Internacional

18/10/2025 04:45h

O comércio bilateral entre os dois países alcançou mais de US$ 12 bi, em 2024, com destaque para exportações brasileiras de açúcar, petróleo bruto, óleos vegetais e algodão

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As relações econômicas entre Brasil e Índia se encontram em um ciclo virtuoso. Representantes dos dois países se reuniram em Nova Délhi, a capital indiana, nesta quinta (16) e sexta-feira (17), para tratar do comércio bilateral entre as duas nações, durante o Diálogo Empresarial Índia-Brasil 2025.

O evento foi organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federation of Indian Chambers of Commerce and Industry (FICCI).

A iniciativa faz parte da missão institucional e empresarial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Segundo o vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, os dois países compartilham uma visão comum de desenvolvimento sustentável e inclusivo. “Este diálogo é essencial para ampliar investimentos, fortalecer a integração produtiva e consolidar novas oportunidades entre nossos países”, disse.

Para a diretora de Negócios da ApexBrasil, Ana Paula Repezza, as conversas foram positivas e apontam para uma aproximação mais sólida entre os dois países, inclusive com expansão de setores beneficiados por possíveis acordos.

“O grande tom do seminário é que existe uma complementaridade muito grande entre Índia e Brasil e uma vontade muito grande de estabelecer uma nova etapa do nosso relacionamento, em que o pragmatismo seja a grande marca”, pontuou.

“Esse pragmatismo vem não só da necessidade de ampliar e diversificar nossos mercados, mas também das oportunidades que existem não só em comércio como em investimentos, tanto no agronegócio quanto máquinas, equipamentos, energias renováveis e outros tipos de infraestrutura que ajudem no desenvolvimento sustentável dos dois países”, completou a diretora.   

O evento

A programação do Diálogo Empresarial Índia-Brasil 2025 contou com a presença de autoridades e mais de 100 representantes de empresas e instituições das duas nações. Ao longo do evento, os participantes assistiram a painéis, reuniões bilaterais e sessões temáticas acerca de investimentos, sustentabilidade e inovação.

Entre os objetivos da iniciativa estão a busca pela ampliação do comércio, atrair investimentos, gerar empregos e fortalecer a cooperação entre Brasil e Índia. Na ocasião, também houve debates sobre as possibilidades de expansão do Acordo Mercosul-Índia para inclusão de mais setores beneficiados.

Compromisso conjunto

Durante o evento, a FICCI fez a entrega do “Green Certificate” ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e ao ministro do Comércio e Indústria da Índia, Piyush Goyal, em reconhecimento ao compromisso conjunto dos dois países com o desenvolvimento sustentável.

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Para a ApexBrasil, a premiação reforça a atuação conjunta de ambas as nações no grupo BASIC (Brasil, África do Sul, Índia e China). O grupo foi formado em 2009, durante a COP 15, e visa à cooperação em questões de mudança climática, com foco em desenvolvimento sustentável e na necessidade de transições justas para sociedades de baixo carbono.

Na ocasião, também foi assinado o Termo de Referência do Fórum Empresarial de Líderes Brasil–Índia. Trata-se de uma iniciativa da CNI e da FICCI que pretende estreitar o diálogo entre o setor privado dos dois países e fortalecer a agenda de cooperação econômica e industrial.

Movimentação econômica entre Brasil e Índia

O comércio bilateral entre Brasil e Índia alcançou US$ 12,1 bilhões, em 2024. Destacaram-se as exportações brasileiras de açúcar, petróleo bruto, óleos vegetais e algodão. A Índia, por sua vez, se firmou como um dos principais fornecedores de diesel, produtos farmacêuticos e químicos ao país sul-americano.

Oportunidades de exportação

Um estudo divulgado pela ApexBrasil – denominado Perfil de Comércio e Investimentos – Índia 2025 – identifica 385 oportunidades de exportação para empresas brasileiras em setores como proteína animal, celulose, etanol, pedras preciosas e máquinas agrícolas, refletindo o alto potencial de complementaridade entre as duas economias.
 

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15/10/2025 04:35h

O espaço brasileiro, desenvolvido pela ApexBrasil, recebeu mais de 1,5 milhão de visitantes e 700 autoridades

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O Brasil encerrou sua participação na Expo Osaka 2025, evento que reuniu mais de 30 milhões de visitantes e contou com a presença de 180 países. Com o tema “Designing Future Society for Our Lives” (“Projetando a Sociedade Futura para Nossas Vidas”), esta edição foi realizada entre os dias 13 de abril e 13 de outubro no Japão, na ilha artificial de Yumeshima, localizada na baía de Osaka.

O Pavilhão Brasil, coordenado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), destacou a cultura, a sustentabilidade e o potencial econômico do país. A ideia levou os brasileiros a conquistarem o prêmio Silver (Prata) na categoria “Conceito”.

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O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, entende que esse reconhecimento diz respeito não apenas ao talento criativo, mas também à forma por que o Brasil comunica sua identidade, cultura e visão de futuro ao mundo. Para ele, a premiação reflete o empenho coletivo de profissionais que planejaram e executaram o projeto com dedicação.

“Mais do que um troféu, é um reconhecimento ao Brasil. Ele reflete não apenas a criatividade e o talento brasileiros, mas também o momento extraordinário que o Brasil vive, sob a liderança do presidente Lula, de confiança e diálogo com o mundo”, pontua.

“É uma oportunidade para fortalecer profundos laços que unem Brasil e Japão. Os dois países têm hoje uma responsabilidade comum, que é inspirar o mundo a escolher o caminho da paz e da cooperação. Essa é a mensagem que deixamos aqui, neste palco da humanidade”, complementa Viana.

Ampla visitação

A programação contou com debates, reuniões de negócios, apresentações culturais e visitas institucionais. Ao longo do evento, o espaço do Brasil recebeu mais de 700 autoridades e ultrapassou a marca de 1,5 milhão de visitantes.

A comissária do Pavilhão Brasileiro, Maria Luiza Cravo, afirma que o evento promove experiências únicas para os visitantes, que contam com a oportunidade de vivenciar um pouco das culturas estrangeiras.

“São seis meses ininterruptos, doze horas por dia de pavilhão aberto e de pessoas que têm a oportunidade de experienciar um pouco de Brasil, nesse caso, no nosso pavilhão. É uma oportunidade de plantar uma semente de Brasil nos visitantes, sejam japoneses ou de outros países, de forma que eles possam entender um pouco mais do Brasil e possam querer experienciar outras coisas do nosso país”, considera.  

Relações diplomáticas

Em 2025, Brasil e Japão celebram 130 anos de relações diplomáticas. Atualmente, o país asiático é o 9º principal destino das exportações brasileiras e o 12º maior investidor no Brasil, o que é reforçado pelos laços humanos e culturais que unem as duas nações.

Além da coordenação geral da ApexBrasil, a participação do Brasil na Expo Osaka 2025 também contou com o apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e a parceria institucional da Vale.

Entre os patrocinadores, figuram a Confederação Nacional do Transporte (CNT), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Banco do Brasil, o Bradesco e a Toyota.
 

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24/09/2025 04:40h

Sustainable Business COP entrega propostas à presidência da COP30 em evento da Semana do Clima, em Nova York

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A coalizão empresarial Sustainable Business COP (SB COP) apresentou, na segunda-feira (22), um conjunto de 23 medidas prioritárias para acelerar o alcance das metas climáticas e ampliar o papel do setor privado nas negociações internacionais. O documento foi entregue ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, durante o High-Level Event da SB COP, em parceria com a Bloomberg, na Semana do Clima de Nova York.

Lançada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a SB COP é uma aliança global que reúne quase 40 milhões de empresas em mais de 60 países.

As recomendações estão organizadas em cinco objetivos centrais:

●    acelerar a transição energética, em linha com a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5ºC;
●    promover apoio financeiro para enfrentar a crise climática, possibilitando crescimento econômico compatível com a agenda climática;
●    garantir uma transição justa, ampliando acesso à energia e ao saneamento básico por meio de infraestrutura urbana sustentável e capacitação de pessoas;
●    fortalecer cadeias de valor sustentáveis, incorporando princípios de economia circular e bioeconomia globalmente;
●    reforçar a colaboração global, alinhando estruturas comuns para mercados de carbono e bioeconomia.

De acordo com o superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo,  as propostas tratam de temas estratégicos como transição energética, bioeconomia, economia circular, finanças sustentáveis e cidades inteligentes.

“A SB COP é uma iniciativa inovadora de engajamento do setor privado. Tem uma abrangência internacional, mas também com um desdobramento aqui para o nosso país, em termos de legado”, ressalta Bomtempo. 

Outros temas abordados incluem sistemas alimentares, soluções baseadas na natureza, empregos e habilidades verdes. As recomendações também serão debatidas na Pré-COP da CNI, marcada para 15 de outubro, em Brasília. 

Além de elencar prioridades, a coalizão empresarial também reunirá exemplos de como as empresas em todo o mundo estão contribuindo para a transição para uma energia sustentável. “São cases recebidos de várias partes do mundo, e a ideia, com certeza, é trabalhar cada vez mais essa agenda de implementação”, explica o superintendente. Os cases serão apresentados na COP30, que acontecerá em Belém (PA), em novembro. 

O Sistema de Registro Nacional de Emissões (Sirene) aponta que a indústria responde por menos de 10% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil. Ainda assim, o setor exerce papel estratégico na promoção de soluções sustentáveis, inovadoras e que gerem desenvolvimento econômico. É o que defende o professor de Engenharia e Mudanças Climáticas da Universidade de Brasília (UnB), Rafael Amaral Shayani. 

“A articulação do setor privado é de extrema importância para que as metas do Acordo de Paris e dos novos acordos que vão ser feitos na COP 30 sejam alcançadas. O papel do poder público é estimular o setor privado, mas na prática são as empresas que podem fazer bastante coisa para reduzir a emissão de gás de efeito estufa”, destaca o professor. 

Evento High-Level Event da SB COP, em NY

O High-Level Event, onde o documento foi entregue, reuniu autoridades e lideranças empresariais, como Ricardo Mussa, chair da SB COP; o vice-presidente da CNI, presidente da Federação das Indústrias de Rondônia https://portal.fiero.org.br/ e do Instituto Amazônia+21, Marcelo Thomé; e o presidente da Federação das Indústrias do Pará (FIEPA), Alex Carvalho.

Foram convidados os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; da Casa Civil, Rui Costa; o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; e o governador do Pará, Helder Barbalho.

Entre os convidados internacionais, estão Paul Polman, referência global em liderança empresarial na agenda climática; Michael Bloomberg, empresário e ex-prefeito de Nova York; e Teresa Ribera, vice-presidente executiva para uma Transição Limpa, Justa e Competitiva da União Europeia.

Meses de trabalho

O documento com as propostas é resultado de meses de trabalho de grupos temáticos formados por CEOs e executivos de empresas brasileiras e multinacionais, entre elas Natura, JBS, Solvay, Ambipar, MRV, Schneider Electric, re.green e eB Climate. A iniciativa também reúne parceiros institucionais, como o Fórum Econômico Mundial, a Câmara de Comércio Internacional (ICC), as redes Brasil e Austrália do Pacto Global da ONU, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a International Finance Corporation (IFC).

Em junho, a SB COP passou a integrar a Marrakech Partnership for Global Climate Action, ligada à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). A plataforma conecta iniciativas de atores não estatais e busca acelerar a implementação do Acordo de Paris.

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22/08/2025 04:00h

Agenda da CNI em Washington inclui encontros com governo, setor produtivo e audiência no USTR para tentar reverter sobretaxa sobre exportações

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O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, apresentou ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, a agenda da missão empresarial que será realizada em Washington, nos dias 3 e 4 de setembro. O objetivo é sensibilizar empresários e o governo dos Estados Unidos, e fortalecer a defesa comercial do Brasil diante da investigação aberta pelos Estados Unidos, com base na Seção 301 da Lei de Comércio, que prevê sobretaxa de 50% sobre exportações brasileiras.

“A nossa estratégia de reunião, para que não haja nenhum tipo de dicotomia, muito pelo contrário, nós temos que ser um pouco mais convergentes nesse momento, para que tenha uma unicidade. Também a nossa estratégia de tentar buscar o máximo de novas associações possíveis, aquelas que são efetivamente de interesse americano para se sensibilizar de uma forma mais rápida e que talvez não tenham sido contempladas porque não têm representatividade financeira, mas para muitas pequenas indústrias aqui tem uma grande representatividade”, afirmou Alban.

A comitiva reunirá associações setoriais, federações estaduais e grandes empresas para ampliar o diálogo com o governo e o setor produtivo norte-americano. A estratégia inclui buscar exceções à regra tarifária, ampliar a lista de produtos beneficiados e apresentar propostas de cooperação em áreas de interesse mútuo, como biocombustíveis, data centers e minerais críticos.

A programação prevê reuniões na Embaixada do Brasil em Washington, encontros com escritórios de advocacia e lobby, diálogos com lideranças da US Chamber of Commerce e autoridades americanas, além de uma plenária empresarial. A agenda inclui ainda participação em audiência pública no Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), onde o Brasil reforçará sua posição.

Além da missão, a CNI discute com o governo federal contribuições para a medida provisória que busca mitigar os efeitos do tarifaço. A confederação pretende conversar com o Congresso Nacional sobre o plano de compensação destinado aos exportadores, que prevê R$ 9,5 bilhões fora do arcabouço fiscal. “Nós temos algumas sugestões, para que a gente possa deixar esses R$ 9,5 bilhões dentro do arcabouço, dando uma referência positiva ao mercado, de credibilidade, que possamos evoluir”, pontua Alban.

“O momento agora é que nós vamos tratar o assunto eminentemente de forma técnica e comercial. Nós queremos evitar possíveis dicotomias nos approaches, nos posicionamentos, mas sempre de uma forma técnica e comercial, para que a gente possa estimular a mesa de negociação”, conclui o presidente da CNI.

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11/07/2025 00:00h

Exportadores de café, carne e suco de laranja enfrentam cenário de preocupação com a nova taxa de exportação

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A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) demonstrou preocupação com o tarifaço de 50% imposto sobre os produtos brasileiros pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

Segundo a FPA, a nova alíquota produz reflexos diretos e atingem o agronegócio nacional, gerando impactos no câmbio, aumento no custo dos insumos importados e na competitividade das exportações brasileiras. 

Em nota oficial, a frente afirma que, diante desse cenário, é momento de cautela e diplomacia como caminho estratégico para a retomada de acordos: “É momento de cautela, diplomacia afiada e presença ativa do Brasil na mesa de negociações.” FPA em nota oficial. 

O Estados Unidos é o segundo país que mais recebe exportações do Brasil, perdendo somente para a China. Os produtos mais exportados são

  • Café
  • Carne
  • Suco de laranja
  • Petróleo
  • Aeronaves
  • Semimanufaturados de ferro ou aço
  • Materiais de construção e engenharia 
  • Madeira 
  • Máquinas e motores 
  • Eletrônicos

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e o setor de cafeicultura esperam que o café seja incluído na lista de produtos isentos de tarifas nos EUA. 

“Nós temos esperança de que o bom senso prevaleça, a previsibilidade de mercado, porque nós sabemos que quem vai ser onerado é o consumidor norte-americano. E tudo que gera impactos ao consumo é ruim para fluxo de comércio, ruim para indústria e desenvolvimento dos países”, disse Marcos Matos, diretor geral do Cecafé, ao InfoMoney. 

A Associação Brasileira das Industrias Exportadoras de Carnes (Abiec) anunciou que a tarifa trará impactos negativos ao setor produtivo da carne bovina no Brasil, em nota à CNN. 

O setor brasileiro de suco de laranja, sendo um dos mais afetados pela taxação, mantém um quadro de preocupação, e faz apelo para que o governo brasileiro conduza a negociação com firmeza. 

Para a CBN, Ibiapaba Netto, diretor executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) disse que “Isso significa que 70% do valor total da cotação da Bolsa de Nova Iorque hoje representa imposto para acessar o mercado americano. Isso praticamente inviabiliza qualquer tipo de exportação para o mercado americano sem que haja graves prejuízos para toda a cadeia produtiva aqui do Brasil”.

A tarifa passa a valer dia 1° de agosto de 2025, de acordo com carta enviada para o presidente Luiz Inácio Lula. Nela, Trump diz que um dos motivos da taxação é a forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Jair Bolsonaro. 

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21/04/2025 07:40h

Francisco deverá ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. O conclave para eleger seu sucessor deverá ocorrer entre 15 e 20 dias após o início da Sede Vacante

O Papa Francisco faleceu, aos 88 anos, na manhã desta segunda-feira (21), no Vaticano, em Roma. O anúncio oficial foi feito pelo camerlengo, cardeal Kevin Joseph Farrell, que destacou a dedicação do pontífice ao serviço da Igreja. "Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados", disse Farrell.

No domingo de Páscoa, o Pontífice apareceu na sacada da Basílica de São Pedro para a mensagem de Páscoa Urbi et Orbi, deixando sua última mensagem para a Igreja e o mundo.

A saúde do Papa vinha se deteriorando nos últimos anos, com episódios de bronquite e infecções respiratórias. 

Francisco deverá ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. O conclave para eleger seu sucessor deverá ocorrer entre 15 e 20 dias após o início da Sede Vacante.

As igrejas no Brasil já celebram missas em homenagem ao pontífice. O Santuário Nacional de Aparecida, localizado no município de Aparecida do Norte (SP), vai realizar seis missas nesta segunda. 

O governo brasileiro decretou luto oficial de 7 dias pela morte de Francisco. 

Papa Francisco

Jorge Mario Bergoglio, nascido em Buenos Aires em 1936, foi o primeiro papa latino-americano e jesuíta da história. Eleito em 2013, adotou o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, simbolizando seu compromisso com a simplicidade e os pobres. 

Durante seu pontificado, promoveu reformas na Cúria Romana e defendeu causas sociais, como a proteção ambiental e a inclusão de grupos marginalizados.​

Milagre na Amazônia

Em outubro de 2024, durante missa na Praça de São Pedro, Francisco proclamou a canonização do padre italiano José Allamano, fundador da congregação dos Missionários da Consolata, por um milagre que teria ocorrido na Amazônia brasileira.

Segundo a organização Consolata América, o milagre ocorreu em 1996, em Roraima, quando um indígena yanomami foi atacado por uma onça e apresentou um grave ferimento na cabeça. Um grupo de missionários teria invocado José Allamano pedindo a recuperação do rapaz, o que se realizou.

Com informações do Vaticano News, CNBB e Agência Brasil 
 

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02/04/2025 08:00h

Conheça a trajetória da Gaudens, empresa que exporta chocolate com cacau da Amazônia e ingredientes locais, com o apoio da ApexBrasil. “Consegui encontrar na ApexBrasil canais para uma exportação de pequenos produtores”, relata o CEO da empresa

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O chocolate da Amazônia está conquistando o mundo. Os produtos da Gaudens Chocolate, empresa de Belém (PA), têm chamado atenção internacional. A empresa utiliza cacau nativo da região e ingredientes locais, como cupuaçu e bacuri, para criar um chocolate fino e premiado.

O fundador da marca, o chef Fábio Sicilia, teve a ideia de investir na produção ao perceber que o cacau amazônico não era aproveitado para fabricar chocolates no Brasil. "Ao retornar da Europa, após a minha formação como chef de cozinha, me deparo com o fato de que o cacau era da Amazônia, nativo aqui do Pará, do Amazonas, do Amapá, e que ninguém estava produzindo chocolate com ele. Mergulho no desafio de produzir o melhor chocolate do mundo a partir da terra do cacau. Ninguém produzia, eu começo, convenço muitos produtores a fazer cacau fino para poder ter um chocolate fino", lembra Sicilia.

Depois desse “mergulho”, o reconhecimento chegou: a empresa recebeu prêmios internacionais, como o da Academy of Chocolate de Londres, e começou a exportar. Com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), a Gaudens Chocolate encontrou novos mercados, como o dos EUA. “Estreitando a relação com a Federação da Indústria, eu conheço a ApexBrasil e entro no programa Peiex, que prepara o empresário para exportação. Como CEO da Gaudens, consegui encontrar na ApexBrasil canais para exportação de pequenos produtores. E isso foi o que me encantou”, frisa o empresário.

A prioridade da empresa não é quantidade, e sim qualidade. A produção segue artesanal, voltada para nichos de mercado. “Estamos fazendo um trabalho, já começamos a fazer exportações pequenas. Mas a proposta do negócio é: não vamos converter a nossa qualidade por quantidade. Então, nós estamos buscando mercados de nicho”, diz.

Sicília participou do Programa de Qualificação para Exportação (Peiex) da ApexBrasil. A experiência foi importante para abrir canais com compradores de fora. “Me mostrou como funciona o mercado internacional. E, para mim, o mais importante foram as relações com as nossas embaixadas fora do Brasil. Então, a ApexBrasil te ensina como chegar nos mercados. Isso é fundamental”, afirma.
 
O Peiex traça um diagnóstico completo do negócio e monta um plano de exportação personalizado. Esse planejamento inclui as etapas a serem seguidas para possibilitar a vendas para fora. 

Entre 2023 e 2024, mais de 6,2 mil empresas foram atendidas pelo Peiex e 1,1 mil delas exportaram U$ 3,27 bilhões no período. Para mais informações sobre esse e outros programas da ApexBrasil, acesse www.apexbrasil.com.br/solucoes.

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23/07/2024 00:05h

Pane aconteceu devido à falha na segurança de software fornecido pela Microsoft em parceria com a companhia CrowdStrike

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Um apagão cibernético global, causado por uma falha de segurança na madrugada da última sexta-feira (19), gerou impactos em organizações e firmas espalhadas por diversos países, incluindo o Brasil. O software causador da pane foi fornecido pela Microsoft, em parceria com a companhia de segurança cibernética CrowdStrike.

Aeroportos, bancos e hospitais foram os mais afetados em suas atividades, com atrasos e cancelamentos de voos, canais digitais bancários indisponíveis e lentidão em sistemas de atendimento hospitalar.

Alexander Coelho, especialista em Direito Digital e Proteção de Dados, comenta que as consequências jurídicas para as empresas e os consumidores, diante das instabilidades causadas pelo apagão cibernético global, podem ser amplas e variadas.

“Para as empresas, elas podem gerar uma responsabilidade civil para as que foram diretamente responsáveis pela falha e não tomaram as medidas adequadas de proteção. Elas podem ser processadas por danos causados a outras empresas e consumidores. Isso inclui ações de quebra de contrato, negligência e danos econômicos. A consequência jurídica para os consumidores, que sofreram prejuízos financeiros, eles podem entrar com uma ação pleiteando ressarcimento por dano moral e dano material. Os consumidores que sofreram atrasos em viagens, perda de dados ou outros danos podem buscar essa compensação.”

O especialista aponta, ainda, que caso o consumidor tenha também constatado vazamento de dados, ou comprometimento de dados pessoais durante o apagão, poderá acionar judicialmente as empresas responsáveis; no caso,  a Microsoft, pela proteção inadequada de seus dados, conforme a Lei Geral de Proteção de Dados.

De acordo com Luiz Fernando Plastino, advogado especialista em Propriedade Intelectual, Privacidade e Proteção de Dados, é possível ver sim, em princípio, uma responsabilidade por parte da companhia de segurança cibernética.

“Agora, pode ser discutível, por exemplo, a responsabilidade também da Microsoft, ou mesmo uma falta de responsabilidade, uma responsabilidade reduzida diante das dificuldades de previsão no funcionamento de alguns sistemas informáticos, ou até mesmo previsão contratual. Mas isso também vai depender caso a caso e de acordo com interpretação judicial da aplicação do direito no caso concreto”, explica.

Outros efeitos do apagão

Durante e após o apagão, distribuidoras de energia elétrica relataram problemas à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Segundo o órgão, as informações foram repassadas à Abradee, associação que representa o segmento. As falhas aconteceram em sistemas como call centers, aplicativos e despacho de equipes de campo.

Além disso, o apagão causou queda no site do STF e afetou os sistemas judiciais. Somente por volta das 7h da manhã de sábado (20) o portal do tribunal pôde voltar a ser acessado, bem como seus principais sistemas administrativos, que estão operando normalmente desde então.

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23/04/2024 00:01h

Embora participação de Israel e Irã na balança comercial brasileira seja pequena, guerra pode trazer efeitos indesejados

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Uma possível escalada do conflito entre Israel e Irã teria impacto quase insignificante na balança comercial brasileira. A guerra, porém, pode trazer outros efeitos indesejados, como o encarecimento dos combustíveis, a fuga de investimentos e a desvalorização do real frente ao dólar. É o que apontam especialistas ao Brasil 61. 

Krisley Mendes, pesquisadora de comércio exterior, afirma que os dois países têm participação muito baixa nas exportações e importações brasileiras. Enquanto Israel foi apenas o 54º principal destino das vendas ao exterior no ano passado, o Irã foi o 28º entre 2021 e 2023. Já quando o assunto é o que o Brasil compra das duas nações, Tel Aviv ocupou entre a 28ª e 35ª origem, enquanto Teerã teve presença ainda mais tímida: 86º. 

Segundo a especialista, haveria, no máximo, alguns prejuízos setoriais. "12% de todo milho produzido pelo Brasil vai para o Irã. Embora no global isso seja pouco, para a cadeia do milho tende a ter um impacto mais importante". 

Como o Brasil 61 já mostrou, no caso de Israel os impactos se dariam sobre alguns municípios, como é o caso de São Félix do Xingu (PA), cujas exportações para Israel representaram 88% de tudo o que a cidade vendeu ao exterior no ano passado. 

Petróleo mais caro

O economista Alessandro Azzoni lembra que o mercado de petróleo ainda não foi afetado pela mais recente crise no Oriente Médio. Mas ele alerta que, se o conflito se intensificar, esse cenário pode mudar rapidamente, uma vez que o Irã é um dos maiores produtores do mundo e, na região do Golfo Pérsico, situa-se o Estreito de Ormuz, por onde escoa mais de 30% do petróleo global. 

"Praticamente 30% do consumo do mundo sai por esse estreito, e essa área fica em área de guerra e, automaticamente, os navios petroleiros não poderiam fazer os seus carregamentos por causa de um risco de explosão, de incêndio ou até de segurança dos próprios tripulantes. Aí, sim, nós teremos um impacto significativo na economia", afirma. 

No entanto, desde o ataque iraniano a Tel Aviv no dia 13 de abril, o que se viu foi o preço do barril Brent para junho — referência da commodity —– cair de US$ 90,10 para US$ 86,97. 

Professor de Finanças e Controle Gerencial do Instituto Coppead da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rodrigo Leite destaca que em caso de alta na cotação do petróleo em nível internacional, o governo brasileiro pode ser pressionado a reajustar o preço dos combustíveis. 

"Grande parte do fato de que o Brasil ainda consegue manter a inflação sob controle é por causa da retenção do preço da gasolina. Imagina se o preço do petróleo subir. Isso vai ter uma pressão, e o governo vai ter que reajustar o preço do combustível. Isso impacta diretamente na inflação, porque o combustível afeta toda a cadeia produtiva, desde o insumo até a entrega ao consumidor". 

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina praticado no Brasil está com defasagem média de 16% em relação ao internacional. 

Fuga de investimentos e dólar mais caro

Um outro efeito indesejado que a guerra pode trazer é a fuga de investidores dos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, para nações ricas. "Os países em desenvolvimento acabam sendo mais afetados financeiramente, porque o fluxo de capital internacional passa a buscar mercados mais confiáveis, ou menos instáveis, vamos dizer, a esse problema", pontua Krisley. 

Em um cenário em que a inflação americana continua resistente e o banco central daquele país mantém taxas de juros atrativas para investidores, a fuga de capital tende a ocorrer naturalmente, diz Azzoni.  

Uma das consequências da saída de investidores, afirma o professor Rodrigo Leite, é a desvalorização do real frente ao dólar, processo que se intensificou no último mês, em que a moeda estadunidense passou de R$ 4,97 para R$ 5,20. "A gente observou esse aumento. Se houver realmente uma guerra mais acentuada no Oriente Médio vai haver um aumento ainda maior no câmbio. Isso é positivo para as exportações — e negativo para as importações", explica. 

Improvável embargo israelense teria pouco impacto sobre a balança comercial brasileira, mas afetaria alguns municípios

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05/03/2024 00:02h

Dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) mostram que indústria química opera com 64% da capacidade e importações ocupam 47% do mercado

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Déficit comercial, aumento da importação, produção abaixo da capacidade operacional. Esses são alguns dos problemas enfrentados pela indústria química nacional nos últimos anos, segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O último relatório publicado pela entidade mostra que 2007 — dezessete anos atrás — foi o último ano considerado dentro do padrão da normalidade para a produção de uma unidade química. 

De lá pra cá, a competitividade do país caiu — muito por conta dos preços mais atraentes praticados pelos asiáticos. Segundo a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, a penetração dos produtos importados, que já representam 47% do mercado, é um dos pontos que preocupam.

“Como a indústria química está na base de diversos outros sumos industriais, se ela que está na base está sofrendo, reduzindo produção, reduzindo receita, isso vai acabar chegando nas demais cadeias que consomem produtos químicos.”

Indústria química nacional vive pior momento da história, e importações já ocupam 47% do mercado

Desequilíbrio comercial e redução na produção

O economista-chefe da Análise Econômica, de São Paulo, André Galhardo, explica que esse desequilíbrio atinge não só a indústria química, mas outras indústrias nacionais. “A  Europa passa por um processo de desaceleração econômica e a maior economia europeia, a Alemanha, está em recessão técnica, e o mercado consumidor de lá está prejudicado, o que vem fazendo a China buscar outros mercados.  

“Em 2023 o Brasil importou um volume significativo de aço chinês muito mais barato do que o aço produto internamente no Brasil, e isso é muito danoso para a indústria. E isso é muito danoso para a indústria, porque ela não consegue competir com os produtos chineses e do Sudeste asiático de modo geral.” 

Seja pelo câmbio — que favorece os produtos importados — ou pelo subsídio que os governos asiáticos dão às indústrias estratégicas daqueles países, explica Galhardo. Diversos setores passam por esse desequilíbrio e isso coloca em risco nossa indústria, “que não consegue competir, não consegue vender, acaba tendo de demitir, desfazer posições, desinvestir e o que resta para gente no fim das contas é uma dependência dos produtos estrangeiros”, avalia o economista. 

Preocupação com o futuro

O momento preocupa sobretudo com relação a baixa produtividade do setor nacional, que pode ficar insustentável no médio e longo prazo, explica a diretora da Abiquim. A associação acompanha de perto a situação há 30 anos e já viu isso acontecer. “Entre 1990 e 2021, a indústria química brasileira fechou 2.990 unidades de produtos químicos.”

“Corremos o risco de fechar unidades produtivas. Em outras ocasiões em que houve mudanças estruturais, seja na economia, seja na própria estrutura de produção do setor, a gente acabou vendo que as opções foram o fechamento de fábricas,” lamenta Fátima.

Para o economista André Galhardo, políticas públicas de defesa da indústria domésticas podem ser tomadas para minimizar o impacto do desequilíbrio que vem acontecendo. 

“A gente tem medidas protetivas como o antidumping — que podem ser tomadas se a gente provar que os produtos estão com preços muito abaixo dos praticados no mercado internacional — o governo precisa agir e inserir tarifas que são conhecidas como antidumping e salvaguarda, tudo isso para impedir que grandes volumes ingressam no mercado doméstico.”

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