PIB

Economia
31/05/2023 20:25h

Levantamento da WTTC afirma que setor teve alta acima da pré-pandemia

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Um levantamento realizado pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), com dados do Relatório de Impacto Econômico, mostra que o setor pode arrecadar R$ 752,3 bilhões, o que representa 7,8% do PIB nacional. Esse valor ficará 5% acima do registrado na pré-pandemia, em 2019, quando o setor somou R$ 716,5 bilhões. Dessa maneira, todas as cadeias econômicas do país serão responsáveis por 7,9 milhões de empregos.  

A ministra do turismo, Daniela Carneiro, comemorou os dados e destacou as ações desenvolvidas pelo governo federal em prol do desenvolvimento do turismo brasileiro. A ministra reforçou que é necessário tornar esse potencial em realidade e enfatizou que estão investindo em qualificação profissional e na estrutural dos pais como forma atrativa de turismo nacional e internacional. 

Guidi da Silva, economista da cooperativa brasileira de serviços empresariais, concorda com a estratégia e acredita que investir em tecnologia é um artifício de grande de grande potencial para o turismo brasileiro. “O setor de turismo tem como potencializar mais ainda esses resultados, na medida em que as empresas, o setor, o governo, municípios atuem de forma mais integrada e articulada, façam mídia, aproveitem as condições das novas tecnologias, como o 5G, que permite uma ação de publicidade mais articulada. Então, você tem como potencializar esse setor que já está superando o nível de pré-pandemia”.

Para Guidi, esse cenário foi resultado da recuperação geral do setor de serviços. O economista reforçou que uma cerca estabilidade na economia também reflete positivamente no setor. Ele exemplificando que, se o turista tiver segurança que não vai perder renda e/ou emprego nos próximos 12 meses, esse fator melhora as condições para que a pessoa possa apostar no turismo e assim movimentar o setor.

O relatório ainda apontou que o total de empregos contabilizados para o setor neste ano deverá superar em 2,5% o registrado no pré-pandemia. De acordo com a entidade, o setor gerou 8,1% do total de postos de trabalho do país, demonstrando a força econômica e social do turismo brasileiro.
 

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30/05/2023 04:30h

Redução do IPCA, índice que mede a inflação, para 5,71%.

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O mercado financeiro reduziu, na manhã de segunda-feira (29), através do Boletim “Focus”, as expectativas de inflação, medidas pelo Índice de Preço ao Consumidor (IPCA), com relação à última divulgação realizada pelo Boletim, há uma semana. Desta vez, o índice é de 5,71%, o que representa uma queda de 1,55% com relação ao índice anterior, de 5,80%. 

O IPCA é considerado o índice oficial que mensura a inflação brasileira. 

Para 2023, a meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 pontos percentuais (p.p), para cima (4,75%), ou para baixo (1,75%). 

A redução da expectativa da inflação medida pelo IPCA vem acompanhada de um avanço pela terceira semana consecutiva do PIB, em 1,26%, e queda de aproximadamente 0,77% do dólar, com relação à mesma data da semana anterior, cotado a R$5,15. 

Ainda que a expectativa de inflação supere seu teto de meta, pode-se dizer que, conjuntamente, os índices de IPCA, PIB e Câmbio divulgados nesta segunda-feira (29) indicam melhoria da economia brasileira em 2023.

Já a taxa de juros básica da economia, selic, permanece cotada a 12,50%, há seis semanas consecutivas. 

O IGP-M - principal índice de reajuste de aluguel do país - foi revisto para 0,67%, representando uma sequência de quedas semanais desde o início de abril de 2023. Da mesma forma, o IPCA Administrados, que representa preços de serviços e produtos com reajustes definidos por contratos ou regulados pelo setor público, teve queda pela 4ª semana consecutiva e se encontra no patamar de 9,44%. 

Segundo o Banco Central: “As informações são provenientes do Relatório Focus e resumem as estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação. Ele é divulgado toda segunda-feira. O relatório traz a evolução gráfica e o comportamento semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores. As projeções são do mercado, não do Banco Central.” 


 

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Economia
24/05/2023 16:45h

Novas regras para as contas públicas foram aprovadas na noite dessa terça-feira (23) pelos deputados e, agora, serão analisadas pelo Senado. Regra de transição específica para 2024 e medidas de ajuste em caso de descumprimento da meta pelo governo estão entre as mudanças feitas pelo relator.

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Por 372 votos a 108, a Câmara dos Deputados aprovou na noite dessa terça-feira (23) o texto-base do projeto de lei complementar (PLP) 93/2023, o novo arcabouço fiscal. A proposta estabelece novas regras para as contas do governo federal, em substituição ao teto de gastos, regime em vigor desde 2016. O PLP vai ao Senado. 

Relator do projeto de lei, o deputado federal Claudio Cajado (PP-BA) fez algumas alterações no texto que o Ministério da Fazenda enviou, em abril. Ele incluiu proibições ou "gatilhos" para obrigar o contingenciamento (bloqueio) de recursos, caso o governo não cumpra as metas de resultado primário, mas deixou de fora das regras o aumento real do salário mínimo, que poderá subir acima da inflação em qualquer circunstância. 

Cajado disse que buscou garantir no texto um equilíbrio para o ajuste das contas públicas que contemplasse o governo e, também, os mais críticos ao projeto. Ele comemorou a aprovação do projeto. 

"Espelha a ampla maioria da Câmara, o amplo apoio. É um texto que continua consensualizado, mantendo o grande acerto que foi o debate, as críticas construtivas, as sugestões e a participação ativa do colégio de líderes, do presidente Lira e do governo". 

Principais pontos

O projeto cria um intervalo de tolerância ou, como o governo tem chamado, bandas de variação para a meta de resultado primário. O resultado primário é a diferença entre o que o poder público arrecada e gasta, tirando o pagamento dos juros da dívida. 

Segundo o texto, a meta de resultado primário será considerada cumprida mesmo que varie 0,25% para baixo ou para cima. Por exemplo: para o ano que vem, o governo estima um resultado primário de 0% do PIB. Isso significa que a expectativa é de gastos e despesas do mesmo tamanho. No entanto, se o resultado ficar entre - 0,25% do PIB (banda inferior) e 0,25% do PIB (banda superior), ficará dentro da meta e, portanto, considerado cumprido. 

Já em 2025, por exemplo, a meta é de superávit (contas no azul) de 0,5% do PIB. O resultado final poderá variar entre 0,25% (banda inferior) e 0,75% do PIB (banda superior). Para 2026, o governo espera um superávit equivalente a 1% do PIB, com a banda inferior fixada em 0,75% e a banda superior em 1,25%. 

Se cumprir a meta de resultado primário, o governo poderá aumentar os seus gastos em até 70% do crescimento da receita obtida nos 12 meses anteriores. Ou seja, se aquilo que o governo arrecada com impostos, taxas e outras fontes de receita aumentar R$ 10 bilhões, no ano seguinte ele poderá aumentar as despesas em, no máximo 70%, isto é, R$ 7 bilhões. 

Caso o saldo das contas públicas fique abaixo da banda inferior da meta, no ano seguinte o governo só poderá aumentar as despesas em 50% do crescimento das receitas e não mais em 70%.  Por outro lado, em um cenário em que o resultado das contas públicas fique acima da banda superior da meta, o Executivo poderá destinar até 70% do excedente para investimentos, com prioridades para obras inacabadas ou em andamento. 

O texto também propõe que, independentemente do que arrecadar, o governo poderá gastar entre 0,6% e 2,5% a mais do que no ano anterior, sem contar a inflação. O teto de gastos, que será substituído pelo arcabouço fiscal, limitava o crescimento das despesas a zero, na prática. 

O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) criticou o piso para crescimento real das despesas. "Obrigar o cidadão a pagar a conta do governo mesmo quando a economia vai mal é aumentar endividamento, é aumentar imposto". 

Medidas de ajuste
O relator adicionou algumas medidas de ajuste, também conhecidas como vedações ou "gatilhos", para situações em que o governo não cumprir a meta de resultado primário. 

Suponha um cenário em que o Executivo não atinja a meta de resultado primário em 2023. Pelo arcabouço proposto pelo Ministério da Fazenda, em 2024 o governo só poderia aumentar as despesas em 50% do crescimento das receitas e não em 70%, caso cumprisse a meta. Mas, além dessa punição, Cajado propôs que, no primeiro ano de descumprimento, o Executivo seja impedido de:

  • Criar cargos, empregos ou função que implique aumento de gastos;
  • Alterar a estrutura de carreira que gere crescimento de despesa;
  • Criar ou aumentar auxílios, como o Bolsa Família, vantagens e benefícios de qualquer natureza;
  • Criar despesa obrigatória;
  • Tomar medida que implique reajuste de despesa obrigatório acima da variação da inflação (com exceção ao salário mínimo, que poderá crescer acima do IPCA);
  • Criar ou expandir programas e linhas de financiamento, remissão, renegociação ou refinanciamento de dívidas que gerem ampliação de subsídios e subvenções;
  • Conceder ou ampliar incentivo ou benefício tributário.  

Os gatilhos têm validade de um ano. Se no ano seguinte a meta de resultado primário for atingida, as medidas deixam de valer automaticamente. O texto também prevê que o presidente da República poderá propor ao Congresso Nacional a suspensão parcial ou a gradação das medidas de ajuste, "demonstrando que o impacto e a duração das medidas adotadas será suficiente para a correção do desvio". 

Se o governo descumprir a meta de resultado primário pelo segundo ano consecutivo, outros proibições serão adicionadas, como concessão de aumentos e reajustes na despesa com pessoal; admissão ou contratação de pessoal, exceto em caso de reposição de cargos vagos e realização de concurso público, com exceção a reposições de cargos vagos. 

O texto enviado pelo governo tornava opcional o contingenciamento de recursos em caso de descumprimento da meta, mas Cajado tornou a medida obrigatória no projeto de lei. Além disso, os relatórios de avaliação de receitas e despesas deverão ser publicados bimestralmente, como ocorre, e não quadrimestralmente, como propôs o Ministério da Fazenda. 

Antes de o texto ser votado em plenário, Cajado excluiu uma brecha que permitia ao governo aumentar os gastos em 2,5% acima da inflação no ano de 2024, independentemente da arrecadação. Confira aqui

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24/05/2023 03:45h

Desafio é manter taxa de crescimento nos demais trimestres do ano

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O Monitor do PIB-FGV aponta crescimento de 1,6% na atividade econômica no primeiro trimestre de 2023, em relação ao quarto trimestre de 2022. Em relação há um ano, o crescimento da economia no primeiro trimestre foi de 2,6%. Há maior crescimento também comparado a março de 2023, em 1,8%, e a fevereiro, em 4,5%. 
Este é o maior crescimento trimestral ocorrido desde o primeiro trimestre de 2022. 

O expressivo desempenho da agropecuária, em 10,9%, contribuiu para o crescimento da economia em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Além da agropecuária, destaca-se o setor de serviços que contribui para impulsionar a economia, com crescimento em praticamente todas as suas atividades.

Na agricultura, a soja foi a principal componente de crescimento da categoria. Porém, grande parte da produção de soja acontece no primeiro trimestre do ano, o que pode ser um indicativo de possível desafio para manutenção de igual produtividade agrícola ao longo do ano. Este desafio se estende também para o crescimento da economia como um todo, não raro ancorada na produção agropecuária.    

O consumo das famílias também cresceu no primeiro trimestre, em 4,7%. Além dela, a formação bruta de capital fixo, compreendida como investimento real na economia, cresceu 0,2% no período. Porém, este crescimento é considerado fraco e se deve à retração de 3,4% da componente de máquinas e equipamentos, já que outros setores da formação bruta de capital fixo cresceram, como o de construção. 

A taxa de investimento, como pode ser compreendida a razão entre Formação Bruta de Capital Fixo e Produto Interno Bruto, foi considerada abaixo da taxa média de investimento desde os anos 2000, a qual se encontra no patamar de 18%. No primeiro trimestre de 2023, a taxa de investimentos na economia foi de 15,7%. 

Já as exportações de bens e serviços cresceram 5,7%, bastante impulsionadas pelos produtos de extrativa mineral e de serviços. As importações, após 8 meses de crescimento, retraíram em 2,1%, devido, principalmente, à queda de produtos agropecuários. 

Os dados acima são provenientes do Monitor do PIB-FGV e antecedem, mensalmente, os resultados oficiais das chamadas Contas Nacionais Trimestrais divulgadas pelo IBGE. O monitor estima variáveis que compõem o PIB brasileiro, em volume e em valor. 

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Economia
22/05/2023 22:00h

Especialistas destacam que essa alta foi dada pelo crescimento das atividades agropecuária do país

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O Monitor de Pesquisa do PIB-FGV, da Fundação Getúlio Vargas, aponta um crescimento no PIB de 1,6%, na atividade econômica no primeiro trimestre em comparação com o quarto trimestre de 2022, considerando-se dados com ajuste sazonal. Na comparação interanual o crescimento da economia no primeiro trimestre foi de 3,6%. Na análise mensal, a economia cresceu 1,8% em março, comparado a fevereiro e 4,5% em relação a março de 2022.

A economista Juliane Trece, coordenadora de Pesquisa (FGV-IBRE), ressalta que essa alta no Monitor do PIB foi referente ao desenvolvimento das atividades agropecuárias.

“O crescimento de 1,6% da economia brasileira no primeiro trimestre de 2023, segundo o Monitor do PIB, deve-se principalmente à atividade agropecuária. O nosso principal produtor agrícola é a soja. E a maior parte dele é colhida no primeiro trimestre do ano. Com a safra recorde para este ano isso acabou explicando  por que a gente teve esse crescimento expressivo com relação ao quarto trimestre de 2022,” destaca.

O consumo das famílias também cresceu 4,7% no primeiro trimestre. O único componente do consumo a retrair nesta comparação foi o de semiduráveis, assim como ocorreu ao longo do ano de 2022, as maiores contribuições positivas foram do consumo de serviços e de não estáveis. Este último impulsionado, principalmente, pelo segmento de combustíveis. 

Como ficou o crescimento de exportação e Importação de produtos no primeiro trimestre de 2023

Exportação 

A exportação de bens e serviços cresceu 5,7% no primeiro trimestre. O desempenho da exportação de produtos da extrativa mineral e de serviços são os principais responsáveis pelo forte desempenho do componente, destaca a pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE), Como a contribuição negativa destaca-se a retração da exportação de bens intermediários. 

Importação 

O total das importações retraiu 2,1% após oito meses consecutivos de crescimento nos trimestres móveis. Isto se deveu à queda na importação de produtos agropecuários, da extrativa, e bens intermediários. Embora a importação de serviços tenha crescido no primeiro trimestre com 11,6%, a diminuição de sua contribuição foi significativa em 2022.

O economista Guid Nunes, da empresa Cooperativa Brasileira de Serviços Empresariais, afirma que as projeções para os próximos meses são de 2% no crescimento do PIB, mas é preciso observar como vai ser o desenvolvimento até o final do ano de 2023.

“E o cenário inicial de previsão era de 1% ao ano, então com esses dados do primeiro trimestre as previsão estão chegando a 2% de vários pesquisadores para o ano de 2023. Mas ainda temos que conferir o desdobramento ao longo do ano, porque a nossa taxa de juros está muito alta, é a maior taxa real do mundo, é uma taxa de 9% ao ano,” afirma.  

A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2023 foi de 15,7%, na série a valores correntes. Este resultado é menor do que a taxa de investimento média nos dois períodos analisados, tendo um patamar similar à taxa de investimento vista no trimestre de 2017. Sendo assim, no primeiro trimestre de 2023, em 2017 o crescimento da economia foi bastante influenciado pelo desempenho da agropecuária do país.

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Agronegócios
11/05/2023 04:15h

Entre 2010 e 2022, a participação da cadeia de soja e biodiesel no PIB do agronegócio subiu de 9% para 27%. Dados foram apresentados em estudo inédito do Cepea e da ABIOVE

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O PIB da cadeia produtiva da soja e do biodiesel registrou R$ 673,7 bilhões de reais no ano passado, cerca de 27% de todo o agronegócio nacional. Além disso, no mesmo período, a cadeia registrou 10,8% dos empregos, com mais de 2 milhões de pessoas empregadas, e 38% das exportações do agronegócio brasileiro, num total de US$61,3 bilhões.

Esses dados foram apresentados num levantamento inédito feito numa parceria entre o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE).

O presidente da ABIOVE, André Nassar, explicou como surgiu o estudo e a importância de se traçar um panorama geral da soja e do biodiesel. “Esse projeto começou principalmente por conta do debate sobre o biodiesel, mas depois a gente entendeu que era necessário não olhar apenas a etapa do biodiesel, mas olhar a cadeia da soja como um todo, olhar a parte do processamento da soja. A ideia com esse trabalho é gerar informação de qualidade, informação boa, feita com gente boa, de uma cadeia super importante para o Brasil”, elucidou.

Crescimento do setor 

Na comparação entre 2010 e 2022, a cadeia da soja e do biodiesel cresceu 58%, enquanto o agronegócio teve uma alta de 8% e a economia brasileira de 12%. Esses dados mostram o aumento consistente da disponibilização de produtos ao consumidor final. 

O diretor de economia e assuntos regulatórios da ABIOVE, Daniel Furlan, comentou sobre como os dados da pesquisa são uma visão geral da cadeia de soja e de biodiesel, abrindo assim novas oportunidades para o setor. “O quanto a gente pode fazer muito mais observando o tamanho que a gente tem da safra de soja, o quanto a gente pode gerar de mais produtos, mais PIB e mais empregos. Aumentar a nossa capacidade de exportações de farelo, de óleo e quem sabe até de biodiesel”, contou Furlan.

Empregos e exportação

O estudo mostrou que, nos últimos 10 anos, entre 2012 e 2022, o número de pessoas ocupadas na cadeia de soja e biodiesel cresceu mais de 80%. Com isso, a participação como geradora de empregos no agronegócio cresceu de 5,8% para 10,8%.

A professora e pesquisadora do Cepea Nicole Rennó, uma das coordenadoras do estudo, contextualizou outro aspecto importante apresentado pela pesquisa: a relação entre o crescimento da produção rural e a exportação. “A produção no campo tem crescido de forma mais acelerada do que o processamento, e uma forma de a gente enxergar isso, que utilizamos, é esse crescimento e participação das exportações no total da produção de soja. E essa participação foi crescente ao longo do período”, explicou.

A maior parte do material exportado é soja em grãos, que corresponde a 78% do peso exportado em 2022. Apesar da redução na participação, devido às importações crescentes do Sudeste Asiático, África e Oriente Médio, a China ainda é o país que mais importa, com 52,61% do total exportado da cadeia.

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Economia
09/05/2023 10:00h

Segundo o indicador, o PIB brasileiro teve também um crescimento de 2,7% na comparação com fevereiro de 2022

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O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou crescimento de 2,5% na atividade econômica, em fevereiro na comparação com janeiro, segundo o Monitor do PIB, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo o indicador, o PIB teve também um aumento de 2,7% na comparação com fevereiro de 2022. De acordo com o Monitor FGV, em termos monetários, estima-se que o acumulado do PIB, no primeiro bimestre de 2023 em valores correntes, tenha sido de R$ 1,829 trilhões.

O economista Newton Marques avalia que o crescimento se deve ao desempenho da taxa de investimento. “Sem a taxa de investimento não dá para aumentar a capacidade produtiva da economia.” O especialista acrescenta que o aproveitamento da capacidade ociosa do mercado também pode ser um outro fator. Marques estima que o crescimento do PIB para este ano está entre 1,5% e 1,8%.

“Ele mede monetariamente tudo o que é produzido em bens e serviços em um pais. Ele passa a ser um indicador importante da atividade econômica. Ele é formado pelo setor primário, que é a agropecuária, pelo setor secundário, que é o setor industrial, e pelo setor terciário, que é o setor de serviços, que envolve a parte de comércio, transporte, setor público. Então todas as vezes que esses setores reagem positivamente às várias condições chamadas macroeconômicas, ou seja, quando se tem uma taxa de juros muito elevada em relação ao que se espera da inflação, isso dificulta esse crescimento econômico”, destaca.

O presidente da Frente Parlamentar Mista pelo Brasil Competitivo, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), afirma que, apesar do indicador apontar crescimento, as condições ainda são insuficientes para a retomada da economia.

“Eu considero que o arcabouço ainda tem problema de credibilidade, é necessário que seja aperfeiçoado no Congresso, por outro lado, é claro que a questão dos juros precisa ser menor, hoje estamos vendo uma escassez de crédito e sinais de aumento de inadimplência e a reforma tributária ainda precisa ser de forma mais consistente apresentada. Sem essas reformas que são mais estruturantes, qualquer crescimento fica muito pontual e não pode ser interpretado como uma tendência consolidada”, aponta.

Monitor PIB-FGV

Segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, o forte crescimento de 2,5% da economia em fevereiro foi devido, principalmente, à atividade agropecuária. “Embora a indústria e os serviços também tenham crescido na comparação com janeiro, o expressivo desempenho agrícola, justificado principalmente pela safra recorde de soja e sua elevada participação no valor adicionado da agricultura, é o grande destaque da economia no mês”. 

O doutor em economia Marcel Stanlei Monteiro acredita que o agronegócio é o que vai garantir os indicadores positivos para os próximos meses. “O agro vem sendo ao longo dos últimos 10 anos o grande impulsionador do crescimento econômico, de grandes volumes de exportações, então, na minha opinião, o agro de fato é quem está garantindo essa sinalização positiva e é de fato a coisa mais constante, mais fidedigna, que se pode contar como um fator de proporção, de crescimento e desenvolvimento econômico.” 

O Monitor do PIB-FGV aponta, ainda, que o consumo das famílias teve um crescimento de 4,4% no trimestre de dezembro a fevereiro, por conta de serviços e de produtos não duráveis. 

O indicador estima mensalmente o PIB brasileiro em volume e em valor. Ele tem como objetivo fornecer para a sociedade um indicador mensal do PIB, tendo como base a mesma metodologia das Contas Nacionais do IBGE. O Monitor do PIB-FGV é ajustado às Contas Nacionais Trimestrais sempre que há mudanças metodológicas e a cada trimestre divulgado.

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Economia
22/04/2023 19:00h

Comércio e transporte apresentaram baixo desempenho este ano. A expectativa para 2023 é de crescimento em maior destaque no setor agropecuário

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Janeiro de 2023 ficou estagnado na atividade econômica quando comparado a dezembro de 2022, na série com ajuste sazonal. É o que apresenta o Monitor do PIB-FGV, relatório que descreve os principais resultados da agropecuária, indústria e serviços. Na comparação interanual, o crescimento da economia em janeiro foi de 4,1%. Na análise trimestral, a economia cresceu mais de 2% no trimestre móvel findo em janeiro. A coordenadora da pesquisa, economista Juliana Trece, explica que desde o ano passado, mais de 80% do crescimento no país estava relacionado ao setor de serviços, mas já vinha de um cenário com alta dos juros. Porém, 2023 começou com baixo desempenho no setor de serviços e, dessa maneira, já era esperado uma desaceleração na atividade econômica.

A coordenadora destaca que 2023 será um ano de grandes desafios no setor. “A expectativa é de crescimento, mas num número menor do que a gente teve no ano passado. Ano passado a gente tinha vários setores de serviços, várias atividades, colaborando: o comércio, o transporte. Esse ano está na agropecuária e focado na agricultura. A expectativa de safra realmente é muito boa, mas qualquer problema com chuva, de colheita, pode acabar atrapalhando esse desempenho. Isso eu acho que é uma fragilidade”.

A taxa de investimento em janeiro foi de 15,4%. A estimativa do relatório é que o PIB de janeiro de 2023 tenha sido de R$897 bilhões 564 milhões de reais. 

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02/03/2023 16:57h

Setor de serviços, indústria e consumo das famílias impulsionan aumento do PIB, segundo o IBGE. Economista prevê crescimento menor em 2023

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O Produto Interno Bruto (PIB) encerrou 2022 com alta de 2,9%, o que corresponde a um total de R$ 9,9 trilhões. O crescimento foi alavancado pelo bom desempenho do setor de serviços e da indústria, que cresceram 4,2% e 1,6%, respectivamente. Por outro lado, a agropecuária apresentou queda de 1,7% puxada pelo principal produto da lavoura brasileira, a soja. Apesar da alta no acumulado, no quarto trimestre do ano houve variação negativa de 0,2%. 

Os dados são do Sistema de Contas Nacionais, divulgados nesta quinta-feira (2), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, também contribuíram de forma significativa com o crescimento registrado o consumo das famílias (4,3%) e as exportações de bens e serviços (5,5%). A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, explica o que impulsionou o consumo no último ano.  

“Olhando pela ótica da demanda, o grande destaque foi o consumo das famílias que cresceu 4,3% no ano, beneficiado pela melhora nas condições de trabalho, no mercado de trabalho, pelo aumento do crédito, pelas desonerações fiscais e também pelos auxílios governamentais às famílias, apesar  dos juros altos”, afirma. 

O que é o Produto Interno Bruto, o PIB, do país?
Entenda como o PIB afeta o cotidiano da população brasileira

O economista Renan Gomes afirma que a alta de 2022 ainda é resultado das medidas adotadas para recuperação da economia após a pandemia, como a redução de tributos e o aumento nos programas de transferência de renda.  De acordo com o especialista, a expectativa para 2023 é de queda no crescimento do PIB. Ele ressalta a importância da aprovação da reforma tributária. 
 
“Embora ainda estejamos em um momento positivo do ciclo, com mais geração de empregos, a expectativa é que o crescimento diminua já em 2023, que naturalmente deve voltar para aquela taxa de crescimento esperada, que está abaixo de 2% no ano. Acho que a melhor estratégia que o governo pode adotar, pensando em um crescimento no futuro, é avançar com a reforma tributária, criando um ambiente tributário mais civilizado”, pontua Renan Gomes. 

A projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) é de que o PIB brasileiro cresça 1,2% este ano. 

Setor de Serviços
De acordo com o IBGE, todas as atividades do setor de serviços apresentaram crescimento. O destaque foi o segmento denominado “outras atividades de serviços” (11,1%). 

Também tiveram bom desempenho: transporte, armazenagem e correio (8,4%), Informação e comunicação (5,4%); atividades imobiliárias (2,5%); administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade sociais (1,5%); comércio (0,8%); e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,4%).

Indústria 
A indústria apresentou resultado positivo em 2022, com destaque para o desempenho da eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos (10,1%). Outro segmento que também apresentou bons números foi o da construção (6,9%). Por outro lado, as indústrias de Transformação tiveram resultados negativos de 0,3%. Já as indústrias extrativas caíram 1,7%.
 

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16/02/2023 04:00h

Pesquisa Industrial Mensal mostra que houve variação nula em dezembro. Setor está abaixo do patamar pré-pandemia

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A produção industrial se manteve estável em dezembro de 2022, segundo  a Pesquisa Industrial Mensal (PIM). Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a indústria brasileira registrou variação nula no último mês do ano passado, após o índice de produção ter caído de 0,3%, em outubro, para -0,1% em novembro. 

De acordo com a pesquisa, o setor está 2,2% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, período pré-pandemia da Covid-19 e 18,5% abaixo do recorde da série histórica. No acumulado, a queda foi de 0,7% em 2022, um grande contraste com o ano anterior, que registrou alta de 3,9%. O gerente da PIM, André Macedo, explica que o ano passado começou bem para o setor, mas terminou com saldo negativo. 

“Embora a produção industrial tenha mostrado alguma melhora no início do ano de 2022, uma vez que marcou resultados positivos por quatro meses  em sequência, nos últimos meses o total da indústria marca um comportamento de predominância negativa, já que nos últimos sete meses, em quatro oportunidades, observa-se queda na produção. Permanecendo, dessa forma,  longe de recuperar as perdas do passado recente”, afirma. 

A queda atingiu os setores de indústrias extrativas (-3,2%); produtos de metal (-9%); metalurgia (-5%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,7%); e produtos de borracha e de material plástico (-5,7%). No segmento de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis houve alta de 6,6%.

Ainda segundo o IBGE, no primeiro semestre do ano passado a indústria respondeu às medidas adotadas pelo governo, como a antecipação do 13º para aposentados e pensionistas, liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), estímulos ao crédito, Auxílio Brasil e outros. Entretanto, ao longo do segundo semestre, a resposta do setor diminuiu e os resultados caíram. 

Entre os principais problemas enfrentados destacam-se as taxas de juros elevadas e a inflação, que registrou alta de 5,79% em 2022, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Além disso, o aumento das taxas de inadimplência e de endividamento também contribuíram para o resultado negativo. Para o conselheiro do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP), Carlos Eduardo Oliveira, a indústria brasileira precisa voltar a crescer. O economista prevê uma melhoria da economia do país em todos os segmentos em 2023.

“A perspectiva para 2023 é de melhoria da nossa economia, de todos os segmentos. Seja ele agrícola, porque, esse ano, a princípio até por causa das chuvas não vai ter problema de entressafra. Todo o setor de serviço continua a se valorizar muito, o setor de comércio também e o setor de indústria está se reorganizando e tende a melhorias contínuas”, afirma. 

A indústria responde por 23,6% do Produto Interno Bruto (PIB) e emprega cerca de 10,3 milhões de trabalhadores, além de pagar os melhores salários. O setor também é responsável por 71,8% das exportações brasileiras de bens e serviços e por 34,4% da arrecadação de tributos federais, com exceção de receitas previdenciárias.  
 

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