A soja e o milho têm se destacado na produção agrícola
Dados mais recentes do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) estimam que a safra 2022/2023 no estado do Paraná será de 46,85 milhões de toneladas, em uma área de 10,84 milhões de hectares.
Os destaques de produção estão com a soja e o milho. Do total, 22,34 milhões de toneladas dizem respeito à soja apenas na primeira safra.
Para o agrônomo Charles Dayler, a tecnologia tem sido um dos grandes diferenciais para uma produção agrícola melhor.
“A gente tem que ver o seguinte: que apesar da questão do clima, o resultado foi positivo porque a gente vem observando nos últimos anos um grande avanço em termos de tecnologia de cultivo, seja por cultivares mais produtivas, melhoria na aplicação de fertilizantes, questão de boas práticas de uso de agrotóxicos e por aí vai. Tudo isso tem garantido uma produtividade maior nas lavouras agrícolas”, destacou Dayler.
Além do milho e da soja, há boas perspectivas também para a produção de cereais de inverno, que, somados, podem resultar em 5,5 milhões de toneladas. Já na produção de feijão estão previstas 553,5 milhões de toneladas, volume 1% menor do que na safra anterior, em uma área de 299,1 mil hectares, 12% menor.
O Governo de Goiás e a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) lembram aos pecuaristas goianos que o prazo de vacinação contra a raiva dos herbívoros termina na quarta-feira (31). A medida é obrigatória em 119 municípios considerados de alto risco para a doença. Essa ação inclui bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e equídeos (equinos, muares e asininos) de todas as faixas etárias.
O coordenador do Programa Estadual de Raiva dos Herbívoros da Gerência de Sanidade Animal da Agrodefesa, médico veterinário Fernando Borges Bosso, ressalta que a vacinação é importante para manter a saúde dos animais.
“A etapa de vacinação contra a raiva dos Herbívoros no estado de Goiás em maio de 2023, está correndo dentro da normalidade sem maiores problemas ou intercorrências que possam interferir no resultado esperado. É de extrema importância para controlar e evitar a ocorrência de surto dessa doença, porque é uma zoonose fatal. Além de evitar grandes prejuízos agropecuários também evita que a população esteja exposta a essa doença tão grave, esperamos atingir cerca de 15 milhões de animais vacinados durante essa etapa de 2023,” destaca.
De acordo com a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), os produtores que não vacinarem bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e equídeos contra a raiva, no prazo, serão penalizados. Serão aplicadas uma multa de 7 mil reais por animal não-vacinado. Aqueles que não fizeram nenhum tipo de declaração da vacinação do rebanho serão multados por 3 mil reais, por terra. Todas as declarações serão feitas via Sistema da Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago).
Neste episódio do Crônicas do Agro, o engenheiro agrônomo Ênio Jaime Fernandes Jr. traz dicas para todos aqueles que desejam crescer no ramo do agronegócio brasileiro. Ele explica como ter eficiência e eficácia contribui para o melhor andamento dos trabalhos. Produzido pela Academia do Agro, o Crônicas do Agro é um programa que carrega o selo B61 de podcasts.
O triângulo mineiro vai receber mais uma fábrica de fertilizantes a partir de hidrogênio verde, um dos principais componentes do insumo. A Atlas Agro Brasil, empresa especializada em fertilizantes nitrogenados, assinou o protocolo de intenção para instalação da fábrica no Distrito Industrial III de Uberaba (MG). Ao todo, o investimento deve chegar a R$ 5 bilhões, com previsão de geração de empregos diretos na região.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação de Uberaba, Rui Ramos, destaca que o município está em pleno desenvolvimento e possui uma posição estratégica que beneficia empresas.
“Uberaba no ano passado e nesse início de ano tem sido um dos municípios que mais tem gerado emprego no Brasil, pelos dados do Caged. Nós temos aqui um polo de fertilizantes, que é o nosso Distrito III, que é um dos maiores da América do Sul. Nesse local nós temos uma posição logística fantástica, nós estamos equidistantes em torno de 500 quilômetros dos principais centros de consumo do Brasil, das principais capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia e Brasília”, afirma.
A Câmara dos Vereadores de Uberaba (MG) já aprovou a concessão de um terreno do poder público com aproximadamente 1 milhão m² para o projeto. De acordo com informações da Câmara, o terreno cedido é o mesmo onde seria instalada uma planta de amônia, que acabou não saindo do papel. De acordo com o secretário, as obras estão dentro do previsto pelo cronograma.
“Nós estamos acabando a celebração dos contratos de incentivo tanto do município como do estado e formalizando esses contratos, nos próximos 30 dias a empresa dará início aos projetos de engenharia. É um complexo industrial nos moldes da refinaria que envolve toda uma tecnologia nova. Os projetos em geral são feitos no exterior, então tem um período grande de detalhamento de projeto, licenças ambientais, licença de instalação. A previsão é iniciar a obra no segundo semestre de 2024 e início de operação em 2027”, explica.
Segundo Ramos, durante a construção da unidade devem ser gerados 2.000 empregos diretos e depois da operação, entre 500 e 600 diretos e indiretos.
Um estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre as perspectivas de aplicação do hidrogênio na indústria brasileira identificou que os setores de refino e fertilizantes (consumidores de hidrogênio cinza, que é produzido a partir de gás natural) têm potencial de uso imediato das opções sustentáveis como estratégia de descarbonização.
Dados do levantamento apontam que o setor de refino tende a ser o principal cliente, com cerca de 74% do hidrogênio consumido na indústria brasileira. Já os setores de fertilizantes e amônia vêm logo em seguida. O estudo ainda indica que o Brasil tem potencial para a produção de amônia a partir de hidrogênio verde próxima ao agronegócio, que hoje consome 87 mil toneladas por ano de hidrogênio.
No Congresso Nacional, tramita o projeto de lei 1878/2022, que trata de incentivos ao hidrogênio verde e está em discussão na Comissão Especial para Debate de Políticas Públicas sobre Hidrogênio Verde, onde aguarda relatoria. O deputado federal Zé Vitor (PL-MG) destaca o potencial do estado de promover o aumento da produção de insumos a partir de fontes renováveis e, assim, gerar mais empregos e renda para a população.
“Minas tem sido palco de grandes investimentos por vários fatores: pelo bom alinhamento com o governo do estado, pela disponibilidade de mão de obra qualificada por uma boa rede de prestadores de serviço e de fornecedores de produtos e mostra o quanto nós estamos dispostos a trabalhar pela captação de mais investimentos, que certamente significa mais emprego e renda e a transformação da vida de muitas famílias”, ressalta.
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A assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Elisangela Pereira Lopes, diz que as mudanças propostas pela medida provisória que altera os seguros de fretes podem causar um impacto negativo na economia nacional. Segundo ela, o custo do frete já é alto no país.
“Hoje em razão da falta de infraestrutura adequada, da falta de capacidade portuária em algumas regiões, o custo de transporte, ele chega a ser 40% maior do que os principais concorrentes. Isso gera ineficiência na economia, e dentro do país isso reflete nos custos dos nossos alimentos. Fora do país, como os preços são balizados pela bolsa Internacional, esses custos acabam sendo assimilados pelo produtor rural e por toda a cadeia que está envolvida”, explica.
No texto original da medida provisória 1153/2022 havia apenas um seguro obrigatório para a cobertura de transporte de carga (cobertura de acidentes), os outros eram facultativos (cobertura de roubo e cobertura de danos a terceiros). Mas uma emenda à MP aprovada na Câmara dos Deputados tornou os três seguros obrigatórios para transportadores autônomos ou cooperativas.
O deputado federal Domingos Sávio (PL-MG) classifica a medida como intervencionista e prejudicial à liberdade de mercado, pelo risco de aumento do custo do transporte.
“Cada empreendedor tem que ter consciência do que está fazendo. Você não pode impor um custo que ficaria extremamente oneroso, especialmente para o agro brasileiro. Porque o Brasil é um dos maiores exportadores de alimentos do mundo e depende essencialmente do transporte de cargas. Você estabelecer uma regulação dessa natureza no transporte de cargas vai impactar no Custo Brasil, vai tirar a competitividade do Brasil para as exportações e vai pesar no bolso do consumidor brasileiro quando este alimento for para o consumidor brasileiro”, aponta.
O agronegócio é um dos setores que mais impulsionam o transporte rodoviário de cargas. Dados do levantamento realizado pela Fretebras, startup considerada a maior plataforma de transporte de cargas da América Latina, mostram que, dos 10 milhões de fretes transportados em 2022, 36,3% deles foram em produtos do agronegócio, a categoria mais representativa na plataforma.
Segundo a assessora da CNA, o setor de transporte de cargas também deverá sofrer impactos. Um dos pontos da medida provisória estabelecia a exclusividade da contratação dos seguros pelos transportadores, mesmo que os embarcadores, ou seja, os donos das mercadorias, tivessem mais condições para negociar preços.
“Os próprios transportadores passam a receber menos em razão dessas ineficiências econômicas. Porque sabemos que um transportador autônomo age sozinho. Já o embarcador muitas vezes faz milhares de transações de transporte por ano, então a partir do momento que é permitido a ele a escolha do seguro de carga, ele pode negociar, dado o volume de demanda que tem junto à seguradora, a um custo de seguro menor. Coisa que o transportador autônomo, por agir sozinho, não consegue ter esse poder de barganha de negociar um seguro de transporte menor”, ressalta.
Elisangela Lopes ainda destaca que o ideal seria haver uma conversa entre os transportadores e os embarcadores para que se chegue a um ajuste final na medida provisória, uma vez que ambos dependem um do outro.
“Tem que haver uma conversa entre os atores envolvidos tanto os transportadores de carga, como os embarcadores, para que se chegue a uma negociação com o intuito de reduzir os custos de transporte. Com essa redução, todos ganham: os transportadores, porque conseguem reduzir os seus custos e abarcar uma renda maior. E os embarcadores também, que conseguem ser mais competitivos ao fornecer produtos mais baratos tanto nas gôndolas de supermercado, como no mercado Internacional”, defende.
Agora a medida provisória 1153/22 aguarda leitura no Senado e deve ser deliberada até o dia 1º de junho.
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O acordo comercial entre Mercosul e União Europeia é uma oportunidade para o Brasil diversificar a sua pauta de exportações e dar competitividade à indústria nacional, disse ao Brasil 61 o ex-secretário de Comércio Exterior Welber Barral, presidente do Instituto Brasileiro de Comércio Internacional e Investimentos (IBCI).
"O acordo com a União Europeia seria o mais importante que o Mercosul poderia fazer. Primeiro, pela oportunidade de atração de investimentos. Ao atrair investimentos, você tem um efeito muito interessante, que é o comércio intrafirma, de partes e peças, montagem de produtos. Isso poderia ajudar muito na industrialização da região. Em segundo lugar, porque a União Europeia é um mercado exigente, que tem muitos requisitos técnicos e sanitários, onde você aperfeiçoa a competitividade da indústria brasileira", avalia.
As commodities agrícolas e minerais têm ganhado cada vez mais espaço na pauta de exportações brasileira. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), soja, óleos brutos e minério de ferro representaram 35,7% das exportações do país em 2022. Isto quer dizer que apenas três itens foram responsáveis por mais de um terço das vendas externas do Brasil.
Ainda no ano passado, as exportações brasileiras para os 27 países da União Europeia totalizaram US$ 50,9 bilhões. Quase 50% de tudo o que os europeus importaram do Brasil teve origem na indústria de transformação brasileira. A título de comparação, apenas 22% das vendas do Brasil para a China – maior parceira comercial do país – corresponderam a itens produzidos pela indústria de transformação.
Diferentemente do que ocorre na relação com os chineses, as vendas do Brasil para a UE têm expressiva participação da indústria. A expectativa é que, uma vez que se facilitem as trocas comerciais entre brasileiros e europeus, os bens industriais continuem em destaque, o que será positivo para o setor nacional.
Essa é uma aposta da própria Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, a entrada em vigor do acordo com a União Europeia "será uma contribuição importante para a reindustrialização do país, sem a qual nossa economia continuará indefinidamente num ciclo de estagnação ou baixo crescimento".
Levantamento da CNI mostra que o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia deve beneficiar cerca de 2.800 produtos industriais vendidos pelo Brasil para os países europeus. Uma vez que a parceria entre em vigor, quatro em cada dez bens industriais exportados pelo país teriam as tarifas zeradas ao entrar na Europa.
O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão do Senado sobre Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul, ressalta que, ao contrário do que se propaga, o agronegócio brasileiro não será o único a sair ganhando caso as negociações entre europeus e sul-americanos cheguem a um final feliz.
"Eu penso que sim [é uma maneira de diversificar nossas exportações], porque forma-se uma cadeia virtuosa a partir do momento em que você estimula a questão do agronegócio e a questão da indústria. Um puxa o outro. Vejo um horizonte muito positivo para que a gente possa promover de uma vez por todas o desenvolvimento social com geração de emprego e renda", pontua.
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O engenheiro agrônomo Luiz Fernando Zgoda traz dicas para quem gerencia carteira de clientes
O engenheiro agrônomo Luiz Fernando Zgoda tem vasta experiência em treinar pessoas. Neste episódio do Crônicas do Agro, ele dá dicas à vendedores e gerentes comerciais de como aprimorar o trabalho. Esse é um podcast de opinião que não necessariamente reflete o posicionamento do Brasil 61 e de seus editores. O Crônicas do Agro carrega o selo B61 de podcasts.
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Neste episódio do Crônicas do Agro, o engenheiro agrônomo Eduardo Hara traz exemplos de ferramentas que podem contribuir com a melhor perfomance de uma equipe. No caso do agronegócio, entenda com exemplos práticos quais medidas foram tomadas por Hara para aumentar a produtividade e engajamento dos colaboradores. Esse é um podcast de opinião que não necessariamente reflete o posicionamento do Brasil 61 e de seus editores. O Crônicas do Agro carrega o selo B61 de podcasts.
Será necessário aproximadamente R$ 400 bilhões para o Plano Safra 2023/2024. O valor foi levantado durante debate na Câmara dos Deputados, que contou com entidades representativas do setor, parlamentares e representantes do governo federal. O montante estimado representa alta de 17% em relação ao previsto para a safra 2022/2023, que segue até 30 de junho. Do valor, 70% devem ser destinados ao custeio e à comercialização, e 30% devem cobrir investimentos.
A projeção apresentada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) é de R$ 404 bilhões, enquanto a da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) é de R$ 410 bilhões. O representante do Ministério da Agricultura e Pecuária, secretário-adjunto de Política Agrícola Wilson Vaz de Araújo, também estima um valor próximo ao das entidades, mas destaca que ainda não há orçamento próprio e que as fontes de financiamento disponíveis ainda não alcançam todas as necessidades.
O subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, afirmou que o plano está em fase de elaboração e o valor será fechado nos próximos dias. “O nosso desafio, eu só vou reforçar, é buscar mais recursos. Lógico que vai ser uma ação do governo, e vai ter que depender do apoio do congresso, mas vai ser uma iniciativa do governo. E no momento nós estamos então primeiro tentando ampliar fontes de recursos, uma vez ampliada a fonte de recursos, tentar fechar o desenho de forma a atender o maior volume possível de recursos e de produtores”.
O diretor técnico da Confederação Nacional da Agropecuária (CNA), Bruno Barcelos Lucchi, apresentou um comparativo entre o crescimento do valor dos insumos tanto da agricultura quanto da pecuária, e destacou a importância de um Plano Safra que colabore com os produtores nesse contexto. “A situação do pecuarista e do agricultor para esse ano Safra é de margens apertadas, margens mais estreitas, por isso a necessidade de a gente ter um Plano Safra mais robusto, que ajude ele a passar por esse momento de turbulência de uma forma mais amena”, ponderou.
A audiência pública foi realizada por sugestão do deputado Sergio Souza (MDB-PR), pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. A reunião foi dirigida pelo deputado Tião Medeiros (PP-PR), presidente da comissão. Participaram também outros deputados e representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e do Banco do Brasil.
O saldo da balança comercial de abril deste ano foi de U$ 8,2 bilhões, igualando-se com o número de abril do ano passado, segundo divulgou a Fundação Getúlio Vargas no Indicador de Comércio Exterior (Icomex). Na comparação entre os anos, o valor exportado recuou 5,5%, puxado pela queda de 9,5% nos preços, visto que o volume aumentou em 4,1%. Já a variação nas importações também foi negativa, com uma queda de 7,7%, explicada pela queda de 10,6% nos preços, pois o volume aumentou 3,2%.
No acumulado do ano até abril, o valor exportado cresceu 1,6%, com aumento de 4,4% no volume e queda de 2,3% nos preços. Já as importações no mesmo período tiveram recuo de 1,2% nos preços, 1,3% no volume e 2,3% no valor.
As exportações de commodities correspondem a 68,3% das exportações totais e recuaram, na comparação mensal do mês de abril, em 7,4%. A queda dos preços em 10,4% explica esse recuo, pois o volume aumentou em 3%. As variações dos preços, volume e valor para as não commodities foi negativa. No acumulado do ano, a participação das commodities foi de 66,8% nas exportações totais.
Já no quesito importações, as não commodities responderam por 89,5% em abril, um aumento de 2,8% de volume e queda de 8,2% nos preços. Já as commodities tiveram um recuo de 27,7% nos preços e crescimento de 7,1% no volume.
O setor da agropecuária foi o único setor que registrou variação positiva no valor exportado, de 10,6%, na comparação mensal do mês de abril, explicada pelo aumento de 20,1% no volume exportado, já que os preços recuaram 8,2%. As exportações do setor responderam por 32% do valor total de exportações brasileiras em abril deste ano. Em abril do ano passado, esse percentual era de 27%.
Entre as 23 principais commodities exportadas pelo Brasil, a participação da soja em grão foi de 41,6% no grupo de commodities e 28,3% no total das exportações brasileiras.
O analista da Safras e Mercado Luiz Fernando Gutierrez Roque explica sobre a situação da soja neste ano. “De uma forma geral indica uma recuperação brasileira nesta temporada frente ao ano passado, principalmente no caso da soja, que ano passado a gente teve uma quebra muito grande na produção por conta do La Niña, que afetou a região Sul e parte do Mato Grosso do Sul. Nesse ano a gente está confirmando a colheita de uma supersafra, uma safra recorde de soja, porque todos os estados do Brasil estão colhendo muito bem, com exceção do Rio Grande do Sul, que de novo teve alguns a problemas”, relatou.
A agropecuária é a principal fonte de dinamismo das exportações brasileiras até o momento, liderada pelo aumento do volume. A soja lidera no primeiro semestre do ano, e a continuação desse papel central depende das outras exportações agrícolas no segundo semestre.
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