O número marca o primeiro aumento após três meses seguidos de queda
Em fevereiro, os preços da indústria registraram uma variação de 0,06% em comparação com janeiro de 2024, marcando o primeiro resultado positivo após três meses consecutivos de queda. Nesse período, 14 das 24 atividades industriais apresentaram aumentos nos preços. Em janeiro, 16 atividades apresentaram aumentos nos preços médios em comparação com dezembro, quando a variação desse indicador havia sido negativa para a indústria como um todo. As informações foram levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Alexandre Brandão, gerente de análise e metodologia do IBGE, aponta que os principais responsáveis por esse resultado foram os setores de alimentos, metalurgia, indústrias extrativas e refino de petróleo e biocombustíveis.
“Alimento que responde a 25% da indústria teve a influência mais intensa e negativa, -0,35 pontos percentuais (p.p.) na variação de 0,06%. Depois, metalurgia com 0,12 p.p., depois indústrias extrativas com 0,09 p.p. — e por fim, refino com 0,08 p.p”, explica.
No acumulado do ano, observou-se uma variação de -0,18%, enquanto nos últimos 12 meses, a variação foi de -5,16%.
Em fevereiro de 2024, destacaram-se entre as atividades com as maiores variações acumuladas no ano: indústrias extrativas (6,52%), refino de petróleo e biocombustíveis (-4,06%), metalurgia (3,51%) e madeira (3,15%).
Em fevereiro, a variação de preços da metalurgia alcançou 2,03% em relação ao mês anterior, marcando o terceiro resultado positivo consecutivo nesse indicador e registrando a maior alta desde maio de 2022.
Os preços das indústrias extrativas registraram pelo terceiro mês consecutivo uma variação média positiva de 1,79%.
Alexandre Brandão explica que a metalurgia, após ter passado por momento de queda de preço e enfrentado um ambiente externo “não muito favorável”, está voltando a registrar um aumento nos preços, principalmente o minério de ferro.
“Neste mês, com a depreciação do real frente ao dólar, isso ficou mais intenso. No caso de indústrias extrativas, também é um pouco parecido, os preços internacionais dos principais produtos têm aumentado e a depreciação do real faz com que isso seja mais intenso”, informa.
O economista Luigi Mauri aponta que o setor não costuma trazer muitas surpresas com relação à variação de preços, mas alerta que quem produz e consome deve ficar atento ao valor do dólar.
“Porque o dólar recentemente avançou na barreira dos cinco reais. Então esse é um fator que tem um potencial muito grande de afetar toda a indústria, porque os industriais estão comprando maquinários, produtos do exterior para produzir”, explica.
Ele também destaca que hoje existe o programa de incentivo à indústria — a Indústria 2.0 —, do governo, que está em vigência para trazer uma linha de créditos E, com isso, pode haver a expectativa de que haja um barateamento dos materiais industriais. O economista conclui que o setor deve ficar estável nos próximos meses.
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A indústria nacional de máquinas e equipamentos fechou o mês de janeiro com um total de US$ 1,1 bilhão em exportações, o que representa 7,3% de crescimento em relação ao mesmo mês de 2023. O ano passado foi histórico para o setor, marcado pelo bom desempenho nas exportações, que somaram quase US$ 14 bilhões em máquinas.
Por outro lado, as importações no setor também cresceram, tanto em relação ao mês imediatamente anterior, com alta de 4,8%, quanto em relação ao mesmo mês do ano anterior, 7,3%. O total de exportações chegou a US$ 2,3 bilhões em
janeiro contra US$ 2,1 bi em janeiro de 23.
Historicamente o setor é deficitário quando se fala em balança comercial, pois o Brasil sempre importou mais do que exportou. Mas o cenário vem mudando. Segundo Leonardo Silva, Analista de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), o setor apresenta um crescimento nas exportações, num ritmo mais acelerado do que o observado com relação às importações. Ele explica o que contribuiu para isso.
“A gente vê o setor se voltando cada vez mais para o mercado externo, isso tem apoio de entidades, fortalecendo o setor de máquinas e equipamentos no mercado internacional. Vemos também uma ampliação do número de países para onde ocorrem essas exportações e o volume também de produtos exportados.”
Com relação às receitas de vendas de máquinas, o faturamento das empresas em janeiro registrou queda. A redução veio tanto na comparação mensal (0,3%) como na comparação anual, quando a redução foi de 21,7%. Segundo a Associação que representa o setor, tradicionalmente, janeiro costuma ser pior que o mês de dezembro. Mas os números são sazonais, e há expectativa de melhora ao longo do ano.
“A gente espera para 2024 um crescimento na ordem de 3% na receita total do setor. Notamos que com as taxas de juros reduzindo e aumentando a quantidade de projetos de investimentos, o cenário pode ficar mais positivo ao longo do ano,” analisa Leonardo Silva.
Os 3% seriam um fôlego para as empresas. “Essa melhora não recuperaria as perdas de 2023, mas já seria uma reversão de sinal das perdas que vêm ocorrendo nos últimos anos”, avalia o economista.
Apesar do recorde de exportações em 2023, o setor de máquinas e equipamentos ainda enfrenta um grande desequilíbrio comercial com o mercado externo. O que se reflete em números já que o déficit comercial — entre o que se vende e o que se compra — chegou a US$ 12,8 bilhões em 12 meses.
A maior parte do que chega ao Brasil vem da China, EUA, Alemanha e Itália. Depois de uma leve queda no ano passado, o país asiático voltou a registrar crescimento no mercado nacional em 2024 e em janeiro passado foi responsável por 32% de todas as máquinas que entraram no Brasil.
Para tentar melhorar a competitividade, a Associação que representa o setor aposta no diálogo entre o setor produtivo e o governo. A aposta é que a agenda seja acelerada com a aprovação da Reforma Tributária, como explica a diretora executiva de mercado externo da ABIMAQ, Patricia Gomes.
“Tem uma expectativa grande que essa reforma venha trazer maior competitividade para o setor. E passa também por outros pontos como o acesso ao financiamento — tanto para produção, quanto para um financiamento para o cliente, aqui no Brasil ou internacional, a gente tem proposto uma ajuda de melhoria junto ao BNDES.”
A compra de insumos a preços competitivos também faz parte da agenda do setor e vem sendo discutida com os poderes legislativo e executivo, ressalta a diretora.
Mais de 2 bilhões de litros de leite foram importados em 2023, cenário que já traz prejuízos para o setor. Mesmo o Brasil sendo o terceiro maior produtor mundial de leite, com mais de 34 bilhões de litros por ano, segundo o Ministério da Agricultura e Agropecuária (Mapa), os custos da produção e a competitividade com o produto vindo de fora tornam a situação mais difícil.
Só em novembro, foram importados 203,9 milhões de litros em equivalente leite — que pode ser o produto em qualquer forma, desde leite em pó a queijos —, um crescimento de 5% frente a outubro e de 33,4% em relação a novembro de 2022. Isso se deve, principalmente, à queda na produção de leite no Brasil durante a pandemia, algo que, segundo o pesquisador Centro de Inteligência do Leite (CILeite), da Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa), Samuel Oliveira, há muito tempo não ocorria.
Ele explica como alguns fatores levaram a essa crise no setor.
“Como efeito da pandemia, da guerra da Rússia, houve um desequilíbrio de preços relativos, que trouxe uma inflação dos custos de produção do leite. E como a gente estava passando por uma situação, saindo da pandemia, a economia ainda em recuperação, o poder aquisitivo da população não suportou o aumento do preço de lácteos. Então teve uma queda da demanda, aumento dos custos e isso acabou afetando a rentabilidade dos produtores e diminuindo a oferta de leite no Brasil”, analisa.
O pesquisador destaca ainda que, diferente do que acontece no agronegócio como um todo, a produção brasileira não consegue competir com alguns mercados internacionais.
“Sempre existe uma pressão pela importação do leite, porque o que é produzido na Argentina, no Uruguai, até mesmo na Europa muitas vezes é mais barato que o leite brasileiro. E com essa falta de leite no mercado doméstico houve um aumento da importação. No ano passado, a importação do leite correspondeu a quase a 8% do consumo total do Brasil, que é um volume altíssimo — geralmente gira em torno de 2%, 3%, no máximo 4%”, comenta.
Entre o início de 2020 e outubro de 2023, o custo de produção aumentou 50%, enquanto o preço da venda do leite subiu 38%.
Para reduzir os impactos, o governo federal criou um pacote de medidas emergenciais para as cooperativas do setor leiteiro. A portaria, publicada no Diário Oficial da União em janeiro, autoriza o pagamento de equalização de taxa de juros em financiamentos rurais concedidos no âmbito do Plano Safra 2023/2024.
Os recursos devem ser utilizados por cooperados para renegociar dívidas com as cooperativas referentes a bens e insumos para produção de leite.
A worldsteel divulgou que a produção mundial de aço bruto alcançou 150 milhões de toneladas em outubro de 2023, um aumento de 0,6% na comparação com o mesmo mês de 2022. A Ásia e a Oceania produziram 108,8 milhões de toneladas em outubro, um aumento de 0,8% sobre outubro de 2022, sendo que a China produziu 79,1 milhões de toneladas, 1,8% a menos que em outubro do ano passado, enquanto a Índia produziu 12,1 milhões de toneladas no mês, um incremento de 15,1% sobre o mesmo mês do último ano. Japão e Coreia do Sul produziram 7,5 milhões de toneladas e 5,5 milhões de toneladas de aço bruto em outubro, respectivamente, com incrementos de 2,6% e 6,5% na comparação com o mesmo mês de 2022.
Os países do Bloco Europeu produziram 10,6 milhões de toneladas de aço em outubro de 2023, ou 7,1% a menos que no mesmo mês de 2022. O destaque fica para a Alemanha, com produção de 2,9 milhões de toneladas e retração de 8,8% sobre outubro de 2022. Países europeus, como Bósnia-Herzegovina, Macedônia, Noruega, Sérvia, Turquia e Reino Unido, produziram 3,6 milhões de toneladas, uma desaceleração mínima de 0,2% sobre outubro de 2022. A Turquia produziu 3 milhões de toneladas, 4,2% superior a outubro do ano passado.
A África – Egito, Líbia e África do Sul – produziu 1,9 milhão de toneladas de aço bruto em outubro, 3,5% superior na comparação com outubro do último ano. Já os países da CIS produziram 7,4 milhões de toneladas, 12,9% mais que no mesmo mês de 2022, com destaque para a Rússia, que teve um volume de produção estimado de 6,3 milhões de toneladas, o que representa acréscimo de 9,5% sobre outubro de 2022. Os países do Oriente Médio - Irã, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos – registraram produção de 5 milhões de toneladas de aço bruto, 5% a mais que em outubro de 2022. O Irã produziu 3,1 milhões de toneladas no mês, um crescimento de 3,5%.
A produção na América do Norte ficou estável em relação com outubro do último ano e somou 9,3 milhões de toneladas. Apenas os Estados Unidos produziram 6,8 milhões de toneladas, 3,4% superior a outubro do último ano, enquanto a produção na América do Sul alcançou 3,4 milhões de toneladas, 8,7% a menos do que em outubro de 2022. O Brasil teve produção estimada de 2,6 milhões de toneladas e registrou recuo de 10,2% em outubro de 2023 na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano até outubro de 2023, a produção mundial de aço bruto somou 1.567 bilhão de toneladas, o que representa um leve acréscimo de 0,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
No Distrito Federal, a produção agropecuária em 2022 apresentou dados relevantes em relação aos produtos de origem animal. Foram produzidos 29,2 milhões de litros de leite, 18,5 milhões de dúzias de ovos de galinha, 314 mil dúzias de ovos de codorna e 36,7 mil kg de mel de abelha.
Em comparação ao ano anterior, houve uma queda expressiva na produção de ovos de codorna de -57,9% e ovos de galinha de -46,7%. Por outro lado, o mel de abelha teve um crescimento de 63,8% em sua produção. Quando comparado a 2011, o mel de abelha mostrou o maior crescimento, com uma variação positiva de 128,9%.
Mariana Oliveira, analista da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), avalia que a produção de mel cresceu 9,5%, chegando a 61 mil toneladas, com o Nordeste se tornando a principal região produtora.
“A produção de peixes alcançou a marca de 617,3 mil toneladas, com destaque para a tilápia, espécie mais criada no Brasil, que representou 66,1% desse total. A produção de camarão teve aumento de 5,9% e chegou a 113,3 mil toneladas. Para esses três itens mencionados mel, criação de peixe e de camarão, a produção de 2022 foi recorde na pesquisa”, comenta.
A produção pecuária e aquicultura atingiu R$116,3 bilhões, um aumento de 17,5%. O leite representou 68,8% desse valor, e os ovos de galinha, 22,4%. Santa Maria de Jetibá (ES) teve a maior produção, totalizando R$ 1,6 bilhão, principalmente de ovos de galinha. Castro (PR) ficou em segundo com R$ 1,2 bilhão, majoritariamente de leite. Bastos (SP) é o segundo maior produtor nacional de ovos de galinha.
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Pelo quarto ano consecutivo, no Brasil, rebanho bovino cresceu e alcançou novo recorde da série histórica em 2022. A Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada pelo IBGE, mostra números favoráveis para o setor. O número de cabeças alcançou 234,4 milhões. Um crescimento de 4,3%. A analista da PPM, Mariana Oliveira, explica que a exportação de produtos pecuários, sobretudo as carnes, foi a alternativa adotada para o escoamento da produção, em consequência da demanda interna enfraquecida e do menor poder de compra por parte da população.
“Tivemos em 2022, na realidade, nos últimos anos também, demanda e mercado para exportação de carne — o que poderia ser associado aos aumentos recordes dos efetivos animais”, avalia.
Para o analista e consultor de SAFRAS & MERCADO, Fernando Iglesias, 2022 refletiu o tamanho dessa produção que contribuiu para o crescimento do rebanho. “A expansão do rebanho brasileiro está muito atrelada aos bons preços que nós tivemos em 2019, 2020, 2021, que realmente estimularam os produtores brasileiros, suinocultores, avicultores e bovinocultores a colocar muito dinheiro na atividade”
Segundo a pesquisa, o aumento foi registrado em todas as grandes regiões. Mato Grosso lidera a lista com 34,2 milhões de cabeças, ou 14,6% do efetivo nacional. Logo em seguida aparece o Pará (10,6%) ultrapassando Goiás (10,4%). Já no ranking municipal, São Félix do Xingu (PA) manteve destaque, alcançando 2,5 milhões de cabeças.
O rebanho de suínos cresceu 4,3% em 2022, chegando ao recorde de 44,4 milhões de animais. A região Sul reúne 51,9% desse total. O efetivo nacional de galinhas em 2022 chegou a 259,5 milhões e o Sudeste foi responsável por 35,1%. A produção nacional de peixes atingiu novo recorde de 617,3 mil toneladas. A atividade segue trazendo bons resultados, com destaque para a produção de tilápia, que representou 66,1% do total de peixes produzidos. A criação de camarão apresentou crescimento de 113,3 mil toneladas, com alta de 5,9% frente ao ano anterior.
Os produtos pecuários também ganharam destaque com aumento de R$116,3 bilhões no valor de produção. Isso mostra um crescimento de 17,5%. O leite foi o produto que teve o maior aumento totalizando 68,8% desse valor. Na sequência, veio a produção de ovos de galinha (22,4%).
Considerando os seis principais produtos (leite, ovos de galinha, ovos de codorna, mel, lã e casulos de bicho-da-seda), o ranking municipal trouxe Santa Maria de Jetibá (ES) com o maior valor da produção, somando R$ 1,6 bilhão, dos quais 95,0% são provenientes da venda de ovos de galinha, produto no qual lidera o ranking. Castro (PR) assumiu a segunda posição com R$ 1,2 bilhão, 98,7% proveniente da produção de leite. Bastos (SP) está em terceiro lugar, sendo o segundo maior produtor nacional de ovos de galinha.
Apesar do bom resultado e de um cenário positivo, o analista e consultor de SAFRAS & MERCADO, Fernando Iglesias, acredita que 2023 não será tão generoso com relação aos preços no setor.
“As margens ficaram um pouquinho mais apertadas, e o investimento também diminuiu. Com o investimento menor, a expectativa que nós temos é que basicamente haja uma situação um pouquinho diferente para os próximos anos, principalmente em função do descarte de matrizes. Então a expectativa é de um encolhimento do rebanho para 2024”, estima.
A analista da PPM, Mariana Oliveira, ainda acrescenta: “O cenário, principalmente, tem se mostrado desafiador, com altos custos de produção e margem do produtor limitada, fazendo assim com que a migração para outras atividades, como produção de grãos, pareça mais atrativa”, observa.
A produção de leite teve uma redução de 1,6% com aproximadamente 34,6 bilhões de litros em 2022. Ela tem sido decrescente desde 2020, quando alcançou o recorde da série (35,3 bilhões de litros). Conforme o levantamento, a alta dos custos e a redução das margens têm desestimulado a produção. O número de vacas ordenhadas também mostrou queda de 1% e representou 6,7% do efetivo total de bovinos em 2022, o que pode indicar desinvestimento na produção de leite.
“Observamos que produtores estão migrando ou arrendando terras para a produção de grãos, como a soja, estimulados pelas altas nos preços dos grãos nos últimos anos”, ressalta Mariana Oliveira.
A região Sul manteve a liderança reconquistada em 2021, com uma participação de 33,8%, seguido de perto pelo Sudeste com 33,6%. O Nordeste, terceiro maior produtor nacional (16,5%) desde 2017, vem aumentando sua produção. Esse crescimento é fruto, principalmente, das condições climáticas favoráveis na região nos últimos anos e de investimentos em genética e tecnologia.
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) promoveu, nesta quarta-feira (13), mais uma ação para fortalecer a Rota do Cacau no estado do Pará. A oficina de revisão do planejamento estratégico do Polo da Transamazônica, que teve apoio do e organização do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), contou com a presença de produtores, empresários, investidores, órgãos de fomento, instituições de ciência e tecnologia e representantes dos setores público federal, estadual e municipal. O objetivo foi definir um diagnóstico territorial da cadeia produtiva e uma carteira de projetos e identificar as intervenções necessárias para a estruturação da cadeia produtiva no estado.
Atualmente, o Polo da Transamazônica é responsável por 90% da produção de cacau no estado do Pará. A Rota do Cacau faz parte da estratégia Rotas de Integração Nacional, do MIDR, que visa aumentar a produtividade e agregar valor à produção regional dos setores apoiados. Além de fomentar o desenvolvimento, a inovação e a inclusão produtiva, por meio da estruturação da cadeia produtiva do cacau e chocolate, a iniciativa busca integrar os subsistemas de insumos, produção, processamento e comercialização.
Durante todo o dia, 30 produtores presentes participaram da montagem de um planejamento estratégico, no qual foram apresentado uma visão de futuro. Foram também abordadas as forças, fraquezas, ameaças e oportunidades para o setor produtivo local e realizado um diagnóstico que visa organizar a cadeia produtiva com base em quatro eixos: insumos e produção; beneficiamento, agregação de valor e comercialização; financiamento e infraestrutura ; e inovação e sustentabilidade.
Para o produtor de cacau Helton Gutzeit, o que mais o entusiasmou entre os conteúdos abordados na oficina foi a inovação. “A inovação tecnológica, mecatrônica, principalmente na questão da fermentação do cacau, assim como a agregação de valor ao produto, traz possibilidades de ter uma produção em escala disso, que é o que ninguém ousou fazer, de fato, até agora. Isso é fascinante”, afirmou.
Coordenadora do Polo da Transamazônica, a produtora de cacau Elisangela Trzeciak destacou que eventos como esse fortalecem a produção local de cacau. “A rota já capacitou técnicos que trabalham com cacau na região, além da criação de unidades demonstrativas para promover boas práticas e a capacitação de produtores. Outro projeto concluído foi a implantação da incubadora, que já está operando. Também temos um curso de mestrado e doutorado em Agronomia com foco em pesquisas relacionadas à cadeia do cacau em andamento”, informou Elisangela, que também é pesquisadora do Ipam.
O secretário de Agricultura do Pará, Giovani Queiroz, destacou que, embora o estado já tenha alcançado altos níveis de produção e avanços na industrialização, é crucial investir no aprimoramento de técnicas e na adoção de tecnologias para aumentar a produtividade e a verticalização da cadeia produtiva.
“A Rota do Cacau no estado do Pará é fundamental para identificar as necessidades e apresentar sugestões que promovam o desenvolvimento contínuo desse setor produtivo tão significativo para o Brasil, especialmente para o estado, que atualmente é o maior produtor de cacau do País”, afirmou.
O MIDR apoia o Polo Transamazônica da Rota do Cacau desde 2018, quando foi feito o planejamento estratégico que resultou na criação do Comitê Gestor local. Nesse mesmo ano, foi feito um projeto piloto em parceria com a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). O valor de R$ 100 mil foi aprovado para capacitação de técnicos que atuam na cadeia produtiva do cacau na região. Foram mais de 160 horas de curso e 30 profissionais capacitados.
Em 2019, o MIDR investiu R$ 550 mil para a construção de um manual de boas práticas da cacauicultura e para a implantação de unidades de testes de diferentes modelos de arranjo do plantio, além da elaboração de um plano de negócios para a implantação do Centro de Inovação e Excelência do Cacau.
Em outra ação do MIDR, em 2020, foi realizado, em parceria com a UFPA, um plano de negócios para a criação de um Centro de Inovação do Cacau e Chocolate. Foi desenvolvida uma incubadora de empresas que já conta com sete startups em desenvolvimento, totalizando cerca de R$ 3 milhões em investimentos.
A unidade operava com resultados operacionais negativos e alto custo crescente
A AngloGold Ashanti suspendeu temporariamente a produção em Córrego do Sítio (CDS), em Santa Bárbara (MG). A unidade operava com resultados operacionais negativos e alto custo crescente ao longo dos últimos anos. Desta forma, a companhia resolveu, após diversos estudos de alternativas, paralisar a operação. O processo de suspensão, iniciado em 23 de agosto, é temporário e será reavaliado de modo sistemático ao longo dos próximos anos.
A mineradora ressalta que apenas a produção da unidade está suspensa, enquanto as atividades essenciais de monitoramento de segurança, controle ambiental, manutenção e conservação dos ativos, além do monitoramento patrimonial, estão mantidas. As estruturas geotécnicas, como barragens e pilhas, continuarão a ser gerenciadas e monitoradas normalmente, conforme a legislação. Além disso, o projeto de descaracterização da Barragem de CDS II será mantido até a sua finalização. Todas as estruturas estão seguras e estáveis.
A AngloGold Ashanti considera o desligamento da operação a última alternativa, após análises de todas as possibilidades de reestruturação e reaproveitamento interno de profissionais. A CDS manterá equipes trabalhando para as atividades que serão continuadas. Além disso, outros empregados estão sendo realocados internamente. Com o final deste processo, parte dos empregados tiveram contrato de trabalho encerrado. Apesar da suspensão temporária da operação Córrego do Sítio (CDS), a AngloGold Ashanti Brasil continua trabalhando por seus resultados em suas outras unidades no Brasil. Ao todo, serão investidos mais de R$ 1 bilhão em 2023 e mais de 3,3 mil empregos continuam sendo gerados. A AngloGold Ashanti ressalta que mantém seu compromisso com as obrigações de qualquer natureza, sejam legais, ambientais ou regulatórias.
No acumulado até julho de 2023, a produção de aço bruto somou 18,6 milhões de toneladas, 8,6%
Segundo dados do Instituto Aço Brasil (IABr), o País produziu 2,7 milhões de toneladas de aço bruto em julho de 2023, um acréscimo de 5,9% sobre junho, enquanto as vendas internas somaram 1,6 milhão de toneladas, queda de 1,3% na mesma comparação. As exportações registraram 828 mil toneladas, recuo de 30,6%.
O consumo aparente de produtos siderúrgicos cresceu 1,4% no mês frente ao mês anterior, e atingiu 2 milhões de toneladas. Este crescimento é explicado exclusivamente pelo aumento de 26,1% nas importações, com 481 mil toneladas no mês. As importações da China alcançaram 271 mil toneladas. O instituto preocupa-se com este avanço nas importações, já que existe excesso de capacidade de 564 milhões de toneladas de aço no mundo, o que leva a práticas predatórias de mercado, escalada protecionista e a desvios de comércio.
No acumulado até julho de 2023, a produção de aço bruto somou 18,6 milhões de toneladas, 8,6% a menos que no mesmo período de 2022. As vendas internas atingiram 11,3 milhões de toneladas, 5,2% inferior, enquanto as importações saltaram 48,4%, para 2,7 milhões de toneladas e as exportações recuaram 6,2%, para 7,1 milhões de toneladas. O consumo aparente de aço (vendas internas mais importações por distribuidores e consumidores) caiu 0,5% e chegou a 13,6 milhões de toneladas.
O Índice de Confiança da Indústria do Aço, calculado pelo Aço Brasil, fechou em 44,6 pontos em agosto, um aumento de 0,5% em relação a julho, abaixo da faixa que aponta falta de confiança dos CEOs da indústria do aço, especialmente em relação ao cenário econômico brasileiro. É o décimo mês seguido em que o indicador se encontra abaixo dos 50 pontos.
Em julho, todos os índices de expectativas da indústria subiram. É o que mostra a mais recente Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na terça-feira (18).
Há maior otimismo dos empresários industriais com relação à demanda, à compra de matérias-primas, ao número de empregados e à quantidade de bens exportados, para os próximos seis meses. Já o indicador que mede a intenção de investimento cresceu 0,1 ponto, para 54,1. Ele está acima da média histórica para o mês.
Entretanto, o desempenho da indústria piorou na passagem de maio para junho de 2023. A Sondagem Industrial aponta que houve queda na produção e no emprego no setor. Os estoques também ficaram acima do planejado pelas empresas e a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) se manteve estável.
Paula Verlangeiro, analista de Políticas e Indústria da CNI, comenta os resultados do levantamento. "Em junho de 2023, a gente observou uma piora no desempenho da indústria. Isso veio por meio dos indicadores de produção e de emprego industrial. Os dois apresentaram queda. Em maio, teve um crescimento da produção, mas isso foi revertido em junho. E, para o emprego industrial, há nove meses esse indicador vem em tendência de queda. Em junho ele teve uma leve melhora, mas continua um patamar que sinaliza queda do emprego."
Otimismo dos industriais é reflexo de cenário mais positivo, diz economista
Segundo a pesquisa, o índice que mede a produção da indústria caiu 5,3 pontos, de 51,6 para 46,3. Por estar abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o indicador mostra tendência de queda na produção. Já o índice de evolução do número de empregados passou de 48,4, em maio, para 48,6, em junho. Apesar da leve alta de 0,2 ponto, o indicador continua abaixo da linha de divisão — o que aponta a manutenção do ciclo de queda.
Outro importante indicador para entender o desempenho da indústria, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) permaneceu em 69%. A UCI mostra qual o nível de atividade produtiva no momento, em relação ao seu potencial máximo de produção. Em junho de 2021, a UCI estava em 71%. No ano passado, em 72%. Ou seja, esse é o patamar mais baixo para o mês nos últimos três anos.
Os estoques mantiveram-se no mesmo patamar: 51,3 pontos. Por estar acima da linha divisória dos 50 pontos, o resultado mostra que o armazenamento cresceu, o que é reflexo do consumo menor.
A Sondagem Industrial também elencou os principais problemas enfrentados pela indústria no segundo trimestre de 2023. A demanda interna insuficiente foi apontada como o maior desafio do setor entre maio e junho, por 37% dos empresários.
Em segundo lugar, escolheram a elevada carga tributária. Ao longo da série histórica, esse problema normalmente se encontra nas primeiras posições do ranking. Os juros elevados fecham a lista dos três principais problemas para os empresários. Paula Verlangeiro afirma que a indústria está estagnada em 2023 — o que se reflete no ranking das principais dificuldades.
"O primeiro lugar ficou para a demanda interna insuficiente, o que mostra a baixa procura por bens industriais. Isso está muito ligado ao desaquecimento da economia, como um todo. As taxas de juros elevadas também registraram aumento e foi o maior aumento de toda a série, desde 2015. Esse problema está sendo sentido demais pelos empresários. E essa questão afeta uma série de decisões importantíssimas para o empresário, como de investir, comprar maquinário", explica.
Apesar disso, há boas notícias, de acordo com o levantamento. O indicador que mede o quão satisfeitos os industriais estão com o lucro operacional de suas companhias saltou 0,6%. Ainda sim, permanece abaixo da linha divisória. Ou seja, há mais insatisfação do que satisfação.
Quando o assunto é o contentamento com a situação financeira da empresa, houve aumento de 1,1 ponto no indicador respectivo. A alta foi suficiente para o índice ultrapassar os 50 pontos, o que aponta para satisfação com a situação financeira no período.
Apesar da taxa de juros básica estar em 13,75%, o acesso ao crédito melhorou na visão dos empresários da indústria. No entanto, a alta de 2,8% não foi o bastante para mudar a dificuldade em obter crédito, de modo geral — dizem os entrevistados.
Já o preço das matérias-primas recuou 6,4 pontos, ficando abaixo da linha dos 50 pontos, o que significa que um dos grandes gargalos enfrentados pelo setor nos últimos meses deixou de ser crítico, aponta o estudo.
Indústria é essencial para alavancar o desenvolvimento econômico do país, afirma economista