Infecções Sexualmente Transmissíveis

Ginecologista informa que a forma mais eficaz de prevenção contra o HPV é a vacina, capaz de evitar entre 70% e 90% dos cânceres de colo de útero

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A  taxa de infecção pelo HPV na região genital atinge 54,4% das mulheres sexualmente ativas e 41,6% dos homens no Brasil. Os números referem-se à modalidade de alto risco da doença. As informações são da pesquisa nacional sobre a doença, encomendada pelo Ministério da Saúde e conduzida através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS).

A ginecologista Denise Yanasse explica que o HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. “O HPV é um vírus sexualmente transmissível. Ou seja, você pega ele através da relação sexual, e é o grande causador do câncer de colo de útero em mulheres. Ele também tem associação com outros tumores em homens e mulheres, bem como as verrugas genitais.”

Segundo a ginecologista, a forma mais eficaz de prevenção contra o HPV é a vacina, que também é capaz de evitar entre 70% e 90% dos cânceres de colo de útero. Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2023, foram aplicadas mais de 6,1 milhões de doses da vacina contra o HPV.  Esse número marca o maior índice desde 2018, que registrou 5,1 milhões de doses. Em 2022, pouco mais de 4 milhões de doses foram aplicadas.

Para aumentar a adesão à vacinação e eliminar o câncer de colo de útero como problema de saúde pública, o Ministério da Saúde adotou uma nova estratégia de vacinação contra o HPV. A partir de agora, o esquema de vacinação contra o HPV será em dose única, substituindo o antigo modelo de duas aplicações. Segundo a pasta, com essa mudança a capacidade de imunização dos estoques disponíveis no país praticamente dobra. 

O público-alvo da vacina contra o HPV é formado por:

  • Meninas e meninos de 9 a 14 anos;
  • Pessoas de 15 a 45 anos de idade imunocompetentes, vítimas de violência sexual e outras condições específicas.

O Ministério da Saúde recomenda que os estados e municípios realizem busca ativa para garantir que jovens brasileiros de até 19 anos tenham acesso à vacina contra o HPV. Nessas situações, todas as pessoas dentro dessa faixa etária que não tenham recebido uma ou duas doses do imunizante no período recomendado podem receber o esquema em dose única.

Sintomas

As primeiras manifestações da infecção pelo HPV geralmente aparecem entre aproximadamente 2 a 8 meses após a exposição ao vírus, embora possa levar até 20 anos para que algum sinal da infecção se manifeste. Essas manifestações tendem a ser mais comuns em gestantes e em pessoas com sistema imunológico comprometido. O diagnóstico do HPV é atualmente feito por meio de exames clínicos e laboratoriais, dependendo do tipo de lesão, seja clínica ou subclínica.

A social mídia Gabriela Vilhena, 29 anos, moradora de São Paulo, relembra que foi diagnosticada com HPV em 2017, após o aparecimento de lesões.

“Quando as primeiras lesões apareceram eu não sabia muito sobre a doença. Então quando eu pesquisava sobre, aparecia câncer de colo de útero; e  para mim já era uma coisa muito definitiva, como uma sentença. Porque a gente não ouve falar o suficiente sobre HPV, sobre os cuidados que a gente precisa tomar, tudo isso eu fui aprender basicamente quando eu fui na ginecologista”, explica.

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Saúde
10/02/2024 04:30h

O Ministério da Saúde destaca que a população deve se divertir no carnaval, mas com atenção em relação às infecções sexualmente transmissíveis, as ISTs

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Entre 2012 e 2022, houve uma redução de 25,5% no índice de mortalidade por aids no Brasil, que passou de 5,5 para 4,1 mortes por 100 mil habitantes. Em 2022, o país registrou 10.994 mortes tendo HIV ou aids como causa básica, uma queda de 8,5% em comparação com as 12.019 mortes registradas em 2012. As informações são do último Boletim Epidemiológico sobre HIV/aids divulgado pelo Ministério da Saúde. Com a chegada do carnaval, a pasta destaca que a população deve se divertir, mas continuar atenta em relação às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

Segundo o Ministério da Saúde, o HIV é a sigla em inglês para o Vírus da Imunodeficiência Humana, a infecção causadora da aids. Pessoas que vivem com esse vírus e não estão em tratamento podem transmiti-lo a outras pessoas por relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não são tomadas as devidas medidas de prevenção.

O coordenador-geral de Vigilância de HIV, Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Artur Kalichman, explica que a pasta trabalha em conjunto com estados e municípios para prevenir a infecção pelo HIV, por meio da prevenção combinada.

“Quando a gente fala dessa prevenção combinada, é claro, inclui-se o preservativo. Tanto a camisinha interna, quanto externa, protege não só do HIV como de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis, [como] sífilis, gonorreia, clamídia. Então no pacote da prevenção combinada, a camisinha continua tendo um papel fundamental. Mas a gente sabe que nem todo mundo consegue, ou pode usar camisinha o tempo todo. Então, a gente tem nessa linha da prevenção combinada outras estratégias”, informa.

Renato Guimarães, responsável pela comunicação do Unaids no Brasil, também afirma que a prevenção combinada é “fundamental”. “Hoje em dia existem outros métodos combinados de prevenção do HIV, como a Profilaxia Pré-Exposição, que são comprimidos que a pessoa toma, caso ela tenha relações que podem criar riscos de infecção. Ou a PEP, que é a Profilaxia Pós-Exposição de Risco, que a pessoa toma caso tenha tido alguma exposição ao risco do HIV”, informa.

Entre os avanços conquistados em 2023 pelo Ministério da Saúde, está a disponibilização da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) nos ambulatórios que acompanham a saúde de pessoas trans. Em todos os estados há serviços de saúde ofertando a PrEP.

O Ministério da Saúde investiu R$ 27 milhões no último ano para adquirir testes rápidos capazes de detectar sífilis e HIV em um único dispositivo. Segundo o coordenador-geral de Vigilância de HIV, Aids e Hepatites Virais, o Brasil também incorporou e continua incorporando novos medicamentos.

“Hoje são poucos comprimidos. Nós estamos incorporando formulações que tem duas drogas num único comprimido. Dependendo da situação, em vez da pessoa ter que tomar três drogas, já existem drogas potentes o suficiente para serem um tratamento com só duas drogas, em um único comprimido”, ressalta. Atualmente, existem 22 medicamentos antirretrovirais. A lista completa está disponível no portal do Ministério da Saúde.

Renato Guimarães, do Unaids no Brasil, explica que caso o vírus do HIV não seja controlado, pode afetar e destruir as células que fazem parte do sistema imunológico, ou seja, células que protegem o corpo de outras doenças. Guimarães afirma que quando uma pessoa descobre a infecção pelo HIV, deve iniciar o tratamento imediatamente com medicamentos antirretrovirais, que são disponibilizados pelo SUS. Dessa forma, o vírus fica controlado no corpo, a infecção não evolui para aids, e assim, quem foi infectado pode ter uma vida saudável.

Sintomas

Quando ocorre a infecção pelo HIV,  os sintomas iniciais são semelhantes aos de uma gripe, como febre e mal-estar, muitas vezes passam despercebidos, contribuindo para a dificuldade de detecção. 

Diagnóstico

A identificação da infecção pelo HIV é realizada por meio da coleta de sangue ou fluido oral. No Brasil, estão disponíveis exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos, realizados gratuitamente pelo SUS. As informações são do Ministério da Saúde.

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MINUTO DA SAÚDE: Saiba mais sobre os tipos de ISTs

Mais de 54% dos brasileiros entre 16 e 25 anos estão infectados com HPV

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Ginecologista destaca que o HPV é a IST mais comum no mundo e principal causador de câncer de colo de útero.

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No Brasil, mais de 54% das pessoas entre 16 e 25 anos estão infectadas com HPV, sendo que 38,4 % são casos de alto risco. As informações são do Ministério da Saúde. Com o feriado de Carnaval se aproximando, a pasta alerta para que a população fique atenta em relação à saúde, já que esse período favorece a transmissão de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

A ginecologista Denise Yanasse informa que o HPV é a IST mais frequente do mundo — e o grande causador de câncer de colo de útero em mulheres. Além disso, tem associação com outros tumores em homens e mulheres.

“A boa notícia é que tem prevenção. A camisinha é uma das formas, mas infelizmente não protege totalmente a infecção pelo HPV. A forma mais eficaz de prevenção é a vacina para HPV, que é dada gratuitamente pelo SUS [Sistema Único de Saúde] tanto para meninos quanto para meninas dos 9 aos 14 anos, também em caso de abuso sexual e para imuno suprimidos. Fora dessas situações, você consegue tomar vacina na rede particular”, explica.

Segundo a especialista, a vacina pode prevenir cerca de 70% a 90% dos cânceres de colo de útero.

Sintomas

Segundo o Ministério da Saúde,  a infecção pelo HPV pode demorar de 2 a 8 meses para apresentar os primeiros sinais, embora, em alguns casos, a manifestação de sintomas possa estender-se por até 20 anos.

É importante ressaltar que as manifestações tendem a ser mais frequentes em gestantes e em pessoas  com baixa imunidade. O diagnóstico da infecção é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais, variando de acordo com a lesão.

A social mídia Gabriela Vilhena, 29 anos, moradora de São Paulo, relembra que o HPV ficou ativo em seu organismo em 2017. De acordo com ela, começaram a aparecer lesões e verrugas — o que fez com que procurasse um médico, que confirmou a IST. 

“Era um tempo em que eu não me sentia confortável para ter relação sexual com ninguém, até porque eu podia transmitir para outras pessoas. Quando as primeiras lesões apareceram eu não sabia muito sobre a doença também, e quando você pesquisa no Google aparece câncer de colo de útero, e para mim já era uma coisa muito definitiva, como uma sentença, porque a gente não ouve falar o suficiente sobre HPV”, relembra.

Hoje, Gabriela explica que utiliza preservativos e faz exames regulares para evitar a IST. Além disso, ela procura manter sua imunidade alta, se alimentando bem e praticando exercícios.

No período de 2014 a 2022, a taxa de vacinação contra o HPV no estado de São Paulo atingiu 78% para a primeira dose e 59,6% para a segunda dose em meninas. Entre 2017 e 2022, os números foram de 58,4% para a primeira dose e 39,2% para a segunda dose em meninos.

Goiás

De acordo com a Secretaria de Saúde de Goiás, foi confirmado o recebimento de 30 mil doses da vacina do Ministério da Saúde, para 2024. As doses começaram a ser distribuídas no dia 29 de janeiro.

No estado, entre janeiro de 2022 e dezembro de 2023, foram registrados 3.511 casos de HIV, dos quais 246 ocorreram em gestantes, além de 1.153 casos de Aids, incluindo 6 em crianças.

Para evitar ISTs, a SES distribuiu 7.892.724 preservativos masculinos e 290.250 femininos, para todos os municípios de Goiás.

Além disso, equipes da SES estarão presentes em Goiânia para fornecer preservativos, gel lubrificante, autotestes de HIV e realizar testagens de sífilis e hepatite. Os trabalhos vão se concentrar nos terminais da Praça da Bíblia nesta quinta-feira (8), Cepal do Setor Sul no sábado (10) e Praça Tamandaré na terça-feira (13).

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Como usar o Sistema Único de Saúde (SUS)?

2022 registrou queda na cobertura vacinal contra o HPV

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Saúde
19/12/2023 00:12h

No ano passado, entre as meninas a primeira e a segunda dose tiveram, respectivamente, 75,91% e 57,44% de adesão. Entre os meninos, os números são ainda menores: 52,26% na primeira aplicação e 36,59% na segunda

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Em 2022  foi observada uma queda na cobertura vacinal contra o HPV (papiloma vírus humano). No ano passado, entre as meninas a primeira e a segunda dose tiveram, respectivamente, 75,91% e 57,44% de adesão. Entre os meninos, os números são ainda menores: 52,26% na primeira aplicação e 36,59% na segunda. Os dados de 2023 ainda não estão consolidados.

De acordo com a pesquisa nacional, encomendada pelo Ministério da Saúde e feita por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS), a prevalência da infecção pelo HPV de alto risco é de 54,4% entre mulheres sexualmente ativas e de 41,6% entre homens.

O infectologista Werciley Júnior destaca a vacinação como a forma mais eficaz de prevenir a infecção pelo HPV, uma doença sexualmente transmissível ligada a mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero e de ânus. A vacina HPV quadrivalente, oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), protege contra essas complicações e está disponível em postos de vacinação em todo o Brasil.

“Atinge todas as faixas de idade, tem uma maior prevalência em população jovem, sexualmente ativa, atinge em todas as regiões do país, de Norte a Sul, não tem uma prioridade, ou seja, uma região mais concentrada”, avalia.

Sintomas 

De acordo com o Ministério da Saúde, a infecção pelo HPV pode levar de 2 a 8 meses para manifestar os primeiros sinais, embora em alguns casos possa demorar até 20 anos para a aparição de sintomas. 

As manifestações são mais comuns em gestantes e pessoas com baixa imunidade. O diagnóstico é feito através de exames clínicos e laboratoriais, variando conforme o tipo de lesão.

Existem dois tipos principais de lesões:

  • Lesões Clínicas: Caracterizam-se por verrugas na região genital e anal, conhecidas como condilomas acuminados. Podem variar em tamanho e forma, sendo normalmente achatadas ou papulosas. Geralmente, são causadas por tipos de HPV não associados ao câncer e, apesar de não apresentarem sintomas dolorosos, podem causar coceira.
  • Lesões Subclínicas: Não são visíveis a olho nu e podem ocorrer nos mesmos locais das lesões clínicas, sem sinais ou sintomas evidentes. Essas lesões podem ser causadas por tipos de HPV de baixo e alto risco para o desenvolvimento de câncer.

As lesões podem afetar vulva, vagina, colo do útero, ânus, pênis, bolsa escrotal e região pubiana, e em casos mais raros, áreas extragenitais como conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea.

Tratamento

O infectologista salienta que o HPV não tem tratamento com remédio específico. São feitas medidas físicas, que é a cauterização, quando é em forma de verruga, ou no caso da mulher, a conização, que é a retirada do tecido que foi afetado”, explica.

Esquema de vacinação contra HPV

Pessoas de 9 a 14 anos de idade, do sexo feminino e masculino, vítimas de violência sexual, devem tomar duas doses conforme o Calendário Nacional de Vacinação de rotina. As doses devem ter um intervalo de 6 meses;

Pessoas de 15 a 45 anos de idade, do sexo feminino e masculino, imunocompetentes e vítimas de violência sexual, devem tomar três doses, com um intervalo de 2 meses entre a primeira e a segunda; e de 6 meses, entre a primeira e a terceira. O intervalo para vacinar deve ser de no máximo 6 meses;

Pessoas de 15 a 45 anos de idade, do sexo feminino e masculino nas indicações especiais (vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea); pacientes oncológicos; imunossuprimidos (pessoas vivendo com HIV/Aids, transplantados e pacientes oncológicos); e  vítimas de violência sexual, devem tomar três doses, com um intervalo de 2 meses, entre a primeira e a segunda; e de seis meses, entre a primeira e a terceira  (0, 2 e 6 meses).
 

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09/12/2023 06:00h

Hospital espera um público de 500 pessoas para as testagens

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Na próxima quarta-feira (13), o Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), em Goiânia, vai promover uma ação de conscientização alusiva ao Dezembro Vermelho, mês de combate ao HIV. São esperadas aproximadamente 500 pessoas para as testagens. Karine Medeiros, diretora técnica do HDT, destaca como será feita a ação.

“Para participar, o público tem que se dirigir ao HDT, onde estaremos com uma tenda na área externa do estacionamento, próximo ao setor do ambulatório. Então é só se dirigir a essa tenda no dia 13 de dezembro, das 8h às 17h, para fazer a testagem do teste rápido de HIV”, explica.

O resultado sai em torno de 30 a 40 minutos. Pessoas com resultado positivo no teste receberão orientação de médicos, psicólogos e enfermeiros, com total sigilo, sobre o tratamento adequado. Além disso, serão distribuídos preservativos, materiais educativos e mini palestras sobre Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).

Para participar, os interessados devem apenas comparecer ao local indicado portando um documento de identificação com foto. Até o momento em 2023, Goiás apresentou uma taxa de incidência de cerca de 23 casos de HIV e 6 casos de Aids por 100 mil habitantes, totalizando 1.599 novos casos de HIV e 425 casos de Aids no estado.

De acordo com o boletim de ISTs da Secretaria de Saúde de Goiás, de 2018 a 2023 o estado registrou 1.718 mortes relacionadas à Aids, sendo a maioria em jovens do sexo masculino. Durante esse período, foram notificados 9.850 casos de HIV, com cerca de 8 mil casos concentrados em homens de 20 a 49 anos.

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06/12/2023 08:35h

De 2020 a 2022, houve um crescimento de 3% nos casos de infecção pelo HIV, passando de 2.836 notificações para 2.920 no ano passado

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No Rio Grande do Sul, o aumento das infecções por HIV e Aids continua sendo um desafio de saúde pública. De 2020 a 2022, houve um crescimento de 3% nos casos de infecção pelo HIV, passando de 2.836 notificações para 2.920 no ano passado. De acordo com o Boletim Epidemiológico do HIV e da Aids 2023, o estado está na sexta posição de maior índice no país, com 23,9 casos por 100 mil habitantes. 

Em relação ao índice de mortalidade, o Rio Grande do Sul lidera com 7,3 mortes por 100 mil habitantes, superando a média nacional de 4,1. Em 2022, o estado registrou 1.130 mortes com a Aids como causa básica notificada. Os dados do boletim vão até o dia 30 de junho de 2023, cobrindo assim apenas o primeiro semestre do ano.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, a situação epidemiológica do HIV/Aids está ligada a desigualdades sociais e a permanência de estigmas e preconceitos a respeito da doença. O médico infectologista  Hemerson Luz também atribui a desinformação de como o HIV é transmitido, quais os primeiros sintomas e locais de testagem ao aumento das transmissões.

“Além do próprio preconceito e esses acessos que podem ter uma relação direta com as condições sociais, sabemos que as pessoas em estado de vulnerabilidade, ou mesmo que estejam com menor acesso ao poder aquisitivo têm uma menor possibilidade de alcançar esses fatores preventivos”, avalia.

De acordo com os Indicadores e Dados Básicos do HIV/AIDS nos Municípios Brasileiros, ao todo, em 2023, foram contabilizados 1.206 casos de Aids no estado. Sendo 706 homens, 500 mulheres, 10 em crianças menores de 5 anos e 91 jovens de 15 a 24 anos de idade.

Índice de infecção nos municípios

Porto Alegre é a capital que registrou o maior índice em um levantamento entre os dados de 2018 a 2022, que leva em consideração as taxas de detecção na população geral, mortalidade e registros em menores de cinco anos de idade.

Em relação aos 100 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, com base no mesmo índice composto para o período (2018-2022), o Rio Grande do Sul tem seis cidades representadas: Canoas na 2ª posição, Gravataí em 7º, Novo Hamburgo em 33º, Bagé em 44º, Pelotas em 64º e Passo Fundo em 81º.

Prevenção

As principais ações de combate ao HIV no Rio Grande do Sul incluem:

  • Ampliação da testagem rápida para HIV.
  • Disponibilização da profilaxia pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao HIV.
  • Tratamentos efetivos para controlar a carga viral e tornar o HIV indetectável, prevenindo a transmissão.

Além disso, o estado implementa estratégias como o Projeto Geração Consciente, uma iniciativa colaborativa focada na educação sexual e reprodutiva de jovens estudantes, em parceria com a Secretaria da Saúde, a Secretaria da Educação, Unesco, Unaids e o programa RS Seguro.

Dezembro Vermelho

Este ano, a Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul lançou uma campanha de prevenção e diagnóstico do HIV/Aids para redes sociais e rádios. A iniciativa destaca a importância da testagem regular, do uso de preservativos e gel lubrificante, além de encorajar o acesso às profilaxias disponíveis. 

A campanha enfatiza a necessidade de diagnósticos precoces e tratamento imediato, visando preservar a vida e alcançar carga viral indetectável para evitar a transmissão do vírus e faz parte do Dezembro Vermelho, uma mobilização nacional na luta contra o HIV, Aids e outras ISTs, instituída no Dia Mundial de Luta Contra a Aids, em 1º de dezembro.
 

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05/12/2023 08:00h

A coordenadora de Controle de IST/Aids, Sífilis e Hepatites, Polyanna Guerreiro, afirma que foram registrados 1.599 novos casos de HIV e 425 casos de Aids no estado.

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Em 2023, Goiás registrou uma incidência de aproximadamente 23 casos de HIV e 6 casos de Aids por 100 mil habitantes até o momento. Polyanna Guerreiro, coordenadora de Controle de IST/Aids, Sífilis e Hepatites, afirma que foram registrados 1.599 novos casos de HIV e 425 casos de Aids no estado.

A coordenadora destacou a importância da campanha Dezembro Vermelho em Goiás, uma iniciativa iniciada em 2017, focada na luta contra o HIV, Aids e outras ISTs. A campanha tem como objetivo aumentar a conscientização sobre prevenção, assistência e proteção dos direitos das pessoas infectadas pelo HIV.

“O estado de Goiás oferece o serviço para combater a doença, nós temos os testes rápidos, eles são distribuídos em todas as unidades de saúde do Estado, assim como nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), que no estado de Goiás ao todo são 20. Também temos o serviço de assistência especializada no estado, nós temos 17. Onde ocorre o tratamento da infecção pelo vírus”, informa.

Prevenção e Tratamento

Guerreiro esclarece que o uso do preservativo é a forma mais eficaz de prevenção disponível atualmente, pois não apenas protege contra o HIV, mas também contra outras infecções sexualmente transmissíveis.

Porém há outros métodos de prevenção, como a profilaxia pré-exposição à infecção do HIV, que consiste no uso preventivo de medicamentos, antes da exposição ao vírus e reduz a probabilidade da infecção.

A profilaxia pós-exposição, que envolve o uso de medicamentos por pessoas que já foram expostas ao risco, como após uma relação sexual desprotegida ou em casos de rompimento do preservativo.

“Hoje em dia nós sabemos que o HIV tem tratamento eficaz, então quanto mais precoce o diagnóstico, mais o tratamento vai se tornar eficaz e a gente evita o avanço para desenvolver a Aids”, explica a coordenadora.

De acordo com o boletim de ISTs da Secretaria de Saúde de Goiás, entre 2018 e 2023, foram registradas 1.718 mortes por Aids no estado, sendo mais da metade entre jovens do sexo masculino. Nesse mesmo período, houve 9.850 notificações de HIV, com aproximadamente 8 mil casos em homens de 20 a 49 anos.
 

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30/11/2023 06:00h

Índice de mortalidade por Aids diminuiu em 21,6% durante o mesmo período

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De 2018 a 2022, no Distrito Federal, foram registrados 3.684 casos de infecção pelo HIV e 1.333 casos de Aids. Neste período, houve uma redução nos casos de HIV e Aids de 9,8 para 7,3  por 100 mil habitantes. Além disso, o índice de mortalidade por Aids caiu 21,6%, ao passar de 3,3 para 2,7 mortes por 100 mil habitantes. Os dados constam no Informativo de Situação Epidemiológica do HIV e da Aids no DF.

Beatriz Maciel Luz, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Saúde do DF, atribui a melhora no cenário aos esforços do Sistema Único de Saúde (SUS). Ela enfatiza a relevância da testagem e do tratamento imediato após diagnósticos positivos. 

“O diagnóstico precoce é muito importante porque a pessoa tem a chance de logo iniciar o seu tratamento, e não avançar para a fase da doença, que seria a Aids, e manter a sua qualidade de vida”, considera.

O boletim destaca que a maior incidência de HIV e Aids é observada entre os jovens, sendo que a faixa etária de 20 a 29 anos representa, em média, 32,9% dos casos, seguida pelos grupos de idade de 30 a 39 anos e de 40 a 49 anos, com médias de 28,9% e 21,7% dos casos, respectivamente.

Sintomas

A especialista ressalta que a infecção pelo HIV, geralmente, não manifesta sintomas inicialmente e esclarece que, entre três a seis semanas após a infecção, ocorre a fase aguda. Durante esta fase, o organismo inicia a produção de anticorpos para combater o vírus.

“Nessa fase pode aparecer febre, mal estar, inchaço nos gânglios. Esses sintomas podem parecer de outras doenças e podem, inclusive, passar despercebidom. Após essa fase, vai iniciar o período marcado pela interação do vírus com as células de defesa, aí o HIV se instala nelas, se multiplica e vai destruindo estas células de defesa”, alerta.

Beatriz Maciel esclarece que o HIV pode se multiplicar no corpo por anos, enfraquecendo gradualmente o sistema imunológico. Isso torna o organismo vulnerável a infecções que seriam normalmente inofensivas para pessoas sem o vírus.

Tratamento

A médica destaca que, embora ainda não exista cura para o HIV, os avanços científicos permitem que pessoas com o vírus mantenham uma boa qualidade de vida. O tratamento envolve acompanhamento regular com profissionais de saúde, realização de exames de carga viral e CD4, além do uso contínuo de medicamentos antirretrovirais.

“O uso desse medicamento, realizado de forma constante, adequada e sem abandono é capaz de fazer com que a pessoa vivendo com o HIV alcance a chamada carga viral indetectável, ou seja, ela tem uma quantidade no organismo tão baixa que nem os exames são capazes de detectar”, explica.

Segundo a especialista, as evidências científicas mostram que pessoas com HIV e com carga viral indetectável não transmitem o vírus e conseguem levar uma vida normal.

Prevenção

Vale destacar que a melhor estratégia para prevenir o HIV e a Aids é a prevenção combinada. Esta abordagem integra estratégias biomédicas, comportamentais e estruturais, baseando-se em direitos humanos e evidências científicas. Além disso, leva em conta o contexto social das pessoas mais vulneráveis, visando maximizar o impacto na redução de novas infecções pelo HIV.

Beatriz reforça que a prevenção oferece opções individuais, eficazes para a proteção contra o HIV. “Então, a prevenção combinada consiste em testar regularmente para HIV todas as outras pessoas com outras ISTs, como sífilis e hepatites virais. Outra estratégia é a profilaxia pós-exposição ao HIV. Aquelas pessoas que, por ventura, se expuseram, seja porque tiverem uma relação sexual, consentida, desprotegida ou foi exposto a uma violência sexual, tem acesso a profilaxia pós exposição”, ressalta.

Outras estratégias de prevenção:

  • Profilaxia Pré-Exposição (PrEP): Voltada para grupos específicos.
  • Prevenção da Transmissão Vertical: Evita a transmissão de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação. Inclui tratamento adequado para mulheres com HIV e oferta de fórmula infantil, pois essas mães não devem amamentar.
  • Imunização: Vacinação contra hepatite B e HPV.
  • Redução de Danos: Diagnóstico e tratamento imediato de pessoas com ISTs e HIV.

Onde buscar tratamento

  • Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin – antigo Hospital Dia da Asa Sul)
  • Policlínicas de Taguatinga, Ceilândia, Planaltina, Paranoá, Gama e Lago Sul
  • Ambulatórios de infectologia dos hospitais de Base, Regional de Santa Maria (HRSM), Regional de Sobradinho (HRS) e Universitário de Brasília (HUB).

Além desses locais, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) fazem testes rápidos e oferecem preservativos e gel lubrificante durante todo o ano.
 

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21/08/2023 07:00h

Foi observado um aumento de 62 casos/100 mil habitantes em 2018 para 68 casos/100 mil habitantes em 2022

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Entre 2018 e 2022, o Distrito Federal registrou 10.656 casos de sífilis adquirida, com um aumento na detecção da doença de 62 casos/100 mil habitantes em 2018 para 68 casos/100 mil habitantes em 2022. Esse período também registrou 4.180 casos de sífilis em gestantes e a taxa de sífilis congênita subiu de 8 para 11 casos por mil nascidos vivos, o que apresenta um crescimento médio anual nas notificações de 21,6%.

Beatriz Maciel Luz, gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist), destaca que o Ministério da Saúde reconhece estados e municípios com selos de boas práticas mesmo que não tenham atingido metas de eliminação de transmissão vertical de HIV ou sífilis, mas que apresentam indicadores com metas gradativas. 

Devido à organização do Distrito Federal, que não é classificado como estado ou município, foi criada a comissão distrital permanente para a certificação da eliminação da transmissão vertical da sífilis.

“Dessa forma, nós criamos a possibilidade da certificação local por região de saúde aqui no DF, então assim, cada região poderá ser avaliada individualmente levando em consideração as suas especificidades, as suas ações e estratégias que estão sendo utilizadas para a redução dos casos de sífilis congênita”, ressalta. 

A comissão será composta por representantes da Coordenação de Atenção Primária à Saúde (Coaps), da Rede Cegonha, da Gevist e do Comitê Central de Investigação da Transmissão Vertical. Beatriz Maciel explica que a comissão tem como objetivo certificar as regiões de saúde que atendam os critérios e os indicadores previamente estabelecidos. 

Riscos da transmissão vertical

“O objetivo da comissão é certificar as regiões de saúde que atendam a esses critérios e indicadores previamente estabelecidos para eliminar a transmissão vertical da sífilis, espelhando então o trabalho da comissão nacional de validação do Ministério da Saúde”, pontua.

Segundo a gerente da Gevist, a sífilis congênita ainda é um grande problema de saúde pública e a certificação é uma possibilidade de estimular a organização de processos de trabalho que visam garantir a melhoria da assistência no pré-natal, prevenção à sífilis e as outras ISTs, diagnóstico e tratamento da doença, a fim de se evitar a transmissão vertical.

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Saúde
17/07/2023 17:00h

A ausência de números dificulta o controle dos casos, afirma especialista

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A ausência de números sobre clamídia e gonorreia dificulta o controle das doenças. Na opinião do médico urologista Diogo Mendes, não ter dados claros atrapalha na vigilância dos casos. “O fato de não haver notificações não dificulta o tratamento, mas as informações são importantes para ter controle da doença. É necessário ter números brasileiros, mas eles não estão disponíveis de uma forma clara”, salienta.

Conforme o Ministério da Saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que só em 2020 mais de um milhão de pessoas, com idade entre 15 e 49 anos, foram contaminadas por infecções sexualmente transmissíveis curáveis, como clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase.

A clamídia e a gonorreia são infecções sexualmente transmissíveis (IST) causadas pelas bactérias Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, respectivamente. Os órgãos genitais, a garganta e os olhos são as regiões mais afetadas. De acordo com o Ministério da Saúde, não existem dados sobre clamídia e gonorreia por não serem doenças de notificação compulsória, ou seja, que necessitam de comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados.

Por ser uma doença transmitida pelo ato sexual, o especialista diz que a frequência do número de casos acaba sendo maior no público jovem, que é o mais ativo. Diogo Mendes conta que atende muitos pacientes nessa faixa etária: “Percebe-se uma incidência maior em jovens e também nas pessoas que têm um comportamento sexual ativo com várias pessoas, além de usuários de drogas”, relata.

Uma portaria do Ministério da Saúde vai permitir a distribuição, em todo o Brasil, de testes para detecção de clamídia e gonorreia. Eles serão ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de maneira definitiva em mais de 80 laboratórios. Os exames já fazem parte da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e Órtese, Prótese e Meios Auxiliares de Locomoção (OPM) do SUS, mas, para que os estados e municípios fizessem a aquisição dos testes, faltava uma estratégia para a implantação da testagem nos serviços de apoio diagnóstico e terapêutico das Redes de Atenção à Saúde (RAS) do país. A medida permite que os serviços possam realizar a coleta de amostras e encaminhá-las aos laboratórios de referência.

Tratamento e prevenção

O médico urologista Diogo Mendes explica que a clamídia e a gonorreia são infecções passadas por contato sexual e infectam, habitualmente, a uretra, tanto masculina quanto feminina, podendo ter também uma infecção nos olhos e na garganta. Contudo, o especialista diz que existe uma diferença.

“A gonorreia dá no homem uma uretrite, uma secreção uretral, com uma ardência que permanece de cinco a sete dias, após o ato sexual. Já a mulher não tem sintomas ou tem mínimos sintomas com a infecçao da gonorreia. Por isso, a mulher pode transmitir a gonorreia sem saber. Por outro lado, a clamídia dá na mulher um sintoma muito grande de ardência para urinar, corrimento, incômodo. E o homem tem pouquíssimos sintomas relacionados à clamídia, um discreto ardor na uretra e uma discreta secreção uretral que ocorre no final do dia e no final da noite”, esclarece.

Segundo o especialista, a melhor forma de prevenção é por meio do uso de preservativos durante as relações, tanto masculino quanto feminino. Na presença de qualquer sintoma, Mendes recomenda procurar um serviço de saúde para o diagnóstico correto e a indicação do tratamento com o antibiótico adequado.

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