Dengue

28/02/2025 00:02h

Governo anuncia produção de vacina 100% nacional em larga escala, a partir de 2026

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O Brasil já registrou 439.441 casos prováveis de dengue em 2025. O coeficiente da doença para 100 mil habitantes está em 206,7 e 177 pessoas já morreram em decorrência da dengue neste ano. Ainda há 413 óbitos em investigação. Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde até 22/02 atualizados em 26/02.

Apesar dos registros até a Semana Epidemiológica (SE) 8/2025 serem menores do que os da SE 8/2024 e, ainda, mesmo que a taxa de positividade tenha caído para 22,7% na terceira semana de 2025, compreendida de 12 a 18 de janeiro, e para 19,3% na quarta e quinta semanas, de 19/01 a 01/02, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) afirma que o índice é alto.  

Além disso, a Abramed revela que os números de janeiro de deste ano sobre a dengue são os maiores desde outubro de 2024. 

O estado de São Paulo concentra o maior número de casos e de mortes por dengue em 2025, com 246.998 registros de casos prováveis e 126 óbitos, conforme dados do Painel do Ministério da Saúde. Já o Painel de Arboviroses do Estado de São Paulo, com dados até 27/02, aponta que em território paulista houve 256.846 casos de dengue e 151 óbitos, além de 77 casos. estarem em investigação.

Minas Gerais tem o segundo maior número de casos prováveis de dengue no país, totalizando 49.046, com coeficiente de incidência em 230, seis óbitos e 512 casos graves da doença. Paraná aparece logo em seguida, com 25.053 registros de dengue, coeficiente em 211,9, seis óbitos e 279 casos graves com sinais de alarme.

No Brasil, o Acre possui o maior coeficiente de incidência por 100 mil habitantes, sendo 711,2. Entretanto, o estado está em 10° lugar em relação aos números de casos, com 6.263 registros de dengue e três mortes pela doença em 2025.

Confira o número de casos e de óbitos por UF:

  • AC: 6.263 casos; 3 óbitos
  • AL: 561 casos; 0 óbitos
  • AM: 1.826 casos; 2 óbitos
  • AP: 537 casos; 0 óbitos
  • BA: 6.499 casos; 4 óbitos
  • CE: 1.260 casos; 0 óbitos
  • DF: 3.744 casos; 0 óbitos
  • ES: 19.836 casos; 0 óbitos
  • GO: 23.620 casos; 5 óbitos
  • MA: 860 casos; óbitos
  • MG: 49.046 casos; 6 óbitos
  • MS: 3.259 casos; 2 óbitos
  • MT: 16.123 casos; 4 óbitos
  • PA: 6.610 casos; 6 óbitos
  • PB: 1.569 casos; 0óbitos
  • PE: 3.161 casos; 0 óbitos
  • PI: 974 casos; 0 óbitos
  • PR: 25.053 casos; 5 óbitos
  • RJ: 9.108 casos; 3 óbitos
  • RN: 1.095 casos; 0 óbitos
  • RO: 442 casos; 0 óbitos
  • RR: 129 casos; 0 óbitos
  • RS: 3.455 casos; 0 óbitos
  • SC: 5.622 casos;0  óbitos
  • SE: 355 casos; 1 óbito
  • SP: 246.998 casos; 136 óbitos
  • TO: 1.435 casos; 0 óbitos

Vacina 100% nacional

Na última terça-feira, 25 de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do anúncio de acordo para produção em larga escala da primeira vacina 100% nacional e de dose única contra a dengue. Conforme o anunciado, a partir do ano que vem serão 60 milhões de doses anuais, com possibilidade de ampliação de acordo com a demanda e a capacidade produtiva.

O objetivo da medida é atender a população elegível pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) entre 2026 e 2027, que contempla brasileiros de dois a 59 anos. O investimento total na parceria é de R$ 1,26 bilhão, com auxílio do Novo PAC.

Atualmente está em curso no país a oferta de imunizantes contra a dengue destinados a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos no SUS em áreas prioritárias.
 

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25/02/2025 00:03h

Associação aponta que os números em janeiro de 2025 são os maiores desde outubro de 2024. Intenso movimento de pessoas no feriado facilita a disseminação do vírus para regiões de transmissão controlada

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A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) alerta sobre a prevenção à dengue durante o Carnaval. Segundo a instituição, pode ocorrer o  aumento dos casos da doença provocado pelo intenso movimento de pessoas no feriado, o que facilita a disseminação do vírus para regiões onde a transmissão ainda é controlada.

A Abramed revela, ainda, que os números de janeiro de 2025 sobre a dengue são os maiores desde outubro de 2024. Por exemplo, nas semanas de 19/01 a 01/02 de 2025, a taxa de positividade chegou a 19,3%, a maior desde outubro do ano passado.

Mesmo que a taxa de positividade tenha caído para 22,7% na terceira semana de 2025, compreendida de 12 a 18 de janeiro, e para 19,3% na quarta e quinta semanas, de 19/01 a 01/02, a Abramed afirma que o índice é alto. 

“A média móvel da positividade, quando comparada com as últimas cinco semanas, confirma a tendência de alta nos casos, já que considera todas as semanas do mês de janeiro”, diz um trecho da nota da associação.

Carnaval

No feriado de Carnaval, milhões de pessoas vão para diferentes cidades e estados para participar dos blocos e desfiles. O movimento de pessoas, conforme a Abramed, além de facilitar a disseminação do vírus da dengue onde a doença está em fase de controle, faz com que pessoas infectadas, ainda assintomáticas, contribuam para a propagação do vírus. “Isso cria um cenário perigoso, onde áreas menos afetadas acabem enfrentando um aumento de casos após o período festivo”, destaca a nota da entidade.

Além disso, o período de Carnaval ocorre em pleno verão – cuja época é marcada por temperaturas elevadas e alta incidência de chuvas, elementos que  formam condições climáticas ideais para a reprodução do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. 

A Abramed destaca que o contato próximo entre as pessoas no Carnaval  também é um fator de preocupação.

Cenário epidemiológico de dengue

Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses até 15/02, atualizados em 21/02,  apontam que o Brasil já registrou 365.456 casos prováveis de dengue em 2025. Nesse cenário, 160 pessoas morreram pela doença e 387 óbitos estão em investigação.

São Paulo lidera em número de casos e de mortes. Com 232.543 registros de dengue, o estado paulista teve 125 mortes por dengue até agora em 2025.
 

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23/02/2025 17:05h

São 212.063 casos prováveis este ano no estado e há 225 municípios paulistas com alta incidência da doença. No país, são 365.456 registros

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O governo de São Paulo decretou situação de emergência em saúde pública por causa da dengue, no último dia 19. São 212.063 casos prováveis este ano no estado e há 225 municípios paulistas com alta incidência da doença. Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. 

Essas cidades paulistas com alta incidência de dengue estão com média de 300 casos para cada 100 mil habitantes e 60 delas já instituíram medidas emergenciais por conta da doença.

Pelo decreto, fica estabelecida a liberação de R$ 3 milhões para equipamentos de nebulização, para combater o vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti. Além disso, serão adquiridos itens de saúde, como sais de reidratação oral e soro fisiológico, para serem destinados a municípios desabastecidos.

Segundo o Painel do MS, São Paulo lidera o ranking de casos graves da doença, com 2.476 registros, e de óbitos. Até o momento, 123 pessoas morreram por dengue em SP. Em todo o país, foram 158 óbitos, ou seja, as mortes em território paulista correspondem a quase 78% do total no Brasil. 

O painel possui dados até 15/02 e foi atualizado em 21/02.

Em 2025, casos de dengue podem superar 2024

O aumento da circulação do sorotipo 3 da doença no país, associado às mudanças climáticas, podem explicar o aumento no número de casos da doença no Brasil, segundo o infectologista Julival Ribeiro. 

O especialista avalia que não será surpresa se os casos deste ano superarem o número de registros da doença de 2024, tanto em São Paulo, quanto no Brasil. Ele ressalta a importância da vacinação do público-alvo da campanha de imunização contra a dengue, em curso no país.

“Não vai ser surpresa que os casos de dengue superem no Brasil os casos de 2024, esperamos que não aconteça. Entretanto, é importante a gente lembrar que a população tem um papel muito importante, ou seja, levar as crianças de 10 a 14 anos para serem vacinadas”, afirma o infectologista.

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18/02/2025 00:02h

O objetivo é garantir o uso de todos os imunizantes, evitando desperdícios de doses, e aumentar a proteção das pessoas contra a doença

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O Ministério da  Saúde (MS) publicou uma nota técnica na última sexta-feira (14) com orientações do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI/SVSA/MS) sobre medidas que deverão ser adotadas para otimizar o uso das doses de vacina contra a dengue em todo o país. A recomendação é remanejar doses da vacina a municípios ainda não contemplados com doses ou ampliação a faixas etárias que ainda não foram selecionadas – seguindo critérios de validade dos imunizantes. 

Confira a recomendação do MS:

Vacinas com validade em até dois meses: remanejar as doses para municípios ainda não contemplados pela vacinação contra a dengue ou ampliar a faixa etária para a vacinação, contemplando pessoas de 6 a 16 anos de idade.

Vacinas com validade em até um mês: a estratégia de imunização poderá ser expandida até o limite de idade especificado na bula da vacina, abrangendo a faixa de 4 a 59 anos, 11 meses e 29 dias de idade, conforme a disponibilidade de doses no município. 

O MS informou ao Brasil 61, em nota, que o remanejamento de doses do imunizante é de responsabilidade dos estados.

“A decisão sobre o remanejamento das vacinas contra a dengue – com curto prazo de validade – dos municípios já contemplados para aqueles ainda não contemplados pelo imunizante é de responsabilidade dos estados”, destaca um trecho da nota.

Critérios de expansão da faixa etária 

O documento aponta que a expansão do público-alvo deve considerar a disponibilidade de doses e a situação epidemiológica de cada estado e município. Além disso, o MS deve ser informado pelas unidades federativas sobre a implementação da estratégia. 

Todas as doses administradas devem ser registradas na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) para garantir a segunda dose e o monitoramento completo do processo de imunização dos brasileiros, conforme a recomendação do MS.

A nota técnica menciona que a recomendação é uma estratégia temporária para vacinação contra a dengue das doses remanescentes com validade até os próximos dois meses.

Em nota ao Brasil 61, a pasta da Saúde ressaltou o caráter temporário da medida e o intuito de evitar desperdício de doses e garantir a proteção da população. 

“A recente recomendação do Ministério da Saúde aos estados e municípios [...] é temporária e tem como objetivo otimizar o uso das vacinas disponíveis, evitando desperdícios”, diz um trecho da nota.

“A medida busca ampliar o acesso à vacinação dentro dos prazos adequados, garantindo a eficácia e a segurança dos imunizantes”, completa a Pasta, em nota.

Dados de imunização no país 

O MS informou ao Brasil 61 que desde o início da estratégia de vacinação contra a dengue até o último dia 10, a Pasta distribuiu mais de 6,5 milhões de doses da vacina. Dessas, mais de 3,3 milhões foram aplicadas, o que corresponde a 50,82% do total.

“Até o momento, mais de 2,3 milhões de crianças e adolescentes receberam a primeira dose da vacina, e 955.106 já completaram o esquema vacinal com a segunda dose”, afirma o Ministério.

Situação epidemiológica de dengue no Brasil 

Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do MS atualizados dia 17/02, com informações até 15/02, apontam que este ano o Brasil já registrou 324.798 casos prováveis de dengue. Houve 126 óbitos pela doença e há 309 mortes sendo investigadas. 

São Paulo lidera em número de casos graves da doença, com 2.035 e 99 óbitos. Até agora, o estado registrou 190.530 casos prováveis de dengue. Além disso, possui o segundo maior coeficiente de incidência da dengue por 100 mil habitantes, de 414,4.

Acre possui o maior coeficiente de incidência da doença no país, sendo 595,3. Porém, o estado possui 5.242 casos prováveis e dois óbitos. 

Minas Gerais ocupa a segunda posição em relação ao número de casos prováveis em 2025, com 35.734 registros. Com coeficiente de 167,6, o estado mineiro registrou quatro mortes por dengue até agora. 

Já Goiás é a terceira unidade da federação com mais casos prováveis de dengue este ano, totalizando 17.492. O coeficiente de incidência está em 238 a cada 100 mil habitantes, sendo o quarto maior do país. O território goiano também ocupa o segundo lugar em casos graves de dengue, com 502 registros. Além disso, também atrás de São Paulo com relação às mortes por dengue, com cinco óbitos confirmados e 27 em investigação.
 

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16/02/2025 00:02h

Novidade se destaca em comparação aos métodos convencionais de captura

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Pesquisadores da Fiocruz Pernambuco desenvolveram uma isca capaz de capturar quase o dobro de ovos de mosquitos em relação aos métodos convencionais utilizados. A isca foi desenvolvida em parceria com a Universidade da Califórnia em Davis, nos Estados Unidos. A nova tecnologia, que combina uma isca feita de extrato larval com o larvicida biológico Bacillus thuringiensis israelensis (Bti), conforme a Fiocruz, mostrou ser eficaz contra mosquitos como o Aedes aegypti e o Culex quinquefasciatus – que são transmissores de doenças como dengue, zika e filariose.

A equipe responsável pela inovação aprimorou a armadilha Double BR-OVT, que já é empregada no controle de mosquitos, e foi desenvolvida, avaliada e patenteada pela instituição. 

O diferencial da nova tecnologia está na inclusão do extrato larval de Aedes aegypti, produzido a partir de larvas em estágio avançado, que são maceradas, filtradas e transformadas em isca líquida ou liofilizada. Para garantir que a armadilha não se torne um criadouro, o larvicida biológico Bti foi misturado à fórmula.

Segundo a Fiocruz, os testes realizados no campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife, comprovaram a eficácia da isca. As armadilhas com a inovação capturaram cerca de 70% dos ovos de mosquitos, enquanto as armadilhas tradicionais registraram menos da metade desse percentual.

Conforme a instituição, o uso em excesso de inseticidas químicos tem influenciado a resistência dos mosquitos e gerado impactos negativos ao meio ambiente. Com isso, a nova armadilha aprimorada oferece uma solução ecológica ao atrair e eliminar ovos antes que os mosquitos completem o ciclo de vida, o que interrompe a transmissão de doenças de forma mais ambientalmente segura.

Porém, a produção do extrato larval em larga escala possui desafios logísticos. Seria preciso, por exemplo, a criação de biofábricas especializadas para atender a uma demanda maior. No entanto, os pesquisadores trabalham em estratégias para deixar o processo mais simples.

Com informações da Fiocruz, Bianca Mingote.
 

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12/02/2025 00:02h

Aumento da circulação do sorotipo 3 da doença associado às mudanças climáticas influenciam número de casos

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O Brasil já registrou 269.919 casos prováveis de dengue em 2025 e 85 óbitos pela doença. Desses, 157.783 registros foram feitos apenas em São Paulo. O estado paulista também lidera em número de mortes por dengue, com 67 confirmações. Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, atualizado dia 11 de fevereiro. Em 2025, os casos podem superar os do ano passado.

Apenas nas primeiras quatro semanas deste ano, São Paulo chegou a 104.242 casos prováveis de dengue, com 50 mortes pela doença. No mesmo período de 2024, o estado registrou 48.825 casos e 36 óbitos. Ou seja, houve um aumento de mais da metade de casos de dengue de 2024 para 2025, no mesmo período.

O infectologista Julival Ribeiro avalia que não será surpreendente se os casos deste ano superarem o número de registros de dengue de 2024, tanto em São Paulo quanto no Brasil. Ele ressalta a importância da vacinação do público-alvo da campanha de imunização contra a dengue, em curso no país.

“Não vai ser surpresa que os casos da dengue superem no Brasil os casos de 2024, esperamos que não aconteça. Entretanto, é importante a gente lembrar que a população tem um papel muito importante, ou seja, levar as crianças de 10 a 14 anos para serem vacinadas”, diz o especialista.

O que influencia no aumento de casos de dengue?

Julival explica que calor acima da média em algumas localidades e as chuvas colaboram para a proliferação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. Além disso, ele destaca que a associação do aumento da circulação do sorotipo 3 da dengue no país com as mudanças climáticas influenciam na maior incidência de casos da doença no Brasil.

“Nós estamos vendo temperaturas altíssimas que diminuem o tempo de reprodução do mosquito da dengue, além do que, chuvas também, que depois resultam em criadouros. Então, são fatores muito importantes hoje para esse aumento dos casos da dengue”, elucida.

“A população não tem resposta imunológica [ao sorotipo 3], o que pode elevar muito o número de casos”, alerta o infectologista.

Para frear a incidência de dengue no país, o especialista avalia que campanhas governamentais de conscientização da população seriam eficazes. Ele também cita como relevante a investigação de perto pelo governo das cidades com registros expressivos de casos prováveis de dengue.

“O governo tem que lançar campanhas para todo o país em relação à dengue e, sobretudo, fazer um rastreamento do que está acontecendo nas principais cidades onde os casos estão aumentando”, afirma Julival.

Inclusive, o Ministério da Saúde, por meio da equipe do Centro de Operações de Emergência em Saúde para Dengue e outras Arboviroses (COE Dengue), tem realizado uma Caravana da Saúde para intensificar o controle da dengue em 22 municípios de 12 estados. O objetivo da iniciativa é reforçar a vigilância epidemiológica, aprimorar a assistência à população e reorganizar os serviços de saúde.

Confira os municípios contemplados pela ação até agora:

Bagé (RS), Belo Horizonte (MG), Contagem (MG), Campinas (SP), Cruzeiro do Sul (AC), Feijó (AC), Fortaleza (CE), Foz do Iguaçu (PR), Joinville (SC), Macapá (AP), Manaus (AM), Pelotas (RS), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Ribeirão Preto (SP), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande (RS), Salvador (BA), São José do Rio Preto (SP), Tarauacá (AC) e Vitória (ES).

Recomendação em caso de sintomas

Aos primeiros sintomas de dengue, como febre alta e dores no corpo, a recomendação é procurar uma unidade de saúde para realizar o diagnóstico. Segundo o especialista, a infecção por dengue é recuperável na maioria dos casos, mas há públicos com maior vulnerabilidade para progredir a quadros graves.

“A grande maioria dos casos de dengue são recuperáveis, mas a gente tem que lembrar que, sobretudo, crianças, idosos, pessoas com comorbidade, podem pegar dengue e levar o quadro para uma dengue grave, infelizmente, ocorrer óbitos”, frisa o infectologista.

Projeções para 2025

No início de janeiro, a pasta da Saúde publicou uma nota técnica destacando que em 2025 o Brasil pode ter uma incidência elevada de casos de arboviroses acima do observado em 2024. As modelagens preditivas do ministério apontam para uma elevação de incidência de casos de arboviroses em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná. 

Medidas de prevenção

Confira algumas ações indicadas para o controle da proliferação do mosquito transmissor.

  • Eliminar focos de água parada;
  • Utilizar repelentes;
  • Instalar telas de proteção em janelas e portas.  
     
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09/02/2025 00:03h

Em relação aos óbitos pela doença até agora, SP registra 77% das mortes. Dados são do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde

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O estado de São Paulo tem enfrentado uma alta expressiva no número de casos de dengue registrados em 2025 em comparação às demais unidades da federação. Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde mostram que houve 226.433 casos prováveis de dengue no Brasil, desses 132.660 foram registrados só em território paulista – o que representa 58% do total de casos no país no período. 

No momento, há 259 óbitos em investigação no Brasil, sendo que 183 aguardam parecer em São Paulo. Com relação às mortes confirmadas, foram 61 em todo o território nacional – e 77% dessas mortes ocorreram no estado paulista, que registra 47 mortes por dengue.

As informações do painel foram atualizadas dia 06/02 e possuem dados até o dia 1° de fevereiro. 
 
A plataforma NIES, da Secretaria Estadual de Saúde paulista, que costuma ter dados diferentes do MS, mostra 142.100 casos prováveis e 206 óbitos em investigação na última parcial, atualizada dia 07/02 às 12h. Além disso, aponta que houve 38 mortes por dengue no estado. Com relação ao município de residência, quatro dessas pessoas moravam em São José do Rio Preto, três em Tanabi, duas em Lins, Porto Ferreira, José Bonifácio, Presidente Prudente e Sertãozinho. 

Segundo informações da Agência de Notícias do Governo do Estado de São Paulo de 29/01, o Estado de São Paulo registrou 31 municípios em estado de emergência de dengue. 

São José do Rio Preto

A cidade de São José do Rio Preto registrou o maior número de óbitos entre os municípios, totalizando 16 mortes. O município também lidera em número de casos prováveis, com 21.990, sendo que 8.169 foram confirmados.

Na última quinta-feira (6), parte da equipe da Força Nacional do SUS chegou ao município com o objetivo de auxiliar no enfrentamento da epidemia de dengue, avaliar os fluxos assistenciais e a organização dos serviços. Segundo a prefeitura municipal, caso seja necessário, a Força Nacional irá definir estratégias de atuação na cidade.

A previsão para início dos trabalhos já era para a sexta-feira (7). As atividades da equipe incluem visitas a unidades de atendimento, diagnóstico situacional e estruturação de ações, teste operacional, capacitação para profissionais da rede em relação ao manejo clínico da dengue e definição de estratégia de operação.

Maiores coeficientes de incidência de dengue em SP

O Painel do MS aponta que o coeficiente de incidência no país é de 106,5 por 100 mil habitantes. Em SP, o coeficiente salta para 288,6. Já a plataforma NIES da SES-SP aponta que o índice no estado é de 165,7. 

Conforme os dados do NIES, confira os maiores coeficientes de incidência de dengue entre os municípios paulistas. 

  • Santa Salete: 7.147,18, com 118 casos confirmados
  • Santana da Ponte Pensa: 6.642,73, com 111 casos confirmados
  • Nova Canaã Paulista: 6.537,89 com, 132 casos confirmados
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06/02/2025 00:05h

O 1º Informe Semanal sobre arboviroses de 2025 do Ministério da Saúde mostra que entre as semanas epidemiológicas 01 a 04 deste ano houve 139.241 registros da doença, sendo 101.631 no Sudeste

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O 1º Informe Semanal sobre arboviroses de 2025 do Ministério da Saúde (MS) mostra que entre as semanas epidemiológicas 01 a 04  deste ano – até 27 de janeiro –  foram registrados 139.241 casos prováveis de dengue no país. As regiões brasileiras que apresentaram os maiores coeficientes de incidência foram Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Já entre as Unidades Federativas (UF), Acre, São Paulo e Mato Grosso registraram as maiores incidências. 

A Região Sudeste registrou 101.631 casos prováveis de dengue entre as semanas epidemiológicas 01 a 04 de 2025. O estado de São Paulo registrou o maior número de casos na região, totalizando 82.041 – o que representa 80,7% do total de registros no Sudeste. O coeficiente de incidência no território paulista foi de 184,7 por 100 mil habitantes. Minas Gerais ficou em segundo lugar em relação ao número de casos na região, com 13.692 registros e com coeficiente de incidência de 66,7. 

O Centro-Oeste do país registrou 14.428 casos prováveis de dengue, com a maior concentração deles em Goiás, com um total de 6.209 casos – representando 43% do total  na região. Além disso, o coeficiente de incidência foi de 88. Mato Grosso aparece logo em seguida em relação ao número de casos de dengue, com 5.546 registros. Apesar do montante ser menor do que o de Goiás, o coeficiente de incidência foi bem maior – de 151,6 por 100 mil habitantes.

A Região Sul ficou em terceiro lugar no que diz respeito ao número de casos prováveis de dengue no período, sendo 12.864 ocorrências da doença. Paraná registrou 8.878 casos, sendo 69% de todos os registros na região. O coeficiente de incidência foi de 77,6. Santa Catarina aparece logo em seguida com 3.153 casos prováveis e coeficiente de 41,4. 

O Norte do Brasil teve 5.728 casos prováveis de dengue. No Acre houve 2.705 ocorrências, cujo coeficiente de incidência foi de 325,9 por 100 mil habitantes – o maior do país no período. Já Pará mapeou 1.515 pessoas com possibilidade de dengue e o coeficiente no estado foi de 18,7. 

A Região Nordeste, por sua vez, foi a região brasileira com menos casos prováveis de dengue no período entre as semanas epidemiológicas 01 a 04, totalizando 4.590 casos. A Bahia foi o único estado nordestino que ultrapassou os mil casos, totalizando 1.712 registros. Em contrapartida, o coeficiente de incidência foi de 12,1. Em Pernambuco foram 927 registros, com coeficiente de 10,2. Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba registraram pouco mais de 400 casos cada.

Ante o mesmo período de 2023, houve uma redução de 57,9% no número de casos prováveis da doença no país este ano.

Confira o ranking das dez UFs com os maiores números de casos no período:

  • São Paulo: 82.041
  • Minas Gerais: 13.692
  • Paraná: 8.878
  • Goiás: 6.209
  • Mato Grosso: 5.546
  • Espírito Santo: 3.780
  • Santa Catarina: 3.153
  • Acre: 2.705
  • Rio de Janeiro: 2.118
  • Bahia: 1.712
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30/01/2025 00:25h

No estado, 31 municípios estão em situação de emergência

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O Brasil já registrou 33 mortes por dengue em 2025, sendo que 23 foram confirmadas em São Paulo. Além disso, os casos prováveis da doença somam mais de 160 mil e há 87 óbitos em investigação. Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, atualizados em 29 de janeiro. 

Conforme o Painel, o estado paulista tem 94.354 casos prováveis de dengue atualmente, com 135 óbitos sendo investigados.

Acre lidera o ranking com maior coeficiente de incidência dos casos prováveis de dengue, de 357 por 100 mil habitantes. São Paulo aparece em seguida, com 205,2 e Mato Grosso, com 170,9. O estado paulista também lidera os casos graves, totalizando 716. Goiás registrou 201 e Minas Gerais registrou 177 casos de dengue grave. 

O Boletim Epidemiológico do Governo do Estado de São Paulo referente às semanas 1 a 3 de janeiro revela que a UF notificou 77.036 casos de dengue no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Do total dos casos notificados, 19.834 (25,7%) foram confirmados, sendo 19.178 (24,9%) classificados como dengue; 606 (90,8%) como dengue com sinais de alarme e 50 (0,1%) como dengue grave.

Em São Paulo, mais de 30 municípios estão em situação de emergência. O governo estadual anunciou a liberação de R$ 228 mi para apoiar as 645 cidades no enfrentamento da dengue – sendo metade equivalente à cota fixa do incentivo de gestão municipal e a outra vinda dos recursos de enfrentamento à dengue, segundo o governo.

Entre os repasses, a região de São João da Boa Vista receberá R$ 5,5 milhões. Já São José do Rio Preto receberá R$ 12,4 milhões para intensificar o combate à dengue na cidade.

Veja valores destinados a cada cidade de SP.

Vacinação

A vacinação contra a dengue está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos e regiões com maior incidência da doença. A faixa etária apresenta maior risco de agravamento pela doença. 
 

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24/01/2025 00:02h

Alerta é de pesquisadores da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) em artigo publicado no Journal of Clinical Virology

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O sorotipo 3 (DENV-3) da dengue não tem incidência relevante no Brasil desde 2008, por isso o ressurgimento desse tipo da doença pode agravar surtos da doença no Brasil. É o que alerta pesquisadores da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) em artigo publicado no Journal of Clinical Virology. O agravamento pode ocorrer devido à população não estar imunizada contra essa linhagem e, ainda, os sorotipos 1 e 2 (DENV-1 e  DENV-2) seguem em circulação.

O professor da Famerp e um dos autores do estudo, Maurício Lacerda Nogueira, disse à Agência Fapesp que em meados de 2024 os casos de DENV-3 começaram a subir e que hoje é o principal agente detectado no município de São José do Rio Preto.

“A última epidemia significativa de DENV-3 no Brasil e, mais especificamente, em São José do Rio Preto, ocorreu há mais de 15 anos [em 2007]. Já os sorotipos DENV-1 e DENV-2 continuam circulando continuamente pelo país. Se o sorotipo 3 se estabelecer novamente e prevalecer esse quadro [de cocirculação de variantes], isso pode levar a formas severas de uma epidemia de dengue. É exatamente essa situação que estamos vivendo neste momento em São José do Rio Preto”, afirmou

O professor Nogueira elucidou que uma epidemia pode acontecer quando surge um sorotipo diferente, já que ocorre o escape da imunidade anterior das pessoas. 

“Estamos estudando dengue no Brasil desde 2010 e o padrão epidemiológico é semelhante ao que aconteceu com o SARS-CoV-2 durante a pandemia de COVID-19. Quando aparece um sorotipo diferente ocorre o escape da imunidade pregressa da população e acontece uma epidemia logo em seguida. Estamos vendo isso agora com a DENV-3”, disse Nogueira.

Os pesquisadores vêm realizando nos últimos 20 anos a vigilância genômica e epidemiológica de dengue e outras arboviroses em São José do Rio Preto, por meio de um projeto apoiado pela Fapesp. O professor Nogueira aponta que o tempo quente e úmido na cidade propicia a proliferação do mosquito e, ainda, um local relevante para monitoramento.

“A temperatura média anual em São José do Rio Preto é de pouco mais de 25 graus e chove aproximadamente 2 mil milímetros por ano. Essa combinação de tempo quente e úmido cria condições ideais para a formação de reservatórios de mosquitos transmissores de arbovírus e um local propício para o monitoramento genômico e epidemiológico de arboviroses, como a dengue. E como trabalhamos aqui há muito tempo, conseguimos fazer inferências epidemiológicas melhores”, explicou Lacerda.

Sorotipo 3 da dengue

A dengue possui 4 sorotipos diferentes e a infecção por um sorotipo gera imunidade somente à variante, mas não impede uma nova infecção por um sorotipo diferente. 

O infectologista coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Anchieta, Henrique Lacerda, afirma que a diferença entre todos esses sorotipos basicamente é genética. Ou seja, todos os tipos causam os mesmos tipos de sintomas, mas o diferencial é que o DENV-3 tem maior potencial para causar surtos, além de estar relacionado aos casos mais graves da doença.

O especialista Henrique Lacerda ressaltou que a circulação do DENV-3 no país é preocupante, tendo em vista que as pessoas não têm imunidade contra essa linhagem,

“Consequentemente, as pessoas que já tiveram alguma dengue por um outro sorotipo, um ou dois, por exemplo, podem evoluir para formas mais graves por causa da resposta imunológica mais forte, mais exacerbada e isso pode levar a um aumento do número de casos e acabar sobrecarregando o serviço de saúde, com mais internações, pacientes mais graves e até óbito”, mencionou o infectologista.

Sinais de alerta que a população deve ficar atenta:

  • Dor abdominal;
  • vômitos que não cessam; 
  • tontura; 
  • sangramentos; 
  • confusão mental.

Caso apresente esses sintomas, o paciente deve procurar atendimento médico para ser orientado e receber o tratamento correto.

Ministério da Saúde

No último dia 22, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, realizou uma reunião com representantes de conselhos, da sociedade civil, sindicatos, federações e outras instituições para discutir ações estratégicas e monitoramento do cenário epidemiológico da dengue em todo o país. 

A reunião foi realizada na sede do Centro de Operações de Emergência (COE) para Dengue e outras Arboviroses, em Brasília. A ministra manifestou sua preocupação de o COE estar próximo às prefeituras. Além disso, destacou que os agentes ali reunidos deveriam compartilhar o que foi debatido com vistas a combater desinformações sobre a doença. E que o enfrentamento à dengue deve ser feito de forma conjunta pelos gestores, sociedade e pelos líderes do governo.

“Cada um de nós precisa ser um comunicador daquilo que nós discutimos e chegarmos à conclusão nessas reuniões aqui do Centro de Operações. Isso porque há muita desinformação e muitos mitos sobre a dengue”, afirmou a ministra.

Os riscos e a vigilância sobre o sorotipo 3 da dengue também foram focos na reunião, tendo em vista o potencial dessa linhagem causar formas graves da doença. Os participantes reforçaram que, com a circulação dos quatro sorotipos no país, é importante intensificar as medidas de prevenção, especialmente no controle ao mosquito transmissor com algumas ações, como:

  • Eliminar focos de água parada;
  • Utilizar repelentes;
  • Instalar telas de proteção em janelas e portas.  

Nísia Trindade também anunciou a integração entre os Ministérios da Saúde e da Educação nas ações de controle das arboviroses, por meio do Programa Saúde na Escola. “Queremos ter a escola como espaço livre de dengue e conscientização”, ressaltou em entrevista a jornalistas no final do evento. 

Com informações da Agência Fapesp

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