar um especialista para avaliar as vias aéreas superiores e realizar os exames necessários."

Segundo o Ministério da Saúde, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) acontece "quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. É uma doença que acomete mais os homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo. Quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento do AVC, maiores serão as chances de recuperação completa".

Ainda de acordo com a pasta, no Brasil, foram registradas mais de 185 mil internações e 35,8 mil mortes por AVC no ano de 2022.

 

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16/03/2024 00:05h

Até o momento, mais de 510 mortes pela doença já foram confirmadas

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O Brasil registrou, nesta sexta-feira (15), mais de 1,6 milhão de casos prováveis de dengue, ao passo que mais de 510 mortes pela doença já foram confirmadas. De acordo com dados do Painel de Arboviroses divulgado pelo Ministério da Saúde, outras cerca de 890 mortes estão em investigação. 

O balanço mostra que o país tem um coeficiente de incidência de aproximadamente 829 casos a cada 100 mil habitantes. Distrito Federal, Minas Gerais, Espirito Santo, Paraná e Goiás contam com as maiores taxas de incidência da doença. 

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Até o momento, cerca de oito unidades da federação já decretaram estado de emergência por conta do número elevado de casos de dengue. Entre elas estão Rio de Janeiro; Espírito Santo; Minas Gerais e Santa Catarina. 

Ainda segundo o ministério, a incidência de casos prováveis é maior entre mulheres (55,5%). A faixa etária que apresenta o maior número de notificações são os adultos entre 20 e 29 anos.  
 

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16/03/2024 00:02h

De acordo com a Fiocruz, 24 unidades da federação registraram indícios de aumento de SRAG na tendência de longo prazo, ou seja, nos últimos seis meses

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O avanço de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) ocorre na maior parte do país, em todas as faixas etárias, de acordo com o Boletim InfoGripe, divulgado nessa quinta-feira (14) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). 

De acordo com a entidade, o cenário parte da circulação de “diversos tipos de vírus”, presentes no país. Entre eles, os principais são Sars-CoV-2 (Covid-19), influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus.

De acordo com o levantamento, os casos de SRAG por Covid-19 apresentaram um salto nos estados do Centro-Sul. No entanto, em estados como Rio de Janeiro, Goiás e São Paulo houve desaceleração do crescimento de casos em idosos, nas últimas semanas. 

PISO DA ENFERMAGEM: Quem contratar e burlar valor estabelecido em lei pode pagar com juros e correção monetária

Por outro lado, a quantidade de casos de SRAG por influenza A (gripe)  registrou um avanço em estados do Nordeste. No que diz respeito ao Sudeste e ao Sul brasileiros, os casos ocorrem em combinação com o aumento por Covid-19. Já acerca de ocorrências relacionadas ao VSR, percebe-se crescimento em estados de todas as regiões do país.

Diante desse quadro, o pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz) Marcelo Gomes recomenda que, ao perceber qualquer sintoma, os cuidados sejam redobrados. 

“Está com um quadro que parece um resfriado, uma gripe ou Covid-19, faça repouso, fique em casa para fazer o isolamento e a recuperação. Busque o atendimento médico adequado para saber o que se tem  —e fazer o acompanhamento específico, especialmente se for grupo de risco. Se precisar sair, não puder fazer o isolamento por algum motivo, use uma boa máscara”, orienta. 

Impacto nas crianças 

Na última semana, o boletim apontou que a SRAG ainda impacta crianças de até dois anos de idade, tendo como principal agente desse crescimento de casos o vírus sincicial respiratório. Quanto ao vírus influenza, ele tem provocado um aumento de ocorrências de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. A incidência de SRAG por Covid-19, por sua vez, mantém maior impacto nas crianças pequenas e em pessoas com idade a partir de 65 anos. 

Situação nos estados e nas capitais

De acordo com a Fiocruz, 24 unidades da federação registraram indícios de aumento de SRAG na tendência de longo prazo — ou seja, nos últimos seis meses. São eles:

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  • Amapá
  • Amazonas
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Já entre as capitais, o boletim revela que 20 delas tiveram sinal de crescimento nos casos de SRAG: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP), Teresina (PI) e Vitória (ES).
 

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14/03/2024 00:05h

Já a probabilidade de óbito prematuro pela doença entre pessoas de 30 a 69 anos pode ter um aumento de 10% até 2030, aponta o Inca

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Embora seja possível prevenir por meio de métodos diagnósticos, o câncer de intestino representa uma das principais causas de morte por câncer no Brasil. De acordo com pesquisadores do Instituto Nacional de Câncer (Inca), em análise realizada para vários tipos de tumores, a doença apresentou o maior aumento projetado em todas as regiões brasileiras, para ambos os sexos, até 2025. Conforme estimativa do Inca, mais de 136 mil brasileiros ainda podem ser afetados pelo câncer de intestino.

Também conhecido como câncer de colorretal, abrange os tumores malignos que se desenvolvem no intestino grosso (cólon) e no reto, parte final do intestino, que antecede o ânus. Esse tipo de câncer começa, na maioria das vezes, com pequenas lesões ou formações na parede interna do órgão. O cirurgião oncológico e coordenador do Grupo de Tumores Intestinais do Centro de Oncologia do Paraná (COP), Marciano Anghinoni, explica que o estilo de vida pode ser um fator causador da doença.

“De fato, o estilo de vida tem uma relação direta com o câncer de intestino, aquela pessoa que tem maus hábitos alimentares, consumo excessivo de carnes vermelhas processadas, consumo excessivo de embutidos, a pessoa que não pratica atividade física, é sedentária e obesa”, destaca.

O Inca aponta um risco estimado de 21,10 casos por 100 mil habitantes. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do DATASUS indicam que 20.245 pessoas morreram devido ao câncer de cólon, reto e ânus, só em 2020.

Maior incidência número de casos

Segundo os estudos, esse tipo de câncer se forma à medida em que a pessoa vai envelhecendo e o tubo digestivo criando um processo de transformação em virtude da exposição aos fatores de risco. Atualmente, os dados mostram um aumento da incidência de câncer nos mais jovens. A oncologista e coordenadora do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Santa Lúcia, Patrícia Schorn, diz que existe uma explicação para isso.

“A gente não tem absoluta certeza, mas a probabilidade disso estar acontecendo se deve ao estilo de vida. Como qualquer outro tipo de câncer, o câncer de intestino também se relaciona ou tem uma frequência maior nas pessoas que têm história familiar de câncer, nas pessoas que são sedentárias e que tem uma ingestão alimentar pobre em frutas e verduras”, observa.

“De fato, nos últimos anos, em todo o mundo, nós temos observado um aumento da incidência em pacientes mais jovens. O tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, o sedentarismo, uma rotina de atividade física, consumo de alimentos ultraprocessados, carne vermelha processada, embutidos, ou seja, substâncias que aumentam o risco dessa pessoa ter um câncer de intestino”, reforça o cirurgião oncológico Marciano Anghinoni.

Sintomas

Para os especialistas, os sinais e sintomas são muito importantes para que se faça o diagnóstico precoce. Eles dizem que são sintomas presentes também em outras doenças e, por isso, as pessoas podem menosprezar e não valorizar os sinais e sintomas. 

“Em geral, o paciente tem uma mudança de hábito intestinal. Então, o indivíduo que tinha um hábito intestinal regular, com evacuações diárias, ele passa a não evacuar todos os dias ou ter um padrão diarreico, ou passa a ter algum tipo de dor abdominal na hora da evacuação ou até sangramento nas fezes. Além disso, a gente pode ter quadros de anemia redução do calibre das fezes e algum tipo de  dor mais importante tanto na hora de evacuar quanto difusa no abdômen”, explica Patrícia Schorn.

Prevenção e tratamento

O câncer de intestino é tratável e, na maioria dos casos, curável ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Segundo o oncologista Marciano, poucos tipos de câncer podem de fato ser prevenidos com algum tipo de intervenção. 

“A colonoscopia faz o diagnóstico naquela pessoa que já tem o câncer, mas ela também trata os pólipos que são lesões precursoras. Então, essa é uma maneira que a gente tem de prevenir o câncer. E atualmente a colonoscopia está indicada para todas as pessoas acima dos 45 anos de idade, em razão da diminuição da faixa etária”, ressalta.

A médica Patrícia Schorn complementa: “Nós temos grandes condições de cura, sem dúvida alguma, e essa cura se baseia no tratamento cirúrgico e por algumas vezes a gente associa quimioterapia ou radioterapia. Algumas lesões não são necessariamente operadas, os tratamentos eles acabam tendo por objetivo um controle da doença no corpo todo e não só no intestino”, pontua.

“Como todo câncer, quanto mais precoce nós fizermos o diagnóstico, maior é a nossa chance de cura”, lembra a médica Patrícia.

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12/03/2024 00:10h

A cobertura vacinal em crianças de 3 a 4 anos está em 23% para duas doses e 7% para o esquema vacinal completo, com três doses

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A cobertura vacinal entre crianças e adolescentes contra Covid-19 continua baixa no Brasil. É o que revela estudo divulgado nesta segunda-feira (11), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). 

De acordo com o levantamento, a cobertura vacinal em crianças de 3 a 4 anos está em 23% para duas doses e 7% para o esquema vacinal completo, com três doses. Além disso, entre as que tem entre 5 e 11 anos, a cobertura está em 55,9% com duas doses e 12,8% em relação ao esquema vacinal completo.   

PISO DA ENFERMAGEM: Quem contratar e burlar valor estabelecido em lei pode pagar com juros e correção monetária

Diante desse cenário, o estudo revela que houve uma redução significativa no número de mortes entre crianças e adolescente, desde o início da vacinação contra a doença, o que segundo a Fundação, pode indicar uma eficácia do imunizante. 

O estudo analisou dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica de Gripe da Fiocruz, levando em conta as oito primeiras semanas epidemiológicas de cada ano, entre 2021 e 2024. Por volta do final de fevereiro do primeiro ano em questão, foram registradas 118 mortes por Covid-19 entre crianças e adolescentes de até 14 anos de idade. Já no mesmo período de 2024, o total de mortes pela doença entre crianças e adolescentes com menos de 14 anos foi de 48.

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12/03/2024 00:06h

De acordo com o Ministério da Saúde, 391 mortes pela doença foram confirmadas e outras 854 estão em investigação

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O Brasil registrou, nesta segunda-feira (11), mais de 1,5 milhão de casos prováveis de dengue, ao passo que 391 mortes pela doença já foram confirmadas. De acordo com dados do Painel de Arboviroses divulgado pelo Ministério da Saúde, outras 854 mortes estão em investigação. 

O balanço mostra que o país tem um coeficiente de incidência de 757,5 casos a cada 100 mil habitantes. Distrito Federal, Minas Gerais, Espirito Santo, Paraná e Goiás contam com as maiores taxas de incidência da doença. 

PISO DA ENFERMAGEM: Quem contratar e burlar valor estabelecido em lei pode pagar com juros e correção monetária

Até o momento, pelo menos sete Unidades da Federação já decretaram estado de emergência por conta do número elevado de casos de dengue. Entre elas estão Rio de Janeiro; Espírito Santo; Minas Gerais e Santa Catarina. 

Ainda segundo o ministério, a incidência de casos prováveis é maior entre mulheres (55,5%). A faixa etária que apresenta o maior número de notificações são os adultos entre 30 e 39 anos. 
 

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11/03/2024 00:05h

Os tribunais têm adotado o entendimento de que o piso da enfermagem deve ser pago desde maio de 2023 para o setor público; para o setor privado, desde setembro de 2023

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Os empregadores que ainda se opõe a pagar o piso da enfermagem estabelecido na Lei 14.434/22 podem arcar com essa conta. Em recentes decisões judiciais, os tribunais têm adotado o entendimento de que deve prevalecer o valor que foi fixado para implementação do salário dos enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares e parteiras de todo o país.

Em Ribeirão Preto (SP), a 6ª Vara do Trabalho determinou ao Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HCRPUSP) pagar o piso a uma servidora retroativo ao mês de maio de 2023, incluindo o 13º salário e FGTS. 

Na mesma lógica, a Justiça do Trabalho de Pernambuco também condenou uma empresa a pagar o piso da enfermagem, sob pena de multa de R$ 3 mil por dia de descumprimento. 

Para o presidente do Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco (Satenpe), Francis Herbert, os profissionais estão cansados de cobrar aquilo que já foi fixado em lei.

“Nós, os profissionais, estamos adoecendo fisicamente e mentalmente com essa insegurança jurídica. Pernambuco não está pagando piso para rede privada lucrativa, o que está pagando é muito pequeno. Outros estão pagando, mas pagando também com inconsistências vem pagando deduzindo da parcela que pertence ao trabalhador, ao professor da enfermagem, aos encargos patronais”, reclama.

A Justiça ainda tem determinado o pagamento retroativamente: desde maio de 2023 para o setor público e desde setembro de 2023, para o setor privado, conforme divulgado pelo Conselho Federal de Enfermagem, o Cofen.

A advogada especialista em direito do trabalho Camila Andrea Braga explica que as contratantes podem ter mais um problema pela frente. De acordo com a especialista, a partir do momento em que a determinação está vigente, esse valor passa a ser referência para o pagamento. 

“A cada mês que há um pagamento menor, a diferença passa a ser devida e aquele profissional da área de enfermagem tem direito a esse valor. Quando ele é cobrado, ele é cobrado o valor total que está defasado até o momento da cobrança”, esclarece.

Segundo Camila, os empregadores que insistirem em descumprir a medida, estão apenas criando uma poupança negativa. “Todo mês fica devendo um pouquinho, no final você tem um grande débito para com aquele profissional”, pontua.

De acordo com os critérios e procedimentos estabelecidos na Portaria GM/MS n.º 1.135/2023, a União transfere os valores aos estados, Distrito Federal e municípios e suas autarquias e fundações, em atendimento ao determinado pelo art. 1º da Emenda Constitucional n.º 127/2022. Compete aos gestores o pagamento dos colaboradores diretos, sejam servidores ou empregados, bem como a transferência dos recursos às entidades privadas contratualizadas ou conveniadas, que atendam, pelo menos, 60% de seus pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

Na opinião do atual vice-presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Cofen), Daniel Menezes, a implantação do piso salarial da enfermagem tem tido muitos entraves, especialmente em relação ao segmento privado que tem resistido de diversas formas. Para ele, a lei do piso é uma realidade, o profissional tem direito, está na Constituição e tem que ser cumprido.

“O Judiciário tem feito aquilo que se espera, que é justiça, para que seja garantido o direito desses profissionais de receber um valor que diga-se de passagem continuo sendo ainda baixo daquilo que a profissão merece, mas é um mínimo que já traz um reconhecimento social para em números colegas. Inclusive, nas ações judiciais, muitos profissionais ainda ganham salários muito abaixo do estabelecido na lei”, lamenta.

O advogado especialista em direito do trabalho Fabrício Posocco ressalta a importância da categoria ficar atenta para saber se de fato esse orçamento foi executado, foi de fato repassado com a atualização do piso salarial. Caso isso não aconteça, o especislista informa:
 
“No caso de não pagamento, não repasse dos valores referente ao piso para a categoria, é importante que sejam procurados ministérios públicos e também o seu sindicato local para que começem as apurações do que aconteceu com essas verbas que foram repassadas, porque isso pode configurar inclusive, desvio de verba pública. Então, pode se tornar, de fato, uma situação muito mais gravosa envolvendo uma responsabilidade que ainda é muito mais significativa”, reconhece.

Negociações no TST
Em mais uma reunião bilateral para negociação do piso nacional da enfermagem, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) estipulou novo prazo para que os representantes dos empregadores e dos trabalhadores encontrem uma solução que atenda aos interesses de ambas as partes. No último encontro, o TST informou que as negociações avançaram e que agora as entidades devem se manifestar sobre os termos debatidos nesta reunião até a próxima quarta-feira (13).   

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09/03/2024 00:01h

Das 27 capitais, 18 registraram tendência de crescimento do número de casos nas últimas seis semanas

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Todas as regiões do Brasil apresentaram elevação do número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). O boletim Infogripe, divulgado nesta quinta-feira (7) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostra que, apesar disso, há uma distinção em relação aos vírus respiratórios para cada área do país. 

Enquanto no Centro-Sul prevalece a Covid-19, outras regiões como Sudeste registram, além da Covid, quadros de influenza, ou seja, o vírus da gripe. No Norte e no Nordeste brasileiros também houve aumento de casos de influenza, principalmente entre a população adulta.

O levantamento revela, ainda, que 18 das 27 capitais apresentam tendência de crescimento do número de casos de SRAG nas últimas seis semanas. Confira quais são:

  • Aracaju (SE)
  • Belém (PA)
  • Campo Grande (MS)
  • Cuiabá (MT) 
  • Curitiba (PR) 
  • Florianópolis (SC) 
  • Fortaleza (CE) 
  • Goiânia (GO) 
  • Macapá (AP)
  • Maceió (AL) 
  • Palmas (TO)
  • Porto Alegre (RS) 
  • Rio de Janeiro (RJ) 
  • Salvador (BA) 
  • São Luís (MA) 
  • São Paulo (SP)
  • Teresina (PI) 
  • Vitória (ES)

Além da elevação na quantidade de casos de Covid-19 e Influenza, o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, alerta para o avanço do vírus sincicial respiratório, que costuma afetar mais crianças e idosos.

“Vemos o aumento desse impacto principalmente em crianças pequenas, de até 2 anos de idade, mas sabemos também que os idosos têm risco de vir a falecer por conta do VSR. Então, com a retomada desse vírus, tanto crianças pequenas quanto idosos têm que ficar atentos. E o VSR, em particular, vemos em todas as regiões do país com sinal de retomada, o que pode naturalmente estar associado justamente à volta às aulas, sendo um grande facilitador. É um cenário que requer bastante atenção”, disse Gomes.

Dengue: Brasil ultrapassa 1,3 milhão de casos prováveis em 2024

Em relação aos casos de covid-19 e gripe, Gomes também pontuou que a aplicação de vacinas é uma das principais medidas que devem ser adotadas. Segundo ele, o uso de máscaras também é essencial. “A máscara diminui o risco de contrair vírus respiratório, principalmente nas unidades de saúde que, neste momento, estão recebendo muita gente infectada”, considera. 
 

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