Índice de Confiança do Empresário (ICE)

24/07/2024 00:03h

No segundo trimestre de 2024, em linha com a taxa de câmbio, a indústria reportou que o preço médio dos insumos aumentou de forma mais intensa e disseminada, aponta pesquisa da CNI

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A elevada carga tributária segue como o principal problema enfrentado pelas empresas industriais. Mas existe um outro fator que despertou a atenção da indústria recentemente e tem preocupado o setor: a taxa de câmbio. De acordo com os indicadores econômicos da pesquisa Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o percentual dos três principais problemas enfrentados no trimestre subiu de 5,6% para 19,6%, entre o primeiro e o segundo trimestres de 2024.

O economista Fernando Dantas diz que a taxa de câmbio se tornou uma preocupação para a indústria porque existem fatores que impactam diretamente nas operações e na competitividade. Entre os principais motivos, ele destaca a desvalorização da moeda local.

“Uma moeda desvalorizada pode aumentar os custos de produção, impactando a margem de lucros. Do ponto de vista da política monetária de investimentos, as flutuações cambiais impõem que as indústrias precisem de maior estabilidade para planejar investimentos de longo prazo. As flutuações das taxas de câmbio geram incertezas, dificultando a previsão de receitas e despesas futuras”, destaca.

Dantas também afirma que as empresas com dívidas e financiamentos em moedas estrangeiras são diretamente afetadas pela desvalorização da moeda local, aumentando os custos financeiros e o risco de inadimplência. 

“A desvalorização da moeda, então, também pode gerar inflação importada, significando que os preços dos produtos importados e os serviços adquiridos no exterior podem diminuir o poder de compra do consumidor, têm impacto sobre a capacidade das indústrias de repassar esses custos e isso gera uma série de impactos sobre a capacidade da indústria de se manter competitiva, previsível e com preços estáveis”, ressalta.

Segundo o professor de Logística e Planejamento Estratégico do Centro Universitário Uniceplac e Mestre em Gestão Econômica do Meio Ambiente, Romilson Aiache, qualquer instabilidade em áreas que compõem formação de custos e de preços dificulta o planejamento empresarial e o desempenho da organização:

“Pensando na oferta agregada, isso pode atrapalhar a produtividade e a competitividade dos nossos produtos”, ressalta.

Taxa de câmbio X fragilidade da economia

Para o professor Romilson Aiache, a instabilidade econômica, além de causar desgaste ao país, afeta a produtividade e a competitividade dos produtos brasileiros.

“A taxa de câmbio é administrada pelo Bacen, que se mantém com postura independente do governo. Assim, a taxa de câmbio passa a ser uma resposta do mercado ao desempenho da economia. Nesse sentido, a reversão de um cenário desfavorável não é simples, pois depende de um conjunto de fatores econômicos e políticos, pois o mercado é sensível às medidas e atitudes governamentais”, alerta.

Na opinião do economista Fernando Dantas, o contexto de volatilidade da taxa de câmbio torna o cenário da indústria nacional desafiador, muito embora, segundo ele, o câmbio desvalorizado torne o produto brasileiro mais competitivo em nível global. Por outro lado, o especialista destaca:

“Os insumos estrangeiros consumidos para a produção desses produtos nacionais também se valorizam sobremaneira, o que torna esse planejamento da indústria bastante difícil. Realmente, é necessário que se empreenda esforços no sentido de dar maior previsibilidade e estabilidade para a taxa de câmbio, a fim de tornar os produtos brasileiros mais competitivos”, observa.

Possibilidade de melhora no cenário

O doutor em economia Gustavo Galvão Paraíso acredita que a valorização do dólar é um fenômeno que decorre das altas taxas de juros pagas pelos títulos do Tesouro Americano. 

“Esse é um fenômeno que independe da própria política monetária aplicada no Brasil e se estende por todas as moedas transacionadas e conversíveis. O que o Banco Central faz para poder gerenciar essa situação é ofertar moeda, realizar contratos de swap cambial e há uma certa limitação para esse tipo de política”, aponta.

Mas outras ações também poderiam controlar esse cenário de instabilidade.

“Ajudaria também se o governo sinalizasse a responsabilidade com o equilíbrio fiscal e assim sinalizasse aos investidores estrangeiros que a estabilidade das expectativas gerará a segurança para o Brasil. Seus investimentos, o que trariam maior fluxo de recursos em moeda estrangeira, melhorando o perfil da taxa de câmbio no Brasil”, avalia.

Confiança no setor

A mais recente pesquisa da CNI, que analisa no Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), mostra que o pessimismo dos empresários em relação à economia brasileira fez o indicador cair registrando o menor patamar desde maio do ano passado. De acordo com o levantamento, a percepção dos gestores é que as condições atuais estão piores em comparação com os seis meses anteriores, especialmente para a economia brasileira, e, em menor grau, para as próprias empresas. O recuo foi de 51,4 pontos para 50,1 pontos. A pesquisa ouviu 1.271 indústrias por todo país, entre os dias 1º e 5 de julho.

O ICEI consulta empresários industriais para prever o desempenho e sinalizar as mudanças de tendência da atividade industrial. A pesquisa é mensal e coleta as informações necessárias para a construção do ICEI, da Sondagem Industrial e da Sondagem Indústria da Construção.
 

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18/06/2024 00:03h

Embora esteja acima da linha dos 50 pontos, a confiança do empresário industrial na economia brasileira recuou 0,8 pontos percentuais em junho se comparado com maio e é a menor do ano

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Os empresários industriais preferem esperar o desenrolar da economia brasileira no segundo semestre para novos investimentos. É o que mostra o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta segunda-feira (17). De acordo com o indicador, neste mês, a confiança empresarial foi de 51,4 pontos, menor 0,8 pontos em relação a maio e, também o menor índice do primeiro semestre.

Mas, embora o número mostre um freio por parte dos empresários, a CNI vê o cenário como moderado nestes primeiros seis meses do ano e enfatiza que o índice ficou acima da linha dos 50 pontos. O órgão credita essa retração às discussões em torno da regulamentação da reforma tributária, em curso na Câmara dos Deputados, e também à taxa básica de juros.

Conforme a economista da confederação, Larissa Nocko, a queda em junho em relação a maio foi causada tanto pelo componente de expectativas quanto pela avaliação das condições atuais. "Ou seja, houve uma queda nas expectativas para os próximos seis meses relacionadas à empresa e à economia brasileira e houve uma queda também da avaliação das condições atuais da empresa quanto da economia brasileira", disse.

A especialista chama a atenção, ainda, que o dado de junho e o acumulado do primeiro semestre, embora estejam indicando mais confiança em relação aos primeiros seis meses de 2023, estão inferiores à confiança de anos anteriores, no intervalo entre 2018 e 2022.

"Ou seja, o empresário industrial está confiante, mas essa confiança é bem moderada, parcimoniosa, porque ainda existem uma série de desafios a serem enfrentados ainda este ano. Por exemplo, a reforma tributária está passando pelas suas discussões, mas ainda não foi concluída. Existe a questão da taxa de juros, que está num patamar inferior ao que a gente viu no primeiro semestre do ano passado, mas ainda se encontra num terreno restritivo, contracionista, impedindo que a atividade econômica flua de uma forma mais intensa", analisou Larissa.

Ela acrescenta, ainda, que a expectativa de crescimento do PIB para 2024, embora seja positiva, ainda está indicando uma desaceleração em relação ao ano passado. "A expectativa de crescimento do PIB pela CNI, atualmente, é de 2,4%, enquanto que no ano passado foi de  2,9%."

Pode melhorar

O consultor econômico da Remessa Online, André Galhardo, faz uma análise mais profunda para a moderação do empresário industrial neste primeiro semestre. Ao comparar o nível de confiança do setor medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ele afirma que há uma "melhora contínua" mesmo aquele indicador tendo ficado em 98, abaixo da linha de 100, referente ao mês de maio.

"Embora o resultado tenha vindo 98 pontos (...) essa é a leitura mais forte em cerca de 20 meses, quase 2 anos. Isso mostra uma recuperação da confiança do setor, ainda que os números não estejam em patamares que a gente possa, de fato, comemorar. No entanto, ele mostra uma tendência de melhora", ressaltou Galhardo.

Taxa Selic

O economista avalia que a melhoria do cenário em quase 2 anos e a moderação empresarial neste primeiro semestre do ano se deve, também, aos cortes da taxa de juros no Brasil, praticadas desde o ano passado pelo Banco Central nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). Mas ele acredita que a confiança empresarial pode se abrandar mais ainda no segundo semestre, caso o Copom congele  a queda da Taxa Selic.

"Com a expectativa de que o Copom vá interromper de modo prematuro o ciclo de cortes da taxa de juros, mantendo-a em 10,5%, no melhor dos cenários. entre 10% e 10,5%, esse nível de confiança pode abrandar daqui pra frente", afirma. 

Ele explicou que o setor industrial é um dos setores que mais sentem um impacto de uma política monetária restritiva, ou seja, de uma taxa de juros elevada. Galhardo afirma que se a taxa atual for mantida, na reunião do Copom prevista para esta semana, isso acabaria impactando de forma desproporcional a indústria doméstica. 

"Isso pode reverter esse cenário de melhora que a gente viu ao longo do primeiro semestre. Eu volto a dizer: não é que tá tudo bem, o próprio índice de confiança da FGV, que está no nível mais elevado em 20 meses, ainda está longe e neutro de 100 pontos, mesmo assim é um cenário de melhora. A manutenção da taxa de juros pode desfazer esse caminho que a confiança do empresário industrial tomou ao longo dos últimos meses, ao longo dos últimos anos", frisa o economista.

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Balanço da FGV revela que o índice atingiu 95,8 pontos, o maior valor desde outubro de 2022

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Em maio, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) registrou um aumento de 0,2 ponto, atingindo 95,8 pontos. Os dados são do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas. O balanço revela que esse é o maior valor desde outubro de 2022. Na análise das médias móveis trimestrais, o índice apresentou um avanço de 0,4 ponto.

O economista César Bergo destaca que esse resultado é positivo para a economia brasileira em função de vários fatores, como o aumento nos investimentos.

“Empresas mais confiantes tendem a investir mais em seus negócios. Esses investimentos, no longo e médio prazo, acabam ajudando o crescimento econômico. Também tem a questão da geração de empregos, porque acaba dando mais confiança para a contratação de pessoas”, explica.

Municípios e expectativas

Para o diretor comercial da Line Bank BR, Helio Lima, a partir do momento que um grupo da economia registra um avanço, também há geração de empregos nos municípios.

“Vai gerar desenvolvimento, gerar impostos. Então os municípios são diretamente afetados por essa perspectiva positiva”, aponta.

Para Lima, as projeções para os próximos meses são positivas. Entretanto, ele destaca um retrocesso no comércio.

“O comércio baixou quatro pontos percentuais, acreditamos que seja pela questão do Rio Grande do Sul. Então muito do que vai acontecer nos próximos meses, de projeção, vai depender de como será sinalizado o comunicado da reconstrução do estado”, ressalta.

Comércio: índice de confiança recuou 4 pontos após duas altas consecutivas

Índice de Confiança do Empresário do Comércio recua 0,2% no último mês

Cesar Bergo pontua que os municípios com melhor preparo em termos de infraestrutura urbana serão mais beneficiados com o resultado positivo. 

“A tendência é que haja um investimento maior pros próximos meses, em função das questões econômicas, como o aumento da inflação, a redução na velocidade da queda da taxa de juros. Também o cenário internacional, que pode impactar negativamente esse otimismo dos empresários, mas de toda forma, a perspectiva de crescimento econômico”, conclui.

Segundo os dados, o Índice de Expectativas Empresariais (IE-E) aumentou em 0,1 ponto, atingindo 95,6 pontos, com um impulso vindo da melhoria nas projeções para os negócios nos próximos seis meses. 

A empresária Soraya Amorim é sócia da Benita Paninoteca. Localizada na Asa Sul (região administrativa do Distrito Federal), a empresa tem raízes italianas e trabalha com produção e venda de panificação e massas artesanais.

Amorim explica que a Benita está em um momento de crescimento, influenciada pela contratação de um agência de comunicação, parceria com outros restaurantes e mudança no cardápio.

“A expectativa para os próximos meses é de contratar mais duas pessoas e continuar nesse fluxo de crescimento”, afirma a empresária.

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O resultado veio após quatro meses consecutivos de alta. O apontamento foi realizado pelo Portal do Comércio do SENAC, nesta sexta-feira (31)

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O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 0,2% em maio, após quatro meses consecutivos de alta. O índice é responsável por avaliar as condições atuais, as expectativas de curto prazo e as intenções de investimento dos negócios do setor. O apontamento foi feito pelo Portal do Comércio do SENAC, nesta sexta-feira (31). 

De acordo com a pesquisa, o fator positivo foi o aumento da intenção de contratação de funcionários, principalmente, dentre os empresários de bens semiduráveis.

O Icec marcou 106,9 pontos em maio. O maior destaque mensal para os comerciantes foi a confiança em relação às condições atuais da economia, com redução de 2,3% em relação ao mês anterior, revelando maior cautela dos empresários em relação à economia e seus impactos no comércio. Com isso, o subindicador de condições atuais continuou sendo a principal influência da confiança do empresário, -2,1%.

Porém, os gestores estão sendo mais contidos em relação às expectativas do mercado de crédito, uma vez que não estão conseguindo ajustar os orçamentos das empresas, levando em conta que o saldo da carteira de crédito com recursos livres das pessoas jurídicas apresentou recuo de 0,7% no primeiro trimestre de 2024.

Apesar de o mercado de crédito não estar totalmente favorável, o indicador das intenções de investimento teve o maior crescimento mensal, chegando a 0,9%. O único item com queda nesse âmbito foi a Intenção de investir na empresa, que chegou a bater  -0,4% após quatro meses com alta. 

Segundo Newton Marques, economista, mestre e doutor em Economia pela UFPE, e membro do Corecon-DF, a preocupação dos comerciantes precisa ser levada em consideração. 

"Existe maior cautela dos empresários em relação à economia. Se compararmos maio com abril, a queda foi ainda mais elevada, de 2,3%. E quando comparado maio de 2024 com maio de 2023, a queda é de 1,4%. É curioso que essa pesquisa capte esse momento em que há uma redução do desemprego, mas o pessimismo que toma conta dos empresários do comércio tem que ser levado em conta porque é a partir das vendas do comércio que as indústrias recebem as encomendas", explica.

O item de maior evolução nos investimentos foi novamente a Intenção de Contratação de Funcionários, com 1,9%, indicada pelos consumidores na ICF de maio. A maior parte dos empresários busca aumentar seu quadro de empregados, que já marca 63,7%, o maior percentual do ano, o que mostra que os resultados positivos, observados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged), devem continuar. 


 

Em relação à percepção atual do comércio, a atividade de supermercados, farmácias e lojas de cosméticos foi a que apresentou mais confiança, com indicador de 85,7 pontos, apesar do maior recuo mensal. Já os comerciantes de roupas, calçados, tecidos e acessórios perceberam uma melhora mensal nas condições do setor.

 

Todos os segmentos apresentaram queda de suas expectativas para o setor. Contudo, apesar de os empresários de produtos duráveis e de bens não duráveis terem tido queda mensal nesse indicador, continuam apresentando o maior nível e em patamar 4,9% acima do observado em maio do ano passado, com 120,8 pontos percentuais.
 

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24/08/2023 04:45h

Segundo levantamento da CNI, a elevada taxa de juros e a carga tributária são os principais problemas enfrentados pelos industriais de pequeno porte

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Os empresários da indústria de pequeno porte demonstraram estar confiantes pela primeira vez em 2023. Segundo o Panorama da Pequena Indústria divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para empresas de 10 até 49 funcionários aumentou 1,3 ponto entre junho e julho de 2023, passando de 50,6 pontos. 

É a primeira vez este ano que o indicador ultrapassa a linha divisória dos 50 pontos, que separa a confiança e a falta dela, mas ainda segue abaixo da média histórica de 52,8 pontos.

O pesquisador e economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), Stéfano Pacini, explica que a pequena indústria reflete o cenário da indústria brasileira como um todo em 2023.

“Durante o ano de 2023, [a indústria] vem andando de lado; ela vem tendo resultados com variações muito pequenas, quando a gente olha para produção física da indústria. O que isso quer dizer quando a gente olha para os fatores macroeconômicos da economia brasileira? A gente vê principalmente uma taxa de juros alta, um alto endividamento, dificuldade de reaquecer a demanda e, por fim, neste ano, um arrefecimento da inflação.”

Principais problemas

Segundo o levantamento da CNI, os empresários da indústria de pequeno porte indicaram que a carga tributária está em primeiro lugar no ranking dos principais problemas enfrentados pela indústria da transformação, com 41,6% das indicações. Para a indústria da construção, as taxas de juros elevadas estão em primeiro lugar, com 33,3%. 

O economista do FGV Ibre explica que a alta taxa de juros pode impactar na tomada de crédito, que é fundamental para o desenvolvimento da pequena indústria.

“Uma taxa de juros alta torna o crédito mais caro. Por uma ótica do produtor, a gente vê uma cautela em relação a fazer novos investimentos para aumentar a produção. E pela ótica do consumidor, ele pensa duas vezes antes de fazer uma compra a prazo, porque o parcelamento fica mais caro. E junto disso, com uma taxa de juros mais alta, a gente tem observado taxas de inadimplência muito altas no Brasil.”

O deputado federal Carlos Chiodini (MDB-SC) destaca a importância da reforma tributária para melhorar o ambiente de negócios do país, especialmente da indústria. 

“Os próprios estudos apontados pela CNI e por outras confederações, por universidades de renome nacional e internacional, comprovam isso. Vai tornar o sistema tributário mais simples de ser apurado e a indústria é o setor que vai ser o mais beneficiado na minha opinião. Com o advento da nova forma de cobrar imposto, ela vai poder ser mais competitiva lá na ponta, divulgando melhor os seus resultados para os investidores. Então tenho certeza que a reforma tributária vem ao encontro dessas prioridades e vai simplificar a vida do empresário brasileiro deixando a indústria mais competitiva.”

O economista do FGV Ibre, Stéfano Pacini, também ressalta a importância da reforma tributária para o empresário industrial.

“O setor industrial é o que tem a maior oneração dentro da carga tributária. Isso vai trazer uma descompressão de custos para o empresário, o que torna o negócio mais atrativo também.”

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No Senado, setor produtivo pede exclusão de imposto estadual da reforma tributária

Ainda de acordo com o levantamento da CNI, o Índice de Perspectivas da indústria de pequeno porte — que capta as expectativas para os próximos seis meses — apontou um aumento de 2,1 pontos em julho de 2023 e alcançou 49,5 pontos. O resultado é o maior do ano até o momento e está acima da média histórica de 46,9 pontos. Segundo a CNI, a melhoria do indicador de perspectivas está relacionada à melhoria das expectativas de demandas e do nível de atividades para os próximos meses.

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18/08/2023 04:15h

Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), empresário da indústria de pequeno porte apresenta confiança pela primeira vez no ano

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O índice de desempenho da pequena indústria ficou em 44,8 pontos no segundo trimestre de 2023. O resultado, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), é considerado positivo se comparado ao primeiro trimestre do ano (44 pontos) e à média histórica (43,8 pontos). 

O indicador chegou a cair 3,5 pontos de março para abril, mas apresentou melhoria no restante do trimestre — com avanços de 2,4 pontos de abril para maio e de 0,4 ponto de maio para junho. O cálculo da CNI leva em consideração a evolução do volume de produção, o nível de utilização da capacidade instalada e o avanço do número de empregados para as indústrias extrativas, de transformação e da construção.

O economista e professor de mercado financeiro da Universidade de Brasília (UnB), César Bergo, explica que em 2023 houve um crescimento maior da economia, além do que se esperava.

“De fato, a economia acabou apresentando um resultado melhor no primeiro e no segundo trimestre do que se esperava. Isso acabou afetando a produção industrial, sobretudo dos pequenos negócios industriais. Algumas medidas do governo relacionadas à área de crédito e fomento — e a questão também que houve da desoneração dos automóveis, dos impostos federais, acabou de alguma forma agindo positivamente no desempenho da indústria, porque você de alguma forma alimenta toda a cadeia produtiva do automóvel e envolve muitos produtores de pequeno porte.”

Segundo o Panorama da Pequena Indústria da CNI, o índice de situação financeira — calculado com base na margem de lucro operacional, na situação financeira e no acesso ao crédito — aumentou 2 pontos no segundo trimestre de 2023 e atingiu 41,3 pontos.

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Confiança, juros e reforma tributária

Pela primeira vez no ano, o empresário da indústria de pequeno porte demonstrou confiança no setor. O índice que mede essa confiança aumentou 1,3 ponto entre junho e julho e alcançou 50,6 pontos, ou seja, acima da linha divisória de 50 pontos que separa a confiança da falta dela. No entanto, o indicador segue abaixo da média histórica de 52,8 pontos.

Segundo Newton Marques, economista membro do Conselho Regional de Economia (Corecon-DF), a confiança do empresário industrial está relacionada à espera de uma redução da taxa básica de juros.

“O motivo da baixa confiança do pequeno empresário industrial em 2023 é com relação à espera de que haja uma redução da taxa básica de juros e que isso possa provocar um aumento dos investimentos do setor privado. Mas o governo também precisa dar o incentivo, aumentando o seu investimento no setor público para também ajudar a alavancar essa recuperação da atividade econômica.”

O economista César Bergo também relaciona a confiança do empresário industrial com a redução da taxa básica de juros. 

“Um dos fatores importantes para a melhoria desse cenário é a redução da taxa de juros que vem acontecendo. Então, na última reunião do Copom, o Banco Central reduziu a taxa de juros. Isso vai ter um impacto direto nesse fator motivacional do pequeno empresário industrial, porque a indústria depende muito do crédito e também o crédito afeta diretamente o serviço, sobretudo a venda de bens duráveis.”

Já o deputado federal Benes Leocádio (União-RN) destaca a importância da aprovação da reforma tributária para melhorar a carga de impostos do setor industrial.

“Sabemos que os juros e a atual carga tributária são empecilhos para o crescimento de qualquer cadeia produtiva, principalmente da pequena indústria. Esperamos que, com a finalização e aprovação da reforma, isso possa trazer melhores condições para o desempenho principalmente da pequena indústria brasileira, que é quem mais gera emprego nesse país. E que tenhamos também a consciência de que o tributo devido e arrecadado pelo poder público é fonte e condições de aplicação das políticas públicas de melhoria da qualidade de vida do cidadão. E o nosso desejo é que tenhamos menos carga tributária e mais geração de emprego e renda, para assim a economia caminhar com melhores dias.”

Segundo o Panorama da Pequena Indústria, o índice de perspectivas da indústria de pequeno porte — que capta as expectativas para os próximos seis meses — apontou um aumento de 2,1 pontos em julho de 2023 e alcançou 49,5 pontos. 

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Após dois meses em alta, o índice recua e segue distante de um nível considerado neutro

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O Índice de Confiança Empresarial (ICE) do FGV IBRE caiu 0,5 ponto em julho, para 94 pontos, após dois meses em alta. Apesar de avanços recentes, o índice segue distante de um nível considerado neutro para a confiança empresarial. 

O Índice é composto por duas dimensões: de situação presente da economia e de situação futura. 

A avaliação sobre a situação presente da economia caiu 1,1 ponto, influenciado principalmente por uma menor demanda. 

A expectativa sobre o futuro da economia foi a categoria que mais recuou, em 1,6 ponto. Houve aumento da expectativa da demanda prevista, porém estagnação do indicador de emprego previsto. Isto demonstra preocupação de grande parte do setor produtivo com os meses seguintes. 

O Índice de Confiança empresarial cobre quatro grandes setores da economia: indústria, serviços, comércio e construção. 

O setor de serviços exibiu resiliência e sustenta confiança de 98 pontos. Já os índices de indústria e comércio recuaram e a confiança da construção voltou a crescer, após dois meses em queda. 

A confiança da indústria e do comércio está muito abaixo das demais categorias. 

Porém, a confiança empresarial subiu em 41% dos 49 segmentos que integram o índice. 

O Índice é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia, FGV IBRE. Segundo seus especialistas, o recuo da confiança empresarial foi discreto, mas afeta a possibilidade de uma recuperação continuada do Índice. O que preocupa é o pessimismo em prazos mais longos, que pode influenciar decisões presentes de investimento.  
 

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04/07/2023 16:45h

Após três meses de relativa estabilidade, a Confiança Empresarial atingiu o maior patamar desde outubro do ano passado

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A confiança empresarial subiu em junho de 2023, após três meses de relativa estabilidade e atingiu o maior patamar desde outubro do ano passado. O Índice que mensura a confiança teve alta de 3,0 pontos e atingiu 94,5 pontos.

Com isso, o índice retoma confiança de alta iniciada em 2023, mas segue distante do nível considerado neutro, de 100 pontos. O resultado ocorre tanto pela melhora da percepção atual da economia, puxada principalmente pela Demanda Atual, quanto pela melhora de expectativas. 

Porém, ainda há grande preocupação no ambiente dos negócios no horizonte de seis meses. Ainda há espaço para melhor desempenho de componentes como a Demanda Prevista e Emprego Previsto para os próximos meses

Segundo especialistas da Fundação Getúlio Vargas, a FGV, o resultado referente a junho revela que o pior momento para a confiança empresarial em 2023 já aconteceu e que agora a projeção é de retomada. 

A melhora das expectativas é influenciada pela aprovação do novo arcabouço fiscal e por possíveis menores taxas de juros para o segundo semestre. 

O Índice de Confiança Empresarial contempla os setores de Indústria, Serviços, Comércio e Construção.

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Economia
01/06/2023 18:40h

Setores de comércio e de serviço impulsionam alta do índice em maio

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O Índice de Confiança Empresarial (ICE) do FGV IBRE subiu 0,4 ponto em maio, para 91,5 pontos, compensando a queda de 0,3 ponto no mês anterior. Após alcançar o menor nível do ano em janeiro (88,6 pts), o índice parece acomodar neste patamar baixo, ainda distante do nível considerado neutro, dos 100 pontos. 

Segundo especialistas, a alta discreta do índice no mês de maio parece apresentar mais uma acomodação do índice no patamar em torno dos 91 pontos do que o início de uma tendência de alta. A leitura mais favorável dos números agregados é impedida no longo prazo, porém, pelo persistente pessimismo com o rumo dos negócios. 

A alta da confiança empresarial em maio foi determinada pela melhoria de 2,0 pontos do Índice de Expectativas (IE), que atingiu o melhor resultado desde outubro de 2022, com 93,4 pontos. Porém, este resultado deve ser visto com uma certa cautela, já que o indicador que mede as expectativas no horizonte de seis meses caiu e fica abaixo do nível dos indicadores que medem o otimismo. Já o Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) caminhou em sentido contrário e recuou 1,1 ponto. 

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) abrange índices de confiança de quatro setores: Indústria, Serviços, Comércio e Construção. 

Neste mês, os índices de confiança do comércio e serviço subiram 3,7 e 0,5 pontos, respectivamente. Já indústria e construção caminharam em sentido oposto e recuaram no mês. 

O destaque do mês fica com o setor do comércio, que teve alta em maio e recupera quase 70% da queda registrada no mês anterior. 
 

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