Data de publicação: 22 de Agosto de 2022, 02:23h
LOC.: Na prática, o 5G vai chegar aos poucos. A obrigação de cobertura em 2022, segundo o edital da Anatel, é apenas nas capitais do país. Mas o mesmo edital obriga as operadoras que venceram o leilão a levar o 4G às 7.000 localidades com mais de 600 habitantes que não contam com internet móvel, a partir de 2023.
É neste ponto que entra a lei que autoriza a instalação de infraestrutura de telecomunicações em áreas urbanas, caso o órgão competente não se manifeste em 60 dias, o chamado silêncio positivo. Para cumprir a obrigatoriedade de levar o 4G onde ainda não há, as operadoras vão precisar instalar mais torres e postes, que não receberiam autorização em municípios com legislação defasada.
O presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações, Luciano Stutz, explica que nesses casos as operadoras vão ter que usar o silêncio positivo para instalar as infraestruturas.
TEC. SONORA: Luciano Stutz, presidente da Abrintel
“Provavelmente, essa primeira rodada do 5G, que vai vir esse ano nas capitais, não está tendo necessidade de colocar novas torres e postes. Mas para as localidades distantes do distrito sede do município, que é o caso da obrigação do 4G, que começa a valer a partir de 2023, vai ser muito utilizado o silêncio positivo. Porque é necessário nesses distritos, nessas periferias, a cobertura primária, ou seja, primeiro é preciso de uma torre alta, para ‘iluminar’ uma grande área e, depois, fazer a densificação do sinal”
LOC.: O 5G e todo o pacote que ele trouxe nos editais vai pavimentar um período de revolução na indústria 4.0, trazer carros autônomos e telemedicina avançada, mas, antes de qualquer coisa, vai diminuir desigualdades no Brasil, como explica Stutz.
TEC. SONORA: Luciano Stutz, presidente da Abrintel
“Essa conectividade é ferramenta indispensável para reduzir a desigualdade digital e a desigualdade social, que andam lado a lado, e também para impulsionar o desenvolvimento econômico. O 4G é o que muda a vida das pessoas que não têm conectividade”.
LOC.: Além das mais de 7.000 localidades com mais de 600 habitantes sem internet, o 4G também estará presente em mais de 35 mil quilômetros de rodovias federais.
Reportagem, Luciano Marques