Produção agrícola

01/12/2025 04:15h

Espécie invasora representa um risco para a produção de alimentos e à saúde pública do país

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Dados do Sistema de Informação de Manejo de Fauna (Simaf), operado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e obtidos com exclusividade pelo portal Brasil 61, mostram que os 511.466 javalis abatidos neste ano no país, só até o mês de agosto, são um novo recorde.

Os abates autorizados, que são declarados voluntariamente por usuários cadastrados no Simaf, aumentaram em 465% desde 2020 (90.528). Desde então, foram 1,710 milhão de animais mortos oficialmente.

Para o professor e coordenador de capivaras e javalis da Universidade Federal de São Paulo (USP/ESALQ-LOG), Paulo Bezerra, o dado pode ser até 5 vezes maior.

“Nós fizemos uma enquete com os caçadores: nenhum caçador abate 1, 2 animais por autorização com validade de 6 meses. Eles abatem, no mínimo, três. Então, na realidade, os relatórios são declaratórios. Portanto, eles abatem 10, 20, 30, 50 animais, mas não têm coragem, nem tempo, nem paciência para preencher o relatório no Simaf. Então, eles preenchem os dados relatando o abate de 1 ou 2 animais”, alerta o pesquisador.

O especialista afirma que a forma mais eficaz de fazer o controle desses animais é pela caçada. Endêmica da Europa e da Ásia, a espécie não possui predador natural no Brasil e, somada à rápida reprodução, se tornou uma praga principalmente no Centro-Sul do país.

 

 

Prejuízos

Em Mato Grosso do Sul, a crescente população de javalis faz estragos por onde passa. De fazendas de soja e milho a áreas turísticas de Bonito, passando por encostas de rios e áreas de proteção permanente, os relatos dos transtornos de produtores, ambientalistas e entidades demonstram como o problema vem se agravando.

“Eles causam prejuízos direto às lavouras, especialmente de milho, soja, cana de açúcar e pastagens, destruindo áreas durante a alimentação e o deslocamento. Além dos danos econômicos, representam um risco sanitário para diversas cadeias produtivas, por poderem transmitir doenças e comprometer a bioseguridade”, afirma Fernanda Lopes de Oliveira, consultora técnica da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (FAMASUL).

A entidade defende uma integração entre produtores, iniciativa privada e poder público para fazer o manejo populacional efetivo, bem como a necessidade de investimento em pesquisa para dados mais precisos sobre a ocorrência do animal. A Assembleia Legislativa estadual discute um projeto de lei para reconhecer os javalis como pragas e endurecer o combate à espécie.

O oeste de Santa Catarina também vem se transformando numa nova fronteira para os javalis. A Embrapa Suínos e Aves está estudando a expansão da praga pelo estado e os impactos à população. “Essa invasão traz riscos sanitários para os animais e para o homem, pelos impactos que eles causam também no ambiente, contaminando ambientes, solo, água e isso também veicula patógenos  que podem acometer outras espécies”, conta a pesquisadora Virginia Santiago.

Controle de javalis

O controle de javalis está previsto em uma norma técnica de 2013 do Ibama. Para realizar esse controle, é necessário obter autorização e registro como controlador junto ao órgão. Os estados também podem redigir as próprias regras, desde que não sobreponham as definições federais. Até o momento, apenas São Paulo e, mais recentemente, Minas Gerais, aprovaram lei sobre o tema.

Rafael Salermo, engenheiro agrônomo e fundador da Associação Brasileira de Caçadores Aqui tem Javali, pede não apenas que os órgãos de fiscalização apoiem a caça à espécie mas deixem de perseguir os caçadores. “O caçador hoje é uma pessoa que é muito sabatinada, muito averiguada para estar fazendo esse controle. Até porque o produtor rural também não permitiria que uma pessoa que não fosse da sua confiança adentrasse, inclusive armado, na sua propriedade para realizar essa atividade”, protesta.

Na Câmara dos Deputados, o deputado Alceu Moreira (MDB-RS) apresentou uma proposta que entrega a competência do combate a espécies nocivas aos estados e municípios e flexibiliza a comercialização de produtos para o controle. “O que queremos é fazer isso de maneira ordenada, com pessoas que vão fazer de maneira espontânea, com custo próprio, mas que tenham condição de fazer de maneira regrada, de tal maneira que têm o controle disso que vai se transformando numa epidemia com grandes riscos para a economia do país.”

O projeto está em análise pela Comissão de Saúde da casa. A intenção do autor e da Frente Parlamentar de Agropecuária é aprovar um requerimento de urgência e votar a matéria no plenário da Casa ainda este ano.

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15/11/2025 04:05h

Setor perde quase US$1 bilhão para o tarifaço, mas mantém saldo positivo ao conquistar novos compradores

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O agronegócio brasileiro deixou de vender para os Estados Unidos, entre agosto e outubro deste ano, US$973 milhões como consequência do tarifaço unilateral imposto por Donald Trump. O valor representa uma queda de 31,3% nas exportações do setor para esse parceiro comercial, em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados da Confederação Nacional de Municípios (CNI).

Os produtos mais afetados são:

  • Café, perda de faturamento de US$ 71 milhões, ;
  • Produtos florestais, US$ 137 milhões;
  • Cana-de-açúcar, US$ 111 milhões;
  • Carne bovina, ramo mais prejudicado, com perdas de US$ 170 milhões. 

O levantamento da CNI traz também a lista dos municípios com mais perdas:

  • Imperatriz (MA), US$ 50 milhões;
  • Santa Cruz do Sul (SC), US$ 44 milhões;
  • Três Lagoas (MG), US$ 42 milhões;
  • Campo Grande (MS), US$ 36 milhões; e
  • Ituiutaba (MG), US$ 34 milhões.

Superávit e novos mercados

Dados do governo federal, no entanto, mostram que os exportadores estão conseguindo encontrar diferentes compradores. Em outubro, as exportações brasileiras tiveram o melhor desempenho para o mês na história, com US$ 15,49 bilhões de receita, 8,5% maior do que em outubro de 2024. No ano, a balança comercial do agronegócio aponta superávit de US$124,97 bilhões, também acima da marca no mesmo período do ano anterior.
 

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15/08/2025 12:00h

Alta de 16,3% é puxada por soja e milho, mas economista alerta para baixa rentabilidade e custos elevados de produção

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O Brasil deverá colher, em 2025, uma safra recorde de 340,5 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume representa um crescimento de 16,3% em relação a 2024, o equivalente a 47,7 milhões de toneladas. Na comparação com a estimativa de junho, o avanço foi de 2,1%, ou 7,1 milhões de toneladas adicionais.

A área a ser colhida está estimada em 81,2 milhões de hectares, aumento de 2,7% sobre a área colhida do ano anterior. O levantamento mostra que soja, milho e arroz concentram 92,7% da produção nacional

A soja deve alcançar 165,5 milhões de toneladas, impulsionada pela produtividade. O milho terá produção total de 137,6 milhões de toneladas — sendo 26,2 milhões na primeira safra e 111,4 milhões na segunda safra. O arroz em casca soma 12,5 milhões de toneladas. Já o algodão herbáceo em caroço deve render 9,5 milhões de toneladas.

Outros produtos também registraram crescimento, como o sorgo em grão, com 4,9 milhões de toneladas, o feijão, com 3,1 milhões, e os cereais de inverno — trigo deve alcançar 7,7 milhões, aveia branca 1,3 milhão e a cevada, 549,3 mil toneladas. 

O volume de produção estimado por regiões e estados ficou assim distribuído:

Região Variação Anual (%) Variação Mensal (%) Participação na Produção Nacional (%)
Centro-Oeste +21,4 +3,3 51,5
Sul +9,0 +0,7 25,1
Sudeste +16,9 +1,9 8,9
Nordeste +9,0 -0,1 8,2
Norte +17,3 +1,9 6,3

 

Estado Participação na Produção Nacional (%)
Mato Grosso 32,4
Paraná 13,4
Goiás 11,4
Rio Grande do Sul 9,5
Mato Grosso do Sul 7,5
Minas Gerais 5,6
Total dos 6 estados 79,8

 

Rentabilidade e custos de produção

Para o economista do Conselho Regional de Economia (Corecon) Guidi Nunes, embora os números indiquem uma safra histórica, é preciso avaliar a rentabilidade. “Você tem uma queda de preço da commodities, aumento de custo dos insumos agrícolas utilizados para essa produção. Então, tem uma rentabilidade da safra agrícola que está na faixa de 2,3%, quer dizer, menos de 3% ao ano, o que não é muito bom. Então, é um dado que tem que ser analisado, que aí, nesse volume de produção, os produtores vão ter que pensar alternativas ao longo do tempo, principalmente ao que chamamos de insumos biológicos na produção”. 

Ele também alerta que o aumento da produção se deve, em parte, à expansão da área plantada, e não a ganhos expressivos de produtividade por hectare.

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20/06/2025 03:15h

Em janeiro, o setor abriu mais de 52 mil vagas; no entanto, março registrou retração puxada por perdas na agroindústria

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O mercado de trabalho brasileiro no agronegócio iniciou 2025 em alta, com o maior saldo de empregos formais desde 2022. Segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), em janeiro, o setor registrou 264.694 admissões e 211.881 desligamentos, o que resultou em um saldo positivo de 52.813 vagas — desempenho superior ao de 2024 e 2023, quando o saldo foi de 39.466 e 34.610 postos de trabalho, respectivamente. 

No entanto, esse crescimento não se manteve nos meses seguintes. Em março, o setor teve 243.523 admissões e 246.339 desligamentos, encerrando o mês com saldo negativo de 2.816 vagas, segundo o informativo da CNM . O resultado representa uma queda significativa na comparação com o mesmo mês de 2024, quando o saldo foi positivo em 4.261 vagas, e com março de 2023, que registrou 15.115 novos postos de trabalho.

A queda do emprego no campo em março foi significativa, principalmente em atividades ligadas à agroindústria. Os cinco setores que mais perderam vagas foram:

- Fabricação de açúcar bruto

- Fabricação de álcool

- Cultivo de laranja

- Fabricação de produtos de padaria e confeitaria

- Cultivo de cana-de-açúcar

Apesar da retração em março, o primeiro trimestre teve saldo positivo, graças ao forte desempenho de janeiro. Cidades do Rio Grande do Sul lideraram a geração de empregos no campo:

- Vacaria (RS): +7.176 vagas

- Santa Cruz do Sul (RS): +1.548 vagas

- Flores da Cunha (RS): +1.305 vagas

- Bento Gonçalves (RS): +1.265 vagas

- Bom Jesus (RS): +1.247 vagas

Veja o resultado por região na tabela abaixo:

As admissões no setor em janeiro de 2025 foram divididas em quatro segmentos:

- Agropecuária: 42% das contratações, com saldo de 30,6 mil vagas

- Agroindústria: 38% das contratações, saldo de 11,1 mil

- Agroserviços: 17%, saldo de 8,9 mil

- Insumos: 4%, saldo de 2,2 mil

Importância do setor

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) estima que o PIB do agronegócio possa representar 29,4% do PIB total do Brasil atualmente, tendo avançado 6,49% somente no primeiro trimestre de 2025, conforme o quadro abaixo.

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15/06/2025 03:30h

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), medida garante segurança jurídica aos produtores rurais. Projeto segue para o Senado

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A Câmara dos Deputados aprovou o  Projeto de Lei (PL 4497/2024), que altera regras sobre a regularização de imóveis rurais em áreas de fronteira. Um dos dispositivos da proposta prorroga, por mais três anos, o prazo para produtores rurais realizarem o georreferenciamento do imóvel rural.

A exigência atual de georreferenciamento prevista na Lei dos Cartórios (Lei 6.015/73) deve passar a ser obrigatória somente a partir de 31 de dezembro de 2028 – o que será aplicado em qualquer situação de transferência de imóvel rural quando de seu registro.

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a medida garante segurança jurídica aos produtores rurais e beneficia os produtores que ainda possuem dificuldades operacionais ou financeiras para atender à exigência. 

“Antes da nova norma, o prazo para imóveis com menos de 25 hectares se encerraria em 20 de novembro deste ano. Agora, todos os imóveis sujeitos à obrigatoriedade, independentemente do tamanho, terão mais tempo para se adequar”, destacou a CNA, em nota.

Pelo projeto, para imóveis de até 4 módulos fiscais, a obrigatoriedade adiada para 2028 será aplicada apenas após quatro anos da publicação de decreto do Poder Executivo regulamentando a isenção de custos com esse levantamento de localização para os proprietários com imóveis até essa área.

O PL é de autoria do deputado Tião Medeiros (PP-PR), aprovado sob a relatoria da deputada Caroline de Toni (PL-SC). A proposta segue para o Senado Federal.

Imóvel em faixa de fronteira

A proposta permite a regularização de imóveis rurais em áreas de fronteira com declaração escrita e assinada pelo requerente em substituição a certidões oficiais, caso não seja possível obtê-las diretamente do órgão responsável pela base de dados oficial ou se o órgão passar de 15 dias para responder.

O texto também prorroga de 2025 para 2030 o prazo para a ratificação de registros de imóveis rurais localizados em faixa de fronteira.

Segundo a CNA, a proposta teve atuação ativa da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Sistema FAEP) para aprovação. A Confederação defendeu, em nota, que a medida evita que proprietários rurais na faixa de fronteira percam as terras para a União por conta de entraves burocráticos para finalizar a regularização. 

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23/03/2025 00:02h

Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) institui Programa Nacional de Prevenção e Controle para estabelecer critérios para prevenir e controlar a praga

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Atualmente, seis municípios da Região Norte do estado do Amapá enfrentam a praga vassoura-de-bruxa da mandioca. No último dia 20, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) instituiu o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Vassoura-de-Bruxa da Mandioca (PVBM), para estabelecer critérios para prevenir e controlar a praga, bem como para fortalecer a cadeia produtiva da mandioca.

Em janeiro, o Mapa declarou estado de emergência fitossanitária relacionado ao risco de disseminação para outras áreas produtivas. Portanto, pelo PVBM, fica proibido o trânsito de plantas e partes de plantas de espécies hospedeiras da praga oriundas de municípios com ocorrência pelo fungo Ceratobasidium theobromae (Rhizoctonia theobromae) – que causa a doença, que está na lista oficial de pragas quarentenárias presentes para o Brasil.

Conforme o documento, as ações e procedimentos para a prevenção e o controle da praga previstas no documento devem ser realizadas junto aos órgãos estaduais ou distrital de Defesa Sanitária Vegetal para cumprimento do PVBM.

Ainda segundo a norma, fica proibido o trânsito de plantas e partes de plantas de espécies hospedeiras da praga oriundas de municípios com ocorrência da doença.

A norma foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) da última quinta-feira (20), na forma da Portaria nº 1.257.

“Vassoura-de-bruxa”

O Mapa ressaltou, em nota, que a “vassoura-de-bruxa” da mandioca não tem relação com a vassoura de bruxa do cacaueiro. Além disso, o fungo não representa nenhum risco à saúde humana, apesar de ser altamente destrutivo para as lavouras de mandioca. 

Os sintomas da doença são: ramos secos e deformados, nanismo e proliferação de brotos fracos e finos nos caules. A partir da evolução da doença, pode ocorrer clorose, murcha e seca das folhas, morte apical e morte descendente das plantas. 
 

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28/02/2025 00:03h

Confira a situação específica de cada localidade afetada. Pesquisador da Embrapa Amapá informou em reunião técnica da AdePará que sintomas da doença nas plantações devem ficar mais evidentes em março e abril

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A praga “Vassoura de Bruxa” está presente, até o momento, em lavouras de mandioca em seis municípios do estado do Amapá (AP). Já nas demais áreas cobertas pela emergência fitossanitária relacionada ao risco de surto da praga quarentenária no Pará (PA) e no AP, a praga segue ausente. As informações são do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

A emergência fitossanitária foi declarada pelo Mapa em janeiro e tem a duração de um ano. Conforme a Pasta, embora a emergência tenha sido declarada para os estados do AP e do PA, até o momento não foram registrados casos da praga no estado do PA. Mesmo assim, o estado paraense foi incluído na medida preventiva, já que faz divisa com o Amapá e por ser o maior produtor de mandioca do país. 

O ministério esclarece, em nota, que o fungo não traz risco à saúde humana, mas é altamente destrutivo para as lavouras de mandioca.

Municípios atingidos e situação específica atual

O Mapa informou ao Brasil 61 que os municípios do Amapá afetados pela “Vassoura de Bruxa” são Oiapoque, Calçoene, Amapá, Pracuúba, Tartarugalzinho e Pedra Branca do Amapari. 

Confira a situação de cada município do AP em relação à praga:

Oiapoque: ocorrência generalizada; 
Calçoene: ocorrência nas comunidades do Distrito do Carnot e na comunidade de Irineu e Felipe; 
Amapá: ocorrência nas comunidades do Cruzeiro e Piquiá; 
Pracuúba: ocorrência na comunidade do Cujubim;  
Tartarugalzinho: ocorrência nas comunidades da Montainha, Itaubal do Tartarugal e no P.A. Bom Jesus; 
Pedra Branca do Amapari: ocorrência nas comunidades do Tucano I e Nova Divisão.

Proteção dos cultivos

Em nota, o Mapa afirmou ao Brasil 61 que as ações de enfrentamento da praga têm sido realizadas na esfera do "Sistema de Comando de Incidentes (SCI) - Vassoura de Bruxa da Mandioca". A Pasta informa que esta é uma ferramenta específica para ser empregada em emergências de qualquer natureza, cuja “estrutura organizacional proporciona a integração de diferentes órgãos”, diz a nota.

O Mapa informou que entre as ações está a fiscalização de trânsito de vegetais e parte de vegetais de mandioca provenientes dos municípios com ocorrência da praga.

“Sob o comando do Mapa, em parceria com as Agências Estaduais de Defesa Agropecuária do Amapá e do Pará, Embrapa, Órgãos de Extensão Rural, entre outros, este SCI tem focado suas ações na contenção do avanço da praga, por meio da fiscalização do trânsito de vegetais e parte de vegetais de mandioca oriundos dos municípios com ocorrência, levantamentos fitossanitários nas áreas sem ocorrência, atendimento a suspeitas e educação fitossanitária (palestras, reuniões técnicas, etc.)”, afirma o Mapa em nota.

No Pará, a Agência de Defesa Agropecuária do estado (AdePará) vai adotar ações preventivas nos municípios localizados na divisa com o Amapá. O órgão deve promover ações de educação fitossanitária e capacitação destinada aos servidores da Agência de Defesa e aos produtores rurais sobre os sintomas, identificação da praga e as consequências da disseminação da doença para em território paraense.

A orientação da AdePará é que produtores não tragam maniva – que são os pedaços da rama utilizados para o plantio – do Amapá, já que há risco de introdução da praga em território paraense.  

Conforme a Agência Pará, na primeira reunião técnica sobre a “Vassoura de Bruxa” na mandioca promovida pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARÁ), por meio da Gerência de Pragas Quarentenárias, realizada em 18/02, o  Dr. Adilson Lima, pesquisador da Embrapa Amapá, destacou que os sintomas da praga nas plantações de maniva devem ficar mais evidentes nos meses de março e abril, tendo em vista a intensidade do período das chuvas. 

Entre as orientações do pesquisador publicadas pela Agência com vistas a evitar a disseminação da praga estão:

  • Evitar o uso de maquinários agrícolas de áreas infectadas em locais de cultivo sem registro da doença;
  • Higienizar as ferramentas para eliminação de plantas doentes;
  • Multiplicar manivas sementes resistentes ao patógeno – medidas que têm sido estudada para barrar a entrada do fungo.

Contexto da praga no país

O primeiro caso de “Vassoura de Bruxa” no Brasil foi identificado pela Embrapa Amapá em agosto do ano passado. A praga, segundo o órgão, é causada por um fungo de ocorrência inédita em território nacional e foi constatada nos plantios de mandioca das terras indígenas de Oiapoque – município do Amapá.

A doença deixa os ramos das plantas secos e deformados, por exemplo, com nanismo, e provoca a proliferação de brotos fracos e finos nos caules – os quais são parecidos com uma vassoura velha, por isso é chamada de  “Vassoura de Bruxa”. 
 

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25/02/2025 00:04h

Os embalados com validade em rótulo não precisam da marcação na casca. Mudança era prevista para março

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O prazo para os produtores rurais carimbarem a casca do ovo vendido a granel com a data de validade foi adiado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para o dia 4 de setembro deste ano. A norma considera que a granel é o produto sem embalagem primária rotulada. A marcação individual desses produtos também deve trazer o número de registro do estabelecimento produtor. A mudança era prevista para março.

Pela nova regra, os ovos embalados com validade devidamente rotulada não precisam da marcação na casca. 

Alvo de publicações de desinformação, a Portaria SDA/MAPA nº 1.179, de 5 setembro de 2024 estabelece os requisitos para instalações, equipamentos e procedimentos de funcionamento de granjas avícolas e unidades de beneficiamento de ovos e derivados. A norma foi atualizada pela Portaria SDA/MAPA nº 1.244/25, que estabelece o novo prazo para adequação dos produtores.

Conforme nota da Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal, a medida não altera as regras para os estabelecimentos produtores de ovos, tendo em vista que a regra de rotulagem dos produtos não foi modificada. Na realidade, foi acrescentada a identificação individual para ovos vendidos a granel.  Ou seja, na ausência de embalagem primária rotulada, é necessário a identificação individual para venda a granel.

Pela nota, o governo informa que a portaria visa à segurança e à transparência para o consumidor, além de ser uma ferramenta de combate à fraude, em proteção ao produtor.

A nova portaria do Mapa estabelece que a tinta a ser utilizada para a impressão ou marcação da casca de ovos deve ser específica para uso em alimentos, sendo atóxica e não representar risco de contaminação ao produto.

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11/10/2024 03:03h

Mato Grosso lidera o ranking entre os estados e concentra quase 1/5 do valor de produção agrícola do país

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O valor de produção das principais culturas agrícolas do Brasil apresentou queda de 2,3% em 2023, em relação a 2022, chegando a R$ 814,5 bilhões. No entanto, a safra de grãos bateu recorde, atingindo 316,4 milhões de toneladas. Esse volume é 19,6% maior que a produção do ano anterior. Já a área plantada do país, levando em conta todas as culturas, chegou a 96,3 milhões de hectares. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE. 

O supervisor da pesquisa do instituto, Winicius Wagner, destaca que a produção teve um volume importante, mas alguns fatores contribuíram para uma redução no preço pago aos produtores. 

“O excesso de oferta desses produtos, aliado a uma correção das principais commodities do mercado internacional e ao fortalecimento do real frente ao dólar, fizeram com que houvesse uma queda  nos preços pagos ao produtor, o que afetou diretamente o Valor de Produção Agrícola nacional, que teve retração de 2,3% no ano”, pontua. 

Entre os municípios, Sorriso (MT) se destaca na produção agrícola pelo quinto ano consecutivo e responde por 1% do total nacional. O município também apresentou bons números em relação ao valor gerado com a produção de soja (R$ 5 bilhões) e milho (R$ 2,1 bilhões). 

Na segunda posição do ranking aparece São Desidério (BA), que, em relação ao valor da produção agrícola, totalizou R$ 7,8 bilhões, com uma queda de 12,4% na comparação com 2022. A produção de soja, algodão e milho foram destaques no município, com um total de R$ 7,6 bilhões.

Já Sapezal (MT) ocupa o terceiro lugar entre os municípios com maior valor da produção agrícola do país, com R$ 7,5 bilhões, e registro de recuo de 5,9% na comparação com o ano imediatamente anterior. O município destacou-se na produção de algodão herbáceo, obtendo o maior valor gerado com o produto, de aproximadamente R$ 3,5 bilhões. 

Em 2023, os 10 municípios com os maiores valores da produção agrícola foram responsáveis, juntos, por R$ 65,1 bilhões, concentrando 8% do valor obtido no país com a produção agrícola. Seis deles estão localizados no Mato Grosso, enquanto Bahia e Goiás aparecem com dois municípios cada. 

"Após a escassez de água em 2022 ter afetado o desempenho das lavouras naquele ano, principalmente a produção de grãos, em 2023 percebemos que as chuvas foram mais bem distribuídas durante todo o período, desde o plantio até a colheita. Isso fez com que tivéssemos uma recuperação da produtividade dessas lavouras, o que impactou diretamente no aumento da produção no ano”, destaca Winicius Wagner.

Fonte: IBGE

Situação por estado

Apesar de ter registrado recuo, Mato Grosso lidera o ranking entre os estados e concentra quase 1/5 do valor de produção agrícola do país. Ao todo, a unidade da federação somou R$ 153,5 bilhões. 

São Paulo aparece na sequência, com 13,8% do valor de produção nacional, com um total de R$ 112,5 bilhões e 9,0% de crescimento frente a 2022. 

Paraná, por sua vez, teve destaque na produção de soja e milho. O estado, que ocupa a terceira posição, totalizou R$ 90,5 bilhões, um salto de 8,7%, superando Minas Gerais, maior produtor nacional de café. 

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15/09/2024 04:03h

De acordo com informações disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, R$ 6,5 bilhões devem ser destinados aos afetados pelas queimadas

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O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou na última quinta-feira (12) o acesso a crédito do Plano Safra 24/25 para os produtores atingidos pelas recentes queimadas registradas no Brasil. A medida deverá ser implementada por meio do Programa de Financiamento de Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro). 

Dados mais recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontam que, só em 2024, até essa quinta-feira, o Brasil havia registrado mais de 176 mil focos de queimadas, com destaque para o estado do Mato Grosso, que contava com mais de 39 mil focos.

Para esta safra, foram disponibilizados R$ 7,6 bilhões. Desse total R$ 1,2 bilhão já foi contratado e liberado aos produtores rurais. De acordo com informações disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, os R$ 6,5 bilhões restantes devem ser destinados aos afetados pelas queimadas.

Pecuarista de leite e produtor de milho para silagem, Mirgon Jung, morador de Salgado Filho (PR), diz que todo ano busca financiamento via Plano Safra. "A gente usa o crédito para comprar semente, adubo, herbicidas, inseticidas, para que a gente possa produzir e, também, combustível para poder usar no trator", afirma. 

Brasil já registrou 172 mil focos de incêndio em 2024; veja como minimizar impactos na saúde

Segundo Fávaro, os recursos dessa linha de crédito devem incentivar a produção em áreas de baixa produtividade, uma vez que as queimadas tornam as áreas afetadas improdutivas e degradadas.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a quantidade de focos de incêndio ao mesmo tempo em diferentes localidades levou as autoridades a abrir investigação para saber se parte deles é de origem criminosa. Até o final de agosto, pelos menos 31 inquéritos haviam sido abertos entre Amazônia e Pantanal e dois em São Paulo. 
 

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