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24/10/2025 22:00h

O ICEI também chegou a subir em três das cinco regiões do país, com destaque para o Nordeste, onde o indicador atingiu 52,1 pontos

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O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) Setorial aumentou em 21 setores, em outubro, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (24) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Apesar desse resultado, o indicador não reverte o quadro de pessimismo na indústria do país. Isso porque, mesmo com essas altas, somente cinco segmentos ultrapassaram a linha de 50 pontos, que indica um estado de confiança. É o que explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

“A maioria dos recortes ainda continuam mostrando falta de confiança por conta da perda que foi se acumulando em meses anteriores. Então, todos os portes de empresa ainda mostram falta de confiança, assim como 24 dos 29 setores industriais pesquisados e em 4 das 5 regiões brasileiras, todos ainda mostram falta de confiança, apesar da melhora registrada em outubro”, destaca.

Confira o cenário por setor:

  • Farmoquímicos e farmacêuticos – 56,7 pontos;
  • Serviços especializados para a construção - 54,9 pontos;
  • Extração de minerais não-metálicos - 54,2 pontos;
  • Manutenção e reparação – 51,7 pontos.
  • Perfumaria, limpeza e higiene pessoal – 50,9 pontos.

Outros 24 setores ficaram abaixo da marca de 50 pontos. Os segmentos menos confiantes são os seguintes:

  • Metalurgia – 41,5 pontos;
  • Calçados e suas partes – 43,4 pontos;
  • Couros e artefatos de couro – 43,4 pontos;
  • Madeira – 44 pontos.

 Ainda de acordo com o levantamento, houve queda em oito setores neste mês. Para o economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, entre os principais fatores que contribuem para essa falta de confiança do empresariado da indústria estão os níveis atuais das taxas de juros no país.

“A taxa de juros continua impactando o nível de atividade econômica, está desacelerando a economia brasileira e, como consequência, acaba impactando o nível de consumo e de produção e a indústria acaba sentindo esse impacto, não apenas pelo custo de captação do crédito, mas também pela diminuição da demanda de produtos industrializados. O nível menor de consumo exige menos produção e, consequentemente, acaba impactando e onerando a indústria brasileira”, considera.

Cenário por porte de empresa

A confiança das pequenas indústrias voltou a subir depois de quatro meses. O ICEI referente às empresas desse porte teve elevação de um ponto, o que aumentou a pontuação para 46,7. O resultado interrompeu uma queda de quatro meses consecutivos. Mesmo assim, os empresários continuam sem confiança, uma vez que o indicador segue abaixo da linha de 50 pontos.

Em relação às médias empresas, houve aumento no índice pela segunda vez seguida. Dessa vez, a alta também foi de um ponto, atingindo 47,9 pontos, porém, ainda longe do patamar de confiança.

Já quanto às grandes indústrias, o indicador registrou salto de 1,4 ponto, passando de 47,2 pontos para 48,6 pontos. De todos os portes analisados, essa categoria de empresa se encontra em um nível mais próximo de reverter o cenário de falta de confiança.

Confiança do empresário industrial por região

Os dados apresentados pela CNI também revelam que o ICEI ainda chegou a subir em três das cinco regiões do país. No Sul do Brasil, houve alta de 1,3 ponto, para 45,1 pontos.

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No Sudeste brasileiro, por sua vez, o aumento foi de 1,5 ponto, alcançando 46,8 pontos. Vale destacar que os resultados não foram suficientes para recuperar a confiança dos empresários dessas duas regiões. Já no Nordeste, o indicador subiu 0,6 ponto, atingindo 52,1 pontos, superando o patamar mínimo de otimismo.

O Centro-Oeste contou com o pior dos resultados em outubro, ao registrar um recuo de 1,2 ponto, levando o indicador a cair para 49,6 pontos. No Norte, a queda foi de 1,1 ponto, para 46,8 pontos, o que aprofundou a falta de confiança na região.

O ICEI Setorial

Para esta edição do ICEI Setorial, a CNI consultou 1.741 empresas. Desse total, 712 são de pequeno porte; 625 de médio porte; e 404 de grande porte. As análises foram feitas entre 1º e 10 de outubro de 2025.
 

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09/10/2025 12:00h

Durante a feira, cooperativas dos nove estados nordestinos apresentaram produtos típicos da região. Entre os itens estão cafés, chocolates, cajuína, mel e castanhas

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O Brasil participou da Anuga 2025, a maior feira de alimentos e bebidas do mundo, entre os dias 4 e 8 de outubro, em Colônia, na Alemanha. A presença brasileira, neste ano, se caracterizou por promover a inserção internacional da agricultura nordestina, ao concretizar a Missão Internacional da Agricultura Familiar do Nordeste. 

Essa iniciativa foi concebida pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com o Consórcio Nordeste, o Sebrae Nacional e a União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), com o objetivo de abrir mercados para a produção agropecuária e agroindustrial dos estados do Nordeste. 

Ao todo, 27 cooperativas dos nove estados nordestinos apresentaram ao público europeu produtos típicos da região, como cafés, chocolates, cajuína, mel, castanhas, farinhas especiais, flores e goma fresca de tapioca.

Para Alexandre Lima, coordenador do Consórcio Nordeste e secretário da agricultura familiar potiguar, há um largo potencial econômico na internacionalização das cooperativas nordestinas e o apoio da ApexBrasil, nesse sentido, tem sido fundamental:

“Temos aqui produtos de excelência, preparados para qualquer mercado do mundo. Essa nova fase da agricultura familiar é fruto dos investimentos em agroindustrialização e do trabalho conjunto dos governos”, pontuou.

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Segundo ele, a iniciativa representa, também, o reconhecimento, pela ApexBrasil, de que a agricultura familiar do Nordeste tem forte apelo em diversos mercados mundo afora, se beneficiando do crescimento da demanda por bens sustentáveis, tanto do ponto de vista social quanto do ecológico.

“O presidente [da ApexBrasil] Jorge Viana recebeu a ideia e a agência deu um apoio fundamental para que se tornasse realidade”, complementou.
Para o gerente de Agronegócios da ApexBrasil, Laudemir Müller, a presença das cooperativas nordestinas na Anuga contribuiu para o fortalecimento do setor em nível global.

“O mais importante, além do nosso tamanho, é a representatividade que a gente está trazendo. Temos aqui desde produtores, cooperativas, empresas médias, grandes. Estamos trazendo quem está começando e quem já é bastante experiente. Então é ApexBrasil, promovendo o Brasil, gerando emprego no Brasil, exportando e oferecendo segurança alimentar para o mundo”, afirmou.

Ampla participação

Este ano, a delegação brasileria contou com 350 empresas, das quais 142 expositoras estiveram distribuídas em seis pavilhões. Algumas delas são de outras regiões do país, como a Bom Princípio Alimentos, do Rio Grande do Sul.

O gerente de exportação da empresa, Vinicius Paiva, avaliou a experiência como positiva e destacou a oportunidade de ampliar negócios:

“Estamos aqui no pavilhão brasileiro, com o apoio da ApexBrasil. É muito importante estarmos aqui, mostrando o que o Brasil tem de melhor para o mundo, entre várias categorias de produtos. Nos sentimos lisonjeados por estar aqui podendo representar nossa empresa e nossa marca mundo afora”, considerou. 

Anuga: outras atividades

A programação da comitiva brasileira também incluiu visitas técnicas a redes varejistas e empresas na Alemanha, como Edeka Zurheide, Rewe, Lidl e Rossmann. Para a ApexBrasil, o objetivo foi compreender o funcionamento do mercado europeu e identificar oportunidades para os produtos brasileiros.

A Alemanha é o maior mercado consumidor de alimentos da Europa, com destaque para produtos naturais, orgânicos, veganos e sustentáveis – segmentos em que a agricultura familiar nordestina apresenta vantagem competitiva.

Segundo a Agência , em 2024, a Alemanha foi destino de 15,9% das exportações brasileiras de alimentos, totalizando USD 17, 6 bilhões, dentro do universo de quase USD 106 bilhões exportados a União Europeia (UE) no período. Atualmente, 13% de todos os alimentos e bebidas importados pela UE são oriundos do Brasil, no que se destacam o café verde, o farelo de soja, a soja em grãos e os sucos de frutas. 

Próximo destino

Após a participação na Alemanha, a comitiva seguiu para Lisboa, em Portugal, onde participa de um workshop sobre exportação que vai até sexta-feira (10). O evento inclui encontros com potenciais importadores e debates sobre modelos de organização e comercialização de cooperativas no mercado europeu.

Em Portugal, os participantes também acompanham uma apresentação sobre a experiência da Unicafes-BA, em parceria com a ApexBrasil, no desenvolvimento de um projeto de exportação bem-sucedido de produtos da agricultura familiar.

Anuga

A Anuga Alemanha é um evento realizado a cada dois anos, apontado como a maior feira de alimentos e bebidas do mundo. O evento expõe as principais tendências de mercado nesse setor, além de mobilizar formadores de opinião e mídia especializada.
 

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Em setembro, ICEI marcou 46,2 pontos, indicando piora na percepção sobre cenário atual. Mas expectativas avançam levemente

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A confiança do empresário industrial segue em queda. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), divulgado nesta quinta-feira (11), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), registrou 46,2 pontos em setembro de 2025, praticamente estável em relação a agosto (46,1), quando atingiu o pior nível do ano. O resultado mantém o indicador abaixo da linha dos 50 pontos pelo nono mês consecutivo, sinalizando pessimismo no setor.

Segundo Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, essa relativa estabilidade esconde movimentos opostos nos componentes do índice. “O índice aumentou 0,1 ponto, mas continua abaixo da linha divisória, que separa confiança de falta de confiança, que acontece desde o início do ano”, afirma.

Enquanto a percepção sobre as condições atuais da economia e dos negócios piorou, o índice de expectativas teve leve alta. “A avaliação das condições ocorrentes da atividade, da economia brasileira, que já vinha negativa, piorou. Já com relação às expectativas, elas seguem pessimistas quando se fala de economia brasileira, seguem bastante moderadas quando se fala da economia. Melhoraram um pouco na passagem de agosto para setembro”, explica o economista.

Azevedo ressalta que a taxa de juros elevada é um dos fatores que vêm contaminando a confiança do setor desde o começo de 2025. Segundo o especialista, isso tende a se refletir de forma mais concreta nas decisões do mercado. “O empresário com confiança tende a aumentar sua produção, tende a contratar, a investir mais e acontece ao contrário no momento atual com a falta de confiança, ele tende a reduzir sua produção, a adiar decisões de investimento e de contratação”, destaca.

De acordo com Azevedo, o cenário ainda é de cautela. “As expectativas seguem pessimistas quando se fala de economia brasileira. Elas melhoraram um pouco na passagem de agosto para setembro, mas o diagnóstico continua sendo o mesmo, de uma expectativa negativa de economia brasileira e uma moderação nas expectativas para a própria empresa”, completa

A pesquisa consultou 1.150 empresas, sendo 460 de pequeno porte, 418 de médio porte e 272 de grande porte, entre os dias 1º e 5 de setembro. O ICEI é realizado mensalmente.

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05/09/2025 04:50h

PL 1.087/2025 prevê alíquota de 10% sobre lucros distribuídos, enquanto amplia faixa de isenção do IRPF; setor produtivo vê risco de insegurança jurídica e retração econômica

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O debate em torno do Projeto de Lei 1.087/2025, em discussão no Congresso Nacional, está mobilizando entidades empresariais e especialistas em Direito Tributário. A proposta que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para quem recebe até R$ 5 mil mensais abre espaço para a volta da tributação sobre lucros e dividendos — extinta no Brasil desde 1996.

Se aprovado, o texto estabelece alíquota de 10% sobre dividendos pagos por pessoas jurídicas a pessoas físicas, sempre que o valor for igual ou superior a R$ 50 mil por mês, ou R$ 600 mil por ano.

Críticas do setor produtivo

Para a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a FecomercioSP, a medida corrige uma distorção histórica da tabela do IRPF, mas ameaça investimentos e empregos ao restabelecer um modelo que pode gerar insegurança jurídica, evasão fiscal e aumento da litigiosidade.

As entidades afirmam que, hoje, as empresas já arcam com uma carga de 34% sobre o lucro (IRPJ e CSLL), além de PIS, Cofins, ISS e ICMS. A tributação adicional sobre dividendos, segundo o manifesto divulgado nesta semana, “contraria os princípios de simplicidade e transparência tributária” e coloca em risco especialmente micro, pequenas e médias empresas — responsáveis por boa parte da geração de empregos e inovação no país.

“O governo precisa dar sua parcela de contribuição com redução do gasto público. Não é justo transferir essa conta para o setor produtivo, que já sustenta uma carga pesada”, reforça Alfredo Cotait Neto, presidente da CACB.

O que dizem os especialistas

O advogado tributarista e mestre em Direito pela PUC-SP, Thulio Carvalho, destaca que há duas questões distintas em jogo: a justiça tributária para pessoas físicas e o risco de retrocesso no ambiente de negócios.

“Uma coisa é atualizar a tabela do Imposto de Renda da pessoa física, que de fato está defasada e gera aumento indireto de carga. Outra coisa totalmente diferente é criar um imposto sobre dividendos, que não existe hoje e traria mais complexidade sem resolver o problema”, explica.

Segundo Carvalho, a meta poderia ser atingida de maneira mais simples: “Esse objetivo poderia ser alcançado por meio de ajustes de alíquota no IRPF, sem necessidade de uma nova incidência sobre dividendos, que acaba punindo a competitividade das empresas brasileiras.”

Pensamento que o vice-presidente jurídico da CACB, Anderson Trautman, compartilha. “Utilizar o aumento da carga tributária para viabilizar a medida, na nossa ótica, significa tirar competitividade das empresas brasileiras, especialmente dos pequenos negócios.”

O que pode acontecer se o PL for aprovado

Caso a proposta seja convertida em lei, especialistas projetam um cenário de maior insegurança jurídica, com espaço para interpretações sobre a chamada Distribuição Disfarçada de Lucros (DDL). Além disso, haveria impacto direto nos investimentos produtivos, reduzindo a atratividade do Brasil no cenário internacional e criando obstáculos extras para o crescimento econômico.

Na prática, o risco é de que a medida resolva parcialmente uma injustiça fiscal — a defasagem da tabela do IRPF —, mas crie um problema maior: mais complexidade tributária, menos competitividade e possível retração nos investimentos privados.
 

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Automação, reaproveitamento de resíduos e economia circular foram destaques em encontro Jornada Nacional de Inovação da Indústria em Sinop

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A cidade de Sinop (MT) recebeu, na terça-feira (2), encontro da Jornada Nacional de Inovação da Indústria, iniciativa promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com o apoio da Federação das Indústrias de Mato Grosso (FIEMT).

O encontro reuniu empreendedores, gestores e representantes do ecossistema de inovação em um dia de palestras, painéis e workshops voltados a temas estratégicos para a indústria local.

A programação contou com debates sobre transformação digital, logística industrial, transição ecológica, acesso a fomento para inovação e gestão empresarial. O objetivo foi aproximar empresas, especialmente micro e pequenas, a ferramentas e estratégias que fortaleçam a competitividade frente às novas demandas do mercado.

Mais do que falar de futuro, o evento mostrou que o Mato Grosso já vive essa transformação. Exemplos chamaram a atenção. A empresa local Thonet Interiores, por exemplo, está mudando a forma de produzir móveis planejados. Ao automatizar sua fábrica, a empresa reduziu a dependência da marcenaria tradicional, com reaproveitamento de resíduos.

Outro caso de destaque foi o da Giacomelli & Filhos, que construiu um ciclo sustentável “dos sonhos”, na avaliação do especialista em Políticas e Indústria da CNI, Rafael Grilli. A empresa planta soja e milho, transforma a produção em bioenergia e ainda utiliza os resíduos para alimentar o gado. “É um ciclo que se fecha de forma brilhante”, comentou.

As surpresas não pararam por aí. Os participantes também conheceram tecnologias capazes de mudar realidades, como a impressão 3D de casas, erguidas do zero em menos de dois dias.

“O evento mostrou um estado que está realmente abraçando a transformação tecnológica e sustentável de forma impressionante”, avaliou Grilli. “O que fica claro é que Mato Grosso está se consolidando como uma referência nacional em inovação, unindo duas grandes fortalezas, a indústria e o agronegócio. É o Brasil que inova e que se transforma”, destacou.

Avanços e desafios da inovação no estado

Os debates também revelaram desafios enfrentados pelos empresários locais. “Os empresários foram bem diretos sobre os problemas que enfrentam, como a falta de incentivos fiscais, muita burocracia para conseguir recursos para a inovação e a concorrência desleal, porque a fiscalização não trata todos os negócios de forma equânime. Na parte digital, a conversa foi bastante intensa. Por um lado, a inteligência artificial já está fazendo milagres. Tem processos que antes demoravam 15 dias e que hoje se resolvem em cerca de meia hora. Por outro lado, está difícil encontrar gente qualificada para colocar essas tecnologias para funcionar no nível da empresa”, explicou Rafael Grilli.

Jornada Nacional de Inovação da Indústria

Na região Centro-Oeste, Mato Grosso foi o primeiro estado a receber a jornada. Serão seis encontros que irão dialogar sobre a transição ecodigital. Além de Sinop, a caravana da passará por cidades de Goiás, do Mato Grosso do Sul e por Brasília (DF). O encontro regional está marcado para os dias 29 e 30 de outubro, em Goiânia (GO).

A Jornada Nacional de Inovação da Indústria começou em julho de 2025 e termina em março de 2026, no 11º Congresso de Inovação da Indústria. Neste período, o movimento itinerante percorrerá as 27 unidades da federação para conhecer novas tecnologias com identidade regional, promover diálogos e criar uma rede inovação no país.

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27/08/2025 04:00h

Sondagem da CNI mostra que empresários seguem preocupados com juros altos; confiança recua em agosto

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O índice de intenção de investimento da indústria da construção recuou em agosto para 40 pontos, menor nível registrado desde abril de 2023, segundo sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O principal fator para a queda é o impacto das altas taxas de juros no setor, que encarecem o crédito e dificultam a abertura de novos empreendimentos, cenário que reforça a tendência de desaquecimento dos planos de expansão das empresas.

“Ainda não temos uma queda da taxa de juros e isso certamente diminui o apetite para alguns tipos de operações do mercado, além de ter uma crise econômica externa também”, afirma Renato Correia, presidente da CBIC, que projeta que o segmento retome o fluxo de lançamentos até o fim do ano. No segundo trimestre de 2025, aponta a pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais, foram comercializados 102.896 imóveis, movimentando cerca de R$ 68 bilhões — o que representa um comportamento de estabilidade em relação aos quatro trimestres anteriores, de acordo com dados da CBIC.  

Ainda que julho tenha apresentado sinais pontuais de recuperação no desempenho da construção civil, incluindo o aumento da Utilização da Capacidade Operacional (UCO) e dos índices de evolução do nível de atividade e de número de empregados, a melhora operacional não se refletiu no humor dos empresários.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da construção caiu 1,3 ponto em agosto, ficando em 45,8 pontos. Valores abaixo de 50 demonstram pessimismo. A percepção negativa é explicada, em parte, pela piora da avaliação em relação à economia brasileira como um todo. O diagnóstico dos empresários é de que os custos de financiamento continuam altos e que a demanda pode perder força nos próximos meses.
 
Com isso, o índice de expectativa de nível de atividade caiu 1,7 ponto e fechou em 51,4 pontos, enquanto o de novos empreendimentos e serviços caiu 0,4 ponto, ficando em 50,1 pontos, muito próximo da linha que separa crescimento de retração. Mais preocupante foi a queda do índice de expectativa de compras de insumos e matérias-primas, que caiu 2,4 pontos e ficou em 49,8 pontos, abaixo do mínimo esperado.

“As expectativas negativas para a compra de insumos e matérias-primas, assim como as expectativas menos positivas para o nível de atividade, número de empregados e lançamento de novos empreendimentos e serviços na construção, são relacionadas às elevadas taxas de juros, que continuam, entre outras coisas, pressionando bastante o ambiente de crédito, que é tão fundamental para o setor”, ressalta a analista de Políticas e Indústria da CNI, Isabella Bianchi.

Efeito cascata

Segundo o economista-chefe do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP), Celso Petrucci, os números, na prática, demonstram que, diante da dificuldade de obter crédito em condições favoráveis, muitas construtoras podem optar por adiar projetos e reduzir a aquisição de materiais. Menciona também que o efeito cascata tende a atingir toda a cadeia produtiva, que inclui desde fornecedores de cimento e aço até empresas de serviços especializados, o que pode comprometer a manutenção de empregos.

Outra razão, na visão de Petrucci, que desestimula a ampliação de investimentos na indústria da construção civil é a recomposição pontual dos fundings (busca por capital para expandir ou viabilizar projetos) disponíveis, como a carteira do FGTS.    

“A última vez que o Minha Casa Minha Vida sofreu uma adequação em termos de subsídios e adequação de limites foi em julho de 2023. Quanto mais tempo passa, o custo de construção vai subindo, os lançamentos vão se adequando a uma nova realidade do mercado e vai se perdendo o efeito de todas as coisas melhoradas no programa”, analisa.

O economista-chefe do Secovi-SP defende, sendo assim, que o Minha Casa Minha Vida precisa “passar por uma releitura dos seus limites, descontos e de tudo que ele oferece”.

A Sondagem Indústria da Construção, divulgada pela CNI em parceria com a CBIC, foi realizada entre os dias 1º e 12 de agosto, ouviu 318 empresas do setor da construção em todo o país, sendo 122 de pequeno porte, 131 médias e 65 grandes.

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25/08/2025 17:10h

Programa nacional apoia famílias empresárias na transição entre gerações, combinando capacitação técnica, cases de sucesso e troca de experiências

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Diante da dificuldade de manter negócios familiares por gerações, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) criou a Jornada de Sucessão Empresarial, programa nacional que já passou por B. A iniciativa reúne empresários e herdeiros para discutir estratégias de governança, planejamento sucessório e continuidade dos negócios, oferecendo conteúdo técnico, cases de sucesso e espaços de troca entre famílias empresárias.

A iniciativa nasceu diante de um dado preocupante: uma em cada 4 empresas da indústria deverá lidar com o desafio de realizar a transição de ao menos uma de suas lideranças para as gerações mais jovens nos próximos anos. De acordo com Carolina Faust, coordenadora de Carreiras e Educação Executiva do IEL Nacional, muitas empresas não chegam à terceira geração por falta de um planejamento sucessório bem estruturado. Ela destaca que o estudo “Empreendedorismo Industrial – o perfil dos novos líderes”, realizado pelo Observatório Nacional da Indústria em parceria com o IEL, foi essencial para orientar a criação do programa de sucessão empresarial.

“A jornada de sucessão empresarial é um programa nacional do IEL que busca apoiar as empresas familiares num planejamento estruturado da sucessão. Então nós trazemos um programa que combina um conteúdo técnico de excelência, palestras de especialistas, cases práticos de famílias empresárias, além de proporcionar também espaços de troca entre esses empresários e os herdeiros”, explica Carolina Faust.

A proposta do IEL é fortalecer a governança, assegurar continuidade dos negócios e preparar as próximas gerações de líderes — uma necessidade urgente diante do cenário de sucessão apontado pelo estudo do Observatório Nacional da Indústria.

Sucessão familiar em prática

Um exemplo prático da jornada é a Costa Real Laticínios, de Buíque, no agreste meridional de Pernambuco. Fundada há cerca de 20 anos por Dr. Alex Costa, a empresa familiar produz queijos, manteiga e outros derivados do leite e emprega atualmente entre 50 e 70 funcionários. Hoje, Amanda Costa, filha do fundador, participa da transição de liderança com apoio do programa.

“Eu me dei conta de que a sucessão não é um momento exato, onde o pai se afasta e o filho assume. Existe de fato uma jornada, em que ambas as gerações precisam trabalhar juntas, dividir conhecimentos e equilibrar experiências antigas com inovação. O programa me deu a oportunidade de tratar tópicos difíceis de conversar no âmbito familiar, com leveza e naturalidade, e me trouxe sentimento de pertencimento e rede de apoio”, conta Amanda Costa.

O IEL reforça que a Jornada de Sucessão é voltada a empresários, herdeiros, membros de conselhos familiares e lideranças industriais que enfrentam o desafio da continuidade do negócio. Segundo Carolina Faust, “o programa promove práticas de governança, planejamento antecipado da sucessão e profissionalização da gestão, estimulando a separação clara entre o papel da família e da empresa e fortalecendo a visão de longo prazo.”

As empresas interessadas podem procurar os núcleos regionais do IEL, em parceria com federações estaduais e colegiados de novos líderes, para obter informações sobre inscrições e participação. O objetivo é garantir que o legado das famílias empresárias seja preservado, com práticas modernas e inovadoras, assegurando a competitividade e a perenidade dos negócios no Brasil.
 

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25/08/2025 03:00h

Medidas do Plano Brasil Soberano incluem crédito e isenções, mas setor produtivo insiste em negociações comerciais para evitar colapso das exportações

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“Crédito e financiamento não resolvem. Para quem já perdeu pedidos, isso só aumenta o endividamento. O governo precisa investir mais em negociação internacional e menos em medidas paliativas.”

A opinião é de Roberto Frey, diretor da Renar Móveis, empresa com mais de 50 anos de história em Fraiburgo, no centro-oeste catarinense. Especializada em móveis de madeira maciça e também reflorestadora, a companhia cresceu exportando para a Europa nos anos 1980 e, depois, consolidou os Estados Unidos como principal destino. Hoje, cerca de 40% de seu volume de vendas depende daquele mercado.

A decisão do governo de Donald Trump de impor um tarifaço de até 50% sobre produtos brasileiros já alterou a rotina da fábrica. Parte dos clientes aceitou pagar mais caro e repassar o custo para o consumidor final, mas outros simplesmente cancelaram pedidos futuros.

“Já reduzimos contratações e diminuímos a produção. Isso se reflete diretamente em empregos, compra de insumos e em toda a economia da cidade”, afirma Frey.

Pequenas e médias em risco

O caso da Renar Móveis não é isolado. Segundo a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), cerca de duas mil pequenas e médias exportadoras podem ser afetadas pela sobretaxa, respondendo por US$ 500 milhões em vendas anuais. Muitas delas não terão fôlego para suportar a medida se não houver mudança no cenário.

Em artigo publicado no O Estado de S. Paulo, o presidente da entidade, Alfredo Cotait Neto, alertou para a gravidade da situação.

“Esses empreendedores investiram muito para ampliar o comércio exterior e não podem ficar desassistidos. Se o tarifaço se mantiver, muitos empreendimentos poderão deixar de existir, aumentando o desemprego”, escreveu.

Para Cotait, o caminho é a negociação diplomática, sem recorrer a retaliações que agravariam ainda mais o ambiente econômico. “Negociar faz parte do DNA brasileiro, e não pode ser diferente agora”, defendeu.

As medidas do governo

No dia 13 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o Plano Brasil Soberano, tentativa de resposta imediata aos impactos do tarifaço. O pacote reúne ações em três frentes: fortalecimento do setor produtivo, proteção aos trabalhadores e diplomacia comercial.

Entre as medidas estão:

  • R$ 30 bilhões em crédito via Fundo Garantidor de Exportações, com prioridade para empresas mais afetadas;
  • Prorrogação da suspensão de tributos e aumento da restituição de impostos federais via Reintegra;
  • Criação da Câmara Nacional de Acompanhamento do Emprego, para monitorar postos de trabalho;
  • Expansão da diplomacia comercial, buscando abrir novos mercados e reduzir a dependência dos EUA.

O governo afirma que o objetivo é preservar empregos e preparar o país para ser mais competitivo em futuras disputas comerciais. Mas, para empresários como Frey, as medidas ainda estão longe de resolver o problema.

“Não é com crédito que vamos manter empregos. O que precisamos é de diálogo e de soluções que realmente garantam mercado para os nossos produtos”, reforça o diretor da Renar Móveis.
 

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12/08/2025 03:00h

Líderes entre 21 e 40 anos já são quase 28% dos sócios no setor e impulsionam inovação e crescimento

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Jovens de 21 a 40 anos estão cada vez mais presentes no comando de indústrias brasileiras, redesenhando o perfil da liderança empresarial no país. Eles já representam 27,9% dos sócios no setor e foram responsáveis por 8,1% das contratações formais entre 2022 e 2023, quase o triplo das realizadas por empresas sem participação de jovens.

Os dados fazem parte do estudo Empreendedorismo Industrial – O perfil dos novos líderes, elaborado pelo Observatório Nacional da Indústria, em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL). O levantamento mostra que essa nova geração chega com mentalidade mais digital, com foco em inovação e sustentabilidade, mesmo em empresas de cultura tradicional.

Segundo a gerente de carreiras e desenvolvimento empresarial do IEL, Michelle Queiroz, empresas com sócios jovens crescem mais e geram mais empregos por reunirem fatores como mentalidade mais arrojada, domínio de tecnologias emergentes, tolerância ao risco e capacidade de adaptação. “Os jovens líderes trazem energia, questionamento e propósito, enquanto os mais experientes oferecem visão estratégica e estabilidade. Quando bem conduzido, esse equilíbrio resulta em maior capacidade de geração de empregos, transformação cultural e impacto positivo no setor industrial”, destaca.

Um exemplo é Diana Castro, 39 anos, coordenadora nacional do Movimento Novos Líderes Industriais e sócia da Hebert Uniformes, empresa de sua família, com 63 anos de história na indústria de confecção da Bahia. Para ela, o preparo para assumir a liderança de uma empresa familiar exige maturidade, capacitação e visão estratégica. “Eu acredito que sucessão não é apenas sobre quem assume. É um compromisso que ele vai além da empresa. Quando a gente fala de empresa familiar, envolve todo um legado que foi construído, uma história de muitas pessoas, impacta a empresa, a comunidade, todo o setor. Essa transição de cargos é um compromisso que a gente tem com a história da empresa e com a história da nossa família”, afirma.

O estudo aponta que empresas industriais com mais de uma geração no quadro societário crescem três vezes mais. Nos próximos anos, mais de 100 mil indústrias brasileiras deverão passar por processos de transição de liderança. Para Diana, o segredo de uma sucessão bem-sucedida está na governança. “Não basta escolher alguém por um simples grau de parentesco. É preciso preparar essa pessoa, dar uma autonomia para essa nova geração. Então, quando existe governança, essas diferenças entre as gerações e essa missão da nova geração que está assumindo passa a ser realmente um diferencial estratégico para a empresa”, avalia.

Novos líderes: mudança de perfil

Hoje, quatro gerações convivem nas empresas: Baby Boomers (1945-1964), Geração X (1965-1984), Millenials ou Geração Y (1985-1999) e Geração Z (a partir de 2000). Há 108 mil indústrias no Brasil com pelo menos um sócio de 61 anos ou mais, sinalizando uma transição gradual em que líderes experientes cedem espaço para novos perfis.

Ainda assim, a renovação no setor industrial é mais lenta que em outros segmentos, devido ao perfil técnico e à curva de aprendizado mais longa. Baby Boomers ainda ocupam 21,7% dos cargos de liderança na indústria, acima da média nacional.

“Ao apoiar lideranças jovens e sucedidas em todo o Brasil, o IEL contribui para que a transição deixe de ser uma ruptura e se torne uma alavanca de crescimento e longevidade empresarial no setor industrial”, reforça a gerente de carreiras do IEL.

Novos líderes: liderar com propósito

A trajetória de Diana também foi moldada por sua participação em iniciativas do IEL. Sua empresa integrou a primeira turma do programa Inova Talentos, no qual ela atuou como mentora, e hoje ela lidera nacionalmente o Movimento Novos Líderes Industriais, que fomenta a troca de experiências entre jovens empresários.

“O IEL foi um catalisador muito importante na minha trajetória. Eu trabalho na indústria há 15 anos e a gente tem uma tendência inicial a ficar muito na operação. Então, ele me fez olhar para a empresa e para a indústria como um todo de uma forma mais estratégica. Na verdade, não só o IEL, como todo o sistema de indústria, eles ajudaram nesse olhar do ecossistema da indústria de forma mais ampliada”, destaca.

O IEL oferece programas para formar líderes desde o ensino médio, como o Projeto de Vida e Carreira, o IEL Carreiras, que desenvolve estagiários com perfil de liderança, e até capacitações executivas, como o Programa IEL Educação Executiva Global. A agenda inclui ainda fóruns, mentorias e projetos, como o Jornada de Sucessão Empresarial, que auxilia herdeiros e empresários no processo de transição.

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04/08/2025 22:00h

Com crescimento anual de mais de 150%, o desempenho do banco reforça o papel da instituição no fomento às micro e pequenas empresas da Região Norte

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As aplicações do crédito destinado a empresas realizadas no Banco da Amazônia somaram R$ 1,1 bilhão, no primeiro trimestre de 2025, um avanço de 22,6% em relação ao último trimestre de 2024 e de 150% na comparação anual. Um dos destaques do período foi o aumento de 71,4% nas contratações de capital de giro, que alcançaram R$ 394,5 milhões.

A performance positiva impulsionou o saldo da carteira de crédito voltado a negócios, que fechou o trimestre com R$ 4,7 bilhões, registrando alta de 27% em relação ao fechamento de 2024.

O relatório do 1º trimestre de 2025 do Banco da Amazônia destaca que esse crescimento está alinhado à estratégia do banco de ampliar o acesso ao crédito para dinamizar a economia regional, especialmente por meio de linhas voltadas a micro e pequenas empresas. Além disso, o documento ressalta que as linhas de crédito oferecem condições facilitadas para capital de giro e são vistas como motivações à modernização, à expansão e à geração de empregos no interior da Amazônia Legal.

“No 1T25, as vendas no comércio varejista dos estados da Amazônia Legal registaram crescimento médio de 6,15%, superando a taxa nacional, que ficou em 3,6%. Todos os estados da região apresentaram resultados positivos, com destaque para Amapá (16,4%), Tocantins (8,2%), Roraima (5,0%) e Acre (4,9%). Esse desempenho acima da média é atribuído a uma combinação de fatores, como o aumento de repasses de benefícios sociais, a recuperação gradual do mercado de trabalho local e a expansão do crédito ao consumo”, registra o documento.

Banco da Amazônia: linhas de crédito

O Banco da Amazônia oferece duas linhas de crédito de capital de giro voltadas à promoção da sustentabilidade financeira dos negócios, para aquisição de matérias-primas, insumos, bens ou produtos para a formação ou manutenção de estoque do empreendimento.

As linhas são segmentadas conforme o porte da empresa:

  • Amazônia Giro Essencial: para micro e pequenas empresas, com até quatro meses de carência e 48 meses de prazo total;
  • Giro Amazônia: destinada às médias e grandes empresas, com até quatro meses de carência e 60 meses de prazo total.

Banco da Amazônia: caso prático e desafios

Um estudo publicado na revista Foco, assinado por Tayanne Rodrigues de Lima, Fabricia da Cruz Bastos e Marcinilda dos Santos Gastão, analisou a atuação do banco junto às Micro e Pequenas Empresas (MPEs), na cidade de Maués (AM). A pesquisa revelou que, embora o acesso ao crédito ainda enfrente obstáculos, como burocracia e dificuldades documentais, programas como as linhas de crédito oferecidas pelo Banco da Amazônia têm sido ferramentas eficazes para alavancar o capital de giro, promover a modernização e impulsionar o crescimento dos negócios locais.

A análise destaca a importância de políticas públicas e financeiras voltadas ao fortalecimento do setor empresarial em regiões com maior “carência” socioeconômica. O estudo identificou avanços relevantes na oferta e contratação de crédito, mas também apontou desafios estruturais, como a necessidade de capacitação dos empreendedores, a simplificação de processos e maior articulação entre o banco, instituições de ensino e entidades de apoio.

Conforme as autoras, o impacto das estratégias do Banco da Amazônia pode ser ainda mais expressivo se houver integração com políticas de educação empreendedora e redução das barreiras de acesso ao crédito. “O fortalecimento de parcerias com instituições de apoio, como o SEBRAE, pode ser um caminho eficaz para democratizar o conhecimento financeiro e ampliar a inclusão produtiva na região”, indicam.

A conclusão do estudo aponta que o crédito, quando aliado ao suporte técnico e ao planejamento estratégico, torna-se um “instrumento poderoso para transformar realidades e promover um crescimento mais justo, sustentável e duradouro no contexto amazônico”.

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