HIV

15/01/2024 00:05h

5,6 milhões de novos medicamentos foram distribuídos no país pelo Ministério da Saúde para combater o vírus

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Em 2022 foram registrados 36.753 casos de aids no Brasil, de acordo com dados mais recentes do Ministério da Saúde. O número representa um aumento de 20% quando comparado com 2020. Mesmo com todo o avanço na ciência e no tratamento, em 2022 foram 10.994 mortes tendo o HIV ou aids como causa básica. Por isso o assunto ainda é problema de saúde pública no país. 

Para o tratamento, 5,6 milhões de novos medicamentos de dose única diária foram distribuídos aos estados pelo Ministério da Saúde. Eles são uma combinação inédita de dois medicamentos: os antirretrovirais dolutegravir 50mg + lamivudina 300mg. Antes esse tratamento era feito com combinações de várias medicações. 

Inicialmente, o paciente precisa atender a alguns critérios para mudar a medicação, como ter a partir de 50 anos de idade; adesão regular ao tratamento; carga viral menor que 50 cópias no último exame — e ter iniciado a terapia até 30 de novembro de 2023. 

Acompanhamento

Além dos cuidados com a saúde em geral, como manter a vacinação em dia, alimentação equilibrada e fazer atividade física, a infectologista Ana Carolina D'Ettorres fala sobre o maior cuidado que a pessoa que vive com o vírus deve ter. 

“É justamente tomar a medicação adequada e contínua. São raríssimas as situações em que é suspensa a medicação hoje em dia e isso deve ser acompanhado de perto por um infectologista, mas se você inicia um tratamento de forma regular, contínua, com acompanhamento de um profissional de saúde, a pessoa que convive com o HIV vai ter uma qualidade de vida melhor ou igual às pessoas que não vivem com o HIV”, comenta. 

O ativista Christiano Ramos, de 56 anos, fundador da ONG Amigos da Vida, teve o diagnóstico do HIV em 1988, aos 18 anos. 

“No ano de 1994 eu fui um doente terminal de aids e consegui sair do quadro porque naquele ano tinha surgido as primeiras medicações do HIV. O que eu diria é que viver com aids é possível  — e que não é mais uma sentença de morte, é apenas uma limitação de vida, mas é uma doença crônica tratável como qualquer outra”, relata.

Em 2023, o Ministério da Saúde investiu mais de R$ 1,8 bilhão em medicamentos contra o vírus, como parte da estratégia da pasta para eliminar o HIV como problema de saúde pública.

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13/12/2023 09:15h

Os municípios são localizados nas regiões Central, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, Sul e Zona da Mata

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Em Minas Gerais, 12 municípios localizados nas regiões Central, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, Sul e Zona da Mata, atingiram a meta de eliminação da transmissão de HIV e/ou sífilis como problema de saúde pública. Os Selos de eliminação e de boas práticas, foram divididos em ouro, prata e bronze. As entregas ocorreram na última sexta-feira (8).

Veja os municípios e suas certificações:

  • Belo Horizonte: Selo Prata de Boas Práticas (HIV) e Selo Bronze de Boas Práticas (Sifilis);
  • Betim: Selo Prata de Boas Práticas (HIV);
  • Ibirité: Selo Prata de Boas Práticas (HIV);
  • Sete Lagoas: Selo de Eliminação (HIV);
  • Araguari: Selo Prata de Boas Práticas (HIV) e Selo Bronze de Boas Práticas (Sifilis);
  • Araxá: Selo Prata de Boas Práticas (HIV);
  • Ituiutaba: Selo de Eliminação (HIV) e Selo Prata de Boas Práticas (Sifilis);
  • Pato de Minas: Selo de Eliminação (HIV) e Selo Bronze de Boas Práticas (Sifilis);
  • Uberlândia: Selo de Eliminação (HIV);
  • Poços de Caldas: Selo de Eliminação (HIV) e Selo Prata de Boas Práticas (Sifilis);
  • Pouso Alegre: Selo Prata de Boas Práticas (HIV) e Selo Prata de Boas Práticas (Sifilis);
  • Muriaé: Selo Prata de Boas Práticas (HIV) e Selo Prata de Boas Práticas (Sifilis).

Rodrigo Molina, infectologista, salienta a importância de medidas preventivas na redução das infecções pelo HIV. O infectologista ressalta que o governo desempenha um papel crucial na prevenção do aumento de casos.

“A prevenção deve envolver uma combinação de métodos recomendados, além do uso de preservativos, que não só protegem contra o HIV, mas também contra outras infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis, herpes e gonorreia. Outra opção é a profilaxia pré-exposição, um medicamento oferecido pelo SUS. Isso significa que a pessoa pode considerar essa alternativa para se proteger contra o HIV e Aids”, avalia

O infectologista enfatiza a importância do diagnóstico precoce do HIV, pois pode prevenir o avanço da doença e reduzir o risco de contágio para outras pessoas. Ele acrescenta que, com tratamento adequado, o risco de transmissão é praticamente eliminado. 

“O diagnóstico precoce é crucial para iniciar o tratamento o mais rápido possível. Quanto mais rápido o diagnóstico, mais cedo podemos iniciar o tratamento, permitindo à pessoa em tratamento minimizar danos, evitando a progressão para estágios avançados da doença. Sabemos que pessoas em tratamento podem alcançar níveis indetectáveis de vírus no sangue. Atualmente, para quem tem carga viral indetectável, o risco de transmissão é praticamente zero”, explica. 

O médico também destaca o papel do Sistema Único de Saúde (SUS) no fornecimento de preservativos masculinos e femininos, bem como na realização de exames e no acompanhamento contínuo da população.

De acordo com os Indicadores e Dados Básicos do HIV/AIDS nos Municípios Brasileiros, ao todo, em 2023, foram contabilizados 1.029 casos de Aids em Minas Gerais. Sendo 763 homens, 266 mulheres, 1 criança menor de 5 anos e 116 jovens de 15 a 24 anos de idade. 

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Saúde
13/12/2023 04:45h

Quatro estados e 73 municípios brasileiros apresentaram boas práticas para erradicar as doenças

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Quatro estados e 73 municípios receberam certificados e selos de boas práticas por se empenharem na eliminação da transmissão vertical de HIV e/ou sífilis. O aumento foi de 70% com relação ao ano passado. De 43 em 2022, o número passou para 73 em 2023. Do total, 45 receberam algum tipo de certificação para o HIV; três deles, algum tipo de certificação para sífilis; e 25 receberam certificado ou selo duplo para HIV e sífilis. Ao todo, 90 municípios e quatro estados solicitaram a certificação. Os estados de São Paulo e Paraná alcançaram a eliminação da transmissão vertical de HIV e o Selo Bronze em Sífilis. Distrito Federal e Sergipe recebem o Selo Prata para HIV.

A infectologista do Centro Especializado em Doenças Infecciosas (CEDIN) do Distrito Federal (DF), Joana D’arc Gonçalves da Silva, explica que essas são doenças tratáveis, mas que precisam de mais suporte do poder público para diminuir o número de casos e continuar garantindo mais certificados.

“Nós sabemos que as questões relacionadas à saúde são um desafio para a sociedade, para o governo, para todos nós. Então, cada um tem que fazer a sua parte. Mas o poder público tem que investir mais no que existe de infraestrutura para garantir que o indivíduo consiga ter acesso às consultas, ao tratamento de uma forma facilitada”, observa.

Mesmo com o resultado, o médico infectologista, Francisco Job, diz que ainda nao é hora de comemorar. 

“É um objetivo mais ou menos modesto, o ideal seria que nós tivéssemos 100% de pessoas tratadas e com carga viral zero, mas é um objetivo que nós no Brasil ainda não alcançamos. É uma grande quantidade de infecções todos os anos, em especial em populações tremendamente vulneráveis”. Para ele, é preciso mais participação do poder público. “Com um pouquinho mais de investimento, é possível que nós consigamos erradicar a incidência do HIV nas próximas décadas”, acredita.

Tratamento precoce

O médico infectologista, Hemerson Luz, aposta no tratamento precoce como a melhor maneira de controlar a doença. “Dentre as medidas de enfrentamento, certamente, facilitar o acesso da população aos testes diagnósticos, aos serviços básicos de saúde, tem uma importância muito grande, pois quanto mais precoce o diagnóstico, mais fácil é de fazer o enfrentamento e o tratamento. E considerando que a sífilis, pode ser congênita, é uma complicação que ainda pode causar muitos problemas para a criança”, lamenta.

A médica do Centro Especializado em Doenças Infecciosas (CEDIN) do Distrito Federal (DF), Joana D’arc Gonçalves da Silva, concorda: “As testagens são fundamentais, porque se as pessoas testam, a gente tem como saber como está a nossa população, quantos infectados, quantos precisam de tratamento, os riscos associados às complicações, em que fase da doença as pessoas estão. E aí o governo pode se organizar para liberação de recursos, para planejamento”, desabafa.

Na opinião da especialista, o medo e a vergonha ainda impedem o tratamento precoce. “Cada cidadão tem que ter essa consciência. Não tenha medo. Hoje você pode comprar numa farmácia, você pode ir nos centros de testagem, que traz tudo isso de forma gratuita, você não vai ter custo. Geralmente nesses locais as pessoas são bem qualificadas, elas são treinadas para te receber, para acolher. E a testagem faz parte dessa prevenção”, salienta.

O médico Francisco Job acrescenta uma outra preocupação. Segundo o especialista, é possível fazer a prevenção desde que todos os testes e cuidados sejam realizados criteriosamente durante o pré-natal. Para ele, quanto mais oportuno o pré-natal, maior é a probabilidade de sucesso para evitar a transmissão vertical durante a gestação, o parto ou o aleitamento. 

“Dependendo do empenho que cada município tenha em identificar as mulheres que estão gestantes em um pré-natal de boa qualidade e principalmente conseguir que essas mulheres permaneçam no pré-natal fazendo todas as consultas e fazendo todos os exame, é possível melhorar esse quadro”, avalia.

Como funciona o certificado

Segundo informações do Ministério da Saúde, a certificação de eliminação é feita seguindo os critérios e etapas estabelecidos no Guia para Certificação da Eliminação de Transmissão Vertical de HIV e/ou Sífilis. Para isso, municípios devem ter, no mínimo, 100 mil habitantes e assim como os estados, devem manter critérios básicos e alcançar as metas de eliminação a partir dos indicadores de impacto e de processo. 

O Selo de Boas Práticas Rumo à Eliminação da Transmissão Vertical de HIV e/ou Sífilis nas categorias bronze, prata ou ouro são aplicados de acordo com as localidades que alcançarem indicadores próximos da eliminação.

A pasta ainda informa que o SUS fornece insumos para prevenção, diagnóstico e tratamento, como preservativos, testes rápidos e laboratoriais, fórmula láctea, antibióticos e antirretrovirais. 

Confira a lista dos municípios:

  • Eliminação de HIV e Sífilis - Toledo, no Paraná;
  • Eliminação HIV (19 municípios): Apucarana, Colombo, Almirante Tamandaré e Foz do Iguaçu, no Paraná; Itatiba, Birigui, Jundiaí, Catanduva, Guaratinguetá Rio Claro, Ribeirão Preto e São Bernardo do Campo, de São Paulo; Petrópolis e Barra Mansa, do Rio de Janeiro; Uberlândia e Sete Lagoas, de Minas Gerais; e Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Erechim, do Rio Grande do Sul;
  • Eliminação HIV e Selo Ouro Sífilis (4 municípios): Ji-Paraná, em Rondônia; e Leme, Mairiporã e Bragança Paulista, em São Paulo;
  • Eliminação HIV e Selo Prata Sífilis (10 municípios): Ariquemes, em Rondônia; Assis, Paulínia, Botucatu, Caraguatatuba e Pindamonhangaba, em São Paulo; Ituiutaba e Poços de Caldas, em Minas Gerais; Curitiba, no Paraná; e Vitória da Conquista, na Bahia;
  • Eliminação HIV e Selo Bronze Sífilis (3 municípios): Indaiatuba e São Paulo, do estado de São Paulo; e Patos de Minas, de Minas Gerais.
  • Selo Prata HIV e Selo Prata Sífilis (4 municípios): Arapongas, no Paraná; Jequié, na Bahia; e Muriaé e Pouso Alegre, em Minas Gerais;
  • Selo Prata HIV e Selo Bronze Sífilis (3 municípios): Arahuai, em Minas Gerais; Barreiras, na Bahia; e Belo Horizonte, em Minas Gerais.
  • Selo Prata HIV (26 municípios): Aracaju e Lagarto, de Sergipe; Araxá, Betim e Ibirité, de Minas Gerais; Atibaia, Marília, Caieiras, Piracicaba, Itanhaém, São Carlos Ribeirão Pires, São Caetano do Sul e Francisco Morato, de São Paulo; Lages e Tubarão, de Santa Catarina; Cascavel e São José dos Pinhais, do Paraná; Mossoró e Parnamirim, do Rio Grande do Norte; Santo Antônio de Jesus e Porto Seguro, na Bahia; Campo Grande, no Mato Grosso do Sul; Juazeiro do Norte, no Ceará; Rondonópolis, no Mato Grosso; e Trindade, em Goiás;
  • Selo Prata Sífilis: Iguatu, no Ceará;
  • Selo Bronze Sífilis (2 municípios): Castanhal, no Paraná e Santo André, em São Paulo.
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09/12/2023 06:00h

Hospital espera um público de 500 pessoas para as testagens

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Na próxima quarta-feira (13), o Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), em Goiânia, vai promover uma ação de conscientização alusiva ao Dezembro Vermelho, mês de combate ao HIV. São esperadas aproximadamente 500 pessoas para as testagens. Karine Medeiros, diretora técnica do HDT, destaca como será feita a ação.

“Para participar, o público tem que se dirigir ao HDT, onde estaremos com uma tenda na área externa do estacionamento, próximo ao setor do ambulatório. Então é só se dirigir a essa tenda no dia 13 de dezembro, das 8h às 17h, para fazer a testagem do teste rápido de HIV”, explica.

O resultado sai em torno de 30 a 40 minutos. Pessoas com resultado positivo no teste receberão orientação de médicos, psicólogos e enfermeiros, com total sigilo, sobre o tratamento adequado. Além disso, serão distribuídos preservativos, materiais educativos e mini palestras sobre Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).

Para participar, os interessados devem apenas comparecer ao local indicado portando um documento de identificação com foto. Até o momento em 2023, Goiás apresentou uma taxa de incidência de cerca de 23 casos de HIV e 6 casos de Aids por 100 mil habitantes, totalizando 1.599 novos casos de HIV e 425 casos de Aids no estado.

De acordo com o boletim de ISTs da Secretaria de Saúde de Goiás, de 2018 a 2023 o estado registrou 1.718 mortes relacionadas à Aids, sendo a maioria em jovens do sexo masculino. Durante esse período, foram notificados 9.850 casos de HIV, com cerca de 8 mil casos concentrados em homens de 20 a 49 anos.

Veja Maria:

Goiás registra cerca de 23 casos de HIV e 6 casos de Aids por 100 mil habitantes em 2023
Um milhão de pessoas vivem com HIV no Brasil. Mulheres apresentam piores índices da doença
 

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06/12/2023 08:35h

De 2020 a 2022, houve um crescimento de 3% nos casos de infecção pelo HIV, passando de 2.836 notificações para 2.920 no ano passado

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No Rio Grande do Sul, o aumento das infecções por HIV e Aids continua sendo um desafio de saúde pública. De 2020 a 2022, houve um crescimento de 3% nos casos de infecção pelo HIV, passando de 2.836 notificações para 2.920 no ano passado. De acordo com o Boletim Epidemiológico do HIV e da Aids 2023, o estado está na sexta posição de maior índice no país, com 23,9 casos por 100 mil habitantes. 

Em relação ao índice de mortalidade, o Rio Grande do Sul lidera com 7,3 mortes por 100 mil habitantes, superando a média nacional de 4,1. Em 2022, o estado registrou 1.130 mortes com a Aids como causa básica notificada. Os dados do boletim vão até o dia 30 de junho de 2023, cobrindo assim apenas o primeiro semestre do ano.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, a situação epidemiológica do HIV/Aids está ligada a desigualdades sociais e a permanência de estigmas e preconceitos a respeito da doença. O médico infectologista  Hemerson Luz também atribui a desinformação de como o HIV é transmitido, quais os primeiros sintomas e locais de testagem ao aumento das transmissões.

“Além do próprio preconceito e esses acessos que podem ter uma relação direta com as condições sociais, sabemos que as pessoas em estado de vulnerabilidade, ou mesmo que estejam com menor acesso ao poder aquisitivo têm uma menor possibilidade de alcançar esses fatores preventivos”, avalia.

De acordo com os Indicadores e Dados Básicos do HIV/AIDS nos Municípios Brasileiros, ao todo, em 2023, foram contabilizados 1.206 casos de Aids no estado. Sendo 706 homens, 500 mulheres, 10 em crianças menores de 5 anos e 91 jovens de 15 a 24 anos de idade.

Índice de infecção nos municípios

Porto Alegre é a capital que registrou o maior índice em um levantamento entre os dados de 2018 a 2022, que leva em consideração as taxas de detecção na população geral, mortalidade e registros em menores de cinco anos de idade.

Em relação aos 100 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, com base no mesmo índice composto para o período (2018-2022), o Rio Grande do Sul tem seis cidades representadas: Canoas na 2ª posição, Gravataí em 7º, Novo Hamburgo em 33º, Bagé em 44º, Pelotas em 64º e Passo Fundo em 81º.

Prevenção

As principais ações de combate ao HIV no Rio Grande do Sul incluem:

  • Ampliação da testagem rápida para HIV.
  • Disponibilização da profilaxia pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao HIV.
  • Tratamentos efetivos para controlar a carga viral e tornar o HIV indetectável, prevenindo a transmissão.

Além disso, o estado implementa estratégias como o Projeto Geração Consciente, uma iniciativa colaborativa focada na educação sexual e reprodutiva de jovens estudantes, em parceria com a Secretaria da Saúde, a Secretaria da Educação, Unesco, Unaids e o programa RS Seguro.

Dezembro Vermelho

Este ano, a Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul lançou uma campanha de prevenção e diagnóstico do HIV/Aids para redes sociais e rádios. A iniciativa destaca a importância da testagem regular, do uso de preservativos e gel lubrificante, além de encorajar o acesso às profilaxias disponíveis. 

A campanha enfatiza a necessidade de diagnósticos precoces e tratamento imediato, visando preservar a vida e alcançar carga viral indetectável para evitar a transmissão do vírus e faz parte do Dezembro Vermelho, uma mobilização nacional na luta contra o HIV, Aids e outras ISTs, instituída no Dia Mundial de Luta Contra a Aids, em 1º de dezembro.
 

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05/12/2023 08:00h

A coordenadora de Controle de IST/Aids, Sífilis e Hepatites, Polyanna Guerreiro, afirma que foram registrados 1.599 novos casos de HIV e 425 casos de Aids no estado.

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Em 2023, Goiás registrou uma incidência de aproximadamente 23 casos de HIV e 6 casos de Aids por 100 mil habitantes até o momento. Polyanna Guerreiro, coordenadora de Controle de IST/Aids, Sífilis e Hepatites, afirma que foram registrados 1.599 novos casos de HIV e 425 casos de Aids no estado.

A coordenadora destacou a importância da campanha Dezembro Vermelho em Goiás, uma iniciativa iniciada em 2017, focada na luta contra o HIV, Aids e outras ISTs. A campanha tem como objetivo aumentar a conscientização sobre prevenção, assistência e proteção dos direitos das pessoas infectadas pelo HIV.

“O estado de Goiás oferece o serviço para combater a doença, nós temos os testes rápidos, eles são distribuídos em todas as unidades de saúde do Estado, assim como nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), que no estado de Goiás ao todo são 20. Também temos o serviço de assistência especializada no estado, nós temos 17. Onde ocorre o tratamento da infecção pelo vírus”, informa.

Prevenção e Tratamento

Guerreiro esclarece que o uso do preservativo é a forma mais eficaz de prevenção disponível atualmente, pois não apenas protege contra o HIV, mas também contra outras infecções sexualmente transmissíveis.

Porém há outros métodos de prevenção, como a profilaxia pré-exposição à infecção do HIV, que consiste no uso preventivo de medicamentos, antes da exposição ao vírus e reduz a probabilidade da infecção.

A profilaxia pós-exposição, que envolve o uso de medicamentos por pessoas que já foram expostas ao risco, como após uma relação sexual desprotegida ou em casos de rompimento do preservativo.

“Hoje em dia nós sabemos que o HIV tem tratamento eficaz, então quanto mais precoce o diagnóstico, mais o tratamento vai se tornar eficaz e a gente evita o avanço para desenvolver a Aids”, explica a coordenadora.

De acordo com o boletim de ISTs da Secretaria de Saúde de Goiás, entre 2018 e 2023, foram registradas 1.718 mortes por Aids no estado, sendo mais da metade entre jovens do sexo masculino. Nesse mesmo período, houve 9.850 notificações de HIV, com aproximadamente 8 mil casos em homens de 20 a 49 anos.
 

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04/12/2023 21:15h

Enquanto 92% dos homens estão diagnosticados, apenas 86% das mulheres possuem diagnóstico; 82% dos homens recebem tratamento antirretroviral — e 79% das mulheres estão em tratamento, de acordo com o Relatório de Monitoramento Clínico do HIV

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Um milhão de pessoas vivem com HIV no Brasil. As mulheres apresentam piores desfechos em todas as etapas de cuidado. A estimativa é do Ministério da Saúde, segundo dados do Relatório de Monitoramento Clínico do HIV. Enquanto 92% dos homens estão diagnosticados, apenas 86% das mulheres possuem diagnóstico; 82% dos homens recebem tratamento antirretroviral, mas 79% das mulheres estão em tratamento; e 96% dos homens estão com a carga viral suprimida – quando o risco de transmitir o vírus é igual a zero – mas o número fica em 94% entre as mulheres.

O diretor do Instituto Luiz Gama, Júlio César Silva Santos, acredita que o fato de as mulheres estarem cada vez mais subjugadas no campo da sexualidade, da proteção e das informações, acaba tornando-a o público mais vulnerável. 

“A gente vem observando cada vez mais meninas com 12, 11, 10 anos engravidando. Existe uma cultura que a maior preocupação é ter filhos — e não a possibilidade de contrair uma doença venérea, no caso HIV também. Então é preciso superar a barreira da ignorância para que tenhamos um menor grau de infecção entre as pessoas negras —  e consecutivamente também da mortalidade”, destaca.

População negra é a mais atingida

O levantamento mostra que, além das mulheres, as pessoas negras também fazem parte do público mais afetado pela doença. Conforme o novo Boletim Epidemiológico sobre HIV/aids apresentado pelo Ministério da Saúde, do total de 61,7% das mortes, a maior parcela é de pessoas negras (47% em pardos e 14,7% em pretos), enquanto 35,6% são brancos. Cerca de 30 pessoas faleceram de aids por dia no ano passado.

Para o médico infectologista Hemerson Luz houve sim uma mudança significativa da população afetada pela doença. “Um índice maior de infecções e mortes ocorre entre negros e negras. Isso pode ser explicado pelo maior número de barreiras para essa população alcançar os serviços de saúde e ter informações seguras sobre a doença”, explica.

Além disso, o especialista acredita que o acesso da população em geral aos métodos diagnósticos, preventivos e ao tratamento, contribuem para esse resultado. “Isso tem um impacto muito grande na mortalidade em geral, como observamos na última década”, conta.

Na opinião do diretor do Instituto Luiz Gama, Júlio César Silva Santos, por conta das limitações sociais as pessoas negras têm menos acesso à informação. “Como nós temos nas grandes periferias uma concentração maior de pessoas negras e com pessoas que cada vez mais têm um acesso menor à informação, então a incidência dessas pessoas ficarem sujeitas a contrair o HIV é maior e com o sistema imunológico menos protegido, a tendência dos problemas eles são maiores ainda”, esclarece.

Falta de investimentos

O médico infectologista Francisco Jo, diz que o Brasil parou de investir nos programas voltados para certas doenças como a aids/HIV. Segundo o especialista, o governo deixou de lado estratégias importantes como a Busca Ativa — visitas de rotina nos diferentes setores que compõem os serviços de saúde, com o objetivo de identificar e investigar doenças e agravos de notificação compulsória.

“Ela era mais frequente numa época em que nós tínhamos um maior contato do programa com a atenção primária e a atenção primária fazia a Busca Ativa por ter uma maior capilaridade. Com o empobrecimento da população e a desestruturação tanto do programa quanto da atenção primária em diversos lugares do país, nós estamos fazendo muito menos diagnósticos, principalmente entre os mais pobres, onde a população negra é a grande maioria”, lamenta.

A enfermeira e Mestre em Saúde Coletiva, Epidemiologista, especialista em política, planejamento e Gestão em Saúde pública, Aline Almeida da Silva, acrescenta um outro fator: “Às vezes tem questões também de estigma, discriminação e racismo que precisam ser combatidos nos estabelecimentos de saúde para que a gente consiga captar as pessoas pretas e pardas”, pontua.

Evolução da doença

Para o médico infectologista  Hemerson Luz, as políticas públicas precisam acompanhar a evolução da doença. “Isso reflete uma necessidade do Ministério da Saúde adaptar campanhas e facilitar o acesso de forma democrática a essa população mais vulnerável, levando métodos diagnósticos, preventivos, profilaxia pré-exposição e tratamento para todos, derrubando barreiras que podem ser sociais ou mesmo um racismo nessas situações”, aponta.

Ele ainda acrescenta: “Ao dar prioridade para testagem entre as classes D e E, nós teremos a possibilidade de fazer diagnóstico precoce, tratamento precoce e, portanto, diminuir a transmissão”, esclarece.

Não menos importante, a enfermeira e Mestre em Saude Coletiva, Epidemiologista, especialista em política, planejamento e Gestão em Saúde pública, Aline Almeida da Silva, lembra da importância  prevenção através da educação.

“A forma de diminuição dos casos perpassa pela educação, educação e saúde, que deve ser trabalhada em vários níveis pensando também nessa integração com as universidades, com as organizações civis, da organização civil, trabalhar com os profissionais de saúde para que se amplie a capacidade para a execução de ações de promoção, a integração com as escolas”, salienta.

A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu metas globais: ter 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; ter 95% dessas pessoas em tratamento antirretroviral; e, dessas em tratamento, ter 95% com carga viral controlada. O Brasil possui, respectivamente, 90%, 81% e 95% de alcance. O Ministério da Saúde informa que todos os estados brasileiros contam com serviços de saúde ofertando a PrEP —  uma das formas de prevenção que consiste em tomar comprimidos antes da relação sexual, que permitem ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV. 

 

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02/12/2023 04:00h

O médico infectologista Rodrigo Molina enfatiza que medidas preventivas são essenciais para a redução do número de infecções pelo HIV, vírus causador da Aids

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De janeiro a novembro deste ano, as autoridades de saúde de Minas Gerais notificaram mais de três mil casos de HIV/Aids no estado. Segundo a Secretaria de Saúde do estado, mais de 55 mil pessoas estão em tratamento.

O médico infectologista Rodrigo Molina enfatiza que medidas preventivas são essenciais para a redução do número de infecções pelo HIV. Diante desse contexto, ele destaca que o poder público tem um papel fundamental para evitar aumento de casos.  

“A prevenção deve envolver uma combinação de métodos recomendados, além do uso de preservativos, que não só protegem contra o HIV, mas também contra outras infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis, herpes e gonorreia. Outra opção é a profilaxia pré-exposição, um medicamento oferecido pelo SUS. Isso significa que a pessoa pode considerar essa alternativa para se proteger contra o HIV e Aids”, explica o médico.

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O infectologista explica que o diagnóstico precoce pode ser um dos caminhos para que a doença não chegue a um estado avançado, além de poder impedir que outras pessoas possam ser infectadas por conta da não identificação da doença. Segundo o especialista, com o tratamento adequado, o risco de transmissão passa a ser praticamente nulo. 

“O diagnóstico precoce é crucial para iniciar o tratamento o mais rápido possível. Quanto mais rápido o diagnóstico, mais cedo podemos iniciar o tratamento, permitindo à pessoa em tratamento minimizar danos, evitando a progressão para estágios avançados da doença. Sabemos que pessoas em tratamento podem alcançar níveis indetectáveis de vírus no sangue. Atualmente, para quem tem carga viral indetectável, o risco de transmissão é praticamente zero. Portanto, quando a carga viral é indetectável, a pessoa não transmite o HIV”, explica o especialista. 

Além disso, o médico explica que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem fornecido camisinhas femininas e masculinas. Realização de exames e acompanhamento também tem sido um apoio para a população. “O SUS oferece suporte integral para todas as formas de diagnóstico, realização de exames, tratamento e acompanhamento. Isso abrange tanto pacientes vivendo com HIV quanto aqueles que buscam prevenção”, diz Molina. 

O mês de dezembro é dedicado à prevenção do HIV, Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, conhecido como Dezembro Vermelho, conforme estabelecido pela Lei nacional nº 13.504/2017. De acordo com o governo de Minas Gerais, o estado tem reforçado ações de conscientização para o tratamento e tem buscado formas de reduzir o estigma associado às pessoas soropositivas.

 

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30/11/2023 06:00h

Índice de mortalidade por Aids diminuiu em 21,6% durante o mesmo período

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De 2018 a 2022, no Distrito Federal, foram registrados 3.684 casos de infecção pelo HIV e 1.333 casos de Aids. Neste período, houve uma redução nos casos de HIV e Aids de 9,8 para 7,3  por 100 mil habitantes. Além disso, o índice de mortalidade por Aids caiu 21,6%, ao passar de 3,3 para 2,7 mortes por 100 mil habitantes. Os dados constam no Informativo de Situação Epidemiológica do HIV e da Aids no DF.

Beatriz Maciel Luz, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Saúde do DF, atribui a melhora no cenário aos esforços do Sistema Único de Saúde (SUS). Ela enfatiza a relevância da testagem e do tratamento imediato após diagnósticos positivos. 

“O diagnóstico precoce é muito importante porque a pessoa tem a chance de logo iniciar o seu tratamento, e não avançar para a fase da doença, que seria a Aids, e manter a sua qualidade de vida”, considera.

O boletim destaca que a maior incidência de HIV e Aids é observada entre os jovens, sendo que a faixa etária de 20 a 29 anos representa, em média, 32,9% dos casos, seguida pelos grupos de idade de 30 a 39 anos e de 40 a 49 anos, com médias de 28,9% e 21,7% dos casos, respectivamente.

Sintomas

A especialista ressalta que a infecção pelo HIV, geralmente, não manifesta sintomas inicialmente e esclarece que, entre três a seis semanas após a infecção, ocorre a fase aguda. Durante esta fase, o organismo inicia a produção de anticorpos para combater o vírus.

“Nessa fase pode aparecer febre, mal estar, inchaço nos gânglios. Esses sintomas podem parecer de outras doenças e podem, inclusive, passar despercebidom. Após essa fase, vai iniciar o período marcado pela interação do vírus com as células de defesa, aí o HIV se instala nelas, se multiplica e vai destruindo estas células de defesa”, alerta.

Beatriz Maciel esclarece que o HIV pode se multiplicar no corpo por anos, enfraquecendo gradualmente o sistema imunológico. Isso torna o organismo vulnerável a infecções que seriam normalmente inofensivas para pessoas sem o vírus.

Tratamento

A médica destaca que, embora ainda não exista cura para o HIV, os avanços científicos permitem que pessoas com o vírus mantenham uma boa qualidade de vida. O tratamento envolve acompanhamento regular com profissionais de saúde, realização de exames de carga viral e CD4, além do uso contínuo de medicamentos antirretrovirais.

“O uso desse medicamento, realizado de forma constante, adequada e sem abandono é capaz de fazer com que a pessoa vivendo com o HIV alcance a chamada carga viral indetectável, ou seja, ela tem uma quantidade no organismo tão baixa que nem os exames são capazes de detectar”, explica.

Segundo a especialista, as evidências científicas mostram que pessoas com HIV e com carga viral indetectável não transmitem o vírus e conseguem levar uma vida normal.

Prevenção

Vale destacar que a melhor estratégia para prevenir o HIV e a Aids é a prevenção combinada. Esta abordagem integra estratégias biomédicas, comportamentais e estruturais, baseando-se em direitos humanos e evidências científicas. Além disso, leva em conta o contexto social das pessoas mais vulneráveis, visando maximizar o impacto na redução de novas infecções pelo HIV.

Beatriz reforça que a prevenção oferece opções individuais, eficazes para a proteção contra o HIV. “Então, a prevenção combinada consiste em testar regularmente para HIV todas as outras pessoas com outras ISTs, como sífilis e hepatites virais. Outra estratégia é a profilaxia pós-exposição ao HIV. Aquelas pessoas que, por ventura, se expuseram, seja porque tiverem uma relação sexual, consentida, desprotegida ou foi exposto a uma violência sexual, tem acesso a profilaxia pós exposição”, ressalta.

Outras estratégias de prevenção:

  • Profilaxia Pré-Exposição (PrEP): Voltada para grupos específicos.
  • Prevenção da Transmissão Vertical: Evita a transmissão de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação. Inclui tratamento adequado para mulheres com HIV e oferta de fórmula infantil, pois essas mães não devem amamentar.
  • Imunização: Vacinação contra hepatite B e HPV.
  • Redução de Danos: Diagnóstico e tratamento imediato de pessoas com ISTs e HIV.

Onde buscar tratamento

  • Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin – antigo Hospital Dia da Asa Sul)
  • Policlínicas de Taguatinga, Ceilândia, Planaltina, Paranoá, Gama e Lago Sul
  • Ambulatórios de infectologia dos hospitais de Base, Regional de Santa Maria (HRSM), Regional de Sobradinho (HRS) e Universitário de Brasília (HUB).

Além desses locais, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) fazem testes rápidos e oferecem preservativos e gel lubrificante durante todo o ano.
 

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Saúde
12/08/2023 11:30h

Até agora, 90 municípios enviaram relatórios. E 50 já estão aptos receberem o reconhecimento

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Até o próximo dia 30 de agosto, estados brasileiros podem enviar relatórios para se candidatarem a receberem os certificados e selos de boas-práticas por atingirem a meta de eliminação da transmissão vertical de HIV e sífilis como problema de saúde pública. 

Os relatórios serão analisados pelo Ministério da Saúde, que criou um grupo de trabalho para acabar com a transmissão vertical tanto do HIV quanto da sífilis, hepatite B e doença de Chagas. Este grupo de trabalho inclui cinco órgãos e tem o objetivo de integrar e fortalecer as linhas de ação em todo o país. 

“A proposta principal é tentar reorganizar os serviços de saúde, ver onde estão as nossas lacunas. Uma vez que nós temos diagnóstico e tratamento para essas infecções para que possa ser evitada a transmissão vertical, porque elas ainda estão ocorrendo no país?” Questiona a diretora de Programa da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Angélica Espinosa Miranda. 

Segundo a gestora, esse processo ajuda a organizar a linha de cuidado das gestantes atendidas pela rede pública em todo o país, uma vez que — essa avaliação — pode mudar o processo e melhorar a qualidade de atenção que o SUS oferta.

Essa ação está entre as prioridades que o Ministério da Saúde assumiu, junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), de eliminar doenças e agravos como problemas de saúde pública no Brasil até 2030, visando o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável — propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Como conseguir o selo

Os relatórios municipais precisam conter todas as medidas preventivas tomadas para a eliminação da transmissão vertical do HIV e sífilis, além de comprovar a implementação de comitê de investigação ou grupo técnico para prevenção da transmissão vertical de HIV e/ou sífilis para prevenção de mortalidade materna, infantil e fetal. 

Transmissão vertical

A transmissão vertical ocorre quando a doença passa da mãe para o feto no útero ou durante o parto. Mães que vivem com o HIV têm 99% de chance de terem filhos sem o vírus se seguirem as orientações e tratamentos recomendados durante o pré-natal, parto e pós-parto. 

O SUS fornece insumos para prevenção como preservativos, testes rápidos e exames de diagnóstico, bem como tratamentos capazes de prevenir a transmissão vertical  Quanto mais cedo o pré-natal começar, maior é a probabilidade de sucesso para evitar a infecção do bebê. 
Outras ações fundamentais para a prevenção e eliminação da transmisssão vertical de HIV, sífilis, hepatite B e doença de Chagas são:

  • Realizar o pré-natal desde o início da gestação, ou assim que descobrir a gravidez;
  • Realizar testagem, especialmente por meio dos testes rápidos, para o diagnóstico precoce;
  • Nos casos de infecção, realizar o tratamento adequado com profissional de saúde. E ter adesão às consultas do pré-natal para acompanhamento adequado e realização dos exames solicitados.

Segundo o infectologista do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, é possível chegar a índices próximos a zero da transmissão vertical de HIV.

“As mães que têm a questão do HIV já tomam medicação, então esse controle é maior. Porque o pré-natal é periódico, a atenção nos postos de saúde é maior, e a própria gestante, muitas vezes, ela procura mais a assistência médica e a gente consegue controlar melhor.”

Cenário da Aids 

Dados do Ministério da Saúde estimam que cerca de 108 mil pessoas vivem com o vírus HIV em seu corpo e ainda não sabem, sendo a maioria jovens entre 15 e 24 anos. Entre 1980 e junho de 2022, foram identificados 1.088.536 casos de Aids no Brasil, segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde. 

De acordo com o boletim epidemiológico de HIV/Aids de dezembro de 2022, divulgado pelo Ministério da Saúde, em 2018 foram notificados 46.342 casos da doença no país. Quatro anos mais tarde, em 2022, essas notificações caíram para 16.704.

Cerca de 108 mil pessoas vivem com HIV, sem diagnóstico, no Brasil

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Sífilis e Hepatite B

O controle da transmissão vertical do HIV é algo que vem sendo trabalhado e está sob controle no país, graças ao protocolo de atendimento em nível de atenção especializada.
Já o controle da transmissão vertical da hepatite B ainda é mais difícil, segundo o Ministério da Saúde, pois faltam dados. “A gente acredita estar próximo da eliminação da transmissão vertical desse vírus, mas precisamos gerar informações que comprovem essa situação” , avalia a diretora de Programa da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Angélica Espinosa Miranda. 

Em relação à sífilis congênita, os dados — que são publicados anualmente — têm mostrado uma taxa ascendente da doença no país. “O que prova que é necessário fazer uma organização melhor da linha de cuidados, sobretudo na linha da atenção primária, onde os casos são identificados e acompanhados.” Explica a diretora.
 

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