Entre 2018 e 2022, o Distrito Federal registrou 10.656 casos de sífilis adquirida, com um aumento na detecção da doença de 62 casos/100 mil habitantes em 2018 para 68 casos/100 mil habitantes em 2022. Esse período também registrou 4.180 casos de sífilis em gestantes e a taxa de sífilis congênita subiu de 8 para 11 casos por mil nascidos vivos, o que apresenta um crescimento médio anual nas notificações de 21,6%.
Beatriz Maciel Luz, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist), destaca que o Ministério da Saúde reconhece estados e municípios com selos de boas práticas mesmo que não tenham atingido metas de eliminação de transmissão vertical de HIV ou sífilis, mas que apresentam indicadores com metas gradativas.
Devido à organização do Distrito Federal, que não é classificado como estado ou município, foi criada a comissão distrital permanente para a certificação da eliminação da transmissão vertical da sífilis.
“Dessa forma, nós criamos a possibilidade da certificação local por região de saúde aqui no DF, então assim, cada região poderá ser avaliada individualmente levando em consideração as suas especificidades, as suas ações e estratégias que estão sendo utilizadas para a redução dos casos de sífilis congênita”, ressalta.
A comissão será composta por representantes da Coordenação de Atenção Primária à Saúde (Coaps), da Rede Cegonha, da Gevist e do Comitê Central de Investigação da Transmissão Vertical. Beatriz Maciel explica que a comissão tem como objetivo certificar as regiões de saúde que atendam os critérios e os indicadores previamente estabelecidos.
“O objetivo da comissão é certificar as regiões de saúde que atendam a esses critérios e indicadores previamente estabelecidos para eliminar a transmissão vertical da sífilis, espelhando então o trabalho da comissão nacional de validação do Ministério da Saúde”, pontua.
Segundo a gerente da Gevist, a sífilis congênita ainda é um grande problema de saúde pública e a certificação é uma possibilidade de estimular a organização de processos de trabalho que visam garantir a melhoria da assistência no pré-natal, prevenção à sífilis e as outras ISTs, diagnóstico e tratamento da doença, a fim de se evitar a transmissão vertical.
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A ausência de números dificulta o controle dos casos, afirma especialista
A ausência de números sobre clamídia e gonorreia dificulta o controle das doenças. Na opinião do médico urologista Diogo Mendes, não ter dados claros atrapalha na vigilância dos casos. “O fato de não haver notificações não dificulta o tratamento, mas as informações são importantes para ter controle da doença. É necessário ter números brasileiros, mas eles não estão disponíveis de uma forma clara”, salienta.
Conforme o Ministério da Saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que só em 2020 mais de um milhão de pessoas, com idade entre 15 e 49 anos, foram contaminadas por infecções sexualmente transmissíveis curáveis, como clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase.
A clamídia e a gonorreia são infecções sexualmente transmissíveis (IST) causadas pelas bactérias Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, respectivamente. Os órgãos genitais, a garganta e os olhos são as regiões mais afetadas. De acordo com o Ministério da Saúde, não existem dados sobre clamídia e gonorreia por não serem doenças de notificação compulsória, ou seja, que necessitam de comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados.
Por ser uma doença transmitida pelo ato sexual, o especialista diz que a frequência do número de casos acaba sendo maior no público jovem, que é o mais ativo. Diogo Mendes conta que atende muitos pacientes nessa faixa etária: “Percebe-se uma incidência maior em jovens e também nas pessoas que têm um comportamento sexual ativo com várias pessoas, além de usuários de drogas”, relata.
Uma portaria do Ministério da Saúde vai permitir a distribuição, em todo o Brasil, de testes para detecção de clamídia e gonorreia. Eles serão ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de maneira definitiva em mais de 80 laboratórios. Os exames já fazem parte da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e Órtese, Prótese e Meios Auxiliares de Locomoção (OPM) do SUS, mas, para que os estados e municípios fizessem a aquisição dos testes, faltava uma estratégia para a implantação da testagem nos serviços de apoio diagnóstico e terapêutico das Redes de Atenção à Saúde (RAS) do país. A medida permite que os serviços possam realizar a coleta de amostras e encaminhá-las aos laboratórios de referência.
O médico urologista Diogo Mendes explica que a clamídia e a gonorreia são infecções passadas por contato sexual e infectam, habitualmente, a uretra, tanto masculina quanto feminina, podendo ter também uma infecção nos olhos e na garganta. Contudo, o especialista diz que existe uma diferença.
“A gonorreia dá no homem uma uretrite, uma secreção uretral, com uma ardência que permanece de cinco a sete dias, após o ato sexual. Já a mulher não tem sintomas ou tem mínimos sintomas com a infecçao da gonorreia. Por isso, a mulher pode transmitir a gonorreia sem saber. Por outro lado, a clamídia dá na mulher um sintoma muito grande de ardência para urinar, corrimento, incômodo. E o homem tem pouquíssimos sintomas relacionados à clamídia, um discreto ardor na uretra e uma discreta secreção uretral que ocorre no final do dia e no final da noite”, esclarece.
Segundo o especialista, a melhor forma de prevenção é por meio do uso de preservativos durante as relações, tanto masculino quanto feminino. Na presença de qualquer sintoma, Mendes recomenda procurar um serviço de saúde para o diagnóstico correto e a indicação do tratamento com o antibiótico adequado.
Segundo dados do Ministério da Saúde, de 1980 até junho de 2022, foram identificados 1.088.536 casos de aids no Brasil. Além disso, estima-se que cerca de 108 mil pessoas ainda não têm o diagnóstico, sendo a maioria jovens com idade entre 15 e 24 anos, que vivem com o vírus HIV em seu corpo e não sabem. A informação é da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.
Tendo em vista o fim das restrições causadas pela pandemia, o Ministério lançou uma campanha nacional de prevenção às ISTs focada no público mais jovem. A mobilização busca incentivar um comportamento sexual seguro, estimular a testagem sorológica e o tratamento precoce de todas infecções sexualmente transmissíveis, especialmente o HIV.
“Não faça sexo sem proteção, use camisinha. Não importa sua orientação sexual, o SUS disponibiliza camisinha de graça em todas as unidades básicas de saúde de todo o Brasil. Se informe também sobre todas as formas de proteção contra infecção pelo vírus HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis. E se você ainda não se vacinou sobre a Covid-19 ou está com doses em atraso, procure uma unidade de saúde e complete a sua cobertura vacinal”, alertou a ministra da Saúde Nísia Trindade.
Em todas as Unidades Básicas de Saúde estão disponíveis preservativos e também testes rápidos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), que podem ser solicitados de forma rápida, gratuita e discreta.
A enfermeira Adelice Silva, da Unidade Básica de Saúde (UBS) da Superquadra 19, em Cidade Ocidental (GO), explica que todos que precisarem podem buscar a Unidade de Saúde mais perto da sua casa para ter acesso a orientações e atendimentos referentes às ISTs. “Pode procurar a Unidade mais próxima da sua cidade e fazer os testes de HIV, Sífilis, hepatite B e C. Os testes rápidos do SUS permitem o diagnóstico em até 30 minutos, pode procurar o posto, sua unidade, e chegando lá nós estamos prontos para servir a toda a população”, explicou.
Atualmente no país 694 mil pacientes fazem tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
Em 2020 foram registrados 32,7 mil novos casos detectados de HIV no Brasil, sendo a maior parte (52,9%) entre pessoas de 20 a 34 anos. Desse total, 69,8% são homens e 30,2% mulheres. Um dado que chama a atenção é que entre o número de novos infectados 7,8 mil são gestantes. O Ministério da Saúde divulgou os dados nesta quarta-feira (1º), Dia Mundial de Luta contra a Aids.
Entre os anos de 2012 e 2020, 666 mil pessoas estiveram em tratamento contra a doença.
Neste ano, 694 mil pacientes estão em tratamento no país. Além disso, as cidades de São Paulo, Curitiba e Umuarama, no Paraná, eliminaram a transmissão vertical do HIV, que é quando o vírus passa de mãe para filho.
Os números revelaram que, no ano passado, houve uma redução de 25% na detecção de casos de HIV em relação a 2019, quando foram registrados 43,3 mil casos. Entretanto, essa redução pode ter sido influenciada pela pandemia causada pela Covid-19, visto que o número de pessoas testadas para a infecção por HIV caiu drasticamente nesse período, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Durante a coletiva promovida pelo Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância e Saúde avaliou a situação brasileira: “Estamos vivendo um ano pandêmico, a gente sabe de todas as dificuldades comerciais, mas esse governo garantiu o tratamento e o diagnóstico para todas as pessoas que precisam do tratamento com retroviral. Este é o compromisso deste governo com a vida, este é o compromisso deste ministério cada vez mais em dar qualidade de vida aos seus cidadãos.”
Na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo medicamento para o tratamento de HIV que combina duas diferentes substâncias, os antivirais lamivudina e dolutegravir sódico, em um único comprimido. O novo medicamento poderá ser prescrito para o tratamento completo da infecção pelo vírus em adultos e adolescentes acima de 12 anos com pelo menos 40 kg.
Em nota, a agência apontou que "a aprovação representa um avanço no tratamento das pessoas portadoras do vírus que causa a Aids, já que reúne em uma dose diária dois antirretrovirais que não estavam disponíveis em um só comprimido. A possibilidade de doses únicas simplifica o tratamento e a adesão dos pacientes". Ainda não há informações a respeito de como o medicamento será oferecido aqui no Brasil.
O Sistema Único de Saúde (SUS) atualmente oferece os exames para diagnosticar o vírus gratuitamente. Tanto os laboratoriais quanto os testes rápidos detectam os anticorpos contra o HIV em até no máximo 30 minutos. Esses testes podem ser feitos nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).
No Brasil todos os antirretrovirais são distribuídos gratuitamente desde 1996 e, desde 2013, o Sistema Único de Saúde (SUS) garante o tratamento para todas as pessoas vivendo com HIV, independentemente da carga viral. Segundo o Ministério da Saúde, até o momento, existem 19 medicamentos disponíveis em 34 apresentações farmacêuticas.
No bairro da Boa Vista, em Recife, a Gestos, organização filantrópica fundada em 1993, contribui de forma eficaz para a garantia dos Direitos Humanos das pessoas que vivem com HIV e a Aids. Cerca de 200 pessoas frequentam o espaço em busca de apoio para conviver com o vírus e a doença, que têm seu dia de combate lembrado hoje.
Juliana César, assessora de projetos da Gestos, conta como é feito o trabalho na organização. “A Gestos tem suporte psicossocial e jurídico gratuitos a pessoas que convivem com o HIV, por meio de agendamento com dia e hora marcados, inclusive durante a pandemia de modo remoto, que pode ser acessado por meio das redes sociais da organização. A Gestos hoje mantém um portfólio amplo que vai além do local comunitário ao nível internacional. A intenção é poder ajudar essas pessoas que convivem com o vírus a terem uma vida normal.”
O trabalho da ONG foi fundamental para que Sônia Cavalcanti Borba, de 60 anos, acreditasse em uma mudança de vida. Ela descobriu que vivia com o HIV em 2007 e, desde então, recebeu o apoio para continuar o tratamento e encorajar outras pessoas a seguir em frente.
“Eu descobri quando tinha 46 anos. Passei um ano chorando, sem querer saber de nada, sem estímulo. Eu não tinha informações sobre o vírus, não sabia nada. Foi quando eu conheci, em 2012, a ONG Gestos e aí comecei a participar do grupo de ativismo. Estou completando nove anos de casa, e chamo de casa porque foi um lugar que me acolheu como um lar. Hoje informo as pessoas que ninguém é contaminado com um aperto de mão, ou com um abraço, um beijo.”
Para contribuir com a Gestos, através de doações, os interessados podem entrar em contato com a organização pelo Instagram @gestospe.
A Secretaria de Saúde da Prefeitura do Recife promove, ao longo deste mês, uma série de ações de saúde, intervenções culturais, palestras e iluminação de equipamentos públicos na campanha Dezembro Vermelho. Este ano, as atividades de conscientização sobre a prevenção à Aids/HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) serão balizadas pelo tema “Sem Estigma, Sem Discriminação, mas com Saúde”.
Na abertura da Campanha, na parte da manhã desta quarta-feira (1º), uma árvore foi plantada no Pátio de Santa Cruz, na Boa Vista. A iniciativa é uma homenagem aos 40 anos desde que foi identificado o primeiro caso de Aids/HIV no mundo.
O Dia Mundial de Luta contra a Aids é celebrado nesta quarta-feira (1º). Na data, especialistas lembram dos avanços já obtidos em relação à infecção e comemoram o novo remédio aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com somente um comprimido para o tratamento. Isso é considerado um avanço porque facilita o tratamento e aumenta a adesão dos pacientes.
Ao ser questionado sobre o papel do órgão, o Ministério da Saúde respondeu ao portal Brasil61.com que fortalecer o diagnóstico precoce e garantir o tratamento oportuno, além da expansão da oferta das profilaxias do HIV (PrEP e PEP), são os pontos centrais da política relacionada ao HIV/Aids.
“Desde 2017, a pasta adotou a ‘Prevenção Combinada’, que associa diferentes métodos de prevenção ao HIV, conforme as características e o momento de vida de cada pessoa. Entre os métodos que podem ser combinados, estão: a testagem regular para o HIV; a prevenção da transmissão vertical; o tratamento das IST e das hepatites virais; a imunização para as hepatites A e B; ações de redução de danos para usuários de álcool e outras substâncias; profilaxia pré-exposição (PrEP); profilaxia pós-exposição (PEP); e o tratamento de pessoas que já vivem com HIV, além de preservativos (masculino e feminino)”, afirmou o ministério, em nota.
A doutora Valéria Paes, médica infectologista, que cuida do ambulatório de HIV do Hospital Universitário de Brasília (HuB), explica que, hoje em dia, há medicamentos altamente efetivos. Segundo ela, há uma combinação de dois a três medicamentos antirretrovirais, que são de uso diário.
Com eles, é possível manter o controle da replicação do vírus e a doença estabilizada. Recuperar a imunidade do paciente é o objetivo do tratamento, conforme a médica. Esses foram os principais progressos nos últimos anos.
“Avançamos muito também nessas novas opções, com menos efeitos colaterais, e com um número menor de comprimidos. A pessoa que inicia o tratamento antirretroviral hoje faz uso de apenas dois comprimidos diários. Os dois comprimidos no mesmo horário”, explica.
Outro avanço seria o medicamento injetável, que não depende de uso diário e, além disso, há uma grande expectativa na descoberta da cura da infecção pelo HIV.
A médica infectologista esclarece também que quando essa pessoa que está utilizando medicamentos alcança o controle do vírus, é preciso fazer somente duas consultas anuais para verificar a situação da infecção, e a saúde do indivíduo como um todo. Portanto, é totalmente possível que alguém que contraiu o vírus tenha uma vida normal e produtiva.
“Os principais problemas que a gente tem hoje é quando por algum motivo a pessoa não consegue fazer uso da medicação, ou ter acesso ao tratamento. Quando o diagnóstico chega tardiamente, e o tratamento é feito numa fase muito avançada, é mais complexo, requer um pouco mais de cuidado, mas é importante reforçar que sempre é possível recuperar”, lembra.
Maciel, 26 anos, universitário, descobriu que contraiu o vírus em 2015. Desde então, tem se tratado.
“Apesar do estigma, do preconceito relacionado à doença, eu convivo com o vírus normalmente e isso não atrapalha em nada a minha vida. O tratamento é simples, tomo a medicação apenas uma vez ao dia durante a manhã, vira uma rotina e é difícil esquecer”, afirma.
Segundo o jovem, os médicos sempre recomendaram a ele evitar o consumo de bebidas alcoólicas, pois pode atrapalhar o tratamento. Além disso, é necessário evitar também drogas e anabolizantes. É importante fazer o tratamento correto. No caso dele, a carga viral se tornou indetectável, portanto, o vírus não é transmitido durante as relações sexuais.
Com o protocolo de um pacote de medidas instituídas, é possível evitar a transmissão de mãe para filho, a chamada transmissão vertical. Para isso também é necessário que ela esteja em acompanhamento regular e em uso das medicações. Infelizmente, a mãe com HIV não poderá amamentar, mas pode, sim, gerar uma criança e não a contaminar.
Miralba Freire, presidente da Sociedade Baiana de Infectologia (SOBAI), afirma que o seu trabalho é, entre outras funções, pesquisar sobre formas de como melhorar a adesão para o tratamento, uma vez que o sucesso dele depende de um acompanhamento bem feito e o uso regular da medicação.
“A definição do melhor tratamento para infecção depende de cada caso, como é uma regra geral na medicina. Então para a maioria das pessoas que estão iniciando o tratamento existe um esquema básico. Mas em muitas circunstâncias esse não será o melhor esquema porque existe alguma falha na resistência a um medicamento ou outro”, esclarece a especialista.
Segundo sua explicação, isso deve ser estudado de acordo com a história, com o tempo de doença em cada indivíduo. É um tratamento individual para cada um, cada corpo reage de maneira diferente.
Sobre o anúncio da Anvisa, Miralba vê a possibilidade de fazer um tratamento eficaz com apenas um comprimido ao dia. Segundo ela, quando há apenas um horário e uma medicação para tomar, o paciente tem mais condições de adequar rotina ao seu dia a dia e levar uma vida normal tomando o medicamento sem falhas.
A médica explica que há várias pesquisas em relação a medicamentos para a prevenção que são a profilaxia pré-exposição (PreP), no qual o paciente usa preventivamente um esquema diferente do tratamento, que é específico para impedir a contração do vírus pela infecção do HIV. A profissional ainda indica que há pesquisas no campo de vacina, mas tudo ainda é muito inicial.
Último mês do ano marca luta e prevenção contra HIV e Aids
Durante todo o mês de dezembro, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal vai realizar atendimentos e testagem rápida para infecções sexualmente transmissíveis (IST). As medidas fazem parte da campanha Dezembro Vermelho, mês de luta e prevenção contra o HIV e Aids.
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Segundo o governo do DF, em 2019, houve 752 novos casos de HIV na capital do país – aumento de mais de 7% em relação a 2018. Já os diagnósticos de Aids, que é estágio avançado da infecção, somaram 294 casos – quase 3% a mais que em 2018.
As ações de prevenção vão ocorrer nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que oferecerão programação diferenciada, além de procedimentos pontuais fora das unidades. Os horários de funcionamento das unidades no DF podem ser conferidos no site da Secretaria Distrital de Saúde, através do saude.df.gov.br.
Nesta terça, é celebrado o Dia Mundial da Luta Contra a Aids
Nesta terça-feira (1º), é comemorado o Dia Mundial da Luta Contra a Aids e, para celebrar a data, o governo de São Paulo oferta 322,7 mil testes de HIV e sífilis. Do total de produtos, 138.290 serão testes rápidos e 28.388 exames convencionais de HIV; e 134.156 rápidos e 21.880 convencionais de sífilis.
Segundo o governo estadual, 556 cidades vão contar com os testes a partir de hoje. Também está prevista a realização atividades sobre a importância da prevenção à doença. A iniciativa é coordenada pelo Centro de Referência e Treinamento (CRT). O HIV tem tratamento e a sífilis tem cura.
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A Aids corresponde ao estágio mais avançado da infecção pelo HIV e aparece quando o organismo está com baixa imunidades. Ou seja, nem toda pessoas com HIV tem Aids.
Documento foi elaborado após consulta pública
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) atualizou o protocolo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST) de mãe para filho durante a gravidez. A atualização engloba duas medidas.
A primeira mudança refere-se ao esquema terapêutico preferencial de terapia antirretroviral para grávidas com HIV, que inclui a incorporação do medicamento antirretroviral dolutegravir. A outra novidade é a inclusão da testagem universal para rastreio da Hepatite C durante o pré-natal.
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O protocolo contou com a aprovação da Conitec e também passou por uma consulta pública em agosto deste ano.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) alerta para a redução da oferta de testes rápidos e a subnotificação de casos de sífilis no Rio Grande do Norte. Segundo o Conselho, a testagem rápida teve redução em todas as regiões de saúde do estado.
De acordo com a responsável pelo Programa Estadual de IST, AIDS e Hepatites Virais, Juliana Soares, há casos de municípios que não notificaram a doença durante os oito primeiros meses de 2020, mas a ocorrência é sabidamente conhecida e tem alta prevalência nos territórios.
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O governo do Rio Grande do Norte fez um levantamento dos casos confirmados de Sífilis Adquirida, Sífilis na Gestação e Sífilis Congênita no RN e os dados preliminares registram que, de janeiro a abril de 2020, foram notificados 505 casos de sífilis adquirida, 589 casos de sífilis em gestantes e 307 recém-nascidos, que adquiriram a sífilis congênita por meio da transmissão vertical (de mãe para o bebê).
Quando não tratada, a sífilis pode evoluir para formas mais graves, comprometendo especialmente os sistemas nervoso e cardiovascular. Na gestação, a doença pode apresentar consequências severas como parto prematuro e o óbito do bebê.
No Brasil, mais de 500 mil pessoas vivem com Hepatite C e não sabem, segundo o Ministério da Saúde. A Hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser adquirida por hábitos de vida ou por contaminação com o vírus. Existem cinco tipos identificados da doença, classificadas especificamente pelas letras A, B, C, D e E.
As Hepatites B e C são consideradas Infecções Sexualmente Transmissíveis e, muitas vezes, não apresentam sintomas até que atinjam maior gravidade. Os dados mais atualizados do Ministério da Saúde mostram que, de 1999 a 2018, foram confirmados 632.814 casos de Hepatites virais no Brasil, sendo 233.027 (36,8%) de Hepatite B e 228.695 (36,1%) de Hepatite C.
Pessoas com idade entre 40 e 50 anos que vivem com Hepatite C podem ter sido contaminadas com o vírus por meio do uso de seringas não descartáveis, transfusão de sangue sem controle de qualidade e até em hemodiálises. Hoje, a forma mais comum de contaminação, além de sexo desprotegido, é o compartilhamento de seringas, no uso de drogas, e com objetos cortantes contaminados.
Para os casos de Hepatite B, já são disponibilizadas vacinas. As pessoas mais jovens são menos afetadas por essa doença, já que, atualmente, o medicamento é oferecido pouco tempo depois do nascimento, como observa o diretor do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Fernando Mendes Pereira.
“Nós tomos vacina para a Hepatite B. Já para os casos de Hepatite C, nós não temos. Para a Hepatite B, a vacina é uma que, lá no comecinho, tinha alguns grupos prioritários. Hoje, é uma vacina universal. Então, temos observado que os mais jovens já não têm muita Hepatite B, porque eles estão cobertos pela vacina, já que tomam o medicamento ao nascer.”
O mais recente Boletim de Hepatites lançado pelo Ministério da Saúde aponta que, em 2018, foram registrados quase 14 mil novos de casos de Hepatite B e 26 mil de Hepatite C.
Gerson Fernando Mendes explica que as notificações ajudam a se chegar ao diagnóstico mais rápido. Dessa forma, o tratamento é feito com maior antecedência, tornando-se mais eficaz e em uma escala mais ampla.
“Nós temos uma estimativa de um milhão de casos e, diferente da Aids, que a gente consegue diagnosticar 85% dos casos, na Hepatite C, só temos diagnosticado cerca de 30% dos casos. A hepatite C hoje é uma doença que tem diagnóstico através dos testes rápidos. Ela tem tratamento e cura.”
Sem camisinha, você assume esse risco. Use camisinha e proteja-se dessas ISTs e de outras, como HIV e Hepatites. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/ist.