O indicador que mede o otimismo dos empresários da construção civil subiu dois pontos em relação ao mês de agosto e está próximo da média histórica, com 53,8 pontos. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Construção é medido pela Sondagem da Indústria da Construção e divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
No mês de setembro, todos os componentes que formam o ICEI da Construção tiveram alta, o que mostra, segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, que a avaliação dos empresários sobre o momento e o futuro da economia está menos negativa.
“A confiança dos empresários da construção aumentou e se afastou da linha divisória de 50 pontos, mostrando uma confiança cada vez mais disseminada, muito por conta da avaliação da economia brasileira. Isso é bastante importante, porque é essa avaliação que vem segurando a confiança dos empresários da construção, de forma geral”, avalia.
O índice que mede o nível de atividade da indústria da construção ficou em 49,7 pontos no mês de agosto, em queda na comparação com o mês de julho, mas próximo à linha dos 50 pontos — o que significa relativa estabilidade, segundo a CNI.
No segmento de Obras de Infraestrutura houve alta no nível de atividade e de empregos, já os setores de Construção de Edifícios e de Serviços Especializados registraram recuo na atividade. Mesmo com índices estáveis ou em leve queda em agosto, ambos estão em patamar muito acima do comum para o mês.
O bom desempenho, tem explicação, segundo Marcelo Azevedo.
“A construção vem tendo resultados positivos por conta de mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida, que impulsionaram as vendas e o lançamento de unidades residenciais. Há também um crescimento de obras de infraestrutura. Há também a questão da taxa de juros. Apesar do recente aumento, a Selic ainda está menor do que no ano passado e esses efeitos defasados positivos continuam impulsionando o setor da construção”, analisa.
Em setembro, os empresários da construção demonstraram expectativas positivas para todas as variáveis pesquisadas, em especial para aquelas ligadas à produção do setor, como nível de atividade e novos empreendimentos e serviços. A expectativa de compra de matérias-primas registrou leve alta, ao passo que a do número de empregados não mudou.
A indústria de pequeno porte apresentou um aumento na confiança pela primeira vez em cinco meses. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) das pequenas indústrias subiu 1,8 ponto de julho para agosto, passando de 49,3 para 51,1 pontos, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, destacou a importância do aumento da confiança na indústria.
“O fato da confiança estar bastante espalhada e intensa em vários dos setores industriais, portes de empresa e regiões é bastante importante. Esse sentimento positivo mostrado pela pesquisa da indústria nesse mês de agosto, ele pressupõe um melhor momento da indústria, antecipa o que pode ser um aumento da produção, um aumento do emprego e do investimento, de uma forma geral, para toda a indústria, desde as pequenas empresas, médias e grandes setores de atividade. É bastante importante perceber que as pequenas entraram agora no momento de maior confiança, normalmente depois de um período de dificuldades econômicas.”
O otimismo também cresceu entre as empresas de médio e grande porte. Nas médias indústrias, o ICEI aumentou 1,3 ponto, alcançando 51,9 pontos. Já nas grandes indústrias, o indicador subiu 1,5 ponto, atingindo 53,1 pontos. Desde abril deste ano, os empresários de todos os portes não demonstravam confiança.
A confiança também retornou à indústria do Sul do país após quatro meses. O ICEI na região subiu 2,2 pontos, passando de 47,9 para 50,1 pontos. A recuperação é observada após os impactos das enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul entre abril e maio.
Em agosto, a confiança aumentou nas indústrias das regiões Centro-Oeste (+1,8 ponto), Sudeste (+1,6 ponto), Norte (+0,7 ponto) e Nordeste (+0,4 ponto). A melhora no Sudeste fez com que o ICEI ultrapassasse a linha de 50 pontos na região. Assim, empresários de todas as cinco regiões do país estão demonstrando otimismo.
Além disso, a confiança aumentou em 19 dos 29 setores industriais analisados pela CNI. Os setores que apresentaram as maiores elevações foram: produtos de minerais não metálicos (+5,3 pontos), vestuário e acessórios (+4,2 pontos), produtos de material e plástico (+3,9 pontos) e madeira (+2,2 pontos). Atualmente, 22 setores da indústria estão demonstrando confiança, enquanto sete ainda registram falta de confiança.
A CNI consultou 1.797 empresas entre 1° e 9 de agosto de 2024, incluindo 696 de pequeno porte, 658 de médio porte e 443 de grande porte.
Foram dois meses de quedas consecutivas até que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) tomasse fôlego e subisse 1,6 ponto em agosto. O aumento muda o patamar de confiança, que passa de neutro a confiante — passando de 50,1 em julho para 51,7 em agosto.
A CNI considera alguns pontos para o avanço, como o aumento recente da produção industrial, a alta nos números de emprego na indústria e a elevação do faturamento.
Apesar do resultado favorável e dos números maiores, a CNI ainda entende que o resultado recente precisa ser interpretado com moderação. De acordo com a Confederação, mesmo com a recuperação neste mês, o índice de confiança ainda está abaixo da média histórica. Interrupção nos cortes da taxa básica de juros (Selic) e a flutuação recente do câmbio também são motivos de preocupação para os industriais.
O resultado é sinal de acomodação após altas consecutivas
A confiança da indústria brasileira, mensurada através de um índice (ICI) da Fundação Getúlio Vargas, registrou estabilidade em fevereiro deste ano, após quatro meses de altas consecutivas. Entretanto, em médias trimestrais, o índice pode avançar.
O resultado revela acomodação no presente mês. Segundo especialistas da FGV, os quatro meses anteriores haviam sido de melhoria da demanda e de estoques. Para os próximos meses, há maior cautela com relação à produção e ao ambiente de negócios futuros, sem a percepção de impacto positivo da nova política industrial pelo setor.
Porém, houve resultado positivo deste mês em relação à empregabilidade da indústria.
As informações são do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE).
Empresários da indústria de pequeno porte estão com expectativas melhores sobre o setor para os próximos seis meses. Segundo o Panorama da Pequena Indústria, compilado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice de perspectivas registrou um aumento de 2,1 pontos em julho de 2023 e alcançou 49,5 pontos. É o maior resultado do ano até o momento e está acima da média histórica de 46,9 pontos.
De acordo com o levantamento da CNI, a melhora do indicador de perspectivas está relacionada, principalmente, ao aumento das expectativas sobre demanda e nível de atividade para os próximos meses. No trimestre encerrado em julho, o índice de desempenho da pequena indústria ficou em 44,8 pontos, considerado positivo pelo setor se comparado ao primeiro trimestre do ano (44 pontos) e à média histórica (43,8 pontos).
O economista e professor de mercado financeiro da Universidade de Brasília (UnB), César Bergo, também relaciona o aumento da perspectiva do empresário industrial à redução da taxa básica de juros.
“Um dos fatores importantes para a melhoria desse cenário é a redução da taxa de juros que vem acontecendo. Então, na última reunião do Copom, o Banco Central reduziu a taxa de juros. Isso vai ter um impacto direto nesse fator motivacional do pequeno empresário industrial, porque a indústria depende muito do crédito e também o crédito afeta diretamente o serviço, sobretudo a venda de bens duráveis.”
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Ainda de acordo com o levantamento da CNI, a confiança do empresário da indústria de pequeno porte aumentou 1,3 ponto entre junho e julho e alcançou 50,6 pontos, ou seja, acima da linha divisória de 50 pontos que separa a confiança da falta dela. No entanto, o indicador segue abaixo da média histórica de 52,8 pontos.
Segundo o economista e pesquisador Felipe Queiroz, a redução da taxa básica de juros e o conjunto de medidas de incentivo à produção e ao consumo adotadas ao longo dos primeiros meses do ano têm surtido um efeito gradual na confiança do empresário.
“Ao longo dos últimos anos, a taxa básica de juros aumentou de modo substancial. E não obstante a isso, há um reflexo direto sobre o custo de financiamento do empresário industrial, especialmente para os pequenos industriais que necessitam captar recursos de capital de giro, de investimento. Outro ponto é que o governo tem adotado um conjunto de medidas para produzir a retomada do crescimento e um ambiente melhor de negócios, ou seja, medidas como reforma tributária são vistas de modo muito positivo. Então o que temos observado é que a economia brasileira começa a engrenar e isso afeta o humor, mas ainda de modo muito tímido.”
O deputado federal Otto Alencar Filho (PSD-BA) destaca que tanto a reforma tributária quanto o arcabouço fiscal são extremamente importantes para o fortalecimento da indústria brasileira.
“A aprovação desses dois projetos irá desburocratizar e simplificar o sistema tributário nacional, democratizar a arrecadação, retirando o peso dos impostos sobre bens de consumo, que afetam a maior parte da população (classe média e baixa), adequando os impostos sobre serviços.”
A carga tributária e a alta taxa de juros são os maiores problemas enfrentados pela pequena indústria brasileira. Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), os empresários da indústria da transformação, com 10 até 49 funcionários, indicaram que a carga tributária está em primeiro lugar no ranking dos principais problemas, com 41,6% das indicações. Para a indústria da construção, as taxas de juros elevadas estão em primeiro lugar, com 33,3%.
O economista e pesquisador Felipe Queiroz afirma que a pequena indústria é onerada pelo complexo sistema tributário brasileiro.
“Hoje nós temos uma carga extremamente excessiva e complexa, que demanda um exército enorme de contadores, de tributaristas, especialmente para saber o que tem ou não que pagar e quanto pagar. O processo de simplificação e de reforma tributária traz ganhos e eficiência para diversas cadeias produtivas e, no caso específico da indústria, tira um peso, um ônus e passa a dividir de modo mais equânime sobre diferentes setores de atividade.”
O deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA) defende que a reforma tributária vai trazer um alívio para os empreendedores da pequena indústria.
“E o primeiro passo foi dado. Qual é o primeiro passo? A simplificação. Se gasta muito recurso, muita energia para superar as barreiras burocráticas que a nossa legislação tributária impõe. E a mudança da estrutura tributária, para que o tributo se faça no destino e não na origem, eu acho que é uma coisa bastante relevante. Espero que seja possível, nesse debate que ainda está em curso, ampliar as diferenciações tributárias para o pequeno negócio e particularmente para a pequena indústria.”
Segundo o parlamentar, o Brasil enfrenta uma fase desafiadora para construir um ambiente favorável para a retomada da industrialização e “a reforma tributária pode desempenhar um papel fundamental nisso e já começou bem, na minha opinião”, avalia.
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Ainda de acordo com o levantamento da CNI, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para as indústrias de pequeno porte aumentou 1,3 ponto entre junho e julho de 2023, passando de 50,6 pontos. É a primeira vez este ano que o indicador ultrapassa a linha divisória dos 50 pontos, que separa a confiança e a falta dela, mas ainda segue abaixo da média histórica de 52,8 pontos.
Segundo o economista Felipe Queiroz, a redução da taxa básica de juros e o conjunto de medidas de incentivo à produção e ao consumo adotadas ao longo dos primeiros meses do ano têm surtido um efeito gradual na confiança do empresário.
“Ao longo dos últimos anos, a taxa básica de juros aumentou de modo substancial. E não obstante a isso, há um reflexo direto sobre o custo de financiamento do empresário industrial, especialmente para os pequenos industriais que necessitam captar recursos de capital de giro, de investimento. Outro ponto é que o governo tem adotado um conjunto de medidas para produzir a retomada do crescimento e um ambiente melhor de negócios, ou seja, medidas como reforma tributária são vistas de modo muito positivo. Então o que temos observado é que a economia brasileira começa a engrenar e isso afeta o humor, mas ainda de modo muito tímido.”
O economista e professor de mercado financeiro da Universidade de Brasília (UnB), César Bergo, também relaciona a confiança do empresário industrial com a redução da taxa básica de juros.
“Um dos fatores importantes para a melhoria desse cenário é a redução da taxa de juros que vem acontecendo. Então, na última reunião do Copom, o Banco Central reduziu a taxa de juros. Isso vai ter um impacto direto nesse fator motivacional do pequeno empresário industrial, porque a indústria depende muito do crédito e também o crédito afeta diretamente o serviço, sobretudo a venda de bens duráveis.”
Segundo o Panorama da Pequena Indústria, o índice de perspectivas da indústria de pequeno porte — que capta as expectativas para os próximos seis meses — apontou um aumento de 2,1 pontos em julho de 2023 e alcançou 49,5 pontos.
Este é o pior resultado desde agosto de 2020
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) cedeu 0,5 pontos em agosto, para 91,4 pontos. Este é o pior resultado desde agosto de 2020 (89,8 pontos).
Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 0,5 ponto, para 92,4 pontos.
Houve queda da confiança em 11 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela sondagem.
Para especialistas da Fundação Getúlio Vargas, a FGV, os resultados mostram que os empresários ainda continuam bastante afetados pela conjuntura macroeconômica atual de taxa de juros elevada e alto endividamento das famílias.
Segundo eles, isto dificulta a recuperação da demanda e mantém as empresas com nível de estoques alto, principalmente nos segmentos produtores de bens de consumo.
O resultado apresenta piora das avaliações sobre a situação atual, enquanto as expectativas em relação aos próximos meses se mantêm estáveis.
Acerca da situação atual da economia, o que mais influenciou a queda no mês foi a percepção dos empresários sobre a situação presente dos negócios.
Em menor proporção, o indicador que mede o nível atual de demanda também caiu.
Já o nível de estoque diminuiu levemente — o que é bom para a economia. Este resultado acontece após três sequências negativas. O nível de estoques está acima do esperado, ainda com os efeitos do lockdown que a economia sofreu.
Com relação às expectativas, há uma melhoria das perspectivas sobre a produção e para as contratações nos próximos três meses seguintes, mas um aumento do pessimismo em relação às perspectivas dos negócios num horizonte maior, de seis meses.
A tendência dos negócios para os próximos seis meses, após duas altas consecutivas, caiu.
Por outro lado, o indicador de produção prevista subiu, recuperando parte das perdas sofridas em julho. O indicador que mede as perspectivas sobre as contratações também cresceu e se mantém em patamar otimista.
O nível de utilização da capacidade instalada da indústria se manteve relativamente estável.
Para o segundo semestre, há a expectativa de um nível de atividade morno, porém com possíveis melhorias no mercado de trabalho na macroeconomia, o que pode influenciar positivamente o setor da indústria.
Os dados são do Instituto Brasileiro de Economia, FGV IBRE.
Os empresários da indústria de pequeno porte demonstraram estar confiantes pela primeira vez em 2023. Segundo o Panorama da Pequena Indústria divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para empresas de 10 até 49 funcionários aumentou 1,3 ponto entre junho e julho de 2023, passando de 50,6 pontos.
É a primeira vez este ano que o indicador ultrapassa a linha divisória dos 50 pontos, que separa a confiança e a falta dela, mas ainda segue abaixo da média histórica de 52,8 pontos.
O pesquisador e economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), Stéfano Pacini, explica que a pequena indústria reflete o cenário da indústria brasileira como um todo em 2023.
“Durante o ano de 2023, [a indústria] vem andando de lado; ela vem tendo resultados com variações muito pequenas, quando a gente olha para produção física da indústria. O que isso quer dizer quando a gente olha para os fatores macroeconômicos da economia brasileira? A gente vê principalmente uma taxa de juros alta, um alto endividamento, dificuldade de reaquecer a demanda e, por fim, neste ano, um arrefecimento da inflação.”
Segundo o levantamento da CNI, os empresários da indústria de pequeno porte indicaram que a carga tributária está em primeiro lugar no ranking dos principais problemas enfrentados pela indústria da transformação, com 41,6% das indicações. Para a indústria da construção, as taxas de juros elevadas estão em primeiro lugar, com 33,3%.
O economista do FGV Ibre explica que a alta taxa de juros pode impactar na tomada de crédito, que é fundamental para o desenvolvimento da pequena indústria.
“Uma taxa de juros alta torna o crédito mais caro. Por uma ótica do produtor, a gente vê uma cautela em relação a fazer novos investimentos para aumentar a produção. E pela ótica do consumidor, ele pensa duas vezes antes de fazer uma compra a prazo, porque o parcelamento fica mais caro. E junto disso, com uma taxa de juros mais alta, a gente tem observado taxas de inadimplência muito altas no Brasil.”
O deputado federal Carlos Chiodini (MDB-SC) destaca a importância da reforma tributária para melhorar o ambiente de negócios do país, especialmente da indústria.
“Os próprios estudos apontados pela CNI e por outras confederações, por universidades de renome nacional e internacional, comprovam isso. Vai tornar o sistema tributário mais simples de ser apurado e a indústria é o setor que vai ser o mais beneficiado na minha opinião. Com o advento da nova forma de cobrar imposto, ela vai poder ser mais competitiva lá na ponta, divulgando melhor os seus resultados para os investidores. Então tenho certeza que a reforma tributária vem ao encontro dessas prioridades e vai simplificar a vida do empresário brasileiro deixando a indústria mais competitiva.”
O economista do FGV Ibre, Stéfano Pacini, também ressalta a importância da reforma tributária para o empresário industrial.
“O setor industrial é o que tem a maior oneração dentro da carga tributária. Isso vai trazer uma descompressão de custos para o empresário, o que torna o negócio mais atrativo também.”
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Ainda de acordo com o levantamento da CNI, o Índice de Perspectivas da indústria de pequeno porte — que capta as expectativas para os próximos seis meses — apontou um aumento de 2,1 pontos em julho de 2023 e alcançou 49,5 pontos. O resultado é o maior do ano até o momento e está acima da média histórica de 46,9 pontos. Segundo a CNI, a melhoria do indicador de perspectivas está relacionada à melhoria das expectativas de demandas e do nível de atividades para os próximos meses.
O índice de desempenho da pequena indústria ficou em 44,8 pontos no segundo trimestre de 2023. O resultado, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), é considerado positivo se comparado ao primeiro trimestre do ano (44 pontos) e à média histórica (43,8 pontos).
O indicador chegou a cair 3,5 pontos de março para abril, mas apresentou melhoria no restante do trimestre — com avanços de 2,4 pontos de abril para maio e de 0,4 ponto de maio para junho. O cálculo da CNI leva em consideração a evolução do volume de produção, o nível de utilização da capacidade instalada e o avanço do número de empregados para as indústrias extrativas, de transformação e da construção.
O economista e professor de mercado financeiro da Universidade de Brasília (UnB), César Bergo, explica que em 2023 houve um crescimento maior da economia, além do que se esperava.
“De fato, a economia acabou apresentando um resultado melhor no primeiro e no segundo trimestre do que se esperava. Isso acabou afetando a produção industrial, sobretudo dos pequenos negócios industriais. Algumas medidas do governo relacionadas à área de crédito e fomento — e a questão também que houve da desoneração dos automóveis, dos impostos federais, acabou de alguma forma agindo positivamente no desempenho da indústria, porque você de alguma forma alimenta toda a cadeia produtiva do automóvel e envolve muitos produtores de pequeno porte.”
Segundo o Panorama da Pequena Indústria da CNI, o índice de situação financeira — calculado com base na margem de lucro operacional, na situação financeira e no acesso ao crédito — aumentou 2 pontos no segundo trimestre de 2023 e atingiu 41,3 pontos.
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Pela primeira vez no ano, o empresário da indústria de pequeno porte demonstrou confiança no setor. O índice que mede essa confiança aumentou 1,3 ponto entre junho e julho e alcançou 50,6 pontos, ou seja, acima da linha divisória de 50 pontos que separa a confiança da falta dela. No entanto, o indicador segue abaixo da média histórica de 52,8 pontos.
Segundo Newton Marques, economista membro do Conselho Regional de Economia (Corecon-DF), a confiança do empresário industrial está relacionada à espera de uma redução da taxa básica de juros.
“O motivo da baixa confiança do pequeno empresário industrial em 2023 é com relação à espera de que haja uma redução da taxa básica de juros e que isso possa provocar um aumento dos investimentos do setor privado. Mas o governo também precisa dar o incentivo, aumentando o seu investimento no setor público para também ajudar a alavancar essa recuperação da atividade econômica.”
O economista César Bergo também relaciona a confiança do empresário industrial com a redução da taxa básica de juros.
“Um dos fatores importantes para a melhoria desse cenário é a redução da taxa de juros que vem acontecendo. Então, na última reunião do Copom, o Banco Central reduziu a taxa de juros. Isso vai ter um impacto direto nesse fator motivacional do pequeno empresário industrial, porque a indústria depende muito do crédito e também o crédito afeta diretamente o serviço, sobretudo a venda de bens duráveis.”
Já o deputado federal Benes Leocádio (União-RN) destaca a importância da aprovação da reforma tributária para melhorar a carga de impostos do setor industrial.
“Sabemos que os juros e a atual carga tributária são empecilhos para o crescimento de qualquer cadeia produtiva, principalmente da pequena indústria. Esperamos que, com a finalização e aprovação da reforma, isso possa trazer melhores condições para o desempenho principalmente da pequena indústria brasileira, que é quem mais gera emprego nesse país. E que tenhamos também a consciência de que o tributo devido e arrecadado pelo poder público é fonte e condições de aplicação das políticas públicas de melhoria da qualidade de vida do cidadão. E o nosso desejo é que tenhamos menos carga tributária e mais geração de emprego e renda, para assim a economia caminhar com melhores dias.”
Segundo o Panorama da Pequena Indústria, o índice de perspectivas da indústria de pequeno porte — que capta as expectativas para os próximos seis meses — apontou um aumento de 2,1 pontos em julho de 2023 e alcançou 49,5 pontos.
A retomada da confiança da indústria em julho se explica pela melhoria de alguns dos principais indicadores econômicos, segundo o economista Renan Gomes de Pieri. Ele afirma que os dados positivos de emprego, renda e Produto Interno Bruto (PIB), por exemplo, levam a uma perspectiva mais otimista e, como consequência, uma maior expectativa de produção industrial. O especialista destaca também a agenda econômica em tramitação no Congresso Nacional.
“A reforma tributária e o novo arcabouço fiscal geram, ou vão gerar, um ambiente econômico mais positivo. Mesmo que as mudanças, principalmente na reforma tributária, levem anos para serem implementadas, essa melhoria das expectativas já pode levar ao aumento dos investimentos hoje. A gente sabe que, na indústria, o planejamento de investimentos é da ordem de décadas. Então essas mudanças positivas para o futuro podem levar os empresários, hoje, a reverem seus processos de investimento”, explica.
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) avançou 0,7 ponto, de 50,4 pontos para 51,1 pontos. O número, acima da linha divisória dos 50 pontos, indica confiança do setor. De acordo com a pesquisa, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), é o segundo mês consecutivo em que a indústria demonstra confiança. O avanço do índice em julho acontece em função, principalmente, da avaliação menos negativa das condições atuais da economia brasileira e das empresas, segundo a CNI.
Entretanto, apesar do avanço de 1,3 ponto, o Índice de Condições Atuais segue abaixo da linha divisória de 50 pontos, com 45,5 pontos. Já o Índice de Expectativas subiu 0,4 ponto para 53,9 pontos. O número mostra otimismo da indústria para os próximos seis meses. O deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP), membro da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, cita um conjunto de medidas importantes para a melhoria do índice de confiança, como a reforma tributária, o arcabouço fiscal e a atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Entre eles, a questão do Ministério da Indústria, que foi recriado e que tem feito uma boa interlocução com os setores, ouvido os setores, criando uma expectativa de apoio à retomada das indústrias, a reindustrialização no Brasil que está sendo construída. Isso cria uma expectativa favorável pelo diálogo, pelo entendimento e pelo desenvolvimento de planos que podem dar um impacto positivo no apoio à neoindustrialização do Brasil”, pontua.
A pesquisa contou com a participação de 1.305 empresas de pequeno, médio e grande porte, entre os dias 3 e 7 de julho.