LOC.: Déficit comercial, aumento da importação, produção abaixo da capacidade operacional. Esses são alguns dos problemas enfrentados pela indústria química nacional nos últimos anos, segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O último relatório publicado pela entidade mostra que 2007 — dezessete anos atrás — foi o último ano considerado dentro do padrão da normalidade para a produção de uma unidade química.
De lá pra cá, a competitividade do país caiu — muito por conta dos preços mais atraentes praticados pelos asiáticos. Segundo a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, a penetração dos produtos importados, que já representam 47% do mercado, é um dos pontos que preocupam.
TEC/SONORA: Fátima Giovanna Coviello Ferreira, diretora de Economia e Estatística da Abiquim
“Como a indústria química está na base de diversos outros sumos industriais, se ela que está na base está sofrendo, reduzindo produção, reduzindo receita, isso vai acabar chegando nas demais cadeias que consomem produtos químicos.”
LOC.: O economista-chefe da Análise Econômica, de São Paulo, André Galhardo, explica que esse desequilíbrio atinge não só a indústria química, mas outras indústrias nacionais. Seja pelo câmbio — que favorece os produtos importados — ou pelo subsídio que os governos asiáticos dão às indústrias estratégicas daqueles países, explica Galhardo.
TEC/SONORA: André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica
“Em 2023 o Brasil importou um volume significativo de aço chinês muito mais barato do que o aço produto internamente no Brasil, e isso é muito danoso para a indústria. E isso é muito danoso para a indústria, porque ela não consegue competir com os produtos chineses e do Sudeste asiático de modo geral.”
LOC.: O momento preocupa sobretudo com relação a baixa produtividade do setor nacional, que pode ficar insustentável no médio e longo prazo, podendo impactar no fechamento de unidades produtoras e na perda de postos de trabalho.
Reportagem, Lívia Braz