LOC.: Se em décadas passadas os brasileiros viam o ensino superior como sinônimo de prestígio, atualmente a educação profissional é a modalidade mais bem avaliada no país. É o que aponta pesquisa do Senai e do Sesi. Apesar da avaliação positiva e do crescente interesse, o país está distante de cumprir a meta de expansão da oferta prevista no Plano Nacional de Educação (PNE). O Brasil deveria alcançar quatro milhões e oitocentas mil matrículas até 2024, mas registrou apenas pouco mais de dois milhões de matrículas em 2022, sendo um milhão e duzentas mil na rede pública.
Na tentativa de ampliar a oferta educacional, o Senado Federal aprovou na terça-feira (11) proposta que cria uma política nacional de educação profissional e tecnológica. O relator da matéria, senador Cid Gomes, do PDT do Ceará, considera que mais educação é mais emprego, principalmente para os mais jovens.
TEC./SONORA: Cid Gomes (PDT-CE) Senador Federal
“A educação de formação profissional, ensino técnico e ensino tecnológicos, que são modalidades absolutamente necessárias para que o Brasil possa ter na escola, o aprendizado que permita aos jovens já terem uma experiência profissional”.
LOC.: De acordo com o texto que vai à sanção presidencial, a educação profissional e tecnológica deve ser organizada em eixos que observem a integração curricular entre cursos e programas. O objetivo é viabilizar itinerários formativos contínuos e trajetórias progressivas de formação entre todos os níveis educacionais, aos moldes do Novo Ensino Médio. O prazo para elaboração da política nacional, de competência da União, estados e do Distrito Federal, será de dois anos, a contar da publicação da lei.
O professor e especialista em educação Marcello Vieira lembra que a integração do ensino médio ao ensino profissionalizante é desafiadora, mas necessária.
TEC./SONORA: Marcello Vieira, especialista em educação
“A gente não pode esquecer que a educação profissional e técnica, quando vista do ponto de vista do ensino médio, ela ainda pertence a educação básica. Então a escola tem que oportunizar esses conteúdos e conseguir desenvolver habilidades e competências nos alunos para que eles possam entrar no mundo do trabalho. Esse é um desafio de conexão, mas que pode ser extremamente valoroso e assegurar uma oportunidade imediata de entrada desse aluno no mundo do trabalho”.
LOC.: O PL 6.494/2019, de autoria do ex-deputado federal João Campos, já havia sido aprovado em junho na Comissão de Assuntos Econômicos e na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. Na Câmara dos Deputados, o projeto foi aprovado em dezembro de 2022.
Reportagem, Landara Lima.