Índice de Confiança do Empresário (ICE)

24/08/2023 04:45h

Segundo levantamento da CNI, a elevada taxa de juros e a carga tributária são os principais problemas enfrentados pelos industriais de pequeno porte

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Os empresários da indústria de pequeno porte demonstraram estar confiantes pela primeira vez em 2023. Segundo o Panorama da Pequena Indústria divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para empresas de 10 até 49 funcionários aumentou 1,3 ponto entre junho e julho de 2023, passando de 50,6 pontos. 

É a primeira vez este ano que o indicador ultrapassa a linha divisória dos 50 pontos, que separa a confiança e a falta dela, mas ainda segue abaixo da média histórica de 52,8 pontos.

O pesquisador e economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), Stéfano Pacini, explica que a pequena indústria reflete o cenário da indústria brasileira como um todo em 2023.

“Durante o ano de 2023, [a indústria] vem andando de lado; ela vem tendo resultados com variações muito pequenas, quando a gente olha para produção física da indústria. O que isso quer dizer quando a gente olha para os fatores macroeconômicos da economia brasileira? A gente vê principalmente uma taxa de juros alta, um alto endividamento, dificuldade de reaquecer a demanda e, por fim, neste ano, um arrefecimento da inflação.”

Principais problemas

Segundo o levantamento da CNI, os empresários da indústria de pequeno porte indicaram que a carga tributária está em primeiro lugar no ranking dos principais problemas enfrentados pela indústria da transformação, com 41,6% das indicações. Para a indústria da construção, as taxas de juros elevadas estão em primeiro lugar, com 33,3%. 

O economista do FGV Ibre explica que a alta taxa de juros pode impactar na tomada de crédito, que é fundamental para o desenvolvimento da pequena indústria.

“Uma taxa de juros alta torna o crédito mais caro. Por uma ótica do produtor, a gente vê uma cautela em relação a fazer novos investimentos para aumentar a produção. E pela ótica do consumidor, ele pensa duas vezes antes de fazer uma compra a prazo, porque o parcelamento fica mais caro. E junto disso, com uma taxa de juros mais alta, a gente tem observado taxas de inadimplência muito altas no Brasil.”

O deputado federal Carlos Chiodini (MDB-SC) destaca a importância da reforma tributária para melhorar o ambiente de negócios do país, especialmente da indústria. 

“Os próprios estudos apontados pela CNI e por outras confederações, por universidades de renome nacional e internacional, comprovam isso. Vai tornar o sistema tributário mais simples de ser apurado e a indústria é o setor que vai ser o mais beneficiado na minha opinião. Com o advento da nova forma de cobrar imposto, ela vai poder ser mais competitiva lá na ponta, divulgando melhor os seus resultados para os investidores. Então tenho certeza que a reforma tributária vem ao encontro dessas prioridades e vai simplificar a vida do empresário brasileiro deixando a indústria mais competitiva.”

O economista do FGV Ibre, Stéfano Pacini, também ressalta a importância da reforma tributária para o empresário industrial.

“O setor industrial é o que tem a maior oneração dentro da carga tributária. Isso vai trazer uma descompressão de custos para o empresário, o que torna o negócio mais atrativo também.”

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Ainda de acordo com o levantamento da CNI, o Índice de Perspectivas da indústria de pequeno porte — que capta as expectativas para os próximos seis meses — apontou um aumento de 2,1 pontos em julho de 2023 e alcançou 49,5 pontos. O resultado é o maior do ano até o momento e está acima da média histórica de 46,9 pontos. Segundo a CNI, a melhoria do indicador de perspectivas está relacionada à melhoria das expectativas de demandas e do nível de atividades para os próximos meses.

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18/08/2023 04:15h

Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), empresário da indústria de pequeno porte apresenta confiança pela primeira vez no ano

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O índice de desempenho da pequena indústria ficou em 44,8 pontos no segundo trimestre de 2023. O resultado, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), é considerado positivo se comparado ao primeiro trimestre do ano (44 pontos) e à média histórica (43,8 pontos). 

O indicador chegou a cair 3,5 pontos de março para abril, mas apresentou melhoria no restante do trimestre — com avanços de 2,4 pontos de abril para maio e de 0,4 ponto de maio para junho. O cálculo da CNI leva em consideração a evolução do volume de produção, o nível de utilização da capacidade instalada e o avanço do número de empregados para as indústrias extrativas, de transformação e da construção.

O economista e professor de mercado financeiro da Universidade de Brasília (UnB), César Bergo, explica que em 2023 houve um crescimento maior da economia, além do que se esperava.

“De fato, a economia acabou apresentando um resultado melhor no primeiro e no segundo trimestre do que se esperava. Isso acabou afetando a produção industrial, sobretudo dos pequenos negócios industriais. Algumas medidas do governo relacionadas à área de crédito e fomento — e a questão também que houve da desoneração dos automóveis, dos impostos federais, acabou de alguma forma agindo positivamente no desempenho da indústria, porque você de alguma forma alimenta toda a cadeia produtiva do automóvel e envolve muitos produtores de pequeno porte.”

Segundo o Panorama da Pequena Indústria da CNI, o índice de situação financeira — calculado com base na margem de lucro operacional, na situação financeira e no acesso ao crédito — aumentou 2 pontos no segundo trimestre de 2023 e atingiu 41,3 pontos.

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Confiança, juros e reforma tributária

Pela primeira vez no ano, o empresário da indústria de pequeno porte demonstrou confiança no setor. O índice que mede essa confiança aumentou 1,3 ponto entre junho e julho e alcançou 50,6 pontos, ou seja, acima da linha divisória de 50 pontos que separa a confiança da falta dela. No entanto, o indicador segue abaixo da média histórica de 52,8 pontos.

Segundo Newton Marques, economista membro do Conselho Regional de Economia (Corecon-DF), a confiança do empresário industrial está relacionada à espera de uma redução da taxa básica de juros.

“O motivo da baixa confiança do pequeno empresário industrial em 2023 é com relação à espera de que haja uma redução da taxa básica de juros e que isso possa provocar um aumento dos investimentos do setor privado. Mas o governo também precisa dar o incentivo, aumentando o seu investimento no setor público para também ajudar a alavancar essa recuperação da atividade econômica.”

O economista César Bergo também relaciona a confiança do empresário industrial com a redução da taxa básica de juros. 

“Um dos fatores importantes para a melhoria desse cenário é a redução da taxa de juros que vem acontecendo. Então, na última reunião do Copom, o Banco Central reduziu a taxa de juros. Isso vai ter um impacto direto nesse fator motivacional do pequeno empresário industrial, porque a indústria depende muito do crédito e também o crédito afeta diretamente o serviço, sobretudo a venda de bens duráveis.”

Já o deputado federal Benes Leocádio (União-RN) destaca a importância da aprovação da reforma tributária para melhorar a carga de impostos do setor industrial.

“Sabemos que os juros e a atual carga tributária são empecilhos para o crescimento de qualquer cadeia produtiva, principalmente da pequena indústria. Esperamos que, com a finalização e aprovação da reforma, isso possa trazer melhores condições para o desempenho principalmente da pequena indústria brasileira, que é quem mais gera emprego nesse país. E que tenhamos também a consciência de que o tributo devido e arrecadado pelo poder público é fonte e condições de aplicação das políticas públicas de melhoria da qualidade de vida do cidadão. E o nosso desejo é que tenhamos menos carga tributária e mais geração de emprego e renda, para assim a economia caminhar com melhores dias.”

Segundo o Panorama da Pequena Indústria, o índice de perspectivas da indústria de pequeno porte — que capta as expectativas para os próximos seis meses — apontou um aumento de 2,1 pontos em julho de 2023 e alcançou 49,5 pontos. 

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Após dois meses em alta, o índice recua e segue distante de um nível considerado neutro

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O Índice de Confiança Empresarial (ICE) do FGV IBRE caiu 0,5 ponto em julho, para 94 pontos, após dois meses em alta. Apesar de avanços recentes, o índice segue distante de um nível considerado neutro para a confiança empresarial. 

O Índice é composto por duas dimensões: de situação presente da economia e de situação futura. 

A avaliação sobre a situação presente da economia caiu 1,1 ponto, influenciado principalmente por uma menor demanda. 

A expectativa sobre o futuro da economia foi a categoria que mais recuou, em 1,6 ponto. Houve aumento da expectativa da demanda prevista, porém estagnação do indicador de emprego previsto. Isto demonstra preocupação de grande parte do setor produtivo com os meses seguintes. 

O Índice de Confiança empresarial cobre quatro grandes setores da economia: indústria, serviços, comércio e construção. 

O setor de serviços exibiu resiliência e sustenta confiança de 98 pontos. Já os índices de indústria e comércio recuaram e a confiança da construção voltou a crescer, após dois meses em queda. 

A confiança da indústria e do comércio está muito abaixo das demais categorias. 

Porém, a confiança empresarial subiu em 41% dos 49 segmentos que integram o índice. 

O Índice é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia, FGV IBRE. Segundo seus especialistas, o recuo da confiança empresarial foi discreto, mas afeta a possibilidade de uma recuperação continuada do Índice. O que preocupa é o pessimismo em prazos mais longos, que pode influenciar decisões presentes de investimento.  
 

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04/07/2023 16:45h

Após três meses de relativa estabilidade, a Confiança Empresarial atingiu o maior patamar desde outubro do ano passado

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A confiança empresarial subiu em junho de 2023, após três meses de relativa estabilidade e atingiu o maior patamar desde outubro do ano passado. O Índice que mensura a confiança teve alta de 3,0 pontos e atingiu 94,5 pontos.

Com isso, o índice retoma confiança de alta iniciada em 2023, mas segue distante do nível considerado neutro, de 100 pontos. O resultado ocorre tanto pela melhora da percepção atual da economia, puxada principalmente pela Demanda Atual, quanto pela melhora de expectativas. 

Porém, ainda há grande preocupação no ambiente dos negócios no horizonte de seis meses. Ainda há espaço para melhor desempenho de componentes como a Demanda Prevista e Emprego Previsto para os próximos meses

Segundo especialistas da Fundação Getúlio Vargas, a FGV, o resultado referente a junho revela que o pior momento para a confiança empresarial em 2023 já aconteceu e que agora a projeção é de retomada. 

A melhora das expectativas é influenciada pela aprovação do novo arcabouço fiscal e por possíveis menores taxas de juros para o segundo semestre. 

O Índice de Confiança Empresarial contempla os setores de Indústria, Serviços, Comércio e Construção.

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Economia
01/06/2023 18:40h

Setores de comércio e de serviço impulsionam alta do índice em maio

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O Índice de Confiança Empresarial (ICE) do FGV IBRE subiu 0,4 ponto em maio, para 91,5 pontos, compensando a queda de 0,3 ponto no mês anterior. Após alcançar o menor nível do ano em janeiro (88,6 pts), o índice parece acomodar neste patamar baixo, ainda distante do nível considerado neutro, dos 100 pontos. 

Segundo especialistas, a alta discreta do índice no mês de maio parece apresentar mais uma acomodação do índice no patamar em torno dos 91 pontos do que o início de uma tendência de alta. A leitura mais favorável dos números agregados é impedida no longo prazo, porém, pelo persistente pessimismo com o rumo dos negócios. 

A alta da confiança empresarial em maio foi determinada pela melhoria de 2,0 pontos do Índice de Expectativas (IE), que atingiu o melhor resultado desde outubro de 2022, com 93,4 pontos. Porém, este resultado deve ser visto com uma certa cautela, já que o indicador que mede as expectativas no horizonte de seis meses caiu e fica abaixo do nível dos indicadores que medem o otimismo. Já o Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) caminhou em sentido contrário e recuou 1,1 ponto. 

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) abrange índices de confiança de quatro setores: Indústria, Serviços, Comércio e Construção. 

Neste mês, os índices de confiança do comércio e serviço subiram 3,7 e 0,5 pontos, respectivamente. Já indústria e construção caminharam em sentido oposto e recuaram no mês. 

O destaque do mês fica com o setor do comércio, que teve alta em maio e recupera quase 70% da queda registrada no mês anterior. 
 

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