Vacina

30/09/2023 00:20h

Mudança no regime de chuvas e temperaturas elevadas provocam o aumento dos casos este ano, aponta pesquisadora da Fiocruz

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O Brasil registrou 1.522.338 casos prováveis de dengue até agosto de 2023, o último balanço do Ministério da Saúde. O número é quase 10% maior que o registrado durante todo o ano passado, quando a pasta contabilizou 1.393.684 casos prováveis.

Segundo a pesquisadora do InfoDengue da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Sara Oliveira, o aumento se deu pelas mudanças climáticas.

“A gente tem uma mudança no regime de chuvas, um aumento da temperatura que também explica a expansão do mosquito para áreas onde não haviam casos registrados há alguns anos. Um exemplo clássico disso é o que está acontecendo na expansão para a Região Sul, que até pouco tempo atrás a gente não via, principalmente em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, um volume de casos expressivos.” 

O número de casos prováveis em 2023 se assemelha ao registrado em 2019, período pré-pandemia de Covid-19, quando a pasta contabilizou 1.545.462 possíveis contaminados. Já na pandemia, foram notificados 948.533 casos em 2020 e 531.922 em 2021. Sara Oliveira explica que, além da ciclicidade da doença — que tende a se repetir a cada 2 ou 3 anos —, o isolamento social também contribuiu para a queda de casos nesse período.

“As pessoas voltaram a se movimentar, o que não estava acontecendo nos anos de pandemia. Então com o aumento da circulação de pessoas, a gente vê também o aumento da circulação do vírus, porque ele depende de pessoas infectadas circulando, que tenham sido expostas ao mosquito. Os mosquitos picam essas pessoas, se infectam, e passam a infectar outras pessoas.”

Confira o número de casos no seu estado

Em 2023, a região com maior circulação do vírus da dengue é o Sudeste, com 869.811 casos prováveis, seguido pelo Sul com 379.754; Centro-Oeste com 150.848; Nordeste com 92.354 e Norte com 29.571.

A pesquisadora da Fiocruz destaca que, apesar da Região Sudeste liderar com o maior número absoluto de casos, a Região Sul está na frente com a maior quantidade por habitantes.

“A Região Sul, muito embora tenha uma população menor, ela está proporcionalmente com mais número de casos por habitante. A gente tem uma população inteira de suscetíveis em grande parte dos estados do Sul, que ainda não haviam tido contato [com o vírus]. Não é o caso do Paraná, que já vem tendo casos há algum tempo. Mas, por exemplo, em Santa Catarina, a gente viu um aumento expressivo nos últimos 3 anos. A região do Rio Grande do Sul também. Então com essa inteira população de suscetíveis à mercê do vírus, é esperado que aconteça um número maior de casos.”

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Diagnóstico e prevenção

Segundo Sara Oliveira, os principais sintomas da dengue são febre alta (acima de 38,5°C); fortes dores musculares; dor de cabeça e ao movimentar os olhos; falta de apetite; mal-estar geral e manchas vermelhas pelo corpo. 

“A dengue pode ter uma manifestação mais grave, que a gente chama de dengue com sinais de alarme. Quais são esses sinais de alarme? Sangramento em mucosa e uma dor abdominal mais intensa. E quando a pessoa tem esses sintomas, mais do que nunca ela deve procurar um serviço de saúde”, alerta.

A principal recomendação das autoridades de saúde para prevenir a dengue é combater a proliferação do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti: eliminar água parada, tampar os reservatórios e manter os quintais sempre limpos. Outra orientação para se proteger das picadas do mosquito é o uso de repelentes e telas em portas e janelas.

A infectologista Joana D’arc alerta que o trabalho de conscientização e de prevenção da doença deve ser contínuo. “É um trabalho ininterrupto, porque se eu faço toda a coleta adequada dos resíduos, a fiscalização na época de seca, se fiscalizo os terrenos onde tem a possibilidade de proliferação do vetor, se as medidas de vigilância funcionam na seca, na chuva a gente não vai ter dengue. Então esse monitoramento é permanente”. 

Atualmente existem vacinas contra a dengue aprovadas pela Anvisa, como a Dengvaxia e a Qdenga. No entanto, elas ainda não estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).

Congresso E-Vigilância 2023

Nos dias 7 e 8 de dezembro acontecerá o Congresso E-Vigilância 2023, no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ). O evento é organizado por uma comissão composta por cientistas da Fiocruz, Cefet, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), entre outras instituições de ensino e pesquisa. 

Entre os temas, os congressistas vão tratar sobre as inovações no monitoramento de arboviroses como dengue, zika e chikungunya. O objetivo é reunir e fortalecer a comunidade científica, como afirma a pesquisadora da Fiocruz Sara Oliveira.

“Vão ter diversos pesquisadores de diversas áreas relacionadas às doenças transmissíveis; vamos ter profissionais de saúde das áreas, estudantes, pesquisadores, pessoas ligadas às Secretarias de Vigilância Sanitária. Então é uma oportunidade única de aumentar e compartilhar esse conhecimento no monitoramento dessas doenças.”

Interessados podem se inscrever no site do E-Vigilância 2023.

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29/09/2023 17:00h

Só na produção de vacinas e medicamentos, mais de 90% da matéria-prima usada no Brasil é importada, segundo Ministério da Saúde

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A saúde representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Mas o setor tem uma dependência externa de US$ 20 bilhões por ano na aquisição de bens e produtos. As informações são do Ministério da Saúde.

Levantamento atualizado do Ministério da Saúde revela que, no caso do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), por exemplo, mais de 90% da matéria-prima usada no Brasil para produção de insumos como vacinas e medicamentos, é importada. Já na área de equipamentos médicos, a produção nacional atende 50%. Em medicamentos prontos, o percentual é de cerca de 60% e, em vacinas, um pouco acima.

Na opinião do médico infectologista Hemerson Luz, se o Brasil conseguisse investir na fabricação de produtos que são essenciais para a produção de vacinas, por exemplo, o país estaria em uma situação bem melhor. 

“Seria possível diminuir o custo com doenças que podem ser preveníveis pela vacinação, além de desenvolver uma tecnologia própria e contribuir com os países em desenvolvimento que muitas vezes não têm acesso a essas vacinas. Então, economicamente é uma grande vantagem em termos de saúde pública maior ainda. E na projeção do Brasil ajudaria extremamente”, avalia.

Até 2026, o governo federal pretende investir R$ 42 bilhões na política industrial brasileira voltada para a área da saúde. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou  decreto instituindo a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde.

Ao todo, serão seis programas estruturantes com o propósito de expandir a produção nacional  de itens prioritários para o SUS — e reduzir a dependência do Brasil de insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos de saúde estrangeiros.  A ministra da Saúde, Nísia Trindade, diz que a meta é atingir a média de 70% de produção local no setor.

“É uma estratégia que vai servir ao combate à miséria e à fome pelo seu componente de inclusão produtiva, tanto no emprego quanto na geração de bens. É uma estratégia fundamental para alavancar a pesquisa, a pesquisa orientada pelas necessidades de saúde. Queremos reduzir a vulnerabilidade dos SUS e ampliar o acesso universal à saúde por meio do desenvolvimento e da absorção de tecnologias em saúde”, explica.

Segundo a ministra, a judicialização de medicamentos, de vacinas e de tratamentos que não estão disponíveis no país — e que têm custos cada vez mais elevados — são exemplos da necessidade de diminuir a dependência externa. 

“Quando falamos de sustentabilidade, falamos de usar também o orçamento e a gestão a serviço da nossa população. Fortalecer a produção local de bens e serviços. E a pandemia deixou muito claro essa nossa dependência, desde bens de alta tecnologia a bens mais complexos, como vacinas, novas tecnologias. É preciso articular os instrumentos de políticas públicas com o uso do poder de compra de Estado”, salienta.

A ideia da ministra é quadruplicar a produção nacional de vacinas, investimento nos imunizantes que já existem no quadro nacional de vacinação, mas também na busca pela inovação. No entendimento do governo, o SUS se torna mais vulnerável ao mercado externo sendo dependente de insumos e medicamentos.

A conselheira nacional de Saúde e coordenadora da Comissão Intersetorial de Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica (Cictaf), Debora Melecchi, representou o Conselho Nacional de Saúde (CNS) na cerimônia no Palácio do Planalto. Ela destacou a necessidade no fomento aos laboratórios oficiais que devem assumir para o país a responsabilidade de fornecer medicamentos para toda a rede pública. 

“São diretrizes que se materializam a partir de um entrelaçamento de um projeto de desenvolvimento com geração de renda, nos oportunizando a autossuficiência nacional, mas elevando o Brasil a uma nação”, aponta.

Parceria com a iniciativa privada

O lançamento da estratégia e a assinatura do decreto instituindo o programa aconteceu na última terça-feira (26), no Palácio do Planalto, com a participação de ministros, parlamentares e diferentes autoridades. O presidente eleito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, também esteve presente na cerimônia e defendeu a importância do Complexo Econômico-Industrial da Saúde.

“Nós precisamos nos focar nessa indústria da saúde. Devemos aproveitar o que nós temos que no mundo não existe: o maior cliente individual da área da saúde que é o SUS. Com ele, o que nós podemos alavancar políticas públicas e juntar essa vontade, esse desejo e essa disposição do setor privado de investir na saúde”, comenta.

 A CNI incluiu saúde e segurança sanitária como uma das quatro missões de seu plano de retomada para o setor, ao lado de descarbonização da economia; transformação digital e defesa e segurança nacional. A entidade listou entre os objetivos a universalização do acesso à saúde e promover o desenvolvimento competitivo da cadeia de produção e exportação de medicamentos, vacinas, testes, protocolos, equipamentos e serviços. 

O Complexo Econômico Industrial da Saúde é configurado como um sistema constituído pelos setores industriais de base química e biotecnológica, de base mecânica, eletrônica, de materiais e de serviços de saúde institucionais, econômicas e políticas voltadas para a inovação e a produção em saúde. Onze ministérios, ao todo, estão envolvidos na ação, coordenada pelas pastas da Saúde e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, além de nove órgãos e instituições públicas.

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28/09/2023 00:50h

A declaração da especialista foi dada com base em resultado de pesquisa divulgada pela instituição. Brasil acumula mais de 705 mil mortes pela doença, que já teve mais de 37 milhões de casos confirmados no país

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Com 37 semanas de gestação, Vilany Pierote, de 34 anos, se viu infectada pela Covid-19. Como havia sido vacinada durante a gestação, os sintomas foram bem leves e a doença não trouxe nenhuma complicação nem para ela, nem para a bebê, que hoje já tem seis meses. “Ao finalzinho da gestação, com 37 semanas, mesmo com todos os cuidados que eu tinha, acabei pegando o Covid de novo, e graças a Deus os sintomas foram bem leves. Eu e minha bebê ficamos bem, não tive tantos sintomas, e acredito que a vacina ajudou bastante”, relatou.

Um novo estudo da Fiocruz Bahia avaliou a segurança das vacinas contra Covid-19 de plataforma de vírus inativado (CoronaVac) e de mRNA (Pfizer) durante a gravidez, analisando se a  vacinação poderia estar relacionada a problemas no nascimento do bebê na mortalidade neonatal. Mais uma vez, a ciência mostrou que a vacinação contra a Covid-19 é segura em todos os trimestres da gravidez, independente do tipo de vacina, e não aumenta o risco de resultados adversos no nascimento ou de morte dos bebês.

A pesquisadora Pilar Veras, do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz e uma das principais estudiosas do trabalho, reafirma que o estudo é mais um que assegura a confiabilidade das vacinas para gestantes e seus bebês. Além disso, ela também ressalta que gestantes  que foram internadas com covid-19 tiveram maior risco de parto prematura e outros problemas na gestação.

“A importância desse estudo em atestar a segurança da vacina contra a Covid-19 para gestantes bebês vem de estudos anteriores que já mostraram que gestantes estão entre os grupos de risco para a Covid-19. Além disso, outros estudos também evidenciaram que gestantes que foram hospitalizadas por Covid têm maior risco de apresentarem partos prematuros e outros desfechos neonatais adversos. Portanto, esse estudo reforça que essas vacinas são seguras e isso deve encorajar as grávidas a tomarem as doses necessárias, reduzindo assim a chance de terem casos graves da doença”, explicou.

Casos e vacinação

Nas últimas duas edições, o boletim Infogripe da Fiocruz alertou para o crescimento de casos de Covid-19. Ao todo, no país, já foram registradas 705 mil mortes desde o início da pandemia. 

Infogripe alerta para crescimento de casos de Covid-19; cobertura vacinal da dose bivalente é de 16%

Na semana epidemiológica 38  —  que contabiliza os dados registrados de 17 a 23 de setembro  — foram 130 novos registros de mortes pela doença. No mesmo período, foram notificados quase 19 mil novos casos de Covid-19. Ao todo, o painel Coronavírus, do Ministério da Saúde, mostra que foram quase 38 milhões de casos confirmados de Covid-19.

A vacinação, contudo, segue a passos lentos. Levando em conta a vacina bivalente, que promove a imunização contra algumas variantes do coronavírus além da cepa original, apenas 16,36% da população brasileira está imunizada. São mais de 29 milhões de doses aplicadas até a última atualização do vacinômetro, com dados obtidos até a última terça-feira (26).
 

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27/09/2023 00:10h

Índice de cobertura vacinal do país está em 16,34%; pesquisa da Fiocruz mostrou que vacinas são seguras para gestantes e bebês

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Em todo o país, mais de 29 milhões de doses da vacina bivalente contra covid-19 foram aplicadas. Apesar do número expressivo, a cobertura vacinal do imunizante é de apenas 16,34% da população brasileira. Já as vacinas monovalentes tiveram mais de 517 milhões de doses aplicadas no país.

Levando em conta a vacinação com as doses bivalentes, São Paulo é o estado que mais imunizou sua população, com 22% de cobertura vacinal, seguido pelo Distrito Federal, com 21,59% e Piauí, com 19,97%. Entre os estados que menos vacinaram estão Roraima (6,73%), Mato Grosso (7,13%) e Rondônia (7,53%). 

Já entre as cidades, Severiano Melo, no Rio Grande do Norte, tem a maior cobertura vacinal, com 83,92% da população imunizada com a dose bivalente, seguida por Bom Sucesso (67,98%), na Paraíba e Carnaubeira da Penha (62,77%), em Pernambuco. Segundo os dados do vacinômetro do Ministério da Saúde, quatro cidades não vacinaram nem 1% da sua população, são elas: São Félix do Xingu, no Pará; Bocaina do Sul e Modelo, em Santa Catarina; e Candelária, no Rio Grande do Sul.

Vacina segura para gestantes e bebês

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realizaram um estudo para avaliar a segurança das vacinas contra Covid-19 durante a gravidez, observando se a imunização poderia estar associada a problemas no nascimento do bebê e na mortalidade neonatal. O trabalho demonstrou que a vacinação contra a Covid-19 é segura em todos os trimestres da gravidez, independente do tipo de vacina —  e não aumenta o risco de resultados adversos no nascimento, como a morte . O estudo foi realizado por pesquisadores da Fiocruz Bahia, com base de dados e coautoria da Prefeitura do Rio de Janeiro.

Foram avaliadas as vacinas de plataforma de vírus inativado, que é o caso da CoronaVac, e de mRNA, como a da Pfizer. Os resultados do estudo foram publicados no Internacional Journal of Epidemiology, da Universidade de Oxford, do Reino Unido, no início de setembro. O infectologista Julival Ribeiro ressalta o quanto essas reafirmações científicas acerca da vacina são essenciais. “É muito importante esse estudo realizado pela Fiocruz em relação às vacinas que são tomadas em qualquer trimestre durante a gravidez, que não põe em risco nem a gestante nem para o futuro bebê que vai nascer. Portanto, vem corroborar estudos que já foram publicados na literatura, mostrando essa segurança, quer para a gestante, quer para o bebê”, explicou.

A analista  de marketing Bianca Muniz, de 27 anos, tomou a vacina contra a Covid-19 enquanto estava grávida. Ela ganhou bebê no último dia 19 de setembro, e conta que foi orientada pelo médico que a acompanhava no pré-natal a se imunizar.

“Eu tomei a vacina contra o Covid-19, gestante. Eu fiz meu pré-natal no SUS e, na época, o meu médico me orientou a tomar. E aí eu tomei tudo pelo SUS, na mesma hora que ele falou. Ele me explicou a importância e eu não sou o tipo de pessoa que questiona muito as coisas que são artigos científicos, que são para o nosso bem, para o bem do bebê”, ressaltou.

O estudo avaliou mais de 17 mil bebês nascidos vivos únicos, concebidos entre 15 de maio e 23 de outubro de 2021. Nas análises, não foi encontrado aumento significativo de bebês com nascimento prematuro, com baixo peso ou pequeno para a idade gestacional, com Apgar abaixo de 5 (escolar de avaliação clínica rápida de recém-nascidos) ou de morte neonatal. 

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25/09/2023 19:10h

De acordo com o último balanço feito pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), 121.498 animais já foram vacinados, sendo 101.559 cães e 19.939 gatos

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A campanha de vacinação antirrábica para cães e gatos no Distrito Federal se estende até sábado (30). De acordo com o último balanço feito pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), 121.498 animais já foram vacinados, sendo 101.559 cães e 19.939 gatos.

O gerente de Vigilância Ambiental de Zoonoses, Isaías Chianca afirma que os postos de vacinação estão espalhados por todo Distrito Federal. “De qualquer forma, nossos núcleos de vigilância ambiental são postos permanentes de vacinação. Então, caso você não tenha conseguido vacinar na campanha, pode procurar um núcleo e vacinar seu animal gratuitamente”, explica.

Segundo o veterinário Pedro Ilha, a raiva é uma doença causada por um vírus e apresenta uma taxa de mortalidade de 99% em animais e seres humanos. Embora o vírus tenha sido visto como quase erradicado por um longo período, um ressurgimento ocorreu recentemente em São Paulo, onde um gato foi diagnosticado com a doença no início do ano.

“Então normalmente 7 dias depois que o animal manifesta sintomatologia clínica ele morre e aí é importante fazer a necropsia desses animais para poder identificar. Existe uma área específica no cérebro do animal da necrópsia, que faz a análise e identifica a lesão característica pelo vírus da raiva”, explica.

O veterinário explica que a contaminação é feita através de mordidas de morcegos. “Então os morcegos as vezes podem se machucar ou até pelo próprio vírus eles podem estar digamos que inconscientes no chão e um animal ao chegar perto desse morcego recebe uma mordida, e aí através dessa mordida há contaminação”, pontua. 

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24/09/2023 01:00h

Casos aumentam em especial no Sudeste e Centro-Oeste do país, vacinação protege contra formas graves da doença

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Dor de cabeça e no corpo, congestionamento nasal e sintomas que se assemelham aos de uma gripe forte. Foi isso que a aposentada Beatriz de Fátima, de 58 anos, sentiu ao ser infectada com covid-19 por volta do dia 9 deste mês. Moradora de Brasília, ela engrossa os dados do último boletim InfoGripe, publicado semanalmente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que alerta para o crescimento de casos de Covid-19. 

O aumento nos casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) associadas à Covid-19 é observado nos estados do Sudeste e Centro-Oeste do país, com destaque para Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás. Desde o início da pandemia, o Brasil teve mais de 37 milhões de casos confirmados, e acumula mais de 705 mil mortes.

 

Incidência nas cidades

Segundo dados do Ministério da Saúde, as cidades com maior número de casos de covid-19 acumulados são o Rio de Janeiro (1.347.957), seguido por São Paulo (1.187.714) e Brasília (914.263). As mesmas capitais são as com maior número de mortes, com diferença que São Paulo (45.309) teve mais casos fatais que o Rio (38.351), e neste quesito Brasília (11.895) quase empata com Fortaleza (11.877).

Algumas cidades registraram menos de 50 casos no sistema do Ministério da Saúde desde o início da pandemia. É o caso de Boa Vista do Gurupi, no Maranhão (16), Pedro Teixeira, em Minas Gerais (25) e Sebastião Barros, no Piauí (29). Junto com a cidade mineira Pedro Teixeira, algumas outras também não registraram nenhum óbito, como Flor do Sertão, em Santa Catarina, e Novo Tiradentes, no Rio Grande do Sul. 

Moradora de Brasília, a terceira cidade com mais casos registrados, Beatriz descobriu a doença por meio de um teste de farmácia, e acredita que não ter tomado as doses de reforço da vacina fez com que tivesse sintomas mais intensos. “Foram três dias bem ruins, dois dias com crise mais intensa. Daí eu fiquei em isolamento social e doméstico por nove dias, repeti o teste, deu negativo, e aí eu voltei à vida normal. Eu não tomei as doses de reforço da Covid, eu só tomei três doses. Eu acho que foi até por isso que eu tive esses sintomas tão fortes”, relata.

Vacinação

O diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti, reforça a percepção de Beatriz, e explica que tomar a vacina ajuda a evitar complicações. “A vacina protege contra formas graves da doença, evita que a pessoa evolua para formas que demandem por exemplo internação, intubação, ventilação mecânica, e sem contar que diminui o risco de a pessoa morrer”, explica.

Segundo dados do Vacinômetro do Ministério da Saúde, já foram mais de 517 milhões de doses de vacina monovalentes aplicadas, e 29 milhões de doses bivalentes. Desta última, a taxa de cobertura vacinal no país está em 16,23%. Apenas São Paulo e Distrito Federal já imunizaram mais de 20% da população. Entre os estados que menos vacinaram estão Roraima, Mato Grosso e Rondônia, em que apenas 7% da população tomou a dose bivalente.

O vice-diretor de Serviços Clínicos do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, o médico infectologista Estevão Portela Nunes, reforça a importância de completar a imunização, especialmente os grupos mais vulneráveis. “Quem está com vacinação incompleta, principalmente quem não tomou a bivalente esse ano, principalmente se forem pessoas de maior risco, então pessoas acima dos 60 anos, com comorbidades, pessoas com grau de imunossupressão, essas pessoas têm que vacinar. Porque certamente protege muito em relação a formas graves”, recomenda.

Infectados devem se isolar

A Covid-19 vem perdendo força, contudo, ainda é importante ter cuidado em casos de infecção para evitar a disseminação do coronavírus, que tem novas variantes, como explica o infectologista Julival Ribeiro. “O vírus da covid continua circulando no mundo inteiro, inclusive aqui no Brasil. Nós estamos com a variante chamada EG5, conhecida como Éris. Ela é altamente transmissível, entretanto, segundo a Organização Mundial de Saúde, ela não tem o impacto de outras variantes em relação às pessoas serem hospitalizadas e mesmo vir a óbito”, diz. 

A recomendação para quem apresenta sintomas da doença é retomar o uso da máscara ao procurar uma Unidade de Saúde. Independente da variante, é importante ficar isolado, como detalha o diretor do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti. “Se a pessoa apresentar sintomas gripais e confirmar Covid-19 e não estiver evoluindo para formas graves, o isolamento é de sete dias. Se a pessoa no quinto dia fazer um segundo teste e esse segundo teste for negativo, ela pode sair do isolamento neste quinto dia”.

A melhor forma de prevenção contra complicações da Covid-19 é a imunização. Neste ano, o Ministério da Saúde estendeu a vacinação com doses de reforço bivalentes para toda a população acima de 12 anos de idade. Para ter acesso à vacina é só procurar o posto de saúde mais próximo.

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20/09/2023 18:20h

Nos dias 9 de fevereiro e 3 de setembro deste ano foram identificadas duas mortes , sendo um paciente de 60 a 69 anos e outro com mais de 80, ambos com comorbidades

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O Distrito Federal registrou 1.060 novos casos de covid-19 entre os dias 10 e 16 de setembro. Nos dias 9 de fevereiro e 3 de setembro deste ano, foram identificadas duas mortes, sendo um paciente de 60 a 69 anos e outro com mais de 80, ambos com comorbidades. Os dados são do novo boletim epidemiológico semanal da Secretaria de Saúde (SES-DF).

O subsecretário de Vigilância em Saúde, Divino Valério, orienta aquelas pessoas que não completaram o ciclo vacinal, que procurem postos de vacinação para se imunizarem —  e caso apresentem sintomas gripais, façam a utilização de máscaras.

“Apesar deste aumento, que já era previsto pelo próprio Ministério da Saúde e pela Secretaria de Saúde, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, está alerta, atenta e acompanhando com muita atenção, esse leve aumento”, avalia.

Divino Valério destaca que foram feitas leituras genômicas dos vírus e não foi detectado predominância do novo vírus Éris no DF e tranquiliza a população dizendo que não há motivo para preocupação. “São essas outras variantes da Ômicron, portanto não há motivo para alarde — e sim um motivo para se retomar e redobrar a atenção para este momento que estamos passando”, comenta.

De acordo com a Secretaria de Saúde, entre 12 e 18 de setembro, 11.329 doses da vacina contra a Covid-19 foram aplicadas no DF. Esse total contempla a primeira, segunda e doses de reforço, abrangendo inclusive versões infantis e a bivalente.

Até o momento, no Distrito Federal, foram aplicadas 7.315.537 doses da vacina monovalente contra Covid-19 e 561.172 doses da bivalente. 

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17/09/2023 20:00h

O mais recente Boletim InfoGripe da Fiocruz também mostra que, na maioria dos estados, há um sinal de interrupção no aumento de novos casos de SRAG associados ao rinovírus em crianças e pré-adolescentes

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Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados à Covid-19 aumentaram em alguns estados do Sudeste e do Centro-Oeste. Segundo o mais recente Boletim InfoGripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Rio de Janeiro é o estado onde o crescimento foi mais relevante na população adulta, mas também houve um ligeiro aumento no Espírito Santo, São Paulo e Goiás. Os dados são referentes à semana epidemiológica 36, que vai de 3 a 9 de setembro de 2023. 

O coordenador do InfoGripe, pesquisador Marcelo Gomes, ressalta que o ritmo de crescimento dos casos de SRAG associados à Covid-19 é menos alarmantes que em períodos anteriores.

“Em todos esses estados, ainda é algo bastante diferente do que a gente observou nos ciclos anteriores de retomada do crescimento da Covid-19. É um processo, até o momento, mais lento, aparentemente. O impacto é menor em termos de internações, mas está presente. Não é algo ainda espalhado em todo o território nacional, mas fica o alerta.”

O levantamento também mostra que, diferente do que foi observado em agosto, há um sinal de interrupção na tendência de crescimento de novos casos de SRAG associados ao rinovírus em crianças e pré-adolescentes, na maioria dos estados. Alguns, inclusive, já apresentam queda, mas ainda há estados no Nordeste com aumento de rinovírus, nas faixas etárias de 2 a 15 anos.

Situação Nacional

Em nível nacional, já foram notificados 133.786 casos de SRAG desde o início do ano epidemiológico de 2023, sendo: 51.517 (38,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 67.046 (50,1%) negativos, e ao menos 8.057 (6,0%) estão aguardando resultado.

Dentre os casos positivos das últimas 4 semanas, 2,9% são de Influenza A; 0,9% de Influenza B; 13,3% de vírus sincicial respiratório; e 35,6% de SARS-CoV-2 (Covid-19). No mesmo período do ano passado, 5,9% dos casos positivos de SRAG estavam associados à Influenza A; 0,4% a Influenza B; 6,7% ao vírus sincicial respiratório; e 63% à Covid-19, segundo os dados da semana epidemiológica 36 de 2022.

O doutor Marcelo Otsuka, coordenador do Comitê de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que esses vírus respiratórios têm maior predominância entre os meses de março e julho. “Mas depois da pandemia, houve uma alteração nesse período de sazonalidade —  e a presença desses vírus acaba sendo fora de época também”.

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SRAG

A Síndrome Respiratória Aguda Grave é um estado clínico de desconforto respiratório com prejuízo à oxigenação do paciente. Normalmente, ela é provocada pelo processo de infecção por vírus — como Influenza A e B, vírus sincicial respiratório, SARS-CoV-2 (Covid-19) —, ou por bactérias, fungos e outros agentes. 

O doutor Marcelo Otsuka explica que os principais sintomas são falta de ar, desconforto ao respirar, sensação de compressão torácica. Em casos extremos, o paciente pode sofrer de hipóxia, que é o déficit de oxigênio no organismo, podendo ser fatal. 

Segundo ele, o tratamento deve considerar dois suportes importantes: o imediato para garantir a vida do paciente e o terapêutico para combater o agente infeccioso.

“O primeiro é o suporte de vida, ou seja, se o paciente tem uma queda na oxigenação, ele precisa repor o oxigênio. Se ele tem uma obstrução das vias aéreas por conta desse processo infeccioso, ele precisa eventualmente de fisioterapia e suporte ventilatório. O outro aspecto é o terapêutico,  que depende do agente. Quando falamos de infecções bacterianas, o tratamento é feito com antibióticos. Quando nós falamos de vírus, como por exemplo a Influenza, em geral, a gente usa o Oseltamivir.”

A principal forma de prevenção é a vacinação, explica o doutor Marcelo Otsuka.

“A prevenção da Síndrome Respiratória Aguda Grave é feita principalmente quando nós falamos de vacinação. Tanto a vacinação para infecções bacterianas, como por exemplo pneumococo, hemófilos, bem como a vacinação para Influenza, para Covid-19. O segundo ponto chave é a higienização e o distanciamento de pessoas que têm um quadro respiratório.”

Em caso de sintomas, o pesquisador da Fiocruz Marcelo Gomes recomenda o repouso, o distanciamento social e o uso de máscaras.

“Quem estiver com sintoma de infecção respiratória — está tossindo, espirrando, com a garganta incomodada —, a recomendação é: faça repouso, fique em casa. Se puder, busque o posto de saúde para fazer um exame, inclusive para ter um acompanhamento médico adequado. Agora se por algum motivo não puder fazer o repouso, use uma boa máscara. Está indo a uma unidade de saúde: bota uma boa máscara, porque isso vai ajudar a diminuir o risco de acabar contraindo o vírus respiratório na unidade de saúde.”

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10/09/2023 00:56h

Após anos em queda, a cobertura vacinal do público infantil voltou a subir. O levantamento da Fiocruz analisou quatro vacinas essenciais: BCG, Pólio, DTP e MMRV

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Após anos em queda, a cobertura vacinal do público infantil voltou a subir. Um levantamento feito pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância - Fiocruz/ Unifase) revelou que crianças com menos de 2 anos de idade tiveram um aumento da vacinação no Brasil. O estudo analisou quatro vacinas consideradas essenciais pelos médicos: BCG, Pólio, DTP e MMRV. Os resultados apontaram crescimento na cobertura desse público entre 2021 e 2022.

O médico Dalcy Albuquerque Filho, especialista e membro da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, diz que esse aumento representa um resultado positivo. Mas, para que esse número continue subindo, ele acredita que o Brasil precisa disponibilizar mais vacinas em todas as unidades de saúde e ainda aumentar a quantidade de campanhas de vacinação.

“A gente lembra das campanhas do Zé Gotinha no início dos anos 80, quando você tinha filas imensas nas unidades de saúde, as pessoas ficavam na fila. Hoje essas campanhas são muito fracas, vai muito pouca gente. Então eu acho que a questão toda é essa, é sensibilizar, estar onde as pessoas estão e vacinar. E, na dúvida, dê vacina”, avalia.

A vacina BCG — que protege contra a tuberculose — foi a que mais conseguiu atingir a meta. Ela teve um aumento de 19,7 pontos percentuais e alcançou 99,5% do público infantil em 2022. De acordo com o levantamento, foi o único imunizante que obteve a cobertura vacinal mínima necessária. O maior crescimento foi observado na região Norte, enquanto a Sudeste teve a menor cobertura com 92,7%.

A vacina contra a poliomielite também cresceu 19,7 pontos percentuais, mas não conseguiu chegar no mínimo necessário da cobertura vacinal, entre 90% e 95%. O índice foi de 85,3% em 2022.

A imunização contra a DTP — difteria, tétano e coqueluche — cresceu 9,1 pontos percentuais, para crianças com menos de 1 ano. A cobertura chegou a 85,5% em 2022. Norte e Nordeste foram as regiões que lideraram o crescimento, porém nenhuma região alcançou a meta de 95% de cobertura vacinal.

A vacina MMRV — previne sarampo, caxumba, rubéola e varicela — também teve um aumento da imunização em crianças menores de 2 anos, mas ainda assim não alcançou a meta. Ela cresceu 3,5 pontos percentuais, chegando a 59,6% em 2022. A região Sul esteve na frente da cobertura, com 70,6% e a região Norte, teve o menor índice — de 38,6%. 

Importância da vacinação

O médico Dalcy Albuquerque Filho explica que a vacinação, talvez, seja um dos maiores avanços da medicina nos últimos séculos. “Graças à vacinação, nós conseguimos minorar ou até erradicar doença que durante toda a história da humanidade dizimou populações, causou sequelas e encurtava inclusive a vida média da população.”

Para ele, com o surgimento dos imunizantes, muitos problemas foram deixados para trás. “Com as vacinas, nós conseguimos, por exemplo, a redução de febre amarela, que era uma tragédia no Brasil, a varíola que também era uma tragédia no Brasil e no mundo inteiro e que, inclusive, nós conseguimos até a erradicação”, revela.

O infectologista levanta outros pontos positivos. “Com a vacina, a gente consegue que o organismo tenha uma série de fatores de defesa que impedem que essa doença que tinha um potencial de agravamento muito grande, com o pior desfecho, que era o óbito, a morte do paciente, não aconteça”, salienta.

Vacinação nos idosos

Na opinião do médico Dalcy Albuquerque Filho, as vacinas não são importantes apenas para as crianças. “Não podemos nos esquecer das pessoas idosas que têm comorbidades. Elas são organismos mais frágeis e também precisam se manter imunizados, dentro do que preconizam os calendários vacinais”, ressalta.

O especialista ainda acrecenta: “Pessoas que usam medicações que comprometem a imunidade, de acordo com a orientação do seu médico, da sua terapia, devem também se manter imunizados para evitar ter essas doenças e, se vier a ter, evitar as complicações e os óbitos”, afirma.

Orientações

O médico diz que para evitar complicações ao adoecer, a recomendação é simples: “Vacinem-se e mantenham o calendário de vacina do seu filho rigorosamente em dia, dentro das datas preconizadas. Leve o seu filho num posto de saúde para vacinar e mantenham o calendário dele em dia dentro do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde”, aconselha.

Mas ele ressalta a importância de aumentar o número de vacinas disponíveis em todas as unidades de saúde e também ampliar as campanhas. “É importante atuar em locais de grandes aglomerações, em festas, em jogo de futebol, em todos os lugares e com pessoas sensibilizadas e fazendo brincadeiras até para atrair as crianças e tudo mais”, cita.

A advogada especialista em direito médico Ana Lúcia Boaventura faz um alerta. “A vacinação é obrigatória não somente para crianças, ou seja, os pais devem levar seus filhos a se vacinarem e também para os adultos. É claro que ninguém vai adentrar à residência de uma pessoa e obrigá-lo a se vacinar, mas a gente deve entender que alguns direitos podem passar a ser restringidos em razão da falta de vacinação”, informa.

Caso os pais não levem os seus filhos para se vacinar, a advogada esclarece: “Eles podem começar a ter direitos restringidos em matrículas, em escolas, recebimento de Bolsa Família e assim por diante. Então, a vacina é obrigatória, sim, obviamente, não de uma maneira coercitiva, mas com relação à restrição desses direitos, porque o que se pretende com a vacinação obrigatória, não é só a proteção do indivíduo que vai receber a vacina, mas é uma questão de saúde coletiva.”, ressalta.

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05/09/2023 16:37h

No mês de agosto, o estado aplicou 981 mil doses da vacina, resultando em um aumento na cobertura vacinal

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A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) estendeu a campanha de vacinação contra Influenza (gripe) para a população acima de seis meses até o  dia 15 de setembro. A cobertura vacinal registrada no estado era de 49,5% no dia 25 de agosto, o que representa um aumento em comparação com os 47,1% registrados no final de julho.

Nos primeiros cinco meses de 2023, foram aplicadas 6,1 milhões de doses da vacina contra a gripe. Com as prorrogações da campanha, em pouco mais de três meses, outras 6,5 milhões de doses foram aplicadas, totalizando 12.747.837 milhões de doses até o momento. A meta do estado é alcançar uma cobertura de 90%.

André Bon, infectologista do Exame Medicina Diagnóstica, da rede Dasa, alerta que a vacina contra a gripe deve ser utilizada especialmente por pessoas que podem evoluir com formas graves da doença. “Idosos, crianças, gestantes, pacientes com algumas comorbidades, como pneumopatas com DPOC, asma, pacientes renais crônicos em hemodiálise, dentre outros. É importante lembrar que pessoas imunossuprimidas são uma população alvo para a vacinação. Qualquer pessoa pode tomar vacina contra gripe para se proteger da doença e a transmissão para outras pessoas”, informa. 

Os sintomas mais comuns da gripe são febre, espirros, nariz congestionado, cansaço e dores no corpo. No entanto, em casos graves, pode ser perigosa para crianças menores de 6 anos, idosos, gestantes e pessoas com comorbidades, podendo levar à morte.  Crianças e idosos foram os grupos mais vacinados, alcançando uma cobertura vacinal de 38,5% para os mais jovens e 57,2% para os mais velhos.

O infectologista explica que a vacina contra a gripe é importante para reduzir as formas mais graves da doença em pacientes de alto risco, além de diminuir a transmissão de pacientes saudáveis para aqueles que têm maior risco de adoecer. “Por exemplo, vacinar as pessoas que moram com pacientes imunossuprimidos para evitar que eles desenvolvam a doença. Ou vacinamos profissionais de saúde, evitando que eles transmitam a gripe para os pacientes, que são populações já fragilizadas”, completa.

Em 2023, a Secretaria da Saúde de São Paulo registrou 241 mortes decorrentes de casos graves da gripe causados por diferentes tipos de vírus da Influenza.  A vacinação é eficaz em evitar a evolução da doença para estes quadros mais graves. No mesmo período de 2022, foram 275 mortes confirmadas, o que mostra uma redução de 22,4% este ano.  No entanto, o número de casos aumentou em 50,3%, passando de 1.691 no ano passado para 2.543 até agosto deste ano.

Postos de vacinação

A vacina está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do estado de São Paulo, com funcionamento de segunda-feira a sexta-feira, das 7h às 19h, e em UBS Integradas, que atendem das 7h às 19h, inclusive aos sábados e feriados.

Veja aqui a lista com os endereços das unidades básicas de saúde (UBS)

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