O Governo Federal, por meio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), lançou, nesta sexta-feira (15), edital para impulsionar a economia da chamada Amazônia Azul, que inclui toda a costa marítima brasileira, compreendendo as áreas marinhas situadas ao largo da porção continental e as localizadas ao redor das ilhas oceânicas e rochedos, como o Arquipélago de Fernando de Noronha e as ilhas Trindade e Martim Vaz.
O objetivo do edital é selecionar projetos que tenham como foco reduzir das disparidades econômicas e sociais no Brasil por meio do crescimento econômico, geração de renda e melhoria da qualidade de vida da população da região costeira do País. As propostas devem ser enviadas, por meio do Sistema Eletrônico de Informações do MIDR, até 10 de novembro.
“Esta iniciativa abre as portas do MIDR para apoiar e discutir, com a comunidade acadêmica e a sociedade, projetos em municípios costeiros que tenham como foco a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento econômico das regiões associados à economia do mar”, destaca a secretária nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial, Adriana Melo. “Com esse projeto, vamos promover elos entre as gestões municipais e as cadeias produtivas presentes no território, por meio de projetos de inovação e muito diálogo com todos os interessados”, completa.
Segundo a diretora de Gestão de Informações, Monitoramento e Avaliação do MIDR, Giuliana Correa, a Pasta tem três linhas estratégicas de atuação em relação à Amazônia Azul. “O primeiro foco é o desenvolvimento de instrumentos de planejamento regional e sub-regional para o aproveitamento da economia do mar. Já o segundo é a melhoria das gestões municipais, para aproveitamento das peculiaridades e potencialidades geradas pelas atividades econômicas locais, com sustentabilidade. E a terceira linha é o desenvolvimento de projetos locais, cujas experiências desenvolvidas pela academia e pela sociedade possam ser replicadas”, explica. “Nossa ideia é sempre realizar parceria com as instituições de ensino e pesquisa, fortalecendo as iniciativas aplicadas ao território, que nos auxiliam a construir oportunidades de emprego e renda e a garantir a preservação dos recursos naturais do nosso país”, ressalta.
O chamamento público busca estabelecer parcerias com universidades e institutos federais ligados à rede de Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). A colaboração será formalizada por meio de Termos de Execução Descentralizada (TED), com foco em apoiar projetos de pesquisa, extensão e desenvolvimento científico e tecnológico.
As pesquisas devem estar em consonância com a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), a Política Nacional de Recursos do Mar e as metas alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)
As principais pautas defendidas pelo Brasil na Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP28) são a transição para uma economia de baixo carbono, adaptação à mudança do clima e avaliação do avanço do Acordo de Paris. Esse foi o tema de um dos painéis do evento “Diálogo Pré-COP28: o papel da indústria na agenda de clima”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, na última terça-feira (12).
O secretário substituto de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Aloisio Melo, comentou a agenda brasileira para a COP28, prevista para acontecer de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
“São vários temas. O primeiro é que tenha um processo de avaliação global sobre o avanço do Acordo de Paris, um processo que seja consistente e que mostre qual é a lacuna em termos de compromisso dos países rumo ao objetivo maior do Acordo de Paris, que é o de manter o aquecimento global limitado a 1,5ºC de forma que os prováveis impactos sejam administráveis. Tem que ser um processo de avaliação robusta que coloque na mesa a necessidade de os países avançarem no sentido de compromissos mais fortes, mais consistentes para que esse objetivo venha a ser atendido”, afirma.
Em 2022, na COP27, o Brasil ratificou os compromissos que foram firmados no Acordo de Paris, de reduzir em 37% suas emissões de gases de efeito estufa até 2025; e em 50% até 2030; além de atingir a neutralidade climática até 2050.
O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, destacou a responsabilidade e o protagonismo do Brasil no que diz respeito ao meio ambiente. Ele ressaltou que a biodiversidade brasileira é mais rica do que a da Europa e dos Estados Unidos e que, por isso, não há como comparar, por exemplo, as leis ambientais. Jorge Viana citou ainda qual o principal desafio do Brasil na COP28.
“Qual é o nosso desafio hoje? Voltar para a Europa, voltar para as COPs com a narrativa correta, repondo o Brasil na posição que ele não deveria ter saído, de protagonista desse processo. E eu acho que é esse o desafio da COP28. Chegar com altivez, mas chegar unido. O nosso desafio na COP28 é estarmos juntos”, pontua.
Para o embaixador extraordinário para a Mudança do Clima, Luiz Alberto Figueiredo, o combate à mudança do clima abre oportunidades para investimentos e crescimento econômico e social. Ele afirma que um “crescimento verde” vai trazer geração de emprego e renda. Figueiredo destaca a importância do papel de liderança que o Brasil pode desempenhar na COP28.
“A COP28 será um momento de retomada para nós. Um momento em que voltaremos aos grandes palcos da negociação internacional climática, com o que mostrar, com o que dizer e com o sentido de liderança que, ao longo dos anos, soubemos manter exatamente por essa irmandade de pensamentos entre os vários setores da sociedade brasileira: governo, sociedade civil, Legislativo, Judiciário. Todos temos uma consciência muito clara do que precisa ser feito e todos temos uma consciência muito clara de que o Brasil é um país que lidera”, ressalta.
A estratégia para uma economia de baixo carbono defendida pela CNI é estruturada em quatro pilares: transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal. De acordo com a entidade, “o objetivo é acelerar a implementação de programas e tecnologias necessários ao avanço rumo à redução de emissão de gases do efeito estufa, no curto e médio prazos, e à neutralidade climática em 2050”.
A diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg, ressalta que a COP28 será palco de importantes debates para a ação climática mundial, como o mercado global de carbono. Ela afirma que a expectativa é que as negociações resultem em ações concretas e equitativas. Messenberg defende ainda a relevância da atuação do Brasil na conferência devido à matriz energética limpa e à biodiversidade do país.
“Precisamos acelerar a descarbonização de forma responsável, permitindo, ao mesmo tempo, o acesso à energia para todos, promovendo desenvolvimento sustentável e apoiando a transição justa. O Brasil tem um papel fundamental nesse processo. Buscamos alcançar uma economia mais resiliente, que valorize nossa biodiversidade com a geração de oportunidade de investimentos mais bem direcionados para o crescimento econômico sustentável”, argumenta.
Ao todo, três barragens da Vale deixaram o nível de emergência desde o início de 2023
A Vale obteve Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) positiva para a barragem PDE3, localizada na mina Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG), o que configura a segurança da estrutura. O nível de emergência da mesma foi encerrado.
Ao todo, três barragens da Vale deixaram o nível de emergência desde o início de 2023. Além das três, outras oito estruturas da Vale tiveram o nível de emergência encerrado em 2022. Das 20 que ainda mantêm algum nível de emergência, todas as que recebiam rejeitos estão inativas e 11 estão em processo de descaracterização. As barragens são monitoradas permanentemente e recebem ações contínuas para aprimorar a segurança.
A obtenção de DCE demonstra o compromisso da Vale em implementar iniciativas como o novo sistema de gestão das estruturas de disposição de rejeitos da empresa, voltado pelos aprendizados com o rompimento da barragem em Brumadinho e pelas melhores práticas internacionais, como as definidas no Padrão Global da Indústria para a Gestão de Rejeitos (GISTM, em inglês).
A barragem PDE3 passou por obras de reforço, o que confirmou as condições de segurança e estabilidade do barramento, e viabilizou a retirada de nível de emergência e a obtenção da DCE. A estrutura contém em torno de 70 mil m³ de sedimentos e foi construída pelo método de etapa única. A Vale comunicou a ação aos órgãos competentes, conforme as diretrizes estabelecidas no Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) das estruturas e na legislação vigente, incluindo a Agência Nacional de Mineração (ANM), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), Defesa Civil Estadual e Municipal e a auditoria técnica que acompanha os trabalhos na estrutura.
Com objetivo de desenvolver e fortalecer a cultura de prevenção nas localidades onde atua, a Vale tem equipes dedicadas a fazer a gestão de emergências junto às comunidades e em conjunto com a Defesa Civil e órgãos competentes. A mineradora realiza periodicamente treinamentos e exercícios simulados para preparar a população em caso de emergências com barragens, além de testes rotineiros dos equipamentos de alerta. As principais barragens da Vale são monitoradas 24 horas por dia e 7 dias por semana pelos Centros de Monitoramento Geotécnico (CMGs) da empresa, além de receberem inspeções regulares de equipes internas e externas, que agem prontamente quando são necessárias ações preventivas ou corretivas.
Crescimento do setor mineral no estado está diretamente ligado ao desenvolvimento econômico
Na apresentação para empresários e autoridades da mineração, na Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (EXPOSIBRAM), o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballal, abordou a palestra “Bahia: A bola da vez da mineração, o papel da CBPM e os minerais estratégicos”. O executivo disse que o crescimento do setor mineral no estado está diretamente ligado ao desenvolvimento econômico.
Foram levantados assuntos relevantes que envolvem a nova província mineral da Bahia e o potencial da área que envolve minérios de níquel-cobre-cobalto, ferro-titânio-vanádio e de fosfato. “Neste momento de mudança, da transição energética, em função do apelo proveniente das alterações climáticas, é fundamental que todos compreendam a importância que a mineração terá. A Bahia será a bola da vez, pois é um estado importantíssimo neste contexto, devido às suas características geológicas, que serão fundamentais neste processo. A Bahia ocupa o terceiro lugar entre os estados brasileiros na produção mineral, mas possui a maior multiplicidade destes minerais estratégicos no Brasil”, ressaltou o presidente da CBPM.
Carballal comentou ainda que a Bahia é o único estado brasileiro a produzir níquel sulfetado, um dos minerais únicos de transição energética e de difícil ocorrência. “Devemos ultrapassar o âmbito da pesquisa mineral, passando a ser uma empresa de mineração associada aos empreendimentos minerais, aliada à iniciativa privada”. O presidente da CBPM disse ainda que o estado desenvolve soluções de logística e de infraestrutura que respeitam os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e as práticas ESG. “Essa compreensão é proveniente do entendimento das missões que o governador Jerônimo Rodrigues nos delega e acompanha de perto, estando presente constantemente neste caminho que traçamos, visando colocar a Bahia neste cenário”, concluiu Carballal, que participou da EXPOSIBRAM, ao lado do diretor-técnico da CBPM, Manoel Barretto, e do chefe de gabinete da estatal, Carlos Borel.
A votação da reforma tributária no Senado deve acontecer no decorrer de outubro, segundo o presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Em evento em Washington, nos Estados Unidos, o parlamentar afirmou, nesta sexta-feira (1º), esperar que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019 seja promulgada ainda em 2023. Com as mudanças realizadas no Senado, o texto terá de ser analisado novamente na Câmara.
Pacheco enfatiza a importância da participação dos estados e municípios nas discussões sobre a reforma. O presidente do Senado lembra que, nos últimos anos, o Brasil modernizou sua legislação com a aprovação de medidas, como as reformas da previdência e trabalhista, além da capitalização da Eletrobras e da autonomia do Banco Central — o que mostra a capacidade de o país modernizar também o sistema tributário. Segundo o senador, a soma dessas medidas gera segurança jurídica e atrai investimentos.
“Então a reforma tributária tem esses dois aspectos: o que ela representa em si e o que ela representa também em demonstração de capacidade de o Brasil fazer importantes transformações”, argumenta.
O senador afirma ainda que a adoção de um sistema tributário simplificado — por meio de um imposto único — e menos burocrático melhora o ambiente econômico, mas alerta que a economia brasileira não pode depender apenas da reforma tributária.
“Há uma regra de transição muito considerável, de modo que nós não podemos fiar todas as nossas perspectivas econômicas na reforma tributária. Ela é muito importante, ela é bem imprescindível, mas ela gerará efeitos ao longo do tempo no Brasil. O que nós precisamos fazer agora são as medidas que são necessárias para se ter uma arrecadação basicamente suportada por aqueles que não pagam e que devam pagar. Muito melhor do que aumentar carga tributária é aumentar alíquota de impostos”, pontua.
De acordo com Rodrigo Pacheco, estímulos para o desenvolvimento sustentável podem ser inseridos no texto. Ele lembra que a reforma prevê regimes especiais de estímulo para áreas com saúde e educação. E defende que o tratamento de resíduos sólidos, a reciclagem e a transformação de lixo em energia também sejam estimulados.
“Esse e outros temas podem surgir como medidas necessárias para poder se estimular o desenvolvimento sustentável, que passa por uma uma série de coisas, desde saneamento ao combate ao desmatamento ilegal. Tudo isso tem um apelo de meio ambiente que precisa ser estimulado no Brasil. Não significa que não devam recolher tributos, vão recolher, mas isso precisa ser estimulado“, argumenta o parlamentar.
O estado do Mato Grosso tem capacidade de expandir a piscicultura na região. Atualmente, a produção de pescados no estado é de 40 mil toneladas ao ano. Com o intuito de descobrir quais são os principais entraves, desafios e traçar um raio-X do setor, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) está destinando R$ 2,4 milhões para financiar pesquisa coordenada por pesquisadores da UFMT.
A superintendente de Agronegócio e Crédito da Sedec-MT, Linacis Silva, explica qual o objetivo do estudo e como vão capacitar os profissionais.
“O objetivo principal do estudo é determinar a prevalência de salmonella nas pisciculturas do estado de Mato Grosso e com isso trabalharmos A otimização de protocolos de boas práticas, tanto referente à produção, a despesca, industrialização do pescado de forma a combater e manter o controle da Salmonella. Além disso, se identificados, trabalharemos a atualização de protocolos, bem como validar métodos alternativos que estão sendo estudados como o uso de probióticos, do cloro e do ozônio. Além disso, capacitar profissionais para a piscicultura para o combate, o controle, e trabalhar a elaboração de materiais para a divulgação das tecnologias que serão desenvolvidas”, explicou.
Os trabalhos devem percorrer outras 530 propriedades em 50 municípios nos três biomas: Amazônia, Cerrado e Pantanal, até 2024. Nesse primeiro momento, os estudos começaram pela Baixada Cuiabana, onde foram visitados oito dos 13 municípios da região e realizadas coletas em 25 pisciculturas.
Além disso, Linacis Silva afirma que a meta para a finalização da primeira etapa do estudo é de aproximadamente três anos.
“É um prazo de três anos para execução desse trabalho, a primeira etapa no estudo. Daí a identificação, coleta de materiais, realização de análises para identificar essa previdência da salmonella. Posteriormente, fazer a avaliação do uso de probióticos tanto na água quanto na ração, na sequência, fazer adequação de boas práticas agropecuárias e boas práticas de fabricação para o controle da salmonella, propor as alternativas e a última meta que é a formação de recursos humanos altamente capacitados para trabalhar no controle da salmonela e na transferência de tecnologia para as pisciculturas do estado, bem como para os entrepostos de pescado do nosso estado”, concluiu.
As visitas dos pesquisadores devem ocorrer junto com fiscais do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), também parceiro do programa. Ao todo, o estado possui cerca de 4.300 propriedades produzindo pescado.
Formado por 34 instituições financeiras de desenvolvimento, o Sistema Nacional de Fomento (SNF) desempenha um importante papel no financiamento de ações que colaboram para o cumprimento da Agenda 2030 e o desenvolvimento sustentável do Brasil. O SNF é responsável por 70% do crédito para investimento realizado no país. A coordenadora residente das Nações Unidas no Brasil, Silvia Rucks, destaca o quanto o sistema é primordial para alcançar os objetivos globais de sustentabilidade no país.
“Aqui no Brasil, o Sistema Nacional de Fomento tem o potencial de ser um motor de mudança, transformando compromissos em ações concretas. O sistema das Nações Unidas gostaria de destacar a importância da criação de soluções de financiamento sustentáveis e inovadoras e de estímulo aos ODS, que levam o sistema financeiro nacional de desenvolvimento a um papel ainda mais influente na superação das assimetrias sociais, econômicas e ambientais, bem como na promoção das iniciativas prioritárias da agenda 2030”, afirmou.
A declaração aconteceu durante a abertura do Fórum de Desenvolvimento da Associação Brasileira de Desenvolvimento, a ABDE. O evento ocorre nesta quarta e quinta-feira (30 e 31) em formato híbrido. Também presente na solenidade, a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, reafirmou a importância da rede de fomento para o país e a atual busca por uma indústria ambiental e socialmente sustentável por parte dos setores público e privado.
A ministra ainda destacou a importância da articulação das Nações Unidas para se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, também chamados de Agenda 2030, que abordam os principais desafios de desenvolvimento do Brasil e do mundo.
“O sistema ONU, como um todo, tem tido um papel importantíssimo em fomentar essa agenda de desenvolvimento sustentável para a gente conseguir de fato implementar os ODS. Agora a gente está o mundo inteiro pensando pelo menos, tentando caminhar em uma única direção — e sem dúvida as instituições multilaterais internacionais têm um papel central nisso”, explicou.
O SNF é visto como uma ferramenta para concretizar planos de ação para o desenvolvimento sustentável. Dessa forma, colabora para transformar missões em ações e acelerar o cumprimento da Agenda 2030. Além de financiamentos, contribui com conhecimento especializado e serviços para a sustentabilidade das regiões brasileiras.
O presidente da ABDE, Celso Pansera, reforçou o compromisso em tornar o sistema ainda mais robusto e integrado às iniciativas governamentais.
“Estamos com a firme missão de fortalecer o Sistema de Fomento Nacional, aderente às iniciativas do governo, especialmente nisso que está sendo chamado de neoindustrialização, com os eixos que a neoindustrialização traz para o Brasil, que é a sustentabilidade, do ponto de vista ambiental, e que seja equânime, do ponto de vista social, questão da raça, questão de gênero, questão de salários, de condições de trabalho, são para a gente também bandeiras que a ABDE irá levar junto com o sistema de fomento para o desenvolvimento e a retomada da economia nacional”, afirmou.
O Sistema Nacional de Fomento é formado por instituições de desenvolvimento associadas à ABDE, entre eles bancos públicos federais e de desenvolvimento, bancos cooperativos e agências de fomento.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a entrada de novos países no Brics — que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, nesta terça-feira (22), em Joanesburgo, na África do Sul. No Fórum Empresarial do Brics, Lula destacou o potencial do bloco para o desenvolvimento econômico global e a importância da atuação conjunta entre os setores público e privado. O fórum é uma das agendas do setor privado que acontece antes da cúpula geral do Brics, que vai até o dia 24 de agosto.
“O dinamismo da economia está no sul global e o Brics é sua força motriz. O Brics tem uma chance única de moldar a trajetória do desenvolvimento global. Vocês, empresários, fazem parte desse esforço. Nossos países reunidos representam um terço da economia mundial. Essa relevância vai crescer com a entrada de novos membros plenos e parceiros no diálogo. A colaboração entre os setores público e privado é vital para aproveitar esse potencial de alcançar resultados duradouros.”, afirmou o presidente brasileiro.
Brics: ampliação deve ser principal pauta de discussão na cúpula do bloco
Brics deve superar participação do G7 na economia global até 2028
Lula lembrou ainda que, em dezembro, o Brasil assumirá a presidência do G20 — grupo que reúne as principais economias do mundo — e que isso pode ser uma oportunidade para o avanço em temas de interesse do sul global. O chefe do Executivo ressaltou ainda a importância do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o chamado banco do Brics, comandado atualmente pela ex-presidente Dilma Rousseff, para a colaboração entre as economias emergentes.
“Nosso banco conjunto deve ser um líder global do financiamento de projetos que abordam os desafios mais urgentes do nosso tempo. Ao diversificar fontes de pagamento e moedas locais, expandir sua rede de parceiros e ampliar seus membros, o NDB constitui uma plataforma estratégica para promover a cooperação entre os países em desenvolvimento”, pontuou.
Segundo o governo federal, em 2022 o volume de transações entre o Brasil e os parceiros do Brics chegou a US$ 177,7 bilhões, sendo US$ 99,4 bilhões em exportações brasileiras para China, Índia, Rússia e África do Sul e US$ 78 bilhões em importações de produtos vindos desses países. De janeiro a julho de 2023, o volume já atingiu US$ 102,3 bilhões (US$ 63,2 bilhões em exportações e US$ 39 bi em importações).
Brasil vai assumir a presidência do G20 e do B20, braço empresarial do grupo
Confederação Nacional da Indústria discute atuação conjunta com o Banco do Brics
Esta é a segunda vez que a África do Sul é sede da Cúpula do Brics. A primeira foi há 10 anos, em Durban, quando foi criado o Conselho Empresarial do Brics (Cebrics). O conselho tem como objetivo assegurar que as principais prioridades do setor privado sejam efetivamente comunicadas aos líderes dos governos do Brics durante a cúpula.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) é a secretária-executiva do mecanismo no Brasil. De acordo como o presidente-eleito da entidade, Ricardo Alban, as discussões giram em torno de uma convergência para ações e políticas públicas. Ele acredita que existe uma janela de oportunidades para a indústria brasileira e para o Brasil no mundo.
“Se neste momento estamos todos tão conscientes da necessidade da neoindústria, temos a responsabilidade e a obrigação de aproveitar essas oportunidades, traçar políticas públicas convergentes, priorizar para que tenhamos focos e garantir as verdadeiras entregas. E dentro dessas entregas, o Brasil tem a oportunidade de voltar para o mercado internacional com indústria de manufaturas, com produtos verdes, descarbonizados, já que nós vamos ser um grande produtor de energia verde e sustentável”, afirma o presidente-eleito da CNI.
Para Alban, a adoção de uma moeda única no Brics ainda é algo “questionável”, mas acredita que, durante as conversas entre os governantes dos cinco países, seja possível a construção de um meio de pagamento único. Ele defendeu que qualquer decisão seja tomada com cautela para que não haja equívocos de ordem monetária ou financeira.
A estrutura do Cebrics é formada por nove grupos de trabalho que contam com mais de 90 representantes brasileiros, que têm como objetivo a formulação de recomendações por temas.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, afirmou que o potencial do Brasil na produção de energia limpa é fundamental para o processo de revitalização da indústria brasileira. Para ele, o país pode se beneficiar com as atividades de poweshoring, estratégia que visa realocar complexos industriais para países que oferecem energias alternativas, limpas, seguras e abundantes.
“As fontes renováveis têm uma participação de 47,4% na nossa matriz energética. Um percentual superior à média de 14,1% do mundo. Para que essas vantagens comparativas se transformem em fatores importantes para a energia, necessitamos de medidas que ampliem a eficiência energética da indústria. Também são indispensáveis ações de fomento à cadeia do hidrogênio de baixo carbono e de outras fontes renováveis. São igualmente importantes os estímulos aos investimentos em bioeconomia e a instituição do mercado regulado de carbono”, diz.
A declaração foi feita durante discurso de abertura do evento Powershoring e a NeoIndustrialização verde do Brasil, realizado pela CNI, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), nesta terça-feira (15).
“Hoje um dos elementos determinantes da competitividade é o combate às mudanças climáticas. Nesse novo cenário, as empresas têm direcionado seus investimentos para países, regiões que dispõem de oferta abundante de energia limpa a preços competitivos. Com essa estratégia que chamamos de powershoring, as indústrias visam atender ao aumento da demanda por produtos sustentáveis e se adequar às regras internacionais para proteção do meio ambiente”, explica o presidente da CNI.
Na ocasião, vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ressaltou que o Brasil possui inúmeras oportunidades para se destacar no contexto da economia sustentável.
“A pergunta sempre foi: onde eu fabrico bem e barato? Agora é: onde eu fabrico bem, barato e consigo compensar as emissões de carbono? Aí, o Brasil é a grande alternativa. Nós vamos ter uma grande oportunidade, nós já somos o quinto país do mundo em atração de investimento direto. Isso pode crescer enormemente. A neoindustrialização é exatamente inovação e verde”, conclui.
O diretor de Desenvolvimento Indústria, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon, enfatiza que o Brasil tem uma janela de oportunidades com a agenda de sustentabilidade, mas é preciso pensar também no desenvolvimento da cadeia produtiva brasileira.
“O Brasil pode atrair um fluxo grande de investimento com sua matriz energética e capacidade de desenvolver tecnologias verdes e bioeconomia, mas não podemos apenas receber os investimentos, como a gente agrega valor à economia e como a indústria brasileira se incorpora nessa cadeia. Queremos atrair as indústrias, queremos que usem nossa matriz energética, mas que também aproveitem para desenvolver tecnologias aqui, tragam seus centros de pesquisa e utilizem a cadeia produtiva brasileira, que é muito forte”, afirma.
O powershoring reúne estratégias empresariais de localização de plantas industriais e de produção em países com potencial de oferta de energias limpas, baratas, seguras e em grande escala. Dessa forma, é possível atrair investimentos estrangeiros para países como o Brasil, que possuem uma matriz energética diversificada e abundante.
Para o vice-presidente do setor privado do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), Jorge Arbache, além do aumento do movimento de investimentos para o Brasil ao longo dos próximos anos, o powershoring deve trazer inúmeros benefícios para o país.
“O nosso maior desafio é o de acelerar e escalar esse processo de uma maneira ordenada de tal forma que se possa entregar o maior benefício possível para todos os envolvidos. E quem se beneficia do powershoring? A empresa que protege a sua competitividade, o país emissor ou de origem da empresa, o país receptor das plantas industriais, que se beneficia dos investimentos da tecnologia, das exportações e do impulso às cadeias de valor nacional e regional. A economia local em razão da geração de emprego, renda, impostos e o meio ambiente que se beneficia de uma mais rápida transição energética, do aumento da produção de produtos verdes e do mercado de créditos de carbono”, afirma.
Hidrogênio verde: Brasil possui forte potencial competitivo no mercado mundial
O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, participou do seminário ‘Coalizão Verde: Mobilizando Recursos para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia’, em 7 de agosto, em Belém (PA). A iniciativa integra a agenda de eventos que antecedem a Cúpula da Amazônia e visam o lançamento da Coalizão Verde, uma aliança internacional pioneira voltada para promoção do desenvolvimento sustentável na região. O evento foi realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
A Coalizão Verde é um movimento estratégico para a preservação da Amazônia e os seus quase 30 milhões de brasileiros. “Esta coalizão entre o BNDES, o BID e bancos de desenvolvimento dos países da bacia amazônica é fundamental para o desenvolvimento da nossa região. Mais do que reduzir o desmatamento, temos que garantir mecanismos que cuidarão da nossa gente, gerando emprego e renda para que assim possamos manter a floresta em pé e viva”, disse a vice-governadora do Pará, Hana Ghassan.
Para a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a mobilização é o início de uma realização. “Durante muito tempo, a gente vem falando que é preciso mudar o modelo de desenvolvimento, a gente vem falando que não há mais capacidade de suporte entre os ecossistemas e nossa atividade econômica e que é preciso fazer não apenas uma mudança adjetiva, mas uma mudança substantiva na nossa forma de produzir, de consumir, de nos relacionarmos com os outros, com a natureza e com a gente mesmo”. Após a assinatura da Declaração da Coalizão Verde, BNDES e BID assinaram uma carta de intenções para implementação do Programa de Acesso ao Crédito para MPMEs e Pequenos Empreendedores (Pro-Amazônia). “Estamos assinando uma parceria concreta entre o BNDES e o BID de R$ 4,5 bilhões. É uma iniciativa que seguramente vai ajudar a fomentar a economia local, inclusive aqui no Pará, na preparação para a COP”, pontuou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
O evento teve a presença também do presidente do BID, Ilan Goldfajn; da ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento); o ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública); da ministra de Meio Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad; do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues; das diretoras do BNDES Natália Dias (Mercado de Capitais e Finanças Sustentáveis) e Tereza Campello (Socioambiental) e da integrante do Conselho de Administração do Banco, Izabella Teixeira, entre outros especialistas e autoridades. A participação de Raul Jungmann no evento faz parte das ações estratégicas que têm sido adotadas pelo IBRAM com o objetivo de aproximar o setor mineral das instâncias decisórias relacionadas ao desenvolvimento sustentável da Amazônia, bem como estreitar parcerias para a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, que acontecerá entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro, na capital paraense. “Ampliar o debate sobre o desmatamento ilegal, combater o crime organizado e estimular o financiamento de novas economias são bandeiras do setor mineral na busca pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia”, esclarece Raul Jungmann.
A Conferência vai reunir representantes dos povos da floresta, da sociedade civil, academia, setores públicos e privados. Entre os palestrantes internacionais, estão confirmados o primeiro-ministro da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte (1997-2007), Tony Blair; o 8º secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; e o presidente da Colômbia (2018-2022), Iván Duque. Também estarão presentes o presidente do ICMM, Rohitesh Dhawan; o embaixador da UNESCO para a Sustentabilidade, Oskar Metsavaht; a ativista na Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, Neidinha Suruí, entre outros.