Taxa de juros

23/02/2024 13:10h

Segundo o Boletim Focus do Banco Central, há também queda da expectativa de inflação

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A projeção da inflação brasileira teve queda nesta semana. Medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a atual expectativa de inflação brasileira para 2024 é de 3,81%. 

Já a previsão de crescimento da economia para 2024 subiu com relação à última semana, e é previsto que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça aproximadamente 1,70% este ano. 

Por outro lado, o câmbio do dólar em relação ao real também subiu com relação à última semana, a R$ 4,93. 

Para o caso da Selic, há estabilidade das projeções pela oitava semana consecutiva e a taxa básica está cotada a 9,00% até o final deste ano. 

Para os anos seguintes, o mercado projeta que a Selic siga a tendência de queda. 

As informações são do Boletim Focus, com as cotações de mercado divulgadas semanalmente pelo Banco Central do Brasil. 
 

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02/02/2024 21:00h

Taxa de juros cai pela quinta vez consecutiva e chegou a 11,25 % ao ano, mas especialistas em economia afirmam que, para a população, pouco muda por enquanto

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A Selic — a taxa básica de juros da economia brasileira — chegou a 11,25% na última quarta-feira (31), depois de mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Mas o impacto da redução para o consumidor não será imediato. Ainda vamos demorar um tempo para sentir os reflexos na redução de juros dos financiamentos — e outros tipos de empréstimo.

No ano de 2021 a taxa de juros saiu de 2% em janeiro, para 9,25% em dezembro. 2022 já começou com a Selic a 10,75%, e o índice subiu a 13,75% no fim daquele ano. 

O investidor e analista financeiro Eduardo Domenico diz que a partir do momento que a taxa de juros chegou perto de 10%, “os investimentos em renda fixa ficaram muito mais interessantes por oferecer um retorno maior, com riscos menores.”

A opinião do investidor é a mesma do economista Luigi Mauri.  Este adverte que  — apesar dos cortes já anunciados pelo Banco Central e a previsão de que a Selic termine 2024 a 9% — ainda temos hoje uma taxa de juros bastante alta, e a renda fixa continua sendo vantajosa. Para quem investe em títulos públicos, o economista faz esse alerta. 

“É muito importante observar a compra de títulos pré-fixados, ou seja, títulos que estejam indexados com a atual Selic, que é alta. Quem comprar agora títulos pós-fixados, que venham a render com a Selic lá da frente quando a pessoa resgatar o que ela investiu, vai sair perdendo. Porque o cenário é que lá na frente a Selic esteja menor.” 

Tendência de queda, mudança dos investimentos 

O quinto corte consecutivo na taxa fez com que ela chegasse ao patamar mais baixo em quase dois anos. Mas com a tendência de queda, os investidores, como Domenico, começam a mudar também a forma de operar.

“Essa é mais ou menos a minha ideia, com relação aos meus investimentos. Boa parte está em renda fixa, com essas quedas — e com as futuras quedas que vêm pela frente — a tendência é que uma parte dos meus investimentos também vão para a renda variável.” 

Para o consumidor, no curto prazo, não haverá grandes mudanças. O economista explica que, na teoria, a Selic deveria balizar outras taxas de juros da economia, como do cartão de crédito e de empréstimos. O economista, contudo, ressalta que a realidade não funciona assim. 

“Mas num cenário de médio e longo prazo com Selic menor — como tem sido a tendência inclusive internacional — é possível que as demais taxas da economia usem a Selic como referência — e essas outras taxas (cartão de crédito e empréstimos) também caiam.” Mas isso, a longo prazo, prevê Mauri. 

Cenário futuro positivo

A queda da taxa Selic é vantajosa para a economia de forma geral. “Porque o investidor olha para essa taxa mais baixa e pensa: talvez não seja tão vantajoso deixar o dinheiro parado rendendo.” explica Mauri. O economista avalia esse cenário de queda da taxa básica como promissor para a abertura de novos negócios,  pois estimula o investimento na economia real, em empreendimentos. 

Por outro lado, dada a complexidade da economia, as altas taxas de juros atraem capital externo — porque o investidor estrangeiro enxerga os investimentos aqui dentro como vantajosos. Isso traz divisas internacionais para o país. “Uma maior entrada de dólar, significa um menor preço da moeda”, explica Luigi Mauri.

“Com os juros menores pode ser que esse investidor mude o local do investimento —  e essa saída do dólar daqui de dentro pode fazer aumentar o preço da moeda estrangeira. Assim, aumentam os custos, por exemplo, para viajar. Além da possibilidade de afetar nossa inflação interna. Com dólar alto, tudo que entra importado no país tem reflexo no preço”, explica.
 

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14/12/2023 21:15h

Indústria cresce 1,5%, puxada pela produção de petróleo e minério de ferro, aponta CNI

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Uma projeção da Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que a economia brasileira deve crescer 1,7% em 2024. O número é menor do que a expectativa para o fim deste ano, que deve ficar em 3% — mesmo índice do ano passado. 

Os números foram apresentados nesta quinta-feira (14), na sede da CNI, em Brasília, com a presença do presidente Ricardo Alban. 

O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria deve fechar o ano com um crescimento de 1,5%, que na avaliação do gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, não é um dado positivo. A indústria de transformação deve encerrar 2023 com queda de 0,7% e a da construção com redução de 0,6%. O número positivo ficou por conta da indústria extrativa, que deve alcançar 7,1% a mais na comparação com 2022.  

“Isso está muito ligado à indústria de transformação. Não fosse o crescimento da indústria extrativa mineral, principalmente pela produção de petróleo e minério de ferro, a indústria estaria em uma situação bem pior. O que segura ainda a indústria é o grande crescimento da indústria mineral”, comenta Telles. 

Para 2024, as projeções são um pouco melhores, tanto para a transformação (+0,3%) quanto para a área da construção (+0,7%). Na variação anual, o PIB da indústria deve crescer 0,9%. O setor agropecuário deve fechar o ano com alta de 15,1%, bem diferente do esperado em 2024: com a redução da safra o crescimento deve ser de 0,2%. 

O presidente da CNI, Ricardo Alban, diz que as perspectivas para a indústria em 2024 são desafiadoras.

“Nos ainda temos muitas interrogações. Vamos ver o que sai desse emaranhado desses projetos que estão para ser definidos no final do ano, qual o ambiente que se cria para o desenvolvimento econômico no próximo ano e trabalhar muito para aproveitar as oportunidades para focar na indústria, olhando o encadeamento produtivo. Assim, a gente vai maximizar nossas vantagens competitivas e também as de outros países parceiros, para que a gente ganhe tempo e seja célere nesse processo”, avalia. 

Consumo e inflação

No que diz respeito ao consumo das famílias, o crescimento deve ser de 2,6%, em 2023, e de 1,8%, em 2024. O cenário de alta expressiva na massa salarial não deve acontecer no próximo ano. A previsão é de que esse número feche 2023 com alta de 6,4%. Em 2024, o crescimento está estimado em 2,9%, com uma projeção de menor crescimento do número de pessoas ocupadas. No entanto, a taxa de desemprego deve se manter em 8%.

De acordo com a CNI, o IPCA, que deve fechar em 4,5% em 2023, tem projeção de 3,9% no fim de 2024. Já a Selic deve terminar 2024 a 9,25%.

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06/11/2023 15:20h

Boletim Focus divulgado pelo Banco Central apresenta estabilidade de projeções

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O mercado financeiro manteve inalteradas, em relação à semana anterior, as projeções da inflação brasileira, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — além do Produto Interno Bruto (PIB), câmbio do real em relação ao dólar e da taxa básica de juros da economia, a Selic. 

A projeção da inflação (IPCA) para 2023 é de 4,63%. 

Já a previsão de crescimento da economia para 2023 segue cotada a, aproximadamente, 2,90% para o ano de 2023. 

O câmbio do dólar em relação ao real, pela quarta semana consecutiva, permanece cotado a R$ 5,00. Já a Selic segue a 11,75% para o ano de 2023. 

Para os anos de 2024 e de 2025, a taxa básica de juros da economia permanece igualmente estável em relação às semanas anteriores, em 9,25% e 8,75%, respectivamente.  

As informações são do Banco Central do Brasil
 

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04/11/2023 04:00h

Taxa básica de juros chegou ao menor nível desde maio de 2022; redução já era esperada pelo mercado financeiro

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Após o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, diminuir a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, passando para 12,25% ao ano, especialistas avaliam que o resultado ajuda a promover um crescimento em determinados setores da economia.

O incentivo maior deve ir para os setores que dependem diretamente do crédito, como o imobiliário, de consumo e automobilístico. É o que destaca o economista Newton Marques.

“Sempre o setor que leva a redução da Selic de forma positiva é aquele que precisa reduzir as suas taxas de juros ou mesmo aqueles que devem ao sistema financeiro. Então, toda redução da Selic vai aliviar o custo do dinheiro para essas pessoas”, diz. “Todas as vezes que se fala em redução da taxa básica de juros, tem que ser levado em consideração que vai afetar consumidores e investidores. Os consumidores não necessariamente têm recursos para financiar todas as compras”, completa Marques.

A Selic teve seu terceiro corte seguido e alcançou seu patamar mais baixo desde maio de 2022, quando estava fixada em 11,75% ao ano. Na avaliação de Thaís Zara, que atua como economista sênior da LCA Consultores, o benefício também deve atingir empresas.

“As empresas vinham tendo também uma dificuldade de obter financiamentos junto aos bancos, e mesmo junto ao mercado. Isso já começou a melhorar no segundo semestre, e a tendência é que conforme progrida essa redução da Selic, essa situação também melhore para as empresas . É um processo gradual, que deve ocorrer ao longo do ano que vem”, descreve.

Economistas preveem uma continuidade nos cortes da Selic 

“A perspectiva é que esta redução continue, porque o Brasil tem a maior taxa básica de juros do mundo, e isso é um custo grande para a economia brasileira. Esse ciclo de redução nas taxas pode, inclusive, ser intensificado”, diz Fernando de Aquino, economista e conselheiro coordenador da Comissão de Política Econômica do Cofecon (Conselho Federal de Economia).

Renan Pieri, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), acredita que o corte não deve estimular mais a inflação em razão de ter sido uma medida anunciada, esperada pelo mercado.

“Ainda é um patamar bastante alto comparado a outros países, mas a tendência de queda é positiva para a economia brasileira e se deve à recente redução das expectativas de inflação por conta do mercado”, explica. Para Pieri, o cenário provável é que o barateamento do custo de crédito também gerE a oportunidade de aumento na taxa de empregos e do PIB.

“Claro que, dado que a taxa de juros está também respondendo a um cenário futuro de menor crescimento, as coisas se balanceiam”, diz. “A velocidade da redução da taxa e também até onde chegaremos com juros mais baixos vai depender também se o governo conseguir implementar o novo arcabouço fiscal, e reduzir o déficit fiscal”, complementa.

Associações defendem redução de juros

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) vê a situação de forma positiva. Luiz França, presidente da associação, ressaltou a importância de medidas contínuas que promovam a redução das taxas de juros e incentivem o acesso ao crédito aos compradores de imóvel. 

“Essa estratégia não beneficiaria apenas o setor imobiliário, tornando os financiamentos habitacionais de médio e alto padrão mais acessíveis, mas também contribuiria para o progresso econômico e social do Brasil”, afirmou.

Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera que o corte é “insuficiente” para evitar a diminuição da atividade econômica. Ricardo Alban, presidente da entidade, diz esperar que sejam realizados cortes mais significativos nas próximas reuniões do Copom.

“Tenho a plena convicção de que a queda de juros não está na velocidade que nós precisamos. Na verdade, estamos em uma armadilha, porque a nossa taxa Selic atingiu um patamar bastante desestimulante. Entendo que não é possível fazer uma queda abrupta, mas o Banco Central poderia ser um pouco mais desafiador e ter iniciado uma redução mais acelerada”, afirmou Alban em nota divulgada pela CNI.

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13/10/2023 04:15h

Projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional tem entre seus objetivos baratear e aumentar a oferta de empréstimos e financiamentos

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Falta apenas a sanção presidencial para que o projeto que cria o Marco Legal das Garantias vire lei. A proposta — aprovada pelo Congresso Nacional no início de outubro — facilita a execução das garantias de empréstimo e financiamento pelas instituições financeiras, além de ampliar o rol de ativos que pessoas e empresas podem dar como garantia na hora de buscar crédito. 

O projeto de lei tem autoria do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas também recebeu apoio do atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que acredita que a proposta tem potencial para baratear e aumentar a oferta de crédito. 

Segundo Hugo Garbe, doutor em economia e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, consumidores e empresas tendem a se beneficiar caso o Marco Legal das Garantias vingue. "É bastante salutar. O Brasil precisa de mais oferta de crédito, juros menores. Mais crédito amplia as possibilidades de empreendedorismo, geração de emprego, geração de renda e só faz bem para o país", explica. 

Câmara aprova projeto que permite usar imóvel como garantia em mais de um financiamento

Principais pontos

A lógica por trás do texto é dar aos bancos e demais instituições do sistema financeiro maior facilidade para executar as garantias dos tomadores de crédito inadimplentes. Dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) apontam que o Brasil é o país em que menos se recuperam garantias no mundo. A inadimplência e a burocracia envolvidas na retomada de garantias são apontadas como causas do crédito caro. 

Segundo o texto, os bens móveis, como veículos, dados como garantia poderão ser alvo de cobrança extrajudicial — fora da justiça — em caso de não- pagamento pelo tomador do crédito. Hoje, os bancos precisam do aval da justiça para apreender o bem, o que torna o processo mais lento e mais caro. 

Para Garbe, a medida trará mais segurança e vai contribuir para a redução do spread bancário e para o aumento da oferta de crédito. "Vai ser muito bom para quem precisa de empréstimo, para quem tem planejamento financeiro poder honrar com as suas dívidas e bom para o mercado financeiro, como um todo, que vai ter mais oferta de crédito e a possibilidade de uma redução do spread bancário no curto prazo", avalia. 

Relator do projeto na Câmara dos Deputados, o deputado João Maia (PL-RN) diz que, no Brasil, o volume de crédito ofertado em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) é menor do que em outros países emergentes, como Chile e África do Sul. Além disso, diz que a alta inadimplência ajuda a encarecer o "pouco" crédito à disposição, problema que o marco quer solucionar. 

"Esse projeto foi construído a partir da constatação de que o crédito no Brasil é pouco quando comparado com os outros países. É pouco e é caro. Os bancos dizem que o crédito é caro porque tem um índice de inadimplência muito alto. Na  verdade, eles empurram a conta de quem não paga para o bom pagador", avalia. 

Uma das estratégias para baratear as operações, segundo Maia, é fomentar a concorrência entre as instituições financeiras, dando espaço para as cooperativas de crédito, por exemplo. "Há uma concentração grande de crédito no Brasil. Os cinco maiores bancos concentram 85% do crédito. Então, a gente está aumentando a concorrência", diz. 

A proposta também passa a permitir que pessoas e empresas utilizem os direitos minerários como garantia junto aos bancos. Alvará de autorização de pesquisa, concessão de lavra, licenciamento e permissão de lavra garimpeira estão entre as possibilidades. "Acho que é mais uma possibilidade, abre um leque importante para a execução de títulos e também para a concessão de garantias dentro do mercado financeiro", pontua Garbe. 

Outra novidade do texto é a permissão para que um mesmo imóvel seja dado como garantia em mais de um empréstimo, o que não é possível atualmente. O projeto 4188/2021 foi enviado para sanção no dia 9. A Presidência tem até o dia 30 deste mês para sancioná-lo. 

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10/10/2023 15:50h

A alta é acompanhada pela estabilidade da inflação, do PIB e da Selic

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O mercado financeiro elevou as projeções do dólar em relação ao real pela primeira semana, após relativa estabilidade da moeda. 

Atualmente, a moeda é cotada a R$ 5,00 até o final de 2023.

Já a inflação, medida pelo Índice de Preço ao Consumidor (IPCA), registra estabilidade da projeção em relação à semana anterior. De acordo com dados do Boletim Focus, a projeção é de 4,85% para 2023. 

Por sua vez, a projeção do Produto Interno Bruto, o PIB, é de aproximadamente 2,90% para 2023. Recentemente, o Produto Interno Bruto foi influenciado de maneira positiva por um crescimento da economia acima do esperado para o segundo trimestre deste ano.

Já a projeção da taxa de juros básica da economia —  a Selic — mantém-se a 11,75%, pela nona semana consecutiva. 

As informações são do Banco Central do Brasil
 

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20/09/2023 20:30h

Professor do Ibmec Brasília acertou ao prever que BC reduziria taxa de juros em 0,5%; Renan Silva diz que tendência agora é que o Brasil possa crescer cerca de 3,2% ao ano

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Conforme previu a maioria dos analistas do mercado econômico, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil anunciou nesta quarta-feira (20) um corte na taxa Selic de 0,5%, a taxa básica de juros  —  reduzindo, assim, o percentual para 12,75% ao ano. A decisão foi anunciada por volta das 18h30.

Para o economista Renan Silva, um dos especialistas que “previram” o corte, a notícia é boa porque traz, como consequência, a possibilidade de crescimento para o país. “Nós entendemos que o custo do capital para as empresas sofra uma redução. Também o crédito ao consumidor deve ficar mais barato, o que se traduz em maior consumo, melhor atividade econômica e, consequentemente, melhoria do emprego e renda”, prevê o professor de Economia do Ibmec Brasilia. “O que leva a crer que realmente esse ano o país deve crescer bem além das expectativas projetadas no início de 2023, que era em torno de 0,5%”, avalia.

Segundo o especialista, atualmente os mesmos agentes de mercado que haviam previsto um crescimento para o Brasil de apenas 0,5% “acreditam que o país possa crescer algo em torno de 3,2% ao ano, na medida que a redução da taxa Selic até o final do ano se concretize”. Ele explica que, mesmo com as incertezas relacionadas ao comportamento da taxa de juros nos Estados Unidos, e apesar da pressão inflacionária advinda dos países da zona do euro, “é consenso entre os agentes do mercado financeiro de que o Copom deveria promover o corte [de meio por cento] na taxa Selic”, enfatiza..

Entenda a Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) é o órgão do Banco Central responsável por definir os juros básicos (Selic). As reuniões do órgão são sempre esperadas com muita expectativa pelo mercado financeiro. O colegiado se reúne a cada 45 dias, quando os integrantes do grupo decidem se vão diminuir, aumentar ou manter a Selic  —  que é a o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.

Portanto, a taxa de juros Selic influencia todas as taxas de juros do país, como as dos empréstimos bancários, dos financiamentos de produtos comprados pelos consumidores e, também, as taxas de juros executadas nas aplicações financeiras.  

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05/09/2023 11:15h

A alta da inflação é acompanhada por alta da projeção do PIB, manutenção do preço do real em relação ao dólar e da taxa Selic

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O mercado financeiro subiu as expectativas de inflação, medidas pelo Índice de Preço ao Consumidor (IPCA). De acordo com dados do Boletim Focus, a projeção é de 4,92% para 2023. 

O IPCA é considerado o índice oficial que mensura a inflação brasileira. 

Para 2023, a meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 pontos percentuais (p.p), para cima, ou para baixo. Portanto, a expectativa de inflação ainda permanece acima da meta.  

No PIB, a projeção apresentou alta e se encontra a 4,92% para 2023. 

Já a projeção do dólar em relação ao real manteve-se estável em relação à semana anterior. A moeda é cotada a R$ 4,98 para 2023.

A projeção da taxa de juros básica da economia, a Selic, manteve-se em 11,75%, pela quarta semana consecutiva. Para 2024, a projeção é de 9,00% e, 2025, 8,50%. 

De maneira conjunta, as projeções de IPCA, PIB e Câmbio divulgados nesta semana indicam um cenário positivo da economia brasileira em 2023.

O IGP-M, principal índice para reajuste de aluguel do país, projeta variação negativa de 3,56%, e representa deflação. Este indicador apresentou uma sequência de dezoito quedas semanais desde o início de abril de 2023. 

O IPCA Administrados, que representa serviços e produtos com reajustes definidos por contratos ou regulados pelo setor público, teve sua sexta alta consecutiva. O índice se encontra no patamar de 10,02%. 

As informações foram divulgadas pelo Banco Central nesta semana. Segundo o Banco: “As informações são provenientes do Relatório Focus e resumem as estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação. Ele é divulgado toda segunda-feira. O relatório traz a evolução gráfica e o comportamento semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores. As projeções são do mercado, não do Banco Central.” 


 

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23/08/2023 20:15h

A guerra na Ucrânia continua sendo o maior fator de incerteza no quadro da economia internacional

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O quadro atual da economia mundial é de inflação em queda, porém ainda elevada.

A queda é influenciada, principalmente, às reduções nos preços de energia e alimentos. 

Em relação à atividade global, há revisão do crescimento do PIB de 2023 para cima. Já para 2024 não houve revisão e a taxa é a mesma que a esperada para 2023. Desta maneira, há um cenário de desaquecimento ou estagnação da atividade. 

O crescimento da China para este ano e para o próximo não sofreu revisão. O país ainda poderia ter queda do crescimento em vista de problemas enfrentados pelo setor imobiliário. 

O crescimento da economia dos Estados Unidos também foi revisado para baixo em 2024. 

A Fitch Ratings, uma das três principais agências de rating do mundo, rebaixou a classificação da dívida norte-americana da mais alta, AAA, para AA+, a segunda mais alta. A justificativa se deve à piora da situação fiscal dos Estados Unidos, que apresenta dívida crescente, além da demora para solucionar a questão do teto da dívida. 

Na Área do Euro, a inflação ainda é elevada. Em julho de 2023, o Banco Central Europeu (BCE) afirma que a inflação “continua a cair, mas ainda se espera que permaneça excessivamente alta por bastante tempo”.

Dessa forma, há um desequilíbrio do crescimento mundial para o lado negativo. A inflação elevada pode requerer um maior aperto monetário, o que significa maiores taxas de juros. Há aumento da taxa de juros em países desenvolvidos, o que significa, para o caso do Brasil, possível saída de dólares para mercados mais atrativos que o nacional. 

O elevado endividamento de muitos governos também é um ponto de atenção.

Além disso, a guerra da Ucrânia permanece como um dos principais entraves internacionais.

As informações foram divulgadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o IPEA.

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