CNI

08/03/2024 18:45h

Proteção e desenvolvimento da região amazônica também impactam no fortalecimento de produtores e comunidades locais

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Uma cadeia produtiva mais forte e sustentável para quem trabalha com uma riqueza brasileira: a castanha-do-brasil. Donos de pequenas propriedades rurais e extrativistas de 14 cidades do Acre — por meio da iniciativa “Fortalecendo a Economia de Base Florestal Sustentável” — tiveram acesso à melhoria do sistema de produção, de uma ponta à outra. 

Com um investimento de R$ 5 milhões ao longo de 43 meses, processos sustentáveis foram implementados desde a extração até a comercialização da polpa do alimento. O que permitiu a venda de R$ 20,1 milhões em castanha-do-brasil in natura e R$ 34,9 milhões de produtos derivados.

A iniciativa é custeada pelo Fundo Amazônia — um importante instrumento de financiamento para um país mais sustentável e que teve a agenda de ações e investimentos internacionais retomada. Desde o ano passado, o fundo conta com novas diretrizes de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, depois da recomposição de instâncias como o Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA).

O Fundo, criado em 2009, já soma mais de R$ 3,5 bilhões em investimentos e tem como principal fonte de captação o repasse de governos estrangeiros e empresas como a Petrobras. Nos últimos 15 anos, mais de 32 mil incêndios florestais foram combatidos, além de 1800 missões de fiscalização ambiental realizadas e 1,1 milhão de regularizações de imóveis rurais concluídos no Cadastro Ambiental Rural, segundo dados do Relatório de Atividades 2022. 

Benefício para 241 mil pessoas que atuam em atividades produtivas sustentáveis nos 107 projetos distribuídos em 196 unidades de conservação; 101 terras indígenas; e 653 organizações comunitárias.

A indústria e o combate ao desmatamento

Desde que o COFA foi criado, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) integra o Comitê. A CNI também esteve por perto durante a definição das novas estratégias usadas entre 2023 e 2025. Mário Cardoso, gerente de Recursos Naturais da instituição, fala sobre a importância das ações de preservação, apoiadas pela CNI. 

"O benefício, para a CNI, nesse processo como um todo, menos do que o projeto de atividades produtivas sustentáveis é que a gente tenha sucesso no combate ao desmatamento. Então, para a gente, é importante que o Brasil consiga controlar isso, para que a gente tenha energia para que a gente tenha espaço, tempo, estrutura, para poder fazer as ações de descarbonização na indústria, na agricultura, nas atividades produtivas, na mobilidade, na energia, que são atividades que realmente geram recurso, que geram renda, que geram empregos, desmatamento e não gera nada disso ainda contribui para o aumento da criminalidade, da insegurança, para a piora do ambiente de negócios na região."

O que, segundo Mário Cardoso, acaba afetando o comércio internacional e empurrando custos para a indústria que colhe as consequência mesmo ser ter ligação com o problema. 

Como ser um proponente do Fundo Amazônia

Fundações de direito privado, ou de apoio, associações civis e cooperativas — com sede no Brasil — podem participar do Fundo Amazônia. Os projetos são selecionados por chamadas públicas. Um deles é o edital Amazônia na Escola que vai selecionar produtores rurais para o fornecimento de alimentos produzidos de forma sustentável para a merenda escolar. As inscrições vão até 01/04/2024. 

Para participar basta que as instituições tenham objeto social compatível com o tema do documento. Os resultados serão divulgados no dia 31 de maio.
 

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26/02/2024 13:40h

Financiamento de projetos de infraestrutura de pequeno e médio portes favorece setores como o avanço da transição energética

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Projetos de transição energética, saneamento, logística e transporte, mobilidade urbana e telecomunicações terão, a partir de agora, financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O anúncio foi feito no último dia 20. O aporte de R$ 500 milhões virá através do novo Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC).

O novo FIDC tem foco em infraestrutura. E a gestão será feita pelo Pátria Investimentos. A diretora de Mercado de Capitais e Finanças Sustentáveis da instituição, Natália Dias, explica que essa é uma tradição do banco. “Historicamente, o BNDES é um dos principais provedores de recursos para o investimento em infraestrutura no Brasil, dada a importância desse setor para o desenvolvimento econômico do país e melhoria da qualidade de vida dos brasileiros”.

A iniciativa é voltada para pequenos e médios projetos, incluindo os greenfield – aqueles que são executados a partir do zero. Em especial, projetos no modelo recours project finance non-e — ou seja, projetos nos quais não há necessidade de carta de fiança como garantia. A escolha por esses projetos de menor porte se deve à dificuldade maior de "acesso a estruturas tradicionais de financiamento e ao mercado de capitais”, de acordo com a diretora.

Quem se beneficia com a iniciativa 

Um dos focos do fundo são os projetos de transição energética. Para Davi Bomtempo, gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), esse recurso veio para se somar a um portfólio maior com o objetivo de fazer a transição para uma economia de baixo carbono. 

“Todo recurso disponível, direcionado a essa área, é de grande valor para o setor industrial. É ele que vai permitir que se faça uma transição para uma economia de baixo carbono. E com certeza, vai ajudar também um nicho de empresas bastante relevante que são as micro, pequenas e médias empresas”, complementa Bomtempo.

A CNI apoia o setor produtivo a contribuir para a agenda ambiental no país. E as indústrias, cada vez mais, se mostram empenhadas e responsáveis por estimular a implementação de compromissos climáticos no Brasil. 

“Essa é uma agenda prioritária da CNI. E mais especificamente dentro da transição energética, há um foco em eficiência energética, expansão de renováveis — como solar, eólica e biomassa — como atrair novas tecnologias como hidrogênio verde e também captura de carbono. E ainda fortalecer a nossa Política Nacional de Biocombustíveis.” 

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26/02/2024 04:20h

Redução no desmatamento foi de 60% em janeiro deste ano, segundo Imazon

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O desmatamento na Amazônia caiu 60% em janeiro deste ano em comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Esse já é o décimo mês consecutivo de redução. O setor empresarial comemora esse resultado, como favorável ao avanço de uma economia sustentável.

Segundo o gerente de Recursos Naturais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mário Cardoso, a redução do desmatamento, principalmente ilegal, cria um ambiente de negócios melhor dentro da Amazônia, dando oportunidade para atividades produtivas legais e sustentáveis, explica Cardoso. 

“O desmatamento ilegal não é uma atividade que acontece sozinha, uma atividade ilícita que venha desacompanhada de outras atividades ilícitas. Geralmente, vem acompanhada de tráfico de drogas, de armas e grilagem. E todo esse ambiente criado em torno dessas atividades ilícitas espanta investimentos, espanta atividades produtivas regulares, a manutenção de mão de obra regular”, avalia.

Bioeconomia

Além disso, a conservação da floresta é importante para as ações de descarbonização da economia e essencial para a geração de renda para as quase 30 milhões de pessoas que habitam a região amazônica.

“A manutenção da floresta em pé consolida a matéria-prima, o arcabouço onde vai se dar a bioeconomia, onde o Brasil apresenta as maiores potencialidades. Se a gente perder esse capital natural da floresta, a gente vai perder um dos nossos grandes diferenciais em relação a outros locais do mundo”, analisa Cardoso.

A bioeconomia está presente, por exemplo, na produção de vacinas, enzimas industriais, novas variedades vegetais, biocombustíveis, cosméticos. E consiste no estudo dos recursos naturais aliado às novas tecnologias para a criação de produtos e serviços mais sustentáveis.

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16/02/2024 04:45h

Transição para economia de baixo carbono exige profissionais capacitados na área

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A transição para uma economia de baixo carbono vai gerar R$ 80 bilhões para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro até 2030, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). A redução da emissão de gases de efeito estufa é uma pauta mundial presente nos principais debates internacionais. Neste contexto, surge a necessidade de capacitar profissionais para atuar em áreas voltadas para os aspectos ambiental, social e de governança — ESG, na sigla em inglês. É o que afirma o  superintendente de Educação Profissional do SENAI, Felipe Morgado.

“A demanda por profissionais com competência em áreas estratégicas para a economia e para o desenvolvimento sustentável tem crescido substancialmente. Por conta disso, o Senai tem oferecido formação em descarbonização, transição energética para todos os perfis de profissionais”, pontua. 

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) oferta capacitação na modalidade à distância para quem deseja se especializar em áreas voltadas para os aspectos ESG. Os cursos alcançam profissionais iniciantes, mas também aqueles que buscam uma especialização, segundo o superintendente. 

“Desde cursos de iniciação profissional, os cursos  mais introdutórios, até os cursos de pós-graduação, voltados à especialização dos profissionais que estão na indústria brasileira. Com isso, nos posicionamos como uma instituição de formação de vanguarda, sempre buscando seguir as tendências e atender às necessidades da sociedade e da indústria brasileira”, afirma Morgado. 

Os cursos disponíveis — alguns gratuitos — podem ser vistos na plataforma Futuro.Digital. Entre eles, estão a pós-graduação em Hidrogênio Verde e o MBA em ESG. Nas ofertas de capacitação gratuita, destacam-se os cursos em Educação Ambiental e Consumo Consciente de Energia. Confira alguns dos cursos disponíveis na plataforma: 

Consumo Consciente de Energia
Neste curso você aprenderá sobre o mapa energético brasileiro, boas práticas domésticas, iluminação eficiente e rendimento. Ao final, você será capaz de reconhecer e transformar o consumo de energia elétrica em algo mais consciente e sustentável.

  • Duração: 14h
  • Início: imediato após a realização da matrícula
  • Certificado: em caso de aprovação com nota mínima de 60%
  • Modalidade: à distância

Educação Ambiental
O curso tem como objetivo te preparar para atuar na prevenção de danos ao meio ambiente e na conservação de recursos. Ao final, você será capaz de reconhecer as questões básicas da educação ambiental e da sustentabilidade.

  • Duração: 14h
  • Início: imediato após a realização da matrícula
  • Certificado: em caso de aprovação com nota mínima de 60%
  • Modalidade: à distância

A Prática Ambiental no ESG
Neste curso você vai aprender sobre ideias inovadoras de linhas de produção; destaque e aumento da competitividade de mercado com ações ambientais; greenwash e o falso modo verde de se pensar.

  • Duração: 10h
  • Início: imediato após a realização da matrícula
  • Certificado: em caso de aprovação com nota mínima de 70%
  • Modalidade: à distância 

MBA em ESG
Como Especialista em ESG você poderá implementar a Agenda ESG nas organizações, unindo os propósitos ambientais, sociais e de governança corporativa aos objetivos estratégicos da empresa, permitindo assim a construção de uma cultura sustentável de operação.

  • Duração: 360h
  • Início: imediato, com entrada até 16 de fevereiro
  • Certificado: em caso de aprovação com nota mínima de 70%
  • Modalidade: à distância

Bioeconomia: Por que é importante antecipar o futuro?
O curso vai te instrumentalizar para uma boa compreensão dos conceitos de biotecnologia e bioeconomia  —e as oportunidades de melhoria para obtermos processos industriais com menos impacto ambiental.

  • Duração: 20h
  • Início: imediato após a realização da matrícula
  • Certificado: em caso de aprovação com nota mínima de 70%
  • Modalidade: à distância

O ESG no Brasil
O conteúdo programático deste curso inclui aspectos como o ESG no Brasil; índices de sustentabilidade na bolsa de valores; o Sistema B3; economia circular e logística reversa; legislações relacionadas ao ESG no Brasil; fundos contra o desmatamento; e a classificação dos resíduos no Brasil.

  • Duração: 10h
  • Início: imediato após a realização da matrícula
  • Certificado: em caso de aprovação com nota mínima de 70%
  • Modalidade: à distância

Unesco: 2,4 bilhões de pessoas podem sofrer com escassez de água até 2050
Entrevista: o que é e para que serve o hidrogênio verde

Debate global

Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP28, os 198 países-membros firmaram um acordo que propõe a transição para combustíveis sustentáveis de forma “gradual, justa e equitativa”. O acordo assinado também busca atingir a neutralidade de carbono até 2050. O evento foi realizado em Dubai, nos Emirados Árabes, em 2023. 

A discussão em torno do tema surge no contexto em que tempestades e inundações, seca e escassez hídrica atingem várias partes do Brasil e do mundo, resultado do aquecimento global e das mudanças climáticas. No Brasil, a descarbonização da economia tem sido discutida por atores públicos e privados. No Congresso Nacional, tramitam projetos como a regulamentação do mercado de carbono; programa combustíveis do futuro; e marco legal do hidrogênio de baixo carbono.
 

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06/02/2024 04:25h

Sob a liderança da CNI, o Brasil preside o B20, braço empresarial do G20. Encontros do grupo abordarão o progresso econômico, a melhoria das condições de vida e a minimização dos impactos das mudanças climáticas

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O Rio de Janeiro recebeu a reunião de líderes empresariais dos países que fazem parte do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo, marcando o início dos trabalhos do B20 Brasil no último dia 29. Com a liderança da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as discussões do B20 giram em torno de temas que tratam do avanço das economias, melhoria das condições de vida das populações e o enfrentamento dos impactos das mudanças climáticas. 

Os cinco pilares centrais apontados pelo grupo são:

  • crescimento inclusivo e combate à fome, à pobreza e às desigualdades sociais;
  • transição justa para zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa; 
  • aumento da produtividade por meio da inovação; 
  • resiliência das cadeias globais de valor; 
  • valorização do capital humano.

Esses pilares orientarão os trabalhos de oito forças-tarefas, visando desenvolver propostas de políticas públicas a serem apresentadas aos chefes de Estado e governos do G20.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, afirmou que  é importante aproveitar que o mundo todo esteja falando da indústria e das críticas construtivas em relação à política industrial.

“O B20 é mais uma janela de oportunidades que nós temos para transformar a nossa indústria brasileira naquilo que o mundo está pedindo e naquilo que nós temos plena capacidade: entregar a indústria sustentável. É agregar valor à nossa manufatura para termos uma indústria mais sustentável, para que possamos fazer a nossa descarbonização em tempo hábil, concomitante ou até mesmo antes que o resto do mundo o faça, porque as vantagens competitivas das energias renováveis estão aqui conosco”, explica Alban.

As forças-tarefas vão atuar nas seguintes áreas: comércio e investimento; emprego e educação; integridade e conformidade; transformação digital; finanças e infraestruturas; sistemas alimentares sustentáveis e agricultura; mulheres, diversidade e inclusão nos negócios; transição energética e clima.

A partir de agora, os trabalhos do B20 Brasil são realizados virtualmente em cada uma das equipes de trabalho e no conselho de ação, sob a liderança de executivos brasileiros.

“Vamos aproveitar todas essas convergências, todas as oportunidades que o mundo e o Brasil estão tendo, para que a gente seja eficaz e eficiente, para obtermos os resultados que o Brasil precisa. À indústria, esse é o momento de fazer a virada de efetivamente registrado momento de industrialização”, conclui Alban.

O que é o G20

Fundado em 1999, o Grupo dos 20 (G20) é o principal fórum de cooperação econômica internacional composto pelas principais economias desenvolvidas e em desenvolvimento do mundo. São 19 países — Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos  — a União Europeia e, a partir deste ano, também a União Africana. O G20 responde por cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e 2/3 da população mundial.

Em 2010, foi criado o Business 20 — B20 — um mecanismo de diálogo oficial do G20 com a comunidade empresarial global. O Brasil é representado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no âmbito do B20, que é um dos principais grupos do G20 e possui papel estratégico no crescimento econômico mundial.

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Brasil assume presidência do G20 pelos próximos 12 meses; país também assume o B20

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05/02/2024 01:30h

As demais prioridades englobam temas como comércio, investimento, emprego, educação, transformação digital, sistemas alimentares sustentáveis e agricultura

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Os líderes das forças-tarefas do B20, fórum que representa o setor empresarial dos países do G20, apresentaram esta semana as principais pautas que serão discutidas pelo grupo ao longo de 2024. Dentre as oito forças-tarefas definidas para o ano, destaca-se a “Transição Energética e Clima”, que tem como uma das prioridades unir esforços com os governos dos membros do grupo para acelerar a transição energética global e minimizar os efeitos das mudanças climáticas. 

O B20 Brasil é liderado pelo chair Dan Ioschpe, presidente do Conselho de Administração da Ioschpe-Maxion. Sua função consiste em liderar o grupo empresarial, estabelecer as principais diretrizes e representar o B20 na comunidade internacional. Para ele, este é um momento em que a política industrial volta a ser discutida no mundo inteiro.

“Então é mais um desses temas que o B20, junto com o G20, pode trazer um grande impacto. E a gente não desassocia a boa condução macroeconômica fiscal de uma boa política industrial, que é essencial para que nosso país cresça mais do que ele vem crescendo ao longo dos últimos 40 anos” ressalta Ioschpe.

Segundo uma projeção da Organização das Nações Unidas (ONU), os países do G20 são responsáveis por 80% das emissões globais, apesar de abrigarem apenas 60% da população mundial. 

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) destaca a importância da colaboração entre os setores público e privado como crucial para abordar essa situação. Conforme destacado por Dan Ioschpe, todas as atividades serão direcionadas pelo lema "crescimento inclusivo para um futuro sustentável".

“Nós definimos também cinco eixos horizontais que passam pelo crescimento inclusivo, pela descarbonização, pela inovação tecnológica, pelo retreinamento das forças de trabalho, e isso tudo vai acabar aparecendo também nesses oito grupos de trabalho, as task forces, que são muito importantes. A gente está querendo que saiam não muitas recomendações, mas algumas poucas recomendações, escaláveis e de grande impacto para a busca do crescimento inclusivo ao redor do mundo. Esse vai ser o nosso grande desafio”, ressalta.

Os eixos são: 

  • promover o crescimento inclusivo e combater a fome, a pobreza e as desigualdades;
  • promover uma transição justa para net zero;
  • aumentar a produtividade por meio da inovação;
  • promover a resiliência das cadeias globais de valor;
  • valorizar o capital humano.

As demais forças-tarefas do B20 abordarão questões relacionadas a comércio e investimento, emprego e educação, transformação digital, sistemas alimentares sustentáveis e agricultura, entre outras.

O que é o G20

Fundado em 1999, o Grupo dos 20 (G20) é o principal fórum de cooperação econômica internacional composto pelas principais economias desenvolvidas e em desenvolvimento do mundo. São 19 países — Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos  — a União Europeia e, a partir deste ano, também a União Africana. O G20 responde por cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e 2/3 da população mundial.

Em 2010, foi criado o Business 20 — B20 — um mecanismo de diálogo oficial do G20 com a comunidade empresarial global. O Brasil é representado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no âmbito do B20, que é um dos principais grupos do G20 e possui papel estratégico no crescimento econômico mundial.

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02/02/2024 19:30h

Resultado da pesquisa indica que a adoção de práticas sustentáveis é observada em diferentes classes sociais e níveis de escolaridade. Dados foram coletados nos últimos seis meses

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Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que a população brasileira adota práticas voltadas para a preservação do meio ambiente em suas rotinas diárias. Segundo o levantamento, 65% dos entrevistados separaram lixo para reciclagem com frequência nos últimos seis meses — e 60% reutilizaram ou reaproveitaram embalagens de produtos.

Além disso, 50% dos brasileiros reduziram a produção de lixo sempre e 28% na maioria das vezes, somando 78%. No recorte por escolaridade, 55% das pessoas analfabetas ou com nível de saber ler e escrever separaram sempre o lixo para reciclagem. O indicador cai para 50% para aqueles com ensino fundamental, 45% com ensino médio e 44% com ensino superior. 

“[A pesquisa] fala também da economia de energia na separação e coleta de resíduos. Então, isso mostra que hoje, independentemente se é uma classe social mais elevada ou menos elevada, nível de escolaridade maior ou menor, todas essas ações já estão presentes no dia a dia do consumidor”, pontua o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo.

Os principais obstáculos apontados para a adoção da prática citada por Bomtempo incluíram a falta de hábito e o esquecimento de separar os resíduos (29%), a ausência de coleta seletiva na rua, bairro ou cidade (20%) e a falta de informação sobre reciclagem ou coleta seletiva (11%).

A CNI revela também que 45% dos cidadãos reutilizaram ou reaproveitaram embalagens de produtos sempre e 25% na maioria das vezes, somando 60%. E que 43% reutilizaram o uso de embalagens sempre e 27% na maioria das vezes, somando 70%.

O ponto mais importante que a pesquisa trouxe, na visão do gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, foi em relação à tomada de decisão do consumidor, que leva em consideração a sustentabilidade.

“Ele quer saber como aquele produto é produzido, quanto que ele emitiu de gás de efeito estufa durante o seu processo de fabricação; se aquela empresa tem um programa de eficiência energética, se ele trabalha a gestão de resíduo. Tudo isso é levado em consideração”, analisa.

Davi Bomtempo ressalta ainda que a sustentabilidade precisa ser o centro da estratégia corporativa para aumento da competitividade no setor industrial, assim como para acessar mercados internacionais e gerar emprego e renda no país.

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02/02/2024 09:40h

Gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, destaca a disposição dos cidadãos em gastar um pouco mais por produtos sustentáveis, apesar dos preços ainda serem desafio para a maioria das pessoas

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Os brasileiros incorporam cada vez mais hábitos de consumo consciente e atitudes sustentáveis na rotina diária. É o que aponta uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que revela que 81% dos brasileiros adotam hábitos sustentáveis sempre ou na maioria das vezes. Em 2022, o índice era de 74%.

Nos últimos seis meses, 73% dos cidadãos evitaram desperdício de água sempre e 17% na maioria das vezes — grupo que soma 90%. 52% dizem reutilizar água sempre e 22% na maioria das vezes — 74% no total. Já os que evitaram desperdício de energia sempre são 69% —  e na maioria das vezes, 20%. Somados, representam 89% dos entrevistados, segundo dados da pesquisa.

O gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, explica que existem variáveis “importantes” dentro do processo de compra de alimentos orgânicos ou que preservam o bem-estar animal, a exemplo do preço.

“Hoje, produtos mais sustentáveis ainda são mais caros que os produtos tradicionais. Mas nós percebemos que hoje há uma disposição em gastar um pouco mais no acesso do produto mais sustentável pelos impactos que ele traz”, ressalta.

O levantamento da CNI indica ainda que 33% dos entrevistados compram produtos que preservam o bem-estar animal apenas se o preço for igual; 22% compram apenas se o preço for um pouco mais caro — e 21% compram mesmo se for muito mais caro.

Outro dado mostra que 62% dos entrevistados enfrentam dificuldades ao buscar produtos sustentáveis nas lojas. Os principais obstáculos para a adoção de práticas sustentáveis incluem a ausência de campanhas de conscientização (19%), hábitos ruins (15%) e a falta de conhecimento (15%).

 Bomtempo acredita que a pesquisa deve ter reflexos positivos no setor industrial. “Mostra que a sustentabilidade está cada vez mais presente, tanto num cenário nacional quanto internacional”,  enfatiza.

O estudo ouviu 2.021 cidadãos brasileiros, com idade a partir de 16 anos, em todas as unidades da Federação. O levantamento foi conduzido pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem, da FSB Holding.

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31/01/2024 21:30h

Até dezembro de 2023, apenas 399 municípios tinham normas adequadas para a implantação da tecnologia

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Enquanto o 5G avança em termos de velocidade e qualidade, as leis municipais brasileiras não acompanham essa evolução. Levantamento feito pela Conexis Brasil Digital, com base em dados do Conecte 5G, mostra que até dezembro de 2023 apenas 399 cidades (7,16% dos municípios brasileiros) têm normas adequadas para a implantação da tecnologia.

Por conta disso, as operadoras, que precisam cumprir regras e prazos estipulados no leilão da Anatel, realizado em 2021, se desdobram para ampliar a cobertura e, ao mesmo tempo, não descumprirem dispositivos da legislação.

“As operadoras precisam instalar o 5G por uma obrigação do edital, elas têm compromissos a cumprir. O que acontece neste momento é que devido à necessidade de licenciar, que a gente chama de infraestrutura de suporte, que são as torres, elas [operadoras] estão fazendo esse trabalho por meio de modernizar uma estrutura existente”, afirma Diogo Della Torres, coordenador de Infraestrutura da Conexis Brasil Digital. Isso, aponta ele, significa usar uma torre já existente e substituir a tecnologia antiga por uma compatível com o 5G. 

Mais antenas para a nova tecnologia

O deputado Vitor Lippi (PSDB-SP), que é autor do PL que altera a Lei Geral das Antenas (13.116/2015), diz que o Brasil já 'avançou muito' na quinta geração de internet para redes móveis e de banda larga, mas ressalta que 'ainda há um longo caminho pela frente'.

“Mesmo as cidades que já contam com a tecnologia, não é possível dizer que elas estão recebendo o 5G com qualidade. Isso porque a tecnologia depende do número de antenas — uma vez que o 5G depende de 10 vezes mais antenas do que o 4G. E apesar de serem antenas menores, elas também precisam de licença, de projetos de engenharia e investimento para isso”, detalha o parlamentar.  

Lippi salienta ainda que, apesar do crescimento da tecnologia e das instalações, o resultado de uma melhor qualidade do 5G só deve ser observado em alguns anos. 

Capitais com problemas 

Belo Horizonte, Fortaleza, Natal e Recife têm o sinal do 5G desde 2022, mas fazem parte da lista de 92% das cidades sem regulamentação que atendem especificações da Lei Geral de Antenas, a exemplo de processos de licenciamento apropriados à expansão da tecnologia. Della Torres cita que a principal consequência deste problema é a insegurança jurídica que breca o investimento das operadoras. 

“A própria população exige uma expansão da cobertura, eventualmente ela não consegue ser realizada da melhor maneira possível. E quando há atualização legislativa, boa parte das vezes a nova legislação possui parâmetros distintos daqueles anteriormente vigentes. E aí é necessário um processo de adequação. Dependendo de como esse normativo é colocado na sua modernização, é possível que haja necessidade de retirar algumas estruturas", pontua. 

Além da ampliação do número de antenas nas capitais, o edital do 5G prevê como próximas metas a instalação da tecnologia nas cidades com mais de 500 mil habitantes até julho de 2025. Já para cidades com mais de 200 mil moradores, o prazo vai até julho de 2026. A boa notícia é que boa parte do setor já antecipou o calendário. Hoje, todas as cidades com mais de 500 mil habitantes e a maioria das cidades com mais de 200 mil já contam com 5G em operação comercial.

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31/01/2024 04:30h

Foco de investimento prioritário desses empresários é o uso de fontes renováveis de energia (42%)

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No Brasil, 67% dos empreendedores da indústria demonstram interesse em acessar linhas de crédito para promover projetos sustentáveis ligados à economia de baixo carbono e à adoção de tecnologias verdes. As informações constam em pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que ouviu empresários de todo o país.

O foco principal de investimento, segundo a entidade, está voltado para o uso de fontes renováveis de energia, mencionado por 42% dos entrevistados, seguido pela modernização de máquinas (36%). Para o diretor de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Rafael Lucchesi, o Brasil possui “grande” vantagem competitiva para descarbonização.

“O que a Arábia Saudita é para o petróleo, o Brasil pode ser para a energia verde. Não pensando aqui que o hidrogênio verde vai ser uma nova soja, uma nova commodity. Nós temos que pensar isso numa agenda de desenvolvimento industrial, a criar o aço verde, o cimento verde, a bioquímica, a bioeconomia de forma geral, impulsionar atividade de alta complexidade”, ressalta.

O estudo ouviu 1.004 executivos de empresas industriais de pequeno, médio e grande portes em todas as unidades da Federação, entre os dias 3 e 20 de novembro de 2023. O levantamento foi realizado pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem, da FSB Holding.

Nova política industrial

Em consonância com a visão da agenda ambiental da CNI, a política “Nova Indústria Brasil”, lançada pelo governo federal no último dia 22 de janeiro, preconiza seis metas que buscam reverter a desindustrialização e impulsionar o desenvolvimento nacional até 2033, com destaque para sustentabilidade e inovação. Para a CNI, o programa inclui as condições necessárias para a modernização da indústria, a chamada neoindustrialização.

“As seis missões são acertadas e a mais importante delas é a transição energética. Há uma forte aderência com a visão da CNI nessa agenda e a continuidade disso vai ser um enorme esforço. Agora, precisamos tirar do papel e transformá-lo em realidade”, pontua Lucchesi.

 

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