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Baixar áudioO agronegócio brasileiro deixou de vender para os Estados Unidos, entre agosto e outubro deste ano, US$973 milhões como consequência do tarifaço unilateral imposto por Donald Trump. O valor representa uma queda de 31,3% nas exportações do setor para esse parceiro comercial, em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados da Confederação Nacional de Municípios (CNI).
Os produtos mais afetados são:
O levantamento da CNI traz também a lista dos municípios com mais perdas:
Dados do governo federal, no entanto, mostram que os exportadores estão conseguindo encontrar diferentes compradores. Em outubro, as exportações brasileiras tiveram o melhor desempenho para o mês na história, com US$ 15,49 bilhões de receita, 8,5% maior do que em outubro de 2024. No ano, a balança comercial do agronegócio aponta superávit de US$124,97 bilhões, também acima da marca no mesmo período do ano anterior.
Copiar o textoEm agosto deste ano, o Brasil registrou mais de 20 mil empresas inovadoras ativas
Baixar áudioO Brasil participa de um dos maiores eventos globais de tecnologia e inovação: o Web Summit Lisboa 2025. Coordenada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), a delegação brasileira conta com mais de 370 startups e empresas inovadoras de todas as regiões do país.
A iniciativa foi desenvolvida com a parceria Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Iniciado no último dia 10, a edição 2025 do evento vai até esta quinta-feira (13), na capital portuguesa. A expectativa é de que o público chegue a mais de 70 mil pessoas.
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Na última segunda-feira (10), as duas entidades realizaram o “Seminário de Internacionalização”. O encontro reuniu mais de 500 participantes da delegação brasileira. Na ocasião, foram discutidos os desafios e oportunidades da internacionalização de startups nacionais, abordando temas como apoios institucionais à expansão global, fundos e investimentos em startups, ambientes de negócios e incentivos à inovação em Portugal.
A programação contou com a presença do presidente da ApexBrasil, Jorge Viana. Em clima de COP30 no Brasil, ele destacou que a inovação também precisa ter um caráter sustentável, já que, atualmente, o desenvolvimento econômico também depende de uma agenda verde.
“Inovando a gente também ajuda a vencer a crise climática. Certamente tem muita gente aqui que está trabalhando nessa que eu chamo Era dos Serviços, procurando implementar serviços que ajudam o planeta a ficar melhor, a vida, a sociedade ficar melhor, a economia ficar melhor. Isso tem tudo a ver com sustentabilidade, isso tem tudo a ver com os novos tempos que nós vivemos para que a gente possa deixar de lado a ameaça à vida no planeta”, disse.
Também estiveram presentes no evento o embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro; o cônsul do Brasil em Lisboa, embaixador Alessandro Candeas; o diretor de Gestão Corporativa da ApexBrasil, Floriano Pesaro; o gerente geral do Escritório da ApexBrasil em Lisboa, Paulo Matheus; o gerente geral do Escritório da ApexBrasil em Bruxelas, Alex Figueiredo; a gerente de Indústria e Serviços da ApexBrasil, Maria Paula Velloso; entre outros nomes.
Dados do levantamento do Observatório Sebrae Startups revelam que, em agosto deste ano, o Brasil registrou mais de 20 mil empresas inovadoras ativas. No período de um ano, o aumento foi de 30%. Além dessa tendência de alta, o cenário nacional mostra uma distribuição cada vez mais pulverizada e dinâmica.
O Sudeste é a região brasileira que possui o maior número de empresas inovadoras, com 35,8% do total. O Nordeste aparece com aproximadamente 24,7% das startups ativas. Na sequência está a Região Sul, com cerca de 20,7%. O Centro-Oeste, com cerca de 9,5%, e o Norte, com 9,2%, completam o panorama.
Além disso, segundo o estudo Startup Ecosystem Index 2025, existem mais de 150 milhões de startups no mundo. Em primeiro lugar estão os Estados Unidos, com cerca de 1,1 milhão (1.148.296). Em seguida está a Índia, com 493,5 mil (493.582). O Brasil aparece na 27ª posição. Os dados mostram que todos os dias são fundadas no mundo, em média, 137 mil startups.
O Web Summit 2025 conta com uma agenda diversificada, desde a realização de seminários e palestras a lançamentos, pitch sessions, debates, reuniões de negócios, encontros com lideranças internacionais, entre outras ações.
O Pavilhão Brasil fica situado na MEO Arena - principal espaço de visibilidade institucional e comercial das startups nacionais - com uma agenda voltada à geração de negócios, promoção de soluções tecnológicas e articulação estratégica, com investidores e parceiros de vários países.
No geral, a delegação brasileira representa mais de 30 setores, com destaque para HealthTech, EdTech, FinTech, MarTech, DeepTech e Agritech. Do total de companhias inovadoras presentes, 151 foram selecionadas pela ApexBrasil e pelo Sebrae. Vale destacar que mais de 120 empresas apoiadas pela ApexBrasil participaram do evento pela primeira vez.
A ApexBrasil também apresentou uma nova edição do ApexPod em Movimento. Trata-se de uma versão itinerante do podcast oficial da entidade. O programa foi gravado diretamente do Pavilhão Brasil e apresentou conversas com empreendedores, especialistas e investidores que participam diretamente da evolução da inovação brasileira em todo o mundo.
Nesta edição, o videocast destacou o Brasil como protagonista no cenário internacional de inovação. No caso, foram exploradas temáticas relacionadas ao avanço da tecnologia nas diferentes regiões do país - com foco especial no Nordeste brasileiro.
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Baixar áudioBrasil e Argentina firmaram, na última sexta-feira (7) em Buenos Aires, um acordo de reconhecimento mútuo para os sistemas oficiais de zonificação e compartimentação para a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) e a Doença de Newcastle (DNC).
O entendimento, assinado pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e o secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina, Sergio Iraeta, estabelece que, em caso de ocorrência de foco de uma dessas doenças, as restrições comerciais serão aplicadas em um raio de 10 km ao redor da área afetada.
Segundo Fávaro, “o Brasil tem um sistema de defesa sanitária robusto, reconhecido internacionalmente, e esse acordo com a Argentina é um importante reconhecimento dessa solidez. É uma parceria que tem base em critérios técnicos”.
Para o secretário Sergio Iraeta, “o acordo alcançado representa um passo fundamental para proporcionar maior previsibilidade e estabilidade ao comércio bilateral de produtos avícolas diante do desafio representado pela influenza aviária de alta patogenicidade. Ao mesmo tempo, reafirma o compromisso de ambos os países com os mais altos padrões sanitários, em consonância com as recomendações da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA)”.
A medida tem como base avaliações técnicas realizadas entre dezembro de 2024 e março de 2025, que concluíram que os sistemas de vigilância, zonificação e biosseguridade dos dois países são equivalentes e seguem as diretrizes da OMSA.
De acordo com os certificados e protocolos sanitários vigentes em cada país, o acordo contempla:
Com a assinatura do entendimento, os serviços veterinários dos dois países (Mapa e Senasa) devem atualizar os certificados sanitários internacionais e estabelecer canais permanentes de comunicação para a notificação e acompanhamento de eventuais ocorrências sanitárias.
Em 2025, o Brasil consolidou a liderança como principal fornecedor de carne de frango para a Argentina, com um crescimento de 295% nas exportações em relação a 2024. Entre janeiro e julho, foram exportadas 12.951 toneladas.
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Baixar áudioA primeira etapa da edição Cafés Especiais do programa Exporta Mais Brasil, promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), reuniu 9 compradores da América, Europa, Ásia e Oriente Médio em Rio Branco (AC) para ter contato direto com a cafeicultura amazônica.
Nos dias 2 e 3 de novembro, os participantes realizaram visitas técnicas a fazendas e cooperativas produtoras de café robusta amazônico, atividades de cupping e encontros de negócios com produtores do Acre e de Rondônia.
A iniciativa busca expandir a presença dos cafés brasileiros de alta qualidade no mercado global, além de reforçar o protagonismo da agricultura familiar e dos povos indígenas na produção do café robusta amazônico, variedade que se destaca pelo reconhecimento nacional e internacional.
Segundo o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, iniciar a agenda pelo estado demonstra a força da região na produção de cafés diferenciados e sustentáveis: “A Amazônia tem mostrado ao Brasil e ao mundo seu potencial para produzir cafés especiais, combinando tradição, tecnologia e sustentabilidade”.
Pedro Netto, representante regional da ApexBrasil na Região Norte, destaca que “a expectativa é gerar muito negócio, renda e trabalho para quem vive no Acre, em Rondônia, no Amazonas e em toda a Região Norte do Brasil.”
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de café robusta na Amazônia tem crescido 4,6% ao ano desde 2019, quase três vezes acima da média nacional. Os dados também revelam avanço significativo na performance produtiva: Rondônia e Acre registraram aumentos anuais de 9,7% e 9,1%, respectivamente.
Além dos resultados econômicos, a cafeicultura amazônica tem promovido benefícios sociais e ambientais, como o reconhecimento da produção indígena e a recuperação de áreas degradadas. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Região Norte já é a mais produtiva do país em sacas por hectare (54,8) e ocupa o terceiro lugar em volume total de produção.
Durante o encontro, a ApexBrasil anunciou duas ações que representam um avanço estratégico para o café amazônico. A primeira foi o lançamento do The Best of Canephora, o primeiro concurso internacional dedicado aos canephoras robustas amazônicos, que promete dar visibilidade global à qualidade da variedade.
O segundo anúncio foi a criação de um curso para formação de provadores profissionais de café na Região Norte, com previsão para fevereiro de 2026. O foco será a capacitação técnica e o fortalecimento da cadeia produtiva local.
Essas medidas somam-se aos esforços do Governo Federal para apoiar o setor cafeeiro, com destaque para a abertura de cerca de 500 novos mercados internacionais em parceria com a ApexBrasil e o Itamaraty.
A estratégia, alinhada aos compromissos ambientais da COP30, integra as ações para diversificar mercados e apoiar exportadores brasileiros impactados pelas tarifas dos Estados Unidos.
Após a etapa no Acre, a edição Cafés Especiais do Exporta Mais Brasil seguiu para Minas Gerais e Espírito Santo. Entre os dias 4 e 6 de novembro, os compradores participaram da Semana Internacional do Café (SIC), em Belo Horizonte, e depois visitaram as regiões de Matas de Minas e Caparaó, conhecidas pela produção de cafés especiais.
Com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Nacional), da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e de associações regionais de produtores, o programa realizou 28 edições entre 2023 e 2024, conectou 875 empresas brasileiras a 305 compradores internacionais de 65 países e resultou em R$ 553 milhões em negócios.
A ApexBrasil tem desempenhado papel decisivo na internacionalização do café robusta amazônico. Em agosto de 2023, a agência levou 20 compradores de 11 países a Cacoal (RO), o que resultou em R$ 8 milhões em negócios.
Já a parceria com a rede chinesa Luckin Coffee resultou em acordos bilionários: US$ 500 milhões em 2024 e US$ 2,5 bilhões entre 2025 e 2029, para fornecimento de até 360 mil toneladas de café brasileiro.
“Iniciativas como essa têm impulsionado significativamente o crescimento das exportações nacionais, que incluem não apenas o robusta amazônico, mas também outros tipos de café, como o arábica”, ressalta Jorge Viana.
Por meio das ações, as exportações da Região Norte saltaram de US$ 287 mil em 2022 para US$ 131 milhões em 2024, um crescimento de 456 vezes em dois anos.
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Copiar o textoO programa pretende atender 350 empresas das duas regiões do estado
Baixar áudioEmpresas de São Paulo que desejam começar a exportar ou avançar na internacionalização passaram a ter mais uma oportunidade para progredir. Isso porque a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) lançou, recentemente, o novo núcleo do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) voltado às regiões do ABC Paulista e da Baixada Santista.
O evento de lançamento foi realizado no último dia 31 de outubro, na Escola SENAI Armando de Arruda Pereira, em São Caetano do Sul (SP). Entre outras questões, a iniciativa visa a ampliar a capilaridade do PEIEX no estado de São Paulo e levar a cultura exportadora a mais regiões industriais do país. A ação foi desenvolvida em parceria com o Sebrae-SP e a Faculdade Sebrae.
Em uma primeira etapa, o programa pretende atender 350 empresas do ABC Paulista e da Baixada Santista. A criação do novo núcleo integrao objetivo de chegar a 2.425 empresas qualificadas no estado de São Paulo até 2027. Os investimentos devem chegar a R$ 21 milhões.
Na avaliação do diretor de Gestão Corporativa da ApexBrasil, Floriano Pesaro, o Brasil vive um bom momento econômico e, por meio do PEIEX, o setor privado tem acesso a novas possibilidades de internacionalização, aumento da produtividade e ganhos de competitividade. Para ele, trata-se de uma oportunidade para os pequenos negócios evoluírem dentro e fora do Brasil.
"Um país que exporta tem melhores empregos. É um país que tem renda mais alta, que ocupa um espaço no mercado global, produzindo mais e produtos de melhor qualidade. Nós sempre achamos que exportar era coisa para grande, mas isso não é verdade. Pequenos negócios conseguem exportar produtos de altíssima qualidade, com um valor agregado altíssimo e, com isso, desenvolvem o país", destaca.
A cerimônia também contou com a presença do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Na ocasião, ele reforçou a importância de estimular as micro e pequenas empresas a participarem do comércio internacional.
“A missão é fazer mais empresas exportarem. O PEIEX está voltado ao ABC Paulista e à Baixada Santista, então vamos procurar estimular ainda mais a exportação”, pontua Alckmin.
“Para impulsionar as pequenas empresas, o presidente Lula lançou o Acredita Exportação, que garante um crédito de 3,1% do valor exportado às micro e pequenas empresas — um incentivo antecipado que melhora a competitividade e apoia quem está começando a exportar. O PEIEX é justamente o primeiro passo dessa jornada: capacitar e preparar as empresas para conquistar novos mercados”, complementa.
Segundo a gerente de Competitividade da ApexBrasil, Clarissa Furtado, no PEIEX, cada empresa é atendida de forma personalizada por um técnico de comércio exterior, e que não há custo para participar do programa.
“São 38 tópicos trabalhados, que vão desde como elaborar um contrato internacional, lidar com logística e encontrar clientes até o planejamento estratégico completo da exportação. É um processo de aprendizado estruturado para que as empresas exportem de forma sustentável”, afirma.
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O evento também contou com a presença do ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França; do especialista da Gerência de Inteligência de Mercado da ApexBrasil, Rodrigo Wutke; de representantes do Sebrae-SP, da Faculdade Sebrae, de prefeituras locais e de empresas participantes do programa, entre outros nomes.
O Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) foi criado em 2004 com o intuito de oferecer capacitação gratuita e personalizada para empresas que pretendem iniciar ou aprimorar suas exportações.
Até o momento, a iniciativa já qualificou mais de 30 mil empresas do Brasil. Juntas, essas companhias foram responsáveis pela exportação de aproximadamente US$ 3,6 bilhões, entre 2017 e 2023. Somente em São Paulo, o programa já beneficiou 3,9 mil empresas, desde 2010.
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Baixar áudioO número de consumidores que desistiram de comprar em sites internacionais devido ao custo com o Imposto de Importação aumentou de 13% para 38%. Além disso, a desistência por causa da chamada “taxa das blusinhas” levou à elevação de 22% para 32% a quantidade de pessoas que foram atrás de um produto similar com entrega nacional.
Os dados constam na pesquisa Retratos do Brasil, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) à Nexus. O levantamento, divulgado na segunda-feira (27), compara dados sobre hábitos de consumo da população em maio de 2024 com outubro de 2025.
Na avaliação do superintendente de Economia da CNI, Márcio Guerra, o impacto da taxação das importações de até US$50 é positivo para o setor produtivo brasileiro, já que busca equilibrar a competitividade entre empresas do Brasil e as instaladas em outros países.
“Esse era o objetivo da taxação, trazer um pouco mais de igualdade em relação aos preços, trazer essa condição que é desigual quando a gente olha a produção de produtos fora do Brasil e dentro do Brasil. Então, o resultado foi positivo para a indústria brasileira, trazendo uma reflexão sobre essa condição de igualdade e o impacto sobre o consumo”, considera.
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Ainda segundo Guerra, esse avanço também pode representar uma evolução no combate à falsificação, levando em conta que não há muito controle sobre a qualidade dos itens adquiridos no mercado virtual, que vêm de outros países.
“A indústria brasileira acaba competindo com, às vezes, produtos de baixa qualidade e muitas vezes até falsificações que contribuem com a questão do mercado ilegal. E isso não é salutar, para comparar produtos de alta qualidade com o produto da indústria brasileira”, afirma.
A pesquisa também mostra que a quantidade de pessoas que procuraram um produto semelhante em loja física subiu de 13% para 14%. Já o número de consumidores que buscaram itens similares em outro site ou aplicativo internacional aumentou de 6% para 11%. A desistência definitiva foi reduzida de 58% para 42%.
O advogado tributarista Renato Gomes explica que, normalmente, um vendedor estrangeiro não paga imposto no país de origem quando faz uma exportação. Com isso, se não houver uma taxação para esse item chegar ao Brasil, a indústria nacional vai ficar enfraquecida. Diante desse caso, ele acha favorável que haja um equilíbrio para, assim, os empresários brasileiros também contribuírem para o fortalecimento do Produto Interno Bruto do Brasil (PIB).
“Não é justo que eu tenha um produto chegando no Brasil que não paga o tributo na origem e não paga tributo aqui no Brasil, e tá competindo com uma empresa que tem uma carga tributária alta aqui no Brasil para colocar os seus produtos à disposição. Essa competição injusta precisa ter um equilíbrio, um mecanismo que viabilize e privilegie a indústria nacional, porque essa indústria que está gerando riqueza aqui no Brasil, que vai gerar empregos e vai gerar renda para as pessoas que, com essa renda, vão comprar produtos também aqui no Brasil”, destaca.
Em relação à desistência das compras por causa do imposto, o cenário por grupos entrevistados ficou da seguinte forma:
O resultado da pesquisa também aponta que houve um salto de 32% para 36% na quantidade de pessoas que deixaram de importar devido ao custo com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Nesse caso, o total de desistência chega a 48% quando se trata de consumidores com ensino superior. Já os mais jovens representam 45%. Os que ganham mais de cinco salários-mínimos respondem 41% - mesma porcentagem em relação aos que vivem na Região Nordeste do país.
Entre aqueles que abandonaram uma compra internacional por causa do custo do ICMS, o quadro é o seguinte:
O preço do frete internacional e o prazo de entrega demorado também foram apontados como motivos para que boa parte dos consumidores desistisse de fazer compras internacionais no último ano.
Pelo que revela o levantamento, 45% das pessoas abandonaram pedidos ao saberem do valor do frete. Trata-se de um avanço de 5 p.p na comparação com o resultado obtido na pesquisa realizada em maio de 2024.
Outros 32% deixaram de fazer as compras em plataformas internacionais ao verem o prazo de entrega do produto. No quinto mês do ano passado, o percentual era de 34%. A desistência aumenta para 43% entre os consumidores com ensino superior; 40% entre as pessoas de 25 a 40 anos; 39% entre os que ganham mais de cinco salários-mínimos; e 36% entre os moradores da Região Sul.
O levantamento também questionou a finalidade das compras importadas. Quanto a esse ponto, três em cada quatro entrevistados, ou seja, 75%, afirmaram que todos os itens foram para uso pessoal. Porém, esse número aumenta a depender do perfil do consumidor:
Por outro lado, apenas 10% dos entrevistados compraram todos os itens para uso no trabalho, percentual maior entre os moradores da Região Sul (19%); pessoas que ganham mais de cinco salários-mínimos ou que têm entre 25 e 40 anos (15%); homens (14%) e cidadãos com ensino superior (12%).
Somente 2% dos consumidores adquiriram itens importados com intenção de revender os produtos.
Para chegar aos resultados, a Nexus entrevistou 2.008 pessoas com idade a partir de 16 anos, em todas as Unidades da Federação do país. A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 15 de outubro de 2025.
A margem de erro da amostra é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. A amostra é controlada a partir de quotas de sexo, idade, PEA (População Economicamente Ativa), região e condição do município.
Copiar o textoPaís também avança nas negociações para ampliar vendas de carne bovina à Indonésia
Baixar áudioA missão oficial do governo brasileiro à Indonésia e à Malásia, realizada entre os dias 23 e 28 de outubro, resultou em avanços para o agronegócio brasileiro. A viagem, liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, abriu seis novos mercados, atualizou protocolos sanitários e firmou acordos de cooperação técnica e científica.
“Encerramos mais uma missão governamental com excelentes resultados. Trabalhamos para abrir mercados, fortalecer laços diplomáticos e garantir oportunidades para os produtores brasileiros. Assim seguimos, com o presidente Lula, ampliando a presença do agro do Brasil no mundo”, afirmou Fávaro.
Na Malásia, o Brasil conquistou seis novos mercados para exportação: pescados extrativos e de cultivo, gergelim, ovo em pó, melões do Ceará e do Rio Grande do Norte, e maçãs do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
O país também confirmou a retomada das exportações de carne de frango, com novas regras sanitárias que reduzem de 12 para três meses o período de suspensão em casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade. Além disso, foi antecipada para novembro a auditoria que deve habilitar novos frigoríficos de carne suína.
Outro resultado da missão foi a assinatura de um acordo entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto de Pesquisa Agrícola da Malásia. O documento prevê cooperação em biotecnologia e nanotecnologia, além de pesquisas em culturas como soja, milho, sorgo e coco.
Durante a viagem, o governo brasileiro também recebeu sinal verde da União Europeia para retomar o chamado pré-listing de carne de frango, suspenso desde 2018. O mecanismo facilita o acesso de frigoríficos brasileiros ao bloco europeu, dispensando auditorias individuais. “O que significa isso? Todos os frigoríficos brasileiros que cumpriram as regras sanitárias vão poder voltar a vender carne de frango para a União Europeia. Excelente oportunidade para agropecuária, para os criadores de frango e para a agroindústria de frango brasileira", ressaltou Fávaro.
Na Indonésia, o Brasil avançou nas negociações para ampliar o mercado de carne bovina, com previsão de uma nova auditoria ainda este ano. O país também firmou um acordo de cooperação sanitária e fitossanitária, que deve agilizar as exportações e aumentar a confiança entre os dois governos.
Com os novos acordos e aberturas, o Brasil chega a 466 mercados agropecuários liberados desde o início do atual governo, reforçando sua presença no comércio internacional de alimentos. Os dados são do Mapa.
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Baixar áudioA Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou como positivo o encontro realizado neste domingo (26), na Malásia, entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. O diálogo, segundo a entidade, representa um avanço concreto nas negociações bilaterais e reforça o compromisso de ambos os governos com a construção de soluções para o comércio entre Brasil e Estados Unidos.
Para o presidente da confederação, Ricardo Alban, o anúncio do início das negociações sobre o tarifaço é um “passo relevante”. “Acreditamos que teremos uma solução que vai devolver previsibilidade e competitividade às exportações brasileiras, fortalecendo a indústria e o emprego no país”, afirmou Alban.
A entidade destacou que o setor industrial continuará à disposição para contribuir tecnicamente nas tratativas, em busca de uma relação comercial sem tarifas abusivas.
Em setembro, durante missão empresarial a Washington, a CNI abriu frentes de cooperação em setores de alto potencial – como data centers, combustível sustentável de aviação (SAF) e minerais críticos – temas que seguem no centro da agenda bilateral.
A gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri, destacou que a retomada do diálogo reforça a relação histórica e de interdependência entre Brasil e Estados Unidos. "Entendemos que não existem argumentos lógicos e racionais econômicos para as exportações brasileiras estarem sendo taxadas. Hoje, nossa relação de mais de 200 anos com os Estados Unidos têm muita interdependência positiva de insumos produtivos que vão do Brasil aos Estados Unidos e vice-versa, e que retroalimentam nossa relação, não só no âmbito comercial, mas também no de investimento.”
De acordo com estudo da CNI divulgado no início de outubro, caso as negociações avancem, o Brasil pode ganhar até US$ 7,8 bilhões em exportações. A análise considera um possível acordo sobre 1,9 mil produtos listados na Ordem Executiva de 5 de setembro, que define a estrutura para futuros entendimentos comerciais recíprocos.
Os produtos contemplados pela Ordem Executiva representam 18,4% das exportações brasileiras aos EUA em 2024, além dos 26,2% já isentos de tarifas adicionais. Entre os itens, estão produtos agrícolas, recursos naturais, medicamentos genéricos, insumos farmacêuticos, aeronaves e peças.
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se reuniram em Kuala Lumpur, capital da Malásia, durante a 47ª Cúpula da Asean – a Associação de Nações do Sudeste Asiático. Foi o primeiro encontro presencial oficial entre os dois líderes
Durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (27), o presidente Lula afirmou estar otimista com a suspensão das tarifas impostas pelos Estados Unidos e disse acreditar que um acordo será firmado em breve.
O chefe do Executivo disse ter reforçado o argumento de que os Estados Unidos registram superávit comercial com o Brasil, não havendo justificativa para a taxação de produtos brasileiros.
Na mesma coletiva, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que as equipes dos dois países devem iniciar reuniões técnicas nas próximas semanas para avançar nas negociações.
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Baixar áudioBrasil e União Europeia (UE) acordaram, na quinta-feira (23), o retorno do sistema de pre-listing de estabelecimentos habilitados a exportar carne de aves ao bloco europeu.
A decisão foi tomada durante reunião realizada em São Paulo, que deu continuidade à pauta sanitária bilateral discutida durante missão oficial à Europa, no início de outubro, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua.
Participaram do encontro o secretário Luís Rua; o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen; o diretor do Departamento de Negociações Não-Tarifárias e de Sustentabilidade do Mapa, Augusto Billi; a embaixadora da União Europeia no Brasil, Marian Schuegraf; além de representantes da Comissão Europeia.
O encontro representou um avanço nas relações entre Brasil e União Europeia, com a consolidação de entendimentos sobre temas prioritários para o setor agropecuário de ambas as partes.
Na ocasião, as delegações discutiram outros temas que permanecem em desenvolvimento, entre eles:
O acordo Mercosul–União Europeia também esteve em pauta durante o encontro, com destaque para as oportunidades e benefícios que a eventual conclusão poderá trazer aos agricultores brasileiros e europeus.
As partes reafirmaram o compromisso com o avanço das negociações e a busca por soluções conjuntas para pendências de interesse comum, com a próxima reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026.
O pre-listing é um modelo de habilitação sanitária que permite ao Brasil indicar diretamente, por meio do Sistema de Inspeção Federal (SIF), os estabelecimentos aptos a exportar produtos de origem animal para países que reconhecem esse sistema.
Em vez de depender de auditorias individuais realizadas pelo país importador, o pre-listing confere ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a autonomia para credenciar empresas brasileiras que atendam aos requisitos sanitários e tecnológicos exigidos internacionalmente.
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Baixar áudioBrasil e Malásia oficializaram, nesta sexta-feira (24), a retomada do comércio de carne de frango brasileira com o país asiático, suspenso anteriormente por medidas sanitárias relacionadas à Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). Com o acordo, o período de interdição foi reduzido de 12 para três meses.
O governo malaio também adotou o sistema de regionalização, que autoriza exportações por áreas livres da doença. A medida agiliza a liberação da carne de frango e do material genético avícola.
As decisões foram anunciadas durante missão oficial ao Sudeste Asiático, na qual o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reuniu-se com o ministro da Agricultura e Segurança Alimentar da Malásia, Mohamad Sabu, em Kuala Lumpur, para fortalecer a cooperação bilateral.
O encontro integra a agenda da comitiva liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Indonésia e à Malásia, que começou no dia 23 e segue até 28 de outubro. A missão tem como objetivo ampliar parcerias estratégicas com os países.
Além da carne de frango, as autoridades malaias formalizaram a abertura do mercado para a importação de pescados extrativos e de cultivo, gergelim, melão, maçã e ovos em pó. Na mesma ocasião, o governo malaio antecipou a missão de auditoria que avaliará 16 plantas brasileiras de carne suína.
Para Fávaro, a ampliação representa um avanço significativo para o setor agropecuário brasileiro. “Frango, suínos, frutas, grãos, gergelim, ovos. É o Brasil que gera oportunidades na Malásia, amplia o espaço para nossos produtores e fortalece o agronegócio brasileiro”, enfatizou.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a Malásia ocupa a 23ª posição entre os principais destinos das exportações do Brasil.
Em 2024, o comércio bilateral entre Brasil e Malásia somou US$ 487,2 milhões, sendo US$ 346,4 milhões em exportações brasileiras e US$ 140,9 milhões em importações. No setor agropecuário, o Brasil exportou US$ 1,26 bilhão para o país asiático no mesmo período, com destaque para açúcar de cana em bruto, milho e algodão.
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