A cobertura vacinal entre crianças e adolescentes contra Covid-19 continua baixa no Brasil. É o que revela estudo divulgado nesta segunda-feira (11), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
De acordo com o levantamento, a cobertura vacinal em crianças de 3 a 4 anos está em 23% para duas doses e 7% para o esquema vacinal completo, com três doses. Além disso, entre as que tem entre 5 e 11 anos, a cobertura está em 55,9% com duas doses e 12,8% em relação ao esquema vacinal completo.
Diante desse cenário, o estudo revela que houve uma redução significativa no número de mortes entre crianças e adolescente, desde o início da vacinação contra a doença, o que segundo a Fundação, pode indicar uma eficácia do imunizante.
O estudo analisou dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica de Gripe da Fiocruz, levando em conta as oito primeiras semanas epidemiológicas de cada ano, entre 2021 e 2024. Por volta do final de fevereiro do primeiro ano em questão, foram registradas 118 mortes por Covid-19 entre crianças e adolescentes de até 14 anos de idade. Já no mesmo período de 2024, o total de mortes pela doença entre crianças e adolescentes com menos de 14 anos foi de 48.
Próximos estados a receber as doses da vacina serão AC, PB, RN, MS, AM, SP e MA
Uma das primeiras unidades da federação a decretar situação de emergência contra a dengue, o DF foi também uma das primeiras a receber o imunizante contra a doença — junto com a Bahia e Goiás. Na última quinta-feira (8) chegaram 71.702 doses — e até esta segunda-feira, segundo a Secretaria de Saúde, 7.804 crianças de 10 e 11 anos já haviam recebido a primeira dose do imunizante.
A advogada brasiliense Tatiana Vieira, mãe da Gabriela de 10 anos, tentou levar a filha nos dois primeiros dias. “Mas a fila estava imensa, demorando de 2 a 3 horas”. No domingo, aproveitou o horário de almoço e conseguiu imunizar a menina, que não teve nenhum efeito colateral. Tatiana conta que correu para vacinar a filha por medo dos sintomas da dengue.
“Eu me preocupo por que meu marido já teve, ficou ruim por cerca de um mês e minha preocupação hoje é com meus filhos, para eles não pegarem. Ou se pegarem, que seja mais fraco.”
Goiás recebeu 72.818 doses da vacina Qdenga na última quinta-feira (8), mas a imunização só está prevista para começar na próxima quinta-feira (15). Enquanto isso, o estado vive situação de emergência decretada no último dia 9, por conta da doença. Até agora já são 23.258 casos registrados — e 4 mortes, segundo o Ministério da saúde.
As 70.368 doses destinadas aos 10 municípios da Bahia que terão prioridade neste momento também já chegaram, mas a data para início da imunização não foi divulgada. Treze cidades sofrem com uma epidemia da doença, que já soma 4.068 casos notificados.
Até a primeira quinzena de março — segundo o Ministério da Saúde —, Acre, Paraíba, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Amazonas, São Paulo e Maranhão irão receber as doses da Qdenga. O lote inicial de vacinas, com 712 mil doses, atende 60% dos 521 municípios selecionados.
O médico consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia Marcelo Daher explica como funciona a Qdenga.
“Essa é uma vacina de vírus atenuado, feita em duas doses por via subcutânea, com três meses de intervalo entre elas. Uma vacina que pretende proteger as pessoas, principalmente pelas formas graves da doença.” O médico ressalta que ela não é capaz de evitar a contaminação, mas sim, de proteger que os quadros da doença se agravem.
O médico ainda explica que, por ser feita com vírus atenuado, a vacina contém algumas contra-indicações.
“Pessoas com alguma imunodeficiência não devem tomar a vacina. Pessoas que estão fazendo uso de algum medicamento que controle ou diminua a imunidade também devem conversar com seu médico antes de tomar a vacina. O que vale também para portadores de HIV, que devem avaliar se devem ou não tomar a vacina neste momento.”
A única forma realmente eficaz de se proteger contra a dengue é eliminando os focos do mosquito Aedes Aegypti. E nesse quesito, toda a sociedade precisa colaborar. A Tatiana, que apareceu lá no começo da reportagem preocupada com a vacinação, conta que, mesmo morando em apartamento, cuida de perto dos possíveis criadouros.
“Não deixo água parada nos pratinhos das plantas e cuidam pessoalmente para não ter nenhum risco dentro de casa.”
Quem mora em casa precisa redobrar os cuidados, olhando cada canto do quintal e eliminando totalmente os focos do mosquito. Vasos de plantas, garrafas pet, caixas d'água e todo e qualquer objeto que possa acumular água fresca e limpa, deve ser eliminado.
A taxa de mortalidade por Covid-19 foi de 4,3 mortes por 100 mil habitantes para menores de 1 ano e 0,6 por 100 mil para crianças de 1 a 4 anos entre agosto de 2021 e julho de 2022, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os dados mostram que, apesar do número de mortes, apenas 22,2% das crianças entre três e quatro anos foram vacinadas com duas doses da vacina contra a doença.
A pesquisadora da Fiocruz Viviane Boaventura recomenda aos pais que vacinem seus filhos contra a doença, que tirou a vida de 708.999 brasileiros. Ela afirma que as vacinas contra a Covid-19 são seguras e evitam mortes de crianças pela doença.
“Para as crianças realmente é um chamado para que os pais mantenham a caderneta vacinal das crianças para a Covid 19 em dia. Não tem por que desconfiar. A mesma ciência que é feita, as mesmas estratégias que são usadas para analisar a efetividade e a segurança das vacinas são as mesmas para todas as vacinas”, afirma a pesquisadora.
Mesmo com a queda no número de casos da doença, segundo Viviane Boaventura é importante se vacinar. A pesquisadora enfatiza a importância da imunização, em especial para crianças e adolescentes. Boaventura assegura aos pais — com algum receio de vacinar os filhos — que não existe controvérsia sobre a segurança, eficácia e efetividade dos imunizantes.
“É natural que os pais se preocupem com eventuais riscos adversos à vacina ou a qualquer medicamento. Mas as vacinas são consolidadamente um método efetivo contra a infecção e principalmente contra formas graves da doença. Então quando se opta por vacinação, os estudos feitos da segurança, da eficácia, já comprovam que essas vacinas são protetoras e evitam que essas crianças possam falecer de Covid”, destaca.
Quanto a possíveis reações, a pesquisadora explica que todos os medicamentos possuem riscos de efeitos adversos. No entanto, no caso das vacinas, são “extremamente baixos”. Viviane Boaventura pontua que a vacinação é indicada e necessária.
Número de crianças vacinadas contra a Covid-19 ainda é baixo, diz Fiocruz
Em 2023, até novembro, foram registrados 5.310 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 e 135 mortes de crianças menores de cinco anos. Segundo o Ministério da Saúde, desde o início da pandemia, em 2020, até novembro do ano passado, também foram notificados 2.103 casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) no Brasil, com 142 mortes entre crianças.
Covid-19: vacinação de crianças será obrigatória a partir de 2024
Apenas 22,2% das crianças entre três e quatro anos foram vacinadas com duas doses da vacina contra a Covid-19. De acordo com nota técnica divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nesta segunda-feira (22), de agosto de 2021 a julho de 2022 a Covid-19 foi a principal causa de morte por doença imunoprevenível — que podem ser prevenidas por vacina — entre menores de 19 anos.
Ainda conforme o documento, a vacinação reduz em até 41% o risco de a criança ou adolescente desenvolver a chamada Covid-Longa — quando os sintomas permanecem mesmo após a fase aguda da doença. A Fiocruz ressalta ainda que as duas vacinas aplicadas em crianças no Brasil, do Instituto Butantan e da Pfizer, têm efetividade próxima a 90% para alguns grupos etários, principalmente contra hospitalização pela doença.
“Apesar dessa alta carga de mortalidade, a cobertura vacinal, no Brasil, contra Covid-19 em crianças permanece baixa: entre 3 e 4 anos, apenas 22,2% foram vacinados com 2 doses; 55,4% entre 5 e 11 anos e 82,6% entre 12 e 17 anos. Em relação à terceira dose, a cobertura cai para 6,0%, 12,1% e 33,4%, respectivamente. Trata-se de cobertura muito baixa, especialmente quando comparada a população entre 40 e 69 anos, que é de 93,3% e 68,1% para duas e três doses, respectivamente”, diz a nota.
A infectologista Rosana Richtmann destaca que a pandemia acabou, mas a Covid-19 continua de forma semelhante ao que ocorre com o vírus da gripe. A especialista ressalta que a vacinação contribuiu de forma significativa para a redução dos casos graves da doença e defende a aplicação de dose anual para crianças e grupos prioritários, conforme recomendação do Ministério da Saúde.
“Então, independente do que você fez no passado, se você tomou uma ou cinco doses no passado, isso não vai ter tanta importância à medida do momento que a gente passa a ter grupos prioritários que vão necessitar de uma dose de vacina atualizada por ano. A única exceção dessa regra são as crianças, essas, sim, vão precisar da vacinação como rotina no calendário deles. Exceto as crianças, os outros grupos passam a ser vacinados só os grupos prioritários”, afirma.
Joyce Conde é arquiteta e mãe dos pequenos Maria Eduarda e Davi. Ela conta que os dois filhos foram vacinados contra a doença. “No geral, todas as vacinas são importantíssimas. Meus filhos de 2 e 3 anos não tiveram nenhuma reação, pelo contrário, ficaram super tranquilos. E eu recomendo a vacinação para pais, idosos, crianças, para todo mundo se vacinar, que a vacina de Covid é importantíssima”, pontua.
2,5 milhões comprimidos contra Covid-19 já foram distribuídos na rede pública de saúde no Brasil
A Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) referente à Covid-19 durou de janeiro de 2020 a maio de 2023. No Brasil, foram registrados mais de 38 milhões de casos confirmados da doença e 708.999 mortes, segundo o Ministério da Saúde. Os dados da pasta mostram que mais de 517 milhões de vacinas monovalentes foram aplicadas e mais de 32 milhões de pessoas receberam o imunizante bivalente.
O estado de São Paulo ainda vacinou 99% dos rebanhos contra a brucelose
No estado de São Paulo, o número total de bovinos registrados é de cerca de 10,16 milhões de cabeças, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Instituto de Economia Agrícola, em outubro de 2022. Para prevenir esses animais da febre aftosa, uma doença infecciosa que atinge animais como bovinos e bubalinos, o governo promoveu campanhas de vacinação em 2023, atingindo 100% da cobertura contra a febre aftosa.
Willian Alves Correa, médico-veterinário e representante da Defesa Agropecuária, explica que a vacina estimula o sistema imunológico dos animais e confere a eles anticorpos para se protegerem contra a doença.
“A vacinação é uma medida de proteção, uma das primeiras, e que foi de grande importância para o Brasil começar a controlar de maneira efetiva a febre aftosa e posteriormente partir para a sua erradicação”, informa o especialista.
A última campanha de vacinação contra febre aftosa, finalizada em novembro de 2023, contemplou cerca de 5 milhões de animais com até 24 meses de idade, segundo a Coordenadoria de Defesa Agropecuária de São Paulo.
Correa explica que de acordo com o Decreto nº 45.781 de 2001, aquele que deixa de aplicar a vacina em seus animais, fica sujeito a multa de 5 Unidades Fiscais de São Paulo (UFESP) por cabeça, o que hoje corresponde à cerca de R$171 por animal não vacinado.
“Após isso ainda deverá vacinar obrigatoriamente esse rebanho sob supervisão da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, no que é chamado de vacinação assistida. Então é muito importante que o produtor cumpra com seus deveres”, destaca.
Neste ano, não estão previstas novas campanhas de vacinação contra a febre aftosa em São Paulo. Em maio e novembro, os pecuaristas deverão fazer a declaração dos rebanhos bovídeos. Além disso, entre março e maio, a Defesa Agropecuária irá verificar a ausência de circulação do vírus responsável pela febre aftosa.
O Brasil tem como objetivo se tornar livre da febre aftosa até 2026. Para obter reconhecimento de zona livre da doença, a Organização Nacional da Saúde (OMS) exige a interrupção da vacinação por 12 meses, no mínimo.
Ainda em 2023, o estado de São Paulo vacinou 99% dos rebanhos contra a brucelose, totalizando cerca de 369 mil animais. Essa doença é uma zoonose que pode afetar pessoas que têm contato direto com animais doentes ou consomem leite cru e seus derivados.
A vacinação contra brucelose é realizada em fêmeas bovinas e bubalinas com idade entre três e oito meses. A primeira fase da vacinação contra a doença em 2024 já está em andamento e se estende até o dia 31 de maio. Após a aplicação, os produtores recebem um atestado para realizar a declaração de imunização junto à Defesa Agropecuária. A lista dos profissionais credenciados para realizar a vacinação está disponível no portal oficial.
Em São Paulo, os municípios que se destacam na criação de bovinos ou bubalinos são:
As informações são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Segundo o Ministério da Saúde, a faixa etária de 6 a 16 anos deverá ser priorizada
O Brasil é o primeiro país no mundo a oferecer a vacina contra a dengue na rede pública, mas possui desafios com relação à quantidade de doses oferecidas. Conforme o Ministério da Saúde, o país deve ter acesso a até 6 milhões de vacinas ao longo deste ano. No entanto, como a aplicação é feita com duas doses, somente 3 milhões de pessoas serão vacinadas em 2024.
O Ministério da Saúde deve seguir a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e priorizar a vacinação na faixa etária entre 6 e 16 anos. A pasta deve definir, em conjunto com estados e municípios, qual idade será priorizada diante do quantitativo de doses reduzido em uma reunião marcada para quinta-feira (25).
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, a vacinação deve iniciar em fevereiro. A vacina Qdenga (TAK-003) foi desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma. O registro do imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março deste 2023. Segundo o laboratório, a vacina é recomendada para as pessoas entre 4 a 60 anos. Todas as pessoas, mesmo aquelas que já tiveram dengue, podem receber a vacina. A vacinação no Brasil deve iniciar em fevereiro.
Na avaliação do médico infectologista Fernando Chagas, as populações que vivem em locais com maiores concentrações de casos de dengue em todo o país precisam ser imunizadas inicialmente.
“Deve-se avaliar os locais onde se tem altas taxas de adoecimento, consequentemente também de altas taxas de mosquito Aedes aegypti e aplicar nesses locais, nessas populações. Somados também as estratégias de combate ao vetor, já que o vetor não transmite apenas a dengue, também transmite a chikungunya e transmite a zika. E combater o vetor, além de combater essas outras doenças, vai somar na luta contra a dengue, que muito provavelmente vai se refletir numa queda no número de casos durante os próximos anos”, destaca.
De acordo com o infectologista, a vacina contra dengue é composta de um vírus atenuado, ou seja, um vírus vivo, mas enfraquecido e com fragmentos dos outros 3 tipos de dengue que circulam pelo mundo.
“Nós temos quatro tipos de dengue que a gente classifica como DENV 1, DENV 2, DENV 3 e DENV 4. A vacina é um vírus do tipo DENV 2, mas com fragmentos dos outros 1, 3 e 4 que uma vez no nosso corpo, estimula a produção de anticorpos e de defesa celular contra os quatro tipos de dengue. Nos estudos, foi mostrado uma eficácia de média de 80% na diminuição de casos e das pessoas que desenvolveram uma doença mais de 90% no risco de evoluir para forma grave. Então, é uma efetividade muito alta”, explica.
Chagas ainda ressalta que nos estudos e nas populações que receberam a vacina, os efeitos adversos têm sido muito leves, geralmente dentro de dois dias após a aplicação.
“A gente tem observado geralmente sinais e sintomas que até lembram doenças febris, como febre baixa, às vezes um pouco de dor muscular, geralmente leve. Algumas pessoas relatavam um pouco de dor de cabeça também leve, que duram em média de 1 a 3 dias. Qualquer sinal ou sintoma que passe de 3 dias a pessoa tem que considerar a possibilidade de ter adoecido concomitantemente a vacina ou até mesmo antes de receber a vacina, então é importante buscar o atendimento médico”, diz.
Por tratar se de uma vacina composta de vírus atenuado, a Qdenga não vai poder ser administrada em certos grupos, como explica o infectologista.
“Pessoas que têm doenças que prejudiquem a imunidade ou que façam uso de medicamentos que diminuam a imunidade, por exemplo, pessoas que fazem uso de corticoides há mais de 15 dias. Assim como também as gestantes e mulheres que estão amamentando não vão poder receber a vacina porque têm um pouco de prejuízo na imunidade e a gente não sabe os reflexos da vacina na gestante e porque não se tem estudos sobre a transmissão do vírus ou da vacina para o leite”, afirma.
De acordo com o Ministério da Saúde, o país registrou, em 2023, 1,6 milhão de casos de dengue e 1.094 mortes. Somente neste ano, os casos já superam os 10 mil e sete mortes sob investigação. Os estados com maior incidência da doença foram Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o país tem o maior número de casos da doença no mundo. Conforme a organização, o país apresentou 2,9 milhões de casos entre janeiro e dezembro de 2023.
Vacina contra dengue começa a ser aplicada em fevereiro no Brasil
Até o momento, no Brasil, foram aplicadas 518.745.863 doses da vacina monovalente contra a Covid-19. Em relação à bivalente, o total é de 32.364.017. De acordo com o Ministério da Saúde, o país registrou 38.230.814 casos confirmados da doença e 708.739 mortes.
Henrique Lacerda, infectologista, destaca a importância de seguir o cronograma de vacinação, incluindo as doses de reforço, para garantir uma proteção eficaz contra doenças infecciosas, como a Covid-19. Cumprir o calendário vacinal é essencial para construir e manter uma imunidade adequada, reduzindo o risco de desenvolver formas graves da doença em caso de infecção pelo vírus.
“Como atualmente a Ômicron e suas variantes é a cepa mais prevalente, então se os pacientes estão suscetíveis a ter a doença porque se expõe de alguma maneira, é importante que ele tenha uma imunidade contra essa nova cepa da Ômicron e suas variantes, consequentemente, ele se tiver a doença deve ter forma mais branda e sintomas mais leves”, explica.
Ângelo Castro, desenvolvedor de Software e morador de Fortaleza (CE), conta que nunca pegou Covid-19, mas já tomou 4 doses da vacina e pretende tomar todas as que forem disponibilizadas pelo estado.
“A vacinação contra o vírus, eu acho que isso é uma importância, até para poder diminuir o máximo possível de mortes e de casos graves da doença”, comenta.
De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina contra a Covid-19 está disponível no SUS para pessoas acima de 6 meses. Adultos com mais de 18 anos devem receber um reforço bivalente após duas doses. A vacinação foi incorporada ao Calendário Nacional de Vacinação para crianças de seis meses a menores de cinco anos a partir de janeiro de 2024.
Ainda este ano, o Ministério da Saúde prevê o início da vacinação de pessoas maiores de cinco anos
A vacinação contra Covid-19 foi incluída no Calendário Nacional de Vacinação para crianças de seis meses a menores de cinco anos. A medida começou a valer em janeiro de 2024. Ainda este ano, o Ministério da Saúde prevê o início da vacinação de pessoas maiores de cinco anos, que não foram vacinadas ou receberam apenas uma dose, para iniciar ou completar o esquema de duas doses.
Júlia Sousa, estudante de 24 anos e moradora de Brasília - DF, está grávida de 9 meses e conta que pretende vacinar sua filha quando completar a idade necessária.
“Por aqui ninguém teve nenhum sintoma muito forte, graças a Deus, mas a gente sabe que esse vírus é bem agressivo e a gente sabe a importância dessas vacinas. Então, a gente deve vaciná-la sim, e eu acredito que é muito importante essa vacina ter entrado no calendário de vacinas obrigatórias”, comenta.
De acordo com o Ministério da Saúde, crianças de seis meses a menores de cinco anos devem receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19 aos seis meses, a segunda aos sete e a terceira aos nove meses.
Aquelas não vacinadas ou com doses atrasadas podem completar o esquema de três doses, respeitando os intervalos de quatro semanas entre as duas primeiras e oito semanas para a terceira. Crianças que já completaram o esquema de três doses não necessitam de doses adicionais.
Para a infectologista Larissa Tiberto, incluir a vacinação contra Covid-19 é importante para aumentar a adesão à vacina.
“É necessário tomar essa vacina para diminuir o número de casos graves de covid e até mesmo extinguir a doença. Uma vez que estiver com calendário vacinal em dia, confere maior proteção a si mesmo e à comunidade, por isso é tão importante a imunização em massa”, avalia.
Até o momento, no Brasil, foram registrados 38.210.864 casos de Covid-19 e 708.638 mortes confirmadas pelo vírus. Ao todo no país, foram aplicadas 519.218.546 doses da vacina monovalente e 31.987.267 doses da vacina bivalente.
O PNI disponibiliza vacinas aprovadas pela Anvisa e testadas em estudos clínicos, com qualidade avaliada pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde.
O antiviral nirmatrelvir/ritonavir está disponível em toda a rede do SUS para tratamento de Covid-19, logo que os sintomas aparecerem e houver confirmação de teste positivo. O medicamento é indicado apenas para pessoas com mais de 65 anos e pacientes imunossuprimidos com mais de 18 anos.
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Casos de Covid-19 em Pernambuco recuam pela primeira vez desde alta registrada em novembro
O Nordeste, especialmente o Ceará, continua registrando aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) relacionados à Covid-19. No estado, foi observada uma alta particularmente rápida, apesar de uma desaceleração entre jovens adultos. Os dados são do último boletim InfoGripe divulgado nesta sexta-feira (22).
Marcelo Gomes, pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, explica que além do Ceará, outros estados do Nordeste como Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Sergipe também apresentam sinais de aumento.
“O Ceará é quem continua chamando mais atenção nesse momento, por um ritmo bastante acelerado, embora já comece, pelo menos na faixa etária dos jovens adultos, já começa a dar sinais de que pode estar diminuindo esse ritmo de crescimento. Mas na população de idade mais avançada, continua em um ritmo bastante significativo”, alerta.
O pesquisador observa que, embora os estados do Norte não mostrem um aumento nos casos de Covid-19, há um crescimento notável de infecções respiratórias em crianças e pré-adolescentes, atribuído a outros vírus que afetam principalmente essas faixas etárias.
Gomes enfatiza que durante as festas de fim de ano, as pessoas que forem viajar para esses estados com maior incidência de casos, devem ter atenção redobrada aos cuidados fundamentais, como manter a vacinação em dia.
Júnior Alves, empresário de 25 anos e morador de Brasília - DF, conta que tomou 3 doses da vacina contra Covid-19 e conta que pretende tomar as doses de reforço, pois acredita que manter a vacinação em dia é importante para evitar a contaminação pelo vírus.
“Eu acredito que no mundo que a gente vive hoje, depois da pandemia, a gente tem que manter a vacinação como se fosse uma vacina de gripe, porque eu acredito que o vírus não vai sumir de uma vez, vai ter sempre alguém que possa estar portando esse vírus, então acredito que a gente tem que manter sim uma vacinação, assim como a gente tem a vacinação da gripe de tempo em tempo”, comenta.
Até o dia 15 de dezembro, o Brasil registrou 38.130.675 casos de covid-19 com 708.237 mortes confirmadas. Até o momento, foram aplicadas 410.510.993 doses da vacina monovalente e 31.704.503 doses da bivalente.
O estado com o maior número de monovalentes e bivalentes aplicadas é São Paulo, que conta com 106.578.130, 9.355.404 aplicações, respectivamente. Os dados são do Ministério da Saúde.
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Dengue: o perigo que pode estar ao redor
Em outubro, foram notificados 35 novos casos de Zika no estado de São Paulo. No acumulado do ano, foram 892 registros, de acordo com a Secretaria de Saúde do estado. O vírus da Zika, transmitido pela picada do Aedes aegypti, ainda tem relação com a ocorrência de microcefalia no Brasil, aponta o Ministério da Saúde.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil registrou cerca de 1.900 casos de microcefalia entre 2015 e 2022. Marina Mascarenhas Roriz Pedrosa, infectologista do hospital Encore, de Goiânia, explica que mulheres grávidas contaminadas com o vírus da Zika podem transmitir a malformação congênita para os bebês, quando eles ainda estão no útero.
“A condição da microcefalia que o vírus da Zika pode causar nas crianças uma série de problemas de saúde, como atraso de desenvolvimento, deficiência intelectual, problemas motores e neurológicos. Então são crianças que acabam tendo muita dependência e precisam de muito suporte para o seu desenvolvimento”, afirma a infectologista.
Para evitar essas doenças, o Centro de Desenvolvimento e Inovação (CDI) do Instituto Butantan está desenvolvendo uma vacina contra o Zika. O imunizante é composto pelo vírus inativado, mais seguro para aplicação em gestantes, segundo o Instituto.
O vice-diretor do Centro de Desenvolvimento e Inovação (CDI) e diretor do Laboratório Multipropósito do Butantan, Renato Astray, informa que é importante prevenir que o vírus se multiplique em abundância na gestante infectada e evitar que ele passe a barreira placentária, para não chegar ao feto.
“Para que isso aconteça, basicamente essa vacina tem que induzir uma boa quantidade de anticorpos neutralizantes, que são aquelas proteínas que vão se ligar ao vírus e vão impedir que ele se ligue às células e que infecte outras células”, explica Astray.
Segundo ele, as primeiras fases para a descoberta de uma vacina são as pesquisas para descobrir, por exemplo, qual é o antígeno (substância estranha ao organismo) e qual tipo de substância é capaz de imunizar contra o microrganismo que causa a doença. “A segunda fase, que nós estamos agora, é mais avançada, porque já temos um protótipo, já temos uma maneira de produzir a vacina”, completa.
Astray pontua que a próxima etapa é o início dos testes pré-clínicos, que são de toxicidade, para verificar a tolerabilidade e possíveis reações. Após a comprovação de que o imunizante possui um caráter de segurança adequado para ser testado em humanos, é iniciado o teste clínico e a fase de produção. Ainda não há data para a disponibilização da vacina ao público.
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