O Japão — segundo maior importador de carnes de aves do Brasil — suspendeu temporariamente as importações de ovos, aves vivas, carne de aves e seus subprodutos do estado de Mato Grosso do Sul. A medida veio logo após o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) confirmar o primeiro foco da gripe aviária em uma criação de aves domésticas de subsistência no estado.
Em comunicado, o Mapa informou que a “comercialização com os demais estados continua normalmente”. A pasta ainda ressaltou, que até o momento, não existe “nenhum foco confirmado da doença em produção comercial” e que o país segue com “status livre de influenza aviária de alta patogenicidade perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA)”, diz em nota.
Dados da Comex Stat — um sistema para consultas e extração de dados do comércio exterior brasileiro — indicam que de janeiro a agosto de 2023, o Brasil exportou 3,2 toneladas de carnes de aves. A China é o principal destino da carne de frango brasileira, representando 19% dos principais destinos. Até agosto deste ano, o Brasil exportou US$ 1,19 bilhão para o país chinês. Em seguida vem o Japão, correspondendo a 11% com valor de US$ 664 milhões.
Segundo levantamento do AgroStat (sistema de estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), Mato Grosso do Sul exporta ao país 18,4% de sua produção de carne de frango.
Para o economista Pedro Garrido, os impactos da suspensão para o estado são de ordem econômica e comercial.
“Uma vez que as exportações provenientes do estado de Mato Grosso, de carne de frango, devem ser afetadas negativamente, então eventuais embarques futuros devem ser suspensos de maneira temporária, enquanto durar essa proibição por parte do Japão”, diz.
De acordo com Garrido, a medida pode não ter impacto significativo sobre o consumidor brasileiro. “Apenas pode existir eventualmente uma maior oferta de carne de frango por causa da impossibilidade de exportações provenientes do estado do Mato Grosso do Sul. Então, haveria, em tese, maior oferta de carne de frango internamente, mas isso aconteceria em função de uma continuidade relevante no tempo desse impedimento de exportações para o Japão”, explica.
No entanto, o economista ressalta que o governo brasileiro deve negociar com o governo japonês para que a suspensão não crie uma eventual barreira comercial entre os países.
“Cabe ao governo brasileiro controlar uma eventual disseminação da influenza aviária, apesar de não ter havido contaminação por aves que são utilizadas comercialmente, mas cabe ver essa contenção de uma possível disseminação da influenza. E cabe também negociar com o governo japonês para que a suspensão que foi criada sobre a produção brasileira no estado do Mato Grosso Sul não se torne uma barreira comercial criada para eventualmente uma proteção dentro do mercado japonês”, afirma.
Segundo o Ministério da Agricultura, no total, há 106 casos da doença no país
Mato Grosso do Sul registrou o primeiro caso de ave infectada com o vírus da gripe aviária (IAAP - H5N1). Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o foco foi registrado em uma criação de aves domésticas de subsistência, em Bonito, município localizado a 297,4 km da capital. Este é o terceiro caso em aves de subsistência detectado no Brasil.
O Ministério da Agricultura informou que medidas sanitárias estão sendo aplicadas pelo Serviço Veterinário Oficial para contenção e erradicação do foco. Além disso, as ações de vigilância em populações de aves domésticas na região foram intensificadas. Segundo a pasta, “não há estabelecimentos avícolas industriais nas áreas de risco epidemiológico ao redor do foco”.
Conforme a nota do MAPA, o foco confirmado de gripe aviária em aves domésticas não traz restrições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros. “O consumo e a exportação de produtos avícolas permanecem seguros”, diz a nota.
No número total de focos confirmados do vírus no Brasil há 106, sendo 103 em aves silvestres e 3 de aves domésticas de subsistência. De acordo com o Ministério da Agricultura, há outras quatro investigações em andamento, com coleta de amostra e sem resultado laboratorial conclusivo.
Dos casos investigados, um é em criação doméstica em uma galinha em Lucas do Rio Verde (MT), outro em uma galinha em Jerônimo Monteiro (ES), um em uma galinha em Castanhal (PA)e uma fragata em Macau (RN).
A médica veterinária Pamela Fernandes alerta que, apesar da gripe aviária afetar principalmente aves domésticas e silvestres, pode infectar também o homem.
“A gripe aviária é uma gripe que acomete as aves, porém também é considerada uma zoonose porque ela transmite para o ser humano e no ser humano. Ela tem os mesmos sintomas de uma gripe comum e a forma de contaminação dessa gripe é tendo contato direto com aves contaminadas”, diz
A recomendação do Ministério da Agricultura é de evitar contato com aves doentes ou mortas e acionar imediatamente os serviços veterinários mais próximos para o devido registro e suporte.
Por meio de Medida Provisória, o Governo Federal atualizou nesta semana as medidas que podem ser tomadas para enfrentar emergências fitossanitárias ou zoossanitárias de que trata a Lei n° 12.873/2013, que autoriza a declaração de estado de emergência relacionado à defesa agropecuária. Em maio, o Ministério da Agricultura e Pecuária declarou estado de emergência em todo o território nacional por causa da detecção da infecção pelo vírus da influenza aviária de alta patogenicidade em aves silvestres no país.
A partir da MP, autoridades públicas do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária podem adotar várias medidas, como estudo ou investigação epidemiológica e restrição excepcional e temporária de trânsito de produtos agropecuários, independentemente do modal logístico, no território nacional e internacional. Realização ou determinação de realização compulsória de ações de mitigação e controle fitossanitário ou zoossanitário também foram estabelecidas pela medida, entre outras ações.
O professor Paulo Eduardo Brandão, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), explica um pouco sobre a doença e sua gravidade. “É uma doença altamente letal e transmissível para aves, com grandíssimo impacto em produção, em avicultura, produção de frangos e produção de ovos. É uma doença que ameaça a economia de vários países que dependem desse tipo de produção, e é uma doença que também é caracterizada como impactante sobre aves de vida livre, aves silvestres — e que raríssimamente se traduz em problemas para a saúde humana”, elucidou.
O painel para consulta de casos confirmados da doença, do Ministério da Agricultura e Pecuária, contabiliza na tarde desta quinta-feira 97 focos. Desses, 95 são em aves silvestres e 2 em aves de subsistência. Nenhum caso foi registrado em aves comerciais. Os focos foram registrados na Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo
A doença é de notificação obrigatória à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). O analista de Safras & Mercado Fernando Iglesias explica que o comércio exterior de carne teve alguns contratempos, mas por enquanto tudo segue normal.
“Nós tivemos alguns contratempos em relação ao mercado japonês no decorrer do ano, fechamentos temporários de Santa Catarina e do Espírito Santo, mas já foi tudo revertido, tudo solucionado, não gerou maiores percalços aqui para o Brasil. Lembrando o seguinte: o protocolo da OMSA vislumbra no caso embargos e situações mais problemáticas de mercado em casos de influenza aviária em aves comerciais, enquanto as aves selvagens ou aves de fundo de quintal, aves de subsistência, forem as infectadas com a doença, não há maiores problemas para o Brasil”, afirmou.
A influenza aviária traz graves consequências ao comércio internacional de produtos avícolas. Atualmente, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil é o maior exportador de carne de frango para o mundo, atendendo 145 países.
O Pará está em estado de Emergência Zoossanitária para prevenir a Influenza Aviária H5N1 de Alta Patogenicidade (IAAP), a gripe aviária. O decreto foi publicado pelo governador do estado, Helder Barbalho, na última segunda-feira (28) e tem validade de 180 dias.
O Diretor Geral da ADEPARÁ, Jamir Macedo, explica que essa é uma medida preventiva, de controle, monitoramento e análise de risco em função da doença em aves silvestres, marinhas e domésticas para evitar a disseminação em criações de subsistência e na avicultura industrial, e consequentemente conter danos à saúde pública.
“É uma medida cautelar de prevenção tudo para que a gente possa intensificar as ações de vigilância e acompanhamento das propriedades rurais que produzem aves e também dos sítios e rotas de águas migratórias. É muito importante frisar que no estado do Pará nós não temos a ocorrência de nenhum caso positivo para influência viária. Entretanto, no Brasil e em outros estados já foi constatado a circulação viral em aves silvestres. E como o estado do Pará possui três rotas de aves migratórias é muito importante a intensificação das ações de vigilância e coleta de amostras nesses sítios de produção e nas granjas comerciais e granjas de subsistência. Essas medidas são importantes para que a gente evite com que o vírus entre no estado e caso haja detecção que a gente possa atuar de maneira rápida, de maneira eficaz, evitando assim maiores prejuízos para nossa produção”, explicou.
Esta medida atende à orientação do Mapa sugerida no dia 20 de julho de 2023. Outros 13 estados decretaram Estado de Emergência: Santa Catarina, Espírito Santo, Bahia, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Sergipe, Piauí, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro e Amazonas.
O diretor ainda ressalta a importância de notificar aos órgãos competentes a identificação de comportamentos suspeitos em algumas espécies.
“Caso você, produtor, ou a população em geral, identifique um com comportamento diferente ou um comportamento que não é apropriado ou não é comum para a espécie, que você possa procurar a nossa unidade local mais próxima. Nós estamos nos 144 municípios e nós vamos ter uma equipe de prontidão para registrar sua notificação e em seguida ir até o local para fazer a inspeção das aves e consequentemente a coleta de material”, ressaltou Macedo.
Municípios paraenses, instituições privadas, federações, associações, sindicatos, órgãos e entidades da administração estadual devem observar as orientações expedidas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ) para prevenir a ocorrência e mitigar os danos causados pela doença.
A Bahia criou o Comitê de Enfrentamento para combater e controlar a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), também conhecida como gripe aviária. O Grupo de Trabalho (GT) é sediado na Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), na capital baiana.
O coordenador do Programa de Sanidade Avícola da Adab, José Klinger, avalia que o objetivo do comitê é agregar todos os órgãos e entidades privadas para que as ações sejam executadas de forma coordenada e de acordo com a competência de cada um.
“Por exemplo, a Adab faz a vigilância dos animais, das propriedades, faz a coordenação para instalar as barreiras, faz também a coleta de material e o envio ao laboratório. Temos também a Secretaria Estadual de Saúde que faz o monitoramento das pessoas que tiveram contato com as aves doentes”, explica.
De acordo com informações do Ministério da Agricultura (Mapa), desde a confirmação do primeiro caso de gripe aviária no Brasil em maio de 2023, após a declaração de estado de emergência zoossanitária em âmbito nacional, foram realizadas mais de 1.700 investigações relacionadas à doença. Dos 420 exemplares coletados pelos técnicos do Mapa, 80 testaram positivo para o vírus da influenza aviária.
Klinger ressalta que as ações do GT visam especificamente a contenção e eliminação do foco de influenza aviária. “Resultando em menor prejuízo o retorno ao status livre de influenza aviária no menor tempo possível. Vale ressaltar que a Bahia não tem casos de influenza aviária em suas granjas comerciais, ou na criação de fundo de quintal e subsistência”, aponta.
O coordenador esclarece que caso ocorra algum caso de influenza aviária nas granjas comerciais ou nas de fundo de quintal, será implementado o plano de contingência que visa eliminar o foco no menor tempo possível.
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A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) divulgou o Decreto nº 10.297 que estabelece a situação de emergência zoossanitária em Goiás, visando mitigar o risco da gripe aviária no estado. Em maio deste ano, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) já havia declarado estado de emergência em todo o país.
O decreto estadual terá validade de 180 dias a partir da data de sua publicação. Seu objetivo principal é possibilitar que o estado adote e intensifique medidas de conscientização, prevenção, monitoramento e combate à gripe aviária em território goiano.
Até o momento, Goiás não registrou casos de influenza aviária, mas o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, defende que decretar estado de emergência nesse momento é importante para o contingenciamento de algum foco que possa surgir no estado.
“Depois do surgimento dos dois primeiros casos em criatório de subsistência em Santa Catarina e também no Espírito Santo, nós por precaução prevenindo a entrada do vírus em Goiás também resolvemos decretar. Isso traz para nós uma maior autonomia na mobilização de recursos no caso de uma emergência de contingenciamento, de algum foco que por acaso possa surgir dentro do território goiano” explicou.
A medida provisória (MPV) 1.177/2023, publicada pela União, abre crédito extraordinário de R$200 milhões no Orçamento de 2023 para o combate à gripe aviária. O recurso será usado no Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária.
Em Goiás, o governo estadual aportou recursos na Agrodefesa para permitir a execução de ações de prevenção e de conscientização sobre a Influenza Aviária. A verba federal permitirá ampliar as medidas adotadas.
O presidente ainda afirma que o estado é rota migratória de diversas aves, por isso a importância dos cuidados com a doença.
“O risco ele existe mesmo porque alguns estados litorâneos já foram detectados vários casos e Goiás também é rota migratória de algumas aves de espécies migratórias. Então principalmente ali sobre o Araguaia nós temos uma rota de aves migratórias. Mas nesse sentido nós estamos adotando, reforçando todas as medidas de biosseguridade — e as nossas granjas comerciais que há mais de uma década já vêm se preparando. Então a nossa agricultura ela já tem uma certa maturidade sanitária já no sentido de prevenir a entrada desse vírus dentro dos nossos criatórios comerciais”, afirmou Ramos.
A gripe aviária é uma doença causada por vírus, que pode ser transmitida pelo ar, água, alimentos e materiais contaminados, bem como pelo contato com aves doentes e o acesso de pessoas alheias às criações comerciais.
Apesar do surgimentos de alguns casos em outros estados, o presidente da Agrodefesa tranquiliza a população.
“A população pode ficar tranquila em relação ao consumo de carne de frango ou de ovos, porque o estado de Goiás, os nossos plantéis comerciais estão livre do vírus — então não existe qualquer risco para o consumo dos produtos oriundos da avicultura”, concluiu.
Além disso, ele revela que Goiás já tem adotado medidas para evitar a chegada da Influenza Aviária no estado. No dia 2 de junho deste ano, entrou em vigor a Portaria nº 209, da Agrodefesa, que estabeleceu a suspensão da criação de aves ao ar livre, sem as contenções, por telas com dimensões adequadas.
O estado de São Paulo registra aves silvestres com a doença em oito municípios
A Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), do governo de São Paulo, informa que dois Trinta-réis-de-bando apresentaram resultado positivo para influenza aviária de alta patogenicidade. Com esses novos casos, o estado de São Paulo registra aves silvestres com a doença nos municípios de Ubatuba, Caraguatatuba, Guarujá, Santos, São Sebastião, São Paulo, Praia Grande e agora em Itanhaém.
A médica veterinária Pamela Fernandes explica que a influenza aviária, também conhecida como “gripe aviária”, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta, principalmente, aves domésticas e silvestres. Porém, pode infectar ocasionalmente mamíferos, como ratos, gatos, suínos e o homem.
“A gripe aviária é uma gripe que acomete as aves, porém também é considerada uma zoonose porque ela transmite para o ser humano e no ser humano. Ela tem os mesmos sintomas de uma gripe comum e a forma de contaminação dessa gripe é tendo contato direto com aves contaminadas”, aponta a veterinária.
A recomendação é de que a população siga as orientações do Serviço Veterinário Oficial (SVO) e não toque em aves que possam apresentar os sintomas clínicos. O consumo de carne de aves e ovos não transmitem a doença.
Pamela Fernandes ainda informa que a introdução da doença em uma região ocorre por meio das aves migratórias, que carregam o vírus. Por isso, o contato de aves silvestres infectadas com aves domésticas é a principal causa de surtos da doença na avicultura.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), os avicultores podem proteger suas aves da influenza aviária reforçando as medidas de biossegurança na granja. As principais recomendações são:
Em caso de alta mortalidade em um lote de aves (maior ou igual a 10% em até 72 horas) e sinais clínicos como andar cambaleante, torcicolo e dificuldade respiratória , deve-se notificar à Unidade Veterinária Local mais próxima.
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Ministério da Agricultura e Pecuária orienta estados a declararem emergência zoossanitária
Diante do surgimento de novos casos de gripe aviária no país, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) orientou os estados a declararem emergência zoossanitária. Os primeiros casos da doença ocorreram no Espírito Santo, na cidade de Serra, e em Santa Catarina, numa pequena propriedade no município de Maracajá.
Na última quinta-feira (20), o ministro Carlos Fávaro orientou os governos estaduais a declararem emergência zoossanitária e reforçarem as ações de contenção para evitar o avanço da doença, principalmente em aves comerciais. Em maio deste ano, o Mapa já havia declarado estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional por meio de uma portaria publicada no Diário Oficial da União.
O veterinário Lucas Edel afirma que a declaração de emergência não só evita a proliferação da doença, mas também serve como apoio do governo aos produtores, entre outros objetivos.
“A ideia de declarar essa emergência é aumentar a sensibilidade sobre essa doença e, consequentemente, também aumentar a vigilância para reduzir o risco de transmissão e dispersão desse vírus para outros locais”, afirmou.
Segundo o ministério, para efetivar o combate à gripe aviária, é necessário que os estados também adotem medidas semelhantes, reforçando o alerta mesmo em localidades onde não há registros da doença, como o atendimento a todas as suspeitas de influenza aviária e realização de testes laboratoriais (veja lista abaixo).
Além de afetar a saúde dos animais, causando espirros, secreções nasais e problemas respiratórios, a gripe aviária também é prejudicial aos seres humanos, como explica Lucas Edel.
“A gripe aviária ou influenza, que é a mesma coisa, é um vírus que tem predileção por afetar o trato respiratório dos animais e dos seres humanos. Então, é um vírus que atua principalmente no trato respiratório inferior, incluindo os pulmões, e também no trato respiratório superior, nas cavidades nasais”, concluiu.
Com o surgimento do primeiro caso da doença em Santa Catarina, o Japão suspendeu a compra de aves vivas e de carne de aves produzidas no estado. Santa Catarina é o segundo maior exportador de frango do país e, somente no primeiro semestre, comercializou 545,5 mil toneladas para fora do Brasil. O Japão foi o destino de 219,8 mil toneladas, um aumento de 8,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
O produtor rural deve estar atento aos sinais da doença em suas aves. Dentre os indícios de infecção pelo vírus estão morte súbita, depressão severa, apatia, diminuição ou ausência de consumo de ração e falta de coordenação motora.
Foram confirmados dois novos casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) no município de Pontal do Paraná. Os casos foram identificados em uma ave da espécie Trinta-réis-de-bando (Thalasseus maximus) e em uma Gaivota-maria-velha (Chroicocephalus maculipennis).
Até o momento, o Paraná já registrou o total de cinco focos da doença, todos em aves silvestres na região litorânea do estado. A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) informa que as medidas de vigilância nas propriedades próximas aos focos estão em andamento.
Nas últimas semanas, um caso já de IAAP já havia sido identificado em uma ave da espécie Trinta-Réis-Real (Thalasseus maximus) no município de Pontal do Paraná. Além disso, outros dois casos, também em aves da mesma espécie, foram registrados em Antonina e Paranaguá.
As amostras coletadas são enviadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA/SP), reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como referência internacional no diagnóstico da Influenza Aviária.
Mesmo com os novos focos da doença, é importante ressaltar que a infecção pelo vírus em aves silvestres não altera o status sanitário do Paraná e do Brasil como áreas livres de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). Por isso, não há impacto no comércio internacional de produtos avícolas, e o consumo de carne e ovos não representa risco, pois a doença não é transmitida por meio do consumo.
A Adapar realiza o atendimento de 100% das notificações de suspeita. Quando há um caso provável, são coletadas amostras para diagnóstico laboratorial, isolamento dos animais, interdição da propriedade epidemiológica, verificação do trânsito e investigação de possíveis vínculos.
Recentemente, a Agência capacitou e treinou profissionais em todas as Unidades Regionais do Estado, contando com médicos veterinários dedicados e com elevada capacidade técnica na área de saúde animal.
O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara afirma que o estado tem trabalhado arduamente para combater a proliferação da doença no Paraná.
“Nós estamos desde dezembro trabalhando arduamente em medidas protetivas de vigilância e de verificação de todo o ambiente de produção, reforçando agora mais, tendo em vista a ocorrência em aves silvestres a necessidade de cada avicultor, de cada produtor de ovos, de cada produtor de frango de tomar todas as medidas que inibam o ingresso no ambiente de produção”, afirmou Ortigara.
Na semana passada, a Adapar emitiu uma portaria suspendendo temporariamente a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) para aves do Litoral com destino a outras regiões.
A Influenza Aviária (IA) é uma doença viral altamente contagiosa que afeta aves domésticas e silvestres, podendo causar sérias consequências para a saúde animal, a economia e o meio ambiente.
A forma de alta patogenicidade da Influenza Aviária é caracterizada principalmente pela alta taxa de mortalidade das aves, podendo estar acompanhada de sinais clínicos neurológicos, digestivos e/ou respiratórios, como dificuldade de locomoção, torcicolo, dificuldade respiratória e diarréia.
No Paraná foi detectado um caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) em uma ave silvestre em Antonina, foi o que informou a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). Este é o primeiro caso registrado no estado.
A infecção em aves silvestres não afeta o status sanitário do Paraná e do Brasil como livres da doença. Não há impacto no comércio internacional de produtos avícolas e não há risco para o consumo de carne e ovos.
O diagnóstico foi confirmado na última sexta-feira (23). O vírus foi identificado em uma ave silvestre da espécie Trinta-Réis-Real (Thalesseus maximus). As amostras foram processadas no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA/SP), reconhecido como referência internacional em diagnóstico de Influenza Aviária pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
O infectologista Leonardo Weissman afirma que é preciso monitorar os casos da doença no país.
“É preciso que vocês fiquem alerta para novos casos no nosso país. Monitorando, intensificando os casos suspeitos. Com isso evita-se a disseminação do vírus da gripe aviária, que é o influenza H5N1, um vírus que tem alta transmissão e alta letalidade tanto em aves quanto em humanos”, afirmou.
Foram intensificadas as ações de vigilância em populações de aves domésticas e silvestres em todo o estado, especialmente nas regiões relacionadas a esse evento. Dependendo do progresso das investigações e do cenário epidemiológico, a Adapar poderá adotar novas medidas para evitar a disseminação da doença e proteger a avicultura no Paraná.
Não existem propriedades comerciais de produção avícola num raio de 10 quilômetros do foco identificado em Antonina. O litoral do Paraná não possui uma produção avícola comercial expressiva e está distante de áreas com produção intensiva. Outras investigações envolvendo aves silvestres estão em andamento no estado do Paraná.