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Pelo quarto ano consecutivo, no Brasil, rebanho bovino cresceu e alcançou novo recorde da série histórica em 2022. A Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada pelo IBGE, mostra números favoráveis para o setor. O número de cabeças alcançou 234,4 milhões. Um crescimento de 4,3%. A analista da PPM, Mariana Oliveira, explica que a exportação de produtos pecuários, sobretudo as carnes, foi a alternativa adotada para o escoamento da produção, em consequência da demanda interna enfraquecida e do menor poder de compra por parte da população.
“Tivemos em 2022, na realidade, nos últimos anos também, demanda e mercado para exportação de carne — o que poderia ser associado aos aumentos recordes dos efetivos animais”, avalia.
Para o analista e consultor de SAFRAS & MERCADO, Fernando Iglesias, 2022 refletiu o tamanho dessa produção que contribuiu para o crescimento do rebanho. “A expansão do rebanho brasileiro está muito atrelada aos bons preços que nós tivemos em 2019, 2020, 2021, que realmente estimularam os produtores brasileiros, suinocultores, avicultores e bovinocultores a colocar muito dinheiro na atividade”
Segundo a pesquisa, o aumento foi registrado em todas as grandes regiões. Mato Grosso lidera a lista com 34,2 milhões de cabeças, ou 14,6% do efetivo nacional. Logo em seguida aparece o Pará (10,6%) ultrapassando Goiás (10,4%). Já no ranking municipal, São Félix do Xingu (PA) manteve destaque, alcançando 2,5 milhões de cabeças.
O rebanho de suínos cresceu 4,3% em 2022, chegando ao recorde de 44,4 milhões de animais. A região Sul reúne 51,9% desse total. O efetivo nacional de galinhas em 2022 chegou a 259,5 milhões e o Sudeste foi responsável por 35,1%. A produção nacional de peixes atingiu novo recorde de 617,3 mil toneladas. A atividade segue trazendo bons resultados, com destaque para a produção de tilápia, que representou 66,1% do total de peixes produzidos. A criação de camarão apresentou crescimento de 113,3 mil toneladas, com alta de 5,9% frente ao ano anterior.
Os produtos pecuários também ganharam destaque com aumento de R$116,3 bilhões no valor de produção. Isso mostra um crescimento de 17,5%. O leite foi o produto que teve o maior aumento totalizando 68,8% desse valor. Na sequência, veio a produção de ovos de galinha (22,4%).
Considerando os seis principais produtos (leite, ovos de galinha, ovos de codorna, mel, lã e casulos de bicho-da-seda), o ranking municipal trouxe Santa Maria de Jetibá (ES) com o maior valor da produção, somando R$ 1,6 bilhão, dos quais 95,0% são provenientes da venda de ovos de galinha, produto no qual lidera o ranking. Castro (PR) assumiu a segunda posição com R$ 1,2 bilhão, 98,7% proveniente da produção de leite. Bastos (SP) está em terceiro lugar, sendo o segundo maior produtor nacional de ovos de galinha.
Apesar do bom resultado e de um cenário positivo, o analista e consultor de SAFRAS & MERCADO, Fernando Iglesias, acredita que 2023 não será tão generoso com relação aos preços no setor.
“As margens ficaram um pouquinho mais apertadas, e o investimento também diminuiu. Com o investimento menor, a expectativa que nós temos é que basicamente haja uma situação um pouquinho diferente para os próximos anos, principalmente em função do descarte de matrizes. Então a expectativa é de um encolhimento do rebanho para 2024”, estima.
A analista da PPM, Mariana Oliveira, ainda acrescenta: “O cenário, principalmente, tem se mostrado desafiador, com altos custos de produção e margem do produtor limitada, fazendo assim com que a migração para outras atividades, como produção de grãos, pareça mais atrativa”, observa.
A produção de leite teve uma redução de 1,6% com aproximadamente 34,6 bilhões de litros em 2022. Ela tem sido decrescente desde 2020, quando alcançou o recorde da série (35,3 bilhões de litros). Conforme o levantamento, a alta dos custos e a redução das margens têm desestimulado a produção. O número de vacas ordenhadas também mostrou queda de 1% e representou 6,7% do efetivo total de bovinos em 2022, o que pode indicar desinvestimento na produção de leite.
“Observamos que produtores estão migrando ou arrendando terras para a produção de grãos, como a soja, estimulados pelas altas nos preços dos grãos nos últimos anos”, ressalta Mariana Oliveira.
A região Sul manteve a liderança reconquistada em 2021, com uma participação de 33,8%, seguido de perto pelo Sudeste com 33,6%. O Nordeste, terceiro maior produtor nacional (16,5%) desde 2017, vem aumentando sua produção. Esse crescimento é fruto, principalmente, das condições climáticas favoráveis na região nos últimos anos e de investimentos em genética e tecnologia.
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