Construção civil

03/11/2023 19:45h

Pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com empresários de pequeno porte, no terceiro trimestre, também mostra preocupação com a alta carga tributária e a taxa de juros elevada

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Empresários da indústria de transformação — que desempenha um papel estratégico no fortalecimento de todo o setor produtivo — e da construção mostraram preocupação com a falta de qualificação do trabalhador, o alto custo do funcionário qualificado e com a competição desleal neste terceiro trimestre de 2023. É o que mostra o Panorama da Pequena Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A elevada carga tributária foi apontada como o maior desafio para a indústria de transformação. Já para a construção, as taxas de juros elevadas aparecem em primeiro lugar. Além disso, como explica a analista de Políticas e Indústria da CNI, Paula Verlangeiro, há outros problemas que os empresários destacaram como preocupantes neste trimestre.

“Os problemas que ganharam mais destaque neste terceiro trimestre foram a competição desleal, que engloba pirataria, contrabando, ilegalidade, essas práticas que atingem diretamente o ambiente de competição sadia.”

Principais desafios

A qualificação profissional ainda é um grande desafio. O panorama mostra que faltam profissionais qualificados para trabalhar e, quando eles existem, o custo é elevado. 

Os números provam isso: o percentual de empresários da indústria de transformação preocupados com essa questão passou de 20,4% no trimestre passado para 22,9% neste trimestre. Entre os empresários da construção civil, o percentual passou de 20,3% no segundo trimestre para 22,6% neste terceiro trimestre de 2023.

A carga tributária foi considerada pelos empresários da indústria de transformação o principal problema no terceiro trimestre. O percentual de pessoas do setor preocupadas com esse assunto chega a 38,8%. 

Já a taxa de juros — fixada hoje no Brasil pela Selic em 12,75% — tira o sossego de 34,7% dos empresários de pequeno porte da construção. 

Índice de desempenho para a pequena empresa

Com resultado positivo neste terceiro trimestre, o Índice de Desempenho para a Pequena Empresa “leva em consideração o volume de produção, o número de empregados e a utilização da capacidade instalada no trimestre”, como explica a analista Paula Verlangeiro. Segundo ela, o resultado é considerado positivo porque ele ficou “acima da média para terceiros trimestres”.

Outro indicador que também é considerado positivo é a situação financeira, estável diante de uma sequência anterior de resultados negativos.

“Calculada com base na margem de lucro operacional, acesso ao crédito e na percepção geral da situação financeira, dado o histórico do indicador, que vinha em queda e apresentou um aumento, ficando dentro do esperado para o terceiro trimestre”, enfatiza a analista. 
 

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27/10/2023 19:00h

Aumentou em 1,1% os números de novos empregos no setor de construção no mês de agosto em São Paulo

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De acordo com dados do Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), em agosto de 2022 houve 52.842 admissões na área da construção civil, enquanto neste ano o número aumentou para 58.288 contratações no setor em São Paulo. Além do aumento de contratações ocorrido em um ano, o setor registrou crescimento de 1,1% no número de novos empregos em agosto em comparação com setembro. 

A pesquisa Emprego Formal da Fundação Seade vem sendo analisada desde janeiro e constatou que em agosto foram criadas 8.086 novas posições no setor, o que resultou em 58,2 mil admissões e 50,2 mil desligamentos. 

Em entrevista ao Brasil 61, o presidente do sindicato dos Economistas de São Paulo, Carlos Eduardo Oliveira, esclarece que o aumento se deu pela retomada de novas empresas, imóveis e projetos, que foram paralisadas por conta do coronavírus em 2019 — o que de acordo com ele afetou de forma significativa a economia do setor. 

“Com relação à construção civil, nós recebemos aqui em São Paulo a retomada de vários projetos que até então estavam paralisados. Sejam por causa da economia. Seja o setor de serviço, comércio e a própria indústria, já que você tem os insumos que esse segmento usa, os serviços também que são prestados e também o comércio. Seja o comércio local, o comércio que vai gerar futuramente com a construção desses novos imóveis”.

O especialista também assegura que a retomada do setor traz perspectiva para a economia futuramente.   

Dentre os municípios do estado, aqueles que apresentaram mais participação para a geração de novos empregos formais foram: Bauru, com 443 novas contratações; região metropolitana de São Paulo, com um total de 4.842 empregos criados; Santos, com 248 novas vagas; Ribeirão Preto, com 324, e Campinas, que registrou 1.178 contratações. 

O economista Güidi Carneiro afirma que o lançamento de aceleração governamental do PAC, principalmente na área do programa Minha casa, Minha vida deve melhorar ainda mais o desenvolvimento do setor da construção civil, podendo elevar ainda mais os dados de empregabilidade no estado. 

“Na parte da construção civil, você tem crescimentos expressivos nos últimos 3 anos, 9,7% em 2021, 6,9% em 2022 e esse ano caindo um pouco, quer dizer, você tem uma redução na taxa de crescimento, principalmente na parte específica do Minha Casa Minha Vida deve melhorar e impulsionar um pouco mais o setor de construção civil e ajudar a melhorar esses dados, que esperamos que sejam bem positivos para o ano de 2024”.

Para o próximo ano,  os especialistas garantem que de acordo com os principais indicadores que avaliam a atividade econômica do estado, a tendência para o setor é positiva, embora possa se mostrar de forma mais lenta ou menor do que em 2023.

Outros setores 

O professor de economia Otto Nogami também ressalta que São Paulo, o estado mais rico do Brasil, tem o maior PIB do país, que corresponde a 32,4% de todo o PIB nacional. 

“Dados apurados pela Fundação Seade mostram que de abril a junho de 2023 o PIB do Estado de São Paulo avançou 0,7% no trimestre em relação ao trimestre anterior, já descontados os efeitos sazonais. O resultado foi influenciado pelo desempenho da agropecuária, com crescimento de 2,5%. Os setores da indústria e de serviços registraram expansão de 1,6% e 0,3%, respectivamente”

Conforme a análise de Otto Nogami, a economia do estado de São Paulo se destaca por sua diversificação, evidenciando um desenvolvimento em todos os setores econômicos. “O setor de serviços é o mais representativo do estado, correspondendo a cerca de 73,2% do PIB estadual. O setor industrial é o segundo maior setor econômico do estado, correspondendo a cerca de 25% do PIB estadual. Embora o setor agropecuário corresponda a apenas cerca de 2% do PIB, é um setor diversificado, mecanizado e com grande número de empregados”. 
 

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31/08/2023 04:00h

O Índice Nacional de Custo da Construção subiu 0,24% em agosto

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Os custos da construção subiram em agosto, a 0,24%. Os custos são mensurados pelo Índice Nacional de Custo da Construção e seu crescimento foi superior ao apurado no mês anterior, quando o índice subiu 0,06%. 

No ano, o índice acumula alta de 2,50%. 

A alta dos custos foi inferior ao registrado em agosto de 2022. 

A taxa do índice relativo a materiais, equipamentos e serviços passou de -0,16% em julho para -0,07% em agosto.

Neste grupo, as maiores altas acumuladas ficaram com equipamentos para transporte de pessoas e materiais para acabamento. Para serviços, tanto aluguéis e taxas, quanto serviços técnicos registram altas acumuladas.  

Para a mão de obra, as maiores altas em agosto acontecem para a categoria especializada (0,78%), seguida por técnica (0,70%) e auxiliar (0,56%). 

Entre as capitais, seis apresentaram acréscimo em suas taxas de variação: Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo. 

Recife foi a única capital que apresentou decréscimo em sua taxa de variação. 

As informações são do Instituto Brasileiro de Economia, FGV-IBRE. 
 

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29/08/2023 20:15h

O resultado positivo é influenciado tanto pelas melhorias das avaliações sobre o momento atual, quanto pela perspectiva para os próximos meses

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A confiança da construção subiu 0,7 ponto em agosto, para 95,9 pontos, atingindo o maior nível desde outubro de 2022. Em médias móveis trimestrais, o índice aumentou 0,6 ponto. 

O avanço do indicador deste mês refletiu o resultado favorável da percepção sobre a situação atual do setor e das expectativas futuras. 

Do lado da situação atual, os negócios avançaram e o indicador de carteira de contratos ficou estável. 

Para as expectativas futuras, o melhor resultado ocorreu com a melhoria do indicador de tendência de negócios para os próximos meses. Em sentido contrário, o indicador de demanda prevista recuou. 

As dificuldades do setor ocorrem com a queda da utilização da capacidade da construção. A queda foi motivada por menor utilização da capacidade da mão de obra, assim como menor utilização de máquinas e equipamentos. 

Além disso, entre os fatores que dificultam a melhoria continuada da confiança ao longo do ano está uma piora da confiança no segmento de infraestrutura, devido ao maior pessimismo das empresas de obras especiais, responsáveis pela construção de pontes, viadutos etc. 

Por outro lado, o aumento da carteira de contratos em obras viárias alavancou a confiança das empresas do segmento, que recuperou o campo otimista.

Segundo especialistas da Fundação Getúlio Vargas, a FGV, o novo PAC, que foi lançado em agosto, ainda não influenciou de forma positiva as expectativas de todas as empresas.

As informações são do Instituto Brasileiro de Economia, FGV IBRE. 
 

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26/07/2023 19:45h

Acesso ao crédito, contudo, ainda aparece entre os fatores que dificultam a melhora continuada da confiança

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O Índice de Confiança da Construção (ICST) do FGV IBRE subiu 1,3 ponto em julho, para 95,2 pontos, após dois meses em queda. Em médias móveis trimestrais, o índice variou -0,1 ponto. 

O avanço do ICST deste mês refletiu o resultado favorável da percepção sobre a situação atual do setor e das expectativas futuras. 

Sobre a situação atual, os negócios avançaram, assim como o número de contratos. Pelas expectativas, há uma maior demanda futura. Porém, houve leve recuo da tendência dos negócios nos seis meses seguintes. 

As dificuldades do setor ocorrem em virtude da queda da utilização da capacidade da construção, motivada por menor utilização da capacidade da mão de obra, máquinas e equipamentos. 

Além disso, entre os fatores que dificultam a melhora continuada da confiança ao longo do ano está o acesso ao crédito, que está mais caro e difícil para a maioria das empresas. Em julho, 31,4% mencionaram dificuldade no acesso ao financiamento, enquanto apenas 9,9% indicaram facilidade. 

Especialistas da Fundação Getúlio Vargas, a FGV, destacam que a perspectiva de redução da taxa básica de juros da economia traz a perspectiva de alívio do cenário. 

Outra tendência é que confiança da construção oscile entre altos e baixos ao longo do ano, sendo que em julho prevaleceu o sentimento de melhoria. 

As informações são do Instituto Brasileiro de Economia, FGV IBRE. 
 

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24/07/2023 00:01h

É o que mostra estimativa da Confederação Nacional da Indústria. Construção civil responde por 265 mil novos postos. Profissionais vão precisar de mais qualificação

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A indústria deve abrir 540 mil novas vagas de emprego até 2025. A estimativa, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), prevê salários entre R$ 1,8 mil e R$ 6,6 mil. Segundo a projeção, construção civil, logística e transporte e geração de energia são os setores responsáveis pelos novos postos de trabalho. O gerente-executivo do Núcleo de Inteligência e Análise de Dados da CNI, Marcio Guerra, destaca a importância dos quatro setores. 

“São setores dinâmicos, que tiveram uma rápida recuperação pós-Covid, respondem por um grande volume de vagas, são vetores da descarbonização da economia e altamente impactados pela digitalização dos processos produtivos”, afirma.

Responsável pela maior fatia, a construção civil responde por 265 mil novas vagas. O vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), João Accioly, entende que a economia brasileira conseguiu atingir um certo grau de estabilidade. Para ele, a esperada redução na Selic — taxa básica de juros, atualmente em 13,75% — vai gerar um reaquecimento no mercado, especialmente na indústria. 

“O mercado imobiliário, a gente está com a expectativa de que deve melhorar a partir de agora no segundo semestre. E ele melhorando, naturalmente aquecendo, vai ter mais demanda por mão de obra, por mão de obra de todo tipo. Mas uma questão que foi muito bem colocada pela CNI: a gente vai exigir cada vez mais mão de obra um pouco mais qualificada no nosso segmento. De uma forma geral, buscamos qualificar mais o nosso pessoal, nossa mão de obra”, afirma. 

De acordo com a estimativa da CNI, quem busca emprego e também os trabalhadores que já atuam na área vão precisar buscar qualificação. A estimativa mostra que mais de 1,5 milhão de profissionais dos quatro segmentos vão precisar se atualizar. Na construção civil, 585 mil pessoas já inseridas no mercado de trabalho terão necessidade de formação complementar entre 2023 e 2025. 

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Qualificação profissional

Accioly afirma que o Sinduscon tem investido em centros de treinamento específicos para essa qualificação, em parceria com associações e entidades, como o SENAI. Ele explica que a ideia é dar maior especificidade para a complementação profissional, de modo que as empresas possam indicar quais áreas precisam de qualificação. Como é o caso da demanda por pintores. 

"A gente pensa em fazer parcerias com o próprio Senai e outras instituições de ensino, para as empresas atuarem mais diretamente, especificando o que exatamente estamos precisando, que tipo de conhecimento que a gente sente falta ou de domínio de informações e de qualificação que estamos demandando do nosso funcionário para ganhar em produtividade, para que eles ganhem também um salário melhor e todo o mercado ganha com isso”, pontua. 

O deputado federal Mendonça Filho (União-PE) é membro da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo. Ele destaca a importância da recuperação da economia com a geração de empregos no setor industrial. O deputado defende avanços na educação para maior qualificação profissional. 

"E evidentemente que isso também reforça a necessidade de nós avançarmos na pauta educacional, vinculada à educação técnica profissionalizante e a reforma do ensino médio, que eu tive a oportunidade de liderar a sua implementação como ministro da Educação, nos leva justamente a esse caminho, que é uma educação que qualifique cada vez mais o jovem para o mundo do trabalho, que em termos concretos significa melhor renda e maior empregabilidade", afirma.
 

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14/07/2023 17:25h

Norte tinha um total de 1.228 obras paralisadas. Em todo o Brasil, existiam 5.380 obras paradas, espalhadas por 2.494 municípios diferentes

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Entre 2012 e 2022, o Pará possuía 531 obras paradas, enquanto a região Sudeste tinha um total de 1.228. Os dados são da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e se referem ao período de 2012 a 2022.
 
O advogado e especialista em direito público e constitucional, Thiago Castro, considera que os prejuízos causados pela paralisação dessas obras são incalculáveis. As razões para a interrupção envolvem, por exemplo, superfaturamento, descumprimento contratual, entre outras situações.
 
“Então, há um transtorno para a população, porque não conta com o benefício dos projetos. Nós sabemos que a administração pública tem como fim o bem comum, e, consequentemente, quando uma obra é paralisada, ela não atende a sua finalidade que é atender a comunidade, atender à população”, explica.
 
Em todo o Brasil, 45% das cidades tinham obras paradas, o que correspondia a 2.494 municípios. A maior parte das obras paralisadas está ligada à área da educação, via Sistema Integrado de Monitoramento Execução e Controle (Simec), com 49% do total; seguidas das obras habitacionais, com 40%; painel de obras do Transferegov, com 7%; e Fundação Nacional de Saúde (Funasa), com 5%.
 
Castro avalia que os impactos das obras paradas são diretos, pois podem causar prejuízos ao Tesouro público, devido ao  aumento dos custos no momento da retomada das obras em que os preços são modificados. 
 
“Temos também um fator que é o desemprego. Quando você não tem atividade, ela também não fomenta a região que está sendo desenvolvida com a questão das obras. No ramo da construção civil, por exemplo, as empresas precisam contratar funcionários quando ganham licitações e são obrigados a demitir quando o contrato é suspenso”, expõe. 
 
Entre os municípios brasileiros que contavam com obras paradas, 56% possuíam uma única obra paralisada. Por outro lado, 46 municípios registravam 10 ou mais obras paradas, correspondendo a 11,5% do total de obras municipais.
   

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03/07/2023 21:45h

Apesar da alta taxa de juros, que impede o crescimento, incentivos do governo colaboram para manter estável o índice de confiança da construção

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O Índice de Confiança da Construção (ICST), do Instituto Brasileiro de Economia  da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), se manteve relativamente estável em junho ao variar negativamente 0,1 ponto, para 93,9 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 0,2 ponto.

A estabilidade do indicador refletiu o resultado de seus dois componentes, o Índice de Situação Atual, que se manteve aos 92,5 pontos, e o Índice de Expectativas, que variou 0,3 ponto negativo, para 95,3 pontos.

O economista Newton Ferreira da Silva comenta sobre os resultados divulgados pela FGV. “Há sensação de melhora no caso das edificações residenciais, com o programa Minha Casa, Minha Vida, mas de uma forma geral o panorama não é tão otimista como foi em dezembro de 2022, segundo apurou a pesquisa. Vamos ver agora o que pode acontecer, se há um cenário de redução da taxa de juros, e haver um impacto positivo para a retomada da atividade econômica”, explicou.

As condições macroeconômicas, como a taxa de juros, refletem no índice de confiança da construção civil, contudo, medidas de incentivo adotadas pelo governo federal já apresentam resultados, como apontado pelo economista Felipe Queiroz. “Se a taxa de juros é muito elevada, o volume de imóveis financiados é menor, o custo de financiamento é maior, e isso impede que haja um crescimento. Por outro lado, as medidas de estímulo adotadas pelo governo que já começam a surtir efeito, de modo que há segmentos dentro do indicador que já apresentam uma melhora, decorrente de medidas de incentivo ao Minha Casa, Minha Vida”, enumerou.

Crédito no setor

De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), o setor de construção civil contratou R$ 32 bilhões em crédito de 34 instituições do Sistema Nacional de Fomento (SNF) em dezembro do ano passado. O número representa um aumento de 30% em comparação com o mesmo período de 2021. O estudo considerou informações recentes divulgadas pelo Banco Central. 

Em relação ao crédito no setor neste ano, o que se espera é continuidade dessa alta, como explica a gerente de Sustentabilidade e Economia da ABDE, Kesia Braga. “Com relação a 2023, a expectativa sobre o crédito para construção civil é positiva, isso porque a gente espera que continue nesse movimento de retomada e de reconstrução da economia, de crescimento do PIB, então esse setor é um setor bem estratégico para a geração de emprego e renda no país, e o crédito responde ao aquecimento e à retomada desse setor também, então para 2023 a gente espera que a gente continue nessa tendência”, ponderou.

O crédito para construção foi o que apresentou maior crescimento na carteira do SNF em dezembro de 2022, seguido pelo comércio, com aumento de 18%, e indústria, com elevação de 17%.
 

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26/05/2023 20:30h

Confiança da Construção registra menor nível desde janeiro deste ano, frente à deterioração das expectativas. Índice Nacional de Custo da Construção registra inflação de 0,40% em maio.

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O ICST, Índice de Confiança da Construção do FGV IBRE, caiu 1,4 ponto em maio, para 94,0 pontos, que é o menor nível desde janeiro deste ano (93,6 pontos). Em médias móveis trimestrais o índice ficou estável ao variar 0,1 ponto. 

A queda do ICST foi influenciado pelo Índice de Situação Atual (ISA-CST) e pelo Índice de Expectativas (IE-CST), oscilando para baixo como resultado da deterioração das expectativas e da avaliação da situação corrente. Os dois indicadores que compõem o ISA caíram, que são o indicador de situação atual dos negócios, que atingiu o menor patamar desde maio de 2022, e o indicador do volume de carteira de contratos, que, por sua vez, atingiu menor nível desde fevereiro de 2022. 

Pela parte das expectativas, o IE recuou 1,1 ponto, influenciado principalmente pela queda do indicador de tendência dos negócios. O Indicador de demanda prevista também cedeu em 0,8 pontos. 

Em síntese o índice volta a oscilar para baixo como resultado da piora das expectativas em relação à demanda dos próximos meses, tanto na comparação mensal, quanto na anual. Também o cenário de taxas de juros elevadas e maiores dificuldades com o crédito contribuíram para o crescimento do pessimismo. 

Custo da Construção

Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,40% e registra inflação em maio, percentual superior ao a
purado no mês anterior. O INCC-M acumula alta de 1,34% no ano e de 6,32% em 12 meses. 

O grupo de Materiais, Equipamentos e Serviços caiu, após variar 0,14% no mês anterior.

A taxa de variação referente ao índice da Mão de Obra variou 0,75% em maio, ante 0,23% em abril. 

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25/05/2023 20:15h

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, divulgou nesta quinta-feira (25) a Pesquisa Anual da Indústria da Construção - PAIC, referente a 2021.

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, divulgou nessa quinta-feira (25) a Pesquisa Anual da Indústria da Construção - PAIC, referente a 2021.

Entre 2012 e 2021, houve uma marcante redução da concentração na Indústria da Construção, o que pode ser interpretado como algo positivo para o setor. Em 2012, as oito maiores empresas representavam 10,8% do setor, enquanto para 2021, a participação das oito empresas líderes recuou para 4,3%, o que indica maior diversificação no setor e menor taxa monopolística das empresas líderes.

Esta redução do chamado "market share" das empresas líderes, ou seja, da sua participação no mercado da construção civil, é positiva para o consumidor e clientes. Possíveis menores preços no setor e entrega de produtos de maior qualidade, em vista da maior concorrência entre um maior número de empresas, são alguns dos fatores retratados na pesquisa. 

Outro indicador positivo na última década é que o pessoal empregado no setor cresceu 11,4%, que é a maior variação percentual desde 2010. Também, o número de empresas de Construção cresceu 11,7%, maior taxa anual desde 2013. Este dado diverge do número de postos de trabalho na Indústria da Construção, com queda de 22,9% em comparação a 2012. Segmento de construção de edifícios e de Obras de infraestrutura também perderam postos de trabalho, em 31,7 e 33,6%, respectivamente. 

O setor com maior alta em número de pessoas ocupadas entre os segmentos da Construção foi o de Serviços especializados: 17,9%. Porém, a ocupação no setor de Obras e infraestrutura caiu 0,6%. 

Também o setor de Obras e infraestrutura representa 36,5% do total de salários e outras remunerações.

Em salários mínimos, o salário médio mensal da construção caiu ao menor nível da série iniciada em 2007. Em 2021, foi registrada uma média de 2,1 salários mínimos. 

Metodologia

A Pesquisa Anual da Indústria da Construção, PAIC, tem por objetivo identificar as características estruturais básicas do segmento empresarial da construção no País e suas transformações no tempo, contemplando, entre outros aspectos, dados sobre pessoal ocupado, salários, custos e despesas, receitas, valor das obras e/ou serviços especializados, e valor adicionado. Seus resultados constituem referência para a análise das atividades que compõem esse segmento e podem ilustrar modificações ocorridas no setor em uma série de 10 anos. 

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