Câncer

14/03/2024 00:05h

Já a probabilidade de óbito prematuro pela doença entre pessoas de 30 a 69 anos pode ter um aumento de 10% até 2030, aponta o Inca

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Embora seja possível prevenir por meio de métodos diagnósticos, o câncer de intestino representa uma das principais causas de morte por câncer no Brasil. De acordo com pesquisadores do Instituto Nacional de Câncer (Inca), em análise realizada para vários tipos de tumores, a doença apresentou o maior aumento projetado em todas as regiões brasileiras, para ambos os sexos, até 2025. Conforme estimativa do Inca, mais de 136 mil brasileiros ainda podem ser afetados pelo câncer de intestino.

Também conhecido como câncer de colorretal, abrange os tumores malignos que se desenvolvem no intestino grosso (cólon) e no reto, parte final do intestino, que antecede o ânus. Esse tipo de câncer começa, na maioria das vezes, com pequenas lesões ou formações na parede interna do órgão. O cirurgião oncológico e coordenador do Grupo de Tumores Intestinais do Centro de Oncologia do Paraná (COP), Marciano Anghinoni, explica que o estilo de vida pode ser um fator causador da doença.

“De fato, o estilo de vida tem uma relação direta com o câncer de intestino, aquela pessoa que tem maus hábitos alimentares, consumo excessivo de carnes vermelhas processadas, consumo excessivo de embutidos, a pessoa que não pratica atividade física, é sedentária e obesa”, destaca.

O Inca aponta um risco estimado de 21,10 casos por 100 mil habitantes. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do DATASUS indicam que 20.245 pessoas morreram devido ao câncer de cólon, reto e ânus, só em 2020.

Maior incidência número de casos

Segundo os estudos, esse tipo de câncer se forma à medida em que a pessoa vai envelhecendo e o tubo digestivo criando um processo de transformação em virtude da exposição aos fatores de risco. Atualmente, os dados mostram um aumento da incidência de câncer nos mais jovens. A oncologista e coordenadora do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Santa Lúcia, Patrícia Schorn, diz que existe uma explicação para isso.

“A gente não tem absoluta certeza, mas a probabilidade disso estar acontecendo se deve ao estilo de vida. Como qualquer outro tipo de câncer, o câncer de intestino também se relaciona ou tem uma frequência maior nas pessoas que têm história familiar de câncer, nas pessoas que são sedentárias e que tem uma ingestão alimentar pobre em frutas e verduras”, observa.

“De fato, nos últimos anos, em todo o mundo, nós temos observado um aumento da incidência em pacientes mais jovens. O tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, o sedentarismo, uma rotina de atividade física, consumo de alimentos ultraprocessados, carne vermelha processada, embutidos, ou seja, substâncias que aumentam o risco dessa pessoa ter um câncer de intestino”, reforça o cirurgião oncológico Marciano Anghinoni.

Sintomas

Para os especialistas, os sinais e sintomas são muito importantes para que se faça o diagnóstico precoce. Eles dizem que são sintomas presentes também em outras doenças e, por isso, as pessoas podem menosprezar e não valorizar os sinais e sintomas. 

“Em geral, o paciente tem uma mudança de hábito intestinal. Então, o indivíduo que tinha um hábito intestinal regular, com evacuações diárias, ele passa a não evacuar todos os dias ou ter um padrão diarreico, ou passa a ter algum tipo de dor abdominal na hora da evacuação ou até sangramento nas fezes. Além disso, a gente pode ter quadros de anemia redução do calibre das fezes e algum tipo de  dor mais importante tanto na hora de evacuar quanto difusa no abdômen”, explica Patrícia Schorn.

Prevenção e tratamento

O câncer de intestino é tratável e, na maioria dos casos, curável ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Segundo o oncologista Marciano, poucos tipos de câncer podem de fato ser prevenidos com algum tipo de intervenção. 

“A colonoscopia faz o diagnóstico naquela pessoa que já tem o câncer, mas ela também trata os pólipos que são lesões precursoras. Então, essa é uma maneira que a gente tem de prevenir o câncer. E atualmente a colonoscopia está indicada para todas as pessoas acima dos 45 anos de idade, em razão da diminuição da faixa etária”, ressalta.

A médica Patrícia Schorn complementa: “Nós temos grandes condições de cura, sem dúvida alguma, e essa cura se baseia no tratamento cirúrgico e por algumas vezes a gente associa quimioterapia ou radioterapia. Algumas lesões não são necessariamente operadas, os tratamentos eles acabam tendo por objetivo um controle da doença no corpo todo e não só no intestino”, pontua.

“Como todo câncer, quanto mais precoce nós fizermos o diagnóstico, maior é a nossa chance de cura”, lembra a médica Patrícia.

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Saúde
29/02/2024 20:30h

A estimativa é que o país tenha entre 9 e 10 milhões de pessoas infectadas, aponta MS

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O câncer de colo do útero ocupa a sexta posição entre os tipos mais frequentes no Brasil. Nas mulheres, é o terceiro mais incidente. O país pode chegar a 17.100 novos casos por ano até 2025 conforme a publicação das estimativas de 2023 do Instituto Nacional do Câncer (INCA). A principal causa desse tipo de câncer é o HPV. Dados do Ministério da Saúde mostram que o Brasil pode ter cerca de 700 mil novos casos de HPV por ano. A estimativa é que o país tenha entre 9 e 10 milhões de pessoas infectadas.

Segundo a ginecologista e especialista em reprodução humana Lorrainy Rabelo, o vírus, que é chamado de “papilomovirus humano”, é a infecção sexualmente transmissível mais comum atualmente. “Nós temos vários tipos de HPV, mais de 100 tipos. E a forma de contágio principal é por sexo oral, vaginal ou anal sem preservativo”, explica.

Existem pelo menos 12 tipos de HPV considerados oncogênicos — aqueles com associação comprovada entre a infecção e o câncer — que apresenta maior risco ou probabilidade de provocar infecções persistentes. Os tipos 16 e 18 são considerados de alto risco. Eles estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero.

A médica Lorrainy Rabelo explica que o aparecimento de verrugas pode ser um sinal de alerta. “São verrugas irregulares que podem surgir na região genital, na orofaringe, na região anal. É a principal manifestação clínica, mas mesmo que não apresente verrugas, a pessoa pode possuir o vírus ali incubado”, esclarece.

A taxa de infecção pelo HPV na genital atinge 54,4% das mulheres que já iniciaram a vida sexual e 41,6% dos homens. Os dados são do Ministério da Saúde por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS).

Câncer de colo do útero

Na opinião da ginecologista e especialista em reprodução humana Lorrainy Rabelo, a maior preocupação com o contágio por HPV é o desenvolvimento de câncer de colo uterino.

“Ele é o principal fator de risco para que uma mulher desenvolva câncer de colo uterino futuramente. Mas é possível evitar a doença utilizando preservativo e principalmente hoje em dia com a vacinação disponível no mercado, inclusive que protege contra os nove tipos mais comuns e que mais causam consequências, como o câncer do colo uterino na nossa população”, destaca.

Diagnosticada com câncer, a influenciadora digital Micheline Ramalho conta que ficou assustada ao receber o diagnóstico. Na época com 31 anos, ela diz que demorou para entender o que estava acontecendo. “Achei que aquilo seria a minha morte. Infelizmente, é assim que muita gente vê o câncer. Comigo, não foi diferente. Demorei meses para ter coragem de contar para meus seguidores”, desabafa.

Prevenção

A médica reforça que a vacina não é apenas contra o câncer de colo do útero. É uma vacina contra vários tipos de câncer que podem afetar homens e mulheres. Disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina HPV quadrivalente está disponível, gratuitamente, nos postos de vacinação pelo Brasil. 

Ficar atento à saúde e se prevenir, por mais comum que seja a orientação, ainda é a melhor forma de evitar a contaminação, orienta Werciley Júnior, coordenador  infectologista e chefe da Comissão de Controle de Infecção do Hospital Santa Lúcia.

“Para evitar o contágio, a principal medida é a vacinação e o uso para transmissão por via sexual; o uso de camisinha é a melhor forma de controlar essa transmissão”, lembra.

O HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. Mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero e de ânus está associado a esse tipo de infecção. As verrugas genitais também são provocadas pela infecção. Números do INCA mostram que o Brasil pode passar de 17.000 novos casos de câncer de colo do útero por ano até 2025. A estimativa é de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres.
 

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18/11/2023 04:45h

Um levantamento do Inca mostra que o câncer de próstata ainda é o segundo tipo de câncer mais incidente na população masculina em todas as regiões do país

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O câncer de próstata, na maioria dos casos, cresce de forma lenta e não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem. Em outros casos, pode crescer rapidamente, espalhar-se para outros órgãos e causar a morte, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Mas existem situações que levantam um alerta para a doença. O urologista, andrólogo e membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) Emir de Sa Riechi diz que os sintomas do câncer de próstata são relacionados, basicamente, ao fator urinário.

“A próstata altera o hábito urinário quando ela cresce, independente se é tumor maligno ou benigno. Os principais sintomas que o homem geralmente percebem são o aumento da próstata, a alteração do jato urinário e, às vezes, a retenção urinária”, explica.

Na opinião do especialista, assim que forem observadas qualquer alteração em relação à urina é recomendável fazer exames para investigar o câncer de próstata.

“Na fase avançada do câncer de próstata pode ter diagnóstico de sangramento através do esperma, que chama-se hemospermia. Mas esse é um diagnóstico já avançado. Então, os diagnósticos primários, iniciais do câncer de próstata, basicamente são sintomas urinários” — aponta.

De acordo com o médico, dificuldade de urinar; demora em começar e terminar de urinar; sangue na urina; diminuição do jato de urina; necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite, são sinais de atenção para buscar uma unidade de saúde.

Prevenção como diagnóstico

Um levantamento do Inca mostra que o câncer de próstata ainda é o segundo tipo de câncer mais incidente na população masculina em todas as regiões do país, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. Também é a segunda causa de morte por câncer nesse público. Conforme os estudos, no Brasil, estimam-se 1.730 novos casos de câncer de próstata por ano para o triênio 2023-2025. 

O urologista, andrólogo e membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Emir de Sá Riechi, revela que, a partir do momento que a pessoa não procura ajuda, ela pode ter um diagnóstico tardio da doença dificultando a cura. O especialista explica que o que facilita a cura da doença, como qualquer outro câncer, é o diagnóstico precoce. No entanto, ressalta:

“O principal objetivo da prevenção do câncer de próstata, como o câncer de mama e útero, por exemplo, é o diagnóstico precoce. Então, o objetivo da prevenção é o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo se fizer o diagnóstico, melhores as chances de cura”. Emir de Sá complementa: “Não tem como evitar o câncer de próstata, o câncer de mama, com exames. O exame é feito para uma prevenção precoce, um diagnóstico precoce”, salienta.

O preconceito ainda é um obstáculo para a prevenção do câncer de próstata. Mas para Frederico Galvão, de 43 anos, formado em Relações Internacionais, é importante deixar as preocupações de lado e colocar a saúde em primeiro lugar.

“Aqui em casa somos três irmãos. Eu e o meu irmão mais velho já fazemos exames periódicos exatamente de dois em dois anos para prevenção do câncer de próstata, prevenção de doenças regulares também, porque depois dos 40 é importante você fazer um check-up”, avalia.

Histórico familiar

O médico Emir de Sa Riechi explica que o fator familiar não deve ser deixado de lado. “Homens com pais, tios e avós com câncer de próstata têm maior tendência, não quer dizer que vão ter câncer de próstata. Mas o que aumenta o risco é o fator familiar”, conta.

Mas, além disso, o especialista ainda destaca: “Também existe bem determinado que pode haver o risco de uso de hormônios, principalmente esteroides, anabolizantes. Ele não aumenta o risco, ele não produz o câncer de próstata, mas ele pode desencadear o processo mais precocemente”, alerta.

Conforme Riechi, na fase avançada do câncer de próstata, pode ser diagnóstico sangramento através do esperma, que se chama hemospermia. “Esse é um diagnóstico já avançado. Então, os diagnósticos primários, iniciais do câncer de próstata, basicamente são sintomas urinários.”

O Inca informa que a idade é o principal fator de risco para o câncer de próstata, sendo mais incidente em homens a partir de 60 anos, bem como, obesidade para tipos histológicos avançados. Destaca-se também a exposição a agentes químicos relacionados ao trabalho, sendo responsável por 1% dos casos de câncer de próstata.

Campanha Novembro Azul

O mês de novembro é dedicado à conscientização e prevenção do câncer de próstata. Segundo o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece informação e atendimento com equipes multiprofissionais aptas a realizarem diagnóstico e acompanhamento. Além de exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos e radiológicos, procedimentos cirúrgicos e tratamento em hospitais habilitados em oncologia. 

Conforme dados do INCA, quanto à mortalidade a Região Sudeste aparece com o maior número de casos no Brasil, em 2021, sendo os estados São Paulo (3.428), Minas Gerais (1.673) e Rio de Janeiro (1.448) com o maior número. Em seguida, vem a Região Nordeste com Bahia (1.407), Pernambuco (762) e Ceará (717) liderando em casos. A Região Sul aparece em terceiro lugar, destacando-se Rio Grande do Sul (1.291), Paraná (1.042) e Santa Catarina (534). Já a Região Norte apresenta Pará (395), Amazonas (194) e Tocantins (132) como os estados com mais casos. Por fim, a Região Centro-Oeste tem Goiás (516), Mato Grosso (252) e Mato Grosso do Sul (225) como os mais afetados. 

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Dr. Ajuda
16/11/2023 11:15h

Neste episódio a cirurgiã do Aparelho Digestivo, Beatriz Azevedo, explica quais são as causas da dor durante a evacuação

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A dor durante a evacuação é uma queixa comum. Cerca de 50% da população terá alguma condição no ânus ou no canal anal durante a vida, entre elas estão as hemorroidas, fissuras e fístulas anais, etc., e todas essas têm como sintomas a dor ao evacuar.

Mas como diferenciar uma doença da outra? O exame físico durante a consulta é fundamental e se conseguir relatar outras características além da dor para evacuar, isso também pode ajudar muito a entender o problema.

Existem várias causas para essa dor, sendo elas:

  • Constipação intestinal, a dificuldade para evacuar com fezes grossas e endurecidas ao passar pelo canal anal causam a dor ou desconforto;
  • Hemorroidas, que podem estar associadas a sangramento;
  • Fissura anal, que é um corte na borda do ânus;
  • Abscesso anal, uma infecção na região ao redor do ânus que causa uma dor constante que piora ao passar dos dias e que pode gerar vermelhidão no local e febre, nesse caso, deve-se procurar imediatamente o pronto-socorro pois o tratamento é cirúrgico;
  • Fístula anal, que pode resultar na saída de pus ou fezes por outro local próximo ao ânus;
  • Câncer anal, embora seja raro;
  • Proctalgia fugaz, causada por dores súbitas e intensas da musculatura do ânus, como uma cãibra;
  • Endometriose, que pode piorar a dor durante o período menstrual, mas além desse sintoma pode haver cólica menstrual intensa, dor na relação sexual, dor ao evacuar.

O diagnóstico da causa da dor durante a evacuação envolve exame físico e histórico clínico e o tratamento vai depender da causa da dor, pois para cada caso é exigido um cuidado específico.

Se sente dor ao evacuar de forma constante ou recorrente, procure imediatamente um médico.

Para mais informações, assista ao vídeo no canal Doutor Ajuda.

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18/10/2023 08:45h

Essa estimativa representa uma taxa de 49,76 por 100 mil mulheres. No Brasil, o Instituto projeta que serão registrados mais de 73 mil casos da doença no mesmo ano, o que equivale a uma taxa de incidência de 41,89 casos por 100 mil mulheres

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O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que para 2023 serão registrados1.030 casos de câncer de mama, representando uma taxa de 49,76 por 100 mil mulheres. No Brasil, o Instituto projeta que serão registrados mais de 73 mil casos da doença no mesmo ano, o que equivale a uma taxa de incidência de 41,89 casos por 100 mil mulheres. De acordo com o Inca, este tipo de câncer é o principal causador de mortes femininas no país, com uma taxa de 11,71/100 mil em 2021, resultando em 18.139 mortes, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. 

A oncologista Alessandra Leite expõe que o Distrito Federal, por ser a capital do país, apesar de todas as dificuldades dentro do SUS, é uma unidade federativa que tem maior acesso a exames e planos de saúde em termos de saúde complementar. A oncologista explica que o câncer de mama é um tipo de neoplasia maligna  — e é a maior causa de cânceres femininos no mundo inteiro. “Então, como todo o câncer é uma doença que nasce no tecido mamário, geralmente em forma de nódulo, mas tem capacidade de crescimento e disseminação se ela não for tratada adequadamente ao diagnóstico”, avalia.

Outubro Rosa

O Outubro Rosa, movimento global criado em 1990 para conscientização sobre a detecção precoce do câncer de mama, tem o laço cor-de-rosa como seu símbolo, lançado em Nova York pela Fundação Susan G. Komen for the Cure. No Brasil e ao redor do mundo, o foco é disseminar informações sobre o câncer de mama, buscando reduzir sua incidência e mortalidade. 

Em 2023, a ênfase do mês é nas diretrizes do Ministério da Saúde para prevenção e detecção precoce. No âmbito do Governo do Distrito Federal, o mês será marcado por um mutirão de reconstrução mamária. O Hospital Regional de Taguatinga (HRT) atenderá 30 pacientes entre 16 e 21 de outubro, e o Hospital Regional de Ceilândia (HRC) acolherá outras 10 mulheres de 23 a 28 do mesmo mês. Outras unidades de saúde devem anunciar a realização de cirurgias em breve.

Alessandra Leite enfatiza que o mutirão de reconstrução é um movimento de grande relevância, pois pacientes diagnosticadas precocemente e que passam por tratamento curativo frequentemente enfrentam cirurgias de mastectomia. Em alguns casos, elas precisam remover as mamas, seja bilateralmente ou até mesmo a mama por inteiro.

“E são pacientes que ficam com componente psicológico muito abalado. O fato é que as mamas representam pouco daquilo de feminilidade dentro do físico. Muitas mulheres, até não somente pela questão estética, mas tem ali nas mamas a lembrança da alimentação dos seus filhos — enfim e isso abala muito o psicológico”, comenta.

Diagnóstico

A detecção precoce do câncer de mama aumenta as possibilidades de tratamento e cura. Por isso, é fundamental que as mulheres estejam cientes dos sintomas, realizem o autoexame e procurem realizar exames periódicos. 

Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas mais comuns são:

  • Mudanças na textura da pele da mama, semelhante à casca de laranja; 
  • Secreção pelo mamilo, às vezes com presença de sangue; 
  • Avermelhamento da pele da mama; 
  • Pequenos nódulos detectáveis nas axilas ou pescoço; 
  • Retração ou inversão do mamilo; 
  • Inchaço e dor na mama.

De acordo com INCA, a mulher que possui os seguintes fatores genéticos têm risco elevado para câncer de mama. São eles:

Comportamentais/Ambientais

  • Obesidade e sobrepeso, após a menopausa
  • Atividade física insuficiente (menos de 150 minutos de atividade física moderada por semana)
  • Consumo de bebida alcoólica
  • Exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X, tomografia computadorizada, mamografia etc.)
  • História de tratamento prévio com radioterapia no tórax

Aspectos da vida reprodutiva/hormonais

  • Primeira menstruação (menarca) antes de 12 anos
  • Não ter filhos
  • Primeira gravidez após os 30 anos
  • Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos
  • Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona)
  • Ter feito terapia de reposição hormonal (estrogênio-progesterona), principalmente por mais de cinco anos

Hereditários/Genéticos

  • Histórico familiar de câncer de ovário; de câncer de mama em mulheres, principalmente antes dos 50 anos; e caso de câncer de mama em homem
  • Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.

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30/09/2023 18:38h

A doença teve aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos de câncer em mulheres

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Com a chegada do mês de outubro, as campanhas de conscientização sobre o câncer de mama ganham evidência. A maioria delas foca na importância do diagnóstico precoce para a cura. Mas você sabia que, além disso, a paciente com câncer de mama tem alguns direitos garantidos por lei? A advogada especialista em direito médico, Mérces da Silva Nunes, destaca informações sobre acesso ao tratamento e benefícios garantidos a quem é diagnóstico com a enfermidade.

“Nós temos aqui no Brasil diversos direitos que amparam a pessoa com câncer, desde o auxílio doença, aposentadoria por invalidez, por incapacidade permanente. Toda a parte tributária de imposto de renda, a pessoa com câncer tem direito à isenção de imposto de renda. Alguns municípios conferem o direito à isenção de IPTU para um paciente com câncer. Se a pessoa vai precisar de um carro adaptado para ela, ela vai ter isenção do IPI, vai ter isenção até do IPVA ”, enumerou a especialista.

A empreendedora Thatyana Moura mora no Cruzeiro, no Distrito Federal, e descobriu o câncer de mama em março deste ano. Ela percebeu um caroço no seio em setembro do ano passado, mas teve a confirmação do diagnóstico em março. Quando soube dos direitos que tem, por meio de um grupo que participa, marcou sua perícia no INSS para solicitar seu auxílio-doença.

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Thatyana é confeiteira e ficou sem conseguir trabalhar dada a gravidade da doença, e espera ter seu pedido de benefício aprovado, apesar da demora entre o agendamento e a realização da perícia. “Eu não sabia que eu tinha direito, porque eu achava que tinha que estar pagando o PIS, o MEI, mensal, e eu estava com as parcelas atrasadas, mas as últimas eu havia pago. Resumindo, eu agendei uma perícia entre junho e julho, que foi quando eu tive acesso à informação, mas só tinha vaga para perícia em dezembro. Então vou aguardar a perícia pra ver se eu vou ter direito. Porque eu já vou ter acabado com o tratamento, mas eu fiquei todos esses meses impossibilitada de trabalhar porque a demanda da confeitaria era muito grande”, explicou.

Além disso, o trabalhador que tem carteira assinada pode sacar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em caso de diagnóstico de câncer, independentemente do tipo. A solicitação pode ser feita por meio do app do FGTS ou em uma Agência da CAIXA. O saque também pode ser feito caso seja um dependente acometido pela doença.  

Acesso ao diagnóstico e tratamento

A partir dos 40 anos, independentemente das condições, as mulheres brasileiras têm direito à mamografia e ao exame preventivo de colo de útero pelo Sistema Único de Saúde, o SUS. Esses exames avaliam as condições da saúde reprodutiva da mulher e são importantes para diagnosticar câncer, tanto de mama quanto de colo de útero. Caso a paciente tenha suspeita de câncer de mama, ela tem o direito de fazer esses exames num prazo máximo de até 30 dias. Caso o diagnóstico se confirme, o tratamento deve ser iniciado em, no máximo, 60 dias, conforme a Lei 12.732/2012, seja ele pelo SUS ou por plano de saúde.

Todo o suporte é garantido para as mulheres, inclusive na reconstrução de sua autoestima. Aquelas que precisam fazer mastectomia têm assegurado o direito de cirurgias reparadoras, seja pelo SUS ou pelo plano de saúde. “A grande maioria dos procedimentos relacionados à câncer de mama estão no rol da ANS e devem ser cobertos pelo plano de saúde. Aqui eu listo para você, inclusive, as cirurgias reparadoras, mastectomia quando a mulher faz um implante que ela tem que fazer, a restauração das mamas, inclusive com prótese de silicone, tudo isso está coberto pelo plano de saúde. O plano não tem essa oportunidade de dizer não custeio”, exemplificou Mérces da Silva

Thatyana descobriu por acaso a doença e está fazendo todo o procedimento indicado pelo plano de saúde. Ela conta que conseguiu todo o tratamento necessário sem dificuldades. “Eu consegui todos os atendimentos pelo plano de saúde, todas as consultas, a quimioterapia, os exames, a cirurgia, a prótese, tudo pelo plano de saúde”, contou.

O câncer de mama é o tipo de câncer mais frequente e letal entre as mulheres brasileiras, depois do câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), para cada ano entre 2020 e 2022 a estimativa é de 66.280 novos casos no país. Já entre 2023 e 2025, a estimativa é de 73.610 novos casos. Em 2021, o número de mortes por câncer de mama foi de 18.139, representando 16,4% do total de óbitos por câncer em mulheres. O câncer de mama também pode atingir homens, mas representa apenas 1% dos casos.

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12/09/2023 00:38h

Você conhece alguém que tem mieloma? Sabe do que se trata e quando suspeitar? Neste episódio, o Hematologista, Thales Dalessandro Meneguim Pereira, fala sobre Mieloma Múltiplo.

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Você conhece alguém que tem mieloma? Sabe do que se trata e quando suspeitar? Neste episódio, o Hematologista, Thales Dalessandro Meneguim Pereira, fala sobre Mieloma Múltiplo.

O Mieloma Múltiplo é um câncer originado em uma célula da medula óssea, chamada de plasmócitos, responsáveis pela produção de anticorpos para a defesa do organismo. Por alguma razão que a medicina ainda não consegue explicar, nesse câncer, os plasmócitos se multiplicam de forma descontrolada, gerando um único tipo de anticorpo e afetando órgãos como rins e ossos, e ainda pode causar a anemia.

Quais são os sintomas?

Sintomas incluem: 

  • Nos ossos. Podem ocorrer a dor óssea e risco de fraturas patológicas, que são fraturas que acontecem com um impacto muito leve ou até mesmo sem nenhum impacto, 

  • No sangue, se o mieloma causar anemia, irão aparecer sintomas típicos de anemia, como fadiga e sonolência, e quando atinge os rins, náuseas, vômitos e inchaço. 

  • Nos rins. No caso que afeta os rins, os sintomas mais comuns são náuseas, vômitos, perda do apetite e inchaço pelo corpo. Uma outra alteração frequente é o aumento de cálcio que pode causar confusão mental e desconforto urinário. 

Vale lembrar que nem todos os sintomas ocorrem em todos os casos, por isso, a suspeita exige avaliação médica.

Fatores de risco 

Ainda não se sabe exatamente qual a causa do mieloma, mas sabemos que ele é mais prevalente em algumas pessoas, ressaltando algumas características, os chamados fatores de risco, no caso mieloma eles incluem:

  • Idade acima de 60 anos, 
  • Etnia negra
  • Histórico familiar de mieloma

Diagnóstico 

O diagnóstico envolve exames de sangue e urina, geralmente requisitados por um hematologista. Além disso também é feito a partir da detecção de lesões do órgão alvo e pela investigação da medula óssea 

Tratamento 

O tratamento pode ser feito com quimioterapia isolada ou quimioterapia seguida de transplante autólogo de células-tronco, utiliza-se a própria medula óssea do paciente para fazer o transplante.

Vale lembrar que mieloma múltiplo é uma cancer não tem cura, é uma doença crônica como qualquer outra, e o tratamento é feito para diminuir ou reverter as lesões do órgão alvo, para permitir que o paciente viva mais e com melhor qualidade de vida. 

 

Para mais informações, assista ao vídeo no canal Doutor Ajuda no youtube.

 

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31/08/2023 16:30h

Fila para a primeira consulta oncológica diminuiu de 850 para 188 ao longo do ano

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A fila de espera para mamografias foi reduzida de 14 mil para 2.800 mulheres, após a ampliação da capacidade mensal de exames de 2.384 para 6.078, com uma meta de atingir 8,8 mil exames mensais. Além disso, a fila para a primeira consulta de oncologia diminuiu de 850 para 188 ao longo do ano, parte dessa redução se dá às melhorias no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde a produtividade do setor de radioterapia também foi dobrada.

A Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) registrou uma redução de 80% na fila para mamografia e para a primeira consulta de oncologia no Distrito Federal. Os dados foram apresentados na última segunda-feira (28) durante encontro realizado na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

O chefe da Assessoria de Política de Prevenção e Controle do Câncer (Asccan) da Secretaria de Saúde Gustavo Ribas avalia que o câncer de mama é a neoplasia mais comum em mulheres no mundo inteiro e é a principal causa de morte por câncer em mulheres em mais de 100 países.

“Anualmente a neoplasia acomete mais de 2 milhões de mulheres e é responsável por mais de 650 mil mortes no Brasil. Ao se falar do câncer de mama, é fundamental se relacionar ao diagnóstico precoce e ao exame de rastreamento, cujo o intuito principal é detectar a doença em uma fase precoce, para que assim se promova o tratamento com proposta curativa”, explica.

Ribas expõe que o objetivo do rastreamento populacional no câncer de mama, é a detecção precoce que se torna fundamental para a redução da morbimortalidade causada pela neoplasia. “Então a importância do diagnóstico precoce que se faz cada vez mais necessária no intuito de se promover cada vez mais a cura diminuindo assim a mortalidade e a morbidade global relacionado ao câncer de mama”, comenta. 

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, desconsiderando os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre mulheres de todas as regiões, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Em 2022, foram estimados 66.280 novos casos, correspondendo a uma taxa ajustada de incidência de 43,74 casos a cada 100.000 mulheres.

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18/07/2023 14:30h

Para especialista, recomendação da OMS sobre risco de câncer é mais um sinal de alerta para os perigos do consumo excessivo

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O aspartame ainda gera dúvidas sobre o consumo. Muitas pessoas ficam preocupadas em utilizar por não saber se é perigoso para a saúde. A médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, Andrea Pereira, diz que tudo que é consumido em exagero gera riscos. “As pessoas acham que porque um produto é light ou diet pode ser consumido de forma exagerada, mas você tem risco em tudo o que se consome em exagero”, avalia.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou resultados de um estudo da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês) e pelo Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da Organização para Agricultura e Alimentação (JECFA, na sigla em inglês) que classificaram o adoçante como possivelmente cancerígeno para humanos, mas consideraram aceitável o limite atual de ingestão diária de 40 mg/kg de acordo com o peso corporal.

Para a especialista, é mais um sinal de alerta para o uso em excesso do produto. “Não existe uma recomendação formal do uso dos adoçantes, você pode, sim, orientar os pacientes, principalmente diabéticos, a utilizar o adoçante como uma estratégia para reduzir o consumo do açúcar, mas sempre com parcimônia, com equilíbrio. Às vezes, a gente vê as pessoas espremendo os adoçantes em gotas, caindo várias gotas quando você deveria colocar 3 ou 4 gotinhas. Não adianta consumir o adoçante se eu uso de forma exagerada”, ressalta.

O  Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou nota recomendando que a população evite o consumo do adoçante, após ser incluído pela OMS em uma lista de substâncias “possivelmente cancerígenas”. O Inca analisou o histórico das evidências científicas relativas ao uso de aspartame e concluiu que a população deve deixar de lado o produto e optar por uma alimentação saudável, ou seja, baseada em alimentos in natura e limitada em ultraprocessados.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que, até o momento, não há alteração do perfil de segurança para o consumo do aspartame, mas informa que seguirá acompanhando atentamente os avanços da ciência a respeito do tema. A agência reguladora ressalta que já estão em discussão alternativas para melhorar as regras para a declaração dos edulcorantes (substâncias que proporcionam gosto doce) e de outros aditivos alimentares na lista de ingredientes. Além dos chamados requisitos de legibilidade, que irão permitir que o consumidor identifique com mais facilidade a presença dessas substâncias nos alimentos. 

O que é o aspartame?

A médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, Andrea Pereira, explica que o aspartame é um adoçante artificial geralmente recomendado para pessoas que têm dificuldade de metabolizar o açúcar, como os diabéticos. “O adoçante é utilizado como uma estratégia para reduzir o consumo do açúcar”, indica.

Segundo a Anvisa, o aspartame consegue adoçar 200 vezes mais do que o açúcar tradicional, e é encontrado principalmente na indústria de bebidas e alimentos declarados de baixa caloria. Na prática, é um aditivo alimentar com as funções de edulcorante e de realçador de sabor. 

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01/06/2023 19:00h

Cerca de 87 medicamentos usados no tratamento de diversos tipos de câncer terão redução de até 20% do valor

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O governador do estado do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior assinou  o decreto 2.243/23 , que isenta o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 87 medicamentos usados no tratamento de diversos tipos de câncer. Com a medida, os remédios poderão ficar até 20% mais baratos.

Os 87 medicamentos do novo rol juntam-se a outros 82 remédios que já usufruíram do benefício. Com a atualização, um total de 169 fármacos usados no tratamento de câncer passam a ser contemplados pela isenção fiscal.

Advogado tributarista, Fernando Zilveti explica que essa foi uma medida extremamente acertada.  

“Extremamente acertada a medida do governador Carlos Massa, que cumpre a constituição. Ele está cumprindo a constituição. E num país onde não se cumpre a constituição, o cumprir a constituição que deveria ser o óbvio, merece todo o respeito”, afirmou Zilveti. 

Para que os medicamentos sejam comercializados com a isenção fiscal, o valor que era destinado ao ICMS deve ser deduzido do preço final do produto. A dedução deve ser expressamente demonstrada no documento fiscal.
 

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