Os Ministérios da Integração e do Desenvolvimento Regional, o MIDR, e da Saúde, o MS, vão trabalhar juntos em um programa de bioeconomia para fortalecer a cadeia de fármacos e fitoterápicos ligados aos biomas brasileiros, em especial a Caatinga, a Amazônia e o Cerrado.
A ação faz parte do programa Rotas de Integração Nacional, do MIDR, que busca fomentar cadeias produtivas estratégicas capazes de promover a inclusão produtiva e o desenvolvimento sustentável.
Para o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, a parceria entre os dois ministérios é muito importante.
“Nós pretendemos estruturar a partir já das cadeias produtivas que nós trabalhamos com as rotas, dentro da cadeia produtiva da biodiversidade, os fármacos e fitoterápicos na Amazônia, na caatinga e também no cerrado. Fizemos a solicitação para nossa ministra Nísia Trindade, do MS, para além dessa parceria interministerial pudéssemos fazer parte do colegiado nacional que trata desse assunto da bioeconomia e parte de cadeias produtivas voltadas para os fármacos e fitoterápicos e a ministra de pronto aprovou”.
Segundo a secretária nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial do MIDR, Adriana Melo, essa parceria vai trazer vários benefícios para as cadeias produtivas.
“Para o desenvolvimento regional, esse tema tem fundamental relevância, visto que os nossos biomas são dotados de grandes potencialidades que vêm auxiliar o desenvolvimento das regiões.”
Para mais informações sobre as ações do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, acesse mdr.gov.br.
Mais de 3,3 mil municípios são afetados pela falta de abastecimento de remédios nas farmácias básicas municipais. A falta de estoque é generalizada. E vai desde medicamentos básicos a especializados, tanto nos locais remotos como nos grandes centros urbanos. É o que aponta o estudo realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), realizado ao longo do ano de 2022. Esse estudo consolidou dados de 3.360 municípios e confirmou problemas com o desabastecimento em 82% deles.
Ana Carolina Navarrete, coordenadora do programa de saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), aponta que as causas do desabastecimento de remédios podem estar relacionadas tanto à produção, quanto à aquisição e distribuição desses medicamentos, seja pelas distribuidoras, seja pelas farmácias privadas e públicas e a distribuição dessa responsabilidade entre o governo federal, estados e municípios.
“Quando a gente fala de produção, que são as causas relacionadas à fabricação de medicamentos, a primeira que a gente precisa falar é sobre a falta que a gente tem hoje no Brasil de uma política estruturada de fortalecimento do complexo econômico industrial da saúde. Que é o conjunto de indústrias, fabricantes, distribuidores, química fina, entre outras, que trabalham para produzir medicamentos no Brasil”, explica.
A coordenadora explica que a indústria brasileira está na parte final do processo produtivo do medicamento, o que significa que depende da importação de diversos outros componentes para a fabricação do remédio. “Então qualquer desequilíbrio internacional, qualquer desequilíbrio na balança cambial, faz com que a gente fique muito dependente e não consiga terminar a produção aqui no Brasil. Isso gera uma grande dependência de importações”, comenta.
Mário Heringer, deputado federal (PDT - MG) e presidente da Frente Parlamentar pelos Pequenos e Médios Municípios, expõe que, quando as pessoas não conseguem acesso aos medicamentos pelo poder público, elas precisam comprar o medicamento, o que reflete nas despesas diárias, diminuindo o dinheiro para comida, moradia e outras atividades.
A consequência dessa ação é o aumento da fome, déficit habitacional e aumento no número de usuários do SUS, pois aumenta o número de doenças. Segundo o deputado, o número de usuários do SUS que não conseguem medicamento pelo sistema passou de 37% para 44%.
“A médio e longo prazo, precisamos investir mais em ciência e tecnologia, precisamos incentivar pesquisas relacionadas a indústrias farmacêuticas, qualificar e patrocinar treinamento de pessoal. O investimento na produção nacional é fundamental para melhorar os preços e ampliar a margem de negociação. Uma boa gestão na área da saúde é um outro caminho a ser percorrido”, avalia.
De acordo com o estudo, dos 3.360 municípios que participaram da pesquisa, 1.392 recorreram à compra emergencial como estratégia de curto prazo para resolver o desabastecimento de medicamentos.
Esta abordagem pode trazer consequências para a gestão, pois sugere que, durante o processo de aquisição por registro de preço, os fornecedores não ofertaram os medicamentos, o que acaba por prejudicar o processo licitatório. Como resultado, os municípios se veem obrigados a realizar compras emergenciais. Vale notar que a opção de não realizar compras emergenciais foi reportada por 1.249 gestões.
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O valor dos medicamentos comercializados no Brasil só poderá ser reajustado em, no máximo, 5,6% neste ano. O teto não significa um aumento automático nos preços, mas uma definição de limite permitido para o reajuste. Cada empresa pode optar pela aplicação do índice total ou parte dele, a depender das estratégias comerciais.
A resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), publicada no Diário Oficial da União na última sexta-feira (31), expõe que “as empresas produtoras deverão dar ampla publicidade aos preços de seus medicamentos, por meio de publicações em mídias especializadas de grande circulação, não podendo ser superior aos preços publicados pela CMED no Portal da Anvisa”.
Os preços não vão subir imediatamente. Por meio de nota, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) explicou que a concorrência entre as empresas do setor também influencia na definição do preço. “Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer”, esclarece o presidente-executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini.
O Ministério da Saúde destaca que esse reajuste no preço dos medicamentos é o menor dos últimos anos. O teto máximo definido pela CMED é inferior ao do ano passado, que foi de 10,89%, e ao de 2021, de 10,08%.
Renata Abalém, advogada e especialista em direito do consumidor, indica ao consumidor procurar as melhores ofertas, quando for adquirir um medicamento. Várias redes de drogarias e até mesmo laboratórios oferecem descontos pelos produtos.
“O consumidor deve sempre pesquisar se nesses medicamentos de uso constante, o laboratório dos medicamentos dá um desconto especial para esse uso constante”, orienta.
De acordo com a Resolução CMED 01/2015, o ajuste de preços de medicamentos tem como base um modelo de teto de preços calculado por meio de um índice de preços, um fator de produtividade (Fator X), uma parcela de fator de ajuste de preços relativos entre setores (Fator Y) e uma parcela de fator de ajuste de preços relativos intrassetor (Fator Z).
Abalém explica que o cálculo do reajuste é feito levando em consideração algumas variáveis, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
“O IPCA é calculado de março 2022 até final de fevereiro de dois 2023 para incorporar no cálculo do aumento de medicamento. E por um fator que seria o fator Y que é o ajuste de preços relativos entre os setores e o fator de produtividade”, completa.
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O reajuste do preço de medicamentos esse ano é estimado em 5,6%, alinhado com a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O ajuste é feito anualmente no final do mês de março e divulgado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão ligado à Anvisa.
Renata Abalém, advogada e especialista em Direito do Consumidor, explica que a CMED regula todo o mercado de medicamentos, inclusive as variações de preço. Segundo ela, essa Câmara entende que esse reajuste deve ser feito todos os anos, no final do mês de março.
“Então no final do mês de março, evidentemente que antes, eles soltam o percentual de reajuste, mas ele é feito anualmente para que todas as farmácias e distribuidoras, possam fazer as suas respectivas projeções e nós possamos comprar no Brasil um medicamento que tenha mais ou menos um preço linear”, explica.
De acordo com a Resolução CMED 01/2015, o ajuste de preços de medicamentos terá por base um modelo de teto de preços calculado por meio de um índice de preços, um fator de produtividade (Fator X), uma parcela de fator de ajuste de preços relativos entre setores (Fator Y) e uma parcela de fator de ajuste de preços relativos intrassetor (Fator Z).
A especialista afirma que “o reajuste deste ano deve ficar em torno de 5,6%" E analisa ainda que ele leva em consideração "algumas variáveis como o IPCA, que mede a inflação de um conjunto de produtos e serviços e é calculado de março de 2022 até final de fevereiro de 2023”.
Segundo a Anvisa, o IPCA é fornecido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e aplicado à fórmula de acordo com o acumulado no período de 12 meses anteriores à publicação do ajuste de preços. O Fator Z assume três valores diferentes, conforme o grau de concentração de mercado (índice Herfindahl–Hirschman).
Como estabelecido na Resolução CMED 01/2015, o cálculo do ajuste de preços é feito a partir da seguinte fórmula:
VPP = IPCA – X + Y + Z
Quanto ao Fator Y, a Secretaria de Advocacia da Concorrência e Competitividade do Ministério da Economia aguarda a publicação dos dados necessários para a sua definição, assim como se aguarda a publicação do IPCA acumulado no período de março de 2021 a fevereiro de 2022.
Abalém alerta o consumidor para que, quando for adquirir um medicamento, principalmente em casos de uso frequente do mesmo, procure as melhores ofertas, pois várias redes de drogarias e até mesmo laboratórios oferecem grandes descontos em alguns produtos.
“O consumidor deve sempre pesquisar se nesses medicamentos de uso constante, o laboratório dos medicamentos dá um desconto especial para esse uso constante”, sugere.
Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), defende em nota que “dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, os aumentos nos preços dos medicamentos podem demorar meses ou nem acontecer”.
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Neste episódio o psiquiatra Dr. Douglas Calderoni dá detalhes sobre a dependência de remédios
Você conhece alguém que se tornou dependente de medicação e que quando fica sem o remédio começa a se sentir mal? Neste episódio o psiquiatra Dr. Douglas Calderoni fala mais sobre a dependência de remédios.
As medicações podem ajudar no tratamento de várias doenças ou para trazer qualidade de vida, mas quando usadas de forma irregular isso pode trazer diversos prejuízos. Isso se deve principalmente quando ocorre a automedicação, quando começamos a tomar por conta própria sem a supervisão de um médico ou uma dose maior do que foi recomendado.
Existem também medicamentos que não geram tolerância e crises de abstinência, mas que as pessoas têm uma dependência psicológica deles. Isso acontece muito com medicamentos para controle da asma, quando a pessoa fica sem esse medicamento começa a sentir falta de ar, mas não é realmente um problema no pulmão da pessoa e sim uma crise de ansiedade por não estar com o medicamento. Isso também pode ocorrer com remédios para a disfunção erétil, como o Viagra. A pessoa começa a ficar ansiosa e não consegue ter uma relação sexual sem o uso do medicamento.
Dessa forma, esses medicamentos não viciam, mas acabam deixando as pessoas dependentes deles por uma questão psicológica.
Os medicamentos existem para trazer benefícios para a saúde, porém, quando usados de forma irregular pode nos trazer grandes problemas e quando vem a dependência, podem causar o mesmo vício de uma droga ilícita.
Para saber mais, assista ao vídeo no Canal Dr. Ajuda.
O rol de medicamentos para o tratamento da obesidade acaba de ser ampliado no Brasil. Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a Wegovy, uma solução injetável para perda e manutenção do peso. A obesidade é uma doença que atinge mais de um bilhão de pessoas no mundo, caracterizada pelo excesso de gordura corporal em quantidade capaz de prejudicar a saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 650 milhões de adultos, 340 milhões de adolescentes e 39 milhões de crianças sofrem com o problema.
A doença afeta o indivíduo por meio das barreiras encontradas na sociedade e pelo agravamento ou surgimento de outras enfermidades. Membro da diretoria da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), o médico endocrinologista Fernando Gerchman afirma que a entidade é a favor da implementação do novo medicamento no mercado brasileiro devido à sua eficácia.
“Essa medicação tem eficácia superior às medicações existentes e ela é indicada para pessoas com um Índice de Massa Corporal de 30 ou mais, que caracteriza obesidade, ou 27 ou mais, que caracteriza sobrepeso com complicações relacionadas, como por exemplo, hipertensão, síndrome da apnéia do sono ou pré-diabetes e diabetes”, destaca.
O médico explica, ainda, que o medicamento é aplicado através de uma tecnologia já utilizada em pessoas com diabetes. Ele afirma que será necessário um treinamento feito por profissional para que os pacientes possam realizar a aplicação.
No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 96 milhões de pessoas têm excesso de peso e 1 em cada 4 tem obesidade, um total de 41 milhões de pessoas. Fernando Gerchman aponta algumas das dificuldades enfrentadas por essa parcela da população.
“A sociedade tem uma percepção inadequada em relação à obesidade que faz com que as pessoas sejam mais discriminadas, tenham mais dificuldades nos processos seletivos de trabalho. E também as dificuldades relacionadas às complicações da doença. Causa depressão, causa ansiedade ou está relacionada à depressão e à ansiedade. Causa problemas musculoesqueléticos que geram dor física”, explica.
Segundo a OMS, a doença atinge o coração, fígado, rins, articulações e sistema reprodutivo, o que leva a doenças como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral, vários tipos de câncer e problemas de saúde mental. Para determinar se uma pessoa é obesa, o peso é dividido pela altura ao quadrado, o chamado Índice de Massa Corporal (IMC). Quando o IMC é maior ou igual a 30kg/m2 trata-se de obesidade, entre 25 e 29,9 kg/m2 está o sobrepeso.
A Anvisa esclarece que a Wegovy é indicada como auxiliar à uma dieta com baixas calorias acompanhada de exercício físico. Segundo o órgão, o medicamento deve passar por definição de preço e da logística de distribuição do fabricante e dos revendedores antes de começar a ser comercializado. De acordo com o Ministério da Saúde, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), ainda não recebeu solicitações para avaliação de incorporação do medicamento no SUS.
Um projeto de lei determina que os medicamentos que contenham insumo farmacêutico ativo (IFA) produzido no Brasil sejam classificados como prioritários para análise e registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O PL 4.209/19 do Senado está em tramitação na Câmara dos Deputados e foi aprovado nas comissões de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
De acordo com a Anvisa, o IFA é uma substância química (fármaco, droga ou matéria-prima) que tem propriedades farmacológicas com finalidade medicamentosa. O IFA é responsável pelo efeito terapêutico.
Relator do projeto de lei na CCJ, o deputado federal Pedro Lupion (PP-PR) avalia que a proposta é positiva para o país. “Valoriza e facilita a atração de investimentos para a indústria nacional e não atrapalha em momento algum a cadeia, até porque ele só vai ter prioridade a partir do momento que haja produção nacional. Não havendo, virá o importado. É a possibilidade de a gente desenvolver melhor ainda a nossa indústria nacional”, acredita.
Ao determinar que os medicamentos com IFA nacional sejam enquadrados na categoria prioritária, o texto, na prática, agiliza os prazos para a decisão final da Anvisa nos processos de registro e de alteração pós-registro desses fármacos. Segundo a legislação, itens na categoria prioritária são analisados em até 120 dias. Já os da categoria ordinária em, no máximo, um ano, contado a partir da data do respectivo protocolo de registro ou de alteração pós-registro.
O parecer do deputado Pedro Lupion (PP-PR) aprovado na CCJ também manteve a alteração de um artigo na Lei de Licitações e Contratos Administrativos (14.133/2021) a fim de que os medicamentos fabricados a partir de IFAs nacionais e considerados estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS) tenham preferência de até 20% das compras públicas de medicamentos.
Para o professor do Departamento de Farmácia da Universidade de Brasília (UnB), Rafael Santana, esse ponto traria ainda mais efetividade para incentivar a produção de IFA que a prioridade na análise pela Anvisa.
“Pode ser ainda mais interessante do que dar uma preferência na fila da Anvisa, porque o SUS é responsável por quase 30% dos gastos de medicamentos em território nacional. E uma vez que você consiga dar preferência de compra para um insumo que é produzido nacionalmente pelos entes do SUS, isso pode ajudar um pouco na produção, porque, ainda que se torne um pouco mais caro utilizar IFA nacional, isso pode se tornar economicamente viável se você tiver uma garantia de compra pública”.
Durante a produção de vacinas contra a Covid-19, a dependência do Brasil de IFA produzido em outros países, sobretudo China e Índia, ficou evidente. Depois de um longo processo de transferência de tecnologia, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) conseguiu produzir uma vacina contra a Covid-19 com IFA nacional.
Apesar disso, a dependência de IFA importado continua. De acordo com a justificativa do projeto de lei, apenas 5% dos medicamentos fabricados no Brasil têm IFA também nacional. Ou seja, 95% desses insumos são importados.
O professor Rafael Santana diz que essa dependência de insumos produzidos na China e na Índia não é problema apenas no Brasil. “Essa dependência é crônica e persistente. A gente vem observando isso há muitos anos. Isso existe e persiste e é muito grave e está relacionado à questão da soberania nacional”, enfatiza..
Segundo o especialista, dois fatores explicam o domínio da China e da Índia quando o assunto é a produção e exportação de insumos farmacêuticos ativos. O primeiro é o preço, já que lá eles são mais baratos. O segundo é o investimento em ciência, tecnologia e inovação.
“No Brasil, para reverter esse quadro, a gente teria que investir nesses dois pontos. Incentivos fiscais, para que se torne mais barato produzir insumo farmacêutico ativo no Brasil. Senão, a gente vai continuar importando e sempre ficar dependente internacionalmente. E o outro é o fomento a pesquisa e inovação. O Brasil tem condição de produzir isso. Nós temos inteligência suficiente para isso. A gente tem que mudar esse cenário de achar que isso é gasto e, na verdade, isso é investimento”, avalia.
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A Anvisa determinou a dispensa de registro para que o MS importe e utilize o medicamento Tecovirimat e a vacina Jynneos / Imvanex para tratamento e imunização da doença monkeypox no Brasil. A dispensa temporária e excepcional se aplica somente ao Ministério da Saúde, e terá validade de seis meses, desde que não seja expressamente revogada pela Anvisa.
A vacina será destinada a adultos com 18 anos ou mais. De acordo com o Ministério da Saúde, por enquanto, as 50 mil doses compradas serão prioridade para profissionais de saúde que manipulam as amostras recolhidas de pacientes e pessoas que tiveram contato direto com doentes, pois não há recomendação da Organização Mundial da Saúde recomendação para vacinação em massa para a varíola dos macacos.
O virologista da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Eduardo Flores, analisa que a vacinação será voltada para os grupos de risco.
“Não sei se haverá necessidade de vacinação em massa no Brasil e em todo o mundo. Provavelmente as vacinações em alguns locais vão ser vacinações de bloqueio, que são vacinações de grupos de risco e grupos de pessoas que estão mais expostas”, completa.
Meiruze Freitas, diretora na Anvisa, destacou que a Monkeypox é causada por um vírus semelhante à varíola, portanto, espera-se que a vacina contra a varíola previna ou reduza a gravidade dessa infecção. Contudo, ressaltou a necessidade da condução de estudos de monitoramento para a confirmação da efetividade da vacina para a prevenção da Monkeypox.
O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reforça que o uso do Tecovirimat servirá para obter um conhecimento melhor sobre a medicação, pois ainda não há dados humanos que demonstrem a eficácia do medicamento para o tratamento do vírus.
“Esse medicamento não tem o poder de frear o surto da Monkeypox. É um medicamento para uso compassivo”, concluiu o Ministro.
Ainda como parte do controle da doença, todos os resultados dos exames realizados para a detecção do vírus Monkeypox deverão ser notificados ao Ministério da Saúde (MS), mesmo os negativos ou inconclusivos. A determinação da obrigatoriedade foi publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (25), e vale para os laboratórios das redes públicas, privadas, universitárias e outros, em todo o território nacional.
A Fundação Ezequiel Dias (FUNED) confirmou e notificou o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Minas Gerais (CIEVS Minas) sobre o primeiro caso confirmado de monkeypox em um animal doméstico. Um cachorro de 5 meses que teve contato com um humano infectado com o vírus apresentou os sintomas iniciais no dia 13 de agosto, em Juiz de Fora. O dono foi orientado a desinfetar o local, isolar o cão e proteger a pele com luvas, máscara, blusa de manga comprida e calça durante contato com o animal.
De acordo com o MS, até então no Brasil, não havia evidência documentada de transmissão da doença do ser humano para animais. No entanto, diante das últimas notificações, esse tipo de transmissão está sendo estudada. Pessoas infectadas devem evitar contato com animais, para evitar a propagação do vírus.
O Ministério da Saúde informou, em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (22), que analisa uma relação de 86 medicamentos com “deficiência no mercado”. Ainda não houve a divulgação dessa lista.
“O Conasems colaborou conosco e encaminhou uma lista de 126 medicamentos, fora outras listas que também nós estamos recebendo das sociedades, das associações, para nos apoiarem, para realmente poderem nos ajudar e mostrar aquilo que está com mais deficiência no mercado. Dentre essa lista, batendo todas as listas, comparando, de 126 a gente concluiu 86 medicamentos”, detalhou a secretária de Ciência, Tecnologia, Inovação e Assuntos Estratégicos do Ministério da Saúde, Sandra de Castro Barros.
Segundo a secretária, há outros fatos além do preço que configuram os obstáculos referentes ao abastecimento de medicamentos. “Lockdown da China e da Índia, a própria guerra na Ucrânia, aumento dos custos dos insumos, escassez de matérias-primas”, cita.
Sandra Barros ainda comentou sobre a recomposição dos estoques de contraste iodado, que foi alvo de uma orientação publicada pelo ministério para que o uso do contraste para exames e procedimentos médicos seja racionalizado. De acordo com a pasta, os estoques devem estar normalizados até o final de setembro deste ano.
Sobre a validade de medicamentos nos estoques do Ministério da Saúde, Daniel Pereira, secretário-executivo da pasta, rebateu. “Medicamentos como azitromicina e amoxilina, que foi dito que perderam a validade e faltaram na ponta, essa informação não é verídica. Não houve nenhuma perda de validade nos depósitos do Ministério da Saúde.”
O Ministério da Saúde destacou que as ações da pasta envolvem a liberação de impostos, a vistoria de preços não correspondentes aos praticados no mercado e a coibição de práticas anticoncorrenciais. “Foram liberados de preço seis medicamentos que tinham de fato uma fundamentação que o preço não estava correspondendo à realidade prática do mercado. Foram liberados conforme a Resolução nº7 da CMED”, afirmou Daniel Pereira. A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) é o órgão interministerial responsável pela regulação econômica do mercado de medicamentos no Brasil.
Sobre a liberação de impostos, a pasta afirma coordenar, junto à Câmara de Comércio Exterior (Camex), a liberação do imposto de importação de 11 medicamentos e insumos. As ações também envolvem o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para atuar contra práticas que prejudiquem o fornecimento de produtos.
O sucesso do tratamento da pressão arterial depende da mudança do estilo de vida incluindo: Atividade física regular, controle do peso, dieta balanceada, manejo do estresse, parar de fumar e é claro uso adequado de medicações.
O uso adequado das medicações é algo essencial no tratamento, mas não é seguido por todos! Alguns, por exemplo, esquecem os horários da medicação, outros param de tomar por efeitos colaterais e há ainda aqueles em que o preço da medicação está pesando no bolso e por isso não conseguem seguir o tratamento como gostariam.
Existem diversos tipos de medicamentos para pressão arterial que agem em pontos diferentes do organismo. São diversos nomes comerciais, com as mais diversas dosagens e intervalos de tomadas. Alguns desses medicamentos, não todos infelizmente, são disponíveis sem uma marca própria. São os medicamentos genéricos, que de fato, possuem a mesma eficácia e segurança dos medicamentos de marca.
Os medicamentos para serem considerados genéricos passam pela aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. É a Anvisa que testa se há o mesmo princípio ativo, a mesma dose para aquela forma de apresentação, além da biodisponibilidade e bioequivalência, ou seja, testa se, na prática o medicamento genérico é o mesmo remédio da marca.
Alguns desses medicamentos genéricos estão disponíveis para dispensação pelo SUS em UBS, AMAS e hospitais públicos, por isso é possível sim manter um tratamento adequado sem gastar nada! Para isso aconselho você a procurar mais informações nas unidades de saúde próximas a sua casa. Além dos genéricos disponíveis no SUS, o governo federal criou o programa Farmácia Popular. Trata-se de uma parceria com farmácias cadastradas no programa que realizam distribuição de medicamentos, ampliando o acesso a população.
Se estiver com dificuldades financeiras e a conta da farmácia está pesando no orçamento mensal, não deixe de fazer o tratamento por conta!! Converse com seu médico! É ele que irá avaliar a possibilidade de substituição ou modificação do seu tratamento para um genérico equivalente sem custo.