Enquanto o mundo sente os efeitos das mudanças climáticas e se preocupa com isso, o assunto vira o tema do ano no SESI Lab – museu localizado ao lado da Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília (DF), que conecta arte, ciência e tecnologia. Bioeconomia e biodiversidade serão questões centrais em 2024 no espaço onde a prática e a interatividade geram conhecimento e reflexão.
A temática da “Bioeconomia e Biodiversidade” vai fazer parte da programação multidisciplinar do museu este ano. Foi escolhida com base em pesquisas, dentre elas uma que foi realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que apresenta que enquanto 91% dos brasileiros estão preocupados com as mudanças climáticas nos últimos anos, 61% veem o Brasil como protagonista na transição para a economia verde.
A superintendente de Cultura do SESI, Cláudia Ramalho, explica a importância do assunto na formação das novas gerações. “O caminho para as transformações transita ao fomento à educação e à missão de resgatar as pessoas no encantamento pela ciência como uma ferramenta catalisadora de conhecimento. E é com esse propósito — de contribuir para a construção de novos futuros — que o museu apresenta o tema central: bioeconomia e biodiversidade.”
A Programação Educativa e Cultural do museu foi pautada na possibilidade de um futuro mais sustentável. Por isso, estão previstas atividades com foco na cultura maker e aplicação de novas tecnologias digitais. Oficinas interativas e literárias — que estimulem a construção de pensamento crítico — também fazem parte da programação.
Tudo pensado numa abordagem de educação criativa, inovadora e acessível a diferentes públicos, que vão além do museu de Brasília e inclui ações itinerantes em várias partes do Brasil.
Dois conceitos que parecem não ter relação, mas que, nos últimos anos, vêm ganhando visibilidade e discussões entre acadêmicos e especialistas. Sustentabilidade cultural então, se tornou um conceito. Cláudia Ramalho explica, na prática, o que as pessoas são capazes de experimentar por meio desse tema.
“É interessante a gente perceber o território como uma entidade de propiciar uma forma de vida sustentável. Baseadas em escolhas éticas, no consumo de produtos e serviços, a relação com o ambiente e as outras pessoas e favorecendo a relação biocultural.”
Um dos fotógrafos mais renomados do mundo, o brasileiro Sebastião Salgado ganha uma exposição no Museu Temporário do SESI Lab, em Brasília, a partir deste sábado (26). A mostra “Trabalhadores" apresenta 150 imagens impressas de forma analógica que retratam o mundo do trabalho pelo mundo. A exposição fica em cartaz até 28 de janeiro de 2024.
O trabalho é resultado de viagens realizadas entre 1986 e 1992 e tem como objetivo retratar a busca do fotógrafo em "representar os processos manuais de produção ainda existentes, antes que desapareçam completamente".
"Nesse projeto quis documentar o fim da primeira grande revolução industrial, na qual o trabalho era extremamente importante. Durante seis anos, viajei pelo mundo em busca da presença da mão humana na produção. Máquinas inteligentes estavam chegando às linhas de produção. Os computadores e a robotização estavam começando a substituir a força de trabalho”, destaca Sebastião Salgado.
A curadoria da mostra foi realizada pela design Lélia Wanick Salgado e conta a história do período sob uma perspectiva arqueológica visual. A seleção de fotos reúne um mundo de nuances que vão desde as plantações de chá em Ruanda aos cemitérios de navios em Bangladesh, passando por países como Rússia, China, Índia, França, Polônia, Cuba — e no Brasil, os garimpos da Serra Pelada e as plantações de cana-de-açúcar.
Segundo o coordenador-geral das exposições de Sebastião Salgado no Brasil, Álvaro Razuk, a exposição está dividida em capítulos e retrata transformações no mundo do trabalho.
“São 6 capítulos, então a exposição está estruturada na forma como aparece no livro. E fala de vários tipos de formas de trabalho, por exemplo, fala do cortador de cana que se liga com a criação do Proálcool,que é um trabalho bastante precarizado. Hoje em dia isso é mecanizado em muitos lugares, mas eu tenho certeza de que esse tipo de trabalho não se extinguiu. Eu acho que o trabalho do Sebastião tem a formação dele de jornalismo, como ele pensa, como ele fala das reportagens. Ele estrutura todas essas coisas, não é só um momento em algum lugar específico. Então esse acervo todo vai ter essa importância de memória, de documentação.”
Após um intervalo de mais de 20 anos desde a primeira exposição no Brasil, "Trabalhadores" chega pela primeira vez à capital. Salgado também é o primeiro artista a expor na galeria de exposições temporárias do museu Sesi Lab.
De acordo com a gerente-executiva de Cultura do SESI, Claudia Ramalho, a conexão entre a mostra e o tema anual das ações do Sesi Lab 2023 – Futuro das Profissões – foi determinante para a escolha da exposição.
“A primeira exposição com o tema o "futuro das profissões" foi em novembro de 2022. E a grande mensagem desta exposição era exatamente a dimensão das competências que estão fundadas na educação. Isso para nós foi muito importante justamente para dar continuidade a esse tema. E a escolha da exposição do Sebastião Salgado foi muito intencional, porque ele percorreu o mundo de 1986 até 1992 e fez um registro histórico a partir de processos de produção. Então assim, são as mãos de homens e mulheres que produziam. E é interessante, porque são profissões que não existem mais; algumas são existentes”, destaca.
Para o diretor de operações do Sesi, Paulo Mól, a exposição tem como objetivo gerar uma reflexão sobre os processos históricos do mundo trabalho com o atual contexto em que a tecnologia e novos processos estão alinhados com o trabalho.
“Quando a gente pensar especificamente sobre o futuro do trabalho, é importante a gente olhar para o que foi, para que a gente possa fazer a projeção do futuro para frente. O quanto mudou? Então tenho certeza que vir ao Sesi Lab olhar o acervo “Trabalhadores” do Sebastião Salgado vai provocar reflexões muito importantes, muito relevantes”, afirma.
Segundo a gerente-executiva de Cultura do Sesi, para o próximo ano o tema escolhido foi bioeconomia. Os trabalhos para a produção de uma nova exposição já iniciaram e estão ligados ao tema da Amazônia.
A mostra “Trabalhadores” vai estar aberta à visitação a partir do sábado (26) das 10h às 19h. Durante o primeiro final de semana a visitação será gratuita para o público. Depois, R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia e gratuito somente para crianças de até 10 anos, pessoas com deficiência, professores e alunos da rede SESI e SENAI e da rede pública de ensino, trabalhadores da indústria do Sistema Indústria, público em situação de vulnerabilidade social e membros associados do Conselho Internacional de Museus (ICOM).
De acordo com a gerente-executiva de Cultura do SESI, além da exposição será realizado no sábado (26) um conjunto de atividades.
“A gente vai ter oficinas, workshops e vai ter a exibição do documentário O Sal da Terra. É um documentário que foi indicado ao Oscar em 2015 e que conta a trajetória de Sebastião Salgado. Para a exibição do documentário a gente vai contar com o filho de Sebastião Salgado, Juliano Salgado, que vai exibir o documentário às 15h e depois vai conversar com os visitantes sobre a produção do documentário. Além de toda essa programação, a gente também vai ter uma programação cultural de apresentações artísticas”, explica.
Sebastião Ribeiro Salgado nasceu em Aimorés, Minas Gerais, em 1944. Considerado uma referência para a chamada fotografia humanista, Sebastião Salgado, além de registros fotográficos sobre diversos hábitos e culturas, denuncia, por meio de seus trabalhos, situações de desigualdade social e exploração de diferentes povos ao redor do mundo.
Formado em economia, teve sua primeira experiência no fotojornalismo em 1973 para as agências Gamma, Sygma e Magnum, enquanto residia em Paris, capital da França. Tem passagem pela agência Magnum, onde se destacou por retratar o atentado sofrido pelo então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan (1911-2004), em 1981.
Conhecido por trabalhos como Êxodos (2000) e Gênesis (2013), Sebastião Salgado é o primeiro brasileiro a integrar a Academia de Belas Artes da França.
Na opinião de 90% dos executivos, cursos técnicos permitem ingresso mais rápido no mercado de trabalho. É o que mostra uma recente pesquisa feita pelo Sesi e Senai. O levantamento indica ainda que 75% dos empresários acreditam que os cursos técnicos/profissionalizantes estão mais ligados às necessidades do mercado do que o ensino superior.
O ensino técnico profissionalizante também aparece como a segunda prioridade para a educação apontada pelos empresários, depois do ensino fundamental.
“Vinte e um por cento dos empresários acreditam que o ensino técnico deve ser uma prioridade do MEC. E isso vem ao encontro da reforma do ensino médio, que incorpora nos itinerários a educação profissional técnica como parte do ensino médio brasileiro, convergindo o ensino médio brasileiro, como faz a maior parte dos países desenvolvidos e dos emergentes e dos mais bem-sucedidos”, diz o diretor do Sesi e do Senai, Rafael Lucchesi.
Para os empresários, as ações que devem ser priorizadas pelo poder público nos próximos quatro anos são: melhorar a capacitação dos professores (34%), melhorar o ensino fundamental (16%) melhorar as condições das escolas (15%), aumentar o salário dos professores (14%), melhorar o ensino médio (11%) e ampliar o acesso aos cursos técnicos/profissionalizantes (10%).
Um em cada três empresários considera ensino técnico ponto forte da educação brasileira
No último dia 11 de julho, o Senado aprovou a Política Nacional da Educação Profissional e Técnica (PL 6.494/2019), que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para dispor sobre a formação técnica profissional e tecnológica — e também articular a formação profissional técnica de nível médio com a aprendizagem profissional.
Outra proposta no sentido de fortalecer essa modalidade de ensino foi a criação da Frente Parlamentar em Favor da Educação Profissional e Tecnológica (PRS 31/2023). A frente busca melhorar o número de ofertas, matrículas e a qualidade na educação profissional.
Autor do PLP 126/2020, projeto que institui o Fundo de Desenvolvimento do Ensino Profissional e Qualificação do Trabalhador (Fundep), para custear a educação profissional, o senador Paulo Paim (PT-RS) classifica como urgente a necessidade de políticas governamentais que atuem diretamente sobre o ensino profissionalizante.
“Sou entusiasta da educação profissional e tecnológica. Entendo que ela é fundamental para o desenvolvimento do nosso país. Esse é o caminho mais objetivo para inserirmos profissionais qualificados no mercado de trabalho. Diante da complexidade da economia mundial é urgente maior rapidez e agilidade na adequação das políticas de formulação de recursos humanos como resposta às mudanças decorrentes da reestruturação produtiva e das novas formas de relação do mundo do trabalho”, afirma.
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Um a cada três empresários considera o ensino profissionalizante o ponto mais forte da educação pública brasileira, segundo dados de um levantamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Serviço Social da Indústria (Sesi). Na amostragem total, a modalidade está na frente, com 33%, seguida do ensino superior (23%), ensino fundamental (12%), especialização/pós-graduação (10%), ensino médio (10%), alfabetização (6%) e creches (6%).
A avaliação da qualidade da educação brasileira é um dos itens do estudo que abordou ainda as prioridades para a educação e as atividades mais promissoras para os jovens nos próximos anos no Brasil, além dos principais pontos positivos e obstáculos para o jovem decidir cursar ensino técnico/ profissionalizante.
O ensino profissionalizante aparece com a melhor avaliação (55% acham ótimo ou bom, 35% regular, 9% ruim ou péssimo e 2% não souberam responder), seguido pela especialização/pós-graduação (54% ótimo ou bom, 33% regular, 9% ruim ou péssimo e 3% não souberam responder). Já o ensino médio foi o pior avaliado (14% bom e 39% ruim ou péssimo).
Para o diretor do Sesi e do Senai, Rafael Lucchesi, a educação profissional exerce um papel importante no sentido de melhorar a qualidade da educação brasileira. “As pesquisas do Inep demonstram que os jovens que fazem educação técnica junto com a educação regular têm notas melhores em linguagem e matemática, o que já é uma demonstração clara desse avanço, além de terem ao fim uma profissão. Isso aliado à transição demográfica brasileira e à necessidade de melhor inclusão dos jovens no trabalho”, afirma.
A pesquisa ainda revela que 92% dos entrevistados concordam que os cursos técnicos/profissionalizantes permitem um ingresso mais rápido no mercado de trabalho. Lucchesi ressalta que o ensino técnico pode ter o duplo papel de aumentar a geração de riqueza com ganhos de produtividade.
“O Brasil tem um grave problema de baixa produtividade e isso tudo vai estabelecer um círculo virtuoso, vai melhorar o engajamento dos jovens do trabalho, bem como vai facilitar as políticas de inclusão, de reduzir a exclusão de jovens nem-nem [jovens que nem estudam e nem trabalham], criando com isso políticas sociais mais sustentáveis, redução da violência, melhor engajamento dos jovens no mundo do trabalho e reduzir o pesado fardo da exclusão social brasileira”, diz.
O estudo lista carreiras consideradas promissoras para a inclusão profissional de jovens no Brasil nos próximos anos. Foi perguntado aos empresários que formação técnica indicariam para um jovem. As principais recomendações são:
Em pergunta espontânea, 7 em cada 10 empresários citaram a área de TI como a atividade mais promissora nos próximos 10 anos:
Dentre os pontos positivos do ensino profissionalizante apresentados pelos empresários estão: preparar melhor para o mercado de trabalho (45%), cursos mais focados (28%), cursos mais práticos (22%), boa aceitação no mercado de trabalho (18%), ter mais conhecimento/habilidades (17) e começo na carreira profissional (16%). Cada entrevistado podia apontar dois itens considerados importantes.
Curso com menor duração ou mais rápidos, mensalidades mais baratas, ter um trabalho sem precisar de ensino superior, boa remuneração e materiais mais baratos também foram citados.
Entre os empresários, 34% acreditam que o principal obstáculo para o jovem decidir por um curso técnico/profissionalizante é a falta de interesse pessoal, seguido de falta de incentivos (25%), falta de informação (22%), falta de vagas (15%), todos os motivos anteriores (2%) e outros motivos (2%).
A pesquisa foi realizada pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI) entre os dias 31 de março e 10 de abril de 2023. Foram entrevistados 1.001 executivos de indústrias de pequeno, médio e grande porte sobre educação e formação no Brasil. A pesquisa foi feita com uma amostra de 500 empresas pequenas e 500 empresas médias e grandes.
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Cerca de 52% dos brasileiros não praticam atividade física regularmente. Entre as mulheres, 45% não realizaram nenhum exercício físico em 2023, enquanto entre os homens foram 32% que não fizeram exercícios. Os dados são do Serviço Social da Indústria (Sesi). De acordo com o levantamento, 22% dos brasileiros se exercitam diariamente, 13% pelo menos três vezes por semana, 8% ao menos duas vezes por semana e 5% uma vez por semana. Estes avaliam o estado de saúde individual como muito bom ou regular.
O estudo mostra ainda que a faixa etária que mais pratica exercícios é a de jovens entre 16 e 24 anos, que possuem maior renda e escolaridade. O índice de sedentários gira em torno de 46% entre os que possuem 60 anos ou mais e 44% entre as pessoas que têm 41 a 59 anos. Estes avaliam o estado de saúde como muito ruim ou regular.
“Apesar disso, 70% das pessoas, ou seja, 7 de cada 10 brasileiros, classificam a sua saúde como boa, em torno de 1 de cada 4 como regular e 6% são pessoas que declaram ter problemas de saúde. Evidentemente, 95% dos brasileiros acreditam que as pessoas que fazem atividade física vão ter um ganho de saúde física e mental”, avalia o diretor superintendente do Sesi, Rafael Lucchesi.
Segundo Lucchesi, a pesquisa mostra que a combinação entre a prática de atividades físicas regulares e uma rotina de hábitos saudáveis é a chave para a prevenção de doenças.
“As mensagens principais dessa pesquisa vão na direção da importância da promoção da saúde, atividade física, boa alimentação, dormir bem, ter uma atenção com relação à saúde. Além disso, toda ação de atenção primária, que é todo o acompanhamento prévio, não esperar a pessoa adoecer para ir cuidar da saúde, a construção da saúde é um hábito de vida e que deve acompanhar o comportamento das pessoas. Atividade física é extremamente importante, bem como as necessidades de melhoria do nosso sistema”, ressalta.
Conforme os dados, 72% das pessoas que praticam exercícios com frequência não tiveram problemas de saúde nos últimos 12 meses. Já entre aqueles que nunca praticam atividades físicas, 42% tiveram.
Durante o levantamento, foram coletadas informações sobre o atendimento e os serviços prestados pelas redes de saúde pública e privada. De acordo com os dados, 43% dos brasileiros utilizam apenas os serviços públicos, 27% utilizam os serviços público e privado e 12% utilizam o serviço privado. Entre os que utilizaram nos últimos 12 meses, 67% recorreram ao sistema público e 32% ao setor privado.
O estudo indica que 40% da população avalia que a qualidade dos serviços de saúde privados no brasil é ótima e boa e 15% acreditam que os serviços são ruins ou péssimos. Já em relação aos serviços públicos de saúde, 16% da população avaliam que o sistema é bom e 46% da população creem que a qualidade é ruim ou péssima.
Na avaliação da experiência de atendimento para pessoas que utilizam somente o Sistema Único de Saúde, 45% classificaram o atendimento como ótimo ou bom e apenas 18% avaliaram como ruim ou péssimo.
Lucchesi pontua que a pesquisa mostra uma diferença de avaliação positiva do atendimento do SUS entre os usuários e não usuários do sistema.
“Quando nós vamos analisar a experiência das pessoas que verdadeiramente utilizaram o sistema, nós vamos enxergar que aumenta muito a satisfação com relação ao sistema público, mas quase 50% dos usuários avaliam o sistema como ótimo ou bom. Também com relação ao atendimento e ao serviço, 2 de cada 3 usuários avaliam como ótimo ou bom, ou seja, o que nós podemos perceber é que a percepção inicial que o brasileiro tem com relação ao sistema de saúde é muito crítica ao sistema público. Quando ele experimenta o sistema, essa avaliação se altera de maneira clara, o que mostra a importância com relação ao uso e ao reconhecimento da excelência do sistema”, explica.
O levantamento foi realizado pelo Instituto FSB Pesquisa e abordou hábitos saudáveis, qualidade dos serviços de saúde, a relação entre saúde e trabalho e perfil de uso dos serviços. Foram entrevistados 2.021 cidadãos com mais de 16 anos em todos os estados do país.
Cerca de 15% dos brasileiros com mais de 16 anos afirmam que estão matriculados em alguma instituição de ensino. É o que aponta a pesquisa do Serviço Social da Indústria (Sesi) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que ouviu 2.000 pessoas com mais de 16 anos nas 27 Unidades da Federação.
De acordo com a pesquisa, entre os que não estudam atualmente, apenas 38% alcançaram a escolaridade que desejavam e 57% não tiveram condições de continuar os estudos.
A necessidade de trabalhar para manter a família é o principal motivo (47%) para a interrupção dos estudos, seguida pelas pessoas que preferem trabalhar para ter o próprio dinheiro e autonomia (12%). Outros destaques foram o número alto de pessoas que deixam de estudar por falta de interesse (11%) e pessoas que interromperam por conta de gravidez ou filhos (7%).
Imagem: Confederação Nacional da Indústria (CNI)
"Muitas vezes a escola não tem elementos de atratividade para os jovens e, certamente, esses números se agravaram durante a pandemia. Um outro grave problema também se dá na gravidez precoce, que faz meninas e meninos terem que sair da escola e se engajar no mundo do trabalho, porque mudou a sua realidade de vida”, explica o diretor-geral do Senai e diretor-superintendente do Sesi, Rafael Lucchesi.
Para ele, os fatores apontados trazem uma reflexão sobre a necessidade de melhorar a qualidade da educação e a atratividade da escola. “Sobretudo, como resultado geral, melhorar a produtividade das pessoas na sociedade, que é base para se criar um círculo virtuoso de desenvolvimento, onde, certamente, a qualidade da educação vai interferir positivamente no sentido mais geral de melhoria da educação”, aponta.
A alfabetização aparece em primeiro lugar na lista das etapas que devem ser prioridade para o governo, apontada por quase um quarto (23%) dos brasileiros. As creches aparecem em segundo lugar entre as prioridades (16%) e o ensino médio ficou em terceiro (15%).
Segundo a pesquisa, a população percebe a deficiência no início da escolarização. A alfabetização tem a pior avaliação de qualidade: 47% dos entrevistados a consideram boa ou ótima e 20% ruim ou péssima.
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Rafael explica que a população acha que o início da escolarização é uma das etapas mais importantes e também uma necessidade. “O Brasil é uma das sociedades que têm o mais alto índice de mulheres no mercado de trabalho. E é claro que isso vai criar uma necessidade objetiva das famílias colocarem seus filhos nas creches.”
O estudo ressalta que as dificuldades enfrentadas pelas famílias e pelos docentes para garantir que as crianças fossem alfabetizadas durante a pandemia pode ter contribuído para a avaliação negativa.
Já no ensino médio, que deveria ser a ponte entre a educação básica e o início da trajetória profissional, a taxa de abandono na rede pública alcançou 6,5% em 2022. Na rede privada, que apresentou taxa de abandono inferior a 0,5% nos últimos 10 anos, o indicador aumentou para 0,7%. Os dados são do Censo Escolar 2022.
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No geral, 23% avaliam a educação pública como ruim ou péssima e só 30% avaliam como ótima ou boa. Já a educação privada é avaliada como boa ou ótima por 50% dos entrevistados. Quanto maior a renda e maior o nível de escolaridade, pior a avaliação da rede pública.
Segundo Rafael Lucchesi, o Brasil não conseguiu cumprir a agenda da educação no século XX como outros países. “Deveríamos estar discutindo inovação no século XXI, mas carregamos problemas estruturais, de qualidade e na matriz educacional, que travam nosso desenvolvimento. Precisamos melhorar a qualidade e ampliar a oferta da educação profissional”, alerta Rafael.
Para ele, em 2023 está acontecendo uma mudança cultural forte de novas tecnologias e o Brasil ainda tem uma escola antiga, apenas emissora de conhecimento. Em sistemas educacionais mais avançados, o processo de aprendizagem se dá por resolução de problemas, por gamificação e por robótica, por exemplo.
Questionados sobre os fatores que contribuem para melhorar a qualidade do ensino, os brasileiros listam como prioridade: aumentar salário dos professores (23%), melhorar a capacitação dos professores (20%) e melhorar as condições das escolas (17%).
O Brasil contabiliza cerca de 8,7 milhões de desempregados, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada no último dia 19. Este é o menor contingente desde o trimestre terminado em junho de 2015. Apesar da queda no número de desocupados, o país enfrenta dificuldades para ocupar postos de trabalho por falta de mão de obra qualificada, como explica o gerente executivo de Educação do SESI/SENAI-ES, Max Alves.
“Vemos uma crescente oferta de postos de trabalho e ao mesmo tempo muita gente não consegue uma colocação. O que explica muito isso é a falta de qualificação e falta de conhecimento das pessoas para poderem se adequar àquelas vagas que estão disponíveis”, explica.
Na indústria, por exemplo, a falta ou o alto custo do trabalhador qualificado é um dos principais problemas elencados por empresários do setor, de acordo com a pesquisa Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Uma das formas de buscar qualificação profissional é por meio de cursos.
Em 2023, o Senai abriu 5.800 mil vagas em cursos gratuitos e pagos em todo o país. O Serviço Nacional da Indústria (SENAI) do Espírito Santo oferta 19 cursos de graça à distância nas áreas de tecnologia da informação, construção civil, segurança do trabalho, entre outras. Max Alves destaca a importância da qualificação para o trabalhador.
“É muito importante que as pessoas estejam qualificadas e até mesmo aquelas que já têm uma qualificação busquem sempre um aperfeiçoamento. Melhorar ainda mais a sua qualificação para que quando essas vagas estiverem disponíveis elas já estejam preparadas e prontas para ocupar este posto no mercado de trabalho. Quanto aos cursos, a gente tem em diversas áreas. Nas áreas de TI, de segurança do trabalho, tem na área de construção civil. São diversas oportunidades de cursos à distância gratuitos”, pontua.
Para se inscrever em um dos cursos disponibilizados de forma gratuita pelo SENAI, basta clicar aqui e será redirecionado para o site de inscrição.
Cursos gratuitos no SENAI-ES:
Mais de 70% dos brasileiros aprovam as principais diretrizes do novo ensino médio, segundo pesquisa realizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), divulgada nesta terça-feira (14). No entanto, 55% disseram estar pouco ou nada informados sobre as mudanças.
O levantamento ouviu 2.007 pessoas por meio de abordagem domiciliar entre 8 e 12 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Entre as diretrizes que receberam as maiores aprovações estão: a realização de curso técnico/profissionalizante pelos estudantes (93%); o aluno poder fazer escolhas no currículo do ensino médio de acordo com a carreira que quer seguir (87%); a possibilidade do estudante escolher parte das disciplinas que quer cursar (75%); o novo modelo de currículo (72%); e a possibilidade do aluno poder substituir as matérias tradicionais por matérias profissionalizantes a partir da metade do ensino médio (71%).
O diretor-superintendente do Sesi e diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, indica que um dos pontos positivos que o novo ensino médio traz é o entendimento de que os estudantes estão em uma fase de transição e, além disso, parte deles - após o término dessa etapa educacional - vai diretamente para o mercado de trabalho.
“No Brasil, pouco mais de 20% dos jovens vão para a universidade. Então nós não podemos ignorar a maior parte dos estudantes que estão nas escolas. Por isso, a importância do ensino médio é esse impulsionamento para o seu projeto de vida e carreira a partir das suas vocações”, analisa Lucchesi.
De acordo com a pesquisa, 57% dos entrevistados disseram que o ensino médio prepara pouco ou não prepara os estudantes para o ensino superior. O mesmo percentual se repete em relação à preparação para o mercado de trabalho: 57% dos brasileiros acham que os alunos não estão preparados ou são pouco preparados para o ramo do trabalho.
Lucchesi aponta como um dos principais desafios do novo ensino médio a implementação dos cursos técnicos e profissionalizantes. Mas o diretor-geral do Senai também informa que as diretrizes educacionais do Conselho Nacional de Educação (CNE) permitem a cooperação e parcerias para que esse itinerário seja cumprido.
“Certamente, a formação e capacitação dos professores têm um papel extremamente importante na melhoria da qualidade da educação, bem como na implementação da reforma do ensino médio. Além de uma boa comunicação com a sociedade, em especial com as famílias, vai ter um efeito muito importante”, afirma.
As principais mudanças com o novo modelo do ensino médio são a adoção de uma base comum curricular, a escolha de disciplinas formativas por parte do aluno e o aumento da carga horária, que passa de 2.400 horas para 3.000 horas ao longo dos três anos. Cada escola terá que oferecer pelo menos uma formação complementar aos estudantes dentro destas categorias:
O novo ensino médio começou a ser implementado de forma gradual em 2022 com alunos do 1º ano dessa última fase da educação básica. Neste ano, as mudanças já abrangem alunos tanto do 1º quanto do 2º ano do ensino médio. Em 2024, todas as fases dessa etapa de ensino já seguirão com o novo modelo.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Maranhão (Senai-MA) prorrogou, até sexta-feira (20), o prazo para inscrições em cursos técnicos nas cidades de Balsas, Caxias e Imperatriz. Na cidade de Balsas, a oportunidade é para técnico em informática. Já em Caxias, há três opções de cursos: técnico em eletroeletrônica, eletrotécnica e eletromecânica. Em Imperatriz, as formações disponíveis são para técnico em design de móveis e eletromecânica.
A coordenadora de educação profissional do Senai do Maranhão, Luciene Maria de Lana Marzano, observa que profissionais com boa qualificação tendem a ter mais chances de conquistar um emprego, pois passam a ter maior competitividade no mercado de trabalho, além da possibilidade de empreender.
“O Senai, para oferecer seus cursos, acompanha sistematicamente as demandas regionais das indústrias e as tendências do mercado de trabalho. Para isso, a gente utiliza uma metodologia que permite prever quais são as tecnologias utilizadas no ambiente de trabalho em um horizonte de cinco a dez anos”, explica a coordenadora de educação profissional do Senai-MA.
Luciene Marzano também informa que a organização atua desde a iniciação profissional até a formação técnica de nível médio. A coordenadora explica que, em todo o estado, são cerca de oito unidades do Senai, além de unidades móveis, que podem se locomover para outras cidades.
“Essas ofertas são feitas por meio de cursos pagos e gratuitos. E sempre viabilizamos e priorizamos as parcerias com as prefeituras e as indústrias locais e da região que, além de fomentar nossa capilaridade para os atendimentos, potencializam a formação profissional de qualidade em todo o estado do Maranhão”, pontua Marzano.
Para se inscrever nos cursos técnicos é necessário estar matriculado ou já ter concluído a educação básica. As formações serão gratuitas para as pessoas de baixa renda, que deverão comprovar a condição mediante autodeclaração.
Os cursos têm duração de mais de um ano e são presenciais. As aulas estão previstas para iniciarem a partir de 1º de fevereiro para na unidade de Caxias. Nas demais, o começo das aulas está previsto para 13 de fevereiro. Para se inscrever, basta acessar o site do Senai-MA, selecionar a unidade desejada e preencher o formulário.
As inscrições para a etapa regional do Torneio Sesi de Robótica First Lego League Challenge (FLL), promovido pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) do Distrito Federal, se encerram nesta terça-feira (17). Podem participar equipes escolares, clubes ou organizações, e grupos de amigos. Neste ano, o tema é desenvolvimento sustentável, com foco em energia.
A coordenadora de competições educacionais do Sesi-DF, Eliséia Tavares, explica que o torneio é promovido mundialmente e, no país, é operacionalizado pelo Sesi. Ela ainda informa que a cada ano a competição aborda um tema diferente e os estudantes são desafiados a proporem soluções para problemas do mundo real.
“Essa temporada tem como objetivo principal reimaginar o futuro da energia sustentável. Com base nisso, as equipes serão avaliadas em quatro categorias: projeto de inovação, design do robô, desafio do robô e core values, que são as descobertas, a inovação, impacto, inclusão, trabalho em equipe e diversão - já que são crianças”, afirma Eliséia Tavares.
Para o estudante da 2ª série do novo ensino médio do Sesi-DF, Pedro Paulo Lopes, de 16 anos, a experiência de participar de um torneio de robótica é indescritível, pois proporciona integração com outras pessoas que gostam da área, e isso acarreta maior aprendizado.
“No torneio, você encontra muitas pessoas com interesses parecidos, inclusive projetos de vida. Você conhece o projeto de outras pessoas, conhece os robôs. É realmente sensacional. Você se sente acolhido”, diz o estudante.
Podem participar grupos de todos os estados do Centro-Oeste, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, além do Distrito Federal. Os times precisam ter dois técnicos adultos (um titular e outro suplente), com mínimo de dois e máximo de dez competidores, com idade entre 9 e 16 anos.
A realização da inscrição deve ser feita pelo técnico responsável pelo time por meio do site do Sesi, onde deverá preencher um formulário. As disputas estão previstas para ocorrer no Sesi-DF de Taguatinga nos dias 10 e 11 de fevereiro.