Ministério da Saúde

07/03/2024 00:04h

O Brasil tem mais de 4 mil obras paralisadas no setor, aponta Ministério da Saúde

Baixar áudio

Já está quase no fim o prazo para adesão ao programa de retomada de obras na área da saúde. Os gestores estaduais e municipais com interesse em dar continuidade aos empreendimentos que não foram finalizados têm até 15 de março para se inscrever. Até o momento, apenas 23% de um total de 5 mil obras tiveram manifestação de interesse. São cerca de 5,5 mil obras que passaram do prazo de execução ou não estão em andamento, segundo o Ministério da Saúde.

O especialista em finanças César Lima explica que muitas obras paradas — não apenas na área da saúde, mas em infraestrutura e educação — são interrompidas por dificuldades na execução. 

“Um problema comum é o abandono das obras devido à falta de capacidade de lidar com a lentidão nos repasses de recursos públicos, então tudo isso causa essas paralisações, não só nessa área, mas também em outras”, destaca.

Elton Fernandes, advogado especialista em direito da saúde, acrescenta um outro fator: a falta de planejamento. “A gente pode pensar que falta dinheiro, que houve muitas vezes uma falha no projeto, mas tanto da falta de dinheiro, como a falha no projeto, ela decorre muitas vezes da falta de planejamento daquele órgão, por exemplo, para executar essa obra”, pontua.

Entre os empreendimentos que podem ser retomados estão: Unidades Básicas de Saúde (UBSs), academias da saúde, construção e ampliação de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), além de ações nas redes Cegonha e Neonatal. Os Centros Especializados em Reabilitação (CERs) e as oficinas ortopédicas também serão alcançados pelo programa.

Como se inscrever

Para aderir ao programa, basta acessar o site do InvestSUS, atualizar o status da execução física da obra e se inscrever. O Ministério da Saúde disponibilizou uma página especial com regras e prazos do programa. Os gestores também podem acessar a cartilha, que traz diversas orientações sobre como aderir e o que é a iniciativa.

Na opinião do consultor financeiro César Lima, é fundamental dar continuidade às obras para melhoria dos serviços e atendimento à população “É muito importante que se retomem essas obras e se finalizem, uma vez que ali já existem recursos públicos, gastos investidos ali numa obra e a demora na sua conclusão causa deteriorização que aumenta o custo dessa obra no final”, salienta.

Para o advogado especialista em direito médico Elton Fernandes, melhorar a infraestrura é trazer mais qualidade nesse atendimento. “A medida que eu tenho uma maior infraestrutura, maior número de profissionais, trabalhando em prol daquele serviço, eu vou ter um aumento da capacidade e um melhor atendimento”, reforça.

Ações que serão consideradas:

Repactuação: celebração de compromisso formal entre o ente federativo e o Ministério da Saúde;

Reativação: regularização da situação de obras ou serviços de engenharia em funcionamento sem o registro de “concluídas” no Sismob, ou seja, obras já concluídas, com ou sem recursos próprios do município, mas sem atualização no sistema.

O Ministério da Saúde editou a Portaria 3.084, no dia 15 de janeiro, para adesão de estados e municípios ao programa de retomadas de obras paralisadas na área da saúde. O término das inscrições termina no dia 15 de março.

Copiar textoCopiar o texto
02/03/2024 00:03h

O Ministério da Saúde distribuiu cerca de R$ 830 milhões

Baixar áudio

Os gestores dos estados, municípios e Distrito Federal devem ficar atentos. Os valores referentes ao repasse da assistência financeira complementar para o pagamento do salário dos profissionais da enfermagem da rede pública — em cumprimento ao piso nacional da categoria — já foram distribuídos. O montante repassado aos entes federativos é de R$ 830,6 milhões, conforme Portaria 3.206/2024

De acordo com os critérios e procedimentos estabelecidos na Portaria GM/MS n.º 1.135/2023, a União transfere os valores aos estados, Distrito Federal e municípios e suas autarquias e fundações, em atendimento ao determinado pelo art. 1º da Emenda Constitucional n.º 127/2022. Compete aos gestores o pagamento dos colaboradores diretos, sejam servidores ou empregados, bem como a transferência dos recursos às entidades privadas contratualizadas ou conveniadas, que atendam, pelo menos, 60% de seus pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

VALORES PARA CAPITAIS
 

  1. Belo Horizonte (MG): R$ 10.045.377,61
  2. Fortaleza (CE): R$  8.250.103,99
  3. Rio de Janeiro (RJ): R$ 7.882.338,77
  4. Campo Grande (MS): R$ 4.912.606,03
  5. João Pessoa (PB): R$ 4.824.893,45
  6. Belém (PA): R$ 4.637.435,63
  7. São Luís (MA): R$ 4.625.237,16
  8. Natal (RN): R$ 4.121.141,88
  9. Salvador (BA): R$ 4.120.623,00
  10. Goiânia (GO): R$ 3.252.730,31
  11. Porto Alegre (RS): R$ 2.915.028,25
  12. Maceió (AL): R$ 2.768.502,17
  13. Teresina (PI): R$ 2.743.112,87
  14. Cuiabá (MT): R$ 2.699.916,70
  15. Recife (PE): R$ 2.355.634,31
  16. Macapá (AP): R$ 2.092.648,51
  17. Curitiba (PR): R$ 1.549.116,37
  18. Aracaju (SE): R$ 1.546.390,82
  19. Porto Velho (RO): R$ 1.142.738,07
  20. Brasília (DF): R$ 510.803,83
  21. São Paulo (SP): R$ 401.486,94
  22. Vitória (ES): R$ 229.050,45
  23. Boa Vista (RR): R$ 85.637,71
  24. Palmas (TO): R$ 83.197,28
  25. Florianópolis (SC): R$ 41.312,72
  26. Rio Branco (AC): R$ 8.916,04
  27. Manaus (AM): R$ 1.533,55

O coordenador da Comissão Nacional de Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Jefferson Caproni, confirmou o repasse ao Brasil 61. Para o representante da entidade, a transferência representa um avanço significativo, mas admite que a categoria ainda precisa ser mais valorizada.

“A valorização da nossa enfermagem é um investimento na qualidade e não um gasto, a melhoria da assistência aos pacientes e também o fortalecimento do Sistema Único de Saúde tem que ter base no apoio à força de trabalho”, avalia.

LEIA MAIS:

Piso da enfermagem: nova proposta apresentada no TST pode levar ao fim das negociações

De acordo com o advogado especialista em direito médico Josenir Teixeira, o repasse foi feito, mas é necessário acompanhar essa distribuição.

“Os profissionais da enfermagem devem ficar atentos a acompanhar o repasse que os municípios irão receber, para que os municípios efetivamente repassem os valores as suas empregadoras, para que, finalmente, as suas empregadoras paguem os valores dentro da folha de pagamento. Vamos ver se realmente esses valores repassados pela União serão suficientes para cumprir o que disse a lei”, avalia.

A advogada trabalhista Camila Andrea Braga concorda e ainda acrescenta:

“Esse dinheiro tem que chegar nos enfermeiros sendo recebido pelos estados e municípios. Sem o repasse, sem o pagamento da folha, é desvio de verba pública. Então vai ter que ser feita uma apuração pra saber pra onde foi esse valor, porque não chegou, ou se esse valor foi insuficiente, apurar a responsabilização do administrador público e para onde está indo o valor”, alerta.

Segundo a especialista, a lei do piso da enfermagem está em vigor e o Estado tem que cumprir. “O setor privado tem tentado em vão uma negociação para reduzir os patamares fixados em lei. Por isso, perante a incapacidade dos estados e dos municípios em arcarem com a folha nos patamares que foram atingidos por conta da legislação, é necessário o repasse do governo federal para suprir as defasagens dos estados e municípios em relação ao orçamento. 

O valor é calculado de acordo com a folha da quantidade de profissionais de enfermagem dentro desses estados e municípios que vão precisar desse repasse. Braga ainda lembra: o valor destinado é para pagamento de pessoal.

Copiar textoCopiar o texto
02/03/2024 00:01h

De acordo com o Ministério da Saúde, pelo menos 1,7 milhão de casos de dengue foram registrados este ano, no Brasil. Já o número de mortes pela doença ultrapassa 200

Baixar áudio

Ao passo que o Brasil ultrapassa a marca de um milhão de casos prováveis de dengue, estados e municípios brasileiros reforçam ações contra o mosquito Aedes aegypti, neste sábado (2), apontado pelo Ministério da Saúde como o Dia D de combate à dengue. 

A pasta lembra que toda a população precisa estar engajada nessa missão.  Diante disso, o Ministério da Saúde reforça que 10 minutos “é o tempo necessário para garantir que caixas d´água estejam bem fechadas, para jogar areia nos vasos de planta, garantir que os sacos de lixo estejam bem amarrados, conferir calhas, evitar pneus em locais descobertos, não acumular sucatas e entulhos e esvaziar garrafas PET, potes e vasos.”

Durante atualização do cenário epidemiológico da doença, a ministra Nísia Trindade reforçou a necessidade de uma mobilização a nível nacional. Para ela, a preocupação se dá, sobretudo, pelo fato de o número de casos aumentar em áreas onde antes não era comum na proporção percebida atualmente.   

“O fator diferencial que quero chamar atenção é o fato de termos agora, em cidade médias e pequenas, grandes números de casos, em locais onde não havia antes a infecção por dengue nessa proporção que temos hoje. Isso significa mais interiorização e dispersão da doença e, portanto, um desafio a mais para os sistemas de saúde”, pontua. 

Santa Catarina está entre os estados que vão participar da campanha. De acordo com o governo do estado, além das ações de eliminação de focos do mosquito, também haverá vacinação contra a dengue para crianças de 10 e 11 anos dos municípios de Joinville, Jaraguá do Sul, Guaramirim, Araquari e São Francisco do Sul.

Em alguns estados a mobilização começou nesta sexta-feira (1°). É o caso de São Paulo, onde 645 municípios foram convocados para atuar em ações contra a dengue. Na ocasião, haverá atividades especiais nas escolas públicas estaduais e municipais, orientação à população e fortalecimento das ações de combate aos vetores nas residências. A ideia foi acatada por municípios das regiões de Araçatuba, Araraquara, Bauru, Botucatu, Caraguatatuba, Franca, Itapeva, Jales, Marília, Piracicaba, Presidente Prudente, Presidente Venceslau, Grande São Paulo, entre outros. 

Brasil passa de 991 mil casos prováveis de dengue em 2024

Dengue: saiba por que alguns medicamentos são proibidos

É dengue, gripe ou covid? Saiba como diferenciar cada infecção

O médico infectologista Fernando Chagas lembra que o desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti até a forma adulta pode levar um período de até 10 dias.

“Então, se você limpa a sua casa e o terreno ao redor da sua casa uma vez por semana, caçando tampinhas de garrafa, copos descartáveis, qualquer recipiente ou qualquer tamanho que seja que possa conter uma pequena quantidade de água. Se você for atrás desses componentes e retirá-los uma vez por semana, você diminui muito as chances do desenvolvimento do mosquito. Quase que 80% dos casos de dengue são provocados por mosquitos do ambiente domiciliar”, orienta. 

De acordo com o Ministério da Saúde, pelo menos 1,7 milhão de casos de dengue foram registrados este ano, no Brasil, até o momento. Já o número de mortes pela doença ultrapassa 200. Mais de 600 estão em investigação. 
 

Copiar textoCopiar o texto
26/02/2024 21:45h

Outras 609 mortes estão sob investigação. Segundo o Ministério da Saúde, o país tem um coeficiente de incidência de 453,3 casos a cada 100 mil habitantes

Baixar áudio

O Brasil registrou 920.427 casos prováveis de dengue e 184 mortes pela doença foram confirmadas nesta segunda-feira (26). Outras 690 mortes estão sob investigação, segundo dados do Painel de Arboviroses divulgado pelo Ministério da Saúde. 

Conforme a pasta, o país tem um coeficiente de incidência de 453,3 casos a cada 100 mil habitantes. Distrito Federal, Minas Gerais, Acre, Espirito Santo, Paraná e Goiás apresentam as maiores taxas de incidência da doença. Ao menos sete unidades da federação já decretaram estado de emergência pela doença. São elas:

  • Rio de Janeiro;
  • Espírito Santo;
  • Minas Gerais;
  • Acre;
  • Goiás;
  • Santa Catarina;
  • e o Distrito Federal.

Ainda segundo o ministério, a incidência de casos prováveis é maior entre mulheres (55,3%). A faixa etária que apresenta o maior número de notificações são os adultos entre 30 e 39 anos. Com relação aos homens da mesma idade, o número de notificações é de 81.117, contra 98.746 de mulheres.

Vacinação contra a dengue

Uma nova remessa com 523.005 doses da vacina contra a dengue (Qdenga) começou a ser distribuída na quinta-feira (22), segundo o Ministério da Saúde. A entrega deve contemplar municípios de Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Roraima, Rio de Janeiro, Tocantins, Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul. 

Com as novas unidades, todas as 521 cidades selecionadas pela pasta conseguirão iniciar o esquema vacinal de crianças entre 10 a 11 anos até a primeira quinzena de março.

Segundo a pasta, o lote inicial, com 712 mil doses, começou a ser enviado em 8 de fevereiro para 315 municípios nos estados de Goiás, Bahia, Acre, Paraíba, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Amazonas e São Paulo, além do Distrito Federal. A primeira remessa atendeu a 60% dos 521 municípios. 

Das 17 unidades federativas selecionadas pelo Ministério da Saúde, apenas o estado de Roraima ainda não começou a vacinação contra a dengue. O Distrito Federal e Goiás foram os primeiros a iniciar a vacinação. No entanto, a cobertura vacinal no DF está abaixo do esperado. Conforme a Secretaria de Saúde, apenas 28% do público priorizado foi vacinado, o que representa cerca de 21 mil crianças vacinadas.

A servidora pública Katia Matusumoto, mãe da Maria Eduarda, de 10 anos, conta que levou a filha no primeiro dia da campanha de vacinação em Brasília — 9 de fevereiro.  Ela destaca a importância da vacinação.

“Acho importante que os pais levem as crianças para vacinar contra a dengue. Não só para evitar a contaminação por essa doença, mas muito mais para evitar os casos mais graves. A minha preocupação com a minha filha é que se desenvolva o quadro mais grave e isso sim é preocupante”, destaca.

Em Goiás, apenas os municípios da região sul do estado ainda não iniciaram a vacinação, como destaca a superintendente de Vigilância em Saúde do estado, Flúvia Amorim. 

“Nós recebemos 151 mil doses, o que é suficiente para vacinar crianças e adolescentes de 10 e 11 anos de 122 municípios. O ministério nos informou que a única região de saúde que tinha ficado ainda sem receber é a região sul, onde está o município de Itumbiara. Os demais municípios da região receberão essa semana. Então a gente está aguardando chegar do ministério cerca de 6 mil doses”, diz. 

A superintendente ainda informou que mais de 6 mil doses já foram aplicadas no estado desde o início da vacinação no dia 15 de fevereiro. 

“O que a gente tem ouvido dos municípios é boa procura. Temos recomendado os municípios estratégias. Se não está tendo demanda na unidade de saúde, vá até onde essas crianças, esses adolescentes estão. Seja escola, seja em postos volantes, mas a gente precisa quanto antes imunizar, porque a imunidade mesmo só se dá depois da segunda dose. Então, quanto antes ele tomar a primeira, mais rápido ele vai tomar a segunda”, ressalta.

Para o infectologista Fernando Chagas, a vacinação é uma importante estratégia de prevenção contra a dengue. 

“É uma vacina maravilhosa, tem uma proteção de mais de 95%. Pena que tem muito pouco. Mas é importante que os adolescentes sejam vacinados porque a gente já tira uma importante população, muito acometida pela doença do alvo. Fato é que estamos aguardando que essa vacina impacte positivamente na diminuição de casos de dengue que, especialmente nesses dois últimos anos, têm se apresentado com números cada vez maiores”, completa.
 

Copiar textoCopiar o texto
22/02/2024 21:15h

Segundo o Ministério da Saúde, o país registrou 151 mortes pela doença

Baixar áudio

Até o  momento, o Brasil  já registrou 740.942 casos prováveis de dengue — e 151 mortes pela doença foram confirmadas nesta quinta-feira (22). Outras 501 mortes estão sob investigação, segundo dados do Painel de Arboviroses, divulgado pelo Ministério da Saúde.

Conforme a pasta, a incidência de casos prováveis é maior entre mulheres (55,1%). A faixa etária que apresenta o maior número de notificações são os adultos entre 30 e 39 anos. Com relação aos homens da mesma idade, o número de notificações é de 65.536, contra 79.083 de mulheres.

As unidades federativas mais afetadas pela epidemia são: Minas Gerais com 258.194 registros; São Paulo (124.597); Distrito Federal (83.284); Paraná (75.499); Rio de Janeiro (55.187) e Goiás (45.682). Esses estados inclusive  já declararam estado de emergência pela dengue.

Vacinação

Em meio ao crescimento do número de casos, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Roraima e Rio de Janeiro receberam na quinta-feira (22) os primeiros lotes da vacina contra a dengue. Ao todo, 523.005 vacinas vão ser distribuídas entre esses estados. A entrega também vai contemplar o Tocantins, e a segunda remessa do imunizante se destinará  para os estados da Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Em Minas Gerais, 22 municípios foram selecionados para receber a vacina. De acordo com a Secretaria de Saúde do estado (SES-MG) foram entregues 78.790 doses de vacinas contra a dengue. A SES-MG irá distribuir o imunizante às Unidades Regionais de Saúde de Belo Horizonte e Coronel Fabriciano/Timóteo. 

No Paraná, foram entregues  35.025 doses do imunizante. Conforme informa a Secretaria de Saúde do Paraná, a distribuição das vacinas será concluída nesta sexta-feira (23) para 21 municípios. No Espírito Santo, as 58.530 doses de vacina vão ser distribuídas para 23 cidades. Segundo a pasta, ao todo, 58.525 crianças de 10 e 11 anos deverão ser imunizadas no estado. 

Em Santa Catarina, 29.100 doses vão ser compartilhadas entre 13 municípios da região nordeste do estado. Já em Roraima, a Secretaria de Saúde do estado (Sesau) informou que vai distribuir entre 10 municípios as 20.670 doses de vacinas. No Rio de Janeiro, as 231.928 doses da vacina contra a dengue serão distribuídas entre a capital e todas as cidades da baixada fluminense.

Nove estados já iniciaram a vacinação

A vacina começou a ser entregue aos estados e municípios selecionados pelo Ministério da Saúde no dia 8 fevereiro. Ao menos nove estados já iniciaram a vacinação contra a dengue em crianças de 10 e 11 anos.

Segundo a pasta, o lote inicial — com 712 mil doses— foi enviado para 315 municípios nos estados: Goiás, Bahia, Acre, Paraíba, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Amazonas, São Paulo; e  também ao Distrito Federal. A primeira remessa atende a 60% dos 521 municípios. Todas as capitais contempladas já iniciaram a vacinação.

Moradora de Santa Maria, região administrativa do Distrito Federal, a dona de casa Eloísa Fontenele levou o filho de 10 anos para vacinar contra a dengue, no dia 15 fevereiro. Ela enfatiza a necessidade da vacinação.

“A importância de levar as crianças para serem vacinadas é justamente para protegê-las e evitar que tenham sintomas mais sérios e que cause problemas mais sérios neles”, diz. 

Eloísa Fontenele ainda relata as ações que tem adotado para evitar a doença. “As medidas que estou tomando para evitar a dengue são eliminar água parada onde os mosquitos reproduzem; usar repelente, vestir roupa que cubra o corpo e instalar telas em janelas. A vacinação também é uma maneira para proteger, principalmente os meus filhos”, ressalta.

Para a infectologista Joana D’arc Gonçalves, a vacina representa uma nova fase no combate à dengue, mas o controle do vírus continua dependendo de uma série de ações.

“A vacina é uma ferramenta a mais. A Qdenga tem uma eficácia geral em torno de 80% e reduz hospitalização. É mais que isso: vai te dar uma proteção após a primeira dose, depois de 30 dias. Mas essa eficácia vai ser completa após as 2 doses, com o intervalo de 3 meses. Então, a vacina é uma estratégia nesse momento, mas vai ser melhor ainda lá na frente, para aquelas pessoas que estão imunizando agora, para ter uma proteção duradoura no futuro. Neste momento, a gente precisa juntar as ações”, destaca. 

A infectologista ainda ressalta que o imunizante não é recomendado a alguns grupos. “Não é todo mundo que pode tomar. Tem que ficar atento se você tem alguma doença imunossupressora ou se está gestante. em que ter cuidado porque a vacina é de vírus vivo atenuado. Então tem que saber com o seu profissional médico se você pode ou não tomar a vacina”, adverte. 
 

Copiar textoCopiar o texto
22/02/2024 04:05h

Dinheiro que "sobrou" nos cofres de estados e municípios para combater pandemia deve ser usado até 31 de dezembro; veja onde recurso pode ser aplicado

Baixar áudio

Os recursos financeiros  — que ainda não foram gastos — encaminhados pelo governo federal para o combate à pandemia da Covid-19 só podem ser aplicados na área de saúde. É o que determina a Portaria 3.139, publicada no último dia 8 de fevereiro, pelo Ministério da Saúde. O documento orienta que o dinheiro deve ser usado "exclusivamente, para despesas com ações e serviços públicos de saúde".

De acordo com a Confederação Nacional de Municípios (CNM), as "sobras" ultrapassem R$ 17 bilhões. O dinheiro foi repassado pelo Fundo Nacional de Saúde para enfrentamento da pandemia, entre 2020 e 2022. Os especialistas em gestão César Lima e Eduardo Galvão alertam que os prefeitos e governadores têm até 31 de dezembro para usar o dinheiro. 

“Não havendo mais a emergência, esses recursos ficaram congelados nas contas dos estados e dos municípios. Mas, no final do ano passado, a Emenda Constitucional 132 de 2023 possibilitou que esses saldos fossem utilizados até o final desse ano”, explica o consultor de Orçamentos César Lima. Ele acrescenta ainda que "o Ministério da Saúde exarou uma portaria 3.139, que explica que esses saldos podem ser utilizados tanto para custeio, quanto para investimentos”.

“Ou seja: eles podem ser utilizados no pagamento de água, luz, medicamentos, insumos e também para investimentos como obras, compras de equipamentos”, detalha Lima. “O que os municípios devem fazer é incluir a utilização desses valores no relatório de gestão, que deve ser feito no final do ano e encaminhado ao Ministério da Saúde”.

Para o professor de políticas públicas do Ibmec Brasília, Eduardo Galvão, a autorização para se usarem os recursos em outras áreas da saúde além da pandemia é uma ótima notícia: “É uma oportunidade incrível para melhorar a assistência à população”, comemora. 

Como acessar o dinheiro

Perguntado sobre como os gestores devem fazer para acessarem esses recursos, Galvão adiantou que é preciso dar atenção a algumas regras. “Primeiro, eles têm que mostrar como o dinheiro foi usado, incluindo essas informações no relatório anual de gestão. Isso é importante para garantir que o dinheiro está sendo bem aplicado, de acordo com as necessidades da saúde pública”, observou.

“Além disso, o uso desse recurso precisa estar alinhado com as diretrizes nacionais de saúde. Isso quer dizer que os municípios devem planejar bem como vão usar a verba e garantirem que ela realmente contribua para melhorar os serviços de saúde para a população”, orientou Galvão. 

Detalhamento e legislação

  • Para acessar a Portaria 3.139 do Ministério da Saúde (de 8 de fevereiro de 2024) que dispõe sobre a aplicação dos recursos e a ampliação do prazo, clique aqui.
  • A prorrogação até 31/12/2024 foi garantida pela Emenda Constitucional 132/2023 e vale para recursos ainda em conta nos fundos de saúde e assistência social dos municípios, conforme as Portarias 369/2020378/2020 884/2023
Copiar textoCopiar o texto
20/02/2024 04:30h

Segundo a instituição, pessoas que possuem doenças crônicas correm mais risco de ter a doença de base descompensada

Baixar áudio

Em meio à epidemia de dengue e ao aumento de casos por febre chikungunya, um estudo realizado pela Fiocruz Bahia indica que há risco de morte de pessoas infectadas pelo vírus por até três meses após o início dos sintomas da doença — além da fase aguda da doença, sendo os primeiros 14 dias.

Segundo a Fiocruz, o estudo comparou o risco de morte de pessoas infectadas com pessoas que não tiveram a doença. As pessoas infectadas tiveram um risco 8,4 vezes maior de morte do que as pessoas não infectadas entre 1 e 7 dias. Já entre 57 e 84 dias, o risco diminuiu para 2,26 vezes maior que as pessoas sem a doença. Após esse período, não houve diferença significativa no risco de morte entre os grupos expostos e não expostos.

Também foram analisados os dados de 1.933 pessoas que tiveram a doença do vírus chikungunya e morreram em um tempo médio de 294 dias — menos de um ano. Dos casos por morte natural, o risco foi maior entre o primeiro e o sétimo dia do início dos sintomas da doença pelo vírus, com um risco de 8,75 vezes maior em comparação com outros períodos, diminuindo para 1,59 entre 57 e 84 dias.

De acordo com o pesquisador Thiago Cerqueira, o primeiro autor do estudo, o levantamento apresentou evidências sobre o risco aumentado de mortalidade natural e de morte associado com outras doenças crônicas. 

“A gente não consegue dizer exatamente o porquê que está tendo esse aumento. A gente consegue mostrar que tem um aumento. Mas na literatura, vem sendo pressuposto que tem um desbalanço com as pessoas que têm com comorbidades prévias, então você tem uma descompensação das comorbidades. Então, quem tem diabete acaba tendo um descontrolo glicêmico — e isso acaba prejudicando a doença e pode levar a óbito. Ou também se as infecções podem causar mais um desbalanço no sistema de coagulação e predispor a eventos cardiovasculares”, explica.

Conforme os pesquisadores, em um cenário com 100 mil pessoas doentes por chikungunya, é esperado cerca de 170 mortes a mais nos primeiros 84 dias do que em um contexto sem a doença. O pesquisador da Fiocruz Bahia ainda reforça a necessidade de os profissionais de saúde acompanharem de perto os infectados por chikungunya.

“Em termos de profissional de saúde, quando se vê um caso de chikungunya, lembrar que pode ter essa duplicação a longo prazo. Não é só os primeiros 14 dias que tem que estar atentos. Então, tem que ter esse olhar mais atento ao paciente, tanto com o chikungunya quanto com o dengue, que eles podem ter complicação depois que passa a fase aguda da doença”, destaca.

O estudo utilizou dados da do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), do Sistema Nacional de Informação sobre Doenças de Notificação Notificável (Sinan) e Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Ao todo, foram avaliados 143.787 casos de doenças causadas pelo vírus da chikungunya entre o período de 1ª de janeiro de 2015 a  31 de dezembro de 2018.

Chikungunya no Brasil 

De acordo com o Ministério da Saúde, até a sexta semana epidemiológica de 2024, o Brasil já registrou 32.483 casos prováveis da doença. O número é 18,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, (26.493). Também foram confirmadas 4 mortes pela doença e 34 estão sob investigação.

Segundo o médico infectologista Daniel Pompetti, embora a dengue, zika e chikungunya sejam arboviroses transmitidas pelo mesmo mosquito — Aedes aegypti — e possuem sintomas similares, há algumas diferenças que ajudam a diferenciar uma para a outra. 

“No caso da chikungunya, esta apresenta no início, de forma súbita, febre alta. Porém, diferente da dengue, que pode durar até 7 dias, na chikungunya o período febril pode ser um pouquinho mais curto. Uma diferença importante da chikungunya é a artralgia, ou seja, a dor nas articulações, que pode ser bem intensa e pode estar acompanhada de inflamação chamada de artrite — e que em alguns casos, ela pode permanecer no tempo e se transformar em sequela. Assim como na dengue, na infecção por chikungunya o paciente pode apresentar dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares menos intensas que na dengue. O paciente pode ter também vermelhidão no corpo e fadiga”, explica.

O infectologista destaca que não existem antivirais específicos para tratamento a chikungunya. Ele explica como é realizado o tratamento contra a doença.

“Infelizmente, até o momento não há um medicamento antiviral específico para chikungunya. Então, a terapia utilizada é sintomática, ou seja, tratamento dos sintomas específicos, que seria principalmente manejo da dor e hidratação. Inicialmente, na fase aguda da doença, é importante incentivar a hidratação oral dos pacientes. Já no manejo da dor é recomendado o uso de paracetamol ou dipirona. É importante destacar que por se tratar de uma doença viral, o uso de antibióticos não está indicado e muitas vezes, devido ao envolvimento de dores crônicas articulares com esta doença, os pacientes podem precisar de fisioterapia”, completa.

Prevenção

De acordo com o médico infectologista, o mais importante para prevenir a doença é evitar os criadouros dos mosquitos que podem transmitir a doença. Isso previne não só a transmissão de chikungunya, como também de dengue e Zika.

“No que respeita a vigilância em saúde, é importante manter e alimentar os sistemas de informações de arboviroses, com o objetivo de gerar indicadores epidemiológicos para orientar ações de prevenção e controle. Além do aprimoramento da vigilância e do controle do vetor, que nesse caso é o mosquito. É importante também a identificação de locais de reprodução de mosquito e de áreas com maior número de casos, para assim orientar ações de prevenção para a população e intensificar as ações de visita domiciliar. E é necessário ressaltar a importância da eliminação de água armazenada, que pode se tornar criadouro — e o uso também de repelentes adequados para diminuir a chance de picada pelo mosquito”, ressalta.
 

Copiar textoCopiar o texto
15/02/2024 22:30h

Em 2023, o Ministério da Saúde reservou R$ 256 milhões para esse fim

Baixar áudio

O Ministério da Saúde anunciou um repasse de R$ 1,5 bilhão aos estados, municípios e o Distrito Federal para o enfrentamento de emergências devido ao crescimento do número de casos de dengue. Em novembro de 2023, a pasta já havia prometido R$ 256 milhões.

Segundo o MS, o apoio é destinado para medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública em situações que podem ser epidemiológicas, de desastres ou de desassistência à população. 

Para receber o recurso, o estado ou município deve enviar ofício com a declaração de emergência em saúde, como explica o consultor de orçamento público Cesar Lima.

“Para receber esses recursos, os estados ou municípios devem enviar para o governo federal um ofício solicitando e também um plano de ação para utilização desses recursos, com valores a serem empregados e de que forma eles serão empregados. Também deve-se comprovar que os recursos que hoje eles recebem não dão conta do atendimento da população devido a esse surto de dengue”, diz.

Os repasses dos recursos serão mensais durante a vigência do decreto de emergência. O cálculo dos recursos vai considerar alguns critérios, como destaca consultor de orçamento.

“O cálculo desses recursos a serem encaminhados serão feitos em 3 áreas: atenção primária, que vai considerar a quantidade de equipes, programas e serviços cofinanciados pela secretaria de atenção primária. Isso levando em conta também o teto federal. No serviço de média alta complexidade é considera a assistência à saúde prestada pela rede de atenção e urgências. E na vigilância em saúde, o cálculo será relacionado às ações de vigilância em saúde no enfrentamento do surto dessa atual epidemia de dengue”, explica.  

Procurados pelo Brasil 61, o Ministério da Saúde não deu resposta até o fechamento desta reportagem sobre quando os valores deverão ser repassados e se valor anunciado em novembro já chegou aos estados e municípios.

Em portaria publicada na última sexta-feira (9) a pasta também anunciou uma otimização para acelerar a liberação de recursos para estados e municípios que decretarem emergência para outras arboviroses ou situações que acometam a saúde pública.

Panorama da Dengue

O Brasil já registrou 532.921 casos prováveis de dengue em 2024. Até o momento, 84 mortes pela doença foram confirmadas e 348 estão sob investigação. Em um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde em conjunto com a Fiocruz, estima que o número de casos de dengue no Brasil pode chegar a 5 milhões este ano.

Ainda de acordo com a pasta, as regiões que mais apresentam casos prováveis de dengue são: Sudeste, (324.385 casos prováveis), Centro-Oeste, (106.368). Na sequência aparecem as regiões: Sul, (74.778), Norte, (15.118) e Nordeste, (11.936 casos prováveis).

Segundo a médica infectologista e assessora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Eliana Bicudo, o aumento do número de casos de dengue está relacionado a um conjunto de fatores, tanto ambientais — as ondas de calor e chuvas intensas — como ausência de saneamento básico. Ela destaca que a prevenção da dengue passa pelo controle de criadouros do mosquito transmissor da doença.

“A prevenção da dengue passa pelo controle dos criadouros, que são locais que permite a multiplicação do mosquito, ou seja, a manutenção das larvas. Não são só vasinhos de plantas dentro do seu domicílio que vai causar essa multiplicação do vetor, e sim o destino adequado do seu lixo doméstico e industrial. Então, controlar o vetor da dengue, a multiplicação do mosquito Aedes aegypti é controlar os seus criadouros e passa principalmente pelo destino correto do seu lixo doméstico e do lixo industrial”, ressalta. 

Copiar textoCopiar o texto
14/02/2024 20:20h

São Paulo registrou aumento de 140% nas primeiras semanas de fevereiro, e especialistas alertam para importância de manter a vacinação em dia

Baixar áudio

 Nuas ruas muita aglomeração, poucas medidas de higiene e uso de  máscara — só as de fantasia. Os novos casos de Covid-19 se mantiveram estáveis até a quinta semana do ano — quando foram registrados no Brasil mais 36.154 casos da doença — segundo o Ministério da Saúde. Mas, com o fim do Carnaval, o número de casos tende a aumentar ainda  mais. 

O gerente médico regional da rede D'Or no Distrito Federal, Fabrício Silva, explica que é comum esse tipo de aumento nesta época do ano. “Toda situação que gera aglomeração, festividades, eventos, aumenta a transmissão de infecções relacionadas ao trato respiratório, especialmente aquelas que são transmitidas por gotículas — como é o caso da Covid-19, Influenza A e B. Essa já é a realidade de aumento de transmissão e taxa de novas transmissões quando passamos por momentos como este.”

Com o grande deslocamento de pessoas que saíram de regiões onde a dengue ainda não está tão incidente para grandes centros — que passam por uma epidemia da doença — o médico ressalta que “isso deve aumentar também os casos de dengue, impactando inclusive, nos serviços de saúde.”

Consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia o médico Marcelo Daher, explica como esses casos têm se apresentado. 

“Os casos são mais leves, um quadro que simula um quadro gripal mais intenso, com muita dor de cabeça, tosse, febre, mal-estar. Na maioria dos casos não passa disso — e não há comprometimento pulmonar nem necessidade de internação.” 

São Paulo lidera os casos e as nmortes pela doença 

Na capital paulista, o número de casos aumentou 140% em duas semanas, como mostra uma análise feita por uma plataforma criada por pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Unifesp. O levantamento mostra que a média móvel semanal subiu de 168 casos no dia 21 de janeiro para 404, no dia 4 de fevereiro — último dado disponível no painel da Secretaria Municipal da Saúde.

Até o início do carnaval, quando foi divulgado o último boletim epidemiológico pela Secretaria de Saúde de São Paulo, o estado contabilizava 6.783.295 casos de Covid. Desde 2020, foram 182.508 mortes pela doença no estado mais populoso do país. 

Como anda a vacinação

De acordo com o painel do Ministério da Saúde, que acompanha a vacinação em todo o país, foram aplicadas até hoje mais de 517 milhões de doses — contabilizando 1ª, 2ª, 3ª e ainda as doses de reforço. Já a vacina bivalente, indicada pelo Ministério para ser usada como dose de reforço para maiores de 12 anos com comorbidades ou adultos sem comorbidade, teve mais de 33 milhões de doses aplicadas no Brasil. 

Depois de pegar Covid logo no início da pandemia, e apresentar sintomas fortes da doença, a farmacêutica Jhennifer Souza, do Rio de Janeiro, conta que assim que a vacina foi disponibilizada, correu para se imunizar. 

“Tomei a vacina, as três doses de vacina, não cheguei a tomar a quarta. E acho que as medidas de proteção hoje são essenciais para não expandir mais ainda. Hoje não tenho mais medo da doença porque depois das doses acho que os sintomas são mais fracos e a situação ficou mais tranquila.” 

Os cuidados precisam continuar

A Covid-19 deixou de ser tratada como emergência de saúde desde 2023, e graças à vacinação, quem se infecta com a doença apresenta sintomas cada vez mais leves, parecidos com uma gripe ou sinusite. 

Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, explica que apesar desse cenário, nas primeiras semanas de 2024, a Covid ainda é responsável pela morte de cerca de 20 pessoas por dia no país. “São pessoas com comorbidade, que não tomaram as vacinas ou já tomaram a última dose há mais de um ano e meio.” 

“É importante nesse momento que as pessoa que estão em grupo de risco, que têm doença de base, como pessoas que estão fazendo tratamento contra o câncer, hemodiálise, têm alguma doença reumatológica, que tomam altas doses de corticoide, que procurem o serviço de saúde e atualizam a sua vacinação.” 

Segundo a secretária, o mesmo vale para as crianças. Muitas ainda não foram vacinadas e os pais devem procurar as unidades de saúde, neste momento de início das aulas.
 

Copiar textoCopiar o texto
12/02/2024 13:47h

Próximos estados a receber as doses da vacina serão AC, PB, RN, MS, AM, SP e MA

Baixar áudio

Uma das primeiras unidades da federação a decretar situação de emergência contra a dengue, o DF foi também uma das primeiras a receber o imunizante contra a doença — junto com a Bahia e Goiás. Na última quinta-feira (8) chegaram 71.702 doses — e até esta segunda-feira, segundo a Secretaria de Saúde, 7.804 crianças de 10 e 11 anos já haviam recebido a primeira dose do imunizante. 

A advogada brasiliense Tatiana Vieira, mãe da Gabriela de 10 anos, tentou levar a filha nos dois primeiros dias. “Mas a fila estava imensa, demorando de 2 a 3 horas”. No domingo, aproveitou o horário de almoço e conseguiu imunizar a menina, que não teve nenhum efeito colateral. Tatiana conta que correu para vacinar a filha por medo dos sintomas da dengue. 

“Eu me preocupo por que meu marido já teve, ficou ruim por cerca de um mês e minha preocupação hoje é com meus filhos, para  eles não pegarem. Ou se pegarem, que seja mais fraco.” 

Goiás e Bahia

Goiás recebeu 72.818 doses da vacina Qdenga na última quinta-feira (8), mas a imunização só está prevista para começar na próxima quinta-feira (15). Enquanto isso, o estado vive situação de emergência decretada no último dia 9, por conta da doença. Até agora já são 23.258 casos registrados  — e 4 mortes, segundo o Ministério da saúde. 

As 70.368 doses destinadas aos 10 municípios da Bahia que terão prioridade neste momento também já chegaram, mas a data para início da imunização não foi divulgada. Treze cidades sofrem com uma epidemia da doença, que já soma 4.068 casos notificados. 

Próximos estados a receber as doses

Até a primeira quinzena de março — segundo o Ministério da Saúde —, Acre, Paraíba, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Amazonas, São Paulo e Maranhão irão receber as doses da Qdenga. O lote inicial de vacinas, com 712 mil doses, atende 60% dos 521 municípios selecionados. 

O médico consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia Marcelo Daher explica como funciona a Qdenga.

“Essa é uma vacina de vírus atenuado, feita em duas doses por via subcutânea, com três meses de intervalo entre elas. Uma vacina que pretende proteger as pessoas, principalmente pelas formas graves da doença.” O médico ressalta que ela não é capaz de evitar a contaminação, mas sim, de proteger que os quadros da doença se agravem.

O médico ainda explica que, por ser feita com vírus atenuado, a vacina contém algumas contra-indicações.

“Pessoas com alguma imunodeficiência não devem tomar a vacina. Pessoas que estão fazendo uso de algum medicamento que controle ou diminua a imunidade também devem conversar com seu médico antes de tomar a vacina. O que vale também para portadores de HIV, que devem avaliar se devem ou não tomar a vacina neste momento.” 

Cuidados não devem parar

A única forma realmente eficaz de se proteger contra a dengue é eliminando os focos do mosquito Aedes Aegypti. E nesse quesito, toda a sociedade precisa colaborar. A Tatiana, que apareceu lá no começo da reportagem preocupada com a vacinação, conta que, mesmo morando em apartamento, cuida de perto dos possíveis criadouros.

“Não deixo água parada nos pratinhos das plantas e cuidam pessoalmente para não ter nenhum risco dentro de casa.” 

Quem mora em casa precisa redobrar os cuidados, olhando cada canto do quintal e eliminando totalmente os focos do mosquito. Vasos de plantas, garrafas pet, caixas d'água e todo e qualquer objeto que possa acumular água fresca e limpa, deve ser eliminado. 

Copiar textoCopiar o texto