Agricultura

01/06/2023 20:00h

O PIB brasileiro cresceu 1,9% entre janeiro e março deste ano, na comparação com o período compreendido entre outubro e dezembro do ano passado. Destaque para a agropecuária, que avançou 21,6%, maior alta desde 1996

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A economia brasileira cresceu 1,9% nos três primeiros meses deste ano. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) – soma dos bens e serviços produzidos no país – foi impulsionado pelo crescimento de 21,6% da agropecuária. O setor não registrava alta tão expressiva desde o quatro trimestre de 1996. 

O setor de serviços – que representa cerca de 70% do PIB – cresceu 0,6% no período, enquanto a indústria recuou 0,1%. Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 2,6 trilhões. No acumulado dos últimos quatro trimestres, ou seja, entre março do ano passado e março deste ano, a economia cresceu 3,3%.  

Ao Brasil 61, economistas e representantes do setor agropecuário destacaram o impacto da atividade sobre o resultado positivo do PIB. Renato Conchon, coordenador do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), afirma que a economia brasileira cresceu além das expectativas. 

"Para a atividade agropecuária, o crescimento foi robusto quando comparado ao primeiro trimestre de 2022. Isso mostra que, graças à atividade agropecuária, o crescimento do PIB foi sustentado. É importante destacar que esse crescimento da atividade agropecuária se deu em virtude da boa safra, sobretudo da safra de soja, mas outros produtos também influenciaram positivamente esse resultado, tais como o milho primeira safra, a cana de açúcar e, também, o café arábica", detalhou. 

Causas

Segundo o levantamento mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2022/23 está estimada em 313,9 milhões de toneladas. Caso a projeção se confirme, representará uma alta de 15,2% na comparação com a produção de grãos da safra anterior, estabelecendo novo recorde. 

Ao contrário do milho, cuja colheita da segunda safra, mais conhecida como "safrinha", ainda está por acontecer, a maior parte da soja foi colhida no início deste ano. A safra do grão deve bater recorde, de acordo com representantes do setor. O desempenho expressivo da agropecuária no primeiro trimestre deste ano, em especial da agricultura, deve-se à colheita farta da soja plantada no verão de 2022. 

É o que explica Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. “Problemas climáticos impactaram negativamente a agropecuária ano passado e esse ano estamos com previsão de safra recorde de soja, que representa aproximadamente 70% da lavoura no trimestre, com crescimento de mais de 24% de produção. A safra da soja é concentrada no primeiro semestre do ano. Ao compararmos o quarto trimestre de um ano ruim com um primeiro trimestre bom, observamos esse crescimento expressivo da agropecuária”. 

Segundo o economista Benito Salomão, o resultado da economia brasileira no primeiro trimestre foi "bastante positivo" e pode ser celebrado. O professor de ciências econômicas da Universidade Federal de Uberlândia destaca que o crescimento está ancorado no setor agrícola, mas que o setor de serviços, o consumo das famílias e as exportações também puxaram o PIB para cima.  

Além do aumento da produtividade da agricultura, ou seja, produziu-se mais em um mesmo espaço, ele atribui o crescimento do setor à desvalorização do real frente ao dólar, o que favorece as vendas ao exterior e às boas condições climáticas, que favoreceram a safra. Benito diz que o setor tem sido fundamental para a economia brasileira há alguns anos. "Nos anos de PIB muito baixo, o setor agrícola é o que segura pra não cair mais e, nos anos de PIB muito alto, o setor agrícola tem sido esse vetor". 

De acordo com a CNA, entre 2013 e 2023, a participação da agropecuária no PIB saltou de 5,7% para 10,2%. Segundo Conchon, após a divulgação do PIB pelo IBGE, a entidade vai revisar as suas projeções para a economia do país em 2023. "Com o resultado apresentado hoje, as projeções tanto para o PIB Brasil quanto para o PIB da agropecuária devem subir um pouco quando comparado às nossas últimas projeções. Nós estimamos que o PIB brasileiro deve crescer 1,2% e para atividade agropecuária algo como 10,5%". 

Herança positiva

Para o economista Roberto Dardis, além do impacto causado pelo agronegócio, o desempenho do PIB está atrelado à recuperação da economia iniciada ainda no ano passado, principalmente a reabertura da economia após o período mais crítico da pandemia da Covid-19. 

"[O PIB] tem vindo [acima das expectativas] e deve vir pelo menos mais um pouquinho ainda no decorrer deste ano. O que a gente tem visto é que os reflexos da nossa economia do ano passado, principalmente aquele crescimento após a saída da covid, tudo isso daí foi impulsionado uma melhoria também para o próximo ano, no caso 2023. É o que a gente está percebendo", avalia. 

Ele destaca que o crescimento da economia em 2023 se dá não por ações positivas do governo, mas apesar delas. "Você pega as intromissões, essas políticas que são mais partidárias. Atrapalha tudo. O atraso do Brasil infelizmente está, queira ou não queira, no setor político. É ele que atrasa todo crescimento", critica. 

Outros resultados 

A alta tímida do setor de serviços foi influenciada pelos segmentos de transportes e atividades financeiras. Ambos cresceram 1,2%. Já a indústria sofreu com as quedas de bens de capital e bens intermediários, apesar do desempenho positivo das atividades de eletricidade e água, gás, esgoto e gestão de resíduos. 

Pelo lado da despesa, o consumo das famílias avançou 0,2%, enquanto o do governo subiu 0,3%. Já a formação bruta de capital fixo recuou 3,4%. Isso significa que as empresas investiram menos na aquisição de máquinas e equipamentos e na ampliação de infraestrutura.

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Desenvolvimento Regional
01/06/2023 19:00h

Pasta apoia a produção irrigada na região por meio do Polo de Agricultura Irrigada do Planalto Central de Goiás

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O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) promoveu, nessa terça-feira (30), mais uma reunião de articulação com a Prefeitura de Cristalina (GO) e municípios vizinhos, incluindo mineiros, que são beneficiados pela Bacia Hidrográfica do Rio São Marcos, por meio do Polo de Agricultura Irrigada do Planalto Central de Goiás, que abrange 14 cidades no estado de Goiás, além do Distrito Federal.

A reunião possibilitou que representantes das cidades levassem as necessidades de outorga de mais água para uso na agricultura irrigada. Representantes da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), responsável por liberar uso de água, também participaram do encontro.

“Discutimos o desenvolvimento da região com foco na agricultura irrigada, principalmente no que diz respeito à outorga do uso da água em Cristalina e cidades próximas. Fizemos um esforço para compreender a pretensão e a possibilidade de uso da água para diversas ações que estão sendo pleiteadas”, destaca o secretário nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Giuseppe Vieira.

“Tem uma demanda muito grande em Cristalina, pois a cidade tem uma vocação forte para agricultura irrigada, mas o volume da Bacia é pretendido para outros usos, como geração de energia. A ANA tem atuado de forma exemplar fazendo diversos estudos, levando em consideração o efetivo uso dessa água para poder deliberar essa outorga para irrigação na região”, ressaltou o secretário.

A diretora de Irrigação da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Larissa Rego, destacou, na reunião, que o Governo Federal vem fortalecendo as ações voltadas à irrigação. “Houve um fortalecimento institucional, com a criação do Departamento de Irrigação no MIDR, que busca a efetiva implementação da Política Nacional de Irrigação, abrangendo não só os projetos públicos de irrigação, mas também o fomento da irrigação privada, por meio dos Polos de Agricultura Irrigada, com uma visão de promoção do desenvolvimento regional para gerar emprego e renda”, destacou.

Neste mês, a equipe do MIDR visitou irrigantes familiares produtores de hortaliças e frutas em Cristalina. Foi verificado que um dos grandes entraves para o desenvolvimento sustentável da agricultura irrigada em Cristalina é exatamente a necessidade de emissão de outorgas de uso de água para pequenos produtores. Há demandas para mais de 1,2 mil pedidos de outorga.

As principais ações do MIDR para desafogar gargalos no desenvolvimento de cada região estão na ajuda na negociação da concessão de outorgas, no apoio técnico, no fomento à pesquisa e transferência de tecnologia, na implantação de infraestruturas, na formulação de normativos e no cuidado com o meio ambiente, além do apoio à comercialização, agregação de valor, financiamento e seguro.

Uma das propostas está no Polos de Agricultura Irrigada, que trazem uma nova abordagem quanto à Política Nacional de Irrigação, ou seja, trata-se de um planejamento que incorpora a dimensão setorial da irrigação à visão do desenvolvimento regional, em que as demandas dos diversos atores que possuem nexo com a atividade são organizadas, com a elaboração de uma carteira de projetos e priorização das principais demandas.

“Entramos nessas situações de conflitos pelo uso da água para intermediar. A gente se reúne com associações de agricultores, de irrigantes e unidades da Federação com constância. Criamos o Grupo de Trabalho e Orientação para debater com diversos entes e avançar na questão da outorga. O que precisamos agora é que os estados se entendam para que a gente possa atender a todos, pois não tem água na quantidade que pedem para todo mundo”, declarou Filipe Sampaio, diretor da ANA.

“Acho importante esta reunião, principalmente porque creio que conseguiremos avançar por meio do diálogo, sem ficar atacando um ao outro. O assunto é complexo, pois só sabe de fato a importância quem está diariamente no campo”, enfatizou o secretário de Agricultura de Cristalina, Alécio Marostica. “O MIDR está se reestruturando com a volta do Departamento de Irrigação para a Secretaria Nacional de Segurança Hídrica e, assim, teremos condições melhores de avançar nas questões referentes a esse tema. Estamos abertos a conversas sempre que for preciso, pois temos o interesse de levar desenvolvimento regional a todos os municípios, incluindo o nosso”, completou.

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29/05/2023 22:30h

A soja e o milho têm se destacado na produção agrícola

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Dados mais recentes do Departamento de Economia Rural (Deral)  da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) estimam que a safra 2022/2023 no estado do Paraná será de 46,85 milhões de toneladas, em uma área de 10,84 milhões de hectares. 

Os destaques de produção estão com a soja e o milho. Do total, 22,34 milhões de toneladas dizem respeito à soja apenas na primeira safra. 

Para o agrônomo Charles Dayler, a tecnologia tem sido um dos grandes diferenciais para uma produção agrícola melhor. 

“A gente  tem que ver o seguinte: que apesar da questão do clima, o resultado foi positivo porque a gente vem observando nos últimos anos um grande avanço em termos de tecnologia de cultivo,  seja por cultivares mais produtivas, melhoria na aplicação de fertilizantes, questão de boas práticas de uso de agrotóxicos e por aí vai. Tudo isso tem garantido uma produtividade maior nas lavouras agrícolas”, destacou Dayler. 

Além do milho e da soja, há boas perspectivas também para a produção de cereais de inverno, que, somados, podem resultar em 5,5 milhões de toneladas. Já na produção de feijão estão previstas 553,5 milhões de toneladas, volume 1% menor do que na safra anterior, em uma área de 299,1 mil hectares, 12% menor.

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25/05/2023 17:40h

Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) recebeu 55 denúncias de deriva de defensivos agrícolas

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Relatório elaborado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) apontou que houve uma redução de 40,28% no número de propriedades atingidas por herbicidas hormonais na safra 2022/2023. O relatório foi feito a partir das análises realizadas durante a safra de verão no Rio Grande do Sul. 

A Secretaria recebeu 55 denúncias de deriva de defensivos agrícolas (quando a trajetória da gota é desviada durante a aplicação de um defensivo, sem atingir o alvo), que resultaram na coleta de 58 amostras nas propriedades atingidas. As amostras analisadas foram divididas em combos de princípios ativos. Algumas amostras não indicavam ação de herbicidas hormonais, levando à investigação de outros princípios ativos. 

Ao todo, foram feitas análises de herbicidas hormonais em 53 amostras, incluindo o princípio ativo 2,4-D. Dessas, 45 apresentaram laudo positivo, totalizando 43 propriedades atingidas (houve duas coletas numa mesma propriedade). A deriva de 2,4-D atingiu as seguintes culturas: uva, com 26 ocorrências; noz-pecã, oliveira e morango, com duas ocorrências; e tabaco, maçã, tomate, trigo, pêssego, milho e laranja, com uma ocorrência. 

Para o agrônomo Charles Dayler parte dessa redução se deu pelas ações regulatórias e sanções normativas. Ele explica que isso é essencial, já que evita a dispersão de material poluente, reduzindo a contaminação nas áreas de pessoas que não possuem vínculos com a agricultura. 

"Boa parte da redução da deriva se deu em função de ações regulatórias, ou seja, foram publicadas em sanções normativas e também por ações de fiscalizações. Então isso vem levando a essa redução, porque tivemos esses novos instrumentos e esse trabalho vem sendo feito continuamente. Outra coisa que podemos agregar na redução pode ser a questão da melhoria da qualidade técnica. Os responsáveis técnicos pela aplicação estão aplicando nos momentos adequados, evitando horas que estão ventando que pode levar a dispersão, aplicando em altitude menor, usando os princípios ativos autorizados.E tudo isso vai levando a redução da deriva", destacou o agrônomo.-

Na comparação com a safra 2021/2022 houve uma diminuição de mais de 63% nos casos de deriva no Rio Grande do Sul nos últimos dois anos, no qual a safra do ano anterior marcou uma redução de 23,41%. 


 

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24/05/2023 20:05h

Os interessados em participar devem procurar os polos de cadastramento da Secretaria de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional

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Trabalhadores rurais que atuam no ramo da cana de açúcar que se interessarem em participar do programa “Chapéu de Palha 2023” devem procurar os polos de cadastramento da Secretaria de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional até o dia 02 de junho. 

Para ter direito ao benefício do Programa é necessário ser trabalhador da cana-de-açúcar, bituqueiro(a) rural, ruralista, cabo rural ou safrista no último contrato e ser residente dos municípios pernambucanos contemplados pelo Programa da Cana-de-açúcar.

Além disso, interessados precisam ter no mínimo 18 anos de idade e ter exercido a atividade canavieira registrada por no mínimo 30 dias corridos no período de 36 (trinta e seis) meses anteriores ao início do cadastramento.

Para receber o auxílio, é necessário também não estar recebendo seguro-desemprego ou pensão pelo INSS. Os profissionais que possuem entre 18 e 24 anos que estejam desempregados por conta da entressafra, podem se cadastrar desde que atendam aos demais requisitos do Programa, mesmo que existam outros beneficiários no domicílio.

O economista Newton Ferreira destaca que esse benefício é apenas para temporadas em que os agricultores estão sem trabalho. 

“Esse benefício é utilizado em determinadas circunstâncias como políticas públicas, isso daí acaba beneficiando aquelas pessoas que estão desocupadas ou desempregados em termos sazonais e isso é algo que é temporário, por isso que é importante essas políticas públicas para absorver mão de obra, criar emprego e renda para essas pessoas, principalmente de baixa renda”, destacou o economista. 

Documentação necessária para cadastro

  • comprovante do PIS ou NIS
  • RG
  • CPF
  • Comprovante de residência
  • Carteira digital de trabalho
  • Cadastro nacional de informações sociais (CNIS)
  • Carteira digital de trabalho expedida até 15 dias anteriores ao cadastro. 
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Desenvolvimento Regional
22/05/2023 18:49h

Estado já conta com o Polo Tucuju, que inclui as cidades de Macapá, Santana, Amapá, Calçoene, Itaubal, Laranjal do Jari, Mazagão e Serra do Navio

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O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) participa, nesta terça-feira (23), a partir das 8h30, da Oficina de Planejamento Estratégico do Polo da Rota do Açaí do Bailique. O evento será realizado na sede da Sebrae, em Macapá (AP).

O objetivo da oficina é levantar subsídios e debater a criação de um polo da Rota do Açaí no Arquipélago do Bailique, que reúne oito ilhas localizadas no delta do Rio Amazonas, a 160 quilômetros da cidade de Macapá.

A Rota do Açaí no Amapá integra o Programa Rotas de Integração Nacional, que busca promover investimentos e capacitação em cadeias produtivas consideradas estratégicas.

“O açaí tem grande potencial de inclusão produtiva, envolve comunidades de diferentes perfis, sejam agricultores familiares quilombolas ou ribeirinhos. É uma cultura bastante disseminada no território amazônico, além de ser altamente sustentável, por contribuir com a recuperação de áreas degradadas”, afirma a secretária nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial do MIDR, Adriana Melo.

Serviço:
Oficina de Planejamento Estratégico do Polo da Rota do Açaí do Bailique

Data: 23/5
Horário: 8h30
Local: Av. Ernestino Borges, 740, Macapá - AP

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22/05/2023 04:15h

Neste período, foram registrados 14.635 decretos municipais com prejuízos causados pelo excesso ou escassez de chuva

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O excesso ou escassez de chuva são fatores que prejudicam diretamente processo de produção do setor agropecuário brasileiro. Segundo levantamento realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), com dados do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (S2ID/Midr), de 2013 até agora, o setor do agronegócio teve prejuízos que somaram R$ 287 bilhões por conta dos desastres naturais. Além disso, nos últimos 10 anos, foram registrados 14.635 decretos municipais devido a mudanças climáticas extremas. Dentre as condições climáticas, a seca é a que mais castiga a produção rural, sendo responsável por 87% dos prejuízos na agropecuária, e a agricultura, por sua vez, sendo a mais afetada, com 65% do total de prejuízos.

Edna Lautert sempre morou em Santo Ângelo (RS), município gaúcho em que o principal mercado é o agronegócio. Ela é locutora na Rádio Sepé AM e acompanha o agronegócio. Edna conta que a cidade tem forte produção de soja e milho, porém no ano passou sofreu tanto com as chuvas quanto com a estiagem. "Como teve uma estiagem em janeiro e fevereiro (2023), ela prejudicou a safra de soja que foi colhida agora. Parte da safra se perdeu toda e quando chegou perto da colheita, teve dias de chuvas frequentes que prejudicaram o resto [da colheita]. A estimativa de 55 sacas por hectares de soja, mas acabou sendo colhida agora talvez 24 sacas por hectare. Então, a quebra passou de 55%”.

O especialista em agro, Evandro Oliveira, lembra do fenômeno climático La Niña como um dos fatores climáticos que impactam na produção agrícola. “Teve que lidar com esse fenômeno que prejudicou a produção, que anteriormente, girava perto de 12 milhões de toneladas. Então, com três La Niña consecutivas, a produção foi caindo significativamente e, atualmente, as projeções apontam para uma projeção abaixo de R$ 9 milhões”. 

E vale o alerta. De acordo com o levantamento do Inmet, que prevê a distribuição de chuvas de longos períodos, o mês de maio reserva chuvas para as regiões Norte, Sul e Nordeste, como explica a meteorologista, Andrea Ramos. “O destaque para o mês de maio são justamente essas chuvas na faixa norte, que envolvem Roraima, Amapá, norte do Pará e norte do Amazonas. A gente tem volumes de chuvas ainda significativos. Região Sul mantém um volume considerável, até porque você tem a entrada de sistemas frontais, que favorece”.

No recorte dos últimos 10 anos, os estados mais prejudicados na agropecuária foram a Bahia, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul e o período mais afetado tanto pelo excesso de chuvas quanto pela seca foi no ano de em 2022.
 

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19/05/2023 19:46h

Na 20ª edição da Agro Centro-Oeste Familiar, secretária Adriana Melo destacou o apoio da Pasta a polos de desenvolvimento da fruticultura no estado de Goiás

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O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) participou, nesta sexta-feira (19), na Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia, da 20ª edição da Agro Centro-Oeste Familiar, feira que contempla a agricultura familiar e promove a discussão de iniciativas públicas para o desenvolvimento rural.

No evento, a secretária nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial do MIDR, Adriana Melo, apresentou o Programa Rotas de Integração Nacional, que busca promover investimentos e capacitação em cadeias produtivas consideradas estratégicas. Em parceria com a UFG, a Pasta tem investido no fomento de dois polos da Rota da Fruticultura no estado de Goiás, localizados no Vale do São Patrício e na Região Metropolitana de Goiânia.

“Investimos em projetos de agregação de valor e capacitação de produtores de frutas, como abacaxi, goiaba e jabuticaba, e também com a fabricação de doces, geleias e sucos”, conta Adriana. "Estamos inaugurando um novo ciclo, que estão previstas a integração e a ampliação do projeto, com implantação de uma agroindústria e a criação de canais de comercialização”, ressaltou.

Rotas de Integração Nacional

As Rotas de Integração Nacional são redes de arranjos produtivos locais associadas a cadeias produtivas estratégicas capazes de promover a inclusão produtiva e o desenvolvimento sustentável das regiões brasileiras priorizadas pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). Buscam promover a coordenação de ações públicas e privadas em polos selecionados, mediante o compartilhamento de informações e o aproveitamento de sinergias coletivas a fim de propiciar a inovação, a diferenciação, a competitividade e a sustentabilidade dos empreendimentos associados, contribuindo, assim, para a inclusão produtiva, inovação e o desenvolvimento regional.

Atualmente, há 11 Rotas reconhecidas: do Açaí, da Biodiversidade, do Cacau, do Cordeiro, da Economia Circular, da Fruticultura, do Leite, do Mel, da Moda, do Pescado e da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Ao todo, são 64 polos espalhados por 1.249 municípios em 17 estados brasileiros e no Distrito Federal.

Agro Centro-Oeste

A 20ª edição da Agro Centro-Oeste Familiar está sendo realizada entre os dias 17 e 20 de maio. O evento tem se consolidado como um espaço para que o agricultor familiar apresente sua produção e participe da discussão pública, a partir de ações e temas priorizados pelos agricultores. O encontro conta também com empresas, gestores públicos e sociedade civil organizada. Este ano, a feira terá 115 expositores, o maior número de bancas da história do evento. Do total, 20 são de assentados da reforma agrária e 12 de quilombolas.

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19/05/2023 19:10h

Valor serve para custeio e investimentos do agronegócio no período, conforme foi ponderado em debate na Câmara dos Deputados

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Será necessário aproximadamente R$ 400 bilhões para o Plano Safra 2023/2024. O valor foi levantado durante debate na Câmara dos Deputados, que contou com entidades representativas do setor, parlamentares e representantes do governo federal. O montante estimado representa alta de 17% em relação ao previsto para a safra 2022/2023, que segue até 30 de junho. Do valor, 70% devem ser destinados ao custeio e à comercialização, e 30% devem cobrir investimentos.

A projeção apresentada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) é de R$ 404 bilhões, enquanto a da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) é de R$ 410 bilhões. O representante do Ministério da Agricultura e Pecuária, secretário-adjunto de Política Agrícola Wilson Vaz de Araújo, também estima um valor próximo ao das entidades, mas destaca que ainda não há orçamento próprio e que as fontes de financiamento disponíveis ainda não alcançam todas as necessidades.

O subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, afirmou que o plano está em fase de elaboração e o valor será fechado nos próximos dias. “O nosso desafio, eu só vou reforçar, é buscar mais recursos. Lógico que vai ser uma ação do governo, e vai ter que depender do apoio do congresso, mas vai ser uma iniciativa do governo. E no momento nós estamos então primeiro tentando ampliar fontes de recursos, uma vez ampliada a fonte de recursos, tentar fechar o desenho de forma a atender o maior volume possível de recursos e de produtores”.

O diretor técnico da Confederação Nacional da Agropecuária (CNA), Bruno Barcelos Lucchi, apresentou um comparativo entre o crescimento do valor dos insumos tanto da agricultura quanto da pecuária, e destacou a importância de um Plano Safra que colabore com os produtores nesse contexto. “A situação do pecuarista e do agricultor para esse ano Safra é de margens apertadas, margens mais estreitas, por isso a necessidade de a gente ter um Plano Safra mais robusto, que ajude ele a passar por esse momento de turbulência de uma forma mais amena”, ponderou.

A audiência pública foi realizada por sugestão do deputado Sergio Souza (MDB-PR), pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. A reunião foi dirigida pelo deputado Tião Medeiros (PP-PR), presidente da comissão. Participaram também outros deputados e representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e do Banco do Brasil.

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19/05/2023 18:50h

Exportações de commodities são 68,3% das exportações total do mês, soja é protagonista da agropecuária no primeiro semestre

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O saldo da balança comercial de abril deste ano foi de U$ 8,2 bilhões, igualando-se com o número de abril do ano passado, segundo divulgou a Fundação Getúlio Vargas no Indicador de Comércio Exterior (Icomex). Na comparação entre os anos, o valor exportado recuou 5,5%, puxado pela queda de 9,5% nos preços, visto que o volume aumentou em 4,1%. Já a variação nas importações também foi negativa, com uma queda de 7,7%, explicada pela queda de 10,6% nos preços, pois o volume aumentou 3,2%.

No acumulado do ano até abril, o valor exportado cresceu 1,6%, com aumento de 4,4% no volume e queda de 2,3% nos preços. Já as importações no mesmo período tiveram recuo de 1,2% nos preços, 1,3% no volume e 2,3% no valor. 

Commodities

As exportações de commodities correspondem a 68,3% das exportações totais e recuaram, na comparação mensal do mês de abril, em 7,4%. A queda dos preços em 10,4% explica esse recuo, pois o volume aumentou em 3%. As variações dos preços, volume e valor para as não commodities foi negativa. No acumulado do ano, a participação das commodities foi de 66,8% nas exportações totais.

Já no quesito importações, as não commodities responderam por 89,5% em abril, um aumento de 2,8% de volume e queda de 8,2% nos preços. Já as commodities tiveram um recuo de 27,7% nos preços e crescimento de 7,1% no volume.

Agropecuária

O setor da agropecuária foi o único setor que registrou variação positiva no valor exportado, de 10,6%, na comparação mensal do mês de abril, explicada pelo aumento de 20,1% no volume exportado, já que os preços recuaram 8,2%. As exportações do setor responderam por 32% do valor total de exportações brasileiras em abril deste ano. Em abril do ano passado, esse percentual era de 27%.

Entre as 23 principais commodities exportadas pelo Brasil, a participação da soja em grão foi de 41,6% no grupo de commodities e 28,3% no total das exportações brasileiras. 

O analista da Safras e Mercado Luiz Fernando Gutierrez Roque explica sobre a situação  da soja neste ano. “De uma forma geral indica uma recuperação brasileira nesta temporada frente ao ano passado, principalmente no caso da soja, que ano passado a gente teve uma quebra muito grande na produção por conta do La Niña, que afetou a região Sul e parte do Mato Grosso do Sul. Nesse ano a gente está confirmando a colheita de uma supersafra, uma safra recorde de soja, porque todos os estados do Brasil estão colhendo muito bem, com exceção do Rio Grande do Sul, que de novo teve alguns a problemas”, relatou.

A agropecuária é a principal fonte de dinamismo das exportações brasileiras  até o momento, liderada pelo aumento do volume. A soja lidera no primeiro semestre do ano, e a continuação desse papel central depende das outras exportações agrícolas no segundo semestre.

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