Crianças

02/09/2023 16:30h

Pela primeira vez, todo país contará com o apoio da Justiça Eleitoral na votação para conselheiros tutelares. O processo de escolha que tem várias etapas, entre elas a votação popular

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Cerca de 30 mil integrantes dos Conselhos Tutelares serão eleitos neste ano. A votação acontece no próximo dia 1° de outubro, e pela primeira vez todo o país contará com o apoio da Justiça Eleitoral, que irá emprestar e preparar as urnas eletrônicas, treinar as equipes que irão compor as mesas receptoras de votos, além de prestar suporte técnico ao voto informatizado. 

A votação para os conselhos tutelares acontece a cada quatro anos, no primeiro domingo de outubro no ano subsequente ao da eleição presidencial. A posse dos eleitos acontece no dia 10 de janeiro. O voto é sigiloso e facultativo, toda a população pode participar do processo. Para votar é preciso estar em  dia com a Justiça Eleitoral. 

A participação da população é uma das etapas do processo de escolha dos conselheiros tutelares. O pedagogo, professor e conselheiro tutelar de Belo Horizonte, Wellington Amorim, representante nacional dos conselheiros tutelares por Minas Gerais e membro da executiva nacional do Fórum Colegiado Nacional de Conselheiros Tutelares (FCNCT), explica que cada cidade tem suas singularidades neste processo, porém, para que o conselho seja representativo, o Estatuto da Criança e do Adolescente exige que o conselheiro seja escolhido pela população.

“São várias etapas. Essas etapas são definidas pelo município, algumas vêm previstas no Estatuto da Criança Adolescente. De modo geral, os municípios optam, principalmente os menores, por fazer uma prova e depois nós temos a campanha eleitoral, que é, e aí que é importante esclarecer, o nome é processo de escolha. A votação, a campanha é uma das etapas dentro do processo de escolha”, elucida Amorim. 

Em cada cidade, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente é o órgão encarregado pelo processo de escolha, com acompanhamento e fiscalização do Ministério Público. 

Papel do conselheiro tutelar

Os conselheiros tutelares agem com autonomia assegurada pela legislação para garantir os direitos de crianças e adolescentes, Entre suas funções está o atendimento a crianças e adolescentes com direitos violados ou ameaçados, o recebimento de denúncias dessas situações, além da fiscalização. 

Em entrevista coletiva sobre o tema realizada nesta semana, o presidente do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do Distrito Federal, Cleidison Figueredo, reforçou o papel dos que desempenham essa função. 

“Esses conselheiros são figuras importantíssimas para a sociedade. Nós temos ali no conselheiro uma figura que é o guardião do direito das crianças e dos adolescentes. Ele é o acionador de toda a rede de proteção dessas crianças e adolescentes. Então, se estão acontecendo um abuso ou uma violação de direito, essa violação de direito vai ser ali identificada por esse conselheiro tutelar. Ele vai acionar toda essa rede de proteção —  e nós vamos sim garantir e salvar essa  criança e adolescente em última análise”, ressaltou.

Segundo levantamento da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Brasil conta com aproximadamente 6.100 conselhos tutelares instalados em 5.570 municípios. Cada Conselho Tutelar é formado por 5 membros escolhidos pela população local, que atuam de forma colegiada, de acordo com as atribuições estabelecidas no Estatuto da Criança e do Adolescente.

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Dr. Ajuda
23/08/2023 11:30h

Neste episódio, Adriana Pestana, pediatra, fala sobre o que fazer em caso de engasgo em criança

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O engasgo acontece quando alguma coisa para na garganta, na traqueia que é por onde o ar passa até chegar aos pulmões e então podemos ficar sem respirar. 

Ao presenciar uma criança engasgada, se ela ainda estiver tossindo ou chorando, não tente intervenções como bater nas costas, balançar ou virar de cabeça para baixo. Não tente remover o objeto que você não pode ver, para evitar agravar a situação e empurrar o objeto ainda mais para dentro.

Nos casos que a criança ainda está tossindo ou chorando, mantenha a calma e incentive a criança a continuar tossindo, mas se a criança não estiver emitindo sons e apresentar lábios e pele roxos, peça ajuda imediatamente ligando para o serviço de emergência 192 e inicie a manobra de desengasgo:

  • Em crianças com mais de um ano, posicione-se atrás da criança e feche a mão em  punho e coloque ela entre o umbigo e o peito dela, apoiando a outra mão por cima;
  • Comprima a região abdominal, próxima ao estômago;
  • Abaixe-se, ficando na altura da criança, pode se ajoelhar ou sentar em algum banco;
  • Realize movimentos de tranco para dentro e para cima, tentando empurrar o objeto de dentro para fora;
  • Repita quantas vezes forem necessárias até a criança começar a tossir e expelir o objeto.

Em bebês, o processo é um pouco diferente 

  • Procure um apoio para sua perna, coloque a criança deitada no seu braço de barriga para baixo apoiada da sua perna;
  • Com a mão livre, dê cinco tapas com a região do punho da mão no meio das costas do bebê, também em movimento de empurrar o objeto para fora;
  • Depois, vire a criança de barriga para cima e aperte a região do peito, um pouco abaixo da região do mamilo, cinco vezes;
  • Repita o procedimento de cinco tapas nas costas e cinco compressões no peito até que a criança comece a tossir, chorar ou até que coloque o objeto para fora.

Atenção: Se a criança perder a consciência e desmaiar, inicie a manobra de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e ligue para o serviço de emergência 192 imediatamente.

Crianças não se engasgam somente com alimentos, pode ocorrer de se engasgarem com pequenos objetos. O engasgo é um acidente muito fácil de se evitar se nós seguirmos algumas regras e tomarmos cuidados.

Mantenha pequenos objetos longe do alcance das crianças, como moedas, botões, brincos e fivelas, brinquedos com peças pequenas ou que caibam inteiros dentro da boca da criança. Siga sempre a orientação do fabricante quanto a idade adequada para aquele brinquedo. Muito cuidado também com balões e bexigas, pilhas, baterias e imãs de geladeira.

Os alimentos devem ser apresentados de forma adequada, que diminua o risco de engasgo, respeitando a idade e o desenvolvimento da criança. Cuidado com alimentos redondinhos, como uva, tomates cereja e ovos de codorna, sempre corte antes de oferecer para a criança. Atenção redobrada com milho, pipoca, amendoim, castanhas, balas e chicletes.

Para mais detalhes, assista o vídeo no canal Doutor Ajuda.

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DF segue tendência nacional; 95% das crianças de dois a quatro anos consomem alimentos ultraprocessados como biscoito recheado

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A obesidade em crianças e adolescentes é ocasionada por diferentes fatores, muitos deles que envolvem condições genéticas e comportamentais, segundo o Ministério da Saúde. O relatório público do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional, com dados de pessoas acompanhadas na Atenção Primária à Saúde, aponta que, até setembro de 2022, mais de 340 mil crianças de 5 a 10 anos de idade foram diagnosticadas com obesidade. 

Números que, para a nutricionista Juliana Carricondo, aumentam os riscos para a criança desenvolver doenças graves. 

“É um problema muito complexo, porque a obesidade é uma doença multifatorial, ou seja, diversos fatores estão ligados para aquele indivíduo ser diagnosticado ou não com obesidade. E a obesidade infantil, o grande problema dela é que pode ser a porta de entrada para diversas outras doenças, como hipertensão, colesterol alto, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias”, afirmou.

O DF segue a mesma tendência nacional. Segundo boletim divulgado pela Secretaria de Saúde, houve aumento no índice de peso em todas as faixas etárias nos últimos anos. A porcentagem de crianças de zero a cinco anos com excesso de peso aumentou de 7,9% em 2020 para 8,2% em 2021. Já entre as crianças de cinco a dez anos, o índice saltou de 27,9% para 33,4%.

O documento revela que o consumo de bebidas açucaradas por crianças com idades entre seis e 23 meses chega a 19%, enquanto de alimentos ultraprocessados é de 33%. Na faixa etária de dois a quatro anos, esses números aumentam para 69% e 95%, respectivamente. Número maior até que ultrapassa a média nacional de 91% na ingestão de alimentos como refrigerantes, biscoitos recheados e macarrão instantâneo.

Juliana Carricondo, que também é gerente de Nutrição da Secretaria de Saúde do DF, ressalta os esforços da gestão para melhorar o quadro a partir de conversas com as famílias. Uma saída, segundo ela, é usar a criatividade no preparo da comida dos pequenos. 

“A gente precisa cuidar da alimentação da criança. E como que os pais podem fazer para ajudar a criança a comer melhor? Primeiro de tudo é dando. A criança aprende muito mais vendo o que a gente faz do que ouvindo o que a gente fala. Então, os pais precisam dar o exemplo. Na hora de colocar, servir o prato, fazer um prato diversificado, colorido, colocar legumes, colocar verdura, porque a criança vai ver aquilo e vai se sentir estimulada a copiar o que o adulto está fazendo. Uma outra maneira é diversificar o modo de preparo dos alimentos”, completou. 
 

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01/07/2023 19:18h

Diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis do Ministério da Saúde, Eder Gatti, orienta famílias a vacinarem as crianças para evitar hospitalização

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Diante do alto número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre crianças, a vacinação contra Covid-19 e Influenza é a melhor forma de reduzir as internações. É o que afirma o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis do Ministério da Saúde, Eder Gatti.

“Nós temos dois tipos de vacinas que são ofertadas para a população e ajudam a diminuir a ocorrência de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Com isso essas vacinas ajudam a diminuir a ocupação de leitos e, embora existam vírus que causam a Síndrome Respiratória Aguda Grave que não tem vacina, quando a gente se vacina para para Covid-19 e para Influenza, nós diminuímos a ocupação de leitos e deixamos leitos disponíveis para aqueles que precisam, aqueles que são acometidos por vírus que não são cobertos por vacina”, explica o diretor. 

O último boletim da Fiocruz com atualizações sobre os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave mostrou que as crianças são mais afetadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR). O Infogripe divulgado no último dia 27 de junho aponta que alguns estados do Norte e do Nordeste continuam apresentando aumento de casos entre crianças. 

Apesar de no centro-sul do país a tendência apontada pelo relatório ser de queda ou de estabilidade, o coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, alerta que a situação ainda pode levar um tempo para se normalizar. O motivo é que esses estados tiveram um longo período de aumento de casos, segundo o pesquisador.

“A gente ainda tem um número muito expressivo, a gente ainda tem muitas crianças que estão internadas, então ainda vai levar um tempo para desafogar os nossos leitos hospitalares, por isso é extremamente importante manter os cuidados mínimos para diminuir essas infecções" 

Tratamento

O médico infectologista Hemerson Luz explica que a SRAG é caracterizada por sintomas como febre de início súbito, dor de cabeça, tosse, coriza, dificuldade de respirar, sensação de peso no peito e uma queda na oxigenação no sangue. Ele explica que as crianças ainda podem apresentar falta de ar, menor apetite, irritabilidade ou uma queda no estado geral.

O especialista também alerta para a vacinação como uma importante medida que pode evitar o aumento no número de casos. “A melhor forma de prevenir a Síndrome Respiratória Aguda Grave é manter o sistema vacinal completo, principalmente contra a Infuenza e contra a Covid-19. Além disso, sempre que ocorrerem sintomas gripais como nariz escorrendo, dor de garganta, tosse, febre, dor de cabeça, deve-se procurar atendimento médico imediatamente.”

Crianças seguem no grupo mais afetado pela Síndrome Respiratória Aguda Grave

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19/05/2023 20:10h

Em seguida, Nordeste e Centro-Oeste fazem parte deste ranking. A maioria das vítimas são mulheres

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Na última quinta-feira (18), Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, o Ministério da Saúde lançou um boletim epidemiológico com dados de violência sexual contra crianças e adolescentes entre 2015 e 2021.

O evento foi realizado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), e contou com a presença do o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Na ocasião, Lula reforçou a importância do combate à exploração sexual de vulneráveis e enalteceu ao trabalho realizado pelos profissionais que atuam no combate desse crime.

Em 2021, o boletim epidemiológico identificou que dentre as regiões brasileiras com maior número de serviços prestados às pessoas em situação de violência sexual estão o Sudeste com 299, o Nordeste com 230 e, em seguida, a região Centro-Oeste, com total de 200 atendimentos. Durante todo o período analisado no levantamento, 202 mil 948 casos de violência sexual foram notificados no Brasil, sendo 119 mil 377 casos contra adolescentes e 83 mil 571 contra crianças. O maior número de casos foi registrado em 2021. 

O núcleo familiar é o ambiente com grande recorrência do crime de abuso contra crianças e adolescentes. A doutora em Direito das Relações Sociais, Lygia Copi, explica quais comportamentos estão configurados neste crime. “O termo abuso sexual inclui: carícias, toques íntimos, masturbação, exibicionismo, penetração vaginal, anal ou oral e também outras práticas que não tenham ato físico como, por exemplo, expor a criança a vídeos pornográficos. A importunação sexual também se configura como um ato de abuso sexual infantil”.

Ela fala  ainda sobre os direitos que as pessoas em situação de violência sexual podem usufruir. “Essa criança ou adolescente, assim que chega na unidade de saúde, tem o direito de receber  o atendimento médico a fim de verificar a necessidade de assistência naquele momento. Também deve receber assistência psicológica naquele momento e, também, após. Um atendimento que se estenda para o momento futuro”.

O crime de estupro de vulnerável, que significa ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com pessoa menor de 14 anos, a pena prevista pelo código penal é de 8 a 15 anos de reclusão. Trata-se de um crime inafiançável.
 

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28/03/2023 17:28h

Os materiais foram produzidos para auxiliar pais e responsáveis com a segurança de crianças e adolescentes com utilização de celulares, computadores e televisões

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A União Internacional de Telecomunicações em parceria com a Anatel, a Embaixada do Reino Unido e o Comitê Gestor da Internet disponibilizou um conjunto de materiais em forma de cartilhas para o uso seguro da internet por crianças. O intuito da iniciativa foi a necessidade de auxiliar a navegação segura com dicas e orientações para pais e responsáveis que possuem crianças e adolescentes em contato com a rede mundial de computadores. 


Segundo dados divulgados pela TIC Kids Online, houve um crescimento significativo na proporção de crianças entre 9 a 10 anos que são usuárias da internet, em 2019, era cerca de 79%, e passou para 92% em 2021. Já um estudo realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), afirma que cerca de 22,3 milhões de pessoas de até 17 anos estão conectadas.

Os dados ainda mostram que os avanços tecnológicos aconteceram principalmente na região nordeste e nas áreas rurais. Apesar de ser um crescimento positivo, as pesquisas mostram que muitos desses públicos usam a internet como forma de apoio emocional e para usar aplicativos e redes sociais como facebook, tiktok, entre outros. 

A psicanalista e pedagoga Rayssa Azevedo afirma que a iniciativa da criação de cartilhas é essencial para apoiar pais e profissionais na hora de alertar e apoiar com a segurança das crianças na utilização de telas.  

“Essa iniciativa é muito interessante. Essas cartilhas podem ajudar muito os pais em relação à segurança das crianças na internet, até porque os pais vivem em um universo totalmente diferente do da criança e tem muitas coisas que ficam ocultas aos olhos dos pais, que eles não sabem nem como pesquisar”, afirmou Rayssa Azevedo. 

A psicopedagoga ainda analisa que esses materiais educativos poderiam falar sobre o uso acentuado de computadores, tablets e celulares que as crianças possuem atualmente. 

"Eu acredito também que essas cartinhas além de falar sobre a segurança das crianças, podiam também alertar sobre o uso nocivo, os efeitos nocivos que as telas trazem para as crianças, os prejuízos que ficar muito tempo diante delas podem causar na vida da criança. Não que a criança deva ficar sem tela, não é isso, mas os neurocientistas já indicaram a faixa etária, o tempo correto de cada faixa etária, para ficar na frente das telas, essas cartinhas também poderiam trazer isso para agregar mais a nossa vida, na vidas dos profissionais, das crianças e para o bem popular”, avaliou a psicanalista. 

O morador de Águas Claras, Igor Rodrigues (37) é pai de Murilo (2) e Vitor (3).e Eéle é contra a utilização de dispositivos com internet para os filhos e apoia a criação de conteúdos de apoio educacional para os pais. 

“Eu acho correto esses conteúdos educacionais falando sobre o uso de celular e de tv para crianças, porque muitos pais acabam deixando de maneira exagerada esses dispositivos para acalmar as crianças, os filhos, mas na verdade estão é prejudicado já que eles não têm a mínima ideia, nem responsabilidade para saber o quanto faz mal”, afirmou Igor Rodrigues. 

Os materiais estão disponíveis para download no site da Anatel. Além de um livro de atividades para pais realizarem com as crianças, foram criados um caderno de exercícios, um guia do professor para atividades em sala e o documento Diretrizes para pais e educadores sobre Proteção On-line Infantil.  
 

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Educação
22/03/2023 18:10h

O objetivo do guia é apoiar as organizações no fortalecimento das redes de proteção empenhadas na transformação do Brasil pela educação

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O artigo 205 da Constituição Federal Brasileira assegura que a educação é direito de todos e dever do Estado e da família. Mas de acordo com dados mais recentes divulgados pelo UNICEF, cerca de dois milhões de crianças e adolescentes entre 11 a 19 anos, não estão frequentando a escola. O motivo seria o trabalho infantil e a dificuldade de aprendizagem na educação básica. 

Além disso, o UNICEF ainda aponta que em 2020, no pico da pandemia, aproximadamente 5,2 milhões de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos não tiveram acesso à educação, pela falta de internete, tecnologia, entre outros fatores.

Diante desses números, o UNICEF, a Undime e o Itaú Social lançaram um guia sobre "papel das organizações da sociedade civil no enfrentamento à exclusão Escolar”. O documento tem o objetivo de "ensinar e apoiar a atuação das organizações no fortalecimento das redes de proteção empenhadas na transformação do Brasil pela educação".

Especialista em educação pela Universidade de Brasília (UnB), Catarina Santos explica que é dever do poder público garantir o direito à educação a crianças, adolescentes e adultos que não tiveram acesso ainda jovens, mas a sociedade civil precisa estar ativa para colaborar com as organizações. 

“A participação da sociedade civil nesse processo de busca ativa é importante e fundamental. É responsabilidade também da sociedade nessa oferta, nesta garantia do direito à educação. A própria constituição estabelece que estado e a família entre em colaboração com a sociedade”, explica Catarina Santos.

O guia lançado contém estratégias de busca ativa escolar, compostas por uma metodologia social e uma ferramenta tecnológica com o objetivo de apoiar os governos na identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão. 

Ainda sobre o tema, Catarina Santos afirma que a evasão escolar tem múltiplos fatores e precisam ser resolvidos na raiz, já que a grande maioria dos problemas com desigualdade social e racial, trabalho infantil e de inúmeros tipos de violências, principalmente a violência sexual, além das condições da estrutura escolar que o governo oferece, entre outros. 

A mãe da Valentina, de 7 anos de idade,  Carolina Pujol, acredita que o guia vai servir para ajudar nas informações necessárias para combater a evasão escolar. 

“Eu achei uma ótima iniciativa. Eu acredito que vai ajudar a enfrentar a evasão escolar dos alunos e vai ser melhor para a educação”, elogia a  e empreendedora. 

O guia foi desenvolvido de maneira didática para que todos possam ter acesso e entendimento sobre como utilizá-lo. 

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Dr. Ajuda
07/03/2023 17:00h

Neste episódio o Hepatologista Mário Pessoa fala mais sobre o assunto

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Você conhece algum caso de criança que teve quadro de hepatite desconhecida e precisou fazer transplante de fígado? Essa hepatite recebe o nome de Hepatite Misteriosa. Neste episódio o Hepatologista Mário Pessoa fala mais sobre o assunto.

Uma forma de hepatite grave em crianças e adolescentes que se iniciou na Inglaterra tem alertado toda a comunidade médica pelo mundo. Esses casos devem ser identificados rapidamente, pois podem evoluir de forma rápida para a chamada hepatite fulminante, onde o paciente pode evoluir em algumas horas de uma forma assintomática, para o coma hepático. 

No Brasil, a causa mais frequente de hepatite fulminante, é a hepatite aguda pelo vírus A, e por isso a vacinação para este vírus está incluída no calendário universal de vacinação para crianças entre um e cinco anos. 

Até o momento, ainda não foi identificada a causa desse tipo de hepatite, mas o que se sabe, é que não é causada pelos vírus de hepatite denominados como hepatite A, B, C, D e E. Todos esses marcadores foram negativos nos casos relatados, e essas crianças eram previamente sadias, não tinham antecedentes de viagens a outros locais, possível contato com substâncias tóxicas para o fígado, contato com água ou alimentos possivelmente contaminados ou qualquer outro histórico importante para hepatite, pelo menos nos casos relatados no Reino Unido. 

A maioria dos casos no Reino Unido ocorreram em crianças com menos de cinco anos de idade, uma população não vacinada para coronavírus, já que essa vacina não era aprovada em crianças desta idade. Dessa forma, a vacina para coronavírus não pode ser apontada como a possível causa para essa hepatite.

Um tipo de adenovírus (grupo de vírus que normalmente causam doenças respiratórias), foi encontrado na maioria dos casos na Inglaterra, mas esse vírus não costuma causar doenças graves em crianças sadias. Existe uma hipótese que elas tenham tido contato prévio com o coronavírus, fato que pode ter alterado a imunidade delas, e num contato com o adenovírus a doença evoluiu de forma grave. No momento, o sangue dessas crianças está sendo testado para anticorpos do coronavírus. 

Outra possibilidade é que o adenovírus tenha sofrido uma mutação, assumindo um comportamento mais grave nesses casos. As autoridades sanitárias na Inglaterra e de outros países estão fazendo um enorme esforço na investigação das possíveis causas, inclusive um estudo detalhado dos fígados retirados nos casos que evoluíram com transplante.

Sintomas da hepatite misteriosa em crianças

  • Enjoo 
  • Vômitos
  • Dor na barriga
  • Diarreia
  • Cansaço 
  • Febre
  • Pode apresentar também olhos amarelados 
  • Urina escura
  • Fezes claras. 

Não deixe de levar a criança para uma avaliação com um pediatra caso apresente algum desses sintomas. 

Para saber mais, assista ao vídeo no canal Dr. Ajuda. 

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Dr. Ajuda
06/03/2023 17:00h

Neste episódio a pediatra Dra. Adriana Pestana dá mais detalhes sobre o assunto

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Seu filho está com febre, dor de garganta e manchas na pele? Você já ouviu falar em escarlatina? Neste episódio a pediatra Dra. Adriana Pestana dá mais detalhes sobre o assunto.

A escarlatina é causada por uma bactéria chamada Streptococcus do Grupo A, que são bactérias normalmente encontradas na garganta e na pele. Essa bactéria é frequentemente responsável pelas infecções de garganta, as chamadas amigdalites bacterianas, porém casualmente, ela pode liberar uma toxina que causa o aparecimento dessas manchinhas vermelhas pelo corpo, a escarlatina.

Quais são os sintomas dessa doença? 

  • Febre 
  • Dor de garganta 
  • Dor de cabeça 
  • Vômitos 
  • Dor na barriga

Entre o segundo e o quinto dia do início dos sintomas, aparecem as manchinhas na pele e deixa a pele bem áspera, parecendo uma lixa, com muitas bolinhas pequenas avermelhadas, principalmente na região da barriga, no pescoço, nas axilas e na virilha. A língua também pode ficar inchada e bem vermelha, que é conhecida como língua em morango ou em framboesa. 

Esse vermelhão da pele costuma desaparecer em até 7 dias, porém algumas semanas depois pode ocorrer uma descamação dos dedos, das mãos e dos pés e também de todas as áreas afetadas pela irritação na pele.

Diagnóstico

Se o seu filho apresenta febre, dor de garganta e manchas na pele procure um médico, assim que possível. O primeiro passo é sempre procurar o médico para que a criança seja avaliada, já que a escarlatina é causada por um bactéria e possivelmente grave se não for tratada devidamente. O pediatra irá avaliar e pelo exame clínico irá decidir que procedimento utilizar. 

Tratamento

Na maioria das vezes, o tratamento é feito com antibiótico, amoxicilina ou benzetacil, e em caso de alergias, outros antibióticos serão recomendados. Com o tratamento adequado as crianças melhoram rapidamente, em geral depois de dois ou três dias a febre desaparece e as lesões na pele, em até cinco dias. 

Para saber mais, assista ao vídeo no canal Dr. Ajuda. 

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24/02/2023 18:48h

Mais de 43 mil menores de cinco anos foram internadas no SUS por desnutrição nos últimos 10 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria

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O Brasil não avançou no combate à desnutrição infantil nos últimos 10 anos, aponta estudo da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Segundo o levantamento, deficiências nutricionais levaram à internação hospitalar de mais de 43 mil crianças menores de cinco anos.

De acordo com dados do Sistema de Informações Hospitalares, do Ministério da Saúde, somente na rede pública foram registradas quase 400 mil hospitalizações motivadas pela desnutrição. Cerca de 28,6 mil foram de crianças menores de 1 ano e outros 14,7 mil casos envolveram crianças entre 1 e 4 anos. A proporção de internações de menores de 5 anos cresceu, passando de 8%, em 2012, para 16%, em 2021, e 18%, em 2022.

Imagem: Sociedade Brasileira de Pediatria

Para a SBP,  a crise econômica, a pandemia de Covid-19, a piora da renda das famílias, o aumento do preço dos alimentos, as condições de moradia e de saneamento básico e a queda das taxas de imunização são alguns fatores que podem ter contribuído para a piora do quadro de hospitalizações de crianças associadas à desnutrição. 

O nutricionista Eduardo Lustosa aponta que as crianças mais acometidas com desnutrição são de locais com menores níveis de desenvolvimento socioeconômico e populações mais vulneráveis. “E isso é um problema gravíssimo, porque ele atinge principalmente os pretos e pardos. Então isso também mostra a questão do contraste social onde a população mais pobre é mais atingida pela falta de renda, pela falta de instrução, pela falta de oportunidade. Isso é a consequência de anos e anos de uma desigualdade social, de falta de emprego”, informa. 

Segundo Lustosa, esse cenário gera crianças desnutridas que vão crescer doentes, e o ciclo deve se repetir por gerações. Por isso, é importante combatê-lo.

A nutrição infantil está associada também à materna, de acordo com Paloma Popov, professora de Nutrição do Centro Universitário de Brasília (CEUB). “Então se mãe tem um quadro de desnutrição, foi usuária de drogas, alcoólatra, ou que tenha alguma patologia associada, o HIV positivo por exemplo, existe uma propensão da criança a nascer desnutrida”, alerta.

Popov ainda afirma que a desnutrição infantil mais comum no Brasil é a proveniente da falta de calorias e que muitas vezes não apresenta muitos sinais da condição. 

Já a nutricionista do Instituto de Desenvolvimento Infantil, Dyandra Loureiro, informa que 15,5% da população brasileira sofrem com insegurança alimentar grave, que afeta de forma mais frequente e intensa as crianças.

O Departamento Científico de Nutrologia da SBP aponta problemas que essa condição pode causar. “Crianças que sofreram com desnutrição no início da vida também podem apresentar prejuízo do desenvolvimento neuropsicomotor e aumento do risco para desenvolvimento de doenças crônicas não-transmissíveis como diabetes, hipertensão e, inclusive, excesso de peso.”

Loureiro afirma que essas consequências da má nutrição no início da vida ainda podem ser transmitidas às próximas gerações.

Como evitar?

Para conter o avanço da desnutrição no Brasil, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a geração e ampliação de políticas públicas que levem mais investimento a ações de promoção à saúde e educação para primeira infância; e o fortalecimento do sistema de saúde na Atenção Básica, especializada e hospitalar com a presença do pediatra no atendimento e planejamento do cuidado integral da criança, vigilância do crescimento e desenvolvimento.

Segundo Rodrigo Lima, professor de pediatria clínica na Universidade de Brasília (UnB), a desnutrição é um problema multifatorial e, para evitar esse cenário, é necessário um conjunto de ações. “Ampliar medidas de educação em relação ao planejamento familiar, estimular o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida da criança, e se possível, que esse aleitamento seja estendido até os dois anos, permitir o acesso universal das crianças aos serviços de atenção básica à saúde”, aponta.

Lima também coloca o acesso à educação como um fator importante, já que muitas crianças fazem refeições na escola. “Geralmente um cardápio controlado por especialistas, garantindo uma dieta de qualidade. Então a criança que vai na escola é beneficiada em vários setores da sua vida, ela aprende, se desenvolve, a se relacionar com o outro, pratica atividade física e também se alimenta”, afirma.

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