Câncer

12/09/2023 00:38h

Você conhece alguém que tem mieloma? Sabe do que se trata e quando suspeitar? Neste episódio, o Hematologista, Thales Dalessandro Meneguim Pereira, fala sobre Mieloma Múltiplo.

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Você conhece alguém que tem mieloma? Sabe do que se trata e quando suspeitar? Neste episódio, o Hematologista, Thales Dalessandro Meneguim Pereira, fala sobre Mieloma Múltiplo.

O Mieloma Múltiplo é um câncer originado em uma célula da medula óssea, chamada de plasmócitos, responsáveis pela produção de anticorpos para a defesa do organismo. Por alguma razão que a medicina ainda não consegue explicar, nesse câncer, os plasmócitos se multiplicam de forma descontrolada, gerando um único tipo de anticorpo e afetando órgãos como rins e ossos, e ainda pode causar a anemia.

Quais são os sintomas?

Sintomas incluem: 

  • Nos ossos. Podem ocorrer a dor óssea e risco de fraturas patológicas, que são fraturas que acontecem com um impacto muito leve ou até mesmo sem nenhum impacto, 

  • No sangue, se o mieloma causar anemia, irão aparecer sintomas típicos de anemia, como fadiga e sonolência, e quando atinge os rins, náuseas, vômitos e inchaço. 

  • Nos rins. No caso que afeta os rins, os sintomas mais comuns são náuseas, vômitos, perda do apetite e inchaço pelo corpo. Uma outra alteração frequente é o aumento de cálcio que pode causar confusão mental e desconforto urinário. 

Vale lembrar que nem todos os sintomas ocorrem em todos os casos, por isso, a suspeita exige avaliação médica.

Fatores de risco 

Ainda não se sabe exatamente qual a causa do mieloma, mas sabemos que ele é mais prevalente em algumas pessoas, ressaltando algumas características, os chamados fatores de risco, no caso mieloma eles incluem:

  • Idade acima de 60 anos, 
  • Etnia negra
  • Histórico familiar de mieloma

Diagnóstico 

O diagnóstico envolve exames de sangue e urina, geralmente requisitados por um hematologista. Além disso também é feito a partir da detecção de lesões do órgão alvo e pela investigação da medula óssea 

Tratamento 

O tratamento pode ser feito com quimioterapia isolada ou quimioterapia seguida de transplante autólogo de células-tronco, utiliza-se a própria medula óssea do paciente para fazer o transplante.

Vale lembrar que mieloma múltiplo é uma cancer não tem cura, é uma doença crônica como qualquer outra, e o tratamento é feito para diminuir ou reverter as lesões do órgão alvo, para permitir que o paciente viva mais e com melhor qualidade de vida. 

 

Para mais informações, assista ao vídeo no canal Doutor Ajuda no youtube.

 

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31/08/2023 16:30h

Fila para a primeira consulta oncológica diminuiu de 850 para 188 ao longo do ano

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A fila de espera para mamografias foi reduzida de 14 mil para 2.800 mulheres, após a ampliação da capacidade mensal de exames de 2.384 para 6.078, com uma meta de atingir 8,8 mil exames mensais. Além disso, a fila para a primeira consulta de oncologia diminuiu de 850 para 188 ao longo do ano, parte dessa redução se dá às melhorias no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde a produtividade do setor de radioterapia também foi dobrada.

A Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) registrou uma redução de 80% na fila para mamografia e para a primeira consulta de oncologia no Distrito Federal. Os dados foram apresentados na última segunda-feira (28) durante encontro realizado na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

O chefe da Assessoria de Política de Prevenção e Controle do Câncer (Asccan) da Secretaria de Saúde Gustavo Ribas avalia que o câncer de mama é a neoplasia mais comum em mulheres no mundo inteiro e é a principal causa de morte por câncer em mulheres em mais de 100 países.

“Anualmente a neoplasia acomete mais de 2 milhões de mulheres e é responsável por mais de 650 mil mortes no Brasil. Ao se falar do câncer de mama, é fundamental se relacionar ao diagnóstico precoce e ao exame de rastreamento, cujo o intuito principal é detectar a doença em uma fase precoce, para que assim se promova o tratamento com proposta curativa”, explica.

Ribas expõe que o objetivo do rastreamento populacional no câncer de mama, é a detecção precoce que se torna fundamental para a redução da morbimortalidade causada pela neoplasia. “Então a importância do diagnóstico precoce que se faz cada vez mais necessária no intuito de se promover cada vez mais a cura diminuindo assim a mortalidade e a morbidade global relacionado ao câncer de mama”, comenta. 

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, desconsiderando os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre mulheres de todas as regiões, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Em 2022, foram estimados 66.280 novos casos, correspondendo a uma taxa ajustada de incidência de 43,74 casos a cada 100.000 mulheres.

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18/07/2023 14:30h

Para especialista, recomendação da OMS sobre risco de câncer é mais um sinal de alerta para os perigos do consumo excessivo

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O aspartame ainda gera dúvidas sobre o consumo. Muitas pessoas ficam preocupadas em utilizar por não saber se é perigoso para a saúde. A médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, Andrea Pereira, diz que tudo que é consumido em exagero gera riscos. “As pessoas acham que porque um produto é light ou diet pode ser consumido de forma exagerada, mas você tem risco em tudo o que se consome em exagero”, avalia.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou resultados de um estudo da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês) e pelo Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da Organização para Agricultura e Alimentação (JECFA, na sigla em inglês) que classificaram o adoçante como possivelmente cancerígeno para humanos, mas consideraram aceitável o limite atual de ingestão diária de 40 mg/kg de acordo com o peso corporal.

Para a especialista, é mais um sinal de alerta para o uso em excesso do produto. “Não existe uma recomendação formal do uso dos adoçantes, você pode, sim, orientar os pacientes, principalmente diabéticos, a utilizar o adoçante como uma estratégia para reduzir o consumo do açúcar, mas sempre com parcimônia, com equilíbrio. Às vezes, a gente vê as pessoas espremendo os adoçantes em gotas, caindo várias gotas quando você deveria colocar 3 ou 4 gotinhas. Não adianta consumir o adoçante se eu uso de forma exagerada”, ressalta.

O  Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou nota recomendando que a população evite o consumo do adoçante, após ser incluído pela OMS em uma lista de substâncias “possivelmente cancerígenas”. O Inca analisou o histórico das evidências científicas relativas ao uso de aspartame e concluiu que a população deve deixar de lado o produto e optar por uma alimentação saudável, ou seja, baseada em alimentos in natura e limitada em ultraprocessados.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que, até o momento, não há alteração do perfil de segurança para o consumo do aspartame, mas informa que seguirá acompanhando atentamente os avanços da ciência a respeito do tema. A agência reguladora ressalta que já estão em discussão alternativas para melhorar as regras para a declaração dos edulcorantes (substâncias que proporcionam gosto doce) e de outros aditivos alimentares na lista de ingredientes. Além dos chamados requisitos de legibilidade, que irão permitir que o consumidor identifique com mais facilidade a presença dessas substâncias nos alimentos. 

O que é o aspartame?

A médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, Andrea Pereira, explica que o aspartame é um adoçante artificial geralmente recomendado para pessoas que têm dificuldade de metabolizar o açúcar, como os diabéticos. “O adoçante é utilizado como uma estratégia para reduzir o consumo do açúcar”, indica.

Segundo a Anvisa, o aspartame consegue adoçar 200 vezes mais do que o açúcar tradicional, e é encontrado principalmente na indústria de bebidas e alimentos declarados de baixa caloria. Na prática, é um aditivo alimentar com as funções de edulcorante e de realçador de sabor. 

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01/06/2023 19:00h

Cerca de 87 medicamentos usados no tratamento de diversos tipos de câncer terão redução de até 20% do valor

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O governador do estado do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior assinou  o decreto 2.243/23 , que isenta o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 87 medicamentos usados no tratamento de diversos tipos de câncer. Com a medida, os remédios poderão ficar até 20% mais baratos.

Os 87 medicamentos do novo rol juntam-se a outros 82 remédios que já usufruíram do benefício. Com a atualização, um total de 169 fármacos usados no tratamento de câncer passam a ser contemplados pela isenção fiscal.

Advogado tributarista, Fernando Zilveti explica que essa foi uma medida extremamente acertada.  

“Extremamente acertada a medida do governador Carlos Massa, que cumpre a constituição. Ele está cumprindo a constituição. E num país onde não se cumpre a constituição, o cumprir a constituição que deveria ser o óbvio, merece todo o respeito”, afirmou Zilveti. 

Para que os medicamentos sejam comercializados com a isenção fiscal, o valor que era destinado ao ICMS deve ser deduzido do preço final do produto. A dedução deve ser expressamente demonstrada no documento fiscal.
 

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24/03/2023 19:10h

Ação faz parte da estratégia do Ministério da Saúde para prevenção e eliminação do câncer do colo do útero. O projeto piloto está acontecendo em Recife e foi lançado nesta semana

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Nesta semana foi lançada pelo Ministério da Saúde a estratégia nacional para prevenção e eliminação do câncer do colo do útero. O projeto piloto será realizado em Recife, onde aconteceu a cerimônia de lançamento. O objetivo é controlar e eliminar o câncer de colo de útero, também conhecido como câncer cervical. Participaram da cerimônia na capital pernambucana o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Saúde Nísia Trindade.

As principais estratégias consistem na prevenção da doença via vacinação - algo que já faz parte no calendário de imunização de adolescentes entre 9 e 14 anos e pessoas imunossuprimidas - e na inclusão do teste molecular para detecção do HPV, vírus sexualmente transmissível causador da doença, no Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, o Ministério da Saúde reforça a importância do uso de preservativo como uma das formas mais eficazes de prevenção.

A ginecologista e especialista em fertilidade Tatianna Ribeiro explica como funciona o teste. “As técnicas moleculares têm sido muito utilizadas no diagnóstico do HPV, apresentando uma boa sensibilidade e especificidade. Dentre estas técnicas mais comuns estão o Painel de Hibridização in situ, que possui a capacidade de localizar o DNA viral no tecido, a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) capaz de determinar carga viral e estado físico do vírus, e a Captura Híbrida, considerada padrão ouro, que detecta tipos específicos do vírus e também determina sua carga viral”, explica a especialista.

Ribeiro também alerta que o exame de Papanicolau permite ver alterações celulares que podem surgir diante da infecção pelo vírus, mas não permite diagnosticar o vírus HPV. Por isso as técnicas moleculares são necessárias. 

A sexóloga Gabriela Vilhena, de 26 anos, teve diagnóstico de HPV ao observar algumas lesões na região do períneo. Por saber que já havia tido contato com o vírus por meio de um parceiro, foi ao médico e teve o diagnóstico. Ela comenta os cuidados que tem de tomar desde então: “No meu caso, eu tenho um tipo de HPV que é externo, então é mais tranquilo de cuidar. Preciso tomar sempre cuidado com a alimentação, manter um estilo de vida mais saudável. Não posso me descuidar completamente da saúde para não ter perigo de aparecer novas lesões”

Causado pelo vírus do HPV, o câncer de colo de útero é o quarto tipo mais comum entre a população feminina, com 17 mil casos registrados em 2023. Pelo menos 6 mil brasileiras morrem anualmente por causa da doença. Retomar as altas coberturas vacinais no país para todos  os imunizantes que compõe o Calendário Nacional de Vacinação é prioridade do Ministério da Saúde. Atualmente, a meta é vacinar 90% do público-alvo. Em 2022, porém, apenas 75% foi imunizado.

Inicialmente está previsto um investimento de R$ 18 milhões na expansão do projeto piloto de Recife para o estado de Pernambuco. Em um segundo momento a iniciativa será ampliada para todo o Brasil. 

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22/03/2023 17:00h

Neste episódio o ortopedista Luiz Filipe Marques dará mais informações sobre tumor ósseo.

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O tumor no osso é um problema, muitas vezes, difícil de diagnóstico. Ele pode ser benigno ou maligno (câncer), com origem no próprio osso ou metástase de outros tumores. Neste episódio o ortopedista Luiz Filipe Marques dará mais informações sobre o assunto.

O que é o tumor nos ossos?

Algumas pessoas possuem ou conhecem alguém que tem um caroço em algum osso do corpo, na linguagem médica esse caroço é chamado de tumor e por definição é um crescimento anormal de um tecido, nesse caso, o osso.

O tumor pode ser benigno ou maligno (câncer)

O tumor benigno é aquele em que as células normais por alguma razão, que muitas vezes a medicina não consegue explicar, começam a se multiplicar em algum lugar. Quando isso ocorre, existe um aumento no número de células no local e por isso o aumento do volume nessa região. Sendo benigno esse crescimento é organizado e lento e é incapaz de invadir órgãos vizinhos.

Já nos tumores malignos são bem diferentes. A origem do tumor são células que sofreram uma mutação e por isso ficaram diferentes da célula normal, tanto na aparência quanto no comportamento. As células dos tumores malignos passam a se multiplicar de maneira desordenada e invadir tecidos e órgãos vizinhos e se espalhar através dos vasos sanguíneos, a chamada metástase, isso significa que um tumor que foi originado em outro órgão, as células saíram desse órgão e entraram na circulação sanguínea e se alojaram no osso e passaram a crescer formando o tumor chamado metástase.

No caso dos tumores nos ossos, existem dois tipos de tumores malignos:

  • Primários, quando são originados no próprio osso
  • Secundários, quando são metástases de outro tumor

Quais são os sintomas?

Na maioria dos casos, o tumor no osso apresenta poucos sintomas ou nenhum, em casos de tumores benignos. Mas quando os sintomas estão presentes o paciente pode notar:

  • Deformidade ou assimetria, a roupa mais apertada de um lado do que de outro, por exemplo;
  • Tumoração palpável;
  • Dor;
  • Limitação funcional, a dificuldade em realizar algumas atividades;
  • Diminuição da amplitude de movimento, a pessoa não consegue mais dobrar completamente alguma articulação, como o cotovelo e o joelho.

Em casos mais avançados, podem contar com fraturas patológicas, que não possuem um trauma local, o osso fica tão fraco que quebra mesmo sem ter sofrido uma pancada ou algo do tipo. A dor pode piorar mesmo em repouso e podendo surgir uma deformidade no local.

Raramente aparece alguma insuficiência neurológica ou vascular. Além dos sintomas, outras informações da história clínica são muito importantes para o entendimento do quadro.

Os tumores ósseos malignos primários, atingem principalmente adolescentes e jovens adultos, são raros e são representados por diversos tipos histológicos como por exemplo, o tumor de Wilms. Tem como característica atingir principalmente a região joelho, fêmur e tíbia, se espalhando mais frequentemente para o pulmão e comprometer outros ossos.

Isso é diferente das metástases ósseas, nesse caso a faixa etária mais atingida está acima dos 50 anos e os ossos mais afetados são os ossos da coluna, costelas, bacia e quadril. A história clínica mais comum não começa com dores nos ossos, em geral os pacientes já possuem o diagnóstico do tumor de origem que avançou e apresentou metástase, os tumores mais comuns são próstata, mama, pulmão, rim e tireoide. 

O que fazer em caso de suspeita?

O recomendado é buscar ajuda de um ortopedista oncológico ou oncologista para avaliação clínica e realização de exames, como Raio X simples para avaliação da lesão, tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

Nos casos suspeitos de tumor maligno, deve-se afastar a possibilidade de metástase e iniciar uma busca por um possível tumor primário.

Para saber mais detalhes sobre o assunto, assista ao vídeo no canal Dr. Ajuda no Youtube. 


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Dr. Ajuda
16/03/2023 17:00h

Neste episódio o Cirurgião Dr. Guilherme Namur dá mais informações sobre a doença

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Você conhece alguém que já teve câncer de esôfago? Sabe como reconhecer esse problema e como prevenir a doença? 

O esôfago é um órgão tubular que conecta a garganta com o estômago, e sua função é justamente transportar a comida até o estômago. O câncer de esôfago é um dos tumores mais comuns no Brasil, principalmente entre os homens, ele é um tumor silencioso que raramente apresenta sintomas nas fases iniciais da doença.

Os sintomas mais comuns são 

  • Dificuldade de engolir. O tumor causa uma obstrução na passagem dos alimentos. Geralmente a dificuldade começa com alimentos sólidos como carnes e pães, podendo progredir até para líquidos;
  • Dor para engolir. Alimentos parados no esôfago por conta da obstrução pode causar uma dor forte a região do peito;
  • Perda de peso. Como o paciente possui a dificuldade para ingerir alimentos, a perda de peso ocorre de forma rápida;
  • Vômitos e refluxo;
  • Azia;
  • Rouquidão. Tumores no esôfago torácico podem crescer e invadir os nervos que controlam as pregas vocais, causando a alteração da voz

A grande maioria dos tumores do esôfago são de dois tipos histológicos, os carcinomas (que se originam de células da pele) de células escamosas, conhecido como CEC, e os adenocarcinomas (câncer) de esôfago. Apesar de dividirem muitos dos sintomas, os fatores de risco para cada um desses tipos de tumor são bastante distintos. 

O que acontece em cada caso?

O primeiro é o carcinoma de células escamosas (o CEC), que se trata de um tumor com origem no revestimento habitual do esôfago, que é igual ao da cavidade oral, laringe e traqueia. 

Os principais fatores de risco nesse caso são:

  • Tabagismo. Quanto maior a quantidade de cigarros, maior o risco. 
  • Alcoolismo. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas também é um fator de risco independente e tem seu efeito potencializado pelo tabagismo. 
  • Megaesôfago. É uma doença que causa um distúrbio motor do esôfago promovendo a estase dos alimentos, o que causa inflamação crônica na mucosa e predispõem ao CEC.
  • Infecção por HPV. A cada dia mais estudos mostram que o mesmo vírus responsável pelo câncer de colo de útero tem papel importante na carcinogênese do câncer de esôfago.

Já o segundo tipo é chamado de Adenocarcinoma, que é o tumor de esôfago cuja incidência tem aumentado muito nas últimas décadas. Ele tem origem em glândulas secretoras de muco, especialmente na porção mais próxima ao estômago. 

Os fatores de risco mais importantes nesse caso são:

  • Doença do refluxo gastroesofágico. Refluxo intenso pode causar inflamação crônica do esôfago, o que aumenta os riscos de câncer;
  • Esôfago de Barrett. Essa é uma condição pré-maligna que aumenta muito o risco de câncer. Essa alteração da mucosa é causada por refluxo muito intenso;
  • Obesidade. Esse é um dos tumores cujo risco mais aumenta por causa da obesidade, muito provavelmente porque pessoas obesas costumam ter refluxo mais grave.

Diagnóstico

Para o diagnóstico do câncer de esôfago é fundamental realizar uma endoscopia digestiva alta com biópsia do tumor. A endoscopia deve ser solicitada sempre que houver suspeita clínica, sobretudo quando associada aos fatores de risco já citados.

Uma vez feito o diagnóstico é fundamental realizar exames adicionais, como tomografias e PET-CT (tomografia por emissão de pósitrons (partícula radioativa), e CT vem de tomografia computadorizada), para se determinar qual o estágio da doença, porque disso depende todo o tratamento.

E que tratamentos são esses?  

Nas fases iniciais é possível fazer a cirurgia de retirada de parte ou de todo o esôfago, a esofagectomia. O esôfago é retirado e no lugar seu confecciona-se um tubo com o próprio estômago do paciente, que é levado até o pescoço e permite o trânsito normal dos alimentos. Essa é uma cirurgia muito complexa, mas que oferece ao paciente uma melhor chance de cura.

Nas fases mais avançadas o tratamento inclui: 

Quimioterapia, radioterapia e a implantação de dispositivos que garantem a  alimentação dos pacientes como sondas ou próteses que permitem a passagem dos alimentos através da obstrução causada pelo tumor.

Como todo tipo de tumor, se o diagnóstico e o tratamento forem feitos nas fases iniciais do tumor as chances de cura são bem maiores e na fase avançada a chance de cura diminui bastante, por isso a importância do diagnóstico precoce.

Existe algum tipo de prevenção?

Sim! Um estilo de vida saudável é a melhor forma de prevenção do câncer de esôfago, sobretudo com o controle do excesso de peso, consumo moderado de álcool e sempre procurar ajuda médica se apresentar os sintomas. Por isso, se você fizer parte dos grupos de risco ou os sintomas apresentados, não deixe de procurar o médico.

Para saber mais, assista ao vídeo no canal Dr. Ajuda. 

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05/02/2023 18:00h

Em entrevista ao Brasil 61, o médico mastologista da Secretária de Saúde do Distrito Federal, Flávio Vasconcelos, fala sobre a importância da mamografia para o diagnóstico precoce do câncer de mama e esclarece as principais dúvidas sobre o exame

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O câncer de mama é um dos desafios no cenário atual de envelhecimento populacional e enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no país o câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, com taxas mais altas nas regiões Sul e Sudeste. Dados do INCA apontam que no ano de 2022 foram estimados 66.280 novos casos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres. 

Atualmente, o diagnóstico precoce é fundamental. Quanto mais cedo um tumor invasivo é detectado e o tratamento é iniciado, maior a probabilidade de cura. Por esse motivo, várias ações vêm sendo implementadas para diagnosticar o câncer nos estágios iniciais. 

Para esclarecer dúvidas sobre diagnóstico precoce e a importância da realização do exame da mamografia, o Brasil 61 recebe o médico mastologista da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Flávio Vasconcelos.

Brasil 61: O que representa o Dia Nacional da Mamografia? 

Flávio Vasconcelos: A mamografia representa o cuidado da mulher para o diagnóstico precoce dessa patologia que é o câncer, que é a doença em termos de câncer que mais afeta as mulheres.

Brasil 61: Qual a idade recomendada para fazer a primeira mamografia?

F.V: A Sociedade de Mastologia, a Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia, a Sociedade de Radiologia e as entidades médicas vinculadas ao tema recomendam que ela seja feita numa paciente que não tenha alto risco para câncer de mama crescente iniciada aos 40 anos de idade. Já o Ministério da Saúde recomenda a partir dos 50 anos.

Brasil 61: Qual é a periodicidade recomendada? 

F.V: A sociedade da mesma forma recomenda que o exame seja feito com periodicidade anual, desde que esteja sem nenhuma alteração ou com alterações benignas. Já o Ministério da Saúde coloca que a periodicidade não deve ultrapassar dois anos, então ele recomenda que o máximo seja de dois em dois anos.

Brasil 61: Como se preparar para o exame e quais cuidados são necessários? 

F.V: Basicamente não tem nenhum cuidado especial. A única coisa que a gente recomenda muito é que qualquer desodorante que possa ter fragmentos de cálcio pode atrapalhar a monografia. Então, evite [usar] um desodorante quando for fazer o exame; no máximo é isso. O resto não tem nenhum cuidado especial a mais.

Brasil 61: A vacina contra a Covid-19 pode interferir no exame de mamografia?

F.V: Pode interferir nas axilas. A axila é preocupante no câncer de mama porque o primeiro lugar que ele vai é para a íngua, debaixo do braço, que nós médicos chamamos de linfonodos. Então, quando você avalia a mama, você também avalia essas ínguas para ver se elas estão com formato normal. E a vacina da Covid-19 pode aumentar esses linfonodos, que são as ínguas, e alterar a forma deles, inclusive pode dar a falsa impressão de ser uma suspeita para câncer. Então o recomendado é que os exames de mama sejam feitos quatro meses após a vacina para evitar essas situações de falso positivo.

Brasil 61: Como é feito o exame de mamografia?

F.V: Primeiramente, tem muito o tabu, o medo da compressão. Mas a compressão é que faz toda a diferença da mamografia, porque o que diferencia a mamografia de um raio x normalmente é justamente a compressão. E a compressão é que torna os nódulos e as alterações mais evidentes. Essa compressão tem legislação para isso. Esses mamógrafos são checados periodicamente. Então é uma compressão que é padrão, não vai trazer nenhum dano ou mal para essa paciente. É um desconforto, sim, mas é um desconforto rápido e não é tão exagerado. Então é importante quebrar esse mito do medo de não fazer pela dor. Outro cuidado importante é evitar fazer a mamografia no período pré-menstrual, porque nessa fase as mamas já estão naturalmente mais sensíveis, então qualquer compressão vai ficar mais sensível. Mas caso você faça o exame nessa fase, o resultado não vai mudar, a imagem não vai alterar, só mesmo o conforto da paciente que vai ser melhor. A paciente chega, entra na sala do exame, o técnico vai posicionar a mamografia sobre o local que vai fazer a compressão na mama e vai fazer o raio x dela em duas posições para poder avaliar direitinho. Não tem nenhum preparo especial, como eu disse, além do desodorante. Acabou, a paciente vai embora para casa, não precisa de nenhum repouso, não atrapalha nenhuma atividade do dia.

Brasil 61: Somente o exame da mamografia é capaz de diagnosticar o câncer de mama ou é preciso exames complementares?

F.V: Se eu tenho condições de fazer apenas um exame, a mamografia, que é o exame de eleição. É o único exame até hoje que é capaz de reduzir a mortalidade por câncer de mama em pacientes que realizam exames de maneira frequente. [ A mamografia] não evita de aparecer o câncer, ela reduz a mortalidade, que permite pegar as lesões mais iniciais, e quanto mais inicial você pega, maior a chance de cura. É sabido que pacientes jovens, gestantes, lactantes têm as mamas muito densas, ou seja, aquela mama jovem, que tem bastante glândulas mamárias. Então, com essas pacientes, a mamografia pode não evidenciar todas as alterações, por isso seria recomendado uma ultrassonografia para complementar essa mamografia. E nos pacientes de alto risco para câncer de mama, existem várias definições do que é alto risco. Na consulta médica, a gente consegue estabelecer bem, tanto o generalista, quanto o mastologista, ou ginecologista. Nesses casos é indicado a ressonância nuclear magnética de mamas para complementação.

Brasil 61: O autoexame substitui a mamografia? 

F.V: Não, tanto que hoje a gente não tem mais aquele ato de fazer o autoexame regularmente. O que a gente recomenda às pacientes hoje é um autocuidado corporal. O que é isso? É conhecer o próprio corpo, estar familiarizada com o corpo dela, porque à medida que detecta alguma alteração, é mais fácil abrir, porque a paciente conhece o corpo dela. Então o autoexame é mais no sentido de conhecimento corporal e identificar-se nas alterações pela própria paciente. Mas sem aquela neura, aquele excesso de todo sétimo dia pós menstrual, é usar o seu dia a dia mesmo. Não substitui a mamografia, desde a década de 1980, os estudos mostraram que não é eficaz e não diminui a mortalidade por câncer de mama.

Brasil 61: Qual a importância do exame? 

F.V: A importância é o diagnóstico precoce do câncer de mama. O câncer de mama é o câncer mais frequente nas mulheres. A cada dez mulheres com câncer, três vão ter câncer de mama, então é um índice alto, e é o que a gente mais tem que fazer ações de detecção precoce. A gente não consegue evitar que ele apareça, a gente trabalha com diagnóstico precoce e para fazer o diagnóstico precoce, o melhor exame é a mamografia. Então isso é o principal argumento. Faça a mamografia para que a gente consiga, caso aconteça, identificar o câncer de maneira mais precoce. Diagnosticado precocemente, nós conseguimos salvar a mama da paciente, retirando menos fragmentos, a gente consegue ter tratamentos menos agressivos, evitar a quimioterapia, radioterapia e a gente consegue fazer uma gama de atitudes que preservem a qualidade de vida, a saúde e a feminilidade que a mama representa para as pacientes.

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04/02/2023 17:17h

Segundo especialista, 40% dos casos de câncer e metade das mortes causadas pela doença são resultados de hábitos de vida

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O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 704 mil novos casos de câncer por ano no Brasil até 2025. Desse número, 70% estão previstos para as regiões Sul e Sudeste.

Ainda segundo o Inca, o tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma, que totaliza 31,3% dos casos. É seguido pelos cânceres de mama feminina (10,5%), de próstata (10,2%), do cólon e reto (6,5%), de pulmão (4,6%) e de estômago (3,1%).

O câncer de fígado aparece entre os 10 mais incidentes na região Norte, estando relacionado a infecções hepáticas e doenças hepáticas crônicas. O câncer de pâncreas está entre os 10 mais incidentes na região Sul, sendo seus principais fatores de risco a obesidade e o tabagismo.

Diante desse cenário, é importante que a conscientização e a educação sobre a doença aumente entre a população brasileira. Esse é o objetivo do Dia Mundial do Câncer, que foi celebrado neste sábado (4). Neste ano, dia do câncer foi denominado como “unindo nossas vozes pelo controle do câncer”. 

Liz Almeida, diretora-geral substituta do Inca, contou que os esforços para conseguir melhorar o diagnóstico e tratamento da doença foram reforçados.

“Esse ano, nós avançamos no sentido de buscar todos os nossos parceiros, principalmente do terceiro setor da sociedade científica e sociedade civil, para se juntar, pensar, planejar e aí agir juntos, nas causas mais importantes que podem reduzir as desigualdades no acesso ao diagnóstico e ao tratamento do câncer”, completa a diretora. 

Adriana Castelo, oncologista dos hospitais Santa Lúcia e Universitário de Brasília, afirma que cerca de 40% dos casos de câncer e metade das mortes causadas pela doença são resultados de hábitos de vida que podem ser alterados. “A prevenção de diversos tipos de cânceres envolve principalmente adoção de uma vida saudável, com bons hábitos alimentares, manter o peso saudável, não fumar, evitar o abuso de bebidas alcoólicas, praticar atividade física, tudo isso contribui para a diminuição dos casos de câncer.”

A médica explica que o surgimento do câncer pode ser esporádico ou hereditário. “A maioria dos casos são esporádicos. Cerca de 10% envolve uma herança genética familiar que predisponha o desenvolvimento de neoplasia”, conclui.

Tratamentos

Segundo informações do Ministério da Saúde, os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Quando começam em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, são denominados carcinomas. Se o ponto de partida são os tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem, são chamados sarcomas.

Para Adriana Castelo, o tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia, quimioterapia ou outros medicamentos como drogas alvo e imunoterapia e radioterapia ou combinação dessas terapias. “A indicação do tratamento depende da localização, estágio em que a doença se encontra e algumas características do tumor como presença e ausência de mutações”.

A médica informa que é possível a própria pessoa detectar a presença de um câncer. Por isso, é importante conhecer o corpo e ficar alerta para alterações como surgimento de nódulos, sangramentos ou sintomas persistentes, como tosse que não passa, ou sintomas inexplicáveis como perda de peso acentuada e fadiga intensa.

VEJA MAIS

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Dr. Ajuda
25/01/2023 17:00h

Neste episódio a dermatologista Dra. Vivian Loureiro dá mais informações sobre o assunto

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Você sabia que o sol é o principal fator de risco para o aparecimento de câncer de pele? E sabia que a melhor estratégia para evitar esse tipo de câncer é a fotoproteção? Você sabe como usar corretamente o protetor solar? 

A primeira coisa que você precisa saber é que o câncer de pele é o tumor maligno mais frequente no mundo. Ele é dividido em dois grupos principais: o carcinoma, baso e espinocelular, que é o tipo mais comum, e o melanoma, que apesar de mais raro, costuma ter um comportamento mais agressivo. Como os dois estão relacionados à exposição solar, a fotoproteção é a melhor prevenção para esse tipo de câncer. 

Quando eu devo usar protetor solar?

Estima-se que 70% do sol que uma pessoa pega na vida não acontece em momentos de lazer, mas sim no dia a dia, no trânsito, na caminhada até o trabalho, na ida até o supermercado ou na saída para o almoço. 

O problema é que muita gente só se lembra de usar o protetor solar quando está na praia ou na piscina, o que é um erro enorme. Portanto, é extremamente importante o uso diário do protetor solar, mesmo em dias frios, nublados ou com chuva, pois os raios ultravioletas estão sempre presentes. 

Lembre-se: aplique protetor solar faça chuva ou faça sol, em qualquer estação do ano.

E em que horário eu devo passar o protetor solar?

No dia a dia, é recomendável aplicar o protetor solar pela manhã nas áreas expostas, como rosto, pescoço e mãos. Pessoas que não possuem cabelo, não devem se esquecer de aplicar na cabeça.

Nos momentos de lazer, como praia e piscina, os cuidados devem ser redobrados. A primeira aplicação deve ser feita em casa, sem roupa, pelo menos 15 minutos antes da exposição para que haja tempo para a absorção do produto. 

Devemos reaplicar o protetor a cada 2 horas e toda vez após entrar no mar e na piscina ou após transpiração intensa. Mesmo os produtos à prova d 'água acabam saindo após um tempo e devem ser reaplicados.

Protetor solar: que fator de proteção eu devo usar?

O FPS nunca deve ser menor do que 30. Na escolha do seu protetor, é importante checar se existe proteção contra os raios UVA e UVB, pois ambos são perigosos para a pele. 

Qual a quantidade que devo passar?

Para garantir a proteção precisamos de uma quantidade mínima de produto. Para nos guiar existe a regra da colher de chá:

  • Rosto e pescoço: 1 colher de chá
  • Braços: 1 colher de chá em cada braço
  • Pernas: 2 colheres de chá em cada perna
  • Tronco: 2 colheres de chá na parte da frente e 2 na parte de trás

Uma alternativa é a aplicação em 2 camadas, ou seja, fazer uma segunda aplicação na sequência, para garantir a quantidade adequada. Quando aplicado de forma correta, o FPS 30 garante proteção de até 95%. Porém o grande problema é que a maioria das pessoas não costuma passar o suficiente. 

Todo mundo deve usar protetor solar?

Sim! Mesmo pessoas com peles escuras devem se proteger, pois o câncer de pele pode aparecer em qualquer fototipo. Atualmente existem inúmeras opções de produtos para os diferentes tipos de pele e com cosmética bastante agradável. Existem ainda opções com cor que funcionam como base, deixando a pele mais uniforme e disfarçando manchas. 

Para saber mais, assista ao vídeo no canal Dr. Ajuda. 

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