Um a cada três homens com idade acima de 45 anos nunca fez e nem pretende fazer o exame de toque retal – considerada a principal forma de identificar o câncer de próstata. Por outro lado, seis a cada dez homens já fazem ou pretendem realizar esse exame no check-up urológico anual.
As informações constam de uma pesquisa realizada pela A.C. Camargo Cancer Center em parceria com a Nexus - Pesquisa e Inteligência de Dados, no âmbito do Novembro Azul, mês dedicado à prevenção da doença.
Além disso, 52% dos homens disseram que o câncer de próstata é uma doença típica da terceira idade. Para 30% dos entrevistados, o câncer de próstata sempre apresenta sintomas, então, é possível esperar esses sinais para procurar o médico.
No entanto, o urologista e andrólogo Emir de Sá afirma que, a partir do momento que a pessoa não procura ajuda, ela pode ter um diagnóstico tardio da doença, dificultando a cura. Segundo o especialista, o que facilita a cura da doença, como de qualquer outro câncer, é o diagnóstico precoce.
"O principal objetivo da prevenção do câncer de próstata, como o câncer de mama e útero, por exemplo, é o diagnóstico precoce. Então, o objetivo da prevenção é o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo se fizer o diagnóstico, melhores as chances de cura. Não tem como evitar o câncer de próstata, o câncer de mama, com exames. O exame é feito para uma prevenção precoce, um diagnóstico precoce”, destaca.
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Ainda de acordo com o levantamento, 44% dos entrevistados desconhecem como prevenir o câncer de próstata. O estudo também mostra que aqueles com 60 anos ou mais, com ensino superior, renda acima de cinco salários mínimos e habitantes da região Sudeste do país foram os que mais disseram que sabem como prevenir a doença.
A pesquisa ouviu 966 homens com idade a partir de 16 anos, nas 27 Unidades da Federação, entre 18 e 24 de setembro de 2024. A margem de erro no total da amostra é de 3 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
Faltam poucos dias para o fim de novembro, mas a campanha sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento do câncer de próstata continua. O Novembro Azul é um movimento mundial que tem o objetivo de alertar todos os homens sobre essa doença tão comum no público masculino e que ainda é um tabu, segundo o médico urologista, especialista em Urologia Oncológica do Centro de Oncologia do Paraná - Curitiba (COP), Antônio Brunetto Neto. Ele diz que o preconceito foi e ainda é uma das maiores barreiras para a cura do câncer de próstata.
“Com o advento do Novembro Azul e outras campanhas de iniciativa tanto pública quanto privada, nós percebemos já no consultório que pacientes que não eram habituais, que não faziam o check-up anual, passaram a fazer”, conta.
“A gente percebe que lentamente essa barreira vai se quebrando, os pacientes estão tomando consciência da importância do diagnóstico. É sempre importante ressaltar um papel não só do paciente, mas às vezes da família, da esposa, dos filhos, para que estimulem o homem ir ao neurologista para fazer o seu check-up regular”, complementa.
A médica oncologista clínica e membro do Comitê de Tumores Geniturinários da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Mariane Sousa Fontes Dias, ainda reforça: “O paciente que tem o preconceito que não quer fazer um toque retal, ele pode ter uma evolução da doença. Quando surge o sintoma, a gente já tem uma doença localmente avançada ou avançada com metástase — e são essas as condições que normalmente dificultam estratégias de tratamento curativas”, alerta.
De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de próstata é a segunda causa de morte por câncer na população masculina, o que reafirma a importância do diagnóstico precoce. Um levantamento do Instituto Nacional do Câncer (INCA) revela que, até 2025, a estimativa é que apareçam 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano, no Brasil. O órgão recomenda que homens a partir dos 50 anos de idade devem procurar um urologista ao menos uma vez ao ano. Se houver histórico familiar da doença na família, os homens devem adotar essas medidas a partir dos 45 anos.
Segundo médicos e especialistas na área, o Novembro Azul é importante porque chama a atenção da população com relação aos cuidados com a saúde, em especial o câncer de próstata. Na opinião do diretor de ética e defesa profissional da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Dalton Anjos, o mês de novembro é a oportunidade de reforçar cada vez mais a necessidade de fazer todos os exames de próstata que são recomendados.
“É importante justamente para isso, para que pelo menos uma vez por ano os homens sejam conscientizados que precisam fazer esses exames de prevenção e que esses exames são importantíssimos para fazer o diagnóstico precoce do câncer de próstata e com isso aumentar as chances de cura”, analisa.
O médico urologista, especialista em Urologia Oncológica do Centro de Oncologia do Paraná - Curitiba (COP), Antônio Brunetto Neto, considera o mês de conscientização como importante para aumentar o número de diagnósticos precoce. Mas alerta a população para continuarem os cuidados e não deixar para procurar um médico só em novembro de cada ano.
“A gente percebe a importância dele não só na mídia, não só nos registros, mas percebe isso de maneira prática. É muito maior a incidência de pacientes novos em novembro que nunca tinham feito check-up, que vieram por iniciativa própria ou por estímulo da família. Então existe sim esse papel de desmistificar, de conhecer a doença e existe ainda um efeito perceptível real”, relata.
O urologista, andrólogo e membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Emir de Sa Riechi, revela que, a partir do momento que a pessoa não procura ajuda, ela pode ter um diagnóstico tardio da doença dificultando a cura. O especialista explica que o que facilita a cura da doença, como qualquer outro câncer, é o diagnóstico precoce.
“O principal objetivo da prevenção do câncer de próstata, como o câncer de mama e útero, por exemplo, é o diagnóstico precoce. Então, o objetivo da prevenção é o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo se fizer o diagnóstico, melhores as chances de cura”. Emir de Sá complementa: “Não tem como evitar o câncer de próstata, o câncer de mama, com exames. O exame é feito para uma prevenção precoce, um diagnóstico precoce”, salienta.
O diretor de ética e defesa profissional da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Dalton Anjos, explica que já existem novos métodos de rastreamento da doença. Conforme o especialista, a medicina nuclear tem se tornado mais opção na prevenção e no tratamento do câncer de próstata. A especialidade oferece exames e tratamentos inovadores por meio de substâncias radioativas, conhecidas por radiofármacos.
“A cintilografia óssea é um exame de fácil acesso para a população brasileira. A gente tem medicina nuclear nos grandes centros, nas regiões metropolitanas de praticamente todo o Brasil, de norte a sul. São mais de 400 serviços de medicina nuclear, que oferecem esse tipo de exame que seria o básico na medicina nuclear. Ele inclusive está disponível no SUS”, salienta.
O médico acredita que essa técnica pode trazer melhores resultados e mais qualidade de vida para o paciente.
“A cura é muito difícil quando o câncer já está espalhado, quando ele é metastático. Mas o que a gente consegue é controlar a doença ou muitas vezes fazer com que ela reduza a ponto dela não ter mais nenhum sinal, tanto nos exames de imagem quanto nos exames bioquímicos”, relata.
Para o urologista, andrólogo e membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) Emir de Sá Riechi algumas situações levantam um alerta para a doença. Ele diz que os sintomas do câncer de próstata são relacionados, basicamente, ao fator urinário.
“A próstata altera o hábito urinário quando ela cresce, independente se é tumor maligno ou benigno. Os principais sintomas que o homem geralmente percebem são o aumento da próstata, a alteração do jato urinário e, às vezes, a retenção urinária”, explica.
Mas ainda existem muitos desafios. O médico urologista, especialista em Urologia Oncológica do Centro de Oncologia do Paraná - Curitiba (COP), Antônio Brunetto Neto, explica que a evolução da doença pode acontecer muito rápida e, quando é diagnosticada, pode estar em uma fase mais avançada da doença.
“O câncer de próstata acontece quando uma célula tem o seu material genético alterado e ela passa a se diferenciar das outras células normais. E é uma célula que muitas vezes vai perdendo as características da célula normal e apresenta uma replicação acelerada.”. Ele ainda crescenta: “Ela cresce mais rápido do que as células normais. Esse crescimento pode acontecer e demorar para acontecer ao longo dos anos. Por isso que os sintomas muitas vezes são tardios”, informa.
O mês de novembro é dedicado à conscientização e prevenção do câncer de próstata. Para que o cuidado integral aconteça em todas as etapas, são necessários um planejamento cuidadoso, a organização dos serviços de saúde e o monitoramento permanente das ações de controle.
Segundo o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece informação e atendimento com equipes multiprofissionais aptas a realizarem diagnóstico e acompanhamento. Além de exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos e radiológicos, procedimentos cirúrgicos e tratamento em hospitais habilitados em oncologia.
O câncer de próstata, na maioria dos casos, cresce de forma lenta e não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem. Em outros casos, pode crescer rapidamente, espalhar-se para outros órgãos e causar a morte, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Mas existem situações que levantam um alerta para a doença. O urologista, andrólogo e membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) Emir de Sa Riechi diz que os sintomas do câncer de próstata são relacionados, basicamente, ao fator urinário.
“A próstata altera o hábito urinário quando ela cresce, independente se é tumor maligno ou benigno. Os principais sintomas que o homem geralmente percebem são o aumento da próstata, a alteração do jato urinário e, às vezes, a retenção urinária”, explica.
Na opinião do especialista, assim que forem observadas qualquer alteração em relação à urina é recomendável fazer exames para investigar o câncer de próstata.
“Na fase avançada do câncer de próstata pode ter diagnóstico de sangramento através do esperma, que chama-se hemospermia. Mas esse é um diagnóstico já avançado. Então, os diagnósticos primários, iniciais do câncer de próstata, basicamente são sintomas urinários” — aponta.
De acordo com o médico, dificuldade de urinar; demora em começar e terminar de urinar; sangue na urina; diminuição do jato de urina; necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite, são sinais de atenção para buscar uma unidade de saúde.
Um levantamento do Inca mostra que o câncer de próstata ainda é o segundo tipo de câncer mais incidente na população masculina em todas as regiões do país, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. Também é a segunda causa de morte por câncer nesse público. Conforme os estudos, no Brasil, estimam-se 1.730 novos casos de câncer de próstata por ano para o triênio 2023-2025.
O urologista, andrólogo e membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Emir de Sá Riechi, revela que, a partir do momento que a pessoa não procura ajuda, ela pode ter um diagnóstico tardio da doença dificultando a cura. O especialista explica que o que facilita a cura da doença, como qualquer outro câncer, é o diagnóstico precoce. No entanto, ressalta:
“O principal objetivo da prevenção do câncer de próstata, como o câncer de mama e útero, por exemplo, é o diagnóstico precoce. Então, o objetivo da prevenção é o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo se fizer o diagnóstico, melhores as chances de cura”. Emir de Sá complementa: “Não tem como evitar o câncer de próstata, o câncer de mama, com exames. O exame é feito para uma prevenção precoce, um diagnóstico precoce”, salienta.
O preconceito ainda é um obstáculo para a prevenção do câncer de próstata. Mas para Frederico Galvão, de 43 anos, formado em Relações Internacionais, é importante deixar as preocupações de lado e colocar a saúde em primeiro lugar.
“Aqui em casa somos três irmãos. Eu e o meu irmão mais velho já fazemos exames periódicos exatamente de dois em dois anos para prevenção do câncer de próstata, prevenção de doenças regulares também, porque depois dos 40 é importante você fazer um check-up”, avalia.
O médico Emir de Sa Riechi explica que o fator familiar não deve ser deixado de lado. “Homens com pais, tios e avós com câncer de próstata têm maior tendência, não quer dizer que vão ter câncer de próstata. Mas o que aumenta o risco é o fator familiar”, conta.
Mas, além disso, o especialista ainda destaca: “Também existe bem determinado que pode haver o risco de uso de hormônios, principalmente esteroides, anabolizantes. Ele não aumenta o risco, ele não produz o câncer de próstata, mas ele pode desencadear o processo mais precocemente”, alerta.
Conforme Riechi, na fase avançada do câncer de próstata, pode ser diagnóstico sangramento através do esperma, que se chama hemospermia. “Esse é um diagnóstico já avançado. Então, os diagnósticos primários, iniciais do câncer de próstata, basicamente são sintomas urinários.”
O Inca informa que a idade é o principal fator de risco para o câncer de próstata, sendo mais incidente em homens a partir de 60 anos, bem como, obesidade para tipos histológicos avançados. Destaca-se também a exposição a agentes químicos relacionados ao trabalho, sendo responsável por 1% dos casos de câncer de próstata.
O mês de novembro é dedicado à conscientização e prevenção do câncer de próstata. Segundo o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece informação e atendimento com equipes multiprofissionais aptas a realizarem diagnóstico e acompanhamento. Além de exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos e radiológicos, procedimentos cirúrgicos e tratamento em hospitais habilitados em oncologia.
Conforme dados do INCA, quanto à mortalidade a Região Sudeste aparece com o maior número de casos no Brasil, em 2021, sendo os estados São Paulo (3.428), Minas Gerais (1.673) e Rio de Janeiro (1.448) com o maior número. Em seguida, vem a Região Nordeste com Bahia (1.407), Pernambuco (762) e Ceará (717) liderando em casos. A Região Sul aparece em terceiro lugar, destacando-se Rio Grande do Sul (1.291), Paraná (1.042) e Santa Catarina (534). Já a Região Norte apresenta Pará (395), Amazonas (194) e Tocantins (132) como os estados com mais casos. Por fim, a Região Centro-Oeste tem Goiás (516), Mato Grosso (252) e Mato Grosso do Sul (225) como os mais afetados.
O câncer de próstata é o 2º tipo de câncer mais comum entre homens, atrás apenas dos tumores de pele não-melanoma. No entanto, 1 em cada 7 indíviduos do sexo masculino no Brasil ainda teme o exame de toque — o mais indicado para avaliar a saúde da próstata. O preconceito é a principal barreira para a adesão às políticas públicas de saúde do homem
Os números divulgados são de um levantamento acerca da percepção masculina sobre saúde, conduzido pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a cada 38 minutos morre um brasileiro vítima do câncer de próstata. Para o triênio 2023-2025, a entidade estima a ocorrência de 71.730 novos casos.
De acordo com o médico endocrinologista e pesquisador Flávio Cadegiani, questões estruturais, como o machismo profundamente enraizado, são um verdadeiro obstáculo em um país onde o exame clínico como o toque retal é de suma importância, inclusive por conta da dificuldade de se realizar exames de sangue e de imagem.
Cadegiani reforça que o exame deve ser repetido anualmente por homens acimas dos 40 anos. O preconceito com o toque retal atrasa o diagnóstico de próstata. Quando os sintomas começam a aparecer — mais comumente dificuldade de urinar ou presença de sangue na urina —, é sinal de que o câncer já está muito avançado.
“Quando você diagnostica com câncer de próstata por um toque retal, a chance de cura é muito maior do que quando a pessoa começa a apresentar outros sintomas ou descobre a doença devido aos de alguma metástase”, diz o pesquisador.
O jornalista Sérgio Riede foi diagnosticado com câncer de próstata em 2019. Era assintomático e realizava anualmente a coleta de sangue. Para contar sua experiência e conscientizar outros homens sobre a importância do tratamento, Riede escreveu o livro “Câncer, Eu? – Memórias Alegres de um Medo Profundo”. A obra conta desde o diagnóstico, preparativos para a cirurgia, o pós-operatório e a recuperação do jornalista.
“Se eu não fosse uma pessoa que fizesse exames regularmente, possivelmente eu teria um câncer mais problemático, que atingiria outras partes — e com um tratamento muito mais difícil”, relata.
Riede conta que sua escrita até mesmo salvou vidas. Após ler sobre sua história de recuperação, seis de seus amigos resolveram realizar o teste e descobriram o câncer de próstata em estágio inicial.
"Eu e todos eles estamos com a doença totalmente controlada, graças ao diagnóstico precoce", conta.
A família do servidor público Rubens Andrade, 45 anos, tem histórico de câncer de próstata. Ele conta que o avô e o irmão mais velho foram diagnosticados com a doença. Desde então, Rubens realiza o check-up anualmente.
“Eu acho que foi criado ao longo dos anos um mito cultural sobre isso que se o homem fizer o exame do toque, o exame com urologista, vai ferir sua integridade. Então isso feriria sua vida sexual. Na verdade, o toque salva a vida do homem — e não interfere em nada a sua masculinidade e na vida sexual dele”, afirma.
Para Paulo Milione, psicólogo clínico e neuropsicólogo, os prejuízos deste preconceito também se estendem ao campo da saúde mental.
“O homem tem um temor de falar das suas dores existenciais. Diante disso, questões emocionais tomam uma dimensão e provocam no sujeito um sofrimento psíquico muito grande, que acaba por atravessar das suas questões sexuais”, diz.
Para Flávio Cadegiani, faltam políticas públicas mais abrangentes para a detecção precoce. O médico considera crucial adotar uma abordagem mais proativa em termos de detecção precoce por meio de políticas públicas. Se pensado de forma pragmática, além dos aspectos mais subjetivos da saúde, a medida reduziria os custos na saúde pública por reduzir a necessidade de tratamentos adicionais.
“Novembro Azul deveria ser obrigatório”, finaliza. “Infelizmente, no Brasil, a saúde pública para o homem se resume apenas à câncer de próstata, sendo que o país é campeão de um dos cânceres mais raros do mundo, o de pênis”.
Ainda conforme o pesquisador, minorias como homens que fazem sexo com homens, não-cis e trans, homens não brancos e homens com obesidade são ainda menos acolhidos, investigados e tratados.
“São, portanto, inúmeros os problemas relacionados à saúde do homem causados pelo mal do machismo estrutural, que nesse caso se volta contra os próprios homens nas múltiplas negligências de saúde”, completa.
Ainda pouco conhecida pelos brasileiros, a medicina nuclear tem se tornado mais uma opção na prevenção e no tratamento do câncer de próstata. A especialidade oferece exames e tratamentos inovadores por meio de substâncias radioativas, conhecidas por radiofármacos. O diretor de ética e defesa profissional da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Dalton Anjos, explica que os exames são feitos através de PET scan e cintilografia óssea com a injeção de uma substância radioativa na veia do paciente que permite fazer uma avaliação do funcionamento dos órgãos e sistemas.
“Depois que essa substância radioativa é injetada na veia, ela se distribui pelo corpo através da corrente sanguínea e essa partícula radioativa se liga nos lugares onde o câncer de próstata está. Com isso a gente consegue fazer uma varredura do corpo inteiro e saber se o câncer de próstata se espalhou pelo corpo, se produziu metástases ou se ele estava apenas localizado ali na próstata ou na pelve”, destaca.
O médico acredita que essa técnica pode trazer melhores resultados e mais qualidade de vida para o paciente.
“A cura é muito difícil quando o câncer já está espalhado, quando ele é metastático. Mas o que a gente consegue é controlar a doença ou muitas vezes fazer com que ela reduza a ponto dela não ter mais nenhum sinal, tanto nos exames de imagem quanto nos exames bioquímicos”, relata.
Dalton Anjos ainda acrescenta que a vantagem da medicina nuclear é no sentido de conseguir respostas mais eficazes enquanto outros tratamentos, principalmente os que se baseiam no bloqueio hormonal, não funcionam.
“Acontece em pacientes que fazem o tratamento com o PCM e o TESIO e o PSA, que é o principal exame de sangue, que é o marcador bioquímico do câncer de próstata, ficar zerado, indetectável e os exames de imagem normalizarem”, relata.
Normalmente, o diagnóstico é feito a partir de uma biópsia. Segundo a médica oncologista clínica e membro do Comitê de Tumores Geniturinários da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Mariane Sousa Fontes Dias, o rastreamento é o trabalho feito para identificar doenças a partir de uma condição onde o paciente encontra-se assintomático.
“Hoje o rastreamento por câncer de próstata é feito a partir da dosagem do PSA e do toque retal, que são complementares, eles não são estratégias que são substituíveis, um não vai substituir o outro. E a partir desse indício, que você pode ter uma alteração sugestiva de câncer, como a identificação de um nó, de um aumento de PSA muito rápido, você pede uma ressonância magnética da próstata que identifica esses nódulos e pode auxiliar nesse diagnóstico”, revela.
Para a especialista é importante o paciente realizar todos os exames possíveis para conseguir diagnosticar o tipo de câncer, a agressividade e saber se é um câncer mais indolente ou não para nortear todo o tratamento.
Na opinião do médico urologista, especialista em Urologia Oncológica do Centro de Oncologia do Paraná - Curitiba (COP), Antônio Brunetto Neto, o diagnóstico precoce ainda é a melhor maneira de encontrar resultados positivos para o tratamento. “Quanto mais precoce a sua detecção, quanto mais inicial o estágio do tumor, maior a chance de cura e menor o número de terapias que a gente vai precisar associar”.
De acordo com o diretor de ética e defesa profissional da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Dalton Anjos, a medicina nuclear encontrou novas práticas clínicas para diminuir o risco de morte de pessoas com o diagnóstico.
“A cintilografia óssea é um exame de fácil acesso para a população brasileira. A gente tem medicina nuclear nos grandes centros, nas regiões metropolitanas de praticamente todo o Brasil, de norte a sul. São mais de 400 serviços de medicina nuclear, que oferecem esse tipo de exame que seria o básico na medicina nuclear. Ele inclusive está disponível no SUS”, salienta.
Já o exame de PET/CT com PSMA, o médico diz que é um exame mais sofisticado, mais novo, que ainda não está na tabela do SUS e também não está no rol de procedimentos da ANS, ou seja, os pacientes de planos de saúde também não têm acesso com cobertura pelo plano.
“É um exame que geralmente é feito somente em particular, é um exame caro, mas é um exame mais sensível e específico para câncer de próstata”, avalia.
Na opinião do médico Dalton Anjos, o Novembro Azul é a oportunidade de reforçar cada vez mais a necessidade de cuidar da saúde e fazer todos os exames de próstata recomendados.
“É importante justamente para isso, para que pelo menos uma vez por ano os homens sejam conscientizados que precisam fazer esses exames de prevenção e que esses exames são importantíssimos para fazer o diagnóstico precoce do câncer de próstata — e com isso aumentar as chances de cura”, analisa.
É com esse pensamento que o funcionário público Carmelo Souto Tormim (64), morador de Sobradinho, procura sempre se cuidar.
“O câncer de próstata é silencioso e todo ano eu faço, inclusive já fiz biópsia de próstata também. Então acho importante isso porque todo ano a gente procura o urologista, como a gente vai em outros médicos, acho que o urologista também é muito importante. A gente procurar todo ano para fazer o acompanhamento da próstata”, conta.
Um levantamento do Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta que a estimativa é que, até 2025, apareçam 71.730 novos casos por ano. A doença é a segunda causa de morte por câncer no público masculino, atrás apenas dos tumores de pele não-melanoma. Só no estado de São Paulo a estimativa é de 16.830 novos casos de câncer de próstata, dos quais 5.630 estão previstos apenas na capital. Rio de Janeiro, Minas Gerais e outros estados, como Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul e Paraná, também apresentam estimativas significativas, refletindo a relevância da doença no cenário nacional.
O mês de novembro é dedicado à conscientização e prevenção do câncer de próstata. Segundo o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece informação e atendimento com equipes multiprofissionais aptas a realizarem diagnóstico e acompanhamento. Além de exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos e radiológicos, procedimentos cirúrgicos e tratamento em hospitais habilitados em oncologia.
O número de pessoas com câncer de próstata no Brasil ainda preocupa. A estimativa é que até 2025, apareçam 71.730 novos casos por ano. A doença é a segunda causa de morte por câncer no público masculino, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer (INCA). A médica oncologista clínica e membro do Comitê de Tumores Geniturinários da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Mariane Sousa Fontes Dias, diz que é importante que as pessoas estejam informadas sobre os riscos e sobre a possibilidade de ter um tratamento adequado.
“Quando diagnosticado de uma maneira precoce, ele está diretamente relacionado com altas taxas de cura. Então essa estratégia de rastreamento e prevenção de uma maneira mais eficaz vai acabar salvando vidas”, revela.
O médico urologista, especialista em Urologia Oncológica do Centro de Oncologia do Paraná - Curitiba (COP), Antônio Brunetto Neto, reforça que o diagnóstico precoce possibilita melhores resultados no tratamento. “Quanto mais precoce a sua detecção, quanto mais inicial o estadio do tumor, maior a chance de cura e menor o número de terapias que a gente vai precisar associar”.
Ele ainda acrescenta. “Um câncer de próstata em um estágio inicial, a gente consegue curar só com cirurgia. Um câncer de próstata em um estágio mais avançado, às vezes é necessário cirurgia, quimioterapia e muitas vezes também radioterapia associada”, relata.
O levantamento do INCA aponta que o estado de São Paulo é o que mais preocupa. A estimativa é de 16.830 novos casos de câncer de próstata, dos quais 5.630 estão previstos apenas na capital. No Rio de Janeiro, o número é de 7.930 novos casos, sendo 3.350 na capital. Minas Gerais aparece logo atrás com a estimativa de 7.970 novos casos, sendo 770 na capital Belo Horizonte. Outros estados, como Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul e Paraná, também apresentam estimativas significativas, refletindo a relevância da doença no cenário nacional.
Segundo a médica oncologista, Mariane Sousa Fontes Dias, para reduzir o número de casos, o homem precisa ter acompanhamento e avaliação médica criteriosa. “O homem deveria ter um acompanhamento médico de forma mais rotineira. Muitas vezes na adolescência, o adulto ou jovem acaba não tendo esse cuidado, acaba sem uma referência de um médico e muitas vezes ele só vai procurar um especialista quando chega aos 50 anos ou até mais para frente”, aponta.
Para o médico urologista, Antônio Brunetto Neto, o fato mais importante sobre o câncer de próstata é que os sintomas demoram muito para aparecer. Por isso fazer acompanhamento médico e exames de rotina são fundamentais. “Quando você tem sintomas do câncer de próstata, geralmente é um câncer que se encontra em um estadio mais avançado. O ideal é fazer o diagnóstico do câncer de próstata quando ainda não se tem nenhum sintoma”, explica.
Segundo Mariane Sousa Fontes Dias, médica oncologista clínica e membro do Comitê de Tumores Geniturinários da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), existem medidas preventivas para reduzir o risco do câncer de próstata.
“Quando a gente fala de prevenção, a gente está falando de medidas que a gente possa instituir na nossa vida para tentar reduzir a chance do câncer aparecer. Isso envolve manter uma dieta saudável, balanceada, evitar o tabagismo, ter um peso adequado, medidas para evitar a obesidade, como uma dieta saudável e exercício físico”, pontua.
Mas a especialista lembra que também existem outros fatores de risco. “Existe um caráter genético, herança genética, hereditariedade relacionada ao câncer. Isso de fato acontece, a gente tem que estar atento a nossa história familiar, a gente tem que buscar auxílio médico para fazer essa investigação, mas é importante enfatizar que o câncer de próstata hereditário de fato acontece numa minoria de pacientes”, salienta.
Na opinião de Mariane Sousa, a prevenção ainda é a melhor forma de evitar ou, pelo menos, reduzir as chances de um tratamento mais severo. “Hoje a Sociedade Brasileira de Urologia, ela preconiza o rastreamento para a população a partir dos 50 anos. Também tem populações de risco, pacientes com história familiar, pacientes afrodescendentes, que pode iniciar esse rastreamento em torno dos 45 anos”, destaca.
Esse é o caso do jornalista Artur Filho. Ele conta que muitos homens da sua família têm histórico de hipoplasia benigna, uma condição que faz a próstata crescer. Por conta disso, faz acompanamento desde cedo preocupado com o aparecimento de um câncer de próstata.
“Há muitos anos eu tenho procurado urologistas para fazer os exames, sempre fazendo o exame de imagem, do sangue, do PSA e também aquele de toque. Então é muito importante que todos façam. Esse cuidado é muito importante para o homem ter vida. E a pessoa não tem que ter vergonha nem nada. O importante é viver bem e de maneira saudável. Então por isso a periodicidade de fazer o exame anual é muitíssimo importante para todos nós homens”, observa.
O mês de novembro é dedicado à conscientização e prevenção do câncer de próstata. Segundo o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece informação e atendimento com equipes multiprofissionais aptas a realizarem diagnóstico e acompanhamento. Além de exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos e radiológicos, procedimentos cirúrgicos e tratamento em hospitais habilitados em oncologia.
Conforme dados do INCA, quanto à mortalidade, a Região Sudeste aparece com o maior número de casos no Brasil, em 2021, sendo os estados São Paulo (3.428), Minas Gerais (1.673) e Rio de Janeiro (1.448) com o maior número. Em seguida, vem a Região Nordeste com Bahia (1.407), Pernambuco (762) e Ceará (717) liderando em casos. A Região Sul aparece em terceiro lugar, destacando-se Rio Grande do Sul (1.291), Paraná (1.042) e Santa Catarina (534). Já a Região Norte apresenta Pará (395), Amazonas (194) e Tocantins (132) como os estados com mais casos. Por fim, a Região Centro-Oeste têm Goiás (516), Mato Grosso (252) e Mato Grosso do Sul (225) como os mais afetados.
Para fortalecer as ações de prevenção e tratamento dos homens contra o câncer de próstata, nesta quarta-feira (17), o Ministério da Saúde lançou a Linha Azul, uma estratégia de cuidados com a saúde masculina que tem início desde o momento em que a pessoa procura por uma unidade de saúde para atendimento, passando por diversas especialidades médicas e exames, até o tratamento final de doenças complexas.
Uma das medidas mais importantes dessa ação foi o reajuste financeiro na tabela dos exames de biópsia para identificação do câncer de próstata e os equipamentos utilizados nesse procedimento. Com isso, a tabela de pagamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) para procedimentos de biópsia de próstata pode aumentar para R$7,3 milhões o investimento em diagnóstico.
Para o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a revisão no valor desse tipo de procedimento vai ajudar a ampliar o diagnóstico precoce e, por consequência, salvar mais vidas. “A política de enfrentamento ao câncer, do Ministério da Saúde, é uma das maiores políticas do mundo. Nós temos o Instituto Nacional de Câncer, uma instituição que nos fornece dados epidemiológicos e dados importantes para o conhecimento da afetação da nossa sociedade por essa doença. Por exemplo, nos últimos dois anos tivemos mais de 68 mil novos casos de câncer, mas por outro lado, nós temos mais de 300 centros que cuidam do câncer no Brasil”, destacou o ministro.
O câncer de próstata é o tipo mais comum a atingir os homens no Brasil e, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), mais de 15 mil pessoas morreram por causa da doença em 2019 - que é o dado mais recente sobre óbitos relacionados a esse tipo de câncer.
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A próstata é uma glândula que existe apenas no homem e se localiza na parte baixa do abdômen. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual - apesar disso, esse órgão não tem qualquer ligação com a ereção ou o orgasmo. Esse é um tipo de câncer mais identificado na terceira idade, uma vez que 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.
O diagnóstico precoce da doença oferece chances de cura próximas a 90%. Por isso, a diretora do Departamento de Atenção Especializada em Temática do Ministério da Saúde (Daet), Maíra Botelho, explica que é importante buscar atendimento tão logo apareçam os sintomas.
“Nosso foco é conscientizar a população da importância do diagnóstico precoce. Então, na presença de algum sinal de alerta, é necessário sempre procurar a unidade básica de saúde mais próxima de casa, buscar ajuda médica. Os sintomas mais comuns presentes são disfunção erétil e qualquer alteração no padrão urinário desse paciente, como sangue na urina, demora em
começar ou terminar de urinar e a necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite”, detalhou a diretora.
O Brasil realiza, em média, 685 mil procedimentos para tratamentos de câncer de próstata por ano, com investimento anual de R$360 milhões. O tratamento depende da localização da doença, podendo ser indicado cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, além de procedimento cirúrgico combinado com tratamento hormonal.
Além de ter uma taxa de mortalidade alta, o câncer de próstata não apresenta nenhum sintoma nas fases iniciais ou, quando apresenta, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata: dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. Quando na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.
Manter hábitos saudáveis é a melhor forma de evitar a doença. Uma alimentação balanceada com frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, aliada à uma ingestão menor de gordura, ajudam a diminuir o risco de câncer. Da mesma forma, fazer uma atividade física ao menos 30 minutos por dia, manter o peso adequado à altura (já que estudos recentes mostram maior risco de câncer de próstata em homens com peso corporal elevado), diminuir o consumo de álcool e não fumar, são algumas das recomendações que ajudam a prevenir contra essa e outras doenças.
Uma informação importante no caso do câncer de próstata é a hereditariedade como fator relevante. Caso haja algum parente próximo, pai ou irmão, com a doença antes dos 60 anos, o risco de se ter a doença aumenta entre 3 e 10 vezes, se comparado à população em geral.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem duas diferentes estratégias para o diagnóstico: uma destinada às pessoas que apresentam sinais iniciais da doença (diagnóstico precoce) e outra voltada para pessoas sem nenhum sintoma e aparentemente saudáveis (rastreamento). Para isso, são realizados dois tipos de exames:
Exame de toque retal - O médico avalia tamanho, forma e textura da próstata, introduzindo o dedo protegido por uma luva lubrificada no reto. Este exame permite palpar as partes posterior e lateral da próstata.
Exame de PSA - É um exame de sangue que mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata - Antígeno Prostático Específico (PSA). Níveis altos dessa proteína podem significar câncer, mas também doenças benignas da próstata.
O Ministério da Saúde, assim como a Organização Mundial da Saúde, não recomenda a realização do rastreamento do câncer de próstata por existirem evidências científicas de que o rastreamento sem sintomas produz mais dano do que benefício.
O Instituto Nacional de Câncer também é contra a organização de programas para realização de exames sem sintomas ou fatores de risco e orienta que os homens que demandam espontaneamente o rastreamento sejam informados por seus médicos sobre os riscos e provável ausência de benefícios associados a esta prática.
O rastreamento sem critérios ou fatores de risco aumentam as chances de diagnóstico de cânceres, que não evoluíram nem ameaçaram a vida, submetendo os homens a um tratamento que pode causar impotência sexual e incontinência urinária.
O tratamento precoce tem índices de 80% de cura
O câncer de próstata é o segundo que mais afeta os homens, fica atrás apenas do câncer de pele do tipo não melanoma. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, 29% dos cânceres entre os homens estão neste órgão que faz parte do sistema reprodutor masculino. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima quase 66 mil novos diagnósticos por ano.
Os casos estão concentrados em homens com mais de 50 anos. A doença é silenciosa, em alguns casos leva anos para evoluir. Mas o câncer de próstata também pode atingir jovens, por isso, o médico urologista Antônio Miletto recomenda o acompanhamento preventivo a partir dos 35 anos. “Quando atinge pessoas com menos de 50, normalmente ele é muito mais agressivo e de evolução muito mais rápida. Se não tratar adequadamente a pessoa acaba falecendo pela doença em menos de um ano.”
O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue, imagem e toque. A união dos três métodos é capaz de oferecer resultados mais precisos. O preconceito relativo ao toque digital muitas vezes atrasa a identificação e acaba resultando no avanço da doença. Atualmente, o prognóstico do câncer de próstata é de cura em 80% dos casos. Há 40 anos, esse índice era de 5%. O médico acredita que o Novembro Azul ajudou a estimular os cuidados com a saúde masculina e reconhece que há aumento da procura durante o período da campanha. “Mas eu sugiro que se faça o acompanhamento da saúde sempre no mês de aniversário”, recomenda Miletto.
A próstata é um órgão do sistema reprodutor masculino responsável por produzir parte do semem. Ela é do tamanho de uma maçã e fica localizada atrás do intestino grosso. Na fase avançada, o câncer de próstata pode causar problemas no trato urinário e dor óssea. O tratamento do câncer é feito por meio de retirada da próstata, radioterapia ou terapia hormonal.