Muita gente não sabe, mas pode estar com artrose. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Marco Antônio Araújo da Rocha Loures, não existem dados estatísticos precisos porque muitas pessoas que sentem alguns sintomas acabam se medicando por conta própria e não procuram atendimento.
“Ela tem uma leve dor, vai tomando remédio, mas não procura especialistas e acaba não entrando nas estatísticas”, pontua.
No conjunto das doenças agrupadas sob a referência de reumatismos, a osteoartrite é a mais freqüente, representando cerca de 30 a 40% das consultas em ambulatórios de Reumatologia, aponta a Sociedade Brasileira da especialidade.
Também conhecida como osteoartrose, artrose ou doença articular degenerativa, ela tem a natureza inflamatória causada pelo desgaste da cartilagem, o que provoca aumento da fricção entre os ossos e leva à inflamação local, dor e até mesmo a incapacidade funcional.
“É uma degeneração ou perda da cartilagem que é uma substância que fica entre as articulações e faz com que essas articulações se movimentem”, explica Loures, que ainda acrescenta: “Quando você tem uma perda excessiva dessa cartilagem, ela leva a artrose ou osteoartrite como nós tecnicamente chamamos”.
Pouco comum antes dos 40 anos, a artrose é mais freqüente após os 60. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, aos 75 anos, 85% das pessoas têm evidência radiológica ou clínica da doença, mas somente 30 a 50% dos indivíduos com alterações observadas nas radiografias queixam-se de dor crônica.
Os sintomas mais comuns incluem dor e inchaço nas juntas, que podem começar pelas pequenas articulações das mãos e pés. Ao longo do tempo, também podem comprometer as articulações maiores, de joelhos, quadris e tornozelos.
O ortopedista especialista em coluna vertebral e medicina regenerativa, Luiz Felipe Carvalho, diz que a genética familiar é a principal causa da artrose, mas ainda cita outros fatores. “Altos impactos nas articulações, joelhos, tornozelos, quadril e coluna, alimentação inflamatória, por exemplo, e ingestão de glúten, açúcares e laticínios podem levar a pessoa a uma artrose, inclusive precoce”, revela.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, ao saber de casos de artrose na família, a pessoa deve logo procurar atendimento médico como prevenção.
“Quando começar a sentir alguma dor, algum sintoma, procurar um tratamento para fazer a prevenção. A prevenção é muito importante”, ressalta.
Marco Antônio Araújo da Rocha Loures ainda acrescenta: “O grande problema é que quando ela está muito avançada, a pessoa fica com dificuldade de se levantar, de andar, ela pode cair, pode sofrer fraturas e até traumatismo”, informa.
De acordo com o médico ortopedista, a artrose é dividida em vários graus, contudo, o tratamento tem melhor resultado na fase inicial. “Numa fase inicial, a gente consegue melhorar a articulação, usar o gelo para diminuir o grau inflamatório, melhorar a musculatura, distribuir melhor a força nos outros elementos como, por exemplo, o osso, ligamento, músculo, tendão, quando a cartilagem propriamente não está conseguindo fazer o seu trabalho habitual”, enfatiza.
Segundo Luis Felipe Carvalho, atualmente, existem acompanhamentos específicos para cada estágio da doença. “Hoje existe o tratamento principal de suplementação na fase inicial, tratamento com célula tronco numa fase mediana para recuperação articular, diminuição do grau inflamatório, e numa fase mais avançada da doença a gente tem o advento de usar as próteses”, conta.
O especialista observa que existe ainda uma preocupação com o fator racial. “Pele branca e olho claro tem mais risco de ter artrose por causa do colágeno. A pele da pessoa que é mais branca ela pode enrugar mais cedo por causa do colágeno, então isso também ocorre na articulação onde acaba sendo mais comum casos de artrose na pessoa branca e de olho claro”, aponta.
Na opinião dos especialistas, buscar atendimento logo no início é o primeiro passo para lidar com o problema. Ao realizar um tratamento da artrose bem direcionado, os médicos afirmam que é possível alcançar melhoras significativas na vida do paciente, promovendo melhor qualidade de vida, alívio da dor, entre outros benefícios.
Dados do Ministério da Saúde estimam que cerca de 108 mil pessoas vivem com o vírus HIV em seu corpo e ainda não sabem, sendo a maioria jovens entre 15 e 24 anos. O diagnóstico tardio é um dos principais agravantes para a população que vive com HIV, como destaca a infectologista e professora da Universidade de Brasília (UnB), Juliana Lapa. “Hoje o problema dos nossos pacientes de HIV que morrem são por dois caminhos: ou diagnóstico tardio demais — a pessoa descobre já doente, ou abandono de tratamento, são as pessoas que não têm constância. Esse é o grande problema do HIV no Brasil”, alertou.
Entre 1980 e junho de 2022, foram identificados 1.088.536 casos de Aids no Brasil, segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde. Na última semana, foram publicadas portarias anunciando que o SUS vai oferecer três novos medicamentos para tratamento de pessoas com HIV. São eles o Darunavir 800 mg, o Dolutegravir 5 mg e o Raltengravir 100 mg granulado.
O tratamento com a medicação recomendada ajuda a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico e interrompe a transmissão do vírus, como elucida a infectologista Juliana Lapa. “Tomar constante impede a replicação viral. E, além disso, hoje a gente já sabe que quem está tomando a medicação adequadamente para o HIV não está transmitindo o HIV. Quem atinge valores que a gente chama de indetectável está intransmissível, então também tem esse benefício para a sociedade, de a gente conseguir interromper o ciclo de transmissão”, afirmou.
Os antirretrovirais são fundamentais para aumentar o tempo e qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas. Dentre os novos remédios disponíveis pelo SUS está o Darunavir 800 mg, que é destinado a pacientes vivendo com HIV, em falha virológica ao esquema de primeira linha e sem mutações que indiquem resistência ao fármaco.
Os outros dois novos remédios são recomendados para crianças: o Dolutegravir 5 mg é indicado para tratamento complementar ou substituto em crianças de dois meses a seis anos de idade; e o Raltengravir 100 mg granulado é recomendado para profilaxia de transmissão vertical em crianças com alto risco de exposição ao HIV.
O infectologista Álvaro Costa, do Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes com HIV do Hospital das Clínicas, fala da importância dos dois medicamentos destinados às crianças. “Essas formulações nessa posologia facilitam a adesão para as crianças que vivem com HIV. Então essas formulações que saíram, do Dolutengravir e do Raltengravir em granulação, são para utilizar para tratar esse estrato populacional. infelizmente, apesar de todos os avanços ainda tem crianças com diagnóstico de HIV. O Brasil tem melhorado, e muito, esses indicadores. Cada vez menos transmissão materno infantil, mas é importante se lembrar que existe um contingente de crianças que vivem com HIV no Brasil e que precisam ter boas ferramentas para tratamento”, ressaltou.
De acordo com as portarias publicadas, o Ministério da Saúde tem até 180 dias para efetivar a oferta dos medicamentos no SUS.
Segundo o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), atualmente, o Brasil possui aproximadamente 16,8 milhões de adultos entre 20 e 79 anos de idade portadores de diabetes, o que o torna o 5º país em incidência de diabetes no mundo, ficando atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.
Com o objetivo de amenizar essa situação, no dia 12 de abril foi lançada a Frente Parlamentar Mista para a Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Diabetes, uma iniciativa da deputada Flávia Morais (PDT – GO).
“Nós vamos estar atuando em todo o território nacional através dos parlamentares representantes e vamos fazer uma articulação muito forte junto aos órgãos do executivo federal, junto ao judiciário, aos outros órgãos para que a gente possa garantir o direito da população brasileira a esse tratamento, ao acompanhamento desta doença”, expôs.
Karla Melo, coordenadora do Departamento de Saúde pública da sociedade brasileira de diabetes, explica que diabetes é uma doença crônica, caracterizada pelo aumento da glicemia e que também pode se expressar pela presença de sinais e sintomas, tais como:
“Mas a sua característica principal é a glicemia elevada que é identificada em exame laboratorial ou durante rastreamentos usando a glicemia capilar, mas que posteriormente precisa ser confirmado pelo exame laboratorial”, explica.
A coordenadora informa que a glicemia em pessoas que não possuem diabetes, variam entre 70 a 99 miligramas por decilitro. Indivíduos com glicemia de jejum alterada ou pré-diabetes, tendem a ter uma taxa de 100 a 125 miligramas por decilitro e glicemias iguais ou superiores a 126, são caracterizadas como diabetes, porém o exame precisa ser repetido para ter certeza do diagnóstico.
Karla Melo explica que os tipos de diabetes mais comuns são os tipos 1 e 2, mas também existem outros como a diabetes gestacional e a pré-diabetes.
Diabetes Tipo 1 - Diagnosticado mais frequentemente em crianças e adolescentes, possui sintomas intensos o que gera um diagnóstico mais facilitado;
Diabetes Tipo 2 - Diagnóstico mais frequente em pessoas com mais de 45 anos e corresponde a 90% das pessoas com diabetes;
Diabetes gestacional - Caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue durante a gravidez e que, após o parto, pode se tornar a diabetes do tipo 2;
Pré-diabetes - Apresenta níveis de glicose no sangue mais altos do que o normal, mas ainda não são tão altos para ser caracterizada como diabetes do tipo 2.
O tratamento para a doença irá depender de acordo com o tipo de diabetes que o paciente possui.
Pacientes com diabetes Tipo 1 precisam de aplicações diárias de insulina para manter os níveis de açúcar no sangue dentro da faixa considerada normal. É recomendável possuir um dispositivo, conhecido como glicosímetro, em casa para medir com precisão a quantidade de glicose presente no sangue.
Para pacientes que possuem diabetes tipo 2, podem ser utilizados 3 tratamentos que irão variar de acordo com as necessidades específicas para cada caso, são eles:
Para tratar o diabetes gestacional é necessário um acompanhamento específico, com estimativas regulares da curva glicêmica, tendo que manter as taxas de açúcar em ordem com refeições fracionadas ao longo do dia e diminuir os alimentos gordurosos.
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O Dia Mundial do Ceratocone, celebrado em 10 de novembro, foi criado pela National Keratoconus Foundation (NKCF) em 2016, para informar e conscientizar sobre a enfermidade. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o problema atinge cerca de 150 mil brasileiros por ano. Ainda de acordo com o CBO, o ceratocone é o principal responsável pelos transplantes de córnea no país.
Foi ainda na infância, aos nove anos, que Marco Antônio Delgado, jovem de 25 anos e morador da cidade-satélite de Sobradinho, no Distrito Federal, foi diagnosticado com ceratocone. Marco Antônio tem a doença nos dois olhos. E precisa usar lentes de contato especiais para poder enxergar. Ele conta que a doença também o afeta financeiramente.
“A doença me atrapalha no dia a dia na questão de ser obrigado a usar uma lente de contato rígida, que é uma lente difícil de encontrar e é mais ou menos R$ 1.200 o par. Além de ser meio desagradável de colocar isso todo dia, mas eu não enxergo absolutamente nada sem as lentes de contato. Então é muito difícil de lidar no dia a dia, mas a gente acaba acostumando”, diz Marco Antônio.
A oftalmologista do CBV-Hospital de Olhos, Fabíola Marazato, explica que o ceratocone afeta a estrutura da córnea e causa o afinamento do tecido, que o deixa com aspecto de cone. Segundo a médica, essa condição faz com que o paciente tenha uma baixa visão e, geralmente, esse problema se inicia na adolescência e início da idade adulta.
“Não tem uma forma de prevenir. Porém, hábitos como coçar os olhos, esfregar muito os olhos podem levar a uma progressão da doença. Em casos mais avançados, pode até ser recomendado um transplante de córnea para corrigir e melhorar a acuidade visual”, afirma.
Marazato ainda ressalta que o diagnóstico do ceratocone é possível por meio de consultas periódicas e exames. A oftalmologista também afirma que, atualmente, há meios para estabilizar o avanço da doença ocular e tratamentos para evitar formas mais severas.
Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei (PL 1405/2022) que visa instituir a Política Nacional de Prevenção da Cegueira e Reabilitação Visual de Pessoas com Ceratocone. A proposta foi apresentada em maio deste ano.
Entre as medidas previstas no projeto estão a organização de uma rede oftalmológica assistencial para a redução do tempo de espera de realização de diagnóstico e procedimento terapêutico e a capacitação de profissionais da saúde a respeito da doença, com treinamento para realização de avaliação básica da acuidade visual.
Segundo justificativa apresentada pelo autor do projeto de lei, Bibo Nunes (PL/RS), o objetivo da proposta é “melhorar o acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado e oportuno do Ceratocone, além de informar melhor a população sobre a saúde ocular”.
Produto é destinado ao tratamento de linfomas graves
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro sanitário do terceiro produto de terapia gênica para tratamento de câncer. O fármaco é destinado a pacientes adultos com linfoma de grandes células B (LDGCB) — linfomas graves — recidivados ou refratários. Ou seja, para aqueles em que não houve resposta aos tratamentos iniciais ou os casos em que o tumor some, mas volta após algum tempo. O medicamento é conhecido como Yescarta e fabricado pela Kite, empresa da Gilead Sciences Farmacêutica do Brasil.
Neste ano, dois outros produtos receberam sinal verde pela Anvisa e foram aprovados, são eles: Kymriah (tisagenlecleucel), da empresa Novartis Biociências, utilizado para tratamento de linfoma e Leucemia linfoide aguda (LLA) em pacientes jovens; e o Carvykti (ciltacabtageno autoleucel) da empresa Janssen-Cilag Farmacêutica, indicado para pacientes adultos com mieloma múltiplo que já receberam algumas linhas de tratamento.
A terapia gênica é um tratamento que introduz genes saudáveis do próprio receptor no organismo para substituir ou modificar células que estão causando problemas de saúde — é como uma alteração genética. Segundo informações da Anvisa, a terapia com células geneticamente modificadas tem demonstrado perfil de segurança e eficácia no tratamento de pacientes em recidiva e refratariedade para linfomas graves.
A terapia gênica avançada consiste em retirar as células de defesa (células T) do próprio doador com linfoma, leucemia ou com mieloma múltiplo e encaminhar esse material para uma base de produção dos CAR-T Cells (células produzidas em laboratório derivadas das células mais importantes do nosso sistema de defesa).
Essa técnica fornece o gene saudável, para corrigir a mutação causadora de doenças presentes no DNA do paciente. A introdução do material genético em tecidos e em células com fins terapêuticos pode atuar de duas maneiras: ou simplesmente na adição de genes ativos ou na modificação ou supressão de genes defeituosos. Para que o procedimento seja possível, são utilizados vetores virais que tornam o vírus inofensivo e retiram o potencial patogênico. Isso permite o transporte do gene terapêutico saudável para o interior das células e dos tecidos-alvos.
“As células T do doador vão estar agora com o sinalizador na sua superfície para detectar essas células doentes do linfoma CD 19. Então o linfócito T. ele vai como um míssil teleguiado atrás dessas células positivas do linfoma. E quando ele encontra, ele é ativado e se torna uma célula efetora. E essa célula efetora, ela é capaz de aniquilar, exterminar de matar as células do linfoma”, explica o onco-hematologista Volney Vilela.
O médico Volney Vilela destaca que apesar de ser um tratamento seguro, a terapia gênica é um procedimento de alta complexidade que demanda cuidados especiais com pacientes que já vêm de um processo de quimioterapia, desde a estrutura necessária para o manejo do produto até a qualificação específica dos profissionais que vão manipular, administrar e monitorar o paciente. Dentre as principais preocupações de segurança, o onco-hematologista destaca “a síndrome de liberação de citocinas (SRC), uma resposta sistêmica à ativação e à proliferação de células CAR-T, que pode causar infecções.” A previsão é de que o fármaco esteja disponível para uso comercial e uso clínico no Brasil no primeiro semestre de 2023.
Cerca de 10% dos casos de Leucemia Mieloide Crônica são diagnosticados já em fase avançada
Há um mês, no dia 22 de setembro, foi celebrado o Dia Mundial da Leucemia Mieloide Crônica (LCM). Ela ocorre a partir de uma anormalidade genética chamada de cromossomo Philadelphia, que é resultado da troca de material genético entre dois outros cromossomos, o 9 e o 22. É por esse motivo que a data foi escolhida para chamar atenção à doença.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 80% dos diagnósticos da leucemia ocorrem em pessoas com 45 anos ou mais. “Isso porque quanto mais velho nós somos, quanto mais velhos nós ficamos, maior é a tendência de haver alterações genéticas, alterações nos nossos genes que podem desencadear qualquer tipo de câncer, inclusive a leucemia mielóide crônica”, explica Diogo Kloppel, médico hematologista.
Em março deste ano, Cintia Alves Ferreira de Jesus descobriu que sua filha Natasha, de 3 anos, estava no grupo dos demais 20%. “Não foi fácil quando eu recebi esse diagnóstico, porque não imaginava que ela teria leucemia e eu pensava muito positivo que ela não teria. Então quando eu fiquei sabendo, foi um choque muito grande, passei a noite chorando, sofrendo por causa dessa situação. Eu não sabia o que era leucemia direito”, contou a mãe de 34 anos.
A enfermidade é um tipo de câncer de origem desconhecida e considerada pelo Ministério da Saúde como rara, ou seja, atinge até 65 pessoas em cada grupo de 100 mil indivíduos. Assim como os demais tipos de leucemia, ataca os glóbulos brancos, afetando os leucócitos e tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, impedindo a produção de células saudáveis do sangue.
Sobre a prevenção, Kloppel faz um alerta. “Infelizmente, ainda não existe algum método de prevenção para a leucemia mieloide crônica. Realmente o mais importante é estar sempre com seus exames em dia e fazer seus exames periódicos para, se acontecer, você pegar no início e começar a tratar o quanto antes". Segundo o especialista, muitos pacientes descobrem a doença em exames de rotinas, mas fadiga, aumento do volume abdominal, dor abdominal e perda de peso podem ser alguns dos sintomas.
Tratamento
Pacientes com leucemia podem procurar pelo tratamento integral e gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS), além da assistência necessária, sejam crianças, adolescentes ou adultos. O procedimento é baseado na destruição das células leucêmicas, mediante o uso de medicamentos específicos que inibem a alteração genética do "cromossomo Philadelphia".
Se diagnosticada precocemente, as chances de cura de leucemia são de 90% para as crianças e de 50% em adultos de até 60 anos, aponta a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale). No caso da LCM, ressalta Kloppel, há remédios que ajudam no controle da doença. “Também pode ser realizado o tratamento com transplante de medula óssea, que ainda hoje é a única forma de curar essa doença", ressalta o médico.
Para sorte de Cíntia e Natasha, a descoberta da doença aconteceu ainda bem cedo, o que ajudou no tratamento realizado no Hospital da Criança, em Brasília. “Graças a Deus, com 15 dias já não tinha mais traços da leucemia nela”, celebrou a matriarca. “Hoje eu considero minha filha curada. Ela tem que continuar o tratamento para a leucemia não voltar”, completa.
Na rede pública, o tratamento é realizado pelos estabelecimentos de saúde habilitados como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) ou Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON), que oferecem, a depender de cada caso, cirurgia oncológica, radioterapia, quimioterapia (oncologia clínica, hematologia e oncologia pediátrica), medidas de suporte, reabilitação e cuidados paliativos.
O termo rol taxativo vem sendo tópico de debates constantes nos últimos dias, desde que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a lista de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não é um rol exemplificativo, mas sim taxativo. Na prática, isso significa que os planos de saúde não precisam cobrir tratamentos que não estejam na lista da ANS.
É isso que detalham os especialistas, como Columbano Feijó, advogado especializado em direito da saúde suplementar e sócio da Falcon, Gail, Feijó & Sluiuzas Advocacia. Ele ressalta que foi consolidado durante 15 anos o entendimento pelo STJ de que o rol da ANS seria um rol de procedimentos mínimos que o plano de saúde deveria cobrir, ou seja, um rol exemplificativo. Isso abria margem para decisões judiciais a favor de famílias que entravam com processos para cobertura de exames, tratamentos, cirurgias e outros procedimentos pelo convênio.
“Isso significava que a ANS editava esse rol e os planos de saúde deveriam cobrir no mínimo o que estava previsto nele. Mas, se tivesse uma indicação médica bem fundamentada e esse paciente se visse diante de uma negativa do plano de saúde por conta da ausência de um determinado procedimento nesse rol da ANS, ele poderia entrar com uma ação judicial, discutir a validade dessa negativa do plano de saúde e o judiciário tinha entendimento de que bastava indicação médica para que esse paciente tivesse acesso a determinados tratamentos”, explica o advogado.
Porém, a nova decisão mudou esse entendimento e determinou que os planos de saúde só têm obrigação de fornecer, sem custos adicionais, os procedimentos previstos na lista da ANS. “Portanto, só o que está na lista deve ser coberto pelos planos de saúde”, pontua Columbano Feijó. Essa lista pode ser consultada no site da Agência Nacional de Saúde Suplementar, por meio deste link onde a população pode pesquisar qual tratamento deseja verificar a cobertura.
Porém, o advogado lembra que existem exceções. “Por exemplo, quando no rol da ANS não há um substituto terapêutico para tratar aquele paciente. Portanto, o médico indica um tratamento para aquele paciente e, se não tiver tratamento equivalente àquele que foi indicado pelo médico no rol da agência, o paciente ainda poderá ingressar na Justiça e ter acesso a esse tratamento.”
Esse é um dos exemplos em que os pacientes ou familiares podem conseguir o direito de cobertura do plano de um procedimento não listado. Quem levanta os outros casos excepcionais é Keilly Karolina Santos Souza, advogada vice-presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB subseção de Vitória da Conquista (BA). Segundo ela, há alguns requisitos elencados na decisão que permitem casos de cobertura fora da lista.
“Tem que ter a comprovação da eficácia desse tratamento. A evidência científica, o respaldo da comunidade médica acerca do assunto. Tem que ter também recomendações dos órgãos nacionais e até estrangeiros. Órgãos nacionais como Conitec, como NatJus, recomendando o tratamento que está sendo pedido. E, por último, foi elencado ali que, quando possível, fosse realizado o diálogo entre o juiz com os entes que fossem relacionados à área da saúde, incluindo a comissão de atualização desse rol de procedimentos e eventos em saúde.”
A advogada também lembra um ponto importante para famílias que temem por uma interrupção de tratamentos já iniciados após determinação judicial de cobertura. De acordo com ela, o que ficou definido pelo STJ não altera ações em curso, mesmo existindo uma possibilidade das empresas de planos de saúde pedirem uma possível adequação ao recente entendimento do Superior Tribunal.
“Essa decisão foi tomada para uniformizar os entendimentos das turmas do STJ. Ela não tem força vinculante. Ou seja, não obriga os tribunais ou juízes a seguirem o mesmo entendimento, apesar de acreditarmos que terá uma influência nessas decisões futuras. Contudo, esse entendimento por si só não altera o que já foi decidido nas ações que estão em curso. Há, sim, a possibilidade das operadoras de saúde pedirem essa adequação, mas isso não significa que vai acontecer. O que pode ser feito agora pelo advogado é a demonstração do preenchimento desses requisitos ou até mesmo da evolução do paciente com tratamento que vem sendo realizado”, explica.
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Pacientes com deficiências, famílias em busca de atendimentos específicos e representantes de entidades de saúde se manifestaram contra a decisão do STJ. Um movimento on-line reuniu mais de 15 mil relatos no Instagram com a hashtag #RolTaxativoMata. Entre os desabafos, está o de Gabriela Pereira dos Santos, de 35 anos. Ela tem autismo e é mãe de Benyamin Luiz Pereira da Silva, criança de sete anos com cardiopatia congênita corrigida e deficiências múltiplas, como Síndrome de Down, surdez congênita e autismo.
Ao Brasil 61, ela relatou que teme que as dificuldades possam se intensificar nos atendimentos privados pelo plano de saúde. “Eu vi o convênio como algo de muita necessidade. Agora, a gente vai enfrentar muitas barreiras, muitas dificuldades para conseguir [tratamentos] não só pelo SUS, mas também pelo convênio. O sentimento foi de muita tristeza. O valor econômico falou mais alto do que a saúde”, lamenta.
Já a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) considera que a decisão preserva o acesso à assistência médica de 49 milhões de brasileiros que têm planos de saúde. A entidade, que representa 15 grupos de operadoras de planos de saúde, explicou por meio de nota que a decisão do STJ garante “a segurança do paciente, além da segurança jurídica e da sustentabilidade dos planos de saúde”.
A FenaSaúde explica que a lista da ANS tem mais de 3.300 procedimentos e atende todas as doenças listadas no CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde), da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“A decisão do STJ significa o respeito à ciência, que tem se mostrado tão importante para salvar vidas na pandemia. O rol da ANS é definido com base nas melhores evidências científicas, por colegiados plurais, democráticos, com representantes de todos os segmentos envolvidos, incluindo pacientes.”
Decisão do STJ preserva acesso de 49 milhões de brasileiros à saúde
A FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) considera acertada a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) acerca da cobertura dos planos de saúde, proferida nesta quarta-feira, 08, em benefício dos 49 milhões de brasileiros que contam com planos de assistência médica no país. A ratificação de que o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, da Agência de Saúde Suplementar (ANS), é taxativo, garante, em primeiro lugar, a segurança do paciente, além da segurança jurídica e da sustentabilidade dos planos de saúde.
É importante destacar que o rol de cobertura da ANS é amplo, conta com mais de 3300 itens, e prevê a cobertura para todas as doenças listadas na CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde), da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A decisão do STJ reconhece que os mecanismos institucionais de atualização do rol são o melhor caminho para a introdução de novas tecnologias no sistema. Hoje, o Brasil tem um dos processos de incorporação de tecnologias mais rápidos do mundo, podendo ser finalizado em quatro meses. Essa avaliação é feita de maneira democrática, após a participação de associações de pacientes, associações médicas e especialistas.
Todo este arcabouço regulatório, preservado pela decisão do STJ, garante a sustentabilidade do sistema e beneficia tanto beneficiários quanto as empresas do setor, e mantém o modelo suplementar de assistência à saúde do brasileiro alinhado aos sistemas mais organizados e eficazes de todo o mundo.
A decisão do STJ significa o respeito à ciência, que tem se mostrado tão importante para salvar vidas na pandemia. O rol da ANS é definido com base nas melhores evidências científicas, por colegiados plurais, democráticos, com representantes de todos os segmentos envolvidos, incluindo pacientes.
Importante reforçar que ninguém perderá acesso a procedimentos. A decisão traz mais, e não menos, segurança e assistência aos beneficiários de planos de saúde.
O Ministério da Saúde estima que entre 1,0% a 2,4% da população brasileira seja portadora do parasita responsável pelo desenvolvimento da doença de Chagas, o Trypanosoma cruzi, tradicionalmente transmitido pela picada do barbeiro. Como o número de pessoas que efetivamente convivem com a doença ainda é desconhecido, a campanha do Dia Mundial de Combate à Doença de Chagas, celebrado em 14 de abril, traz como mensagem “Ajude-nos a saber quantos somos e onde estamos”.
Hoje, a doença de Chagas já está em outro patamar epidemiológico, quando comparado à década de 1970, quando 18 estados do Brasil viviam em situação de endemia. Nos últimos 40 anos, houve uma redução de cerca de 70% dos casos agudos da doença de Chagas no Brasil. Contudo, o governo acredita que entre 1,9 milhão e 4,6 milhões de brasileiros estão infectados pelo parasita e convivem com a forma aguda ou crônica da doença. Uma dessas pessoas é a contadora de histórias de Olhos d'Água (GO) Nilva de Moraes, de 45 anos. Um dia, após um desmaio, buscou amparo médico e foi diagnosticada com Chagas. “Achei que ia morrer, fiz até seguro funeral”, conta. Mas, com o tratamento adequado, Nilva leva uma vida normal.
Para tratar adequadamente a doença, em 2020, o Governo Federal incluiu a patologia entre aquelas de notificação obrigatória, o que atualmente é feito pelo sistema E-Sus Notifica.
A iniciativa foi exaltada pela Organização Panamericana da Saúde (Opas). “É fundamental saber quantos são e onde estão as pessoas afetadas pela doença para que se tome as medidas adequadas para gestão, organização e logística para apoiar esforços de países empenhados em melhorar a atenção às pessoas afetadas”, ponderou Luiz Castellanos, chefe do departamento das doenças tropicais negligenciadas da Opas.
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Calcula-se que a doença de Chagas ainda faça cerca de 14 mil mortes por ano no mundo. O levantamento é da Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas. Tradicionalmente, as pessoas relacionam a transmissão da doença a partir da picada do barbeiro, cujas fezes contaminadas entram em contato com o ser humano picado e causam a infecção. Mas existem outras formas de transmissão, como a que ocorre por meio oral, quando o alimento está infectado. “O que é muito comum na Região Norte, especialmente em preparos com açaí, moagem de cana”, ressalta o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros.
Além disso, ainda ocorre a transmissão vertical (de mãe para filho durante a gravidez) e a contaminação via transfusão de sangue, o que se tornou muito raro devido aos critérios utilizados para a triagem de doadores.
“A doença de Chagas ainda pode afetar uma população de mais de 65 milhões. Sobretudo países da América Latina estão em risco. Já vencemos muitos desafios, já melhoramos as condições, mas a doença ainda persiste em função das desigualdades sociais. O Ministério da Saúde se compromete a continuar trabalhando para erradicar as várias formas dessa doença que será possível pelo esforço do sistema de saúde e pelo desenvolvimento socioeconômico dos nossos países”, finalizou o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Para marcar o Dia Mundial da Doença de Chagas (14/04), o Ministério da Saúde promoveu um evento internacional para debater a doença, seus desafios e avanços nessa quinta-feira (13). A íntegra dos debates está disponível no Youtube.
A doença de Chagas foi estudada e divulgada pelo médico brasileiro Carlos Ribeiro Justiniano Chagas. Ele descobriu o vetor (barbeiro), o protozoário e ciclo da doença. A doença compromete o sistema cardiovascular e pode levar à morte. A Opas estima que cerca de 70% das pessoas que estão infectadas com o protozoário, desconhecem essa condição.
O Dia Mundial de Luta contra a Aids é celebrado nesta quarta-feira (1º). Na data, especialistas lembram dos avanços já obtidos em relação à infecção e comemoram o novo remédio aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com somente um comprimido para o tratamento. Isso é considerado um avanço porque facilita o tratamento e aumenta a adesão dos pacientes.
Ao ser questionado sobre o papel do órgão, o Ministério da Saúde respondeu ao portal Brasil61.com que fortalecer o diagnóstico precoce e garantir o tratamento oportuno, além da expansão da oferta das profilaxias do HIV (PrEP e PEP), são os pontos centrais da política relacionada ao HIV/Aids.
“Desde 2017, a pasta adotou a ‘Prevenção Combinada’, que associa diferentes métodos de prevenção ao HIV, conforme as características e o momento de vida de cada pessoa. Entre os métodos que podem ser combinados, estão: a testagem regular para o HIV; a prevenção da transmissão vertical; o tratamento das IST e das hepatites virais; a imunização para as hepatites A e B; ações de redução de danos para usuários de álcool e outras substâncias; profilaxia pré-exposição (PrEP); profilaxia pós-exposição (PEP); e o tratamento de pessoas que já vivem com HIV, além de preservativos (masculino e feminino)”, afirmou o ministério, em nota.
A doutora Valéria Paes, médica infectologista, que cuida do ambulatório de HIV do Hospital Universitário de Brasília (HuB), explica que, hoje em dia, há medicamentos altamente efetivos. Segundo ela, há uma combinação de dois a três medicamentos antirretrovirais, que são de uso diário.
Com eles, é possível manter o controle da replicação do vírus e a doença estabilizada. Recuperar a imunidade do paciente é o objetivo do tratamento, conforme a médica. Esses foram os principais progressos nos últimos anos.
“Avançamos muito também nessas novas opções, com menos efeitos colaterais, e com um número menor de comprimidos. A pessoa que inicia o tratamento antirretroviral hoje faz uso de apenas dois comprimidos diários. Os dois comprimidos no mesmo horário”, explica.
Outro avanço seria o medicamento injetável, que não depende de uso diário e, além disso, há uma grande expectativa na descoberta da cura da infecção pelo HIV.
A médica infectologista esclarece também que quando essa pessoa que está utilizando medicamentos alcança o controle do vírus, é preciso fazer somente duas consultas anuais para verificar a situação da infecção, e a saúde do indivíduo como um todo. Portanto, é totalmente possível que alguém que contraiu o vírus tenha uma vida normal e produtiva.
“Os principais problemas que a gente tem hoje é quando por algum motivo a pessoa não consegue fazer uso da medicação, ou ter acesso ao tratamento. Quando o diagnóstico chega tardiamente, e o tratamento é feito numa fase muito avançada, é mais complexo, requer um pouco mais de cuidado, mas é importante reforçar que sempre é possível recuperar”, lembra.
Maciel, 26 anos, universitário, descobriu que contraiu o vírus em 2015. Desde então, tem se tratado.
“Apesar do estigma, do preconceito relacionado à doença, eu convivo com o vírus normalmente e isso não atrapalha em nada a minha vida. O tratamento é simples, tomo a medicação apenas uma vez ao dia durante a manhã, vira uma rotina e é difícil esquecer”, afirma.
Segundo o jovem, os médicos sempre recomendaram a ele evitar o consumo de bebidas alcoólicas, pois pode atrapalhar o tratamento. Além disso, é necessário evitar também drogas e anabolizantes. É importante fazer o tratamento correto. No caso dele, a carga viral se tornou indetectável, portanto, o vírus não é transmitido durante as relações sexuais.
Com o protocolo de um pacote de medidas instituídas, é possível evitar a transmissão de mãe para filho, a chamada transmissão vertical. Para isso também é necessário que ela esteja em acompanhamento regular e em uso das medicações. Infelizmente, a mãe com HIV não poderá amamentar, mas pode, sim, gerar uma criança e não a contaminar.
Miralba Freire, presidente da Sociedade Baiana de Infectologia (SOBAI), afirma que o seu trabalho é, entre outras funções, pesquisar sobre formas de como melhorar a adesão para o tratamento, uma vez que o sucesso dele depende de um acompanhamento bem feito e o uso regular da medicação.
“A definição do melhor tratamento para infecção depende de cada caso, como é uma regra geral na medicina. Então para a maioria das pessoas que estão iniciando o tratamento existe um esquema básico. Mas em muitas circunstâncias esse não será o melhor esquema porque existe alguma falha na resistência a um medicamento ou outro”, esclarece a especialista.
Segundo sua explicação, isso deve ser estudado de acordo com a história, com o tempo de doença em cada indivíduo. É um tratamento individual para cada um, cada corpo reage de maneira diferente.
Sobre o anúncio da Anvisa, Miralba vê a possibilidade de fazer um tratamento eficaz com apenas um comprimido ao dia. Segundo ela, quando há apenas um horário e uma medicação para tomar, o paciente tem mais condições de adequar rotina ao seu dia a dia e levar uma vida normal tomando o medicamento sem falhas.
A médica explica que há várias pesquisas em relação a medicamentos para a prevenção que são a profilaxia pré-exposição (PreP), no qual o paciente usa preventivamente um esquema diferente do tratamento, que é específico para impedir a contração do vírus pela infecção do HIV. A profissional ainda indica que há pesquisas no campo de vacina, mas tudo ainda é muito inicial.
Um estudo inédito comandado por pesquisadores brasileiros vai testar se o canabidiol (CBD), componente sem efeito psicoativo da maconha, pode ser usado no tratamento a longo prazo em pacientes que ficaram com alguma sequela pós Covid-19, ou na chamada Covid longa.
A eficácia comprovada contra outros casos inflamatórios parecidos com os da Covid-19 é uma das hipóteses levantadas pelos pesquisadores.
Coordenador da pesquisa e professor associado da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (USP), Edimar Bocchi, detalha como o derivado atua no tratamento. “O canabidiol atua através do sistema imunológico e bloqueia a informação, e essa medicação tem um grande potencial de beneficiar a sintomatologia dos pacientes pós Covid-19”, explica.
Ainda segundo o pesquisador, o processo de pesquisa vai ser feito de forma ativa usando pacientes que já tiveram a doença. “Ligaremos para pacientes que tiveram Covid-19 e verificaremos o grau de comprometimento da qualidade de vida que eles têm e se eles não tiverem nenhuma contraindicação contra o estudo. Em seguida, eles são sorteados a tomarem o placebo por três meses, e por fim é testado se essa medicação é efetiva ou não”, diz.
Covid-19: Anvisa aprova medicamento indicado para casos leves e moderados
Conass pede prioridade para vacinação da 3ª dose
O Brasil registrou 11.202 novos casos e 333 óbitos por Covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com a última atualização do Ministério da Saúde, em 17 de setembro. Ao todo, mais de 21 milhões de brasileiros foram infectados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. O número de pessoas que morreram pela doença no País é de 589.573. Mais de 20,1 milhões de pessoas já se recuperaram da Covid-19 e outros 310 mil casos ainda estão em acompanhamento.
A taxa de letalidade média do Brasil é de 2,8%. O Rio de Janeiro é o estado com o indicador mais elevado entre as 27 unidades da federação: 5,55%. Em seguida estão São Paulo, Amazonas e Pernambuco, todos com o índice acima dos três pontos percentuais.
Os números têm como base o repasse de dados das Secretarias Estaduais de Saúde ao órgão. Acesse as informações sobre a Covid-19 no seu estado e município no portal brasil61.com/painelcovid.