Reconhecida patrimônio histórico imaterial do Tocantins há cerca de seis meses, a cachaça fabricada no sudoeste do estado faz parte da trajetória de inúmeras famílias produtoras da bebida na região. É o caso da família Palmeira — residente no município de Combinado.
"A cachaça é uma tradição familiar. Meus avôs já produziam cachaça no estado da Bahia; meu pai iniciou a produção aqui em Combinado há mais de 30 anos", conta Paulo, pequeno empresário e fundador da Cachaça Palmeira.
Mais do que fonte de renda, o produto é motivo de orgulho, explica. "É lógico que a gente pensa em ter lucro, mas o que me motiva é a alegria de ver alguém guardando uma garrafa de cachaça que ganhou de presente com o maior carinho. Não é um produto para desagregar família, mas para unir família", afirma.
Ao fundar a Cachaça Palmeira, o empreendedor não se contentou com a expertise adquirida na fabricação da bebida. Depois de cursar gestão empresarial, Paulo buscou dar uma identidade ao negócio. Para atingir o objetivo, ele apostou na produção de sabores exclusivos e de embalagens personalizadas.
"Tenho cinco tipos de cachaça que você vai encontrar só na Palmeira. Por exemplo, a barumel, curtida no baru com mel; a figomel, curtida no figo com mel; a tamarindo, curtida no fruto tamarindo, coisa específica", conta.
"Tenho uma variedade de mais de 30 embalagens. Sou um apaixonado pelo meu estado e, onde vou, sempre levo o nome do Tocantins e desses dois aglomerados turísticos, Jalapão e Serras Gerais. Está na embalagem que é patrimônio imaterial do Tocantins. É a minha cachaça representando a cultura, a tradição, valorizando a própria identidade", completa.
E é justamente nessa identidade que o pequeno produtor confia como trunfo para expandir as vendas para além do mercado nacional. "Se for para eu entrar na linha de exportação, eu quero entrar com um produto diferenciado. Não quero exportar cachaça por cachaça. Não estou preocupado com quantidade. Estou preocupado com qualidade", pontua.
Paulo diz que percebeu vários mercados potenciais para a Cachaça Palmeira no mercado internacional após participar dos programas da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
O mais recente deles foi o Exporta Mais Brasil, programa que visa conectar empreendedores brasileiros a compradores internacionais. Nos dias 15 e 16 de maio, Paulo participou de uma rodada de negócios, em Palmas, capital do Tocantins, com possíveis clientes de diversos países, entre eles Índia, Peru e Portugal.
"Acredito que a Apex vai me levar muito longe. Eu preciso de uma instituição de nome, que tem credibilidade, que sabe orientar o pequeno empreendedor. Eu sou um pequeno empreendedor hoje na mão da Apex, na esperança de um dia poder crescer", projeta.
No ano passado, o Exporta Mais Brasil promoveu 13 encontros pelo país, que atraíram 143 compradores internacionais, resultando em R$275 milhões em negócios gerados para 487 empresas nacionais.
Em 2024, a agência pretende ampliar o número de edições do programa para 14. Para participar, basta que o empresário leia o regulamento e, se a empresa estiver apta, ele pode inscrevê-la para o processo de seleção. As ações do Exporta Mais Brasil não têm custos para as empresas brasileiras selecionadas.
Para mais informações, acesse: www.apexbrasil.com.br.
Paulo Palmeira Souza conta que treinamento junto à ApexBrasil vai ajudá-lo a internacionalizar marca
Embora a produção artesanal de cachaça seja uma tradição familiar, Paulo Palmeira de Souza, pequeno empreendedor de Combinado (TO), está aberto a ouvir conselhos para tornar sua empresa mais atraente para consumidores do mercado internacional.
Nesta nova reportagem da série de histórias inspiradoras de empresários brasileiros que resolveram exportar seus produtos, confira a trajetória do Paulo, fundador da Cachaça Palmeira. Ele, que pensa em internacionalizar o negócio, mostra que a disposição para aprender é um dos passos mais importantes para as empresas que pretendem se aventurar no comércio exterior.
"Estou acolhendo de braços abertos o que a ApexBrasil [Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos] pode me oferecer, e estou aberto a mudanças e correções, porque a Apex sabe o que eu devo alinhar. Ela tem muito mais experiência do que eu", afirma.
A história que antecede o encontro do pequeno produtor com a ApexBrasil é rica. Os avós de Paulo produziam cachaça no estado da Bahia, prática que o pai dele levou para o município de Combinado (TO), há cerca de trinta anos.
O produtor diz que deu continuidade à tradição familiar e, após fazer um MBA em gestão empresarial, fundou a Cachaça Palmeira. "A gente tem na região um clima que gera um sabor diferenciado na cachaça. Temos um produto com qualidade excepcional", garante.
Paulo também apostou na produção de embalagens marcantes para agregar valor aos produtos. "Comecei a pensar: 'como é que vou mostrar que essa cachaça produzida há cinco anos é melhor do que a produzida neste ano?' Vou criar também uma embalagem", lembra.
Hoje, a empresa produz dez sabores diferentes de cachaça — alguns deles únicos, como a "barumel", em que a bebida é curtida em uma mistura de mel com baru — e 30 tipos de embalagens. "Você pode visitar várias unidades produtoras de cachaça no Brasil, mas vai encontrar a barumel só na Cachaça Palmeira", diz, orgulhoso.
Com o passar do tempo, o pequeno produtor deseja conquistar clientes não apenas no mercado nacional. Paulo afirma que conhecer a ApexBrasil foi um marco para as pretensões da Cachaça Palmeira. "Depois que eu conheci a Apex, percebi que há muitas portas a serem abertas e que, além do mercado estadual, eu também posso atingir o mercado internacional", pontua.
Por meio do Programa de Qualificação para a Exportação (Peiex), o produtor recebeu dicas sobre o funcionamento do mercado internacional e do que vai precisar para se adaptar às exigências dos compradores internacionais.
Há duas semanas, ele também participou de uma rodada de negócios com potenciais clientes de outros países, por meio do programa Exporta Mais Brasil, iniciativa da ApexBrasil que conecta empreendedores brasileiros a compradores internacionais.
Presente em todas as regiões do país, o Peiex orienta os empresários que desejam exportar seus produtos. Os interessados podem entrar em contato com os respectivos núcleos operacionais da ApexBrasil, em cada estado do país e assinar um termo de adesão ao programa.
O atendimento às empresas por meio do programa é gratuito. Basta ao empresário estar disposto a dedicar tempo e a investir na melhoria do seu negócio. O diagnóstico do que a empresa precisa melhorar para acessar o mercado exterior dura aproximadamente 38 horas. O empreendedor recebe um plano de exportação com orientações para internacionalizar sua marca.
Entre 2021 e 2023, o Peiex atendeu 5,3 mil empresas. Destas, 827 já estão exportando e faturaram, no período, US$ 3,16 bilhões. Para mais informações, acesse: www.apexbrasil.com.br.
As vendas de produtos do agronegócio brasileiro para o exterior somaram US$ 15,24 bilhões em abril de 2024, valor 3,9% maior que os US$ 14,67 bilhões exportados no mesmo mês de 2023. Os dados são da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária. Segundo a pasta, o resultado de abril deste ano corresponde a 49,3% do total de exportações brasileiras este mês.
O cenário foi influenciado principalmente pelo aumento do volume embarcado, que subiu 17,1%. Já em relação aos preços médios dos produtos agropecuários, houve queda de 11,3%, o que impediu um registro ainda mais expressivo no valor das exportações em abril.
Entre maio de 2023 e abril de 2024, as exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 168,36 bilhões, uma expansão de 4,7% em comparação com os US$ 160,86 bilhões exportados dos 12 meses imediatamente anteriores.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, soja, açúcar, carne bovina in natura, café, algodão e celulose são os produtos que mais contribuíram para o crescimento das exportações no mês.
O principal destaque é a soja, por ser responsável pela maior parte das exportações do agronegócio. Ao todo, o Brasil exportou 14,7 milhões de toneladas do grão, um aumento de 362,4 mil toneladas na comparação com abril de 2023. A China é o principal importador da oleaginosa, responsável pela compra de dez milhões de toneladas a US$ 4,29 bilhões.
A venda geral de grãos brasileiros para outros países atingiu um volume de quase 18,5 milhões de toneladas no mês passado, um aumento de 6,7% em comparação com os 17,3 milhões de toneladas em abril de 2023.
Já as exportações de carnes atingiram US$ 2,21 bilhões em abril de 2024, um aumento de 27,5% se comparado ao mesmo mês do ano passado. Destes, US$ 1,04 bilhão foi de carne bovina. O volume é recorde para os meses de abril, e o motivo é a quantidade exportada para atender a demanda chinesa.
Outro destaque é o complexo sucroalcooleiro, que em abril de 2024 alcançou US$ 1,07 bilhão com as exportações. É a primeira vez na série histórica que o setor ultrapassa a cifra de um bilhão em vendas para outros países. O aumento em relação a abril de 2023 foi de 77,6%.
IBGE prevê safra de 299,6 milhões de toneladas para 2024
Estado de emergência zoossanitária por gripe aviária foi prorrogado por mais 180 dias
Soja registra queda no preço, enquanto trigo fica mais caro no Paraná
Especialista alerta para a importância da vacinação, especialmente de pessoas do grupo de risco
Os casos de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), principalmente em decorrência da gripe (influenza A) e vírus sincicial respiratório (VSR), estão apresentando sinais de melhora. No cenário nacional já se observa estados indicando interrupção do crescimento ou redução no número de novos registros, revela o novo Boletim Infogripe da Fiocruz.
Mobilização nacional contra a poliomielite ocorre neste sábado (8)
O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, explica que nos casos de SRAG são registradas internações associadas a infecções respiratórias.
Ele aponta que são poucos estados que continuam apresentando crescimento nessas internações, no entanto, uma parte já registra ao menos uma desaceleração no ritmo de aumento no número de novos casos semanais. Espera-se que isso resulte em uma interrupção no aumento até que, eventualmente, ocorra o processo de redução.
“Lembramos que os principais vírus que temos observado neste momento são o vírus sincicial respiratório, o VSR, com um impacto muito grande nas crianças, especialmente, e em particular as crianças pequenas, até cerca de dois anos de idade, e o próprio vírus da gripe, o vírus influenza A”, destaca Gomes.
Gomes ainda alerta a população para a vacinação contra síndromes respiratórias para evitar os casos graves de doenças.
“Observamos, especialmente nos grupos prioritários, que temos um percentual baixo de pessoas que de fato se vacinaram. Fica uma chamada, especialmente para os municípios, para fazerem a convocação da sua população, fazer ações para tentar buscar quem é grupo de risco, em particular os idosos, para que se vacinem e estejam protegidos contra o vírus da gripe”, ressalta.
O novo boletim mostra que apenas seis estados demonstram um aumento de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em sua tendência de longo prazo: Acre, Amazonas, Paraná, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Entre as capitais, sete mostram indícios de aumento:
Especialista dá dicas de preparação para o exame, confira
As pessoas interessadas em participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 devem ficar atentas. As inscrições já estão abertas e vão até sexta-feira (7). Devido à situação de calamidade pública enfrentada pelo Rio Grande do Sul, a população do estado terá um prazo extra para se inscrever no exame. O calendário estendido ainda não foi divulgado.
Os candidatos podem realizar as inscrições por meio da Página do Participante no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A partir do edital disponível na página do Inep, é possível acessar o cronograma e as regras da edição do Enem 2024.
ENEM: confira calendário e veja dicas de como se preparar para a prova
Como as provas serão aplicadas nos dias 3 e 10 de novembro, os estudantes têm pouco mais de cinco meses para a preparação. Alunos que não concluíram o ensino médio também podem realizar a prova na condição de treineiros.
A prova possui formato já conhecido e se divide na aplicação em dois dias, sendo que a redação acontece no segundo dia de provas e se consolida como elemento de peso para o cálculo da nota.
Willian Wallemberg, professor e coordenador de português do ensino médio do colégio Objetivo do Distrito Federal, recomenda que os estudantes se preparem para a prova desenvolvendo maior conhecimento nas diversas áreas e temas que podem ser apresentados na prova.
“Isso requer um estudo constante, uma leitura constante, uma uma análise do que está sendo apresentado diariamente nos assuntos de reportagens e notícias. Além disso, saber vincular os conteúdos aos conhecimentos que são adquiridos das diversas disciplinas para que consiga conciliar todo o processo de repertório”, explica.
O professor também destaca que alguns conteúdos, como os de filosofia, sociologia e literatura, são significativos para a construção de uma boa redação.
A estudante do Colégio Estadual do Paraná (CEP) Julia Bassetti Salatino tem 15 anos e cursa o primeiro ano do ensino médio. Ela afirma que vai fazer as provas do Enem pela primeira vez neste ano.
"Eu quero fazer a prova do Enem como treineira, para realmente treinar e estar bem preparada para quando for fazer o Enem para entrar na faculdade", diz.
A taxa de inscrição é de R$ 85 e o pagamento pode ser efetuado até o dia 12 de junho. Os moradores do Rio Grande do Sul terão isenção da taxa.
O acesso ao saneamento básico não afeta apenas a saúde, o meio ambiente, e a qualidade de vida das pessoas, mas também impacta no trabalho e interfere significativamente na economia. Mas existe uma outra área que também se beneficia com a qualidade do serviço de coleta de esgoto e tratamento de água: o setor imobiliário. De acordo com o Instituto Trata Brasil, a universalização do saneamento poderia resultar em ganhos imobiliários de até R$ 48 bilhões.
O levantamento mostra que a oferta de um bom serviço valoriza as construções existentes e permite novas construções com maior valorização. Além disso, consegue impulsionar a atividade imobiliária nas cidades e contribui para valorizar os ativos e empreendimentos imobiliários.
O advogado especialista em direito ambiental e agronegócio Evandro Grilli explica que o saneamento interfere diretamente em diferentes setores da economia e, consequentemente, da sociedade.
“Quando resolve o problema do saneamento, você valoriza os imóveis e traz para a economia um movimento financeiro muito maior, porque você vai ter mais gente pagando economizando com questões de saúde e podendo investir mais na sua moradia”, aponta. E acrescenta:
“Se a gente tem saneamento em todos os locais da expansão urbana, você já parte do pressuposto que novos empreendimentos imobiliários nessas áreas urbanas já servidas para o saneamento básico, eles são empreendimentos imobiliários mais valorizados e com um preço melhor de mercado”, conclui.
Segundo o estudo “Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento Brasileiro 2022“, do Instituto Trata Brasil, as pessoas que alugam imóvel ou que vivem em moradia própria teriam condições de ganhar cerca de R$ 2,4 bilhões por ano no país, com a universalização do saneamento – um total de R$ 48 bilhões entre 2021 e 2040.
Na opinião da bióloga e engenheira civil Mirella Glajchman, os estudos só mostram que o Brasil ainda não encara a questão do saneamento como prioridade. Para ela, o governo não percebe que o saneamento contribui para resultados positivos nos aspectos social, político e econômico.
Mirella lamenta que não são todas as regiões que conseguiriam se beneficiar desse resultado.
“Alguns municípios esbarram na escassez de profissionais especializados, na burocracia processual e nas questões políticas. O próprio relatório do Sistema Nacional de Informações sobre o saneamento aponta um avanço muito pequeno em relação ao índice de atendimento de esgoto sanitário nas macrorregiões Norte, Sudeste e Sul. Já na região nordeste há inclusive uma redução desse índice”.
Ainda de acordo com a especialista, “enquanto alguns municípios evoluem. Por outro lado, o país não está conseguindo ter grandes avanços em muitos outros”.
No Brasil, o valor médio dos aluguéis em residências com saneamento é de R$ 792,13, enquanto nas moradias sem os serviços básicos é de R$ 577,82 – uma diferença de R$ 214,31, conforme dados do IBGE (2022), do Painel Saneamento Brasil.
Entre 2012 e 2023, o Poder Executivo deixou de utilizar 35,5% dos recursos alocados para o programa de Gestão de Riscos e Desastres da Defesa Civil, aponta o painel "Recursos para gestão de riscos e desastres", do Tribunal de Contas da União (TCU).
Os dados ainda mostram que cerca do total previsto no Orçamento para ações de resposta, recuperação e prevenção (R$ 33,75 bilhões), apenas R$ 21,79 bilhões foram realmente empregados pela União ou repassados aos estados e municípios.
Do total empregado, apenas R$ 6 bilhões foram efetivamente utilizados para medidas preventivas, ou seja, obras de infraestrutura executadas para evitar ou reduzir a ocorrência de futuros desastres.
Para o especialista em infraestrutura e diretor administrativo do Line Bank BR, Marlon Bento, o investimento em infraestrutura pode evitar problemas como os enfrentados no Rio Grande do Sul, devido às chuvas intensas e enchentes.
“É algo que faz a gente pensar que teve muita negligência. Eu sou gaúcho, moro no Rio Grande do Sul, estou vivendo essa tragédia desde o dia 3 de maio. Esse valor poderia ter sido utilizado para investir em melhores comportas no estado, principalmente na região de Porto Alegre, perto do Guaíba. Segundo, precisava ser investido muito em diques”, aponta.
O especialista ressalta que Porto Alegre foi um município “extremamente” afetado pois um dique, estrutura utilizada para conter a água, como de rios, foi rompido.
Segundo o painel, a maior parcela dos recursos desembolsados foi direcionada para as medidas de resposta e recuperação.
As medidas de resposta compreendem o auxílio às vítimas e a restauração de serviços essenciais, como o fornecimento de água, distribuição de cestas básicas, itens de higiene e a limpeza urbana.
Por outro lado, a recuperação envolve a reconstrução de infraestruturas danificadas, como pontes, bueiros e pequenas contenções. Dos R$ 21,79 bilhões empregados, aproximadamente R$ 15,12 bilhões (ou seja, 69,4%) foram destinados a essas atividades.
Considerando apenas os recursos investidos no programa de Gestão de Riscos e Desastres da Defesa Civil, o Poder Executivo direcionou uma quantidade maior de recursos para a recuperação dos danos causados por eventos naturais do que para a prevenção dos mesmos.
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Os repasses da parcela de maio podem ser acompanhados direto na portaria de consolidação
Os recursos complementares para o pagamento do piso de enfermagem referentes ao mês de maio já estão disponíveis para consulta. O Ministério da Saúde publicou a Portaria GM/MS nº 4.124/2024, que estabelece os valores da parcela relacionados ao repasse da assistência financeira. Essa medida está em conformidade com as diretrizes do Título IX-A da Portaria de Consolidação GM/MS nº 6, de 28 de setembro de 2017.
A cada mês, o Ministério da Saúde edita portaria para atualizar os valores, corrigir informações e identificar a forma pela qual os repasses devem ser feitos para os municípios, como explica a advogada especialista em direito do trabalho, Isaura Oliveira.
“Quando o STF decidiu sobre o piso salarial da enfermagem, ele trouxe uma coisa chamada regionalização. E o que isso significa? Significa que os hospitais de cada estado podem negociar com os sindicatos do seu estado de acordo com as suas condições financeiras e as necessidades do estado”, destaca.
Segundo o Ministério da Saúde, a portaria entrou em vigor na data da publicação (27), estabelecendo as diretrizes para a execução dos repasses financeiros referentes ao exercício de 2024. De acordo com a pasta, os valores determinados para o repasse foram definidos com base nos critérios do artigo 1120-C da referida Portaria de Consolidação.
A advogada lembra que é importante que os gestores acompanhem os dados, a atualização e a confirmação das informações de cadastro dos profissionais. As entidades públicas também precisam ficar atentas. Os dados ficam disponíveis através do InvestSUS.
A discussão sobre o piso salarial da enfermagem está em pauta no Brasil há anos. Em 4 de agosto de 2022, a lei n.° 14.434 estabeleceu um valor mínimo de salário para enfermeiras, técnicas em enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras em todo o país. Posteriormente, a Emenda Constitucional n.° 127/2022 determinou que caberia à União prestar assistência financeira complementar aos estados, municípios, Distrito Federal e entidades filantrópicas.
Tentamos entrar em contato com o Ministério da Saúde para saber se os valores já foram disponibilizados, mas até o fechamento da matéria não tivemos um retorno.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 0,2% em maio, após quatro meses consecutivos de alta. O índice é responsável por avaliar as condições atuais, as expectativas de curto prazo e as intenções de investimento dos negócios do setor. O apontamento foi feito pelo Portal do Comércio do SENAC, nesta sexta-feira (31).
De acordo com a pesquisa, o fator positivo foi o aumento da intenção de contratação de funcionários, principalmente, dentre os empresários de bens semiduráveis.
O Icec marcou 106,9 pontos em maio. O maior destaque mensal para os comerciantes foi a confiança em relação às condições atuais da economia, com redução de 2,3% em relação ao mês anterior, revelando maior cautela dos empresários em relação à economia e seus impactos no comércio. Com isso, o subindicador de condições atuais continuou sendo a principal influência da confiança do empresário, -2,1%.
Porém, os gestores estão sendo mais contidos em relação às expectativas do mercado de crédito, uma vez que não estão conseguindo ajustar os orçamentos das empresas, levando em conta que o saldo da carteira de crédito com recursos livres das pessoas jurídicas apresentou recuo de 0,7% no primeiro trimestre de 2024.
Apesar de o mercado de crédito não estar totalmente favorável, o indicador das intenções de investimento teve o maior crescimento mensal, chegando a 0,9%. O único item com queda nesse âmbito foi a Intenção de investir na empresa, que chegou a bater -0,4% após quatro meses com alta.
Segundo Newton Marques, economista, mestre e doutor em Economia pela UFPE, e membro do Corecon-DF, a preocupação dos comerciantes precisa ser levada em consideração.
"Existe maior cautela dos empresários em relação à economia. Se compararmos maio com abril, a queda foi ainda mais elevada, de 2,3%. E quando comparado maio de 2024 com maio de 2023, a queda é de 1,4%. É curioso que essa pesquisa capte esse momento em que há uma redução do desemprego, mas o pessimismo que toma conta dos empresários do comércio tem que ser levado em conta porque é a partir das vendas do comércio que as indústrias recebem as encomendas", explica.
O item de maior evolução nos investimentos foi novamente a Intenção de Contratação de Funcionários, com 1,9%, indicada pelos consumidores na ICF de maio. A maior parte dos empresários busca aumentar seu quadro de empregados, que já marca 63,7%, o maior percentual do ano, o que mostra que os resultados positivos, observados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged), devem continuar.
Em relação à percepção atual do comércio, a atividade de supermercados, farmácias e lojas de cosméticos foi a que apresentou mais confiança, com indicador de 85,7 pontos, apesar do maior recuo mensal. Já os comerciantes de roupas, calçados, tecidos e acessórios perceberam uma melhora mensal nas condições do setor.
Todos os segmentos apresentaram queda de suas expectativas para o setor. Contudo, apesar de os empresários de produtos duráveis e de bens não duráveis terem tido queda mensal nesse indicador, continuam apresentando o maior nível e em patamar 4,9% acima do observado em maio do ano passado, com 120,8 pontos percentuais.
Mais de 10 milhões de brasileiras podem ter lipedema e não sabem, segundo dados do Instituto Lipedema Brasil. No mundo, 10% das mulheres são acometidas pela doença — caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura no corpo, em especial, nas pernas. A enfermidade também provoca dor, inchaço, hematomas e sensação de peso nos membros inferiores.
A cirurgiã vascular e membra da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), Cristienne Souza, explica que a condição crônica é pouco conhecida e o diagnóstico é essencialmente clínico. Ela aponta que o lipedema não é causado por excesso de peso — e há um fator característico para o diagnóstico.
“Ele tem uma peculiaridade que é preservar pés e mãos, ou seja, geralmente esse acúmulo de gordura não acontece nos pés e nas mãos — o que pode ajudar a diferenciar de outras comorbidades como, por exemplo, obesidade e sobrepeso”, destaca a cirurgiã.
Junho é mês de conscientização do lipedema. E chama atenção para o diagnóstico precoce e incentiva hábitos saudáveis. Na avaliação da especialista, a paciente diagnosticada precocemente pode frear a evolução da doença.
“Vai impedir o desenvolvimento dessa doença para as fases mais avançadas nas quais já tem uma certa limitação da capacidade funcional desses pacientes. E elas devem, a partir do diagnóstico, fazer um acompanhamento médico com o especialista”, diz.
O lipedema não tem cura e prejudica a qualidade de vida das mulheres, por exemplo, com a perda de peso — mesmo com atividade física constante aliada à boa alimentação.
A saúde mental e psicológica das pacientes também pode ser acometida, como relata a empresária Grasiele Toledo, 36 anos, moradora de Arapongas (PR), diagnosticada em 2022. Há seis meses passou por uma cirurgia que mudou a sua qualidade de vida, mas conta as dificuldades enfrentadas.
“O Lipedema mexe muito com o psicológico da pessoa e frustra um pouco a mulher, porque a gente tenta de todas as formas melhorar e é muito difícil ver melhora. As dietas, exercícios físicos, melhoram as dores, mas a gente vê que o tamanho da perna não diminui e o aspecto casca de laranja também não sai por inteiro”, expõe Grasiele.
O tratamento é contínuo e demanda dieta focada em alimentos anti-inflamatórios. A especialista Cristienne Souza orienta a busca por acompanhamento nutricional para auxiliar na perda de peso, além de atividades físicas regulares. Drenagem linfática e uso de compressão elástica também são indicados.
Moradora da cidade do Rio de Janeiro, a enfermeira Janaína Ponciana, 38 anos, realizou uma bariátrica em 2018. Porém, com exercícios físicos regulares, a perna não acompanhou o processo de emagrecimento. Em 2022 veio o diagnóstico de lipedema.
Janaína faz o chamado tratamento conservador, sem recorrer a medicamentos ou cirurgia, e relata melhora na qualidade de vida a partir da alimentação e da atividade física. Segundo ela, o tratamento é essencial em sua melhora. “Se eu passar por alguma situação de estresse ou comer algo que me inflama eu sinto dores. Isso é fato”, relata Janaína.
“Tenho dor nas pernas e muito inchaço. Por exemplo, eu pesei de manhã, 75 quilos, vou para o plantão, volto à noite, estou com 78. As pernas doem e sinto dor de não conseguir dormir de lado, e fica quente”, conta a enfermeira.
O lipedema pode acometer mulheres em fases como a puberdade, por isso é importante se atentar aos sinais. Confira os sintomas mais comuns:
Segundo o Instituto Lipedema Brasil, o diagnóstico precoce colabora para evitar a progressão da doença ao longo dos anos — que é dividida em quatro estágios.
Estágio I – Pele com aparência normal e subcutâneo em forma de nódulos palpáveis. Drenagens e alimentação regrada podem aliviar alguns dos sintomas.
Estágio II – Apresenta pele irregular e endurecida, com acúmulo de gordura em forma de nódulos, e pode apresentar dores. E hematomas são frequentes.
Estágio III – Grande acúmulo de gordura, com deformidades da pele. Estágio em que dores e hematomas são frequentes.
Estágio IV – Pele com grandes deformidades e gordura associada à lesão do sistema linfático, causando edema nos pés. As dores são fortes na maioria dos casos e há dificuldade de deambular. Hematomas frequentes.