Um estudo da Ernest Young revela que o custo final de instalação de uma siderúrgica no Brasil, por exemplo, é ampliado em 10,6%, devido aos efeitos da tributação sobre bens e serviços. O mesmo investimento teria o custo elevado em 1,7%, na Austrália. No México, a taxa seria de 1,6%. Já no Reino Unido, de apenas 0,4%.
Essa diferença, segundo especialistas, é um fator determinante para que o Brasil aprove uma reforma tributária que torne o país mais atrativo economicamente. A ideia é que, com a aprovação da reforma tributária os investimentos produtivos no Brasil sejam desonerados, o que estimularia novos investimentos.
Segundo o advogado tributarista Marcus Cruz, a necessidade de aprovar uma reforma tributária está ligada ao fato de o Brasil precisar de mais investimentos, e a população ser beneficiada com mais emprego e renda.
“O excesso de legislação tributária é um problema. A reforma tributária promete simplificar e modernizar o sistema tributário. Promete, ainda, gerar impactos produtivos na produtividade e no crescimento econômico do País. A meta da reforma sempre foi substituir o atual modelo, que é caro e complexo, por um mecanismo mais moderno e mais eficaz”, pontua.
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Diante desse quadro, o Congresso Nacional trabalha para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 110/2019 que, entre outros pontos, visa simplificar o modelo de cobrança de impostos no Brasil. Para o senador Esperidião Amin (PP-SC), a medida é vista como uma porta para novos investimentos. Segundo ele, o texto evoluiu bem ao longo dos debates.
“Acho que podemos ter a votação dela. Está evoluindo bem. De semana passada para cá, o texto caminhou de modo positivo. Houve mais fatos a favor do que contrários. A proposta está evoluindo satisfatoriamente”, considera.
De acordo com o que ficou definido até o momento, a PEC 110/2019 fará uma unificação de tributos. Neste caso, será criado um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que será DUAL. Ele vai ser composto pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de âmbito Federal, e pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que vai abranger estados e municípios. O novo formato prevê, ainda, a criação do Imposto Seletivo (IS), em substituição ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), ambos federais.
Companhias criaram soluções inovadoras para uma melhor produção da estatal
Duas startups foram selecionadas pela aceleradora do Sistema Fiep em um edital da Petrobras, e vão receber, cada uma, R$ 60 mil em investimentos que serão utilizados para a elaboração de soluções inovadoras. O certame contemplou a Exy e a GTI IT Solutions.
Felipe Couto, gerente de Consultorias de Inovação e Produtividade do Sistema Fiep, explica que o principal objetivo da aceleradora é trazer soluções para grandes empresas, como por exemplo a Petrobras. Ele afirma que a aceleradora não faz um aporte direto nas startups, mas auxilia na captação desses recursos através de editais e contatos com fundos de investimentos.
“É um movimento que completa 10 anos de atuação nessa área de promover o surgimento de novos negócios, que devem estar vinculados a uma demanda e necessidade do setor industrial”, explica Couto.
A Exy desenvolveu um exoesqueleto industrial, que já está no mercado, que funciona como apoio para reabilitação, redução da fadiga e potencialização da força humana na indústria. O CEO da companhia, Alfredo Marczynski, diz que o equipamento, que é usado como uma roupa por trabalhadores, é capaz de reduzir os afastamentos de profissionais. Segundo ele, passar no edital da Petrobras será um grande passo para o produto desenvolvido pela empresa.
“Será uma chancela de uma empresa de renome, que vai utilizar o equipamento em suas atividades de óleo e gás, e também nos ajudará a evoluir o produto, que sempre está passando por aprimoramentos”, afirma.
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Já a GTI IT Solutions foi selecionada com um projeto que aumenta a eficiência da manutenção de equipamentos laboratoriais. A startup possui um projeto que faz o controle físico e financeiro da eficiência de equipamentos. A iniciativa será implementada em 150 laboratórios da Petrobras, que contam com mais de 4.500 equipamentos.
“Mostramos que ao aumentar em 10% a eficiência dos laboratórios vai gerar, no mínimo, um aumento de receitas ou redução de custos de mais de R$ 2 milhões por dia à Petrobras”, explica Maurício Doebeli, CEO da GTI.
Ao longo de uma década, mais de 40 startups já passaram pela Aceleradora Sistema Fiep, que é mantida pelo Senai. Para mais informações sobre o trabalho da iniciativa, ou para inscrever algum serviço, produto ou processo inovador, acesse: www.senaipr.org.br/tecnologiaeinovacao/aceleradora.
Pessoas que queiram contribuir com a elaboração de projetos que ajudem o terceiro setor podem se inscrever no Elabora SC. Por meio dessa iniciativa, a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) busca voluntários com experiência na criação de projetos para ajudar organizações da sociedade civil a conseguir recursos utilizando mecanismos de leis de incentivo fiscal.
Sandro Volpato, assessor de Responsabilidade Social da Fiesc, explica que o programa contempla várias temáticas e que o seu principal objetivo é promover um intercâmbio de ideias entre voluntários e instituições.
“O Elabora SC integra o Eu Voluntário, iniciativa da Fiesc que contém vários projetos. O seu objetivo é fazer uma conexão entre as pessoas que têm experiência na elaboração de projetos e querem, voluntariamente, ajudar às instituições do terceiro setor a elaborar propostas para serem submetidas à Lei de Incentivo”, afirma.
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Os escolhidos vão passar por uma capacitação, que deve ter início em março. Os voluntários poderão desenvolver propostas de leis nos seguintes eixos: Fundo da Infância e Adolescência (FIA), Fundo do Idoso, Lei de Incentivo ao Esporte, Lei de Incentivo à Cultura, Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) e Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas).
Para se juntar à iniciativa do Elabora SC, os interessados devem participar de uma seleção, que tem como primeiro passo o preenchimento de um formulário. Os pré-requisitos para se inscrever são: ter ao menos o ensino médio completo e possuir experiência na elaboração de projetos. Caso seja escolhido, o participante deverá participar de uma capacitação, além de assinar um termo.
Basicamente, as leis de incentivo fiscal consistem na diminuição ou eliminação de algum tributo para que alguma ação receba recursos. Através desse tipo de legislação, o governo federal, além de governos estaduais e municipais abrem mão de recursos provenientes de impostos para incentivar propostas ligadas à saúde, esporte, cultura e desenvolvimento social.
As leis de incentivo fiscal possuem particularidades em cada esfera de poder. Rodrigo Fagundes, especialista em Direito Civil, diz que o grande desafio de pessoas e organizações interessadas em conseguir recursos com esse tipo de mecanismo está relacionado às especificidades dessas legislações no governo federal e nos entes federativos.
“A grande dificuldade em utilizar os recursos disponibilizados pelas leis de incentivo fiscal consistem na elaboração de projetos, que precisam obedecer a cada legislação específica”, afirma.
No âmbito federal, estão incluídas nas leis de incentivo fiscal o Imposto de Renda (IR) e a Contribuição Social Sobre o Lucro (CSSL). Nos estados, a legislação inclui o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e, em municípios, o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto Sobre Serviços (ISS).
Doações através desses incentivos estão limitadas a empresas que declaram o imposto de renda com base em seu lucro real e a pessoas físicas que fazem a declaração completa do imposto de renda.
Enquanto a comissão mista da reforma tributária continua na missão de estabelecer um único texto que atualize o sistema de arrecadação de impostos no Brasil, os secretários estaduais de Fazenda defendem uma proposta que defina o financiamento do Fundo de Desenvolvimento Regional e do Fundo de Compensação das Exportações por meio de tributos recolhidos pela União.
Nesse sentido, as negociações mantidas com o governo federal são para que esse financiamento não seja feito com base nos royalties de petróleo, como propôs a equipe econômica liderada pelo ministro Paulo Guedes. O tema voltou a ser debatido na 20ª Reunião Extraordinária do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz).
O presidente da entidade, Rafael Fonteles, explica que, pela proposta, os estados computaram o valor de R$ 97 bilhões escalonado em dez anos para os fundos, totalizando R$ 485 bilhões no período. Segundo ele, esse é o principal ponto de discussão entre a União e os estados para a criação de tributo nos moldes de um Imposto Sobre Valor Agregado (IVA) nacional.
“É uma proposta que deve chegar a R$ 97 bilhões após dez anos, de forma escalonada. Então, se você somar, não haveria nenhum valor para 2021, nem 2022, nem 2023; a partir de 2024, escalonado, linearmente, até chegar a R$ 97 bilhões em 2032. O ano de 2032 é importante porque é quando, pela Lei Complementar 160, se prevê a extinção dos benefícios fiscais. Então, esse escalonamento coincide com o ano de 2032”, pontua Fonteles.
Um dos argumentos utilizados pelos secretários é de que o Fundo de Desenvolvimento Regional vai garantir a implementação de programas de estímulo ao desenvolvimento regional e compensar um eventual fim das atuais políticas de desenvolvimento industrial e comercial com base em incentivos fiscais do ICMS.
Os secretários da Fazenda dos estados tinham enviado ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em novembro de 2019, a proposta de reforma tributária idealizada pelos entes federativos. A matéria tem a mesma base da PEC 45/2019, com a unificação de cinco impostos – PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS, que seriam substituídos pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).
As principais diferenças, no entanto, são em relação a quem irá gerir os recursos e também ao tempo de transição para a adaptação dos estados e municípios depois que as mudanças da reforma passarem a vigorar no País.
Além dos secretários estaduais de Fazenda, o governo federal também enviou uma proposta de reforma tributária ao Congresso Nacional. As sugestões estão contidas no PL 3887/20, que atualmente está aguardando despacho do presidente da Câmara dos Deputados. A ideia central da matéria é unificar o PIS com a Cofins e criar a Contribuição Social sobre Movimentação de Bens e Serviços (CBS).
Entre os principais pontos do PL estariam o cálculo da CBS “por fora” e ainda a exclusão dos valores da própria CBS e do ICMS de sua base de cálculo. Além disso, a alíquota geral da CBS é de 12%.
Rafael Fonteles, assim como parte dos parlamentares, entende que a proposta do governo não é abrangente o suficiente ao ponto de resolver os problemas encontrados atualmente no sistema tributário brasileiro. Nesse sentido, os congressistas avaliam que a PEC 45/2019 e a PEC 110/2019, já sob análise do colegiado, são mais interessantes por terem uma maior amplitude.
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O relator da reforma tributária na comissão mista, deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), também tem defendido a conclusão de um texto que abranja uma quantidade maior de tributos, levando em conta que as alterações não podem sobrecarregar ainda mais o bolso do contribuinte.
“Não dá para tratar da tributação sobre o consumo sem enfrentar a legislação e a complexidade do ICMS, que traz profundas distorções ao nosso sistema tributário. O segundo ponto que eu queria também destacar é não aumentar a carga tributária como princípio de uma reforma tributária. Então, nesse sentido, eu quero dizer que essa também tem sido a nossa convicção”, ressaltou.Pela PEC 45, o intuito é acabar com cinco tributos: IPI, PIS e Cofins, de arrecadação federal; ICMS, dos estados; e ISS, de cobrança municipal. Em substituição, seriam criados o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e o Imposto Seletivo (IS).
Já a PEC 110/2019, pretende extinguir 10 tributos: IPI, IOF, CSLL, PIS, Pasep, Cofins e Cide Combustíveis, de arrecadação federal; o ICMS, de competência dos estados; e o ISS, de âmbito municipal, além do Salário-Educação. Em substituição, cria o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e o Imposto Seletivo (IS).
A arrecadação e a partilha, em ambos os textos, seriam únicas para União, estados, municípios e Distrito Federal. Dessa forma, a cumulatividade de cobrança seria extinta, incidindo apenas no estado de destino do produto fabricado.
As quatro edições do projeto “SESI SENAI nos Bairros” levou ações gratuitas de cidadania, saúde, educação e lazer para mais de seis mil amapaenses em 2019. No total, foram mais de 13 mil atendimentos realizados, que vão desde corte de cabelo até vacinação contra gripe e sarampo. A última edição do ano ocorreu em Santana, no último dia 26, onde foram distribuídas refeições gratuitas e feitos quatro mil atendimentos aos moradores da região.
Segundo o coordenador de mercado e gestão corporativa do SESI SENAI, Eduardo Costa, a maior procura é por atendimentos na área da saúde. O gestor lembra que o projeto atende principalmente as regiões mais carentes do estado.
“É isso que a gente quer. Por meio desses projetos, o objetivo é levar atendimento a quem está lá na ponta, em áreas periféricas, com várias mazelas ao seu redor. A ideia é que essas pessoas tenham uma facilidade no acesso a esses serviços que são básicos, mas que se tornam difíceis em virtude de estrutura do bairro e da atuação do setor público”, apontou.
“Nós estamos no colocando à disposição da sociedade. Podemos pontuar algumas ações como reparos e benfeitorias em espaços públicos por meio de uma rede colaborativa de parceiros, capacitação para fomentar a empregabilidade e levar serviços básicos para a sociedade para as áreas mais periféricas”, completou Costa.
O trabalho desempenhado por entidades do Sistema S, como SESI e SENAI, tem chamado a atenção no Congresso Nacional. Para a deputada federal Aline Gurgel (REPUBLICANOS-AP), os serviços oferecidos no estado, voltado especialmente aos mais jovens, precisa ser ampliado.
“O que mais queremos hoje é acelerar os empregos, é dar oportunidade à juventude, às mulheres. É muito importante o que fazem SESI e SENAI. Eu quero que esse trabalho tenha continuidade para que nossos netos e bisnetos também possam ser capacitados”, defende a parlamentar.
Levantamento do Instituto FSB Pesquisa, divulgado em julho deste ano, mostra que o SESI e o SENAI foram as instituições melhor avaliadas pela iniciativa privada por conta da qualificação profissional ofertada no país. Nove em cada dez empresários (91,2%) disseram ter imagem positiva ou muito positiva do SENAI. Já sobre o SESI, esse percentual foi de 79,4%.
A pesquisa realizada com quatro mil empresários revela ainda que, em uma escala de zero a dez, SESI e SENAI receberam nota 7,0 por sua contribuição profissional, com avaliação superior a de instituições das redes pública e privada. De acordo com a pesquisa, 85,2% dos empresários avaliaram o trabalho das entidades administradas pela indústria como bom ou ótimo.
O estado do Bahia terá de qualificar 389.750 trabalhadores em ocupações industriais nos níveis superior, técnico, qualificação e aperfeiçoamento entre 2019 e 2023. Os dados são do Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e divulgado nesta semana.
Segundo o levantamento, entre as áreas que mais demandarão técnicos capacitados em quatro anos estão transversais (13.818); metalmecânica (9.288) e energia e telecomunicações (7.938). São chamados de profissionais transversais aqueles que trabalham em qualquer segmento, como técnicos em eletrotécnica e técnicos de controle da produção.
De acordo com a gerente de Educação Profissional do SENAI da Bahia, Patrícia Evangelista, essas e outras vagas de trabalho estarão disponíveis, mas o mercado vai exigir uma especialização, que pode ser adquirida por meio da formação ou qualificação técnica.
“É um caminho de acesso ao mercado de trabalho. São oportunidades que o jovem tem de acessar, seja o primeiro emprego, seja se manter no mercado, ou seja buscar uma nova oportunidade a partir de programas de qualificação”, considera.
Metalmecânica
Na Bahia, o setor de metalmecânica precisará, segundo o estudo do SENAI, qualificar 20.094 novos profissionais técnicos nos próximos quatro anos. Essa área é vista como estratégica para a indústria, já que quase todas as outras do setor produtivo dependem dela. As indústrias desse segmento transformam metais nos mais diversos tipos de produtos, como máquinas e tubulações.
Para o diretor-executivo de Tecnologia da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Alfredo Delgado, a educação profissional é o grande diferencial para quem busca uma vaga de emprego dentro do setor industrial.
“A educação profissional é a solução. Quando a gente fala de vagas nas empresas que não estão sendo preenchidas, normalmente é que a pessoa não atende os skills, ou seja, não tem o perfil que está sendo procurado”, ressalta.
Como forma de mudar a realidade de milhões de brasileiros que estão desempregados e fomentar a economia no país, o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) afirma que a solução é ampliar a oferta de formação técnica e profissional. “A formação técnica é absolutamente essencial para qualquer economia, para qualificar mão de obra” destaca.
Qualificação profissional
O Mapa do Trabalho Industrial mostra que entre as ocupações que exigem cursos de qualificação e que mais vão demandar profissionais capacitados, estão padeiros, confeiteiros e afins (6.106) e mecânicos de manutenção de máquinas industriais (5.949).
Para quem tiver interesse em saber mais sobre alguma dessas áreas, basta acessar o site fieb.org.br ou comparecer a uma das unidades da instituição. Mais informações podem consultadas pelo telefone (71) 3534-8090.
O estado do Rio Grande do Sul terá de qualificar 830.181 trabalhadores em ocupações industriais nos níveis superior, técnico, qualificação e aperfeiçoamento entre 2019 e 2023. Os dados são do Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e divulgado nesta segunda-feira (30).
Por ano, mais de 90 mil alunos procuram cursos nas unidades gaúchas do SENAI. A tendência é que, nos próximos anos, esse número cresça, segundo o diretor regional da instituição no Rio Grande do Sul, Carlos Trein. Com a nova revolução industrial, a chamada Indústria 4.0, Trein defende uma nova postura dos profissionais que já estão no mercado e dos que ainda estão por vir.
“Nós temos determinados segmentos industriais que são fortemente impactados pelas mudanças estruturais que estamos vivendo. Essas mudanças exigem alteração também de perfil de quem trabalha na indústria, inclusive para atuar em novas ocupações não previstas ainda, frente aos desafios que nós temos no futuro”, ponderou.
O diretor regional do SENAI gaúcho aponta ainda que a instituição está preparada e estruturada para esse novo cenário. “Todos os nossos cursos estão sendo revisados para a inserção de novas competências. Com isso, podemos desenvolver, cada vez mais, o profissional dentro desse cenário”, ressalta Trein.
Segundo dados do Ministério da Economia, a redução de custos no Brasil a partir da migração da indústria para o conceito 4.0 será de, no mínimo, R$ 73 bilhões. “Estamos oferecendo uma série de serviços para ajudar as empresas de todos os portes a fazer essa adequação, a incorporar essas tecnologias para que continuem sendo competitivas no cenário nacional e mundial”, completa.
Demanda
Na lista das áreas com maior demanda de técnicos até 2023, a metalmecânica vai precisar de 1.193 profissionais para suprir a demanda. O setor é visto como estratégico para a indústria, já que quase todas as outras áreas do setor produtivo dependem dela. As indústrias desse segmento transformam metais nos mais diversos tipos de produtos, como máquinas e tubulações.
Para o diretor-executivo de Tecnologia da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Alfredo Delgado, a educação profissional pode ser a diferença nesse novo mercado da Indústria 4.0. “A educação profissional é a solução. Quando a gente fala de vagas nas empresas que não estão sendo preenchidas, normalmente é que a pessoa não atende os skills, ou seja, não tem o perfil que está sendo procurado”, alerta Delgado.
O deputado federal Darcísio Perondi (MDB-RS) defende mais investimentos para a educação profissional. Para ele, esse é o caminho para gerar mais empregos. “O aluno já sai no mercado de trabalho com duas opções: ou empreende ou é absorvido pelo mercado. Precisamos ter, cada vez mais, recurso para o ensino profissionalizante”, opina.
Além de metalmecânica, as áreas que mais vão demandar a capacitação de profissionais com formação técnica no Rio Grande do Sul são transversais, energia e telecomunicações, informática e eletroeletrônica. Os profissionais com qualificação transversal trabalham em qualquer segmento, como técnicos em eletrotécnica e técnicos de controle da produção.
Segundo o Mapa do Trabalho Industrial, até 2023, entre as ocupações que exigem cursos de qualificação e que mais vão demandar profissionais capacitados, estão as de preparadores e operadores de máquinas-ferramenta convencionais (14.181) e mecânicos de manutenção de máquinas industriais (12.721). Mais informações sobre vagas e cursos podem ser consultadas pelo 0800 51 8555.
O estado do Maranhão terá de qualificar 88.344 trabalhadores em ocupações industriais nos níveis superior, técnico, qualificação e aperfeiçoamento entre 2019 e 2023. Os dados são do Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e divulgado nesta segunda-feira (30).
De acordo com o estudo, as ocupações industriais que mais vão precisar de profissionais qualificados para atuar dentro e fora da indústria são mecânicos de manutenção e máquinas (2.328), trabalhadores de instalações elétricas (2.012), mecânicos de manutenção de veículos automotores (1.545) e eletricistas de manutenção eletroeletrônica (1.305)
O coordenador de Ações Estratégicas da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), José Henrique Polary, afirma que as empresas localizadas no estado vão contratar esses profissionais, desde que eles estejam preparados.
“A educação profissional é fundamental para o Maranhão. As empresas demandam muito a qualificação profissional e entendem que a mão de obra que é colocada no mercado por meio da educação formal está abaixo da demanda que o sistema produtivo precisa”, aponta.
De acordo com Polary, o SENAI promove a educação profissional no estado por meio de unidades fixas e móveis. Segundo o coordenador, as estruturas itinerantes levam a capacitação para o interior do estado, oferecendo oportunidades profissionais para a população dessas regiões.
“O SENAI tem um amplo portfólio de cursos e também atua naqueles municípios que não podem ser atendidos diretamente pelas unidades fixas, é aí que entram as unidades móveis”, completou.
Qualificação profissional
O setor da construção terá a maior demanda por profissionais formados em cursos de qualificação com carga horária inferior a 200 horas. Nos próximos quatro anos, 16.113 trabalhadores precisam estar capacitados para atuarem no estado.
A Marka Engenharia é uma empresa maranhense que atua no setor de construção civil, com obras industriais, residenciais, comerciais e de infraestrutura. O sócio-diretor da empresa, Edimilson Pires, defende que a capacitação profissional é o meio mais eficiente para que o segmento se mantenha aquecido, sobretudo porque os profissionais se mantêm atualizados.
“É muito importante que a gente tenha essa capacitação, essa formação de pessoal na área. Entendo que a formação é fundamental para garantir o futuro da construção civil”, defendeu.
O deputado federal Zé Carlos (PT-MA) salienta que, com o dinamismo da indústria, novas ocupações surgirão ao longo do tempo. Na avaliação do parlamentar, é com capacitação profissional que o setor vai acompanhar essas mudanças e continuar tendo relevância na economia do país.
“Haverá novas profissões que vão ser necessárias. E, fundamentalmente, a capacitação está inerente a isso. Nós temos que investir em capacitação. Toda empresa deve investir em capacitação”, pontua.
O Mapa do Trabalho Industrial mostra ainda que entre as ocupações que exigem cursos de qualificação e que mais vão demandar profissionais capacitados, estão as de coloristas (1.802) e técnicos em eletrônica (1.408).
Para quem tiver interesse em saber mais sobre uma dessas áreas, é só acessar o site fiema.org.br/senai ou comparecer a uma das unidades da instituição no estado. Mais informações podem consultadas pelo telefone (98) 3212-1800.
O estado da Paraíba terá de qualificar 99.118 trabalhadores em ocupações industriais nos níveis superior, técnico, qualificação e aperfeiçoamento entre 2019 e 2023. Os dados são do Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e divulgado nesta segunda-feira (30).
Só de profissionais com habilidades transversais, o estado precisará qualificar 4.415. Esses profissionais são aqueles que trabalham em qualquer segmento, como técnicos em eletrotécnica e técnicos de controle da produção. Em seguida, as principais demandas virão das áreas de energia e telecomunicações (1.792); informática (1.397); têxtil (1.290); e metalmecânica (1.266).
Segundo o gerente-executivo de Educação Profissional e Tecnologia do SENAI da Paraíba, Janildo Sales, o setor da construção civil é responsável por aproximadamente metade do trabalho industrial realizado no estado.
“A construção civil é transversal. Quando você está fazendo a construção de um condomínio, uma residência, você irá necessitar de profissionais com outras habilidades. Isso proporciona desenvolvimento amplo para todas as cidades”, aponta.
Para Sales, o SENAI está atento às dinâmicas e mudanças presentes na indústria paraibana e oferece cursos atualizados com o objetivo de abrir o leque de oportunidade para os alunos da região.
“Surgirão novas profissões. A gente tem incentivado as escolas a construírem. Estamos construindo novas ações, novos cursos. Nas nossas ações, também estamos trabalhando as metodologias ativas para que o aluno possa sair com uma condição de encarar o mercado de trabalho”, completou.
Qualificação profissional
A área têxtil será a quarta com maior demanda de formação por técnicos até 2023 no estado. Magno Rossi é diretor de uma fábrica da Coteminas na Paraíba. A empresa, com sede em Minas Gerais, conta com cerca de 1.400 funcionários e atua nas áreas de fiação e tecido de algodão. Para Rossi, a atuação do SESI e do SENAI é fundamental na formação de mão de obra qualificada para o setor.
“Nós temos agora no SENAI, em João Pessoa, uma escola têxtil, onde fazem a formação de técnicos e até em curso superior na formação têxtil. Isso nos ajuda muito. O SENAI é fundamental. Tanto o SENAI, na parte técnica, quanto o SESI, na parte de saúde e segurança, são fundamentais para o nosso desenvolvimento”, ressaltou.
Para o deputado federal Ruy Carneiro (PSDB-PB), a capacitação profissional é fundamental, inclusive, para que os profissionais paraibanos possam atender às demandas de empresas instaladas fora do estado.
“Nós temos, às vezes, empresas que vêm de fora e precisam de uma mão de obra qualificada. Esse treinamento de mão de obra faz com que nós não percamos empregos no estado”, pontua.
O Mapa do Trabalho Industrial mostra ainda que entre as ocupações que exigem cursos de qualificação e que mais vão demandar profissionais capacitados, estão as de técnicos de planejamento e controle de produção (2.114); e técnicos em eletrônica (987).
Para quem tiver interesse em saber mais sobre alguma dessas áreas, é só acessar o site fiepb.com.br/senai ou comparecer a uma das unidades do SENAI. Mais informações podem consultadas pelo telefone (83) 2101-5311.
O estado do Amazonas terá de qualificar 142.089 trabalhadores em ocupações industriais nos níveis superior, técnico, qualificação e aperfeiçoamento entre 2019 e 2023. Os dados são do Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e divulgado nesta segunda-feira (30).
Segundo o gerente da Escola SENAI Antônio Simões, em Manaus, José Nabir, os setores que mais vão demandar mão de obra qualificada no estado são os de metalmecânica e eletroeletrônica. Nabir aponta que a capacitação dos jovens locais pode ajudar na inserção no mercado de trabalho e lembra ainda dos desafios que devem ser enfrentados com as recentes demandas tecnológicas.
“Há também a necessidade de requalificarmos os profissionais que já estão inseridos no mercado de trabalho. Em função da mudança tecnológica e do contexto do emprego, eles vão precisar voltar para as escolas de formação profissional, em especial dentro do SENAI no Amazonas, para fazer essa requalificação e aperfeiçoamento profissional”, explicou o gerente.
O deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) acredita que é necessário treinar e qualificar profissionais no estado, principalmente por conta do desenvolvimento da Zona Franca de Manaus. “O complemento da educação formal acadêmica é a educação profissional, na qual as estruturas do Sistema S cumprem um papel fundamental, possibilitando que a gente tenha melhoria na qualidade da mão de obra. O desafio é enfrentar um dos maiores problemas da economia nacional, que é a produtividade. Quanto mais educação profissional tivermos, maior é a produtividade da nossa indústria, que é um elemento fundamental para que ela seja competitiva”, defendeu o parlamentar.
Qualificação profissional
O Mapa do Trabalho Industrial mostra que entre as ocupações que exigem cursos de qualificação e que mais vão demandar profissionais capacitados estão as de montadores de equipamentos eletroeletrônicos (22.307) e operadores de processos das indústrias de transformação de produtos químicos, petroquímicos e afins (1.964).
Já a demanda por capacitação de profissionais com formação técnica no Amazonas será maior nas áreas transversais; metalmecânica; equipamentos de transporte e veículos; eletroeletrônica; e energia e telecomunicações. Profissionais com qualificação transversal trabalham em qualquer segmento, como técnicos em eletrotécnica e técnicos de controle da produção.
Os jovens que tiverem interesse em uma dessas áreas podem acessar o site fieam.org.br ou comparecer a uma das unidades do SENAI no estado. Mais informações podem consultadas pelo telefone (92) 3182-9975.