Vacinação

26/02/2024 21:45h

Outras 609 mortes estão sob investigação. Segundo o Ministério da Saúde, o país tem um coeficiente de incidência de 453,3 casos a cada 100 mil habitantes

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O Brasil registrou 920.427 casos prováveis de dengue e 184 mortes pela doença foram confirmadas nesta segunda-feira (26). Outras 690 mortes estão sob investigação, segundo dados do Painel de Arboviroses divulgado pelo Ministério da Saúde. 

Conforme a pasta, o país tem um coeficiente de incidência de 453,3 casos a cada 100 mil habitantes. Distrito Federal, Minas Gerais, Acre, Espirito Santo, Paraná e Goiás apresentam as maiores taxas de incidência da doença. Ao menos sete unidades da federação já decretaram estado de emergência pela doença. São elas:

  • Rio de Janeiro;
  • Espírito Santo;
  • Minas Gerais;
  • Acre;
  • Goiás;
  • Santa Catarina;
  • e o Distrito Federal.

Ainda segundo o ministério, a incidência de casos prováveis é maior entre mulheres (55,3%). A faixa etária que apresenta o maior número de notificações são os adultos entre 30 e 39 anos. Com relação aos homens da mesma idade, o número de notificações é de 81.117, contra 98.746 de mulheres.

Vacinação contra a dengue

Uma nova remessa com 523.005 doses da vacina contra a dengue (Qdenga) começou a ser distribuída na quinta-feira (22), segundo o Ministério da Saúde. A entrega deve contemplar municípios de Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Roraima, Rio de Janeiro, Tocantins, Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul. 

Com as novas unidades, todas as 521 cidades selecionadas pela pasta conseguirão iniciar o esquema vacinal de crianças entre 10 a 11 anos até a primeira quinzena de março.

Segundo a pasta, o lote inicial, com 712 mil doses, começou a ser enviado em 8 de fevereiro para 315 municípios nos estados de Goiás, Bahia, Acre, Paraíba, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Amazonas e São Paulo, além do Distrito Federal. A primeira remessa atendeu a 60% dos 521 municípios. 

Das 17 unidades federativas selecionadas pelo Ministério da Saúde, apenas o estado de Roraima ainda não começou a vacinação contra a dengue. O Distrito Federal e Goiás foram os primeiros a iniciar a vacinação. No entanto, a cobertura vacinal no DF está abaixo do esperado. Conforme a Secretaria de Saúde, apenas 28% do público priorizado foi vacinado, o que representa cerca de 21 mil crianças vacinadas.

A servidora pública Katia Matusumoto, mãe da Maria Eduarda, de 10 anos, conta que levou a filha no primeiro dia da campanha de vacinação em Brasília — 9 de fevereiro.  Ela destaca a importância da vacinação.

“Acho importante que os pais levem as crianças para vacinar contra a dengue. Não só para evitar a contaminação por essa doença, mas muito mais para evitar os casos mais graves. A minha preocupação com a minha filha é que se desenvolva o quadro mais grave e isso sim é preocupante”, destaca.

Em Goiás, apenas os municípios da região sul do estado ainda não iniciaram a vacinação, como destaca a superintendente de Vigilância em Saúde do estado, Flúvia Amorim. 

“Nós recebemos 151 mil doses, o que é suficiente para vacinar crianças e adolescentes de 10 e 11 anos de 122 municípios. O ministério nos informou que a única região de saúde que tinha ficado ainda sem receber é a região sul, onde está o município de Itumbiara. Os demais municípios da região receberão essa semana. Então a gente está aguardando chegar do ministério cerca de 6 mil doses”, diz. 

A superintendente ainda informou que mais de 6 mil doses já foram aplicadas no estado desde o início da vacinação no dia 15 de fevereiro. 

“O que a gente tem ouvido dos municípios é boa procura. Temos recomendado os municípios estratégias. Se não está tendo demanda na unidade de saúde, vá até onde essas crianças, esses adolescentes estão. Seja escola, seja em postos volantes, mas a gente precisa quanto antes imunizar, porque a imunidade mesmo só se dá depois da segunda dose. Então, quanto antes ele tomar a primeira, mais rápido ele vai tomar a segunda”, ressalta.

Para o infectologista Fernando Chagas, a vacinação é uma importante estratégia de prevenção contra a dengue. 

“É uma vacina maravilhosa, tem uma proteção de mais de 95%. Pena que tem muito pouco. Mas é importante que os adolescentes sejam vacinados porque a gente já tira uma importante população, muito acometida pela doença do alvo. Fato é que estamos aguardando que essa vacina impacte positivamente na diminuição de casos de dengue que, especialmente nesses dois últimos anos, têm se apresentado com números cada vez maiores”, completa.
 

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25/02/2024 00:01h

Segundo especialistas, as três doenças são causadas por vírus, mas a maneira como são contraídas e a forma como devem ser tratadas se distinguem

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O Brasil ultrapassou 762 mil casos de dengue neste ano. Também foram registradas 150 mortes pela doença — e 523 mortes estão em investigação, segundo dados do Ministério da Saúde. Em meio à epidemia de dengue que avança no país, o número de casos de Covid-19 também cresce. Somente na última semana foram notificados 45.177 novos casos da infecção.

Tanto a dengue, como a Covid-19 e a gripe são doenças são causadas por vírus. Mas, ao contrário da Covid e da gripe, a dengue precisa do vetor — o mosquito Aedes aegypti — para que a transmissão da doença ocorra. Os sintomas das infecções são praticamente os mesmos, mas a evolução de cada uma é diferente, como explica o médico infectologista Fernando Chagas.

“Os sintomas nos direcionam muito para o diagnóstico. Por exemplo, num cenário onde a dengue está circulando, pessoas com febre que apresentem dor no corpo, dor de cabeça, dor ao redor dos olhos, dor articular até que se prove o contrário — a gente considera de fato que seja dengue. A dengue não costuma pegar o sistema respiratório, então você não vai ver uma pessoa com dengue, com coriza, com dor de garganta, com tosse e acometimento pulmonar. Pode acontecer, mas é uma situação extremamente rara”, explica.

Conforme o infectologista, é mais difícil diferenciar a gripe da Covid-19. “A gripe e a Covid elas se confundem muito nos seus sinais e sintomas. Então, sempre que você tiver sinais e sintomas gripais: coriza, febre, tosse, dor de garganta, dificuldade de respirar, é importante avaliar com o médico a possibilidade dessas duas doenças. Então a gente considera também o contexto desse  vírus que está circulando”, diz.

No entanto, o especialista destaca que é importante realizar exames para confirmar o diagnóstico. 

“Nos três primeiros dias da dengue, até o quinto a gente pode fazer um exame chamado NS-1. É um teste rápido que tem em vários serviços de saúde. Positivando a probabilidade de ser dengue já é fechado. No caso das doenças respiratórias, a gripe e a Covid-19, o diagnóstico é até mais fácil do que a dengue. Porque todos eles existem testes bem mais rápidos. Por exemplo, a Covid faz aquele teste com cotonete no nariz e sai imediatamente o diagnóstico. No caso da gripe, também tem esse teste”, ressalta.

Como se prevenir contra a gripe e Covid-19?

Tanto a gripe como a Covi-19 são transmitidas por via superior aérea e ocorre de uma pessoa doente para outra por gotículas de secreções respiratórias, como tosse e espirro. Além da vacinação, Chagas destaca as outras medidas de prevenção contra as infecções:

“Qualquer pessoa com sintoma tem que usar máscara para não passar para que não tem sintoma, para quem não está com o vírus. E também a higienização das mãos. A higienização das mãos é fundamental porque muitas vezes a transmissão vem das mãos da gente mesmo. A gente tocou no ambiente contaminado, em secreção de alguém que estava com a doença e no ato de coçar os olhos, passar o dedo no nariz e na boca, a gente joga o vírus para dentro do corpo”, explica.

Como se prevenir contra a dengue?

A principal forma de prevenção contra a dengue é evitar a procriação do mosquito Aedes aegypti. O infectologista destaca que quase 80% dos casos de dengue são provocados por mosquitos no próprio ambiente domiciliar.

“A gente precisa lembrar que os mosquitos têm um período de desenvolvimento de média 7 a 10 dias. Então, se você limpa a sua casa e o terreno ao redor da sua casa uma vez por semana, você diminui muito as chances do desenvolvimento do mosquito. Lembra também dos ralos. É importante que eles fiquem tampados. Uma grande estratégia é o uso de repelentes, especialmente repelentes que possuem uma substância chamada icaridina. Não precisa passar o dia todo de repelente, basta utilizar no finalzinho da tarde porque é o período onde o mosquito sai para tomar o sangue”, diz.

Chagas ainda destaca que a vacinação é outra importante estratégia de prevenção contra a dengue. 

“A vacina que está sendo aplicada nos adolescentes de 10 a 14 anos em todo o país é uma excelente estratégia. Não é nem intramuscular, então a pessoa não pode nem dizer que tem medo por conta da dor. É uma vacina intradérmica, parece aquela picadinha da insulina. É uma vacina maravilhosa, tem uma proteção de mais de 95%. Pena que tem muito pouco, mas é importante que os adolescentes sejam vacinados, porque a gente já tira uma importante população muito acometida pela doença do alvo”, adverte.

Vacinação contra a dengue

A vacinação contra a dengue já iniciou em pelo menos 11 estados selecionados pelo Ministério da Saúde. Nesta semana, a vacinação foi iniciada em diversos municípios do estado de São Paulo, além de Manaus (AM), João Pessoa (PB), Natal (RN) e no Rio de Janeiro (RJ).

A imunização também já havia começado no dia 9 de fevereiro no Distrito Federal e em Goiás, duas das unidades da federação com maiores índices de casos. Também as capitais Campo Grande (MS), Salvador (BA), São Luís (MA) e Rio Branco (AC) já começaram a vacinar.
Na última quinta-feira (22), as primeiras remessas das vacinas chegaram aos estados de Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Roraima.
 

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22/02/2024 21:15h

Segundo o Ministério da Saúde, o país registrou 151 mortes pela doença

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Até o  momento, o Brasil  já registrou 740.942 casos prováveis de dengue — e 151 mortes pela doença foram confirmadas nesta quinta-feira (22). Outras 501 mortes estão sob investigação, segundo dados do Painel de Arboviroses, divulgado pelo Ministério da Saúde.

Conforme a pasta, a incidência de casos prováveis é maior entre mulheres (55,1%). A faixa etária que apresenta o maior número de notificações são os adultos entre 30 e 39 anos. Com relação aos homens da mesma idade, o número de notificações é de 65.536, contra 79.083 de mulheres.

As unidades federativas mais afetadas pela epidemia são: Minas Gerais com 258.194 registros; São Paulo (124.597); Distrito Federal (83.284); Paraná (75.499); Rio de Janeiro (55.187) e Goiás (45.682). Esses estados inclusive  já declararam estado de emergência pela dengue.

Vacinação

Em meio ao crescimento do número de casos, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Roraima e Rio de Janeiro receberam na quinta-feira (22) os primeiros lotes da vacina contra a dengue. Ao todo, 523.005 vacinas vão ser distribuídas entre esses estados. A entrega também vai contemplar o Tocantins, e a segunda remessa do imunizante se destinará  para os estados da Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Em Minas Gerais, 22 municípios foram selecionados para receber a vacina. De acordo com a Secretaria de Saúde do estado (SES-MG) foram entregues 78.790 doses de vacinas contra a dengue. A SES-MG irá distribuir o imunizante às Unidades Regionais de Saúde de Belo Horizonte e Coronel Fabriciano/Timóteo. 

No Paraná, foram entregues  35.025 doses do imunizante. Conforme informa a Secretaria de Saúde do Paraná, a distribuição das vacinas será concluída nesta sexta-feira (23) para 21 municípios. No Espírito Santo, as 58.530 doses de vacina vão ser distribuídas para 23 cidades. Segundo a pasta, ao todo, 58.525 crianças de 10 e 11 anos deverão ser imunizadas no estado. 

Em Santa Catarina, 29.100 doses vão ser compartilhadas entre 13 municípios da região nordeste do estado. Já em Roraima, a Secretaria de Saúde do estado (Sesau) informou que vai distribuir entre 10 municípios as 20.670 doses de vacinas. No Rio de Janeiro, as 231.928 doses da vacina contra a dengue serão distribuídas entre a capital e todas as cidades da baixada fluminense.

Nove estados já iniciaram a vacinação

A vacina começou a ser entregue aos estados e municípios selecionados pelo Ministério da Saúde no dia 8 fevereiro. Ao menos nove estados já iniciaram a vacinação contra a dengue em crianças de 10 e 11 anos.

Segundo a pasta, o lote inicial — com 712 mil doses— foi enviado para 315 municípios nos estados: Goiás, Bahia, Acre, Paraíba, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Amazonas, São Paulo; e  também ao Distrito Federal. A primeira remessa atende a 60% dos 521 municípios. Todas as capitais contempladas já iniciaram a vacinação.

Moradora de Santa Maria, região administrativa do Distrito Federal, a dona de casa Eloísa Fontenele levou o filho de 10 anos para vacinar contra a dengue, no dia 15 fevereiro. Ela enfatiza a necessidade da vacinação.

“A importância de levar as crianças para serem vacinadas é justamente para protegê-las e evitar que tenham sintomas mais sérios e que cause problemas mais sérios neles”, diz. 

Eloísa Fontenele ainda relata as ações que tem adotado para evitar a doença. “As medidas que estou tomando para evitar a dengue são eliminar água parada onde os mosquitos reproduzem; usar repelente, vestir roupa que cubra o corpo e instalar telas em janelas. A vacinação também é uma maneira para proteger, principalmente os meus filhos”, ressalta.

Para a infectologista Joana D’arc Gonçalves, a vacina representa uma nova fase no combate à dengue, mas o controle do vírus continua dependendo de uma série de ações.

“A vacina é uma ferramenta a mais. A Qdenga tem uma eficácia geral em torno de 80% e reduz hospitalização. É mais que isso: vai te dar uma proteção após a primeira dose, depois de 30 dias. Mas essa eficácia vai ser completa após as 2 doses, com o intervalo de 3 meses. Então, a vacina é uma estratégia nesse momento, mas vai ser melhor ainda lá na frente, para aquelas pessoas que estão imunizando agora, para ter uma proteção duradoura no futuro. Neste momento, a gente precisa juntar as ações”, destaca. 

A infectologista ainda ressalta que o imunizante não é recomendado a alguns grupos. “Não é todo mundo que pode tomar. Tem que ficar atento se você tem alguma doença imunossupressora ou se está gestante. em que ter cuidado porque a vacina é de vírus vivo atenuado. Então tem que saber com o seu profissional médico se você pode ou não tomar a vacina”, adverte. 
 

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22/02/2024 04:35h

Segundo a Secretaria de Saúde, o estado possui 86.184 casos confirmados de dengue e 71 municípios decretaram estado de emergência

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O número de casos confirmados de dengue em Minas Gerais segue em avanço. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o estado registrou 86.184 casos confirmados e 26 mortes pela doença. A capital, Belo Horizonte e as cidades Itabira e Ribeirão das Neves lideram com maior número de casos de dengue.

Conforme o último boletim epidemiológico divulgado pela SES-MG, Belo Horizonte possui 23.161 casos de dengue. Em seguida aparecem os municípios de Itabira (8.484), Ribeirão das Neves (7.331), Betim (6.983) e Contagem (6.572). Ao todo, 71 cidades do estado já declararam situação de emergência pela dengue. Confira a lista aqui

Moradora de Belo Horizonte, a engenheira de minas Raquel Lima, de 30 anos, relata que contraiu a doença há uma semana. Ela conta que ainda está se recuperando da doença. 

“Eu peguei a dengue antes do Carnaval. E eu comecei ter os sintomas, mas foram mais dores principalmente na minha perna e na terça-feira de Carnaval eu fui para o hospital e fui diagnosticada. Eu comecei ter muita dor mesmo, atrás dos olhos, uma febre. Mas a febre não foi mais forte, não tive manchas pelo corpo. O que tive mesmo foi muita dor e cansaço. Eu ainda estou. Você não consegue sair da cama, o cansaço é muito forte e continuo com dificuldade para respirar também”, relata.

Prevenção

De acordo com a médica infectologista Joana D’arc Gonçalves, o aumento de casas da dengue está associado tanto a fatores relacionados à capacidade de replicação do vírus quanto a diminuição da prevenção. 

“Tem algumas cepas que são mais virulentas que outras, ou seja, têm a capacidade melhor de replicar e tem também os fatores associados ao próprio mosquito. É um mosquito que prefere estar próximo à região urbana, próximo do homem. É antropofílico, coloca muitos ovos e esses ovos eles duram muito tempo na natureza. Até mais de 1 ano. Então, a junção desses fatores e a diminuição, às vezes, da vigilância de forma global com relação a políticas públicas, tudo isso contribui para o aumento do número de casos de dengue”, destaca.

Na avaliação da infectologista, o combate à dengue é um desafio tanto para o governo quanto para a sociedade.

"A gente precisa saber da nossa responsabilidade e nos somos corresponsáveis. Rever os nossos hábitos onde a gente armazena água, os depósitos que a gente tem no nosso peridomicílio. Os possíveis reservatórios: caixa d’água destampada, lixo que a gente joga em qualquer lugar. Então vai desde a gente até o governo. As ações contra a dengue devem partir de um comitê multidisciplinar onde vai envolver não só saúde, mas também a questão da fiscalização de forma geral. É muito importante fazer o índice de infestação predial, onde a gente vai ao domicílio e checa se tem algum foco e faz o controle do foco local", comenta. 

Com o intuito de sensibilizar a população no combate à dengue, a Secretaria de Saúde do estado vai promover um dia D para combate ao mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti.  De acordo com a SES-MG, os mutirões comunitários para eliminar os focos de Aedes vão acontecer no sábado (24) em todo o estado. 

Vacinação

Em Minas Gerais, a vacinação está prevista para começar no mês de março. Segundo o Ministério da Saúde, 22 municípios do estado vão receber o imunizante. Confira a lista aqui.
 

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21/02/2024 21:00h

Segundo a Secretaria de Saúde do estado, a meta é chegar 90%; campanha encerra no dia 29 de fevereiro

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A uma semana do fim da campanha de vacinação contra a gripe (influenza) no Pará, a cobertura no estado está em 23% e a meta é de 90%, segundo a Secretaria da Saúde do estado (SESPA). Conforme a secretaria, 2,7 milhões de pessoas fazem parte dos grupos prioritários no estado, mas até o momento, 869.816 pessoas foram vacinadas.

Na Região Norte, a vacinação contra a gripe iniciou no dia 13 de novembro de 2023, visando proteger a população amazônica antes do período chuvoso. Segundo a coordenadora estadual de Imunizações, Jaíra Ataíde, a partir do dia 1º de março não haverá mais doses disponíveis para a vacinação.

“Estrategicamente, nós estamos vivenciando a vacinação da população contra a gripe para enfrentar o inverno amazônico. A grande vacinação contra a gripe no estado do Pará e nos estados da região norte termina agora no dia 29 de fevereiro. Passando este período, nós não teremos mais doses de vacina influenza disponível. Nós só estaremos vacinando novamente na aproximação de vacinação, que será exatamente final de outubro e novembro, que é quando a partir daí vai ficar a vacinação da região norte contra a gripe”, explica.

A coordenadora alerta a população sobre a importância da vacinação contra a gripe. “A vacinação contra a gripe tem o grande objetivo de evitar as complicações e hospitalizações causadas pela gripe. Então, é super importante que toda a população esteja vacinada. Um quadro de gripe pode complicar, se transformar numa síndrome respiratória aguda grave, precisar de terapia e ainda vir ao óbito”, ressalta.

De acordo com a SESPA, a vacinação estar disponível para toda a população, mas o foco principal da vacinação é com as pessoas dos grupos prioritários. 

“A vacinação contra a gripe é direcionada para os grupos que são mais suscetíveis, como no caso as crianças, os idosos, as gestantes, as puérperas e aquela população que convive em meios de grande multidão, como no caso os professores e os trabalhadores da saúde. Tem também a população de comorbidade, que são aquelas pessoas que têm uma doença de base. Essas pessoas, elas não entram exatamente no grupo prioritário chamado, mas elas também têm vacina para receber”, destaca.

Segundo a secretaria, a cobertura vacinal para o grupo de idosos é de 26%. Nos demais públicos, as coberturas vacinais são: crianças (25%), gestantes (13%), puérperas (7%), trabalhadores de saúde (17%), e professores (15%). A vacina está disponível em todos os postos de saúde nos 144 municípios do estado.

Vacina

Produzida pelo Instituto Butantan, a vacina contra a gripe protege contra três vírus respiratórios: Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B. A vacina também ajuda a proteger contra a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Influenza

Segundo o infectologista Julival Ribeiro, a influenza ou gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório provocado pelo vírus da influenza, que possui um grande potencial de transmissão. O vírus da influenza A e B são os responsáveis pelas epidemias sazonais da doença. Ele destaca os principais sintomas da gripe.

“Os sintomas da gripe pode afetar cada pessoa com intensidade diferente, mas, de uma maneira geral, o indivíduo infectado pelo vírus da influenza acaba por ter febre geralmente acima dos 38°, dores no corpo, dor de cabeça, tosse seca, dor de garganta, cansaço e mal-estar. Apesar da maioria das pessoas terem gripe e não ter complicação nenhuma, é importante a gente lembrar que crianças, idosos, pessoas com comorbidades, têm o maior risco de desenvolver complicações da gripe.” destaca. 

Para o infectologista a vacinação é  a ŵmelhor maneira de prevenir a gripe ou influenza. Ele cita outras medidas preventivas que a população pode adotar.

“Além da vacinação, é muito importante lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel, principalmente antes de você consumir algum alimento. Utilizar o lenço descartável para fazer a higiene nasal. Cubra o nariz e a boca ao espirrar ou tossir. Evitar tocar nas mucosas dos olhos, nariz e boca, porque sua mão pode estar contaminada com o vírus e pode levar a doença. Manter um ambiente bem ventilado. Evitar contato próximo a pessoas que apresenta sinais ou sintomas de gripe. E sobretudo se você suspeitar que está com gripe ou influenza, o correto é procurar a unidade de saúde para fazer o diagnóstico”, recomenda.

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20/02/2024 21:45h

A incidência da doença no país é maior no Distrito Federal, Minas Gerais, Acre e no Paraná

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O número de casos prováveis de dengue no Brasil segue em crescimento. Segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, divulgado pelo Ministério da Saúde, o país registrou 688.461 mil casos prováveis da doença em 2024. A taxa de incidência da doença é 339,0 casos para cada 100 mil habitantes. 

Também foram registradas 122 mortes pela doença e 456 estão sob investigação. Conforme a pasta, a incidência de casos é maior no Distrito Federal, Minas Gerais, Acre, Goiás e no Paraná. Estados que já decretaram situação de emergência pela dengue.

Em número de casos prováveis, Minas Gerais lidera com 232.683. Em seguida aparece São Paulo (117.571), Distrito Federal (80.979), Paraná (72.526) e Rio de Janeiro (51.532).

Na avaliação do médico infectologista Julival Ribeiro, as mudanças climáticas podem ter influenciado o aumento de casos de dengue no Brasil.

“O aumento do número de casos de dengue ocorre normalmente durante o verão. Porque além das chuvas, nós temos também altas temperaturas, o que favorece o mosquito da dengue. Além do que, devido às alterações climáticas, o mosquito da dengue está se reproduzindo em menor tempo. Era muito importante também ter feito campanhas educativas para a população, sobretudo dizendo o que pode se tornar criadouros do mosquito”, diz.  

Sinais e Cuidados

De acordo com o infectologista, os sinais mais comuns da dengue são: febre alta, dor no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. A infecção por dengue também pode ser assintomática (sem sintomas) ou apresentar quadros leves.

No entanto, em casos de suspeita de dengue, o especialista aconselha a buscar atendimento médico. 

“É importante salientar que algumas pessoas com dengue podem evoluir para a forma mais grave da doença. Alguns dos sintomas e sinais são: dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramento, principalmente nariz e gengivas. Portanto, é muito importante que as pessoas, mesmo tendo dengue inicialmente leve, fiquem atentas a alguns sinais que podem indicar gravidade. Uma vez suspeitando de dengue, é muito importante se dirigir a uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico e receber todas as orientações”, destaca.

A dona de casa Andrea Pereira da Silva, de 39 anos, do Paraná, conta como reagiu aos sintomas quando teve dengue. “Os sintomas são horríveis. Primeiro eu senti uma febre muito alta, eu tremia de febre. Enjoo, nada parava no estômago. A princípio não vomitava muito, mas era muita febre, mal-estar. Fui para o UPA, onde eles fizeram o teste do laço e deu positivo para a dengue”, relata.

Vacinação e Prevenção

Segundo o infectologista, a melhor estratégia para prevenir a dengue é evitar a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti.   

“Uma delas é evitar proliferação do mosquito Aedes aegypti, eliminando água armazenada que pode se tornar criadouros, como vasos de plantas, garrafas plásticas, piscinas sem uso e até mesmo recipientes. Essa é uma estratégia excelente se evitar a proliferação do mosquito. E agora já tem disponível no Brasil a vacina. Vale salientar que não é necessário fazer teste para saber se a pessoa já teve dengue para fazer uso dessa vacina que está disponível agora conhecida como Qdenga”, completa.

A vacinação contra a dengue já iniciou no Distrito Federal, em Goiás e também nas capitais: Campo Grande (MS), Salvador (BA), São Luís (MA), Rio Branco (AC), em Natal (RN) , João Pessoa (PB), e em cidades de São Paulo. Em Manaus a vacinação inicia na quinta-feira (22).

Na primeira etapa, serão vacinadas crianças de 10 e 11 anos. O esquema vacinal é composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas. A remessa atende a 60% do total de 521 municípios selecionados. A previsão é que as demais cidades recebam as doses até a primeira quinzena de março.

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14/02/2024 20:20h

São Paulo registrou aumento de 140% nas primeiras semanas de fevereiro, e especialistas alertam para importância de manter a vacinação em dia

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 Nuas ruas muita aglomeração, poucas medidas de higiene e uso de  máscara — só as de fantasia. Os novos casos de Covid-19 se mantiveram estáveis até a quinta semana do ano — quando foram registrados no Brasil mais 36.154 casos da doença — segundo o Ministério da Saúde. Mas, com o fim do Carnaval, o número de casos tende a aumentar ainda  mais. 

O gerente médico regional da rede D'Or no Distrito Federal, Fabrício Silva, explica que é comum esse tipo de aumento nesta época do ano. “Toda situação que gera aglomeração, festividades, eventos, aumenta a transmissão de infecções relacionadas ao trato respiratório, especialmente aquelas que são transmitidas por gotículas — como é o caso da Covid-19, Influenza A e B. Essa já é a realidade de aumento de transmissão e taxa de novas transmissões quando passamos por momentos como este.”

Com o grande deslocamento de pessoas que saíram de regiões onde a dengue ainda não está tão incidente para grandes centros — que passam por uma epidemia da doença — o médico ressalta que “isso deve aumentar também os casos de dengue, impactando inclusive, nos serviços de saúde.”

Consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia o médico Marcelo Daher, explica como esses casos têm se apresentado. 

“Os casos são mais leves, um quadro que simula um quadro gripal mais intenso, com muita dor de cabeça, tosse, febre, mal-estar. Na maioria dos casos não passa disso — e não há comprometimento pulmonar nem necessidade de internação.” 

São Paulo lidera os casos e as nmortes pela doença 

Na capital paulista, o número de casos aumentou 140% em duas semanas, como mostra uma análise feita por uma plataforma criada por pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Unifesp. O levantamento mostra que a média móvel semanal subiu de 168 casos no dia 21 de janeiro para 404, no dia 4 de fevereiro — último dado disponível no painel da Secretaria Municipal da Saúde.

Até o início do carnaval, quando foi divulgado o último boletim epidemiológico pela Secretaria de Saúde de São Paulo, o estado contabilizava 6.783.295 casos de Covid. Desde 2020, foram 182.508 mortes pela doença no estado mais populoso do país. 

Como anda a vacinação

De acordo com o painel do Ministério da Saúde, que acompanha a vacinação em todo o país, foram aplicadas até hoje mais de 517 milhões de doses — contabilizando 1ª, 2ª, 3ª e ainda as doses de reforço. Já a vacina bivalente, indicada pelo Ministério para ser usada como dose de reforço para maiores de 12 anos com comorbidades ou adultos sem comorbidade, teve mais de 33 milhões de doses aplicadas no Brasil. 

Depois de pegar Covid logo no início da pandemia, e apresentar sintomas fortes da doença, a farmacêutica Jhennifer Souza, do Rio de Janeiro, conta que assim que a vacina foi disponibilizada, correu para se imunizar. 

“Tomei a vacina, as três doses de vacina, não cheguei a tomar a quarta. E acho que as medidas de proteção hoje são essenciais para não expandir mais ainda. Hoje não tenho mais medo da doença porque depois das doses acho que os sintomas são mais fracos e a situação ficou mais tranquila.” 

Os cuidados precisam continuar

A Covid-19 deixou de ser tratada como emergência de saúde desde 2023, e graças à vacinação, quem se infecta com a doença apresenta sintomas cada vez mais leves, parecidos com uma gripe ou sinusite. 

Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, explica que apesar desse cenário, nas primeiras semanas de 2024, a Covid ainda é responsável pela morte de cerca de 20 pessoas por dia no país. “São pessoas com comorbidade, que não tomaram as vacinas ou já tomaram a última dose há mais de um ano e meio.” 

“É importante nesse momento que as pessoa que estão em grupo de risco, que têm doença de base, como pessoas que estão fazendo tratamento contra o câncer, hemodiálise, têm alguma doença reumatológica, que tomam altas doses de corticoide, que procurem o serviço de saúde e atualizam a sua vacinação.” 

Segundo a secretária, o mesmo vale para as crianças. Muitas ainda não foram vacinadas e os pais devem procurar as unidades de saúde, neste momento de início das aulas.
 

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14/02/2024 20:05h

Segundo a infectologista Rosana Richtmann, alguns fatores podem ter tido influência direta no aumento, como a variação climática e o maior volume de chuvas

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O número de casos de dengue no Brasil em 2024, até a sexta semana epidemiológica, foi 305% maior que no mesmo período de 2023. No total, o país registrou 524.066 casos prováveis da doença neste ano, contra 128.842 no ano anterior. Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses, divulgado pelo Ministério da Saúde. 

Conforme a pasta, os estados que apresentam mais casos prováveis da doença são Minas Gerais, (177.552 casos prováveis), São Paulo, (85.661), Distrito Federal, (65.847) e Paraná, com 56.559 casos prováveis de dengue. A incidência da doença é maior em Distrito Federal, Minas Gerais e no Acre, que já declararam situação de emergência para a dengue. 

De acordo com a diretora do Comitê de Imunização da Sociedade Brasileira de Infectologia, Rosana Richtmann, alguns fatores podem ter tido influência direta no aumento, como a variação climática e o maior volume de chuvas.

“A gente sabe que a fêmea do mosquito Aedes aegypti se replica mais fácil em ambientes quentes — e foi o que vimos esse ano devido ao fenômeno El Niño e muitas chuvas. Com isso, você encurta o tempo em que ela faz para colocar os seus ovos, então a quantidade de vetor nesta época do ano aumenta bastante. A pandemia tem também seu papel nisso, porque nós sabemos que durante 2020, 2021 e praticamente 2022, a preocupação foi basicamente com a Covid-19 e os próprios agentes de saúde acabaram não conseguindo entrar nas casas, fazer orientação habitual. Mas o impacto maior, na minha opinião, são as questões climáticas”, ressalta.  

Ainda conforme o painel epidemiológico do MS, 75 mortes pela doença foram confirmadas e 346 estão sob investigação. O coeficiente de incidência de casos no país é de 258,1 a cada 100 mil habitantes. Além das medidas de prevenção que a população pode adotar nas suas casas e pátios para evitar a proliferação do mosquito da dengue, a infectologista destaca que é importante ter algumas medidas para proteção individual.

“Infelizmente, a essa altura que a gente já está cheio de casos e cheios de vetor, eu acho que o mais importante agora é a barreira individual, principalmente as pessoas de maior risco, que são os idosos, as crianças pequenas, as gestantes. Ou seja, passar repelente na frequência em que o fabricante orienta e também usar de preferência roupas claras, mangas e calças compridas para evitar a picada da fêmea do Aedes aegypti. Do ponto de vista de você não ter criadouros em volta da sua casa, também é muito importante que você não deixe água parada. Todas as orientações que a gente já sabe em relação a isso”, explica.

Vacinação contra a dengue

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 3,2 milhões de pessoas devem ser vacinadas ao longo de 2024. O lote inicial de vacinas, com 712 mil doses, já começou a ser distribuído para as unidades da federação selecionadas pela pasta.

Na última quinta-feira (8), Goiás e Distrito Federal receberam as primeiras doses para a vacinação contra a dengue, para a faixa etária de 10 a 11 anos. Na Bahia, Mato Grosso do Sul e em São Paulo, os primeiros lotes chegaram na última sexta-feira (9). No sábado (10), foi a vez do Amazonas receber a primeira remessa do imunizante. Já no Maranhão e Paraíba, os lotes chegaram na segunda-feira (12). No Acre, a primeira remessa chegou na terça-feira (13). No Rio Grande do Norte, a previsão de entrega é para esta quinta-feira (15). Para os demais estados priorizados pelo Ministério da Saúde, a previsão é que todos recebam doses para a vacinação nos próximos dias.

A vacinação no DF iniciou na sexta-feira (9). Segundo a Secretaria de Saúde do DF, até a segunda-feira (12), cerca de 10 mil crianças já tinham sido imunizadas. A secretaria ainda informou que “a procura pelas vacinas da dengue, considerando o período festivo, está dentro do esperado”. No Mato Grosso do Sul, a vacinação iniciou no domingo (11). Já em Goiás e no Amazonas, a vacinação começa nesta quinta-feira (15).

Na avaliação da infectologista Rosana Richtmann, apesar de importante, o impacto positivo da vacinação não deve ser observado ainda este ano. “Em 2024, nós não vamos ver o impacto da vacina contra a dengue porque o quantitativo é muito reduzido. Uma pequena parcela da população será vacinada e esse impacto não será sentido em 2024, mas é o primeiro passo”, diz.

Para 2025, o Ministério da Saúde já contratou 9 milhões de vacinas junto ao laboratório japonês Takeda.

Sinais e sintomas

Apesar de os sintomas da doença serem muito semelhantes aos da gripe e da Covid, a infectologista explica que a principal diferença é que os sintomas da dengue não apresentam um quadro respiratório.

“Em relação aos sintomas da dengue, o mais importante é a febre de início agudo, de início abrupto. Essa febre é acompanhada de dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dor no corpo, muita mialgia. Pode ser acompanhada de náusea e vômito. E depois do segundo ou terceiro dia, você pode apresentar também uma erupção na sua pele, que pode ou não coçar. O mais importante nesse momento que nós estamos também vendo o aumento do número de casos de Covid é que a Covid costuma dar sintomas respiratórios como coriza, a tosse, dor de garganta — e a dengue, não”, explica.

De acordo com Richtmann, é preciso procurar atendimento médico a qualquer sinal de febre, principalmente se a pessoa estiver em locais com alto número de casos da doença.

“Se você tiver com uma suspeita, você mora num local onde está tendo caso de dengue e começa com uma febre de início abrupto; primeira coisa é iniciar a hidratação. A hidratação é fundamental na dengue no sentido de evitar as complicações   — e, claro, procurar um serviço de saúde para poder ser classificado em termos de risco e receber orientação adequada”, destaca.

Com suspeita de dengue, a moradora de Brasília, Distrito Federal, Mariana Alves, de 23 anos, conta que teve a doença pela primeira vez durante a pandemia de Covid. Ela relata que, mesmo após tratar a doença, apresentou sintomas tardios.

“O tratamento foi água, foi repouso. Eu fiquei internada porque como não estava conseguindo comer, eu estava bem desidratada. E ainda para piorar, eu tive o pós-dengue. Tive uma hepatite medicamentosa porque eu não podia tomar dipirona. Então, durante todo o meu tratamento da dengue com as febres, dores, etc. tive que tomar paracetamol, que é uma bomba para o fígado. Ainda tive que tratar um mês essa hepatite. Algo que eu não sabia e eu acho que ainda muita gente não sabe é que a dengue, assim como a Covid, gera queda severa de cabelo. Então eu tive alopecia depois de 3 meses”, conta.

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12/02/2024 13:47h

Próximos estados a receber as doses da vacina serão AC, PB, RN, MS, AM, SP e MA

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Uma das primeiras unidades da federação a decretar situação de emergência contra a dengue, o DF foi também uma das primeiras a receber o imunizante contra a doença — junto com a Bahia e Goiás. Na última quinta-feira (8) chegaram 71.702 doses — e até esta segunda-feira, segundo a Secretaria de Saúde, 7.804 crianças de 10 e 11 anos já haviam recebido a primeira dose do imunizante. 

A advogada brasiliense Tatiana Vieira, mãe da Gabriela de 10 anos, tentou levar a filha nos dois primeiros dias. “Mas a fila estava imensa, demorando de 2 a 3 horas”. No domingo, aproveitou o horário de almoço e conseguiu imunizar a menina, que não teve nenhum efeito colateral. Tatiana conta que correu para vacinar a filha por medo dos sintomas da dengue. 

“Eu me preocupo por que meu marido já teve, ficou ruim por cerca de um mês e minha preocupação hoje é com meus filhos, para  eles não pegarem. Ou se pegarem, que seja mais fraco.” 

Goiás e Bahia

Goiás recebeu 72.818 doses da vacina Qdenga na última quinta-feira (8), mas a imunização só está prevista para começar na próxima quinta-feira (15). Enquanto isso, o estado vive situação de emergência decretada no último dia 9, por conta da doença. Até agora já são 23.258 casos registrados  — e 4 mortes, segundo o Ministério da saúde. 

As 70.368 doses destinadas aos 10 municípios da Bahia que terão prioridade neste momento também já chegaram, mas a data para início da imunização não foi divulgada. Treze cidades sofrem com uma epidemia da doença, que já soma 4.068 casos notificados. 

Próximos estados a receber as doses

Até a primeira quinzena de março — segundo o Ministério da Saúde —, Acre, Paraíba, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Amazonas, São Paulo e Maranhão irão receber as doses da Qdenga. O lote inicial de vacinas, com 712 mil doses, atende 60% dos 521 municípios selecionados. 

O médico consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia Marcelo Daher explica como funciona a Qdenga.

“Essa é uma vacina de vírus atenuado, feita em duas doses por via subcutânea, com três meses de intervalo entre elas. Uma vacina que pretende proteger as pessoas, principalmente pelas formas graves da doença.” O médico ressalta que ela não é capaz de evitar a contaminação, mas sim, de proteger que os quadros da doença se agravem.

O médico ainda explica que, por ser feita com vírus atenuado, a vacina contém algumas contra-indicações.

“Pessoas com alguma imunodeficiência não devem tomar a vacina. Pessoas que estão fazendo uso de algum medicamento que controle ou diminua a imunidade também devem conversar com seu médico antes de tomar a vacina. O que vale também para portadores de HIV, que devem avaliar se devem ou não tomar a vacina neste momento.” 

Cuidados não devem parar

A única forma realmente eficaz de se proteger contra a dengue é eliminando os focos do mosquito Aedes Aegypti. E nesse quesito, toda a sociedade precisa colaborar. A Tatiana, que apareceu lá no começo da reportagem preocupada com a vacinação, conta que, mesmo morando em apartamento, cuida de perto dos possíveis criadouros.

“Não deixo água parada nos pratinhos das plantas e cuidam pessoalmente para não ter nenhum risco dentro de casa.” 

Quem mora em casa precisa redobrar os cuidados, olhando cada canto do quintal e eliminando totalmente os focos do mosquito. Vasos de plantas, garrafas pet, caixas d'água e todo e qualquer objeto que possa acumular água fresca e limpa, deve ser eliminado. 

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12/02/2024 04:00h

Infectologista destaca importância do diagnóstico precoce para tratamento eficaz da dengue

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A Fiocruz vai dobrar a produção de testes de dengue a pedido do Ministério da Saúde. Segundo a instituição, além dos 300 mil testes que iriam ser entregues ao longo do ano, outros 300 mil testes emergenciais vão ser ofertados ainda nos primeiros meses de 2024. Os primeiros devem ser entregues nas próximas semanas.

Os testes oferecidos pela Fiocruz são do tipo RT-PCR, feito por biologia molecular. As análises permitem confirmar a infecção e identificar o sorotipo circulante de dengue (1, 2, 3 e 4), além de zika e chikungunya. Existem outros dois tipos de testos, o exame de antígeno NS-1 e a sorologia.

Os testes contra a dengue estão disponíveis em unidades básicas de saúde, hospitais de campanha e laboratórios. Desde maio de 2023, o teste também é oferecido em farmácias. No entanto, o exame precisa ser feito por um profissional da saúde. Não é necessário ter pedido médico para o exame nem estar em jejum.

Conforme a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), o número de exames de dengue realizados na rede privada aumentou 101% na comparação entre as semanas de 31 de dezembro de 2023 a 6 de janeiro de 2024  e a semana de 21 a 27 de janeiro de 2024 (última atualização dos dados).

Quais são os sintomas da dengue

A dengue é uma doença infecciosa que pode ser assintomática (sem sintomas) ou pode apresentar quadros mais graves.  A infectologista Larissa Tiberto destaca os principais sinais da doença. 

“Os sinais e sintomas da dengue são: febre, dores de cabeça, dores abdominais, náusea, vômitos e diarreia, dores articulares e dor no fundo dos olhos. A orientação é que, em caso de suspeita de dengue, procure imediatamente um serviço de saúde, pois a automedicação é extremamente perigosa”, orienta.

A auxiliar de saúde bucal Fabiana Gonçalves, de 45 anos, moradora de Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal, foi diagnosticada com dengue no início de fevereiro. Ela conta que por ter lúpus — uma doença inflamatória autoimune, que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos, articulações, etc. — a intensidade dos sintomas foram piores.

“Comecei tendo calafrios, febre, muita dor no corpo, moleza, indisposição. Os sintomas foram só piorando. Eu fui para a UBS do Guará, lá eles me atenderam. Fizemos o teste da dengue, que deu positivo. Minhas plaquetas estavam 30.000, então já fui internada. Com a medicação já fui melhorando. Mas a dengue é horrível, é a pior doença que eu já tive. Os sintomas debilitam a gente. A gente fica muito mal, não consegue fazer nada”, comenta.

Por apresentar características clínicas iniciais parecidas com as da gripe e resfriado, o diagnóstico e o tratamento da dengue devem ser feitos o mais rápido possível para evitar complicações graves, como explica a infectologista Larissa Tiberto.

“A importância do diagnóstico precoce é realizar o tratamento de forma precoce, ingerindo muita água e sintomáticos, como analgésico para dor e antitérmico para febre. É extremamente contra indicado o uso de anti-inflamatórios, pois ele pode propiciar a dengue hemorrágica”, destaca. 

Vacina contra a dengue: por que pessoas com 60 anos ou mais não podem se vacinar?

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