Investimento

07/12/2025 04:50h

Paulo Afonso e Lençóis receberão obras de ampliação e melhorias de segurança para impulsionar a economia local. A concessão foi arrematada pela GRU Airport

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Dois aeroportos regionais da Bahia (BA) receberão R$186,4 milhões em investimentos para obras de modernização. O aporte foi garantido pelo Programa AmpliAR, iniciativa do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), em leilão realizado na B3 no dia 27 de novembro.

Os terminais de Paulo Afonso e Lençóis foram arrematados pela concessionária GRU Airport, responsável pela administração do Aeroporto Internacional de Guarulhos, o maior do país. De acordo com a Pasta, as melhorias previstas devem elevar o padrão de atendimento ao passageiro, ampliar a segurança das operações e fortalecer a conexão de regiões com grande vocação turística e econômica.

O ministro Silvio Costa Filho ressaltou que o fortalecimento dos aeroportos regionais é prioridade para o Governo Federal: “o AmpliAr impulsiona as economias locais, gera emprego, movimenta o turismo e prepara o Brasil para um ciclo mais moderno e acessível de transporte aéreo”.

Paulo Afonso

Entre os 13 aeródromos licitados pelo programa, o Aeroporto de Paulo Afonso será contemplado com o maior volume de investimentos da concessão: R$106,2 milhões. As intervenções permitirão ampliar a capacidade para receber aeronaves de maior porte, aumentar a oferta de voos e garantir operações mais seguras e eficientes. O projeto prevê:

  • modernização completa do terminal de passageiros, com ampliação das áreas de embarque e desembarque;
  • readequação das pistas e pátios;
  • nova sinalização;
  • melhorias no balizamento noturno.
  • atualização dos sistemas de segurança operacional; e 
  • renovação da infraestrutura tecnológica. 

Localizada na divisa entre Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco, a região de Paulo Afonso reúne atrativos turísticos como os Canyons do São Francisco e se destaca também pelas atividades econômicas ligadas ao setor energético, ao comércio regional e aos serviços. 

Para o prefeito Mário Galinho, “Paulo Afonso tem um potencial gigantesco, e com o AmpliAR esse desenvolvimento finalmente ganha condições reais para avançar.”

Lençóis 

O Aeroporto de Lençóis, porta de entrada da Chapada Diamantina, contará com R$ 80,2 milhões para ampliar a capacidade e atrair novas rotas. A concessionária modernizará o terminal, a pista e os sistemas operacionais para garantir mais segurança e eficiência. 

Com a modernização, o município poderá receber mais visitantes, estimular novos investimentos e fortalecer a posição entre os principais destinos turísticos do país. Segundo a prefeita Vanessa Senna, “a modernização do aeroporto é um avanço fundamental para o desenvolvimento de Lençóis e consolida a Chapada da Diamantina como destino estratégico para o país.”

Programa AmpliAR

O Programa AmpliAR, idealizado pelo MPor, possibilita que concessionárias privadas assumam a gestão de aeroportos regionais deficitários mediante ajustes contratuais, como redução de outorgas ou extensão dos prazos de concessão.

A iniciativa tem como objetivo modernizar a infraestrutura aeroportuária, assegurar a estabilidade das operações e viabilizar novas rotas regionais.

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05/12/2025 04:45h

Serra Talhada, Garanhuns e Araripina serão contemplados com obras de ampliação e segurança, em concessão arrematada pela GRU Airport no leilão da iniciativa

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Três aeroportos regionais de Pernambuco (PE) serão contemplados com investimentos de R$82,2 milhões para obras de modernização. O aporte foi garantido pelo Programa AmpliAR, iniciativa do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), em leilão realizado na B3 no dia 27 de novembro.

Os terminais de Serra Talhada, Garanhuns e Araripina foram arrematados pela concessionária GRU Airport, responsável pela administração do Aeroporto Internacional de Guarulhos, o maior do país. Segundo a Pasta, os padrões de qualidade, tecnologia e segurança aplicados no principal hub da América do Sul devem ser adaptados à aviação pernambucana.

O processo segue para a fase de formalização contratual, prevista para ocorrer entre dezembro de 2025 e março de 2026, quando serão assinados os termos aditivos com a empresa. Em seguida, a nova operadora assume a gestão e dá início ao cronograma de melhorias.

Para o ministro Silvio Costa Filho, “levar a experiência de quem opera o maior aeroporto do país para o Sertão do Araripe, para o Pajeú e para o Agreste é um divisor de águas. Estamos encurtando distâncias e garantindo infraestrutura de ponta para que o turismo, o polo gesseiro e o comércio local possam voar mais alto, gerando emprego e renda para a nossa gente”.

Serra Talhada

O Aeroporto Santa Magalhães, em Serra Talhada, receberá o maior aporte do estado: R$ 40,5 milhões. Com pista de 1.800 metros, o terminal tem capacidade para aeronaves de maior porte e registrou movimentação superior a 5.500 passageiros em 2021.

Os recursos serão destinados à ampliação do terminal de passageiros, do pátio de aeronaves e do estacionamento. A prefeita Márcia Conrado destacou a importância da obra. “O aeroporto exerce papel fundamental no transporte de passageiros e no funcionamento de toda uma cadeia produtiva e cultural da região”.

Garanhuns

Conhecida como a “Suíça Pernambucana”, Garanhuns terá R$ 22,1 milhões destinados ao aeroporto local. O contrato estabelece a ampliação do pátio de aeronaves e do terminal de passageiros, além da construção de áreas de segurança na pista de 1.259 metros. As melhorias de infraestrutura visam preparar o terminal para receber um maior fluxo de turistas ao longo de todo o ano.

Araripina

No extremo oeste de Pernambuco, o terminal de Araripina receberá R$ 19,6 milhões em melhorias. O projeto de concessão prevê a ampliação do terminal de passageiros e do estacionamento, além da construção de áreas de segurança de fim de pista (RESA). Com faixa operacional de 1.247 metros, as adequações devem elevar a segurança operacional e permitir aumento na frequência de voos.

O prefeito de Araripina, Evilásio Mateus, comemorou o resultado: “Isso vai trazer investimento, modernizar e preparar o aeroporto para acompanhar o desenvolvimento de nossa cidade”.

Programa AmpliAR

O Programa AmpliAR, idealizado pelo MPor, possibilita que concessionárias privadas assumam a gestão de aeroportos regionais deficitários mediante ajustes contratuais, como redução de outorgas ou extensão dos prazos de concessão.

 A iniciativa tem como objetivo modernizar a infraestrutura aeroportuária, assegurar a estabilidade das operações e viabilizar novas rotas regionais.

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03/12/2025 04:40h

Principal obra do Novo PAC em Pernambuco, o projeto de expansão prevê elevar a capacidade de produção da refinaria para 260 mil barris por dia até 2029; evento contou com a presença do presidente Lula e do ministro Silvio Costa Filho

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O Governo Federal anunciou investimentos que podem chegar a R$ 12 bilhões na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), localizada no Complexo Industrial Portuário de Suape, em Ipojuca (PE). A cerimônia, realizada nesta terça-feira (2), contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

Principal obra do Novo PAC em Pernambuco, o projeto de expansão prevê elevar a capacidade de produção da refinaria para 260 mil barris por dia até 2029. A iniciativa deverá gerar cerca de 30 mil empregos ao longo da construção, considerada histórica para o estado.

Durante o evento, Costa Filho destacou a importância da integração entre a Rnest e Suape. “A Refinaria Abreu e Lima é uma das mais modernas do Brasil e depende diretamente de Suape para receber petróleo bruto e distribuir seus derivados. Investir aqui é fortalecer a segurança energética do país e garantir novas oportunidades de desenvolvimento para Pernambuco”, afirmou.

O presidente Lula ressaltou o papel estratégico da expansão para o desenvolvimento nacional. “A expansão da Rnest e o crescimento de Suape mostram que o Nordeste voltou a ser prioridade. O que vemos agora confirma a soberania do nosso país e a força da Petrobras, a nossa maior empresa, gerando desenvolvimento, dignidade e benefícios diretos ao povo brasileiro. Quando investimos em energia, logística e indústria, estamos investindo no povo e no futuro do Brasil”, disse.

Infraestrutura energética

A Petrobras vai investir o montante na conclusão do Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima e em atividades de manutenção do Trem 1. As obras devem adicionar 130 mil barris por dia à capacidade de processamento e a produção alcançará 260 mil barris diários até 2029.

Atualmente, a construção do Trem 2 mobiliza cerca de 5,7 mil trabalhadores e deve gerar, ao longo do empreendimento, aproximadamente 15 mil postos de trabalho diretos e indiretos. 

A ampliação elevará de forma expressiva a produção de derivados, com incremento de 88 mil barris diários de Diesel S10, além de gasolina, GLP e nafta. O aumento da oferta contribuirá para reduzir a dependência de importações e ampliar a autonomia energética do país.

O projeto segue diretrizes internacionais e incorpora tecnologias de menor impacto ambiental, com foco em:

  • confiabilidade operacional;
  • qualidade dos produtos;
  • baixo custo de manutenção;
  • eficiência energética;
  • uso racional de água; e
  • elevados padrões de segurança.

Integração logística

Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), dados recentes reforçam a relevância da usina de refino para o complexo portuário. Em setembro de 2025, o Porto de Suape movimentou 2,2 milhões de toneladas, alta de 10,33% em relação ao ano anterior

Já o granel líquido somou 1,4 milhão de toneladas, impulsionado pelo crescimento de 84,48% na movimentação de petróleo bruto, diretamente ligada às operações da Rnest.

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Infraestrutura
28/11/2025 04:45h

MPor garante investimentos privados para terminais do Nordeste e da Amazônia Legal e impulsiona a expansão da infraestrutura aeroportuária regional

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O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e a B3 realizaram nesta quinta-feira (27), em São Paulo, o primeiro leilão do programa AmpliAR, que assegurou R$ 731,6 milhões em investimentos privados para 13 aeroportos estratégicos do Nordeste e da Amazônia Legal.

A iniciativa prevê a inclusão de terminais regionais em contratos de concessão existentes, por meio de reequilíbrios econômico-financeiros, como redução de outorgas ou ampliação dos prazos de licença. De acordo com a Pasta, a concorrência ocorreu pelo critério de maior deságio, ou seja, o desconto aplicado sobre os parâmetros de receita e custos calculados pelo governo.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, classificou o leilão como “um marco histórico para a agenda de desenvolvimento do Brasil”. Segundo ele, o país passa de 59 para 72 concessões, com meta de superar 100 aeroportos concedidos nos próximos dois anos.

O secretário-executivo do MPor, Tomé Franca, destacou a importância da medida. “Estamos diante de um programa que não apenas coloca 13 novos aeroportos sob a gestão de importantes concessionárias que atuam no país, como também incorpora terminais regionais cuja modelagem apresentava enorme dificuldade para serem levados ao mercado”.

Para Franca, “quando falamos de concessão, não falamos apenas de limitação orçamentária do Estado, falamos de uma solução que traz eficiência, melhora a logística do país e gera oportunidades e empregos em todas as regiões”.

Aeroportos

Com o objetivo de elevar o nível de serviço e segurança, os contratos contemplam obras de modernização em pistas, terminais de passageiros e pátios. Entre os maiores investimentos estão:

  • Paulo Afonso (BA): R$ 106,2 milhões
  • Jericoacoara (CE): R$ 101,1 milhões
  • Lençóis (BA): R$ 80,2 milhões
  • Vilhena (RO): R$ 74,6 milhões

Outros aeroportos beneficiados incluem Barreirinhas (MA), Araguaína (TO), São Raimundo Nonato (PI), Cacoal (RO), Canoa Quebrada (CE), Serra Talhada (PE), Porto Alegre do Norte (MT), Garanhuns (PE) e Araripina (PE).

Fonte: MPor

Já os terminais de Itaituba (PA), Tarauacá (AC), Guanambi (BA), Barcelos (AM), Itacoatiara (AM) e Parintins (AM) não receberam propostas e permanecem sob gestão atual.

“O Programa AmpliAR é um modelo inovador e disruptivo, que coloca esses aeroportos sob gestão de operadoras de expertise, reputação e capacidade de trazer melhoria para a infraestrutura aeroportuária brasileira. Hoje é um marco, mas continuamos firmes no trabalho até que tenhamos todos os investimentos realizados e os aeroportos regionais com a infraestrutura que o nosso país merece”, destacou o secretário nacional de Aviação Civil, Daniel Longo.

Formalização

A formalização dos contratos está prevista para ocorrer entre dezembro de 2025 e março de 2026, quando será oficializada a incorporação dos novos aeroportos aos acordos e consolidados os cálculos de reequilíbrio. Em seguida, terão início as obras e a transferência da gestão operacional.

Aviação brasileira

Durante o evento, Costa Filho destacou ainda os avanços recentes da aviação brasileira, com a inclusão de mais de 30 milhões de novos passageiros.

“Em três anos do governo do presidente Lula, nós incluímos mais de 30% na aviação do país, ou seja, foram mais de 30 milhões de passageiros que passaram a voar. Houve crescimento de mais de 10% no turismo de lazer, mais de 15% no turismo de negócios e o turismo internacional, que tinha média histórica de 7 milhões de passageiros, está fechando 2025 com quase 10 milhões de turistas estrangeiros vindo para o Brasil”, afirmou o ministro.

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21/11/2025 18:30h

Iniciativa do MPor permite que concessionárias privadas assumam a gestão de aeroportos regionais deficitários em troca de reequilíbrios contratuais

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O município de Barcelos (AM), conhecido como a capital da pesca esportiva e maior em extensão territorial do estado, foi selecionado para o Programa AmpliAR, iniciativa do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) voltada à ampliação da conectividade aérea e ao desenvolvimento regional.

O AmpliAR permite que concessionárias privadas assumam a gestão de aeroportos regionais deficitários em troca de reequilíbrios contratuais, como redução de outorgas ou ampliação dos prazos de concessão. A medida visa modernizar a infraestrutura aeroportuária, garantir operações estáveis e viabilizar novas rotas regionais.

A sessão pública de abertura das propostas para a administração dos terminais incluídos na fase inicial do programa está agendada para o dia 27 de novembro, às 10h, na B3, em São Paulo (SP).

Segundo o secretário nacional de Aviação Civil, Daniel Longo, o AmpliAR “foi pensado para melhorar a conectividade entre cidades médias e pequenas e os grandes centros. No caso de Barcelos, trata-se de um aeroporto estratégico, que pode potencializar o turismo e impulsionar atividades econômicas importantes para o Amazonas, como a pesca esportiva e o ecoturismo”.

Turismo

O turismo representa um dos principais pilares da economia de Barcelos, município localizado a aproximadamente 400 quilômetros de Manaus (AM). Durante a temporada de pesca esportiva, que ocorre entre setembro e março, a cidade recebe turistas nacionais e estrangeiros, o que impulsiona o setor hoteleiro, os restaurantes, os serviços de transporte e o comércio local.

De acordo com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), nesse período, a população local praticamente dobra com a chegada dos turistas, mesmo diante das limitações de acesso, tendo em vista que o trajeto fluvial até a capital pode levar até 30 horas. O crescimento da demanda turística evidencia a necessidade de melhorias na infraestrutura de transporte.

Com a inclusão no Programa AmpliAR, Barcelos deverá receber investimentos no aeroporto local, com foco na ampliação da estrutura e no aumento da oferta de voos. A conexão aérea com Manaus, que leva cerca de 1h30, promete encurtar distâncias, facilitar o deslocamento e abrir novas perspectivas para o turismo, os negócios e o desenvolvimento regional.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou a importância da conectividade aérea para o desenvolvimento da Região Norte. 

Garantir que cidades amazônicas como Barcelos estejam conectadas ao restante do Brasil é investir em oportunidades, inclusão e desenvolvimento sustentável. A aviação regional tem um papel fundamental na integração nacional e na geração de emprego e renda, especialmente em regiões de difícil acesso”, disse.

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16/10/2025 04:50h

Estudo aponta gargalos em transporte, energia e saneamento e lista obras prioritárias para destravar o desenvolvimento da região

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Sete em cada dez empresários industriais avaliam a infraestrutura da Região Norte como regular, ruim ou péssima, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice, que chega a 74%, é significativamente superior à média nacional de 45%. Os dados integram o estudo Panorama da Infraestrutura – Região Norte, divulgado nesta quarta-feira (15) durante o evento Pré-COP30: O Papel do Setor Privado na Agenda de Clima, realizado em Brasília (DF).

O levantamento reúne informações sobre transportes, energia, saneamento e telecomunicações, além de propostas para melhorar a logística e a competitividade dos sete estados da região.

Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, a Região Norte tem papel estratégico no desenvolvimento sustentável no Brasil, devido à sua vasta extensão territorial, biodiversidade e abundância de recursos naturais. No entanto, o déficit de infraestrutura é um entrave que precisa ser superado

“As deficiências em rodovias, a baixa integração energética, os entraves no transporte hidroviário e as limitações no acesso a serviços essenciais impactam a qualidade de vida e elevam os custos logísticos, desestimulando investimentos”, avalia. “Fortalecer a infraestrutura da região, com respeito aos marcos legais e ambientais, é condição indispensável para atrair investimentos e estimular o crescimento industrial”, complementa.

De acordo com o especialista em Políticas e Indústria na CNI, Ramon Cunha, o estudo pode contribuir para orientar o desenvolvimento regional. “A expectativa é que o trabalho sirva como um importante instrumento para que a sociedade, investidores e planejadores de política possam priorizar aqueles projetos de maior impacto e interesse do setor industrial. Isso tudo é fundamental para a geração de emprego, de renda, de crescimento e desenvolvimento local”, detalha.

Gargalos e prioridades

O estudo da CNI aponta que o Norte enfrenta obstáculos logísticos e estruturais que comprometem a articulação entre seus polos produtivos. Rodovias em más condições – com trechos precários ou incompletos, quase ausência de ferrovias e hidrovias com grande potencial, mas sem investimentos em dragagem, sinalização e interligações modais estão entre os principais problemas. 

Entre as obras consideradas prioritárias estão a ampliação da Hidrovia Araguaia-Tocantins, com o derrocamento do Pedral do Lourenço, e a exploração de petróleo e gás na Margem Equatorial — nas bacias da Foz do Amazonas e do Pará-Maranhão. A entidade também destaca a conclusão da ponte sobre o Rio Xingu, na Transamazônica, a pavimentação do trecho central da BR-319 (Porto Velho–Manaus) e a implantação da Ferrogrão (EF-170).

“Se bem conduzidos, esses projetos podem integrar o interior da região aos mercados nacionais e internacionais, gerar emprego e renda e garantir segurança energética ao país”, afirma Alban.

Déficits em energia e saneamento

O estudo mostra ainda que a Região Norte tem o pior desempenho do país em saneamento básico. Apenas 61% da população é atendida por rede de abastecimento de água e 23% conta com rede de esgoto — o menor índice nacional. Em Roraima, o estado com melhor desempenho, 66% da população tem acesso à rede de esgotamento sanitário.

As perdas na distribuição de água chegam a 50%, acima da média nacional de 40%. Tocantins (31%) e Rondônia (37%) são os únicos estados com índices abaixo da média. O déficit estrutural compromete a instalação de novos empreendimentos e afeta diretamente a qualidade de vida da população.

Obras e investimentos

O estudo cita a recente conexão de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) como um passo importante para reduzir o isolamento energético da região. Em 2024, o Ministério dos Transportes e o de Portos e Aeroportos autorizaram R$ 13,7 bilhões em investimentos, dos quais R$ 3,6 bilhões foram destinados ao Norte. O total efetivamente pago, incluindo restos a pagar, foi de R$ 3,8 bilhões.

Levantamento do Tribunal de Contas da União mostra que 58% das obras públicas com recursos federais na região estão paralisadas — um total de 2.207 contratos, principalmente nas áreas de saneamento e transportes.

O Novo PAC, anunciado em 2023, prevê R$ 294 bilhões em obras e serviços no Norte, dentro de um total de R$ 1,7 trilhão em investimentos no país.
Infraestrutura e transporte

A região tem frota de 7 milhões de veículos, sendo 38,5% motocicletas e 30,6% automóveis. Os aeroportos mais movimentados são os de Belém (4 milhões de passageiros em 2024) e Manaus (2,8 milhões), seguidos por Palmas, Macapá e Santarém.

A CNI defende que investimentos em transporte, energia e saneamento são fundamentais para reduzir desigualdades regionais e tornar o Norte mais competitivo.
Preparativos para a COP 30

O levantamento foi lançado durante os preparativos para a COP 30 – o principal evento mundial sobre mudanças climáticas, realizado pela Organização das Nações Unidas – que terá início no dia 10 de novembro, em Belém, capital do Pará, coração da Amazônia brasileira. 

A CNI realiza uma série de ações relacionadas à participação da indústria no fomento ao desenvolvimento sustentável. Entre elas, está a Pré-COP30: O Papel do Setor Privado na Agenda do Clima. Durante o evento, foram apresentadas as propostas oficiais da indústria para a COP30, cases internacionais de descarbonização e os desafios de infraestrutura da Amazônia Legal. 

“A promoção e o avanço, o fortalecimento da infraestrutura na Amazônia em novas bases, infraestrutura verde, é o que vai permitir o sucesso da agenda do desenvolvimento sustentável”, defendeu o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero) e do Conselho de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Marcelo Thomé, durante o evento. 
 

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30/09/2025 04:25h

Investimentos integram o programa Agora Tem Especialistas e buscam ampliar a capacidade de atendimento público de saúde

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O Ministério da Saúde anunciou a liberação de R$ 2,5 bilhões para a construção de 899 novas unidades de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país e a chegada de 322 médicos especialistas, que atuarão em 156 municípios brasileiros. As iniciativas fazem parte do programa Agora Tem Especialistas, iniciativa da Pasta para reduzir o tempo de espera por atendimentos de média e alta complexidade no SUS. 

Os recursos, provenientes do Novo PAC Seleções 2025, serão destinados à construção de 100 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), 31 policlínicas e 768 Unidades Básicas de Saúde (UBS). De acordo com o ministério, as UBS vão contribuir para reduzir a sobrecarga da Atenção Especializada à Saúde, foco do Agora Tem Especialistas. 

Dos 322 médicos contratados pelo programa, 212 atuarão no interior do país e 188 vão para estados da Região Nordeste.  É o caso da médica especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem Tássia Maria Oliveira, que se mudou de Niterói (RJ) para Itapecuru Mirim, município no interior do Maranhão com mais de 60 mil habitantes, para atuar no diagnóstico do câncer de mama. 

“O objetivo é que as unidades básicas de saúde filtrem os pacientes que necessitam de biópsias, assim como as unidades especializadas em mastologia ou ginecologia, para que eu faça as biópsias e a gente tenha o diagnóstico diferencial entre lesões benignas e malignas das mamas”, explica.

Tássia ressalta a importância do diagnóstico precoce para o sucesso do tratamento. “A maioria das pessoas que têm o diagnóstico de câncer precoce sobrevivem e vivem bem e não tem recidiva. Quanto mais o paciente demora para fazer uma biópsia, depois que um nódulo é identificado, maior a chance desse nódulo crescer e fazer metástases, que é a distribuição de células cancerosas pelo restante do corpo”, detalha. 

Outros 70 profissionais atuarão na Região Sudeste, 40 na Norte, 17 na Centro-Oeste e sete na Sul. Além disso, 72% vão para áreas classificadas como de alta ou muito alta vulnerabilidade, sendo 22% alocados em municípios da Amazônia Legal.  

Na última sexta-feira (26), especialistas chegaram aos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás, além do Distrito Federal.   

As especialidades com maior número de profissionais são ginecologia (98), anestesiologia (37), otorrinolaringologia (26), cirurgia geral (25) e diferentes áreas do atendimento oncológico (66).   

Para a distribuição das vagas, foram priorizadas as regiões com número de especialistas abaixo da média nacional e as em que a população precisa se deslocar mais para conseguir atendimento. Também foi considerada a capacidade instalada para oferta da assistência.   
 

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29/09/2025 04:05h

Raio-x do setor, elaborado por Sinicon e Firjan, mostra que o país investe menos que a média mundial e alerta que aporte anual deve subir de 2% para 4,19% do PIB, nos próximos 20 anos

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O Brasil enfrenta um déficit estrutural em infraestrutura e precisa dobrar os investimentos no setor para alcançar o patamar médio global. A conclusão está no estudo Raio-x do Setor de Infraestrutura Brasileiro 2025, lançado pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), durante o painel “Raio-x da infraestrutura: caminhos para o desenvolvimento do Brasil”, realizado na quinta-feira (25), no Rio Construção Summit.

O levantamento revela que o país ocupa a 62ª posição, em um ranking de 67 países em desenvolvimento, quando o assunto é infraestrutura. Nos últimos 15 anos, os investimentos médios ficaram em apenas 2,31% do PIB, chegando a 2,22% em 2024. O dado chama a atenção, porque, segundo o estudo, o Brasil vem investindo abaixo da taxa de depreciação anual dos ativos de infraestrutura.

O gerente de Infraestrutura da Firjan, Isaque Ouverney, reforça a relevância do estudo ao mostrar como o setor é estratégico para o país. “O que o Raio-X mostra é a importância do setor da construção pesada, não só pelos empregos e geração de riqueza que o próprio setor consegue produzir, mas por todo o impacto na cadeia produtiva da construção, além, claro, do impacto na competitividade nacional. O Brasil tem a necessidade de reduzir esse gap de infraestrutura em relação aos países desenvolvidos. E é fundamental que haja bons planos setoriais, para atender a essa demanda nos próximos anos”, afirmou.

O diretor-executivo do Sinicon, Humberto Rangel, destacou ainda a necessidade de o país tratar o investimento em infraestrutura como prioridade nacional. “Chamo atenção para um dos dados fundamentais que estão aqui expressos nesse raio-x, que se refere ao estoque de infraestrutura que o Brasil tem na sua totalidade, que corresponde a 35% do PIB nacional. Uma parte do investimento, talvez cerca de 2% do PIB, seria o valor necessário só para você ficar no mesmo lugar e nós não podemos ficar no mesmo lugar. O Brasil precisa atingir cerca de duas vezes esse valor, 60% seria um patamar mínimo de valor de estoque de infraestrutura para que o Brasil possa se colocar na posição de equivalência com países desenvolvidos”, ressaltou.

Desafios estruturais

O estudo aponta entraves históricos que prejudicam a competitividade do Brasil e a qualidade de vida da população. Os principais desafios internos são:

  • Rodovias: Mais da metade da malha viária apresenta problemas, com 40% em estado regular e 13% em condição ruim ou péssima. Essa situação gera um prejuízo logístico anual estimado em R$ 8,8 bilhões.
  • Saneamento Básico: cerca de 32 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e mais de 90 milhões vivem sem coleta de esgoto adequada.
  • Logística: O setor é marcado por ineficiências, como ferrovias subutilizadas, portos congestionados e uma rede metroferroviária insuficiente para atender às necessidades dos grandes centros urbanos.
  • Telecomunicações: Apesar do avanço de tecnologias, como a fibra ótica e o 5G, ainda há desigualdade no acesso, notadamente em áreas rurais e periféricas.

Queda na competitividade internacional

O país também registrou uma perda de relevância no mercado global de serviços de engenharia. Segundo dados do Sinicon e da Firjan, o faturamento das construtoras brasileiras no exterior sofreu uma queda de 60%, entre 2013 e 2022. Essa retração resultou na eliminação de mais de 4 milhões de empregos. A principal razão para essa queda foi a redução no financiamento à exportação de serviços, especialmente por parte do BNDES.

O estudo do Sinicon e da Firjan reforça que ampliar os investimentos em infraestrutura é essencial para destravar o crescimento econômico, melhorar a competitividade do Brasil e garantir avanços sociais e ambientais.

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24/09/2025 04:45h

Atividade, emprego e uso da capacidade caem; alta dos juros pressiona setor e expectativas seguem contidas

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A indústria da construção registrou, em agosto de 2025, o desempenho mais fraco para o mês em nove anos, de acordo com a Sondagem Indústria da Construção, divulgada, nesta terça-feira (23), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

O índice de evolução do nível de atividade caiu 3,5 pontos em relação a julho, chegando a 46 pontos – o menor patamar para agosto desde 2016. O recuo atingiu também o emprego, com o indicador passando de 50,1 para 46,3 pontos, e a Utilização da Capacidade Operacional (UCO), que caiu de 68% para 66%, nível mais baixo em três anos.

“A elevação da taxa de juros vem trazendo, progressivamente, maiores problemas para a indústria da construção, um encarecimento do investimento, mas principalmente uma perda de ritmo na demanda, por conta da elevação dos custos”, avaliou o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo. Segundo o especialista, o quadro acende um sinal de alerta, já que os empresários relatam queda em indicadores que, historicamente, registram crescimento no período.

Sondagem Indústria da Construção: reação do setor

A diretora de Operações da empresa goiana Trindade Soluções Construtivas, Daniele Trindade, vai viajar, em outubro, para um dos maiores polos de tecnologia e inovação da construção civil, em Guangzhou, na China, com o objetivo de desenvolver ideias para o mercado nacional. Envolvida diretamente com o cenário atual do setor, ela confirma que a retração na indústria da construção civil já impacta não apenas o ritmo das obras, mas também os investimentos em inovação no segmento.

Segundo ela, o reflexo desse movimento pode ser observado até em grandes eventos especializados. “Nitidamente tem-se, de fato, essa retração no modelo industrial para a construção civil. Isso, inclusive, reflete no cancelamento que houve recentemente de um dos maiores eventos de tecnologia e inovação para a Construção Civil do estado de Goiás, que é a Construtec. Eles cancelaram e passaram para o ano que vem, pela baixa adesão de empresários em expor as suas tecnologias para o mercado”, pontuou Daniele.

Mesmo com canteiros de obras ativos em vários municípios, a empresária alerta que a falta de investimento em tecnologia compromete a qualidade e a produtividade das entregas. “A gente vê canteiros de obra aí em todas as esquinas. Mas, será que esses canteiros estão fazendo serviço de alta performance? Está tendo mão de obra? Essas são as dúvidas quando a gente fala de tecnologia e inovação para a Construção Civil. Porque estão acontecendo obras, mas poderiam ser muito melhores, muito mais qualitativas, evoluir de uma maneira a servir a um cronograma assertivo de maneira muito mais cogente, o que não está acontecendo”, completa.

Sondagem Indústria da Construção: indicadores do setor

Apesar do cenário negativo, houve leve melhora na confiança. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Construção avançou 1,2 ponto, em setembro, para 47 pontos. Embora ainda abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa confiança de falta de confiança, o movimento indica menor pessimismo do que em agosto. A melhora foi puxada pelas expectativas em relação ao desempenho das próprias empresas nos próximos seis meses.

Já os indicadores de expectativa ligados à atividade apresentaram piora. O índice de compras de matérias-primas caiu para 49,4 pontos, enquanto o de novos empreendimentos recuou para 49,2 pontos, ambos em campo negativo. As projeções para número de empregados e nível de atividade também diminuíram, mostrando moderação no otimismo para os próximos meses.

Mesmo nesse ambiente adverso, a intenção de investir mostrou pequena recuperação, subindo para 41,1 pontos em setembro, após três quedas consecutivas. O avanço, no entanto, recupera apenas parte das perdas acumuladas no período.

Esta edição da Sondagem Indústria da Construção consultou 298 empresas, entre os dias 1º e 10 de setembro, sendo 122 pequenas, 118 médias e 58 grandes.

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23/09/2025 04:25h

Os recursos fazem parte do Novo PAC. Do montante, R$ 10,3 bilhões serão destinados a drenagem, enquanto R$ 1,4 bilhão será aplicado em projetos de contenção de encostas

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O Governo Federal anunciou R$ 11,7 bilhões em investimentos para ações voltadas à proteção de comunidades vulneráveis que vivem em áreas de risco, além de reforçar a capacidade do país a eventos climáticos extremos. Os recursos fazem parte do Novo PAC Seleções 2025, destinado à drenagem e contenção de encostas, e beneficia 235 municípios em 26 estados. As informações são do Ministério das Cidades,

Do montante, R$ 10,3 bilhões serão destinados a obras de drenagem em 174 municípios, enquanto R$ 1,4 bilhão será aplicado em projetos de contenção de encostas em 102 cidades. Os investimentos são provenientes do Orçamento Geral da União (OGU) e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

O ministro das Cidades, Jader Filho, destacou o impacto social das obras: “quando falamos em obras de drenagem, é não ver mais as águas alagando as casas das pessoas, fazendo com que elas percam fogão, geladeira e cama. Cuidar disso é dar dignidade e segurança às famílias que sofrem com alagamentos em todas as regiões do Brasil”.

Entre os projetos selecionados, destacam-se obras de macrodrenagem em Duque de Caxias (RJ), com verbas de R$ 554 milhões, e em Camaçari (BA), que receberá R$ 240 milhões. Já entre os empreendimentos voltados à contenção de encostas, estão obras em Santarém (PA), com R$ 38 milhões, e em Olinda (PE), que contará com R$ 42 milhões.

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