As feridas que surgem nas pernas e nos pés, na maioria das vezes, são causadas por problemas da circulação e problemas vasculares. Quando sofremos algum trauma ou machucado nas pernas, é comum o surgimento de uma ferida, mas se a nossa circulação for saudável, em alguns dias ela estará cicatrizada. Entretanto, algumas feridas podem continuar abertas sem melhorar ou até mesmo piorar ao longo do tempo, as chamadas feridas crônicas. Em geral elas ocorrem por conta de problemas da circulação ou por infecções não tratadas ou por curativos e tratamentos inadequados da ferida.
Uma das principais causas dessas feridas são as úlceras arteriais. Essas úlceras ocorrem devido à obstrução nas artérias das pernas, que resulta na redução do fluxo de sangue com nutrientes e oxigênio necessários para a cicatrização dos tecidos. Essa situação faz com que as feridas piorem ao longo do tempo e desenvolvem necrose, que é a morte dos tecidos. Se houver infecção, pode ocorrer a necessidade de amputação do membro.
Outra principal causa para as feridas nas pernas é o diabetes e isso ocorre por diversos fatores, um deles é a redução da atividade das células de defesa do corpo contra as infecções, além disso, ele vai agredindo as artérias e nervos do corpo ao longo dos anos e a região mais afetada são as pernas e os pés. A lesão dos nervos causada pelo diabetes é conhecida como neuropatia diabética, os altos níveis de glicose no sangue dos diabéticos lentamente vão destruindo os nervos dos pés e das pernas e isso causa uma série de consequências como a perda da sensibilidade, uma pele mais seca e uma deformidade dos dedos do pé.
Pela história clínica e pelo exame físico detalhado, na maioria das vezes já é possível chegar no diagnóstico e em alguns casos, exames como ultrassom, teste de sensibilidade neurológica e até mesmo a arteriografia podem ser necessários.
O tratamento das feridas deve focar em dois pontos, na identificação da causa e nos cuidados gerais com a ferida. Para a ferida, todas devem ficar cobertas e protegidas com curativos e serem lavadas com soro fisiológico e antissépticos neutros, é muito importante manter a higiene nas trocas de curativo. O tipo de curativo usado depende do aspecto de cada ferida, as que são mais secas devem receber curativos com hidratantes e as que possuem mais secreção devem ser tratadas com curativos com maior capacidade de absorção. Em alguns casos, curativos a vácuo ou com pressão negativa são necessários, mas cada caso necessita de uma avaliação específica.
Pessoas com diabetes têm mais risco de desenvolver feridas nos pés e, por isso, é importante ter alguns cuidados:
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O maior receio de quem tem diabetes tipo 2 é desenvolver as complicações que a doença pode causar no longo prazo. No entanto, é possível reduzir esse risco controlando não apenas a glicose no sangue, mas também outros fatores de risco, como pressão arterial e colesterol alto. A avaliação desses parâmetros é feita através das consultas regulares e da realização de alguns exames tanto para avaliar se as metas de controle desses parâmetros estão sendo atingidas, quanto para identificar o mais rápido possível o aparecimento de complicações.
Para os pacientes que não utilizam insulina, geralmente são suficientes a medição da glicemia em jejum e o teste de hemoglobina glicada, ambos feitos por meio de exames de sangue. Lembrando que a hemoglobina glicada é um exame que representa sua média de glicose no sangue dos últimos três meses.
Por outro lado, os pacientes que fazem uso de insulina precisam de uma avaliação mais abrangente. Além da glicemia em jejum e da hemoglobina glicada, é necessário monitorar os níveis de glicose no sangue de forma mais frequente, seja através de testes de glicemia capilar, a chamada ponta de dedo, ou monitoramento contínuo da glicose no tecido subcutâneo através de aparelhos.
As dosagens no sangue da glicemia de jejum e hemoglobina glicada devem ser realizadas a cada três a quatro meses. O controle do colesterol também é muito importante no paciente com diabetes e deve ser avaliado a cada seis meses com dosagens do sangue.
Ao menos uma vez por ano, o paciente com diabetes deve ser avaliado quanto a presença de fatores cardiovasculares como pressão alta, idade, histórico familiar de doença cardiovascular precoce e outros parâmetros e a partir disso, avaliar a necessidade de outros exames cardíacos.
Sabendo quais fatores de risco o paciente apresenta, ele é classificado em baixo, intermediário, alto ou de muito alto risco de doença cardiovascular. Nos casos de alto ou muito alto risco, cabe ao médico intensificar as mudanças de estilo de vida, o tratamento do colesterol e introduzir medicamentos para diabetes que ajam de forma mais efetiva e também na prevenção desses eventos cardíacos.
O acompanhamento do paciente diabético deve ser feito de perto com consultas regulares e exames frequentes, não se agendar e programar os seus atendimentos conforme a orientação do seu médico, e principalmente, não perca o segmento com o seu médico e não falte nas consultas.
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Reunião em família, comidas apetitosas e troca de ovos de chocolate fazem parte da tradição da Páscoa. A data, no entanto, acende o alerta para quem precisa manter uma alimentação mais restrita. É o caso das pessoas com diabetes. A doença afeta mais de 13 milhões de pessoas no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SDB). O médico endocrinologista, Flavio Cadegiani, especialista em endocrinologia e metabolismo, dá dicas de como se manter saudável no período de celebração.
“Evitar fazer dietas com grandes quantidades de arroz, massas, se for consumir ovos de Páscoa. Ovos com maior percentual de cacau também são mais importantes do que ter ou não açúcar. Acima de 70% de cacau você tem aquela relação 70% cacau, 30% não cacau — e com isso você tem boas gorduras que são nutritivas e você diminui o índice glicêmico”, afirma
Além de priorizar ovos de Páscoa com maior teor de cacau, é importante também consumir fontes de proteína e de fibras como saladas, antes de comer o chocolate; e evitar refeições pesadas e grandes quantidades de bebidas alcoólicas, segundo o endocrinologista. Ele alerta que a necessidade de uma pessoa com diabetes evitar açúcar é próxima a de quem não tem a doença.
“Ficou no século XX isso de não poder comer mais açúcar. Então se a pessoa não depende de insulina, pode consumir açúcar, igual quem não tem diabetes. Desde que ela se atente, não tenha nenhuma descompensação. E se ela usa insulina, o ideal é que ela faça o que a gente chama de contagem de carboidratos e aplique a quantidade de insulina para aquela quantidade de açúcar que ela vai consumir”, explica Cadegiani.
Segundo a SDB, o carboidrato é o nutriente que tem o maior efeito na glicemia — concentração de açúcar no sangue. A totalidade consumida se transforma em açúcar. Por isso, a contagem de carboidratos é importante. Trata-se de uma estratégia nutricional que oferece mais flexibilidade para a alimentação de pessoas com diabetes. O objetivo é encontrar um equilíbrio entre a glicemia, a quantidade de carboidratos ingerida e a quantidade de insulina necessária. No manual de contagem da SDB é possível saber mais detalhes.
Quem não tem diabetes também deve ficar atento à alimentação e aproveitar a Páscoa com moderação. É o que afirma o médico especialista em nutrologia Yuri Elias. Ele destaca que a alimentação está intimamente ligada à saúde e, por isso, é fundamental para prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida. O especialista recomenda escolher chocolates sem açúcar; com maior proporção de cacau; ou até mesmo opções vendidas por marcas de suplemento que, além de não ter açúcar, tem proteína.
“Tendo esse tipo de cuidado, a gente consegue ter uma alimentação balanceada, mais saudável e ainda assim gostosa. Que a gente consiga compartilhar com os amigos, com a família, que seja tudo prazeroso e que não tenha nenhum tipo de restrição, que faça mal, que fique um pouco mais chato, que a pessoa não consiga manter em um longo prazo”, afirma o nutrólogo.
Causada pela falta ou incapacidade de ação do hormônio insulina responsável por quebrar as moléculas de açúcar, a doença pode afetar os nervos periféricos, que transitam informações entre o cérebro e o corpo; causar complicações bucais, como gengivite e — em casos mais graves — pode levar à morte.
Atividades físicas regulares, alimentação saudável e evitar o consumo de álcool, tabaco e outras drogas podem ajudar a prevenir a doença, conforme recomenda o Ministério da Saúde. O órgão aponta outros fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento do diabetes:
Os problemas crônicos de saúde, como a diabetes, podem aumentar as chances de desenvolver um quadro mais grave nos casos de dengue. É o que revela um estudo publicado pela revista científica holandesa Elsevier. Conforme a pesquisa, O risco de hospitalização de pessoas com diabetes que contraíram dengue é de 63%. Enquanto os não diabéticos possuem, em média, 38% de risco de terem que ficar internados.
Para o estudo, foram avaliados 936 pacientes diagnosticados com dengue, sendo que 184 eram diabéticos e 752 não diabéticos. O médico endocrinologista Flavio Cadegiani explica que a diabetes pode potencializar quadros de inflamação, como as infecções por dengue.
“A diabetes é uma doença muito inflamatória, então ela potencializa a infecção causada pela dengue. Os estudos mostram potencial chance de complicações secundárias às questões de redução de plaquetas e da forma hemorrágica por um potencial sinergismo. Como se a diabetes potencializasse a capacidade da dengue de causar dano”, explica.
Ainda de acordo com o estudo, as pessoas com diabetes eram idosas. Segundo o médico infectologista Werciley Júnior, pessoas idosas são mais suscetíveis a desenvolver a dengue grave porque neste grupo a prevalência de doenças crônicas é maior.
“A dengue pode descompensar as doenças prévias. Então, automaticamente torna-se uma pessoa mais difícil de cuidar, porque você tem que compensar doenças preexistentes. Então, a doença crônica é um fator de risco, porque há chance de ela estar estável e ficar instável é muito grande”, completa.
De acordo com um levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde em novembro de 2023, 88,6% das mortes confirmadas no ano passado apresentavam pelo menos uma comorbidade, sendo as mais prevalentes a hipertensão arterial, com 53,3%, seguida da diabetes, com 28,8%. Desse total, houve predomínio do sexo feminino, com 52% e idade média de 66 anos.
Os especialistas alertam sobre os riscos da dengue diante do atual cenário epidêmico no Brasil. Segundo o endocrinologista Flavio Cadegiani, pessoas que têm diabetes precisam ampliar as medidas de proteção contra a dengue.
“Tem que redobrar ainda mais os cuidados em relação à água parada e eu tenho recomendado, inclusive, evitar locais muito rurais até que a gente consiga ter uma redução dessa epidemia de dengue que a gente tem vivido. E a vacinação é recomendada até 60 anos. Só que a vacinação ela começa a fazer feito com 2 semanas. Então, neste período, até diante das dificuldades de disponibilização das vacinas, a precaução tem que vir em primeiro lugar. Mas assim que começar a ter disponibilização das vacinas, a vacinação se torna mandatória”, ressalta.
Moradora de Brasília, a babá Dirce de Carvalho, de 56 anos, tem diabetes e t
eve dengue em 2022. Ela conta que ainda não conseguiu se vacinar contra a dengue, mas que pretende assim que estiver disponível.
“Eu tive dengue e sofri muito. Os primeiros sintomas foram o estômago enjoado, muita dor de cabeça, muita dor no corpo e muita febre também. Eu não cheguei ficar internada, mas fiquei muito ruim de cama, não conseguia levantar para nada, não consegui comer nada e eu fiquei 8 dias muito mal, com muita dor. Eu não tomei a vacina ainda porque não tem na rede pública. Espero que venha a ter a vacina para todos nós, porque não é fácil. É uma doença que acaba com a pessoa”, relata.
Se a pessoa tiver dengue, Cadegiani explica que a orientação é buscar atendimento médico. Segundo ele, é preciso ficar atento aos chamados sinais de alarme para as formas mais graves da doença, como vômitos, dor abdominal intensa e hemorragias.
“Em caso de dengue, é preciso hidratar muitíssimo bem, tentar manter um bom controle glicêmico com a sua terapia. Manter uma alimentação saudável sem exagerar em carboidratos para não piorar a glicemia, que também pode ser fator agravante. E, ao menor sinal de complicação, buscar atendimento médico. Pacientes com diabetes devem ter preferência para atendimento médico em relação a pessoas que não têm complicações comorbidades”, diz.
Conforme o painel epidemiológico do Ministério da Saúde, o Brasil já registrou 973.347 casos prováveis de dengue em 2024 e 195 mortes pela doença. Outras 672 mortes estão sob investigação.
Conforme a pasta, o país tem um coeficiente de incidência de 479,3 casos a cada 100 mil habitantes. Distrito Federal, Minas Gerais, Espirito Santo, Paraná, Goiás e Acre apresentam as maiores taxas de incidência da doença.
O estado de Minas Gerais é o que apresenta o maior número de casos prováveis com 332.306. Em seguida aparecem São Paulo (170.017), Distrito Federal (100.078), Paraná (98. 432), e Goiás (58.201).
É importante saber que a diabetes que hoje está controlada, daqui a dois meses pode não estar mais, isso porque a diabetes evolui com o tempo, e pode piorar mesmo com os mesmos hábitos que costumava ter, por isso é importante o acompanhamento contínuo com o médico.
Outro ponto importante é que a meta de controle do diabetes é diferente para cada pessoa, vai depender das características de cada paciente, como por exemplo, a idade de cada um.
Para avaliar se o diabetes está sob controle, existem três maneiras: a coleta do exame de sangue, pela glicemia capilar (gotinha de sangue da ponta do dedo) e através da monitorização contínua da glicose por meio de um senso subcutâneo.
No sangue é possível medir a glicemia de jejum que informa como está a glicemia apenas no momento da coleta, a hemoglobina glicada, uma proteína circulante do sangue que informa a média da glicose dos últimos três meses, e a frutosamina, que é outra proteína, mas que informa a média da glicose dos últimos 14 dias.
De maneira geral, sabemos que a diabetes está controlada quando a glicemia de jejum está abaixo de 130 e com a hemoglobina glicada abaixo de 7%. Já em relação a glicemia capilar, aquela medida pelo sangue da pontinha do dedo, é feita a medida da glicose na gota de sangue e a leitura é realizada por um aparelho chamado glicosímetro, ela mostra a glicose do sangue naquele momento e pode ser realizada várias vezes ao dia.
E por último, a monitorização contínua de glicose através da leitura no subcutâneo, que é aquele aparelho redondo que costumamos ver no braço de algumas pessoas. Esse sensor é introduzido por baixo da pele e realiza a leitura das células de glicose daquela região e se conecta a um leitor, geralmente um aplicativo de celular, que ao passar na frente do sensor, é informado a glicose local a cada 5 minutos. Dessa forma, é possível ter a variação da glicose durante o dia todo.
Existem vários meios de medir a glicose, desde o exame de sangue até a monitorização contínua, mas somente o médico dirá se o controle está bom ou não.
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A semana conta com debates importantes no Congresso Nacional. Está previsto para ser votado nesta terça (7), às 9h, o texto da reforma tributária, do relator Eduardo Braga (MDB-AM), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Na tarde do mesmo dia, na Comissão Mista do Orçamento (CMO), deve acontecer a votação do relatório da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2024, que prevê as prioridades do governo na elaboração do plano orçamentário.
Com a reforma, a principal mudança será a extinção de cinco tributos, três federais: PIS, Cofins e IPI, que serão substituídos pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), e a unificação do ICMS e ISS, que passa a ser Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).
O advogado e professor de direito tributário André Felix de Oliveira explica que a reforma visa beneficiar principalmente a indústria, mas alerta que o objetivo só será alcançado se não houver barreiras na cadeia produtiva. “O tributo deve fluir no decorrer na cadeia produtiva, não deve ter isenções, benefícios fiscais, tratamento diferenciado, para que o imposto flua de forma fracionada até o consumidor final”, analisa.
A expectativa é que o tema seja aprovado na CCJ ainda no mesmo dia e levado ao plenário do Senado, também para votação, entre quarta (8) e quinta-feira (9).
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Uma audiência pública para debater o PL 4248/20, sobre universalização de acesso à energia elétrica na Amazônia Legal, também marca a terça-feira na Comissão de Minas e Energia, da Câmara dos Deputados.
E em referência ao Dia Mundial da Diabetes (14 de novembro) será promovido o fórum "Diabetes em Foco: compreendendo e gerenciando a doença”, pela Comissão de Saúde da Câmara, que receberá convidados de diversas áreas. O pedido para realização do debate foi apresentado pela deputada Flávia Morais (PDT-GO). Atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas vivem com doença, o que representa 6,9% da população nacional, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes,
Na quinta-feira (9), a partir das 10h, acontece a reunião técnica “Inteligência Artificial e Influências no Mundo do Trabalho”. O estudo é do deputado Hélio Lopes (PL-RJ) e tem o objetivo de analisar e sugerir aperfeiçoamentos para os programas e políticas de inclusão digital para a geração de emprego e renda.
O tema é amplamente discutido na sociedade, até mesmo pelo medo da substituição da mão de obra pela inteligência artificial. De acordo com o professor Gilson Leal, especialista em inteligência artificial, as novas tecnologias têm a capacidade de deixar os profissionais muito mais criativos e velozes: “É só uma questão de a gente aprender a usar com responsabilidade, com ética, e entender que é para nos ajudar e é programada pelos próprios seres humanos. O nome assusta um pouco, eu tenho essa missão de desmistificar que é uma invenção fora do controle”, afirma.
Na sexta-feira (10), a partir das 13h30, um seminário da Subcomissão de Apoio às Micros e Pequenas Empresas vai debater o desenvolvimento desses negócios. O ministro das Micro e Pequenas Empresas, Márcio França, e o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, confirmaram presença.
Uma das medicações usadas no tratamento do diabetes é a insulina. Uma medicação aplicada por injeção e que requer alguns cuidados especiais, e por esse motivo, muitos pacientes deixam de usá-la corretamente. Neste episódio, o endocrinologista Rafael Pergher fala sobre os cuidados que devem ser tomados na hora de usar a insulina.
A insulina é um dos medicamentos usados durante o tratamento do diabetes tipo 1. Em alguns casos, pode-se usar este medicamento para tratar diabetes tipo 2 e controlar a glicemia.
Por se tratar de uma medicação inserida através de injeção, alguns pacientes diabéticos têm receio e medo de fazer o uso. Mas, atualmente existem agulhas menores e canetas de aplicação que facilitam a aplicação do medicamento e geram menos incômodo. Porém esses dispositivos não são de fácil acesso para grande parte da população brasileira.
Existem diferentes tipos de insulinas com diferentes tipos de ação, muitos pacientes utilizam até dois tipos de insulina, por isso, é muito importante sempre seguir a receita médica, respeitando as doses e os horários.
A aplicação pode ser feita através de uma seringa ou de uma caneta. O primeiro passo é escolher a parte do corpo onde será feita a aplicação, pode ser na barriga, na parte lateral das coxas, nádegas ou braço.
Em seguida, faça uma “prega” na pele e insira a agulha, aplique o líquido até o final e conte 5 segundos, depois solte a pele e retire a agulha, ao final, descarte a agulha que foi utilizada.
Se você precisa fazer o uso da insulina três ou mais vezes ao dia, o ideal é adotar a prática de rodízio dos locais de aplicação. Pode até aplicar sempre na mesma região, mas nunca no mesmo local exato da aplicação anterior. Usar a mesma área por muito tempo, pode provocar caroços ou depósitos de gordura que podem prejudicar a absorção da insulina.
O único efeito colateral do uso da insulina, é a hipoglicemia, que é quando o açúcar no sangue fica muito baixo. Por isso, todo diabético que faz o uso da insulina deve ter um aparelho para medir a glicose do sangue.
Caso apresente sintomas como palpitações, sudorese, tremores e muito sono, você deve medir sua glicemia. Se o valor for abaixo de 60, consuma um copo de água com uma colher de sopa de açúcar ou qualquer outro alimento que contenha carboidrato.
Se o paciente com hipoglicemia esteja inconsciente, ele deve ser levado imediatamente para um pronto socorro, não o alimente de forma alguma
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Muitas pessoas ficam chateadas ao receber o diagnóstico de diabetes devido a muitos fatores, e um deles é saber que se trata de uma doença crônica e que irá necessitar de tratamento contínuo. Mas será que é possível reverter um quadro de diabetes tipo 2?
A princípio a resposta é sim. Em determinadas situações, é possível reverter o quadro de diabetes tipo 2. Existem algumas abordagens que podem ser adotadas nesse processo:
Após essas fases iniciais, adotar uma alimentação saudável desempenha um papel crucial no controle e na melhora do diabetes tipo 2. É fundamental seguir uma dieta equilibrada, com foco em alimentos nutritivos, como frutas, legumes, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis. Pessoas que já estão em uma dieta restritiva devem buscar orientação de um especialista para garantir que sua alimentação continue atendendo às necessidades nutricionais adequadas.
Além da alimentação, a prática regular de atividade física, a manutenção de um peso saudável e o gerenciamento do estresse também desempenham um papel importante no controle e na reversão do diabetes tipo 2.
É fundamental ressaltar que cada caso é único, e o tratamento do diabetes tipo 2 deve ser individualizado, considerando as necessidades e condições de cada pessoa. Sempre consulte um médico ou especialista para receber orientações personalizadas e adequadas ao seu caso específico.
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A obesidade não está relacionada apenas a um comportamento. Ela é uma doença, um distúrbio metabólico, genético, que pode ser influenciado por fatores comportamentais e ambientais, segundo o doutor em endocrinologia clínica, Flavio Cadegiani. Ele explica que a obesidade está relacionada à disfunção do tecido adiposo.
“A célula de gordura quando aumenta de volume quando ela hipertrofia, ela aumenta a produção de produtos inflamatórios que inflamam o corpo inteiro, além disso quanto maior o volume da célula de gordura, mais ela atrai macrófagos — células imunológicas, que por si vão produzir ainda mais fatores inflamatórios. Hoje, a gente fala que o conceito de obesidade ele é centrado na disfunção do tecido adiposo que é o tecido de gordura”, informa.
A genética é responsável em 70% para o desenvolvimento da obesidade, conforme dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Mas esse cenário pode mudar. Cadegiani diz que já existe uma nova medicação para tratar obesidade e sobrepeso, vista por cientistas como promissora, por apresentar resultados melhores que os remédios existentes no mercado, a chamada Retatrutida.
“O medicamento ainda está em desenvolvimento, mas já é o tratamento com maior eficácia já visto para obesidade. É o primeiro medicamento que tem potencial de ter quase uma equivalência em relação à cirurgia bariátrica”. Ele está otimista com os trabalhos. “Se der tudo der certo na fase 3, talvez em 4 ou 5 anos ele deve ser disponibilizado”, avalia.
No código genético humano, mais de 400 genes estão relacionados ao processo de alimentação e saciedade. Desde o metabolismo, apetite e distribuição corporal de gordura. No Brasil, um em cada 4 indivíduos maiores de 18 anos tem obesidade, o que corresponde a aproximadamente 41,2 milhões de pessoas. E mais da metade dos adultos apresenta excesso de peso 60,3%, o que representa 96 milhões de pessoas, conforme a Pesquisa Nacional de Saúde de 2020. O público feminino tem maior prevalência (62,6%) do que o masculino (57,5%).
O último relatório do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, mostra que a frequência de adultos com excesso de peso variou entre 49,3% em São Luís e 64,4% em Porto Velho. As maiores frequências de excesso de peso foram observadas, entre homens, em Porto Velho (67,5%), João Pessoa (66,5%) e Manaus (65,2%) e, entre mulheres, em Manaus (61,8%), Porto Velho e Belém (61,0%). As menores frequências de excesso de peso, entre homens, ocorreram em Salvador (50,8%), São Luís (51,4%) e Vitória (55,8%) e, entre mulheres, em Palmas (45,0%), Teresina (46,4%) e São Luís (47,5%).
O Atlas Mundial da Obesidade 2023 revela um aumento na prevalência da obesidade em todo o mundo. Para o Brasil, a estimativa é de que 41% dos adultos terão obesidade em 2035. O crescimento anual da obesidade entre adultos é de 2,8%, enquanto na infância, a taxa atinge 4,4% ao ano até 2035. A projeção para 2035 é de que 1 em cada 4 pessoas conviverá com a doença. Isso representa mais da metade da população mundial, sinaliza a pesquisa.
Para o diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Fábio Moura, é muito importante combater a obesidade de todas as formas, principalmente avançando em estudos de medicamentos que ajudem a reduzir os casos. “A obesidade é hoje um das principais preocupações. Há um aumento exponencial do número de casos e com isso vai acontecer um aumento exponencial das doenças que decorrem da obesidade como a diabetes tipo 2, a doença hepática gordurosa não alcóolica, a apneia do sono, o aumento do risco de câncer, tudo isso vai aumentar com o aumento do número de casos de obesidade”, alerta.
Na opinião do endocrinologista, para tratar a obesidade é necessária uma mudança no estilo de vida do paciente. Ele explica que a prevenção é feita com alimentação saudável e uma rotina de atividade física, por exemplo. “A atividade física bem feita ela é muito melhor para prevenir o ganho de peso do que para ter perda, tem muito atleta que tem obesidade porque eles pararam de treinar e não pararam de comer. Então a atividade física ela é muito importante para a prevenção da obesidade, uma atividade física bem feita e regular, uma boa alimentação, não precisa ser rigoroso, mas precisa manter o hábito de uma alimentação saudável, segurar carboidratos, açúcar”, observa.
O especialista conta que é preciso humanizar e individuaizar o tratamento. “Entramos com os medicamentos depois que o paciente tenta todas as formas de mudança de estilo de vida, principalmente com alimentação e com atividade física, e, muitas vezes, não consegue ter uma perda significativa de peso. Acontece que, nem sempre, a pessoa está motivada e a gente deve entender isso também", ressalta Flavio Cadegiani.
Segundo o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), atualmente, o Brasil possui aproximadamente 16,8 milhões de adultos entre 20 e 79 anos de idade portadores de diabetes, o que o torna o 5º país em incidência de diabetes no mundo, ficando atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.
Com o objetivo de amenizar essa situação, no dia 12 de abril foi lançada a Frente Parlamentar Mista para a Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Diabetes, uma iniciativa da deputada Flávia Morais (PDT – GO).
“Nós vamos estar atuando em todo o território nacional através dos parlamentares representantes e vamos fazer uma articulação muito forte junto aos órgãos do executivo federal, junto ao judiciário, aos outros órgãos para que a gente possa garantir o direito da população brasileira a esse tratamento, ao acompanhamento desta doença”, expôs.
Karla Melo, coordenadora do Departamento de Saúde pública da sociedade brasileira de diabetes, explica que diabetes é uma doença crônica, caracterizada pelo aumento da glicemia e que também pode se expressar pela presença de sinais e sintomas, tais como:
“Mas a sua característica principal é a glicemia elevada que é identificada em exame laboratorial ou durante rastreamentos usando a glicemia capilar, mas que posteriormente precisa ser confirmado pelo exame laboratorial”, explica.
A coordenadora informa que a glicemia em pessoas que não possuem diabetes, variam entre 70 a 99 miligramas por decilitro. Indivíduos com glicemia de jejum alterada ou pré-diabetes, tendem a ter uma taxa de 100 a 125 miligramas por decilitro e glicemias iguais ou superiores a 126, são caracterizadas como diabetes, porém o exame precisa ser repetido para ter certeza do diagnóstico.
Karla Melo explica que os tipos de diabetes mais comuns são os tipos 1 e 2, mas também existem outros como a diabetes gestacional e a pré-diabetes.
Diabetes Tipo 1 - Diagnosticado mais frequentemente em crianças e adolescentes, possui sintomas intensos o que gera um diagnóstico mais facilitado;
Diabetes Tipo 2 - Diagnóstico mais frequente em pessoas com mais de 45 anos e corresponde a 90% das pessoas com diabetes;
Diabetes gestacional - Caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue durante a gravidez e que, após o parto, pode se tornar a diabetes do tipo 2;
Pré-diabetes - Apresenta níveis de glicose no sangue mais altos do que o normal, mas ainda não são tão altos para ser caracterizada como diabetes do tipo 2.
O tratamento para a doença irá depender de acordo com o tipo de diabetes que o paciente possui.
Pacientes com diabetes Tipo 1 precisam de aplicações diárias de insulina para manter os níveis de açúcar no sangue dentro da faixa considerada normal. É recomendável possuir um dispositivo, conhecido como glicosímetro, em casa para medir com precisão a quantidade de glicose presente no sangue.
Para pacientes que possuem diabetes tipo 2, podem ser utilizados 3 tratamentos que irão variar de acordo com as necessidades específicas para cada caso, são eles:
Para tratar o diabetes gestacional é necessário um acompanhamento específico, com estimativas regulares da curva glicêmica, tendo que manter as taxas de açúcar em ordem com refeições fracionadas ao longo do dia e diminuir os alimentos gordurosos.
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