Banco Central

29/04/2024 00:04h

Segundo Banco Central, também foram registradas queixas sobre problemas com débito automático, diferenças em transações bancárias e atraso na liberação de crédito

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De acordo com o Banco Central, as irregularidades relativas à cobrança em fatura de cartão de crédito que deveria ter sido estornada, cobrança indevida, compras não reconhecidas feitas com cartão clonado ou roubado, cobranças em duplicidade, não reconhecimento de pagamento de fatura e inconsistências em dados fornecidos aos clientes em fatura ficaram em primeiro lugar no ranking de reclamações de clientes de bancos e instituições financeiras no primeiro trimestre de 2024. No total, foram 1.892 reclamações registradas.

Em segundo lugar, com 856 registros, ficaram as reclamações relativas à não realização de débito automático autorizado, diferenças entre saques e depósitos realizados em caixa convencional, problemas em transações por falha humana e resgates de investimentos sem autorização do cliente.

Além disso, foram feitas 762 reclamações relacionadas a atraso na liberação do crédito, cobrança de parcela já quitada, cobrança duplicada, demora para devolver a parcela cobrada indevidamente e diferença no valor ou quantidade de parcelas.

O Inter ficou em primeiro lugar no ranking de reclamações de bancos e instituições financeiras, com 1.554 reclamações registradas e mais de 30 milhões de clientes. Em seguida, veio o BTG Pactual/Banco PAN (1.597 reclamações e 23,8 milhões de clientes) e PagBank-PagSeguro (1.531 reclamações e 31 milhões de clientes).

O ranking é feito com base nas reclamações do público, que são registradas nos canais de comunicação do Banco Central, via internet, correspondência, atendimento presencial ou através do telefone.

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24/04/2024 00:20h

Alta da inflação e do câmbio mudam a trajetória da taxa de juros

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A expectativa futura da inflação brasileira teve alta nesta semana. Medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a atual expectativa de inflação brasileira para 2024 é de 3,73%. 

O cenário de alta da inflação, junto com a escalada do dólar no Brasil (hoje projetado a R$ 5,00 até o final de 2024) mudam a trajetória da taxa básica de juros do país, a Selic. Até então, vivíamos um cenário de certeza da queda da Selic. 

Hoje, houve a segunda projeção de alta desta taxa, segundo o próprio mercado. Projeta-se a Selic a 9,50% ao ano. 

A alta de projeção também ocorre para o Produto Interno Bruto (PIB), com crescimento cotado a 2,02%. Esta é a décima projeção de crescimento seguida do indicador. 

As informações são do Boletim Focus, com as cotações de mercado divulgadas semanalmente pelo Banco Central do Brasil. 
 

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04/04/2024 00:07h

Grande parte das principais variáveis monitoradas estão estáveis

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A projeção da inflação brasileira esteve estável nesta semana. Medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a atual expectativa de inflação brasileira para 2024 é de 3,75%. 

Este cenário acompanha a possibilidade de uma economia mais aquecida no médio prazo. O projetado de crescimento da economia para 2024 subiu pela sétima vez seguida e é previsto que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça aproximadamente 1,90% até o final deste ano. 

Neste cenário, a Selic — a taxa básica de juros da economia brasileira — há quatorze semanas em sequência permanece a 9,00%. Prevê-se que os próximos anos sejam igualmente de estabilidade para esta taxa. 

Já o câmbio, após escaladas e ultrapassar a barreira dos R$ 5,00, está previsto para R$ 4,95 até o final deste ano. 

As informações são do Boletim Focus, com as cotações de mercado divulgadas semanalmente pelo Banco Central do Brasil. 
 

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02/02/2024 21:00h

Taxa de juros cai pela quinta vez consecutiva e chegou a 11,25 % ao ano, mas especialistas em economia afirmam que, para a população, pouco muda por enquanto

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A Selic — a taxa básica de juros da economia brasileira — chegou a 11,25% na última quarta-feira (31), depois de mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Mas o impacto da redução para o consumidor não será imediato. Ainda vamos demorar um tempo para sentir os reflexos na redução de juros dos financiamentos — e outros tipos de empréstimo.

No ano de 2021 a taxa de juros saiu de 2% em janeiro, para 9,25% em dezembro. 2022 já começou com a Selic a 10,75%, e o índice subiu a 13,75% no fim daquele ano. 

O investidor e analista financeiro Eduardo Domenico diz que a partir do momento que a taxa de juros chegou perto de 10%, “os investimentos em renda fixa ficaram muito mais interessantes por oferecer um retorno maior, com riscos menores.”

A opinião do investidor é a mesma do economista Luigi Mauri.  Este adverte que  — apesar dos cortes já anunciados pelo Banco Central e a previsão de que a Selic termine 2024 a 9% — ainda temos hoje uma taxa de juros bastante alta, e a renda fixa continua sendo vantajosa. Para quem investe em títulos públicos, o economista faz esse alerta. 

“É muito importante observar a compra de títulos pré-fixados, ou seja, títulos que estejam indexados com a atual Selic, que é alta. Quem comprar agora títulos pós-fixados, que venham a render com a Selic lá da frente quando a pessoa resgatar o que ela investiu, vai sair perdendo. Porque o cenário é que lá na frente a Selic esteja menor.” 

Tendência de queda, mudança dos investimentos 

O quinto corte consecutivo na taxa fez com que ela chegasse ao patamar mais baixo em quase dois anos. Mas com a tendência de queda, os investidores, como Domenico, começam a mudar também a forma de operar.

“Essa é mais ou menos a minha ideia, com relação aos meus investimentos. Boa parte está em renda fixa, com essas quedas — e com as futuras quedas que vêm pela frente — a tendência é que uma parte dos meus investimentos também vão para a renda variável.” 

Para o consumidor, no curto prazo, não haverá grandes mudanças. O economista explica que, na teoria, a Selic deveria balizar outras taxas de juros da economia, como do cartão de crédito e de empréstimos. O economista, contudo, ressalta que a realidade não funciona assim. 

“Mas num cenário de médio e longo prazo com Selic menor — como tem sido a tendência inclusive internacional — é possível que as demais taxas da economia usem a Selic como referência — e essas outras taxas (cartão de crédito e empréstimos) também caiam.” Mas isso, a longo prazo, prevê Mauri. 

Cenário futuro positivo

A queda da taxa Selic é vantajosa para a economia de forma geral. “Porque o investidor olha para essa taxa mais baixa e pensa: talvez não seja tão vantajoso deixar o dinheiro parado rendendo.” explica Mauri. O economista avalia esse cenário de queda da taxa básica como promissor para a abertura de novos negócios,  pois estimula o investimento na economia real, em empreendimentos. 

Por outro lado, dada a complexidade da economia, as altas taxas de juros atraem capital externo — porque o investidor estrangeiro enxerga os investimentos aqui dentro como vantajosos. Isso traz divisas internacionais para o país. “Uma maior entrada de dólar, significa um menor preço da moeda”, explica Luigi Mauri.

“Com os juros menores pode ser que esse investidor mude o local do investimento —  e essa saída do dólar daqui de dentro pode fazer aumentar o preço da moeda estrangeira. Assim, aumentam os custos, por exemplo, para viajar. Além da possibilidade de afetar nossa inflação interna. Com dólar alto, tudo que entra importado no país tem reflexo no preço”, explica.
 

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25/01/2024 08:00h

Segundo o BC, no mesmo período o crescimento brasileiro foi de 2,2%

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Goiás apresentou um crescimento de 10% na atividade econômica em novembro de 2023, em comparação com o mesmo mês de 2022. No mesmo período, o crescimento nacional foi de 2,2%. Os dados são do levantamento Índice de Atividade Econômica (IBCR), uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), publicado pelo Banco Central (BC). O IBC-Br é composto por dados das atividades industriais, de serviços e agropecuária.

Ainda conforme o estudo, na variação mensal com ajuste sazonal — em comparação entre os meses de novembro e outubro de 2023 — o estado apresentou um crescimento de 4,1%, diante da alta nacional de 0,01%. Goiás alcançou o melhor resultado do país entre os demais estados.

No acumulado do ano, a atividade econômica do estado também apresentou crescimento de 5,6%, contra 2,4% de crescimento nacional. Goiás alcançou a segunda posição no ranking, ficando atrás somente do Paraná. O diretor-executivo do Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (IMB), Erik Figueiredo, explica que a participação da industrial goiana desenvolveu um papel importante sobre o crescimento econômico apontado pelo BC.

“A PIM (Pesquisa Industrial Mensal) mostra que Goiás, no interanual, cresceu 16,6% na produção industrial. No acumulado do ano, cerca de 5%, enquanto o Brasil só cresceu 0,1%. Então, chama muita atenção o desempenho da indústria, além, claro, do tradicional agro, com um crescimento na casa de 12%, 13% no ano. Nós temos serviços na casa de 7% e o comércio ainda muito próximo a 1%. Então nós temos um conjunto de indicadores robustos que explicam esse crescimento do estado de Goiás e esse desempenho em 2023”, destaca.

O diretor-executivo do IMB ainda completa que a aceleração da indústria contribui para a evolução da produtividade de empregos em Goiás.

“A participação da indústria no PIB se manteve estável no estado por muito tempo e a partir de 2019, você tem uma mudança nesse ciclo, uma mudança de tendência e uma aceleração na indústria goiana. E isso deve ser comemorado porque você tem ali os maiores salários pagos na indústria em Goiás. Você tem também uma maior qualidade, maior produtividade de emprego nessa atividade”, diz.

Expectativas para 2024

Conforme o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), para 2024 a expectativa é que o valor adicionado (VA) do setor agropecuário recue 3,2%. A previsão leva em conta os dados Prognóstico de Safra, divulgados pelo IBGE.

Com estimativas de queda para o agronegócio brasileiro em 2024, o estado está se preparando para contornar os eventuais impactos sofridos pelo setor, como ressalta Figueiredo. 

“Já estamos trabalhando o crescimento goiano de 2024 desde do final do ano 2023. Sabemos que o estado tem que trabalhar de mãos dadas com a iniciativa privada para que o crescimento ele se dê de uma forma mais natural. O IBGE lançou recentemente uma previsão sobre a produção agrícola. Nós estamos acompanhando isso muito perto, vendo quais seriam os eventuais impactos sobre o agro de Goiás e já tomando ações que possam minorar esses efeitos. Então, nossa expectativa é de manter esse crescimento em 2024. E estamos atentos em que o estado pode fazer para melhorar o ambiente de negócios em Goiás”, afirma.

Segundo o IBGE, entre as principais culturas são esperadas quedas de 9,5% na produção de milho 5,4%; na produção de cana-de-açúcar e 4,4% na produção de algodão. Entretanto, soja e café devem apresentar um crescimento de 0,6% e 8,4% respectivamente. 

Crescimento de Goiás deve chegar a 6%, quase o dobro da média nacional que deve ser de 3,3%

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08/11/2023 04:30h

Apesar de momento de turbulência internacional, economistas veem certa “tranquilidade” na economia brasileira

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O Banco Central (BC) informou nessa segunda-feira (6) que o Brasil reduziu o déficit em 79,71% no balanço de pagamentos que representam as transações comerciais, financeiras e de serviços com outros países. As contas externas atingiram saldo negativo de US$1,4 bilhão em setembro deste ano. No mesmo período do ano passado, era de US$ 6,9 bilhões. Economistas e especialistas ouvidos pelo Brasil 61 avaliam o cenário de forma otimista, com a expectativa de que o crescimento continue. 

César Bergo, presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal, afirma que a tendência é que os números externos sigam melhorando, sobretudo em razão dos superávits comerciais que vêm sendo obtidos pela balança.

“O cenário econômico para os próximos meses é positivo. Nós estamos vendo a franca recuperação da balança comercial, a queda do déficit na balança de pagamento, e a balança de serviço apresenta um decréscimo. Somando tudo isso, mostra-se um ponto positivo para o fechamento das contas externas até o final do ano. A balança comercial continua superando os recordes anteriores, há toda uma questão envolvendo investimentos externos que vêm crescendo”, diz Bergo. “Isso dá uma tranquilidade para o Brasil passar por esse momento de tensão internacional”.

A balança comercial de bens apresentou um superávit de US$ 7,2 bilhões, em contraste com o saldo positivo de US$ 2,1 bilhões registrado em setembro de 2022. As exportações de bens chegaram a US$ 28,7 bilhões, queda de 5,2% em comparação com o ano anterior. As importações de bens encolheram 23,8% na mesma base de comparação, e totalizaram US$ 21,5 bilhões.

Rosa Gonçalves,  CEO e fundadora da Idea Soluções Financeiras e agente de crédito internacional,  reconhece a melhoria nas contas externas, ao mesmo tempo em que pontua outros desafios para a economia brasileira.

“Os estados que mais se destacam são aqueles que possuem a economia diversificada e comércio internacional mais presente como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais; e é possível observar uma melhora nas contas externas que no Brasil em setembro com saldo negativo menor em comparação ao mesmo período do ano do ano anterior. No entanto, não podemos acreditar que tudo foi resolvido. O Fundo Monetário Internacional, por exemplo, projetou que a dívida pública bruta no Brasil chegará a 96% do PIB até 2028”, diz.

 Crescimento do PIB

Pedro Ivo Camacho, professor adjunto da Federal Fluminense no Departamento de Ciências Atuariais e Finanças, detalha que o resultado foi impulsionado pelo setor do agronegócio. As regiões do Centro-Oeste, Sul e Sudeste são as mais favorecidas por esse fenômeno, diz Camacho. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro deverá crescer até 2,5% em 2023 em comparação ao ano anterior.

“O déficit nas contas externas do Brasil é algo conjuntural e de médio e longo prazo desde 2009/2010. Apresentamos um problema crônico nas nossas exportações líquidas, o que atrapalha muito a nossa capacidade de atrair divisas estrangeiras”, completa Camacho. “A princípio, o ano começou com alento. Principalmente a partir de abril, quando nós estancamos a relação de decrescimento das nossas exportações líquidas e passamos a fazer um movimento de alta que deve compensar parte desse saldo negativo”, afirma.

“Nesse sentido, é possível que o Brasil em 2024 tenha uma melhora nesse quadro. Mas o que estamos discutindo hoje é um fenômeno de médio e longo prazo que a economia brasileira passa e que atrapalha muito as nossas oportunidades de crescimento”, enfatiza Camacho.

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04/11/2023 04:00h

Taxa básica de juros chegou ao menor nível desde maio de 2022; redução já era esperada pelo mercado financeiro

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Após o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, diminuir a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, passando para 12,25% ao ano, especialistas avaliam que o resultado ajuda a promover um crescimento em determinados setores da economia.

O incentivo maior deve ir para os setores que dependem diretamente do crédito, como o imobiliário, de consumo e automobilístico. É o que destaca o economista Newton Marques.

“Sempre o setor que leva a redução da Selic de forma positiva é aquele que precisa reduzir as suas taxas de juros ou mesmo aqueles que devem ao sistema financeiro. Então, toda redução da Selic vai aliviar o custo do dinheiro para essas pessoas”, diz. “Todas as vezes que se fala em redução da taxa básica de juros, tem que ser levado em consideração que vai afetar consumidores e investidores. Os consumidores não necessariamente têm recursos para financiar todas as compras”, completa Marques.

A Selic teve seu terceiro corte seguido e alcançou seu patamar mais baixo desde maio de 2022, quando estava fixada em 11,75% ao ano. Na avaliação de Thaís Zara, que atua como economista sênior da LCA Consultores, o benefício também deve atingir empresas.

“As empresas vinham tendo também uma dificuldade de obter financiamentos junto aos bancos, e mesmo junto ao mercado. Isso já começou a melhorar no segundo semestre, e a tendência é que conforme progrida essa redução da Selic, essa situação também melhore para as empresas . É um processo gradual, que deve ocorrer ao longo do ano que vem”, descreve.

Economistas preveem uma continuidade nos cortes da Selic 

“A perspectiva é que esta redução continue, porque o Brasil tem a maior taxa básica de juros do mundo, e isso é um custo grande para a economia brasileira. Esse ciclo de redução nas taxas pode, inclusive, ser intensificado”, diz Fernando de Aquino, economista e conselheiro coordenador da Comissão de Política Econômica do Cofecon (Conselho Federal de Economia).

Renan Pieri, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), acredita que o corte não deve estimular mais a inflação em razão de ter sido uma medida anunciada, esperada pelo mercado.

“Ainda é um patamar bastante alto comparado a outros países, mas a tendência de queda é positiva para a economia brasileira e se deve à recente redução das expectativas de inflação por conta do mercado”, explica. Para Pieri, o cenário provável é que o barateamento do custo de crédito também gerE a oportunidade de aumento na taxa de empregos e do PIB.

“Claro que, dado que a taxa de juros está também respondendo a um cenário futuro de menor crescimento, as coisas se balanceiam”, diz. “A velocidade da redução da taxa e também até onde chegaremos com juros mais baixos vai depender também se o governo conseguir implementar o novo arcabouço fiscal, e reduzir o déficit fiscal”, complementa.

Associações defendem redução de juros

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) vê a situação de forma positiva. Luiz França, presidente da associação, ressaltou a importância de medidas contínuas que promovam a redução das taxas de juros e incentivem o acesso ao crédito aos compradores de imóvel. 

“Essa estratégia não beneficiaria apenas o setor imobiliário, tornando os financiamentos habitacionais de médio e alto padrão mais acessíveis, mas também contribuiria para o progresso econômico e social do Brasil”, afirmou.

Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera que o corte é “insuficiente” para evitar a diminuição da atividade econômica. Ricardo Alban, presidente da entidade, diz esperar que sejam realizados cortes mais significativos nas próximas reuniões do Copom.

“Tenho a plena convicção de que a queda de juros não está na velocidade que nós precisamos. Na verdade, estamos em uma armadilha, porque a nossa taxa Selic atingiu um patamar bastante desestimulante. Entendo que não é possível fazer uma queda abrupta, mas o Banco Central poderia ser um pouco mais desafiador e ter iniciado uma redução mais acelerada”, afirmou Alban em nota divulgada pela CNI.

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01/11/2023 22:00h

A resolução estabelece que as instituições financeiras devem compartilhar com as demais instituições, por meio de sistema eletrônico, dados e informações sobre indícios de fraudes

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Entrou em vigor a Resolução Conjunta nº 6, publicada pelo Banco Central (BC) em conjunto com o Conselho Monetário Nacional (CMN), que permite que as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central compartilhem com os demais bancos dados e informações sobre indícios de fraudes. O objetivo é prevenir golpes financeiros.

Na avaliação do advogado especialista na área de proteção de dados e professor da PUC-Minas, Guilherme Guidi, a medida pode trazer mais segurança para a sociedade.

“O banco identifica uma transação que pode ser uma fraude e essa informação deve ser compartilhada com os outros agentes do sistema financeiro, justamente para que esses outros agentes possam também, por exemplo, estabelecer uma lista negra ou inclusive evitar que outras transações associadas à mesma pessoa, mesma conta ou mesmo cartão sejam aprovadas. Isso traz uma segurança grande para a sociedade e deve incentivar também o desenvolvimento do mercado de crédito”, diz.

O especialista explica ainda que deve haver um escopo mínimo dos dados e das informações a serem compartilhados.

“Principalmente, vai lidar com dados sobre a transação: então o tipo de serviço ou a operação financeira identificada. Por exemplo, se foi uma transferência do Pix, se foi a abertura de contas, se foi um cheque. A data e a hora da ocorrência. O valor envolvido, se for aplicável, detalhes técnicos que ajudem a identificar porque aquela transação foi marcada como uma fraude e, especialmente, se essa fraude foi praticada transferindo valores de uma conta a outra. Identificar a conta destinatária desses valores para poder ser, por exemplo, feito algum tipo de investigação sobre aquela conta”, explica.

Em comunicado, o Banco Central informou que as instituições são responsáveis pela utilização dos dados e das informações obtidos em consulta ao sistema eletrônico e pela preservação de seu sigilo bancário.

O especialista em proteção de dados demonstrou preocupação sobre como a resolução deve ser integrada com as bases legais que dão suporte à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

“Existe ali uma proibição de que os bancos compartilhem informações sensíveis, por exemplo, a razão da transação ou onde foi gasto esse dinheiro e outras informações que poderiam violar a privacidade do usuário. Mas, além disso, existe também uma previsão de que a resolução seja aplicada em paralelo à lei de dados. E quando a gente vai olhar a parte conceitual, a gente tem um problema ali sobre o consentimento. Ou seja, a resolução diz para tratar e compartilhar esses dados, você precisa de autorização do seu usuário. O problema é que esse conceito ele não está realmente alinhado à LGPD. Isso é uma coisa que vai ter que ser trabalhada ainda pela pelo Banco Central, possivelmente em parceria com ANPD”, destaca.

Levantamento  sobre fraudes

Segundo resultados do levantamento “Tendências de Fraude em Bancos Digitais na América Latina”, realizado pela Biocath —  empresa especializada em detecção de fraudes digitais e lavagem de dinheiro —  foi observado um aumento de 100% nas contas laranja no Brasil em 2023. O estudo enfatiza os crescentes desafios de crimes financeiros enfrentados pelo setor bancário.

Para o advogado especialista em Direito Digital Paulo Akiyama, a norma do BC é importante diante do crescimento de transações financeiras e do aumento das ocorrências de fraudes no sistema bancário.

“Hoje no Brasil tem mais ou menos umas 800 empresas do sistema financeiro autorizadas a operar com Pix. E com esse crescimento dessas fintechs e a utilização delas para aplicação de golpes, o Banco Central tenta agora regularizar isso. Existem normativas do Banco Central que estabelecem a segurança para a abertura de uma conta junto a essas instituições, mas na prática isso não está ocorrendo. Em 5 minutos você abre uma conta em um banco virtual, já movimenta. Então isso facilita a quem aplica as fraudes. Essa abertura de conta, uma conta fantasma, pode ser até no nome da própria vítima”, alerta.

Entretanto, Akiyama destaca ainda que o Banco Central deveria ser mais ativo na fiscalização da norma.

“Tudo aquilo que vem para tentar coibir fraudes é de forma positiva. A única coisa que ficou pendente é se realmente o Banco Central vai agir em termos de auditoria com relação a essa formação de banco de dados dessas contas de compartilhamento. Porque o Banco Central deixa a responsabilidade de formar isso para as instituições. São 800 fintechs. Como vai controlar? Eu acho difícil. Apesar de ser uma resolução que venha a somar para garantir o direito do consumidor, acho que haverá alguns problemas ainda pela frente”, diz.

Segundo o Banco Central, o prazo para a implementação das medidas previstas na norma é até 1º de novembro de 2023, com exceção das “disposições afetas aos acordos de níveis de serviço e à funcionalidade da declaração de conformidade, que terão até o dia 1º de fevereiro de 2024”.
 

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17/10/2023 11:00h

A queda é acompanhada pela estabilidade do PIB, do câmbio e da Selic

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O mercado financeiro reduziu as projeções da inflação brasileira pela primeira vez, após semanas de estabilidade. A inflação oficial brasileira é mensurada pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) e está cotada a 4,75% para 2023. 

Já o produto interno bruto, o PIB, a taxa básica de juros da economia, a Selic, e o câmbio do real em relação ao dólar registram estabilidade de projeção. 

A previsão de mercado para o crescimento do PIB é de, aproximadamente, 2,90% para 2023, enquanto a projeção do dólar é de R$ 5,00. A taxa básica de juros, a Selic, segue cotada a 11,75% até o final deste ano. 

Para 2024, a projeção da taxa básica de juros é de 9,00% —  e de 8,50% para 2025. 

Outros indicadores divulgados nesta edição do boletim focus indicam crescimento da dívida líquida do setor público brasileiro, manutenção dos volumes de investimento direto no país e queda dos preços administrados. 

As informações são do Banco Central do Brasil.

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10/10/2023 15:50h

A alta é acompanhada pela estabilidade da inflação, do PIB e da Selic

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O mercado financeiro elevou as projeções do dólar em relação ao real pela primeira semana, após relativa estabilidade da moeda. 

Atualmente, a moeda é cotada a R$ 5,00 até o final de 2023.

Já a inflação, medida pelo Índice de Preço ao Consumidor (IPCA), registra estabilidade da projeção em relação à semana anterior. De acordo com dados do Boletim Focus, a projeção é de 4,85% para 2023. 

Por sua vez, a projeção do Produto Interno Bruto, o PIB, é de aproximadamente 2,90% para 2023. Recentemente, o Produto Interno Bruto foi influenciado de maneira positiva por um crescimento da economia acima do esperado para o segundo trimestre deste ano.

Já a projeção da taxa de juros básica da economia —  a Selic — mantém-se a 11,75%, pela nona semana consecutiva. 

As informações são do Banco Central do Brasil
 

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