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Baixar áudioApós ser aprovado pelo Congresso Nacional, o Projeto de Lei nº 4.497/2024, que reabre por mais 15 anos o prazo para a ratificação de registros imobiliários de imóveis rurais em faixas de fronteira, agora aguarda sanção presidencial.
O prazo original, previsto na Lei nº 13.178, de 2015, venceria em 2030. O novo texto estende esse prazo por mais 15 anos a partir da publicação da futura lei. Contudo, o prazo poderá ser suspenso enquanto o processo de registro estiver em tramitação no cartório ou no Congresso, ou nos casos de proibição jurídica específica ou incapacidade civil do interessado por perda de lucidez.
Entre outros pontos, a proposta também determina procedimentos a serem adotados pelo Congresso Nacional para a ratificação de imóveis com mais de 2,5 mil hectares — inclusive de forma tácita, caso o Parlamento não se pronuncie em até dois anos.
Parlamentares integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) consideram que a medida cria um novo marco para a regularização dominial em áreas estratégicas do território nacional. É o caso do presidente do colegiado, deputado Pedro Lupion (Republicanos-PR).
“Regularizar a faixa de fronteira com a redação aprovada no Senado evita retrocessos e garante estabilidade. É mais uma vitória do direito de propriedade no Brasil”, afirmou.
A senadora Tereza Cristina (PP-MS) destacou que a proposta representa “um avanço significativo” na ratificação de registros imobiliários de imóveis localizados na faixa de fronteira. “Esse é um problema que se arrasta há décadas sem solução. O texto substitui exigências desnecessárias e impraticáveis”, defendeu.
Uma das principais alterações do novo marco é a atualização das regras de georreferenciamento, que passa a ser obrigatório apenas a partir de 31 de dezembro de 2028. No caso de imóveis de até quatro módulos fiscais, o prazo só valerá depois da regulamentação pelo Poder Executivo.
A exigência, contudo, não será necessária em situações como sucessões, divórcios, partilhas, atualizações cadastrais e garantias reais, sendo mantida apenas para transferências definitivas, como leilões e arrematações.
De autoria do deputado federal Tião Medeiros (PP-PR), a matéria foi aprovada na Câmara dos Deputados em junho de 2025. No Senado, o projeto foi analisado na Comissão de Relações Exteriores e na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, com pareceres favoráveis.
No início de novembro, o texto foi aprovado pelo Plenário do Senado com alterações, retornando à Câmara para nova análise. Na última terça-feira (9), os deputados aprovaram o texto por 310 votos favoráveis e 115 contrários, com os ajustes feitos no Senado.
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Baixar áudioA Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, o parecer final do Plano Nacional de Educação (PNE) 2024-2034 na última quarta-feira (10). O relatório, sob a relatoria do deputado Moses Rodrigues (União-CE), agora segue para análise no Senado Federal.
O novo PNE estabelece as diretrizes, metas e estratégias da política educacional brasileira para a próxima década e substitui o plano vigente (Lei 13.005/14). Um dos pontos de maior impacto para estados e municípios é o financiamento do plano, que prevê investimentos públicos em educação que podem totalizar aproximadamente R$ 280 bilhões ao longo do decênio, com o objetivo de elevar o total aplicado em educação a até 10% do Produto Interno Bruto (PIB) ao final do período.
A versão aprovada organiza o PNE em objetivos estratégicos que abrangem desde a educação infantil até o ensino superior, com ênfase na universalização do atendimento, na qualidade do ensino, na equidade e na infraestrutura educacional. O relatório também reforça a valorização dos profissionais da educação e mecanismos de financiamento como parte essencial para alcançar as metas propostas.
O novo PNE inclui objetivos e metas que contemplam, entre outros:
A aprovação do parecer representa um passo importante para consolidar o PNE como instrumento de planejamento de políticas públicas educacionais para os próximos dez anos, com forte destaque para a perspectiva orçamentária e sua execução em todas as esferas de governo.
As informações são da Câmara dos Deputados.
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Baixar áudioO novo Boletim InfoGripe, divulgado nesta sexta-feira (12) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alerta para o crescimento do número de hospitalizações por influenza A em alguns estados da Região Norte — Amazonas, Pará e Tocantins — e Nordeste — Bahia, Piauí e Ceará —, além de Santa Catarina. Já no Sudeste, a tendência é de queda, embora em ritmo mais lento no Espírito Santo e no Rio de Janeiro.
Diante do cenário, a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz, reforça a importância da vacinação para os grupos de risco dessas localidades. "Qualquer sinal de piora dos sintomas da gripe, como febre persistente ou desconforto respiratório, o recomendado é procurar atendimento médico”, orienta.
De forma geral, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) seguem em queda no país. O boletim indica que nenhuma unidade federativa apresentou incidência em nível de alerta, risco ou alto risco nas últimas duas semanas, com tendência de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas).
Apenas quatro estados apresentam níveis de incidência de SRAG classificados como alerta, risco ou alto risco, embora sem tendência de crescimento no longo prazo: Amazonas, Espírito Santo, Pará e Roraima.
Entre as capitais, apenas Boa Vista (Roraima) registra níveis de atividade de SRAG em risco, com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo.
O rinovírus continua sendo a principal causa de hospitalização por SRAG em crianças e adolescentes até 14 anos. O boletim também indica leve aumento de casos associados ao metapneumovírus em crianças de até dois anos.
A Covid-19, mesmo em níveis baixos em todos os estados, segue entre as principais causas de internação por SRAG em idosos nas últimas semanas.
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, entre os casos positivos de SRAG, a prevalência foi de:
Entre os óbitos confirmados no período, os números indicam:
O levantamento do InfoGripe tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe, atualizados até 6 de dezembro, e é referente à Semana Epidemiológica (SE) 49. Confira outros detalhes no link.
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Copiar o textoEntidade avalia que tabela precisa de atualização para evitar informalidade na economia
Baixar áudioPor causa da inflação, um real hoje equivale a menos de R$0,70 em 2018. Isso quer dizer que a nossa moeda teve desvalorização de 30% em 7 anos. Mas foi justamente naquele ano a última atualização da tabela do Simples Nacional.
Para Alfredo Cotait Neto, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), essa defasagem é uma injustiça contra os empresários de pequeno porte. “Isso dificulta realmente o desenvolvimento econômico, dificulta o campo de trabalho para os pequenos. Porque qualquer aumento de custo é nefasto para os pequenos. Os pequenos têm que trabalhar dentro do seu horizonte para a geração de renda e essa geração de renda é muitas vezes até familiar”, afirma o executivo.
A entidade lidera um movimento para pressionar os poderes a modernizarem a política. O objetivo é aprovar na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei Complementar 108/2021, já aprovado no Senado Federal, que amplia a receita bruta anual permitida para enquadramento como Microempreendedor Individual (MEI) para R$ 145 mil, com atualização anual pela inflação, e permite a contratação de até dois empregados. Atualmente, esse limite é de R$81 mil, sem atualização automática e o máximo de um funcionário contratado.
O deputado federal Jorge Goetten (Republicanos-SC), presidente da Frente Parlamentar das Micro e Pequenas Empresas, diz que os debates já foram realizados e que a Casa precisa agir para ajudar o setor responsável por 30% do Produto Interno Bruto brasileiro. “O que nós temos que parar é de só falar, nós temos é que fazer também. Nós temos que transformar isso em realidade e atualizar o mais rápido possível. Infelizmente, esse ano não dá mais tempo, mas no próximo ano, não tenho dúvida nenhuma de que nós vamos nos debruçar, como nos debruçamos no último semestre, para avançarmos na aprovação do PL 108”, garante o parlamentar.
O texto foi aprovado nas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços; Finanças e Tributação; e, por último, na de Constituição e Justiça (CCJ), faltando apenas a apreciação no plenário da Câmara. Um pedido de urgência, para acelerar a análise, foi apresentado, mas ainda não foi votado.
O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado que contempla empresas de diversos setores com receita bruta anual de R$81 mil a R$4,8 milhões. Ele foi lançado em 2007 para descomplicar a vida de donos de pequenos negócios. Desde então, mais de 25 milhões de empreendedores abriram um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e deixaram a informalidade.
Além do faturamento, o Simples também só pode ser acessado por certas atividades econômicas. A consulta é feita a partir da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) no Portal do Empreendedor.
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Baixar áudioMais de 16 milhões de Microempreendedores Individuais (MEIs) de todos os estados e municípios do Brasil terão rotinas de gestão simplificadas. O Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP) lançou o pacote “MEI em Ação” para simplificar serviços e fortalecer a gestão dos pequenos negócios.
O pacote reúne soluções tecnológicas, capacitação e maior integração entre órgãos públicos.
App Meu MEI Digital
Nova plataforma gratuita que concentra os serviços do Portal do Empreendedor, permitindo ao usuário emitir documentos, acompanhar sua situação fiscal, acessar programas como ProCred 360, Cartão MEI e Contrata+Brasil, além de receber alertas personalizados sobre prazos e obrigações. O acesso é integrado ao login gov.br.
Chatbot Meire
Assistente virtual com inteligência artificial que funciona 24 horas por dia, disponível no aplicativo e no Portal do Empreendedor. A ferramenta responde dúvidas sobre regras do MEI, atividades permitidas, obrigações, prazos e pode direcionar o usuário para capacitações e serviços.
Rede MEI
Rede de articulação que integra órgãos federais, estaduais e municipais, além de entidades de apoio ao empreendedor. O objetivo é padronizar informações, orientar gestores públicos e ampliar a efetividade das políticas voltadas ao MEI em todo o território nacional.
Gestão MEI
Iniciativa em parceria com a ASSIMPI que oferece ferramentas de gestão empresarial gratuitamente, incluindo software de controle financeiro, emissor de Nota Fiscal Eletrônica e até 100 mil certificados digitais disponibilizados mensalmente, reduzindo custos e fortalecendo a organização dos negócios.
Impulsiona MEI
Trilha de capacitação com cerca de 20 videoaulas em parceria com a Cielo, abordando organização financeira, precificação, fluxo de caixa, relacionamento com clientes e inovação. As aulas estão disponíveis tanto no Portal do Empreendedor quanto no aplicativo Meu MEI Digital.
Manual do Jovem Empreendedor
Guia prático que explica o passo a passo para abrir um MEI, detalha regras da categoria, limites de faturamento, custos, obrigações e apresenta ferramentas de crédito e oportunidades de contratação pública para quem está iniciando seu negócio.
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Baixar áudioA Associação Brasileira dos Municípios Mineradores (Amig) entregou uma carta ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, solicitando que o governo deixe de contingenciar o orçamento da Agência Nacional de Mineração (ANM). O documento foi apresentado durante a visita do chefe do Executivo Nacional ao município de Itabira (MG), na quarta-feira (11).
Atualmente, a legislação determina que 7% da arrecadação dos royalties da mineração sejam destinados às operações da ANM. Nos últimos meses, porém, o governo federal tem utilizado parte desses recursos para cumprir a meta fiscal.
Segundo a Amig, a forma como a mineração vem sendo conduzida no país “configura uma clássica externalização de custos à sociedade brasileira”. A carta é assinada pelo prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage, presidente da associação.
No documento, a entidade também defende que a ANM tenha acesso às notas fiscais de vendas das mineradoras, o que, segundo a Amig, facilitaria a fiscalização dos pagamentos de royalties. A associação solicita ainda que empresas mineradoras com dívidas ativas já julgadas pela diretoria da agência percam suas concessões de lavra.
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Além disso, a Amig propõe a criação de uma alíquota adicional de 1,5% nos royalties pagos pelas mineradoras de ferro, cobre, bauxita, ouro, manganês, caulim, níquel, nióbio, lítio, magnesita e talco. Atualmente, as alíquotas desses minerais variam de 1% a 3% do faturamento bruto.
A carta também defende a atualização do Código Mineral Brasileiro, previsto no Decreto-Lei nº 227/1967, com a inclusão de pontos como:
Em 2022, a ANM fiscalizou apenas 17 empresas de mineração, embora houvesse 39.024 processos ativos na fase de lavra naquele ano. Entre 2017 e 2021, apenas 1,1% dos 6.154 processos ativos na fase de concessão de lavra com ausência de pagamentos da CFEM foram fiscalizados, além de somente dois dos 1.163 processos de autorização de pesquisa com guia de utilização emitida.
Para a Amig, o atual sistema de fiscalização da ANM não permite acompanhar a real produção mineral registrada fiscalmente, o que impede a estimativa precisa do montante deixado de arrecadar e do valor sujeito à decadência tributária.
Copiar o textoSuspensão da Lei Magnitsky a Moraes retirou ameaças ao setor
Baixar áudioO Ibovespa voltou a fechar o pregão em alta de 0,99%, aos 160.766 pontos, apoiado pela recuperação singular do setor bancário após a retirada dos nomes do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua esposa da Lei Magnitsky.
O desempenho dos bancos foi particularmente positivo durante a sessão, com altas do Bradesco, Banco do Brasil, BTG Pactual e Itaú. Segundo analistas do setor, a suspensão, por parte dos Estados Unidos da América (EUA), da Lei Magnitsky retira uma ameaça do setor bancário, uma vez que havia possibilidade de que as sanções escalassem e atingissem as instituições financeiras.
Além disso, a repercussão do crescimento de 0,3 % do setor de serviços entre setembro e outubro também influenciou no desempenho do índice. O valor representou avanço de 2,2% em relação ao mesmo período de 2024, alinhado às expectativas de investidores.
Confira as ações com melhor e pior desempenho no último fechamento:
Ações em alta no Ibovespa
Recrusul SA Pfd (RCSL4): +43,67%
Fictor Alimentos SA (FICT3): +19,67%
Ações em queda no Ibovespa
Revee SA (RVEE3): -17,25%
Nexpe Participacoes SA (NEXP3): -9,23%
O volume total negociado na B3 foi de R$25.428.553.556, em meio a 3.734.620 negócios.
Os dados da bolsa podem ser consultados no site da B3.
O Ibovespa (Índice Bovespa) é o principal indicador do mercado acionário brasileiro. Calculado pela B3, ele reflete a média do desempenho das ações mais negociadas na bolsa, com base em critérios de volume e liquidez. O índice é composto por uma carteira teórica de ativos, que representa cerca de 80% do volume financeiro total negociado no mercado.
A B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) é a bolsa de valores oficial do Brasil, sediada em São Paulo. É responsável pela negociação de ações, derivativos, títulos públicos e privados, câmbio e outros ativos financeiros. A B3 está entre as maiores bolsas do mundo em infraestrutura e valor de mercado.
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Baixar áudioO dólar comercial encerrou o último pregão em alta de 0,12% frente ao real, cotado a R$5,41. O movimento da moeda estadunidense foi de volatilidade durante a sessão, finalizando o pregão à beira da estabilidade.
Segundo analistas do setor, a decisão de manter a taxa Selic em 15% ao ano por tempo indeterminado, anunciada na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) dessa semana, atrai capital estrangeiro, o que influenciou o desempenho da moeda nesta semana.
As incertezas políticas quanto à candidatura do senador Flávio Bolsonaro à Presidência da República também influenciaram o câmbio nos últimos dias, assim como o crescimento de 0,3% do setor de serviços entre setembro e outubro — que representou 2,2% de crescimento frente ao mesmo período do ano passado.
O euro, por sua vez, encerrou a sessão cotado a R$6,32, o que representa uma alta de 0,06%.
A tabela abaixo mostra as cotações cruzadas entre as principais moedas internacionais e o real. Cada célula indica quanto vale 1 unidade da moeda da linha em relação à moeda da coluna.
| Código | BRL | USD | EUR | GBP | JPY | CHF | CAD | AUD |
|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
| BRL | 1 | 0,1847 | 0,1572 | 0,1381 | 28,7901 | 0,1471 | 0,2543 | 0,2774 |
| USD | 5,4135 | 1 | 0,8518 | 0,7481 | 155,85 | 0,7963 | 1,3769 | 1,5032 |
| EUR | 6,3613 | 1,1739 | 1 | 0,8782 | 182,95 | 0,9346 | 1,6163 | 1,7648 |
| GBP | 7,2444 | 1,3367 | 1,1387 | 1 | 208,33 | 1,0643 | 1,8405 | 2,0096 |
| JPY | 3,47353 | 0,641622 | 0,54658 | 0,480008 | 1 | 0,5108 | 0,88345 | 0,96455 |
| CHF | 6,7992 | 1,2560 | 1,0699 | 0,9396 | 195,75 | 1 | 1,7293 | 1,8881 |
| CAD | 3,9317 | 0,7263 | 0,6186 | 0,5434 | 113,19 | 0,5783 | 1 | 1,0918 |
| AUD | 3,6043 | 0,6652 | 0,5667 | 0,4976 | 103,66 | 0,5296 | 0,9159 | 1 |
Os dados são da Investing.com
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Baixar áudioEntre 2023 e 2025, o Brasil alcançou a marca de 500 novos mercados internacionais, distribuídos em mais de 80 países, para seus produtos de exportação. Segundo estimativas do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o país tem um potencial de exportação superior a US$ 37,5 bilhões por ano.
Para o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, a atual política diplomática brasileira foi um dos principais fatores que contribuíram para esse desempenho, fortalecendo o empresariado nacional empenhado em iniciativas voltadas à exportação.
“Já abrimos, com esses 500 mercados, um mercado direto que envolve mais de US$ 3,4 bilhões para as empresas brasileiras que estão exportando nessa nova política do governo do presidente Lula”, afirmou Viana, ressaltando a atuação coordenada entre órgãos públicos e o setor privado.
O presidente da agência destacou que essa conquista é fruto de um trabalho articulado entre a ApexBrasil, o MAPA, o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o setor privado. Segundo Viana, esses atores agiram em conjunto para identificar mercados potenciais, mapear oportunidades, conectar exportadores e importadores e criar um ambiente favorável aos negócios.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, lembrou que, no início do atual mandato, o governo estabeleceu a meta de abrir 200 novos mercados, objetivo que acabou sendo mais que superado ao longo dos três últimos anos. Para Fávaro, isso reflete a confiança internacional no padrão sanitário brasileiro e o esforço coletivo das equipes envolvidas.
“Isso mostra o esforço de toda uma equipe e a confiança que os países têm no padrão sanitário brasileiro. Cada abertura traz mais renda para o campo, mais oportunidade para quem produz e mais reconhecimento para os nossos produtos”, afirmou o ministro.
Cada país pode habilitar vários mercados para diferentes tipos de produtos. Entre os itens com maior destaque estão carnes, algodão, frutas e pescados.
Estimativas divulgadas pela ApexBrasil indicam que, nesse período, foram realizadas mais de 170 ações internacionais em 42 países, projetando US$ 18 bilhões em negócios e envolvendo mais de três mil empresas brasileiras. Também ocorreram 19 missões oficiais presidenciais e cinco vice-presidenciais, ampliando as conexões com mercados prioritários.
A celebração pela abertura dos 500 novos mercados internacionais está programada para ocorrer durante a inauguração oficial da sede própria da ApexBrasil, no dia 15 de dezembro, às 10h, em Brasília.
O evento contará com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Também estarão presentes o vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, além de outras autoridades.
Viana destacou que essa é uma “dupla comemoração”, pois a marca de 500 novos mercados coincide com a inauguração da sede própria da ApexBrasil, após mais de 20 anos de atuação em imóveis alugados, o que, segundo ele, trará economia estrutural, modernização institucional e maior conexão com a população.
A nova sede da ApexBrasil está localizada no edifício Lotus, Quadra 903 Sul, em Brasília, com cerca de 17 mil metros quadrados, situada próxima ao Parque da Cidade Sarah Kubitschek.
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Baixar áudioA taxa básica de juros já deveria ter iniciado um ciclo de queda para evitar o agravamento da desaceleração econômica e a perda de ritmo do mercado de trabalho. A consideração é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que criticou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a Selic em 15%.
O presidente da entidade, Ricardo Alban, defende que a permanência dos juros nesse patamar é uma medida “excessiva e prejudicial”. Na avaliação dele, isso encarece o crédito, inibe o investimento e compromete a competitividade da indústria.
Alban destaca, ainda, que o próprio Comitê entende que as consequências dos juros elevados ainda não se materializaram por completo. “Há espaço para uma mudança gradual na política monetária sem comprometer a convergência da inflação para a meta”, pontua.
De acordo com a CNI, a taxa de juros real, que é calculada com base nas expectativas de inflação, deve concluir 2025 em torno de 10,5% ao ano. O resultado corresponde a cerca de 5,5 pontos percentuais acima da taxa neutra determinada pelo Banco Central. Diante disso, o país continua entre os que contam com as maiores taxas de juros reais do mundo, atrás apenas da Turquia.
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Na avaliação do diretor de Economia da CNI, Mario Sérgio Telles, de maneira geral, a desaceleração da economia é praticamente guiada pelas taxas de juros. Para ele, o quadro atual pode comprometer o desenvolvimento do país, no próximo ano, em várias frentes.
“O crescimento das concessões de crédito, que no ano passado foi mais de 10%, este ano deve ser em torno de 3,6% e o ano que vem em torno de 3%. Então, o crédito novo, para gerar consumo, está cada vez crescendo menos. Esse é um fator que faz com que o crescimento da economia seja menor, porque o consumo cresce menos. Para o ano que vem, estamos projetando um crescimento do consumo de apenas 1,8%. É uma queda muito grande, provocada por juros”, destaca.
Estimativas divulgadas pela CNI também revelam que a taxa básica de juros de equilíbrio – compatível com o controle da inflação e o pleno emprego – deveria estar em torno de 10,5% ao ano. Nesse caso, há indício de que a Selic atual está 4,5 pontos percentuais acima do nível necessário. Para a entidade, esse cenário reflete uma postura monetária conservadora do Banco Central.
No 3º trimestre de 2025, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro aumentou 0,1%, ou seja, foi verificada uma perda de ritmo na comparação com o 2º trimestre, quando a economia registrou um salto de 0,3%. Também houve retração em relação ao 1º trimestre, que contou com alta de 1,5%.
No que diz respeito ao setor industrial, entre janeiro e outubro deste ano, a produção aumentou apenas 0,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados constam na Pesquisa Industrial Mensal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Impacto no mercado de trabalho e concessões de crédito
No trimestre encerrado em outubro, a quantidade de pessoas ocupadas aumentou somente 0,1%, frente ao mesmo trimestre móvel anterior, encerrado em julho. Diante de uma elevação das taxas médias de juros das operações e da alta da inadimplência, as concessões de crédito saíram de um aumento de 10,7% no acumulado em 12 meses até dezembro de 2024 para apenas 4,5% até outubro deste ano.
A CNI ressalta que o impacto dos juros elevados também se estende ao setor público, já que aumenta o custo da dívida e o déficit nominal. Informações apresentadas pelo Banco Central mostram que, com base nos dados de novembro de 2025, uma elevação de 1 ponto percentual na Selic aumenta a dívida bruta do governo geral em R$ 55,6 bilhões, ao longo de 12 meses.
A entidade argumenta ainda que o momento econômico do Brasil também apresenta “sinais consistentes” de que as pressões de preços começam a ceder. No caso do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, por exemplo, houve um salto de 0,18%, o que trouxe a inflação acumulada em 12 meses para 4,46%, dentro do intervalo de tolerância da meta.
Além disso, as expectativas de inflação continuam em tendência de queda. Dados do Boletim Focus mostram que a projeção para o IPCA deste ano caiu para 4,4%, enquanto as expectativas para 2026, 2027 e 2028 recuaram para 4,16%, 3,8% e 3,5%, respectivamente.
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