LOC.: A taxa de desemprego no Brasil fechou o trimestre, encerrado em junho de 2024, em 6,9%. O número representa uma queda de 1 ponto percentual em relação ao trimestre de janeiro a março de 2024, quando a taxa era de 7,9%. Este é o menor índice de desocupação para um trimestre encerrado em junho desde 2014. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com essa redução, a população desocupada no país atingiu 7 milhões e 500 mil de pessoas. Esse número representa o menor contingente de desocupados desde o trimestre finalizado em fevereiro de 2015.
A coordenadora da Pnad do IBGE, Adriana Beringuy, destaca os fatores que influenciaram a redução do desemprego.
TEC./SONORA: Adriana Beringuy, Coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE
"Essa redução importante do número de pessoas desocupadas é devida a uma expansão bastante importante do número de trabalhadores, que em um trimestre, teve um aumento de 1,6 milhão a mais de pessoas ocupadas trabalhando, portanto, fazendo com que a população ocupada hoje no Brasil, fique na casa de 102 milhões de pessoas."
LOC.: O economista Cesar Bergo destaca que o desemprego vem caindo, especialmente no setor de varejo e serviços.
TEC./SONORA: Cesar Bergo, economista
"A tendência é que melhore ainda mais nos próximos meses, impulsionada por datas comemorativas como o Dia das Crianças e o Natal, além da Black Friday. A tendência é ainda manter essa taxa de desemprego em torno de 7%.”
LOC.: O membro da Comissão de Política Econômica do Cofecon, Fernando de Aquino, avalia que pesquisas sobre o mercado de trabalho no Brasil precisam ser avaliadas sob duas perspectivas: uma é o seu comportamento nos últimos anos e a outra é a distância que mantemos dos países desenvolvidos.
TEC./SONORA: Fernando de Aquino, membro da Comissão de Política Econômica do Cofecon
"A população ocupada subindo, os indicadores gerais continuam sendo favoráveis. Contudo, a informalidade continua muito alta, indicando um mercado de trabalho de pior qualidade, sem as garantias da CLT. Isso traz dificuldades para financiar os benefícios previdenciários, tanto os correntes quanto os futuros."
LOC.: Em relação aos países desenvolvidos, ele afirma que o Brasil ainda enfrenta um rendimento de trabalho baixo. De acordo com Aquino, o alto retorno do capital, sustentado pelas altas taxas de juros, faz com que as pessoas prefiram investir no mercado financeiro em vez de no setor real.
O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado, excluindo trabalhadores domésticos, atingiu mais de 38 milhões, estabelecendo um novo recorde da série histórica. O segmento de trabalhadores informais permaneceu em 38,6% da população ocupada.
Reportagem, Nathália Guimarães