Em junho, o volume de serviços prestados na Bahia caiu 1,8% comparado a maio, mas cresceram 7,7% em relação a junho de 2022. Das cinco atividades, quatro impulsionaram o crescimento dos serviços. "Outros serviços" liderou com um aumento de 29,1%, seguido por "Serviços de informação e comunicação" (14,2%), "Serviços prestados às famílias" (8,3%) e "Transportes e correio" (7,1%).
Somente as atividades de "Serviços profissionais, administrativos e complementares" apresentaram uma leve retração de -0,1%. Nota-se que o desempenho da Bahia supera a média nacional, que é de 4,1%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada com análise da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI)
O economista Carlos Eduardo Oliveira avalia que o ano de 2022 foi um ano mais difícil para a recuperação dos serviços no estado. “O ano de 2022 foi um pouco complexo porque teve um início de uma recessão da nossa economia que foi até o meio do ano e que pós meio do ano, após vários incentivos governamentais e gerência na economia, aí você teve uma melhora no segundo semestre”, explica.
De acordo com a pesquisa, no acumulado de doze meses, o setor de serviços cresceu 6,0% em comparação ao ano anterior. "Outros serviços" liderou com um aumento de 11,7%. Foi seguido por
"Serviços prestados às famílias" com 7,8%, "Transportes e serviços auxiliares" com 7,1%, "Serviços profissionais e administrativos" com 4,5% e, por último, "Serviços de informação e comunicação" com 3,6%.
O economista aponta que a projeção para os próximos meses é de crescimento nos setores de serviços da economia, pois este é o principal setor da economia baiana.
“A Bahia é uma grande prestadora de serviço com relação ao país. Ela vai de acordo com o progresso e desenvolvimento do país. Nesse setor, é essencial que esse segmento esteja aquecido para melhorar os outros setores como agrícola, indústria e comércio”, afirma.
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Apesar da alta, o índice veio abaixo das expectativas de mercado
O setor de serviços experimentou expansão entre os meses de maio e junho, de 0,2%.
Apesar da alta, os resultados se encontram abaixo da expectativa tanto para a variação mensal, quanto para a variação anual.
O acumulado em doze meses, até junho de 2023, é de 6,2%.
Três das cinco atividades investigadas registraram alta: serviços prestados às famílias (1,9%), serviços profissionais, administrativos e complementares (0,8%) e serviços de informação e comunicação (0,5%).
Dentre estes setores, destacaram-se os serviços técnico-profissionais (3,3%) e os serviços de alojamento e alimentação (1,5%).
Outros serviços (-0,4%) e transportes (-0,3%) foram as duas únicas categorias que registraram queda entre maio e junho, com o principal destaque para transporte aquaviário (-7,5%).
Para maio de 2023, há avanço em 16 das 27 unidades da federação. Entre os locais com impactos mais positivos estão Distrito Federal (2,9%), Paraná (1,9%), São Paulo (0,3%) e Minas Gerais (0,9%).
Em sentido oposto, o Ceará teve a queda mais significativa, de 2,5% na comparação regional.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) vai tentar convencer o Senado a ampliar o rol de segmentos que poderão ter alíquota reduzida no texto da reforma tributária. O entendimento da CNC é de que a versão aprovada na Câmara é superior à proposta inicial que o relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), apresentou no fim de junho. No entanto, a entidade tenta persuadir os senadores a conferir tratamento diferenciado a setores "altamente empregadores".
É o que explica o economista sênior da CNC, Fabio Bentes. "Existe uma diversidade enorme de setores na economia que empregam bastante gente. Nós vamos tentar, de alguma forma, sensibilizar os parlamentares para a importância de se construir algum tipo de redutor de alíquotas para setores altamente empregadores", afirma.
O "lobby" da CNC junto aos senadores por tratamento diferenciado para alguns segmentos não vai se restringir ao comércio e aos serviços, garante o economista. A ideia é que atividades que mais empregam em outros setores também estejam entre aquelas que terão alíquotas abaixo da alíquota de referência do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) Dual, que vai substituir IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS.
"Se você tem um determinado setor, independentemente se é da agricultura, serviços, indústria ou comércio, ele emprega muito, me parece justo que haja algum olhar especial para esse setor", avalia Bentes, que acredita que os parlamentares têm preocupação com a questão do emprego.
Ele explica que os segmentos de indústria da construção, locação de mão de obra, telemarketing e atividades de conservação de edifícios estão entre os segmentos com número significativo de empregados que, no texto aprovado na Câmara, ficaram de fora das alíquotas de exceção.
Segundo o texto que os deputados aprovaram, alguns segmentos do setor de comércio e serviços, como educação, saúde, transporte, hotelaria, bares, restaurantes e parques de diversão vão ter alíquotas mais baixas ou receber tratamento diferenciado no novo sistema tributário.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) recebeu positivamente a proposta de reforma tributária que a Câmara dos Deputados aprovou na última sexta-feira (7). Em entrevista ao Brasil 61, Fabio Bentes, economista sênior da CNC disse que o texto evoluiu em relação à versão preliminar apresentada no dia 22 de junho.
"Sem dúvida alguma, a gente tem uma visão bem mais positiva da reforma do que a gente tinha, por exemplo, há quinze dias atrás, embora a gente ainda atente para alguns pontos que precisam ser aprimorados. Eu acredito que vai haver espaço e vontade para isso", afirma Bentes.
Segundo o economista, o atual sistema tributário é "caótico" e a CNC apoia a maior parte dos pontos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019. Bentes diz que a adoção da não-cumulatividade de impostos – que permitirá ao setor produtivo abater os débitos tributários – é "bastante positiva" e é tão importante quanto a definição da alíquota de referência, que ainda não foi divulgada.
A versão preliminar da PEC previa que produtos e serviços de sete segmentos teriam alíquotas reduzidas à metade da alíquota de referência. Ou seja, em um cenário cujo Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, que substitui IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS, fosse de 25%, esses itens teriam alíquotas de 12,5%.
Receberam tratamento diferenciado naquela versão:
No fim de junho, a CNC publicou um estudo que estimava um aumento de até 260% da carga de impostos sobre os serviços , caso um IVA de 25% fosse aprovado. Isso causaria uma elevação de mais de R$ 200 bilhões no recolhimento de impostos pelo setor terciário.
O levantamento apontava que para neutralizar o aumento sem comprometer o caixa das empresas, três em cada dez vagas formais poderiam ser fechadas, totalizando 3,8 milhões de desempregados. O setor é responsável por quase 60% dos empregos com carteira assinada no país.
Pelo lado do comércio, o estudo pontuava que o varejo de calçados, artigos de couro e viagem (41,2%), atacado de calçados e artigos de viagem (37,3%), atacado de equipamentos e artigos de uso pessoal e doméstico (32,2%), varejo de vestuário e complementos (31,8%) e varejo de tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados (31,4%), seriam os mais afetados.
Já nos serviços, as mais onerados seriam as atividades recreativas e culturais (171%), serviços pessoais (160%), seleção, agenciamento e locação de mão de obra (157%), serviços de alojamento (153%) e serviços para edifícios e atividades paisagísticas (145%).
Câmara dos Deputados aprova PEC da reforma tributária em dois turnos
Na reta final das negociações antes da aprovação da proposta, Ribeiro aumentou de 50% para 60% a redução da alíquota dos sete segmentos privilegiados na primeira versão da PEC, além de ter acrescentado as seguintes atividades à lista:
Além disso, os serviços de hotelaria, parques de diversão e parques temáticos, restaurantes e aviação regional foram incluídos no rol daqueles que vão receber tratamento diferenciado no novo sistema tributário.
Segundo Fabio Bentes, as concessões foram muito importantes, uma vez que a capacidade do setor de serviços recuperar créditos por meio do abatimento dos custos de insumos é bastante inferior à da indústria, por exemplo.
"A gente está caminhando no sentido de oferecer uma alíquota diferenciada para um setor que tem uma capacidade limitada de geração de créditos tributários. A gente vê a discussão em evolução. Isso é muito bom. A CNC continua se esforçando para tentar melhorar o entendimento do setor de serviços. E a gente acredita que a gente pode ter avanço no Senado", avalia.
O entendimento é de que a alíquota reduzida em 60% para parte dos bens e serviços é "bem razoável". Há cerca de seis meses, a CNC sugeriu uma alíquota de 10,7% para o IVA. Em um cenário cuja alíquota de referência do IVA seja de 25%, a alíquota reduzida ficará no patamar dos 10%. "Se alinha às nossas expectativas para boa parte dos setores que a gente representa", diz o economista.
Ele afirma que o objetivo da entidade no segundo semestre será convencer os senadores a incluir outros segmentos que empregam bastante entre aqueles que terão IVA diferenciado.
Setor que mais emprega e responsável por 70% da riqueza produzida no país, os serviços temem pagar a conta da reforma tributária. Especialistas e representantes do segmento entendem que o texto aprovado na Câmara dos Deputados aumenta a carga de impostos sobre o setor.
Especialista em relações institucionais e governamentais da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a advogada Karoline Lima afirma que a aprovação da reforma é positiva porque o Brasil precisa simplificar o sistema de cobrança de tributos sobre o consumo. Além disso, ela comemora que vários segmentos receberam tratamento diferenciado no texto.
No entanto, diz que os empresários do comércio e dos serviços estão preocupados com o aumento de impostos sobre o setor, desconforto que cresce com a indefinição da alíquota do novo imposto que vai recair sobre os bens e serviços. "[A alíquota] vai ficar para o texto da lei complementar e não há nenhuma diretriz para a gente poder fazer uma margem de cálculo. O lojista quer saber quanto paga hoje e quanto ele vai pagar com esse texto que está posto. E a gente não tem resposta do relator, não tem resposta do governo", reclama.
Apesar da incerteza, ela diz que está claro que o setor vai acabar pagando mais impostos do que paga atualmente. "Falam que não vão aumentar a carga tributária, mas, quando a gente coloca na ponta do lápis, a projeção da carga que existe hoje, o quanto que os serviços pagam e quanto que a projeção vai trazer de aumento, isso deixa a gente preocupado. O nosso temor é justamente esse: está claro que vai ter esse aumento para o nosso segmento", pontua.
Para André Felix Ricotta de Oliveira, doutor em direito tributário, a discussão em torno da reforma foi apressada. Segundo ele, seria necessário que as leis complementares que virão depois da possível aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019 já estivessem disponíveis de modo que o real impacto das mudanças pudesse ser medido.
"No discurso, os políticos falam 'nós vamos desonerar a cadeia produtiva e vamos aumentar a tributação da renda e do patrimônio'. Esse é o modelo ideal. A gente saberia se isso é verdade se a reforma tributária do imposto de renda fosse apresentada. E não foi. É uma total falta de transparência. Vai fazer uma reforma sobre o consumo já elevando a alíquota dos prestadores de serviço. Aí virá uma reforma do imposto de renda, que ninguém garante que se aumentar a alíquota do imposto de renda depois vai diminuir a alíquota da tributação sobre o consumo", critica o presidente da Comissão de Direito Tributário da OAB-SP.
O consumidor final será o maior prejudicado em caso de aumento da carga tributária sobre o setor de serviços, lembra Guilherme Di Ferreira, diretor adjunto da Comissão de Direito Tributário da OAB-GO. "Hoje, um prestador de serviço que está pagando por volta de 5% de imposto começará a pagar 25% de imposto. Então, ele terá aumento de mais de 20 pontos percentuais na sua prestação de serviço. Isso, com toda certeza, será levado ao consumidor final".
Karoline Lima, da CNDL, diz que se houver aumento de carga tributária, os empresários terão de repassar os custos para o preço dos produtos e serviços, o que, no fim das contas, prejudica toda a economia. "Quando aumenta o preço do imposto, o consumidor não vai continuar comprando as mesmas quantidades sendo que o valor final está maior", alerta.
Segundo Karoline, ainda sim o texto aprovado na Câmara trouxe vários avanços importantes para o setor. Além dos bens e serviços ligados à saúde, educação, transporte, atividades artísticas e culturais, o relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) inclui os segmentos de hotelaria, parques de diversão, parques temáticos, restaurantes e aviação regional entre aqueles que terão alíquotas menores do que a alíquota padrão.
Câmara dos Deputados aprova PEC da reforma tributária em dois turnos
Somente em maio, o estado registrou 6.297 novas vagas com carteira assinada
Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, Goiás foi o estado do Centro-Oeste que mais gerou vagas de trabalho em maio, registrando 6.297 novas vagas com carteira de trabalho assinada. No ranking nacional, o estado ocupa a oitava posição entre os estados que mais criaram empregos no mês.
O destaque para crescimento do emprego formal foi o setor de serviços, que registrou um saldo de 3.431 postos formais de trabalho. Em seguida ficou a indústria, com 1.402 vagas criadas, seguida pelo comércio, 734. A construção gerou saldo positivo de 676 empregos no mês.
Para o economista Francisco Rodrigues, isso mostra uma recuperação gradual do setor pós-pandemia do coronavírus. Em 2021, cerca de 1,4 milhão de empresas foram fechadas no país, de acordo com o mapa de empresas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. “Isso mostra que está havendo uma diminuição dos custos das empresas. E ao mesmo tempo, o governo está gerando incentivos por meio dos bancos, aumentando o crédito também para as empresas e está vendo as isenções”, explica o economista.
De acordo com dados da última pesquisa realizada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), em abril, o setor de serviços em Goiás cresceu 2,4%, na comparação com o mesmo período de 2022. A alta se deu nas atividades de serviços de informação e comunicação (10,1%); outros serviços (9,4%); serviços profissionais, administrativos e complementares (1,9%); e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (0,9%).
Rodrigues aponta que esse crescimento alavanca a economia do estado e diminui o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “Ou seja, a inflação diminuindo contribui para a geração de emprego. No caso de Goiás, nós podemos observar que é um grande polo de geração de emprego do país, pois tem muitas empresas, muitas fábricas, muitas indústrias, com destaque para o setor de moda e roupas”, complementa.
Para Rodrigues, as expectativas para o próximo semestre são positivas, com mais geração de empregos e novas empresas a serem abertas. O que deve ajudar são as datas comemorativas, com novas produções para feriados e festas.
O economista Newton Marques diz que é importante estar atento ao que pode acontecer com a agropecuária e indústrias. “Se as taxas de juros caírem, como nós estamos imaginando, acabe respondendo mais. Mas o setor de serviços sempre vai ter o seu lugar, sempre vai ter o seu crescimento. Talvez não seja o maior, mas vai crescer também, porque ele cresce junto com a pecuária e têxtil”, explica.
O país acumulou saldo de 155.270 postos de trabalho em maio, resultado de 2.000.202 admissões e 1.844.932 desligamentos no mês, segundo o Caged.
O saldo positivo ganhou destaque também no setor de serviços, com crescimento de 54% no mês — e em 23 dos 27 estados brasileiros. O segundo maior crescimento de emprego formal no país ocorreu na construção civil, seguido da agropecuária.
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Índice alcança o maior valor desde outubro de 2022
O Índice de Confiança do Serviço (ICS) do FGV IBRE subiu 3,7 pontos em junho, alcançando 96,6 pontos. Este é o maior valor desde outubro de 2022, quando o índice atingiu 99,1 pontos.
A alta do índice acontece em vista da melhora na percepção sobre o momento atual. O Índice de Situação Atual (ISA) avançou para o maior nível desde outubro de 2022. O volume de demanda atual subiu e a situação atual dos negócios avançou.
Por sua vez, o Índice das expectativas também cresceu para o maior nível desde outubro de 2022. O Índice foi impulsionado pela melhora do indicador de demanda prevista nos próximos três meses.
A tendência futura dos negócios melhorou também. Ainda que haja queda das vendas previstas, esses dois setores compõem a expectativa futura dos agentes sobre a economia, que em conjunto, estão melhores que no último trimestre.
Em médias móveis trimestrais houve alta de 3,9 pontos, depois de acumular queda de 11,0 pontos nos dois trimestres anteriores. Esta melhora reitera a recuperação de demanda e redução do pessimismo dos empresários para o segundo semestre do ano.
Segundo especialistas da FGV, a melhora do setor neste mês e trimestre indica que “o pior já passou” - em referência a quedas recentes sofridas.
Não é possível afirmar que a recuperação continue firme nos próximos meses, em vista dos desafios da economia, porém há sinais de melhora. Este momento favorável é fundamental para a retomada da confiança dos serviços, dizem os especialistas da Fundação.
Os dados são da Fundação Getúlio Vargas, a FGV IBRE.
O volume de serviços no Brasil recuou 1,6% em abril de 2023, na comparação com o mês de março. Com o resultado, o índice ficou acima do nível pré-pandemia, mas abaixo de dezembro de 2022, que é o ponto mais alto da série histórica. Os dados foram divulgados pelo IBGE.
De acordo com o instituto, os serviços recuaram em 26 das 27 Unidades da Federação. Os maiores impactos vieram de Goiás e Rio de Janeiro, em resultado em torno de -5,5%. Outros resultados foram: Mato Grosso (-4,2%), Santa Catarina (-3,5%) e São Paulo (-1,5%). O único estado que exerceu contribuição positiva no mês foi o Ceará, em 1,0%.
A queda do volume de serviços em abril foi puxada por quatro das cinco atividades avaliadas, com destaque para a queda do setor de transportes (-4,4%), serviços de informação e comunicação (-1,0%) e profissionais administrativos (-0,6%). A única alta do mês ficou com serviços prestados às famílias, com elevação de 1,2%.
Apesar do cenário, a média móvel trimestral foi de 0,2%, alcançando o primeiro resultado positivo de 2023. O acumulado frente ao ano anterior foi de 4,8%, com taxas positivas em todas as atividades.
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) do FGV IBRE subiu pelo terceiro mês seguido, mas em menor magnitude do que nos meses anteriores: 0,5 ponto em maio, para 92,9 pontos, maior nível desde novembro do ano passado (93,7 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice subiu 1,3 pontos.
Segundo especialistas, ainda que o índice tenha aumentado em maio, a tendência do índice tem sido de desaceleração nos últimos dois meses. O resultado de maio foi influenciado pela melhora das expectativas. Porém, houve piora da percepção sobre a situação atual e pequena oscilação na demanda. Há resiliência do segmento de serviços prestados às famílias. Para os próximos meses, há redução do pessimismo, relacionado a uma perspectiva de melhora do cenário econômico.
A melhora de expectativas se reflete no Índice de Expectativas (IS), que subiu 2,5 pontos e atingiu maior patamar desde outubro de 2022, com 98,2 pontos. Também, contribui para este resultado o crescimento de 3,3 pontos do indicador de demanda e alta da tendência de negócios.
Já Índice de SItuação Atual (ISA), que também compõe o ICS e avalia a situação presente da economia, em vez da futura, recuou 1,4 pontos. No presente, os agentes econômicos tem piora da avaliação sobre a situação de negócios, em contraposição à expectativa, que permanece positiva.
Vale ressaltar que os últimos resultados positivos da confiança de serviços fazem com que o índice, em médias móveis trimestrais, registrasse recuperação. Essa melhora é percebida em quase todas as principais atividades do setor, com exceção dos segmentos de informação e comunicação. O segmento que mais se destacou foi o de serviços profissionais, que avançou tanto no presente, quanto no futuro próximo.
O número de pessoas com mais de 50 anos no mercado de trabalho mais que dobrou nos últimos 15 anos, de acordo com levantamento realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O estudo mostra que o número de trabalhadores com mais de 50 passou de 4,4 milhões em 2006 para 9,3 milhões em 2021, um aumento de 110,6%.
No mesmo período, o número de brasileiros com mais de 50 anos aumentou 63,2%, passando de 34 milhões, em 2006, para 55,5 milhões em 2021. O diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, afirma que essa é uma tendência mundial devido ao envelhecimento da população. Para ele, os profissionais mais experientes possuem atributos técnicos e socioemocionais perseguidos pelo mundo do trabalho.
“Temos um enorme aumento da participação relativa de pessoas de mais de 50 anos no mundo do trabalho, que é uma tendência em todos os países pelo envelhecimento da população, mas ela é mais acentuada no Brasil. E temos um problema agravante interrelacionado que é a dificuldade dos jovens conseguirem o primeiro emprego, a carteira assinada”, afirma.
Lucchesi explica que a permanência de trabalhadores com mais de 50 anos está associada às mudanças no regime previdenciário e às necessidades de se obter remunerações compatíveis com o padrão de vida. Segundo Lucchesi, aproximadamente um terço dos jovens que estão na faixa etária entre 18 e 24 anos não estudam nem trabalham. O diretor defende a importância do ensino técnico-profissional para o ingresso dos mais jovens no mundo do trabalho.
“Tudo isso coloca para nós uma reflexão sobre a importância de melhorar o sistema educacional, ter mais atenção ao projeto de vida dos jovens para que, no âmbito das suas vocações, eles possam se engajar melhor no mercado de trabalho. É claro que isso tem impacto positivo sobre um conjunto de políticas: política de distribuição de renda, política para juventude, política de segurança pública”, pontua Lucchesi.
Segundo a pesquisa, no período, o estoque geral de emprego cresceu 38,6%. Em 2006, os profissionais com mais de 50 ocupavam 12,6% do total de vagas. O número apresentou um crescimento de 51,6% em 2021, quando esses trabalhadores representavam 19,1% do total de empregos.
O levantamento mostra ainda que metade dos trabalhadores nessa faixa etária está localizada na região Sudeste. Entretanto, as regiões Norte e Centro-Oeste registraram o maior aumento proporcional: 129% e 132%, respectivamente, entre 2006 e 2021. Os setores com maior aumento proporcional na contração de trabalhadores com 50 anos ou mais foram Comércio (164%), Serviços (136%) e Indústria (96%).
Conforme mostra o estudo, dos postos ocupados por esse grupo, 38% foram preenchidos por pessoas com ensino médio completo e 24,6% com superior completo. O número de trabalhadores mais de 50 com mestrado e doutorado praticamente quintuplicou: de 26,4 mil profissionais para cerca de 150 mil.