O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou um site com índices e levantamentos do setor agropecuário brasileiro. Intitulado de Painel Temático da Pecuária, trata-se de uma ferramenta de pesquisa para facilitar o acesso a dados do setor.
No site o usuário poderá navegar por duas plataformas: estatística e geoespacial. Na primeira, encontram-se os números do setor como o efetivo de mais de 224 milhões de cabeças de rebanhos bovinos no país, dentre outros dados classificados por período, região, unidade federativa e município. Na área geoespacial, é possível visualizar o cruzamento dos dados no território brasileiro de forma interativa. O painel pode ser visitado no site do Observatório da Agropecuária Brasileira, junto com dados de outros setores do agronegócio.
Agentes do setor celebram a iniciativa. “A grande vantagem e objetivo da ferramenta é justamente reunir, em um só local, informações estratégicas do setor pecuário, o que possibilita os agentes dos diversos elos que envolvem a cadeia e o monitoramento dessas informações para gestão e planejamento da atividade. A gente sabe que informação é um insumo fundamental para justamente ajudar na tomada de decisão, no direcionamento das ações dentro da atividade de maneira geral”, exalta o assessor técnico da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Rafael Ribeiro.
O Painel da Pecuária também traz um diferencial em comparação a outras plataformas disponíveis: a aba Megatendências. Localizada na plataforma de estatística, ela disponibiliza as informações do estudo “O Futuro da Cadeia Produtiva da Carne Bovina no Brasil: Uma visão para 2040”, produzido pela Embrapa Gado de Corte em parceria com o Mapa. “Nele verifica-se as tendências e probabilidades de redução de pasto e de emissão de gases de efeito estufa por cabeça animal, mudanças no padrão de consumo, manejo e bem-estar animal, entre outras”, comenta Nathalia Damaceno Hott, assessora técnica do Observatório.
Ao todo, são dez as tendências que o estudo apresenta: biológicas à frente no manejo de resíduos; biotecnologia transformando a pecuária; menos área de pasto, mais carne; lucro apenas com bem-estar animal; pecuária consolidada com grandes players; frigorífico: mais natural e com maior exigência de qualidade; carne com denominação de origem; Brasil, mega exportador de carne e genética; digital transformando a cadeia produtiva; e apagão de mão-de-obra.
Todas as informações disponibilizadas têm por fonte o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Embrapa, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás (Lapig/UFG).
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INDICADORES: café registra aumento no preço nesta sexta-feira (11)
O Observatório da Agropecuária Brasileira sistematiza, integra e disponibiliza um conjunto de dados e informações da agricultura e pecuária do país e do mundo. A ferramenta provê subsídios aos processos de tomada de decisão e de formulação de políticas públicas.
Além da pecuária, estão presentes dados sobre outros oito setores da agricultura. São eles: agricultura familiar, agropecuária sustentável e meio ambiente, aquicultura, assistência técnica, assuntos fundiários, crédito rural, produtos agrícolas, e zoneamento agrícola de risco climático.
O intuito do observatório é fortalecer e aprimorar a integração, a gestão, o acesso e o monitoramento dos dados e informações de interesse estratégico para o setor agropecuário e para o Brasil. O acesso ao sistema é aberto ao público, sendo algumas informações disponíveis conforme os perfis de acesso.
“Black Fraude” ou “Tudo pela metade do dobro”. Essas expressões misturam pitadas de humor e ironia dos consumidores brasileiros em referência a já tradicional Black Friday que, neste ano, será no dia 25 de novembro. Mas apesar das frustrações com esse evento importado dos Estados Unidos, é possível encontrar bons descontos para comprar aquele sonhado bem de consumo. E o mais importante: sem cair em golpes ou se endividar.
Por isso, o Brasil 61 entrevistou especialistas que vão te ajudar a fazer compras seguras e a evitar aquela dor de cabeça. Marcelo de Souza Nascimento, diretor-geral do Procon-DF, alerta os consumidores para tomarem cuidado com as fraudes.
“É um momento que já está consolidado entre os brasileiros. Pegou, vamos dizer assim, esse período de promoção que veio importado dos EUA. Ficou bastante conhecido, mas também se tornou um momento muito propício para os golpistas se aproveitarem para ludibriar e enganar os brasileiros”, diz. Ele comenta que os golpes são mais frequentes no comércio eletrônico, sobretudo em sites e nas redes sociais.
Confira algumas dicas dos especialistas para comprar na Black Friday.
A mentora financeira Sílvia Machado recomenda: nada de clicar em links recebidos de terceiros. “Não compre em links recebidos por e-mail ou WhatsApp. Mesmo que sejam iguais àquela loja que você está acostumado, saia do link que você recebeu, entre no site oficial daquela loja e verifique se aquela promoção realmente é daquela loja. Tem muito golpe que você compra, paga e não vai receber nada. Aí com certeza vai sair caro demais”, pontua.
Se ainda sim tiver dúvida sobre a veracidade do site, há algumas dicas extras que podem te ajudar. Antes de efetuar a compra, verifique se o endereço do site é acompanhado de um cadeado. Marcelo também recomenda que o consumidor fique atento se a suposta loja tem CNPJ, endereço físico, canais de atendimento e, até mesmo, a pequenos detalhes: “Se você prestar atenção, você consegue reparar algumas falhas, às vezes no nome da empresa, erros comuns de português, concordância. Isso também chama a atenção”, destaca.
Ter certeza de que está acessando um site seguro é apenas o primeiro passo para evitar problemas na Black Friday. Afinal, mesmo as empresas consolidadas no mercado podem tentar enganar o consumidor. E uma das armadilhas mais comuns é a manipulação dos preços.
Assim, um produto que custava R$ 1.000 nos meses anteriores à Black Friday, por exemplo, tem seu preço reajustado para R$ 2.000 à medida que a data se aproxima. No dia da promoção, a empresa anuncia um “desconto” de R$ 1.000, voltando o produto ao seu preço de costume, o que nada mais é do que uma tentativa de ludibriar o cidadão. É daí que vem expressões criativas como “tudo pela metade do dobro”.
É evidente que, às vezes, a manipulação dos preços não é tão perceptível, o que deve fazer o consumidor redobrar os cuidados. “Que ele venha pesquisando para saber se aquele produto que está sendo anunciado realmente está em promoção, porque a gente percebe que alguns estabelecimentos elevam o preço do produto e dão um desconto para maquiar uma suposta promoção. Então, é muito importante que o consumidor já tenha no radar aquilo que ele vai comprar nesse período promocional, que ele já venha monitorando o preço”, orienta Marcelo.
Há sites de pesquisa e comparação de preço entre as lojas que podem ajudar o consumidor a conferir o histórico de preço daquele produto que ele deseja comprar. Marcelo diz também que é preciso desconfiar sempre que algum anúncio promete um produto ou serviço por um preço muito abaixo dos concorrentes.
Mas fazer compras seguras na Black Friday não passa apenas por tomar cuidado com sites e perfis falsos ou com promoções mentirosas. É, também, saber se o que você vai comprar cabe no seu bolso.
Sílvia Machado diz que os consumidores devem aproveitar a Black Friday de forma consciente. Ela orienta os compradores a checar as finanças antes de gastar. “Cheque quanto você já tem comprometido de parcelas de outras compras anteriores nas faturas de cartão deste mês e dos próximos dois, ou seja, veja quanto já está comprometido. Depois, estipule o quanto você pode gastar."
Além de entender o quanto pode gastar, Sílvia também pede aos consumidores para não comprar um produto por impulso. “O mais importante de tudo é não cair na tentação do ‘ah, mas tá tudo tão barato’, porque mesmo que caiba no seu bolso, algo barato, ruim e inútil não serve para nada”, assegura.
Antes de comprar pela internet, simule o preço do produto com o frete, recomenda a mentora. “Às vezes o vendedor, só para chamar tua atenção, anuncia por um preço muito abaixo, mas na hora em que você concluir a compra com o frete, você acaba se dando um pouco mal."
A dica anterior é fundamental para evitar que a compra traga consigo o arrependimento no futuro. Nada de cair na “armadilha do 13º salário”, diz a mentora financeira. Isso porque o fim de ano costuma trazer não só mais dinheiro, mas também mais gastos, como os presentes de Natal, a viagem nas férias e, mais para frente, material escolar dos filhos, IPTU, IPVA.
“É realmente muito importante fazer uma autoanálise financeira antes de ir às compras. Caso você não tenha o hábito de se programar e se planejar, essa é uma ótima oportunidade. Evite gastar todo o seu orçamento na Black Friday, porque logo em seguida você vai se defrontar com essas despesas e pode, sem querer, chegar em janeiro e fevereiro e ver que se enrolou e o que é pior, se você não conseguir pagar a fatura, vai acabar se endividando”, avisa.
Se mesmo seguindo todas essas dicas, você acabar caindo em um golpe ou perceber alguma irregularidade, o caminho recomendado é entrar em contato com a empresa, primeiro, para tentar resolver o problema. Sem solução, o próximo passo é acessar a plataforma Consumidor.gov.br ou procurar o Procon mais próximo de sua residência.
Comércio deve contratar mais de 100 mil trabalhadores temporários para o Natal
Se a previsão se confirmar, será o maior número de funcionários contratados desde 2013
Para atender a expectativa de aumento de 2,1% nas vendas de Natal em relação ao mesmo período do ano passado, os empresários do varejo pretendem contratar 109,4 mil funcionários temporários. Se a estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) se confirmar, será a maior oferta de vagas para a principal data comemorativa do varejo dos últimos nove anos.
A última vez em que tantos trabalhadores foram contratados para as vendas de fim de ano foi em 2013, quando foram abertas 115,5 mil vagas. As expectativas positivas para o comércio no Natal acompanham o crescimento do varejo na passagem entre agosto e setembro, quando o volume de vendas subiu 1,1%, a primeira alta em cinco meses (desde março), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Responsável pelo estudo da CNC, o economista Fabio Bentes destaca que em 2021 foram contratados cerca de 97 mil trabalhadores temporários para as vendas de Natal, índice que deve aumentar 12,7% este ano. “No ano passado, foram aproximadamente 97 mil trabalhadores temporários e a expectativa para esse ano é da geração de 109.400 postos de trabalho. Os segmentos que mais devem contratar devem ser os hipermercados e supermercados, com a contratação de mais de 47 mil trabalhadores e o segmento de vestuário, com contratação de quase 26 mil trabalhadores temporários”, aponta.
O segmento de utilidades domésticas e eletroeletrônicos deve ofertar quase 16 mil vagas temporárias, seguido de livrarias e papelarias, com mais de nove mil postos de trabalho e do ramo de móveis e eletrodomésticos, que tende a contratar mais cinco mil e quinhentos trabalhadores.
Apenas quatro estados vão concentrar mais da metade dos postos de trabalho ofertados no fim de ano. Confira abaixo:
Segundo a CNC, o salário médio daqueles que forem contratados será de R$ 1.626. O valor é 2,5% maior do que no mesmo período do ano passado. Mas, se descontada a inflação dos últimos 12 meses, vai representar cerca de 4% a menos.
Quem conseguir uma vaga nas lojas especializadas em vendas de produtos de informática e comunicação tende a ter um salário de admissão maior do que a média, em torno de R$ 2.354. Em seguida, vêm o salário dos temporários no ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos (R$ 1.821).
Já a previsão da taxa de trabalhadores temporários que serão efetivados após o Natal de 2022 é de 11%. Ou seja, se a taxa se confirmar, serão mais de 12 mil funcionários contratados definitivamente. A efetivação tende a ser menor do que na mesma data do ano passado, quando o varejo efetivou 15%.
Fabio Bentes explica que isso se deve ao fato de que em 2021 o varejo ainda estava repondo as vagas fechadas por causa da pandemia da covid-19. “A razão para essa taxa menor de absorção dos trabalhadores temporários é o fato de que no Natal de 2022 o varejo já apresenta um nível de empregabilidade muito maior do que aquele que se tinha em 2021. No Natal de 2021 o varejo ainda estava repondo as vagas que tinham sido eliminadas da pandemia, especialmente por causa variante ômicron”, diz.
Outro bom indicativo de que as vendas de fim de ano tendem a ser positivas foi o crescimento de 3% no número de consumidores em shoppings centers em setembro na comparação com o mês anterior, de acordo com o Índice de Performance do Varejo (IPV), feito pelo venture capital HiPartners Capital & Work, em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
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Departamento afirma que obra entregue vai facilitar o tráfego na divisa entre os dois estados
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) liberou o tráfego no Contorno Viário de Aragarças, em Goiás. Segundo o órgão, a obra na BR-070/GO vai facilitar o tráfego na divisa entre os estados de Mato Grosso e Goiás. A região fica entre os municípios de Aragarças - GO, Barra do Garças - MT e Pontal do Araguaia - MT. A obra custou cerca de R$ 39 milhões.
O contorno tem 6,3 quilômetros de extensão e liga a BR-070/GO e BR-158/GO com outros municípios goianos e mato-grossenses. São duas vias importantes para o escoamento da produção agropecuária da região Centro-Oeste.
Defesa Civil Nacional alerta para tempestades no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País
A expectativa é de que a estrutura vai permitir que o alto fluxo de veículos de carga, que hoje passa pelo centro de Aragarças, seja desviado para fora, o que tende a diminuir o tempo de viagem dos motoristas, o gasto com combustível, além de garantir mais segurança e conforto por quem passa pela rodovia.
De difícil diagnóstico e com alta taxa de letalidade, a febre maculosa tem preocupado as autoridades de saúde do país. Segundo a atualização mais recente do Ministério da Saúde, até 22 de setembro, 67 brasileiros tiveram a doença, dos quais 18, o equivalente a 26%, morreram.
Mas, afinal, o que é a febre maculosa, quais são os seus principais sintomas e como se prevenir, diagnosticar e tratar essa doença? O Brasil 61 entrevistou a pesquisadora Elba Regina de Lemos, chefe do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do Instituto Oswaldo Cruz para explicar o assunto. Confira abaixo:
A febre maculosa é uma doença bacteriana, cujo agente transmissor é o carrapato. No Brasil, os principais vetores são os carrapatos do gênero Amblyomma, como o conhecido carrapato estrela. Elba explica que esses artrópodes costumam parasitar animais domésticos, como o cachorro e o cavalo, além de bichos selvagens, como a capivara.
O problema é que o carrapato estrela também gosta de sangue humano, motivo pelo qual as pessoas devem redobrar a atenção, diz a pesquisadora. “Ele parasita todas as espécies de animais, não é específico. Então, é importante que as pessoas saibam que a febre maculosa vai ser transmitida por carrapato. Na maioria das vezes, ele está na região rural. Há a importância de a gente sempre considerar que os animais soltos, principalmente cão e cavalo, servem como transportadores de carrapato infectado”, alerta.
É importante lembrar que o carrapato é o agente que carrega a bactéria. A bactéria é a responsável pela febre maculosa. Uma vez que a pessoa é picada pelo carrapato, a bactéria causadora da doença começa a destruir as células que ficam nas paredes dos vasos sanguíneos, explica Elba. O corpo humano reage para combater a doença, o que causa os sintomas da febre maculosa.
Elba ressalta que a febre maculosa não pode ser transmitida diretamente de pessoa para pessoa. Somente por meio da picada do carrapato.
Um dos principais sintomas, como o próprio nome da doença indica, é a febre. Mas os pacientes costumam sentir desde dor de cabeça forte, náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, até dor muscular, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas, além de paralisia dos membros que começa nas pernas e sobe até os pulmões, causando parada respiratória.
Alguns sintomas, como as manchas no corpo, podem confundir a febre maculosa com outras enfermidades que têm sintomas semelhantes, como dengue, rubéola e meningite, por exemplo. A falta de conhecimento e tratamento adequado para a febre maculosa costuma ser fatal, explica Elba Regina. “É uma doença que se não for identificada precocemente, no tempo certo para iniciar o tratamento, o paciente pode evoluir para óbito. Ele vai morrer, porque a bactéria destrói toda a parede do vaso”, explica.
A febre maculosa tem uma altíssima taxa de mortalidade. Segundo a pesquisadora, pode chegar a 50%. Ou seja, metade daqueles que são acometidos pela doença acabam morrendo, diferentemente do que ocorre com a covid-19 ou mesmo a dengue, cuja letalidade é bastante inferior.
A assustadora letalidade da febre maculosa se deve mais à falta de conhecimento por parte dos profissionais de saúde e da população do que pela doença em si, afirma Elba. Em boa parte dos casos, o quadro dos pacientes evolui para a forma grave e, depois, para o óbito, por causa do diagnóstico impreciso no estágio inicial.
“É importante a gente chamar atenção porque morrer de febre maculosa é por falta de conhecimento, morrer de febre maculosa é decorrente do retardo do diagnóstico e de tratamento correto”, crava.
Ela destaca que diante de sintomas comuns para várias doenças, como febre, dor de cabeça e manchas no corpo, o médico responsável pelo primeiro atendimento do paciente deve assumir a febre maculosa como uma das possibilidades, principalmente se a pessoa esteve em uma área rural ou teve contato com animais domésticos parasitados pelos carrapatos. “Nós tivemos casos que foram confundidos com covid: uma criança que morreu e era febre maculosa e, também, tivemos outros indivíduos, no estado do Rio de Janeiro, cujo diagnóstico foi de dengue e, no final, o indivíduo tinha a febre maculosa”, testemunha.
A pesquisadora ressalta que o diagnóstico é ofertado de forma gratuita na rede pública de saúde. Elba destaca que demorar a identificar a febre maculosa pode ser fatal para o paciente, por isso, orienta os profissionais a iniciarem o tratamento “no escuro”. “É como a gente chama o tratamento empírico. Esse é o diagnóstico inicial. Se não for febre maculosa, tira o antibiótico depois”.
Elba ressalta que o “tratamento no escuro” é importante no início porque, ao contrário de doenças como a dengue, em que já é possível saber se o diagnóstico é positivo ou negativo após o processamento da amostra de sangue, com a febre maculosa isso não funciona. Ela explica que isso ocorre porque a bactéria agride o organismo de uma forma que impede, ao menos nos primeiros sete dias, o corpo de produzir defesa.
“Não adianta a gente fazer sorologia para febre maculosa no momento da doença. A sorologia vai ser negativa. O que a gente tem que fazer? É a pesquisa do genoma do DNA, por meio do PCR, e a gente confirma”, recomenda. É esse exame de PCR, feito a partir de amostras de sangue do paciente, que detecta o material genético da bactéria e ajuda o profissional de saúde a ter um diagnóstico mais certeiro.
O tratamento do paciente com febre maculosa é feito com antibiótico específico. O Ministério da Saúde recomenda que o uso seja empregado por sete dias, devendo ser mantido por mais três dias depois que a febre passar. A pasta também confirma que o tratamento com antibióticos deve começar imediatamente após a suspeita clínica, sem esperar o resultado de laboratório. “É uma doença que tem um tratamento com antibiótico barato, sem resistência e que é disponível”, diz a pesquisadora do IOC.
Ficar longe do carrapato que transmite a bactéria causadora da febre maculosa é a melhor forma de evitar a doença. Segundo o Ministério da Saúde, algumas medidas ajudam a evitar o problema, principalmente onde há maior incidência dos carrapatos.
Confira as dicas:
A pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz, Elba Regina, afirma que, embora as pessoas da área rural devam ter mais atenção, quem vive na cidade também deve se proteger.
“Em 2011 nós tivemos um desastre natural na região serrana. Mais de novecentas pessoas morreram, porque foi uma enchente que destruiu toda a região serrana do Rio de Janeiro. Houve o resgate de gente, mas também resgataram cães e trouxeram os cães para uma ONG aqui no Rio de Janeiro. O que aconteceu? Cinco funcionários morreram de febre maculosa, porque você trouxe cão com carrapato infectado”, lembra.
A região Sudeste é, de longe, a que mais registrou casos de febre maculosa este ano. Foram 33, ao todo. Dos 18 óbitos, 12 foram na região, sendo 11 em São Paulo, um em Minas Gerais e um no Rio de Janeiro. O Maranhão também registrou uma morte pela doença. Outros quatro óbitos não tiveram os estados informados quanto ao local de infecção.
Prazo também vale para a devolução dos recursos que não foram usados durante as campanhas
Acaba no próximo sábado (19) o prazo para que os candidatos, partidos políticos, federações e coligações que disputaram o segundo turno das Eleições 2022 prestem contas à justiça eleitoral pelas campanhas dos dois turnos de votação. A determinação vale, inclusive, para aqueles que concorreram aos cargos de vice-presidente ou vice-governador.
A data também é limite para que os candidatos transfiram as sobras de campanha para as contas de seus partidos políticos e os recursos não gastos do Fundo Eleitoral para o Tesouro. Vale lembrar que o período para aqueles que só participaram do primeiro turno se encerrou no dia 1º de novembro.
O presidente da Comissão de Direito Político e Eleitoral do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), Fernando Neisser, explica que as candidaturas devem declarar todas as receitas e despesas no momento da prestação de contas.
“A prestação de contas é feita pelo computador e candidatos e candidatas guardam a documentação comprobatória daquelas entradas e saídas. Então, contratos, recibos de documentos eleitorais, notas fiscais, para que quando essa prestação de contas for analisada pela justiça eleitoral, se houver alguma dúvida, diligência ou pedido de comprovação, que esses documentos sejam apresentados”, afirma.
Segundo Neisser, a satisfação é feita por meio do Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE), que é semelhante ao programa de declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
Entregar a documentação é condição para que os candidatos eleitos sejam diplomados e possam tomar posse em seus cargos, em 1º de janeiro. Além disso, o especialista ressalta que quem não prestar contas fica inelegível por quatro ou oito anos (no caso de quem concorreu ao Senado).
Já para aqueles cujas contas forem prestadas, há três resultados possíveis: a aprovação, a aprovação com ressalvas ou a desaprovação por parte da justiça eleitoral. Quem tiver as contas desaprovadas por graves irregularidades pode ser julgado por abuso de poder econômico e sofrer outras sanções, como a suspensão de novos repasses do Fundo Eleitoral ou do Fundo Partidário, além de ter que devolver os recursos ao Tesouro Nacional.
Neisser explica também que há situações em que as contas são desaprovadas por inconsistências pequenas. “É muito comum que candidatos tenham contas desaprovadas por pequenos problemas contábeis, falhas na gestão dessas contas, mas que seja ou em volume muito pequeno ou questões secundárias que não faria sentido você tirar o direito político daquela pessoa, de ser candidato futuramente apenas pelas desaprovação de contas”, afirma.
Todos os cidadãos brasileiros podem acessar a prestação de contas de todos os candidatos por meio do Divulga Contas. Além da descrição dos gastos em campanha, o site traz informações como a declaração de bens dos candidatos. “Isso vai sendo alimentado em tempo real durante a campanha. Portanto, não há nem necessidade de aguardar a prestação de contas para fazer esse controle. Esses dados são abertos, são públicos”, diz Neisser.
Como as campanhas eleitorais no Brasil são financiadas com recursos públicos, seja por meio do Fundo Partidário, seja por meio do Fundo Eleitoral, o chamado Fundão, o advogado reforça que os eleitores devem ficar de olho na utilização desse dinheiro. “Faz todo o sentido e há meios para que a população, as ONGs e a imprensa possam acompanhar o processo de prestação de contas”, completa.
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Outros imunizantes, como o da gripe, também já estão sendo aprovados pela Anvisa para 2023
Já chegou ao Brasil o primeiro lote de vacinas contra a Covid-19 para crianças com comorbidades na faixa etária de 6 meses a 3 anos. Ao todo, 1 milhão de doses produzidas pela Pfizer foram autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
A remessa ainda será analisada pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), onde passará pelo controle de qualidade. A partir da próxima segunda-feira, o Ministério da Saúde vai divulgar, por meio de nota técnica, as orientações para aplicação, público-alvo e distribuição das vacinas por estado e para o Distrito Federal.
Este primeiro lote será exclusivo para crianças com comorbidades, mas já cria nos pais uma expectativa quanto à vacinação de todos os pequenos na mesma faixa etária. A administradora Vanessa Valadares é mãe da Elis Maria, de 2 anos e 4 meses. Ela nasceu no auge da pandemia, em 2020. Desde que recebeu a primeira dose, a mãe sonha com o dia em que a filha também vai ser imunizada.
“Nesse momento, receber essa notícia da chegada da vacina para menores de três anos é um sentimento de alívio. Com certeza, assim que possível, a Elis vai estar nas primeiras filas para ter o direito dela à vida, o direito dela à proteção, a poder andar segura nos lugares diante de uma doença tão contagiosa e letal.
Amamentação pode reduzir o risco de câncer de mama
Queda nas taxas de vacinação pode trazer doenças erradicadas de volta
Além da chegada das doses de Covid pediátrica, a Anvisa aprovou a composição das vacinas contra Influenza a serem usadas no Brasil no ano que vem. A mudança da composição das cepas das vacinas de influenza é fundamental para que o imunizante continue eficiente, já que os vírus sofrem mutações e se adaptam com o passar do tempo.
Para aumentar a eficiência da vacina, a Organização Mundial da Saúde (OMS) analisa todos os subtipos de vírus de gripe em circulação com maior intensidade e, assim, define como será a produção das doses. A infectologista Joana D`arc Gonçalves, explica como será a vacina disponível no ano que vem.
"O que está circulando na Europa agora, os vírus que circulam lá, são os vírus que vão nos infectar aqui no inverno. Então, a vacina que a gente vai começar a campanha no ano que vem já é uma vacina que vai proteger contra essas cepas que estão circulando nos locais onde agora é inverno", esclarece a médica.
De acordo com o último Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz, o vírus Influenza A foi responsável por 24,6 % dos casos de doenças respiratórias nas últimas quatro semanas. Já o vírus da Covid-19 causou 26,4% das doenças no mesmo período.
O estado de São Paulo e o Distrito Federal registraram o maior volume absoluto de positivos para influenza nas últimas semanas, e servem de alerta para outros estados, já que possuem grande fluxo interestadual de passageiros.
O Ministério da Saúde informou nessa terça-feira (18) que a vacina da Pfizer contra a Covid-19 liberada para crianças de 6 meses a menores de 4 anos deve chegar ao Brasil nas próximas semanas e que todas as orientações para a vacinação deste público serão formalizadas em nota técnica aos estados.
Na última segunda-feira (17), o secretário-executivo do ministério, Bruno Dalcolmo, já havia antecipado: "Nós estamos nas tratativas finais com relação à chegada das vacinas e a expectativa é de que elas já estejam no país em meados da próxima semana, na quarta-feira [26/10]. Esse foi o último dado que recebemos da própria empresa."
O secretário, no entanto, não detalhou o número de doses. A declaração foi feita durante cerimônia no ministério em celebração ao Dia Nacional da Vacinação.
Alguns pais ainda seguem resistentes à vacinação dos pequenos e especialistas garantem que o imunizante é eficaz. O infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia de Goiás, Marcelo Daher, explica que a vacina é segura e ajuda a evitar doenças graves como a pericardite.
“Os estudos de segurança que foram feitos posteriormente saíram e a vacina se mostrou segura e eficaz, eficaz no sentido de garantir proteção para as crianças”, explica o médico.
“Os pais podem ficar tranquilos em relação à segurança desta vacina para crianças a partir de seis meses. Ela vem se somar às vacinas que temos no dia a dia, uma vacina para ser utilizada para prevenir formas graves da Covid-19”, tranquiliza o infectologista.
O gerente-geral de Medicamentos Biológicos da Anvisa, Fabrício Carneiro de Oliveira, explica que a eficácia e segurança do novo produto foi garantida por meio de um conjunto de fatores científicos. “A Anvisa considerou um grande conjunto de dados, entre dados de qualidade e clínicos, obtidos por meio de estudos conduzidos em alguns países”, conta.
“Com base nesses dados enviados à Anvisa, foi considerado que a vacina é segura e eficaz na faixa etária pretendida”, afirma o especialista. Antes, no Brasil, o uso do imunizante da Pfizer só era permitido em crianças com mais de 5 anos de idade. Já a CoronaVac podia ser aplicada em crianças a partir de 3 anos.
A vacina para o público de 6 meses a 4 anos terá dosagem e composição diferentes. O processo de imunização será em três doses de 0,2 miligramas. As duas doses iniciais deverão ser administradas no intervalo de três semanas, sendo a terceira e última delas aplicada oito semanas após a segunda vacinação.
Para facilitar a rotina na hora da vacinação, tanto dos agentes de saúde, como dos pais, a cor do rótulo e da embalagem da dose é um detalhe importante. Os frascos das vacinas para esse público, de 6 meses a 4 anos, virão na cor vinho. Mãe da pequena Ana Beatriz, a dona de casa Leidiane Maria de Alencar, 29 anos, pretende vacinar a filha o quanto antes. “Estamos muito felizes porque liberou a vacina para a faixa etária da minha filha, que tem 4 anos, ela vai poder se vacinar e vai ser mais uma segurança para a vida dela”, destaca.
No mês de setembro, a Anvisa aprovou o uso da vacina da Pfizer para crianças de 6 meses a 4 anos. Atualmente, apenas crianças acima de 3 anos podem se vacinar com a CoronaVac.
Segundo estudo da Fiocruz, nos dois primeiros anos da pandemia, a Covid-19 foi responsável pela morte de 1.439 crianças menores de 5 anos. Isso dá uma média de duas mortes por dia. Ainda de acordo com a Fiocruz, as crianças menores de um ano são as mais vulneráveis pois representam a metade dos óbitos por Covid na faixa etária abaixo dos cinco anos.
Queda nas taxas de vacinação pode trazer doenças erradicadas de volta
Mês de conscientização sobre os cuidados com o câncer de mama
De acordo com o Ministério da Saúde, quase 700 mil crianças, entre 3 e 4 anos, já foram vacinadas no país com a primeira dose, e mais de 135 mil com a segunda fase da vacinação. Entre crianças de 5 a 11 anos, foram mais de 14,1 milhões vacinadas com a primeira dose, e pouco mais de 9,7 milhões com a segunda.
Dados do portal LocalizaSUS, do Ministério da Saúde mostram que 13,7% desse público-alvo recebeu a primeira dose e 3,9%, a segunda dose. Entre as capitais, há disparidade na cobertura.
Dados levantados pelo Portal Brasil61.com mostram que enquanto Vitória (ES) lidera a cobertura vacinal, com 35% desse público-alvo com a primeira dose e 15% também com a segunda, a Secretaria Estadual de Saúde de Cuiabá (MT) informou que recebeu imunizantes na primeira semana de outubro e iniciou a vacinação no dia 10 de outubro.
A reportagem manteve contato com as prefeituras das capitais e 14 delas responderam. São Paulo (SP) aparece em segundo lugar no avanço da cobertura, com 33,5% do público com a primeira dose e 7,6% com a segunda. Na capital paulista, a campanha para esse grupo teve início em 20 de agosto.
Já o Rio de Janeiro foi a capital pioneira do país a iniciar a imunização do grupo de 3 e 4 anos, no dia 15 de julho, e atualmente registra 24,8% desse público com a primeira dose. Também ultrapassaram a marca de um quinto de vacinados Aracaju (SE), com 29,99% com a 1ª dose, e Recife (PE), com 22,85% também com a primeira dose.
O Distrito Federal também apontou que já comunicou o ministério sobre “a necessidade de mais doses” para dar conta do público de 77.660 crianças de 3 e 4 anos. Na cidade, a cobertura é de 7,7% na primeira dose e 1,58% na segunda dose.
Ainda no Centro-Oeste, em Campo Grande (MS), pouco mais de 10% do público-alvo recebeu a primeira dose. Para ampliar esse público, a cidade diz que tem elaborado estratégias, como busca ativa direto nas casas e vacinação itinerante em escolas e shoppings.
No Sul, em Porto Alegre (RS), a cobertura é de 16,8% com a primeira dose e 6,2% com a segunda. Em Belo Horizonte (MG), onde a aplicação começou no dia 29 de setembro, por enquanto, a vacinação beneficia crianças de 4 anos com e sem imunocomprometimento e crianças de 3 anos imunocomprometidas, tendo 19,7% de cobertura nesse público com a primeira dose.
Maceió (AL) se aproxima dos 10% (9,68%) de crianças vacinadas com a primeira dose e 1,9% com a segunda. Já Fortaleza apenas informou que aplicou 12.155 doses, sem detalhar a cobertura, assim como São Luís (MA), com 3.100 doses.
No Norte, Palmas (TO) divulgou que está com o sistema de contabilização de imunizados fora do ar, mas que “a cobertura vacinal contra a Covid-19 em crianças de 3 e 4 anos está baixa”. A prefeitura informou que desenvolve ações para alcançar esse público.
Brasileiros encontraram nos empreendimentos próprios uma forma de superar desemprego
O número de trabalhadores por conta própria já totaliza 25,7 milhões no Brasil. O patamar é recorde na série histórica. No último trimestre móvel, encerrado em julho deste ano, a porcentagem de autônomos cresceu 4,7%, em comparação com o trimestre anterior. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a pandemia foi uma das causas do aumento do número de empreendedores. “Nós tivemos um acréscimo de vontade empreendedora de 75%, e destes, 23% são por necessidade, a pandemia os trouxe a serem empreendedores por necessidade”, afirma o diretor-presidente do Sebrae, Carlos Melles, que cita também os dados de outra pesquisa, realizada pela GEM (Global Entrepreneurship Monitor).
Júlia Carneiro, 31, é professora e moradora de Patos de Minas (MG). No início da pandemia, ela se encontrou desempregada após não conseguir fechar turmas para as suas aulas do Ensino Fundamental. “O trabalho era pela prefeitura, eu sempre pegava aulas por contrato, e com a pandemia não houve contratação”, explica.
A professora conta que, por morar com os pais, teve a sorte de não ter passado por dificuldades financeiras em casa, mas que, por outro lado, a situação não foi favorável à sua saúde mental. “Foi angustiante, fiquei bem deprimida, sem saber o que fazer. As minhas despesas pessoais eu fui pagando com as economias que eu já tinha e decidi não ficar parada.”Foi assim que Júlia decidiu abrir o próprio negócio de cosméticos. “É algo que eu amo, comprar e usar. Então seria mais fácil começar por algo que gosto e conheço bem. Hoje tenho o meu espaço em casa e trabalho com produtos a pronta entrega, cestas, presentes”, conta.
O diretor-presidente do Sebrae, Carlos Melles, ainda destaca que “nos últimos anos, quem gera emprego de carteira assinada no Brasil é a micro e pequena empresa, são elas quem tratam do espírito empreendedor.” Atualmente, o país já possui cerca de 7 milhões de micro e pequenas empresas.
Durante a pandemia, o contador Diogo Fernandes, 26, investiu em seu primeiro comércio no Distrito Federal. Segundo ele, o desejo de empreender sempre esteve presente. “Desde que comecei a minha carreira tive a oportunidade de crescer dentro da empresa, então eu tive esse sentimento de gratidão e sempre quis retribuir. Na pandemia, eu percebi que o cenário do comércio, do empreender, no geral, havia mudado bastante. Decidi que realmente tinha chegado a minha hora de começar”, conta.
Após iniciar os empreendimentos, Diogo não parou mais. Em apenas 13 meses, ele já estava com quatro estabelecimentos, todos no setor de comércio alimentício: uma hamburgueria, uma distribuidora de bebidas, e uma açaiteria e sorveteria, esta última já em processo de abertura de uma segunda loja.
Com isso, o contador chegou a dez empregados contratados, distribuídos entre os seus estabelecimentos. “Eu fico muito feliz de estar gerando emprego, de poder ajudar com isso. E com certeza ainda virão outras oportunidades, ainda pretendo abrir mais lojas”, afirma Diogo.
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A taxa de desemprego caiu em 22 das 27 unidades da federação no 2º trimestre, na comparação com os três primeiros meses do ano, segundo pesquisa divulgada pelo IBGE. Outros cinco estados registraram estabilidade.
As maiores taxas de desemprego foram da Bahia (15,5%), Pernambuco (13,6%) e Sergipe (12,7%), e as menores, de Santa Catarina (3,9%), Mato Grosso (4,4%) e Mato Grosso do Sul (5,2%).
Na média nacional, a taxa de desemprego ficou no 9,3% no 2º trimestre, ante 11,1% no 1° trimestre, mas com a falta de trabalho ainda atingindo quase 10,1 milhões de brasileiros, conforme já divulgado anteriormente pelo Instituto.
Segundo o economista César Bergo, a decisão de empreender tem sido uma opção cada vez mais viável para o brasileiro: “Quanto maior a motivação, maior a probabilidade de sucesso. Abrir um negócio próprio tem seus riscos, mas é uma forma recomendável de superar uma situação de desemprego.”
No Brasil, as atividades econômicas de maior crescimento no último trimestre foram os setores de construção (10,3%), alimentação (9%), serviços domésticos (7,7%), transporte, armazenagem e correio (4,9%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (4,5%) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (3,2%).
O consumidor já deverá notar mudanças nas embalagens de produtos alimentícios a partir deste domingo (9). Isso porque passaram a valer as novas normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para informação nutricional nos rótulos das embalagens desses produtos. Além de mudanças na tabela nutricional, já conhecida pelo consumidor - que fica na parte de trás das embalagens, os alimentos com excesso de sódio, gordura e açúcar deverão ganhar um selo frontal, indicando o alto índice.
As alterações atendem ao que a Organização Mundial de Saúde (OMS) e outras organizações voltadas à saúde e segurança alimentar defendem há anos, como medida para combater doenças crônicas como diabetes, obesidade e hipertensão, causadas pelo excesso desses produtos.
A nutricionista Talyta Machado, afirma que as mudanças são importantes, especialmente porque, antes da nova norma, muitos fabricantes camuflavam informações utilizando outros nomes, não conhecidos pelo consumidor, para indicar a presença desses ingredientes nocivos à saúde. “Às vezes ele coloca lá na lista de ingredientes nomes em que não está escrito ‘açúcar’. Nome de maltodextrina, algum outro nome. O consumidor não tem esse conhecimento e acaba comprando, achando que está levando um alimento zero açúcar, ou com pouco açúcar”, explica.
Com a nova regra, os alimentos embalados com excesso de açúcar, sódio (sal) ou gordura, deverão conter o seguinte selo:
Ainda de acordo com Talyta Machado, a mudança traz mais segurança ao consumidor, porém, também, mais responsabilidade. “Agora o cliente tem uma questão de responsabilidade pela sua saúde, pela sua alimentação, porque ele tem essa informação muito clara”, afirma a nutricionista.
Para Margarida Maria Pinheiro, de 65 anos, a nova mudança é essencial, por ser de fácil compreensão de todos e, sobretudo, pelo alto consumo dos produtos industrializados. “É muito importante que saia nos rótulos, porque hoje a maioria da população sabe ler e escrever. Hoje você compra mais comidas congeladas, industrializadas e ter no rótulo para que a gente possa saber o que contém naquele produto é muito importante”, afirma a aposentada, que é hipertensa e pré-diabética.
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Não é só a parte frontal dos rótulos que teve mudança, pelas novas regras da Anvisa, mas também a tabela nutricional - aquela que indica calorias, carboidratos e outras informações nutritivas do alimento. Agora, a tabela que antes tinha duas colunas, ganha uma terceira, que deve indicar o valor nutricional do alimento segundo porção de 100 ml (no caso dos líquidos) ou 100 g (para alimentos sólidos). Antes a referência era apenas com base em uma dieta diária de 2 mil calorias.
“Claro que é importante a pessoa também se atentar, por exemplo, que quando a gente pensa em bebida, 100ml é bem pouquinho. Então é importante ter essa consciência de que você está comendo uma quantidade ‘X’, alerta a nutricionista Talyta Machado.
Vale destacar que a tabela de informação nutricional não é obrigatória para alguns alimentos como bebidas alcoólicas, água e gelo, vinagres, frutas, vegetais e itens fracionados nos pontos de venda (entre outros).