Safra

22/04/2024 03:00h

Pagamento do benefício ocorre desde a última quarta-feira (17), de acordo com o governo

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O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar autorizou na última quarta-feira (17) o pagamento do Garantia-Safra a agricultores familiares que vivem nos nove estados do Nordeste e em Minas Gerais. 

Criado em 2002, o benefício social é concedido aos produtores rurais que moram em municípios nos quais tenha havido perda de produção por estiagem ou excesso de chuvas. 

Para receber o auxílio financeiro, que é de R$ 1.200, o produtor rural deve ter perdido pelo menos 50% do conjunto da safra 2022/2023 (a penúltima), de feijão, milho, arroz, algodão ou mandioca. 

O especialista em orçamento público Cesar Lima diz que o Garantia-Safra assegura uma renda mínima aos agricultores familiares que vivem em municípios localizados na área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Ele lembra que é preciso estar com toda a documentação exigida em dia. 

"Ele tem que estar com a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) ativa, e vai receber R$ 1.200 como uma complementação de renda devido à quebra de safra, que ele colheu menos do que ele esperava", explica. 

De acordo com a portaria, o governo vai pagar o Garantia-Safra em parcela única já a partir deste mês, nas mesmas datas que a Caixa Econômica Federal definiu para o pagamento de benefícios sociais, como o Bolsa Família. 

Confira o calendário de pagamento de acordo com o último número do Número de Identificação Social (NIS). 

1 – 17 de abril
2 – 18 de abril
3 – 19 de abril
4 – 22 de abril
5 – 23 de abril
6 – 24 de abril
7 – 25 de abril
8 – 26 de abril
9 – 29 de abril
0 – 30 de abril  

Já os produtores rurais que aderiram ao programa, mas tiveram a concessão do benefício bloqueada, precisam consultar o cadastro de inscrição no sistema informatizado de gerenciamento do Garantia-Safra, no site do governo federal, para descobrir o motivo. 

Entre as principais causas para o bloqueio do pagamento, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, estão a não identificação do CPF para a safra selecionada; propriedade de área maior do que 4 módulos fiscais; renda bruta familiar superior ao teto do programa, que é de 1,5 salário-mínimo, entre outros. 

O prazo para isso vai acabar 30 dias após a publicação da portaria que liberou os recursos, ou seja, 17 de maio. 

Confira se o seu município está entre aqueles para os quais a verba foi liberada. 

Ministério da Agricultura e Pecuária estuda ampliar recursos para o Seguro Rural

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12/04/2024 00:02h

Anúncio foi feito pelo BNDES. Recursos podem ser usados para custeio, investimento, comercialização e induStrialização

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Mais R$ 1,4 bilhão estará ao alcance dos produtores rurais a partir desta quinta-feira (11) por meio do Plano Safra 2023/2024. O montante disponível para operações de crédito foi anunciado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

Advogado especialista em agronegócio, Evandro Grilli comenta o impacto da injeção de recursos na produção rural brasileira. "Significa uma maior disponibilidade de crédito, que acaba de uma certa forma melhorando os mecanismos de produção, insumos, equipamentos e ajuda o país a aumentar a sua produtividade na questão do agro", explica. 

Os produtores rurais que têm acesso aos recursos podem usá-los para cobrir os custos de produção, investir em novos equipamentos e tecnologias, construir ou ampliar armazéns, entre outras finalidades. 

João Batista Ramos, pecuarista e produtor de soja e milho em Campos Novos (SC), diz que usa os recursos do programa com frequência. Ele pede que o governo amplie o valor ofertado por meio do programa, bem como diminua as taxas de juros das linhas de crédito. 

"O Plano Safra é importantíssimo para nós produtores. Só vejo que temos que aumentar os recursos e a questão dos juros. O ganho dentro da agricultura está achatado, e o produtor está tendo problemas para cumprir com vários compromissos", diz.

O produtor diz que o financiamento permite a ele custear o negócio e investir em melhorias que garantam ganhos de produtividade. 

"A gente usa para custeio e para investimento em equipamentos. A agricultura é muito dinâmica — e o produtor rural precisa renovar os seus equipamentos para produzir mais e, para isso, os recursos do Plano Safra são importantíssimos."

Números do Plano Safra 

O Plano Safra é um programa de incentivo financeiro de fomento à produção agrícola brasileira. A edição atual ofertou cerca de R$ 435,8 bilhões, dos quais R$ 319,2 já haviam sido desembolsados até o fim de março — conforme atualização mais recente do Ministério da Agricultura e Pecuária. 

Plano Safra 23/24: produtores tiveram acesso a quase R$ 320 bilhões em crédito rural

Abertura de mercados para o agro bate recorde histórico e cria oportunidades para novos produtos

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06/04/2024 00:01h

Programa de fomento à atividade no campo existe há duas décadas. Especialistas e produtores comentam importância da iniciativa

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Produtores rurais de todo o país tiveram acesso a R$ 319,2 bilhões em crédito nos últimos nove meses por meio do Plano Safra 2023/2024. O mais recente balanço do programa foi divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), nesta quinta-feira (4). 

O montante já liberado é 14% superior àquele dos nove meses do Plano Safra anterior. Os R$ 319,2 bilhões em crédito rural para custeio, investimento, comercialização e industrialização do campo correspondem a 73% do que o governo disponibilizou para os produtores nesta edição do programa. 

Advogado especialista em agronegócio, Evandro Grilli lembra que o Plano Safra é uma política brasileira de incentivo financeiro à produção rural, pois permite aos agricultores o acesso ao crédito. 

"Isso nos ajuda no sentido de proteger um segmento da economia que é essencial para o país em termos de reflexo interno e reflexo externo da balança comercial, que é o agronegócio", destaca. 

Grilli ressalta que o valor do Plano Safra 2023/2024 é o maior da história, recorde que vem sendo batido ano a ano. A expectativa dele e dos produtores rurais é de que a próxima edição do Plano Safra seja ainda maior, como o próprio ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou na última segunda-feira (1º) em entrevista ao Canal Rural. 

"É compromisso do presidente Lula fazer planos Safra sucessivos maiores do que os passados. Batemos recordes no maior plano Safra da história em 23/24  — e estamos trabalhando para fazer um ainda maior em 24/25."

Caso isso se concretize, o país só tem a ganhar, destaca o especialista em agro. "Este ano, a expectativa é de cifras mais elevadas em toda a história dessa iniciativa. Significa uma maior disponibilidade de crédito, que acaba, de uma certa forma, melhorando os mecanismos de produção, insumos, equipamentos e ajuda o país a aumentar a sua produtividade", aponta. 

Quem trabalha na ponta junto aos produtores rurais reforça que essa política pública – em vigor desde o início do século – é crucial para a agricultura do país. É o caso de Evandro Oliveira, consultor de Safras & Mercado, especialista nas culturas de arroz e feijão. 

"O Plano Safra é uma ferramenta de grande importância para os produtores, principalmente para os pequenos, porque permite acesso ao crédito. Muitos produtores não têm capital suficiente para investir nas operações agrícolas, seja para aquisição de tecnologia ou para redução dos custos", destaca. 

Oliveira pontua que, além de garantir recursos para o plantio, a política pública é importante para impulsionar a adoção de novas tecnologias nas lavouras. 

Recursos para investimentos em infraestrutura e tecnologia

"O Plano Safra inclui recursos para investimento em infraestrutura, tecnologia, modernização das propriedades rurais, — o que é crucial para os pequenos produtores, para que não haja uma estagnação. Muitas vezes eles encontram dificuldades enormes para investir em melhorias que poderiam aumentar a produtividade e a competitividade no longo prazo. Essa questão do investimento é crucial", diz. 

Segundo o Mapa, as contratações de crédito para investimentos por meio do programa totalizam R$ 75 bilhões. Para custeio, o subsídio do governo chegou a R$ 177 bilhões, enquanto para comercialização foram R$ 40 bilhões; e para industrialização, R$ 25 bilhões. 

Apoio

Engenheiro agrônomo e produtor rural de soja, milho, cana de açúcar, bovinocultura, entre outros cultivos, Ênio Jaime Fernandes diz que o crédito facilitado foi fundamental para ele, quando ainda era um pequeno agricultor, há 30 anos. 

"A gente era um produtor extremamente pequeno, e o apoio do governo federal, tanto financeiro, como com informações de pesquisa da Embrapa, foram fundamentais para que a gente crescesse", destaca. 

Ele diz que, mais do que aumentar os recursos ano a ano, é importante que o Mapa busque a diminuição das taxas de juros para acesso ao crédito do Plano Safra, sobretudo para os pequenos produtores. 

"A maioria dos empregos não está nas grandes companhias. Está no pequeno e médio produtor e na pequena e média empresa. Interessante é que quando ele apoia a pequena e média empresa, gera desenvolvimento para o Brasil, do interior para as capitais. É um ciclo positivo", afirma. 

Ministério da Agricultura e Pecuária estuda ampliar recursos para o Seguro Rural

Abertura de mercados para o agro bate recorde histórico e cria oportunidades para novos produtos

Fávaro destaca recorde na abertura de mercados para o agro e projeta maior Plano Safra da história

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02/04/2024 17:55h

Em entrevista ao Canal Rural, nesta segunda-feira (1º), ministro da Agricultura também reafirmou desejo de ampliar seguro rural e recomendou a produtores afetados pelo clima e por queda nos preços a renegociarem dívidas

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Em entrevista exclusiva ao Canal Rural, nesta segunda-feira (1), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou que a pasta vem batendo recordes de abertura de mercados para o agronegócio brasileiro, incluindo a habilitação de 38 novas plantas frigoríficas para exportação junto à China e outras 27 junto às Filipinas, em março. Ele também disse que o governo pretende anunciar o maior Plano Safra da história ao fim do primeiro semestre deste ano. 

Fávaro explicou que o esforço da pasta para a criação de laços comerciais tem gerado bons resultados para os produtores brasileiros. "O Brasil, nesses 15 meses do presidente Lula, abriu 104 mercados. Um recorde absoluto. Passamos a ter relações comerciais com 49 países que nós não tínhamos relações com produtos do agro", disse. 

O ministro ressaltou que a abertura de novos mercados para a agropecuária brasileira foi acompanhada da ampliação de relações comerciais com parceiros estratégicos. "Tivemos reunião com o setor de carnes, preocupados com abertura maior de mercado e, imediatamente, o presidente Lula acionou o vice-presidente e — ao final da negociação com a China — olha o resultado: 38 novas plantas num dia só. No mesmo dia, Filipinas [habilitaram] 27 plantas brasileiras", enfatizou. 

Maior Plano Safra da história

Segundo o ministro, há um diálogo bem encaminhado com o Ministério da Fazenda no sentido de disponibilizar o maior volume de recursos da história do Plano Safra — política pública de fomento à produção rural brasileira. Para a safra da temporada 2023/2024, o governo disponibilizou cerca de R$ 364 bilhões, entre recursos para custeio, comercialização e investimentos. 

"Estamos trabalhando para fazer um [Plano Safra] ainda maior em 24/25. É claro que isso depende da capacidade orçamentária, mas tem estratégias sendo montadas pelo nosso ministro Fernando Haddad. Nós estamos muito confiantes, ouvindo a sociedade civil organizada e, na medida, em que a gente vai colhendo as propostas, dialogando com o Ministério da Fazenda, tenho certeza que anunciaremos, na virada do semestre, o maior plano safra da história do Brasil", projetou. 

Seguro rural

A limitação orçamentária foi apontada pelo ministro como um entrave para o desejo do Mapa de ampliar o valor destinado ao seguro rural, que está em torno de R$ 950 milhões. O seguro rural é um instrumento que permite aos produtores se protegerem contra perdas decorrentes, principalmente, de fenômenos climáticos adversos, como chuvas em excesso ou estiagens prolongadas. 

Representantes dos produtores estimam que seriam necessários cerca de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões para o seguro rural. "Há necessidade de mais, afinal de contas as intempéries climáticas viraram realidade e estão causando bastante danos às lavouras. As apólices estão mais caras, o custo de produção mais caro — e isso requer que o governo esteja participando mais. Eu já pleiteei, no ano passado, um bilhão a mais com o ministro Haddad, mas entre precisar e ter o recurso disponível há uma lacuna", lamentou. 

Uma das alternativas em estudo, disse Fávaro, é remanejar parte dos recursos do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) para a ampliação do seguro rural. 

Renegociação de dívidas

As dificuldades climáticas e a queda no preço das commodities agropecuárias — como a soja e o milho —, prejudicaram as contas de diversos produtores pelo país. Durante a entrevista, Fávaro destacou decisão recente do Conselho Monetário Nacional (CMN) que autoriza os produtores rurais de 16 estados a renegociarem dívidas do crédito rural, com vencimento este ano. 

"Você produtor ou produtora que teve problema climático e teve problema de preço, não teve renda e não consegue pagar os seus custeios, faça um laudo agronômico com seu engenheiro, com a assistência técnica, procure as agências bancárias o mais rápido possível e peça a renegociação desse custeio", orientou. 

Os produtores precisam pedir a renegociação das dívidas até 31 de maio. 
 

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07/02/2024 04:45h

Recursos serão direcionados para as duas principais rotas logísticas existentes no país, os arcos Norte e Sul-Sudeste

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O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse nesta terça-feira (6) que o governo deve investir R$ 4,7 bilhões na melhoria de rodovias e ferrovias por onde a safra de grãos de 2023/2024 vai escoar. 

Se a projeção se confirmar, o aporte público nos chamados corredores logísticos do agronegócio será mais de um bilhão de reais superior ao registrado no ano passado e quase três bilhões acima do investido em 2022, destacou o ministro. 

"Em 2022, o Ministério dos Transportes investiu R$ 1,98 bilhão nesses corredores do agro. Em 23, investimos R$ 3,6 bilhões, ou seja, o dobro do volume anterior, e este ano a gente espera investir R$ 4,7 bilhões. Esses são os investimentos públicos em rodovias e ferrovias para os corredores do agro", afirmou em  entrevista coletiva que detalhou o Plano Nacional para o Escoamento da Safra de Grãos de 2023/2024. 

O Ministério dos Transportes vai direcionar os investimentos para  as duas principais rotas logísticas existentes no país: o Arco Norte, que receberá R$ 2,66 bi em recursos; e o Arco Sul-Sudeste, que receberá R$ 2,05 bi. 

Em 2024, a pasta pretende melhorar a conservação da malha rodoviária. Para isso, vai intensificar ou concluir obras em rodovias e ferrovias. O ministro Renan Filho disse que a meta é chegar a 80% das rodovias em boas condições até o fim do ano. 

Além do investimento público, ele destacou que o governo quer fazer 13 leilões para a concessão de rodovias, das quais 10 se relacionam com o escoamento de grãos produzidos no interior do país. A estimativa é que os certames atraiam R$ 95 bilhões em investimentos privados somente em 2024. 

Segundo o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, a melhoria da infraestrutura para o escoamento da produção é o fator que mais contribui para a competitividade do agronegócio brasileiro. 

"Nenhuma nova tecnologia, seja semente, variedade ou produto desenhado pela ciência no Brasil traz mais competitividade ao agro do que infraestrutura logística. Tudo ajuda, mas infraestrutura logística, quando a gente tem transporte mais eficiente, com modais integrados, com portos dando fluidez, isso se reverte em renda, em capacidade de ganhar mercados cada vez mais exigentes e cada vez mais competitivos."

Confira as principais obras que devem ocorrer no Arco Norte

  • RO: travessias de Itapoã do Oeste, Jaru e Ji-Paraná;
  • PA: restauração da BR-158;
  • MA: duplicação da BR-135;
  • PI: Ponte sobre o Rio Parnaíba, na BR-330;
  • BA: recuperação da BR-242;
  • TO: Ponte de Xambioá;
  • 168 novos vagões pela VLI;
  • Retomada da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) 1; 
  • Intensificação das obras na Fiol 2. 

Confira as principais obras que devem ocorrer no Arco Sul 

  • MG: Trevão de Monte Alegre, BR-153/365;
  • GO: Ponte de Luiz Alves, na BR-080;
  • PR: duplicação da BR-163;
  • SC: duplicação das BRs-470 e 280;
  • RS: duplicação das BRs-116 e 386. 
  • Conclusão da Ferrovia Norte Sul;
  • Intensificação das obras na Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico). 

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, detalhou os esforços da pasta para melhorar a infraestrutura portuária, responsável por exportar 95% da produção do agro brasileiro. "Os três maiores portos do Brasil estão passando por grandes investimentos, que vão desde investimentos em dragagem, em recuperação de moles, em estacionamentos, para poder dar mais conforto para quem vai de caminhões. Miramos um planejamento estratégico para poder potencializar porto por porto". 

Silvio Costa Filho disse que entre 2023 e 2026, a carteira de investimentos no setor portuário deve chegar aos R$ 78,5 bilhões, entre novos arrendamentos de terminais, renovações e prorrogações de contratos existentes e novas autorizações. 

Para este ano, estão previstos cinco leilões com impacto sobre o escoamento em áreas do Arco Norte, como nos portos de Barcarena, no Pará, e Santana, no Amapá. 

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Quebra de safra consolidada

Fávaro afirmou que a quebra da safra 2023/2024 está "consolidada", mas que ainda é preciso dimensionar o tamanho das perdas em relação à temporada 2022-2023. 

Segundo o último boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira deve cair 4,2% ou 13,5 milhões de toneladas, sobretudo por conta das condições climáticas instáveis, como as chuvas escassas e mal distribuídas aliadas a altas temperaturas na região central do país — ou as chuvas volumosas que ocorreram no Sul. 

Apesar da queda na produção e, portanto, menor oferta, o preço do grãos no mercado internacional continua em baixa, reduzindo o ganho dos produtores rurais, o que, segundo Fávaro, explica-se pela maior produção no Sul do país e também na Argentina. 

"Eu trago uma mensagem de muito otimismo. Apesar das crises climáticas, dos preços achatados, estamos ao lado desse setor importante da economia brasileira para garanti-lo tendo competitividade e gerando oportunidades e empregos no Brasil."
 

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14/01/2024 00:01h

A avaliação é de Charles Dayler, especialista em agronegócio. Para ele, recurso extra pode ajudar os produtores rurais a investirem em mais tecnologia e em fatores que diminuam prejuízos por perdas no campo

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A oferta de mais R$ 3 bilhões para operações de crédito no âmbito do Plano Safra 2023/2024 – anunciada pelo BNDES na última semana – é uma boa notícia para os produtores rurais em meio às expectativas de quebra das safras da soja e do milho, principais itens da pauta agrícola do país. A análise é de Charles Dayer, especialista em agronegócio. 

"A gente teve um problema de chuvas irregulares. Ano que vem, talvez a gente continue enfrentando esse problema. Se o agricultor tem recurso para planejar melhor o seu plantio, isso pode favorecer que a quebra de safra seja menos impactada, porque ele se preparou para isso investindo em mais tecnologia ou na qualidade dos grãos", avalia. 

Dayer lembra que produtores rurais de todos os portes têm acesso aos recursos do Plano Safra. Os agricultores podem usar as linhas de crédito para suprir diferentes demandas da produção, como o custeio de atividades periódicas da lavoura ou o investimento em máquinas, equipamentos e armazéns, por exemplo. 

Se bem usados, os recursos impactam positivamente a produtividade da agricultura brasileira, isto é, consegue-se colher mais sem aumentar o espaço de plantio. "A grosso modo, o Plano Safra atua em toda a cadeia, do berço ao túmulo, desde a aquisição da semente e todos os setores envolvidos na produção de agrotóxicos, fertilizantes, máquinas agrícolas, até o produto final acabado, que seria o grão em si ou o legume", explica o engenheiro agrônomo. 

O economista Luigi Mauri destaca que o agronegócio tem sido cada vez mais importante no desempenho da economia brasileira. O crescimento observado no ano passado, segundo ele, deve-se, em boa parte, aos resultados obtidos pelo setor, especialmente no primeiro trimestre, período em que o PIB brasileiro mais cresceu em 2023. 

Mauri acredita que o acréscimo de recursos para o Plano Safra é parte de uma tentativa do governo de se aproximar mais do setor depois de alguns desencontros no início de mandato do presidente Lula. 

"Existe uma preocupação do governo em ter um bom relacionamento com esse setor, haja vista que não é o forte, digamos assim, da atual gestão que está no governo. Então, planos como esse que incentivem o agro, subsidiem o agro, são estrategicamente importantes para a economia brasileira, para que o setor do agro, que é o setor em que nós somos mais naturalmente favorecidos, tenha um bom desempenho e influencie os resultados positivos na economia", afirma. 

Plano Safra

Adotado em 2003, o Plano Safra tem como principal objetivo fomentar a produção rural brasileira. A oferta de recursos que podem ser tomados pelos produtores por meio de linhas de crédito acompanha o calendário da agricultura brasileira, que começa em julho de um ano e se encerra em junho do ano seguinte. 

Para a safra 2023/2024, o governo disponibilizou cerca de R$ 364 bilhões, dos quais R$ 272 bilhões para custeio e comercialização, enquanto R$ 92 bilhões para investimentos. 

Marco dos defensivos agrícolas: o que muda na legislação

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15/12/2023 08:00h

Especialista explica quais fatores influenciaram da cultura no estado

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O milho ocupa a segunda maior cultura de importância na produção agrícola brasileira, ficando atrás somente da soja, de acordo com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Apenas em  Mato Grosso do Sul, a produção de milho safrinha aumentou em 81,3%, entre a safra 2012/2013 e a safra 2022/2023. Os dados são da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do estado (Semadesc).

Neste ano, a produção do milho safrinha foi de mais de 14 milhões de toneladas, tornando-se a maior safra dos últimos dez anos em Mato Grosso do Sul. Victor Nogueira, consultor de Agronegócio da BMJ Consultores Associados, aponta o maior uso de tecnologias como um dos fatores que influenciou no recorde da safra.

“O que leva ao melhor manejo da cultura no estado. Isso envolve uma utilização de bio insumos como também sistemas de consórcio mais avançados, que culminaram numa proteção da produtividade, que deixou menos suscetível às variações climáticas”, explica Nogueira.

Além disso, ele destaca que foi um ano positivo para a produção do milho, pois houve uma “boa” incidência de luz e um volume abundante e frequente de chuvas, o que favoreceu a produtividade.

De acordo com os dados, entre a safra 2012/2013 e a safra 2022/2023 a área plantada aumentou 49,8% e a produtividade cresceu 21,0% em Mato Grosso do Sul. A área de milho na 2ª safra 2022/2023 foi de 2.355.016,62 hectares e a produtividade média ponderada foi de 100,64 sc/ha.

Expectativa para os próximos meses

Victor Nogueira explica que a expectativa é que a tecnologia e o clima continuem influenciando positivamente a safra de milho em Mato Grosso do Sul. “Porque os indicativos climáticos seguem positivos e a utilização de tecnologia, que visa a manutenção e aprimoramento da produtividade do milho, deverão continuar sendo utilizadas e incentivadas”, pontua.

O especialista ainda destaca que uma produção tão forte quanto a do milho favorece a economia do estado, que continua com seu papel como um dos principais exportadores de milho para proteína animal, para consumo interno; além de estimular a agroindústria. Por isso, ele afirma que é esperado que tanto o setor público quanto privado continuem estimulando a produção dessa cultura em Mato Grosso do Sul.

Os municípios que se destacaram com a produção do milho foram:

  • Alcinopólis
  • Anastácio
  • Aparecida do Taboado
  • Aral Moreira
  • Bandeirantes
  • Camapuã
  • Cassilândia
  • Chapadão do Sul
  • Corumbá
  • Costa Rica
  • Coxim
  • Douradina
  • Dourados
  • Figueirão
  • Laguna Carapã
  • Maracaju
  • Paraíso das Águas
  • Paranaíba
  • Ribas do Rio Pardo
  • Rio Brilhante
  • Rio Negro
  • Santa Rita do Pardo
  • São Gabriel do Oeste
  • Sonora

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23/09/2023 00:20h

Professor do Ibmec destaca ponto positivo, mas economistas da FGV e da Genial lembram que governo foca em arrecadar e esquece de cortar desperdícios

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A decisão do governo de subir a estimativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2023 divide a opinião de especialistas que acompanham o dia-a-dia da economia. Segundo a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, a expectativa para o PIB deste ano subiu de 2,5% para 3,2% por diversos motivos, como o aumento da expectativa da safra do agronegócio brasileiro. E também por causa de uma possível recuperação da economia chinesa, no quarto trimestre deste ano.

O Brasil 61 saiu a campo para ouvir economistas sobre essas novas estimativas do Ministério da Fazenda e constatou a divergência de opiniões. Enquanto especialistas como André Braz (economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e José Márcio de Camargo (da Genial Investimentos) questionam que o governo tenha maior foco — segundo eles, no aumento da arrecadação e não na diminuição dos gastos públicos —, o professor Jackson de Toni, do Ibmec Brasília, destaca pontos positivos como a redução da inflação e a queda da taxa de juros.

Para de Toni, o Brasil passa por um processo de recuperação dos fundamentos da economia e de recuperação da credibilidade – tanto interna quanto externamente. Segundo ele, “o país ainda enfrenta muitos problemas com as altas taxas de juros, que começaram a baixar agora, mas são as maiores do mundo e afastam os investidores — e também um déficit público que ainda é alto em relação ao PIB”.

O professor de Economia do Ibmec lembra também que o país enfrenta problemas externos, como a crise na Argentina, terceira maior compradora de produtos brasileiros, a guerra comercial entre Estados Unidos e Rússia — que afeta a economia mundial e o Brasil também — e a própria guerra na Europa. 

Notícias positivas

“Mas temos muitas notícias positivas, [como] a redução da inflação, que vai ocasionar uma redução da taxa de juros, e já é uma realidade. E em alguns setores de alimentos, por exemplo, há deflação, os preços estão diminuindo, o desemprego caiu muito, o que aumenta a atividade econômica, porque a população tem mais renda e aquece o consumo”, avalia.

Já o especialista André Braz defende que “o governo precisa, urgentemente, fazer a parte dele”, no que diz respeito ao necessário corte de despesas. “Ele me parece que está muito pautado nas fontes de arrecadação, de onde ele aumenta a Receita, mas não exatamente do que pode ser cortado, que é algo realmente que demora um pouco para ser planejado”, afirma o economista da FGV.

“Você não pode cortar de qualquer área, sob prejuízo de atrasar ainda mais o desenvolvimento desse país, que já é muito penalizado na agenda da educação, na agenda da saúde”, observa Braz. Imagina você com uma limitação de gastos nessas agendas, nesses pontos?”, questiona.

Soluções possíveis

Conforme o economista, o governo não pode abandonar as famílias mais vulneráveis, mas tem o dever cortar custos. Por exemplo, revendo cadastros de famílias em planos de assistência ou unificando os planos de assistência. Na visão dele, o governo deveria evitar o desperdício e injustiças unificando projetos sociais como Vale Gás; Vale Farmácia; Minha Casa, Minha Vida; e parte do Bolsa Família. “A unificação desses projetos e a revisão desses cadastros já poderia ser uma medida de corte de custos, que você focaria naqueles que realmente têm necessidade de receber esse benefício”, sugere o especialista. 

Por outro lado, André Braz reconhece que todo início de mandato é mais difícil para qualquer governo: “De fato, as entregas não seriam assim tão fáceis. A primeira entrega foi anunciar o que seria feito no lado fiscal, e ainda que muitos analistas não acreditem, eu acredito que pode dar certo”, destaca o economista, acrescentando uma visão otimista para o futuro: “Então eu não acho que a economia brasileira vai passar por um período de tortura daqui pra frente. E a gente vai ter uma fase de maior crescimento e menor turbulência na nossa economia. Vamos esperar pelo menos até o segundo semestre do ano que vem”, conclui.

“PIB tende a parar de crescer”

Ao mesmo tempo, o economista José Márcio de Camargo acredita que “o Brasil caminha claramente para uma situação de aumento de gasto público, o déficit primário, tanto em 2023 quanto em 2024, e com o aumento da relação dívida-PIB”. Segundo o economista-chefe da Genial Investimentos, “o arcabouço fiscal não para em pé, simplesmente, porque o aumento de despesa é sempre maior que é o aumento de receitas”. 

Na visão de Camargo, o déficit público vai continuar aumentando e a relação dívida-PIB vai continuar subindo. “Isso significa que nos próximos três anos, o terceiro mandato do presidente Lula deve fechar com uma relação dívida-PIB próxima de 90%, entre 90 e 93%”, analisa ele. “É muito alto para um país emergente”. 

Voo de galinha

O especialista entende que, no primeiro momento, o aumento de gasto público tende a gerar crescimento da economia, mas apenas num curto espaço de tempo, como se o país ensaiasse um voo, mas não iria muito longe. “Porém, da mesma forma, o efeito sobre investimento tende a ser negativo, porque você tem uma espécie de crowding out de investimentos privados [quando o governo eleva os gastos públicos, mas aumentam taxas de juros e diminuem investimentos privados]”, afirma.

“Isso, na verdade, já está acontecendo. A gente já está começando a notar uma queda nos investimentos privados, que são substituídos por um aumento de gastos públicos. E, consequentemente, em algum momento, você bate no estoque de capacidade e a capacidade não aumenta e, consequentemente, o PIB para de crescer”, analisa Camargo.

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Desenvolvimento Regional
28/08/2023 17:20h

Desse total, cerca de R$ 100 milhões serão destinados ao Amapá. Fundo Constitucional de Financiamento do Norte participa hoje com mais de 90% de todo o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) operado no estado

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O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, anunciou, nesta segunda-feira (28), o aporte de R$ 1 bilhão, em recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), para o Plano Safra da Agricultura Familiar na Região Norte do País. Desse total, ao menos R$ 100 milhões serão destinados ao Amapá.

O anúncio dos recursos de financiamento para os produtores familiares do estado ocorreu na manhã desta segunda-feira, em Macapá, durante o lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar no estado, com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e do governador do Amapá, Clécio Luís.

Vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) aprovou resolução para possibilitar maior descentralização e remanejamento para reforço desses valores, de acordo com a demanda da agricultura familiar. O FNO participa hoje com mais de 90% de todo o recurso do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) operado no Amapá.

Operado pelo Banco da Amazônia (Basa), o FNO financia projetos para pessoas físicas e jurídicas com empreendimentos rurais na Região Norte, voltados para a produção de energias renováveis (energia solar), compra de veículos verdes, elétricos ou híbridos para a agricultura familiar, infraestrutura e também empreendimentos dos setores da indústria, turismo, cultura, comércio, prestação de serviço, atividades agroindustriais e industriais voltadas à exportação, saúde e educação.

Outro anúncio desta segunda-feira foi que 430 mulheres agricultoras dos 16 municípios do Amapá receberão assistência técnica e extensão rural durante dois anos, em projetos para promover a autonomia econômica das mulheres rurais. O investimento será de R$ 2,14 milhões, sendo R$ 1,5 milhão do Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), e R$ 643 mil de contrapartida do governo do estado, por meio do Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap).

"No Norte, principalmente no Amapá, a agricultura familiar e o extrativismo são muito fortes e representativos e nós precisamos apoiar essas áreas cada vez mais. Obviamente, é preciso uma grande força-tarefa do Governo Federal, representado pelo MIDR e pelo MDA, que é o grande responsável pelo Plano Safra, mas também precisamos de outros atores. Estamos alinhando essa atuação, para que o Brasil possa utilizar ao máximo a sua potencialidade", afirmou ministro Waldez Góes.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou que, neste ano, as iniciativas têm foco no pequeno agricultor, sustentabilidade e incentivo à participação feminina. “Este ano, o presidente Lula fez questão de que o Plano Safra fosse focado no apoio ao agricultor familiar e na produção de alimentos saudáveis no Brasil, além do investimento em florestas produtivas e na bioeconomia”, apontou. “Nós vamos fazer uma busca ativa junto às entidades parceiras, para trazer para dentro do Pronaf o maior número de agricultoras e agricultores familiares, com atenção especial ao Pronaf Mulher, com juros especiais para elas”, completou.

Para o governador do Amapá, Clécio Luís, a ida dos ministros ao estado tem um significado muito importante. “Porque demonstra realmente essa repactuação federativa. Demonstra que nós nos conectamos novamente com o Governo Federal e que o Governo Federal se conectou com os estados brasileiros. Esses anúncios demonstram a vontade do presidente Lula em fazer com que esse plano se torne realidade no Brasil inteiro e aqui no Amapá”, afirmou.

Posse

Durante a cerimônia de anúncio, também foi realizada a posse do coordenador-geral do MDA no Amapá, Edivandro Vilhena, que será o responsável por levar as políticas públicas da agricultura familiar do Governo Federal para o estado. Foram ainda entregues 140 títulos (Contrato de Concessão de Uso) a assentados da reforma agrária, que possibilitam o acesso a crédito e demais políticas públicas.

O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues, também participou da cerimônia.

Mais valor para quem alimenta o Brasil

Para todo o País, o Plano Safra da Agricultura Familiar destinou R$ 77 bilhões em ações para fortalecer a agricultura familiar e aumentar a produção de alimentos saudáveis para as famílias brasileiras. Desse total, R$ 71,6 bilhões são de crédito rural (Pronaf), com juros ainda mais baixos para produtos da sociobiodiversidade, bioeconomia ou agroecologia, com taxa de apenas 3% ao ano no custeio e 4%, no investimento.

Outra novidade são as mudanças no microcrédito produtivo, destinado aos agricultores familiares de baixa renda, o Pronaf B, que teve o enquadramento da renda familiar anual ampliado de R$ 23 mil para R$ 40 mil e o limite de crédito de R$ 6 mil para R$ 10 mil. No caso das mulheres, o limite é de R$ 12 mil. O rebate de adimplência, desconto para quem paga em dia, saltou de 25% para 40% na região Norte.

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14/08/2023 05:30h

Segundo o centro de estudos, as expectativas para a próxima temporada são positivas, desde que o clima siga favorável

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Com o clima favorável em grande parte de julho, a colheita do café robusta nas regiões produtoras brasileiras foi favorecida. No Espírito Santo, um dos principais produtores da variedade, cerca de 95% do total foi colhido. Segundo relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) as florestas no estado devem iniciar em setembro.

Dados do relatório do mês de julho do Cepea ainda indicam que a colheita de café arábica está adiantada no Brasil. Para o arábica, na Mogiana e nas Matas Mineiras, colaboradores relataram colheita de 80% do total, e por volta de 65% no Cerrado Mineiro e no Sul de Minas. Garça (SP) e Noroeste do Paraná seguem com 55%.

De acordo com o Cepea, os preços médios dos cafés robusta e arábica recuaram entre os meses de junho e julho. A média de julho foi de R$649,29, queda de 8,07% (ou de R$ 56,97) para o robusta. Para o arábica, teve média de R$819,61 em julho, diminuição de 11,8% (ou de quase R$110) frente ao mês anterior.

Segundo o pesquisador da área de café do Cepea, Renato Garcia Ribeiro, a oferta do produto é o que tem pressionado os valores dos cafés.

“Essa recuperação da oferta é o que tem ajudado muito a pressionar os preços tanto do arábica quanto do robusto. O robusto um pouco menos por conta de problemas de uma safra um pouco menor no Espírito Santo, que é o principal estado produtor, mas, no geral, a queda do arábica também pressiona o café robusto. Então como eu disse, a recuperação da oferta do produto é o que tem pressionado as cotações, por isso que a gente chegou a esses valores já mais baixos no mês de julho, perto do que a gente vinha vendo nos meses anteriores”, explica.

Para o pesquisador do Centro, as expectativas para a próxima temporada no país são positivas.

“Olhando para o futuro é a expectativa do desenvolvimento da próxima safra. A florada deve acontecer agora no mês de setembro e é importantíssimo que o clima caminhe bem para que se tenha novamente uma boa produção. Mas os fatores determinantes para o preço, com certeza, estarão extremamente ligados a esse começo do desenvolvimento da próxima safra, da florada e do clima no Brasil”, ressalta.

Dados da Companhia Nacional do Abastecimento (CONAB) estimam aumento de 15,9% (ou de 5,2 milhões de sacas) na produção de café arábica em 2023/24 frente à de 2022/23. No entanto, agentes de mercado consultados pelo Cepea indicam que produtores apostam em crescimento de cerca de 30% na produção em relação ao ciclo anterior.
 

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