Projetos de transição energética, saneamento, logística e transporte, mobilidade urbana e telecomunicações terão, a partir de agora, financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O anúncio foi feito no último dia 20. O aporte de R$ 500 milhões virá através do novo Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC).
O novo FIDC tem foco em infraestrutura. E a gestão será feita pelo Pátria Investimentos. A diretora de Mercado de Capitais e Finanças Sustentáveis da instituição, Natália Dias, explica que essa é uma tradição do banco. “Historicamente, o BNDES é um dos principais provedores de recursos para o investimento em infraestrutura no Brasil, dada a importância desse setor para o desenvolvimento econômico do país e melhoria da qualidade de vida dos brasileiros”.
A iniciativa é voltada para pequenos e médios projetos, incluindo os greenfield – aqueles que são executados a partir do zero. Em especial, projetos no modelo recours project finance non-e — ou seja, projetos nos quais não há necessidade de carta de fiança como garantia. A escolha por esses projetos de menor porte se deve à dificuldade maior de "acesso a estruturas tradicionais de financiamento e ao mercado de capitais”, de acordo com a diretora.
Um dos focos do fundo são os projetos de transição energética. Para Davi Bomtempo, gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), esse recurso veio para se somar a um portfólio maior com o objetivo de fazer a transição para uma economia de baixo carbono.
“Todo recurso disponível, direcionado a essa área, é de grande valor para o setor industrial. É ele que vai permitir que se faça uma transição para uma economia de baixo carbono. E com certeza, vai ajudar também um nicho de empresas bastante relevante que são as micro, pequenas e médias empresas”, complementa Bomtempo.
A CNI apoia o setor produtivo a contribuir para a agenda ambiental no país. E as indústrias, cada vez mais, se mostram empenhadas e responsáveis por estimular a implementação de compromissos climáticos no Brasil.
“Essa é uma agenda prioritária da CNI. E mais especificamente dentro da transição energética, há um foco em eficiência energética, expansão de renováveis — como solar, eólica e biomassa — como atrair novas tecnologias como hidrogênio verde e também captura de carbono. E ainda fortalecer a nossa Política Nacional de Biocombustíveis.”
No dia 30 de agosto, a EXposibram 2023 reuniu representantes de empresas do setor e do governo federal para debater a importância de se estabelecer políticas públicas específicas para minerais estratégicos no Brasil. O painel mencionou os entraves e apontou soluções para garantir o desenvolvimento da cadeia produtiva.
“Em dois anos, conseguimos elaborar cerca de 100 políticas para esse segmento ao redor do mundo. O Brasil, até mesmo pela sua condição de liderança, precisa avançar, reduzindo burocracias e estabelecendo compromissos compartilhados em busca de uma mineração responsável que proteja as pessoas e o meio ambiente”, disse o presidente do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês), Rohitesh Dhawan.
A etapa de licenciamento ambiental é considerada uma das mais importantes para a implantação de um projeto. Como exemplo, foi citado o Projeto Potássio Autazes, da Potássio do Brasil. “Já estamos há sete anos nesse processo. Acreditamos que podemos ampliar políticas públicas quando governos, iniciativa privada e sociedade se unem em prol de uma agenda efetiva que garanta mais agilidade, inclusive nesse momento”, defendeu
o presidente da empresa, Adriano Espeschit. Para o diretor-presidente da Lundin Mining Corporation, Ediney Drummond, as altas taxações, burocracias em licenciamentos e limitações logísticas estão entre os principais obstáculos enfrentados pelo setor no Brasil. “Cerca de 8% do nosso custo operacional é relacionado somente ao transporte do nosso produto, que é feito em mais de mil quilômetros de estradas em carretas, simplesmente porque não temos outras opções”.
Para o coordenador de Produção da Mineração Taboca, Ronaldo Carvalho, o Brasil já definiu quais são seus minerais estratégicos, mas precisa avançar na simplificação de processos. “Precisamos de menos taxação e mais facilidade nas etapas de licenciamento”, afirmou.
Um projeto mineral pode gerar inúmeros benefícios para uma região. Isto pode ser constatado no empreendimento da Sigma Lithium no Vale do Lítio, em Minas Gerais. “Temos orgulho em poder dizer que ajudamos a mudar a realidade da região do Vale do Jequitinhonha (MG), graças às nossas operações. O potencial transformador da mineração é gigantesco”, afirmou Ana Cabral, presidente do Conselho da Sigma Lithium. Experiência semelhante vive a AMG Brasil, que também realiza a extração de lítio, entre
outros minerais, em São João del-Rei (MG). “Temos total interesse em beneficiar nosso produto no Brasil, e não na China, mas para isso precisamos de políticas que nos assegurem viabilidade e segurança. Nossas atividades geram emprego, renda e benefícios para a comunidade”, assinalou o presidente da empresa, Fabiano Oliveira.
O diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), José Luís Gordon, destacou algumas das políticas disponíveis para o segmento industrial, entre eles a destinação de R$ 10 bilhões para projetos de diversos segmentos. “Além disso, vamos criar um fundo especifico para minerais estratégicos”, completou.
No primeiro semestre deste ano o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) viabilizou R$ 43 bilhões em apoio a micro, pequenas e médias empresas. O presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Décio Lima, destaca que o acesso ao crédito colabora para o crescimento dos negócios, mas que também é necessário que as condições gerais da economia sejam favoráveis.
“É evidente que os pequenos negócios precisam alavancar o seu protagonismo com acesso ao crédito na forma como o BNDES ofereceu neste primeiro semestre, que reuniu em torno de R$ 43 bilhões, dos quais parte significativa destinada aos micro e pequenos negócios. Entretanto, precisamos trabalhar a queda da taxa Selic, e criar aquilo que chamamos de fundo garantidor”, explicou.
Os fundos garantidores servem para atender às garantias exigidas pelos agentes financeiros ao conceder crédito. É o caso do FGI PEAC, que é o Programa Emergencial de Acesso a Crédito, criado durante a pandemia e reaberto até o final de 2023.
Esse programa possibilita que, mesmo em cenários econômicos adversos, os agentes financeiros parceiros do BNDES possam oferecer linhas com condições diferenciadas nas operações de crédito que contratam, beneficiando principalmente pequenos negócios. Dentre os recursos, R$ 24,1 bilhões foram destinados a operações de crédito com soluções de garantia do BNDES. O FGI PEAC teve mais de 77 mil operações.
Os empréstimos e financiamentos às micro, pequenas e médias empresas nos primeiros seis meses do ano somaram R$ 18,9 bilhões, um aumento de 53% em relação ao mesmo período do ano passado. Nesse ano foram, ao todo, 71,5 mil operações de crédito, realizadas por 46 instituições financeiras. Desse valor, a maior parte foi destinada à aquisição de máquinas e equipamentos, um total de R$ 12,7 bilhões. Os recursos também foram destinados a projetos de investimento, capital de giro, entre outros.
Esse investimento colabora com o crescimento das empresas e para a criação de novos postos de trabalho, como destaca o presidente do Sebrae, Décio Lima. “Alcançamos 1,023 milhão novos empregos no primeiro semestre, isso significa dizer que o setor que representamos, o Sebrae, micro e pequenos empreendedores reuniram uma expectativa além das possibilidades iniciais, quando começamos o ano. Os resultados da economia identificam que a maior empregabilidade ocorrida nesse período é do micro e pequeno empreendedor”, afirmou.
O Plano de Retomada da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) cita a necessidade de financiamento como uma das medidas fundamentais para o setor. Uma agenda com 60 medidas transversais foi elaborada com o objetivo de contribuir para a modernização de processos produtivos, a redução dos custos de produção e a inserção de empresas brasileiras no mercado global.
Em relação à necessidade de financiamento, o plano inclui propostas que "visam garantir o acesso ao crédito, principalmente das pequenas e médias empresas, com programas que ofereçam garantias aos empréstimos e para a modernização industrial, para a inovação e para a economia de baixo carbono, além de fortalecer a atuação do BNDES como principal agente promotor da reindustrialização do Brasil", aponta a CNI.
As propostas estão divididas em nove eixos temáticos: tributação, financiamento, comércio e integração internacional, ambiente regulatório e segurança jurídica, infraestrutura, inovação e desenvolvimento produtivo, educação, relações de trabalho e desenvolvimento regional.
BNDES investe R$ 43 bilhões em micro, pequenas e médias empresas no 1º semestre de 2023
Financiamento do BNDES para inovação e digitalização vai ficar mais barato
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) viabilizou R$ 43 bilhões em apoio a micro, pequenas e médias empresas no primeiro semestre de 2023. Os recursos foram oferecidos em empréstimos, financiamentos e operações de garantias operacionalizadas por meio da rede de instituições financeiras.
O economista Carlos Eduardo Oliveira Júnior, presidente do Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo, comenta que esses investimentos colaboram com a economia de várias maneiras. “Os investimentos do BNDES trazem benefícios também para a economia local, para a economia do país, e principalmente, é essencial para pequenas e microempresas, que têm dificuldade em obter recursos financeiros para investimentos. O BNDES fazendo esse investimento vai fazendo o movimento da economia na localidade se fortalecer cada vez mais. Por isso é importante essa retomada do BNDES para o desenvolvimento do país”, contextualizou.
Foram R$ 18,9 bilhões aprovados em empréstimos e financiamentos às micro, pequenas e médias empresas no semestre, um crescimento de 53% em relação ao mesmo período do ano passado. Desse valor, R$12,7 bilhões foram destinados à aquisição de máquinas e equipamentos, R$ 2,8 bilhões a projetos de investimento, R$ 2,2 bilhões a capital de giro, e R$ 1,2 bilhão a outras finalidades. Ao todo foram 71,5 mil operações de crédito, realizadas por 46 instituições financeiras.
O professor de Finanças e Controle Gerencial do Coppead/UFRJ, Rodrigo Leite, explica que esse investimento do BNDES ajuda a aumentar a oferta de produtos e serviços para os consumidores. “É importante porque normalmente essas empresas são as que têm mais dificuldade de acesso a crédito através da rede bancária tradicional. Então, o BNDES é um importante provedor de crédito para esse tipo de empresa. E isso aumenta o investimento nessas empresas, que pode aumentar a oferta de produtos e serviços para a população”, ressaltou.
A modalidade de apoio predominante para o público de micro, pequenas e médias empresas é a indireta automática, em que recursos do BNDES chegam às empresas por meio de agentes financeiros parceiros credenciados no banco e autorizados a operarem suas soluções financeiras.
Outros R$ 24,1 bilhões foram destinados a operações de crédito com soluções de garantia do BNDES, como o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC), em mais de 77 mil operações. Esse programa possibilita que, mesmo em cenários econômicos adversos, os agentes financeiros parceiros do BNDES possam oferecer linhas com condições diferenciadas nas operações de crédito que contratam, beneficiando principalmente pequenos negócios.
O Plano de Retomada da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) cita a necessidade de financiamento como uma das medidas fundamentais para o setor. Uma agenda com 60 medidas transversais foi elaborada com o objetivo de contribuir para a modernização de processos produtivos, a redução dos custos de produção e a inserção de empresas brasileiras no mercado global.
Em relação à necessidade de financiamento, o plano inclui propostas que "visam garantir o acesso ao crédito, principalmente das pequenas e médias empresas, com programas que ofereçam garantias aos empréstimos e para a modernização industrial, para a inovação e para a economia de baixo carbono, além de fortalecer a atuação do BNDES como principal agente promotor da reindustrialização do Brasil", aponta a CNI.
As propostas estão divididas em nove eixos temáticos: tributação, financiamento, comércio e integração internacional, ambiente regulatório e segurança jurídica, infraestrutura, inovação e desenvolvimento produtivo, educação, relações de trabalho e desenvolvimento regional.
Políticas industriais de financiamento e acesso a crédito podem viabilizar investimentos
DIA DA INDÚSTRIA: Plano de Retomada propõe quatro missões para impulsionar o setor
Pequenas Indústrias relatam dificuldade de acesso ao crédito, no final de 2022
Reunião realizada nesta sexta-feira, 14 de julho, entre o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, o MIDR, a Agência Nacional de Águas e Saneamento, a ANA, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, marcou a retomada dos trabalhos de Estruturação do Projeto de Concessão da Operação e da Manutenção dos eixos Norte e Leste do Programa de Integração do Rio São Francisco, o PISF.
O encontro foi comandado por Giuseppe Vieira, secretário Nacional de Segurança Hídrica, e pelo diretor de Estruturação de Projetos da Secretaria Nacional de Fundos de Investimentos Financeiros, Marcos Torreão.
O objetivo do debate é melhorar a modelagem de gestão tanto dos recursos quanto dos empreendimentos que fazem parte do PISF. Estão em análise a melhor maneira e as diretrizes para que a Parceria Público-Privada avance.
Entre os indicadores, estão os locais estratégicos a serem visitados por consultores jurídicos, engenheiros, representantes do MIDR e do BNDES.
O diretor Marcos Torreão explica a importância da discussão.
"Essa reunião marca o reinício do projeto de modelagem da concessão do PISF, executada em (tirar o primeiro PARCERIA) uma grande parceria do Governo Federal com o BNDES, que será o responsável pela modelagem junto a outros consultores. A partir de uma PPP administrativa pretende levar água para centenas de municípios".
Cabe ao BNDES a condução da estruturação de concessão para gestão do PISF, incluindo a contratação de serviços técnicos especializados necessários à modelagem do empreendimento. Já o Programa de Parcerias de Investimentos da Casa Civil da Presidência da República coordena o projeto de concessão.
Para saber mais ações do Governo Federal em Integração e Desenvolvimento Regional, acesse mdr.gov.br.
Em entrevista ao Brasil 61, o presidente-executivo da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), Thiago Falda, elogiou a aprovação da medida provisória que reduz os juros cobrados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos financiamentos para inovação e digitalização. Ele acredita que o avanço tecnológico traz riscos financeiros que devem ser compartilhados entre as empresas e a administração pública.
"Sem dúvida, é uma medida importante. Sem um compartilhamento de risco de investimento com o Estado, dificilmente você tem inovação, principalmente quando você tem essas tecnologias disruptivas com um alto valor de desenvolvimento", afirma. Segundo o Índice Global de Inovação publicado em 2020, apenas um em cada quatro projetos de inovação obtém sucesso.
O texto estipula que até 1,5% dos recursos que o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) repassa ao BNDES – o equivalente a R$ 5 bilhões – estejam à disposição para financiar projetos de inovação e digitalização com juros mais baixos.
Falda destaca que, além de baratear o crédito, é preciso saber otimizar os recursos que estarão disponíveis para investimento pelo setor produtivo. "Um outro ponto que eu consideraria é justamente avaliar para quais setores as políticas de financiamento devem ser direcionadas. É importante definir quais são as vocações e as questões estratégicas do país. Falando na bioeconomia, de maneira geral, a gente pode entender que o Brasil tem a maior biodiversidade do mundo, biomassa abundante e barata, uma experiência altamente positiva com bioenergia, biotecnologia", indica.
A medida provisória 1147/2022 estabelece que as operações de crédito do BNDES para inovação e digitalização passem a ser remuneradas com base na Taxa Referencial (TR) e não mais na Taxa de Longo Prazo (TLP). Na prática, isso significa que os juros cobrados nesses financiamentos devem cair cerca de 65%. A medida resultou na lei 14592/2023, sancionada pela Presidência da República no último dia 30 de maio.
O senador Eduardo Gomes (PL-TO) foi um dos defensores da medida no Congresso Nacional. Ele afirma que a diminuição dos juros vai potencializar investimentos em inovação, sem os quais o crescimento do país ficaria comprometido. "Quando você otimiza a utilização de crédito ou de qualquer outro tipo de fundo disponível para o investimento em tecnologia e inovação é positivo e suprapartidário. Votei a favor por consciência de que é uma medida bastante importante."
A definição dos critérios de elegibilidade para o financiamento mais acessível será responsabilidade do Conselho Monetário Nacional (CNM).
Especialista diz que inovação depende de acesso ao crédito pelo setor produtivo
Financiamento do BNDES para inovação e digitalização vai ficar mais barato
Baratear o crédito para as empresas que desejam investir em inovação é importante para estimular o desenvolvimento de novas tecnologias. A avaliação é da economista Carla Beni, professora da Fundação Getulio Vargas (FGV). A especialista acredita, portanto, que o Congresso Nacional acertou ao diminuir os juros que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cobra nos financiamentos para projetos de inovação e digitalização.
Aprovada recentemente, a medida provisória (MP) 1147/2022 estipula que as operações de crédito do BNDES voltadas a essas duas áreas passem a ser remuneradas pela Taxa Referencial (TR) e não mais pela Taxa de Longo Prazo (TLP), o que significa uma queda nos juros anuais de 5,93% para 2,09%.
De acordo com o Índice Global de Inovação publicado em 2020, apenas 25% dos projetos de inovação obtêm sucesso, o que aponta para o grande risco envolvido no desenvolvimento de novas tecnologias. Carla Beni avalia que diminuir o risco financeiro para se investir em inovação estimula o setor produtivo.
"Os projetos para inovação são projetos de longo prazo com risco muito elevado. Destinar um valor com um juro menor do que a TLP, que é o normal cobrado pelo BNDES, é um estímulo interessante para a questão da inovação, que é tão necessária para o país", pondera.
A MP estabelece que até 1,5% dos recursos que o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) repassa ao BNDES – o equivalente a R$ 5 bilhões – estejam à disposição para financiar inovação e digitalização com juros mais baixos, corrigidos pela TR.
Na prática, isso não significa que haverá maior oferta de crédito. Mas, sim, que o montante disponível terá juros menores, medida correta em meio ao cenário de taxa Selic elevada, segundo a economista.
Ao Brasil 61, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática, afirmou que o Brasil precisa facilitar a vida dos empreendedores que desejam inovar e aproveitar a mão de obra qualificada que acaba migrando para outros países.
"O Brasil precisa incentivar boas ideias. Nós temos jovens talentosos, temos cabeças que saem das universidades brasileiras e que acabam no exterior, porque lá elas são mais valorizadas do que aqui em nosso país. Importante a inovação na questão da tecnologia, geração de patentes. Não é uma questão de bandeira ideológica, de esquerda ou de direita. É uma questão de um país que precisa valorizar os talentos que tem", pontua.
O texto garante a redução dos juros até 2026, mas deixa para o Conselho Monetário Nacional (CNM) a definição dos critérios de elegibilidade.
Financiamento do BNDES para inovação e digitalização vai ficar mais barato
O financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para inovação e digitalização vai ficar mais barato. É o que está previsto na lei 14592/2023, sancionada pela Presidência da República – resultante da MP 1147/2022 –, que diminui os juros cobrados das empresas nessas operações.
Segundo a lei, as operações de crédito do BNDES voltadas à inovação e digitalização passam a ser remuneradas pela TR (Taxa Referencial) e não mais pela TLP (Taxa de Longo Prazo). Ou seja, os juros passam a ter como base a TR que, em maio, fechou em 2,09% ao ano, e não mais a TLP, cujo patamar era de 5,93% a.a + IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), no mesmo mês.
A economista Carla Beni, professora da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que a lei será positiva para quem deseja adquirir um financiamento para investir em inovação e digitalização.
"Os países todos fazem grandes investimentos na área de inovação e o Brasil não pode ficar atrás nessa questão. Então, sim, é muito relevante que o governo dê estímulos e incentivos para que o Brasil avance no processo de digitalização, no processo de inovação, na melhoria do seu parque industrial", avalia.
De acordo com a Constituição Federal, uma parte dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) deve ser transferida ao BNDES para fomentar o desenvolvimento econômico do país. A MP aprovada no Congresso Nacional estipula que até 1,5% de tudo o que o FAT repassa ao banco deverá estar sob condições mais vantajosas de financiamento, quando o crédito for destinado à inovação ou digitalização.
Estima-se que, hoje, 1,5% do que o FAT repassa ao BNDES represente R$ 5 bilhões anuais. Esse montante, então, ficará acessível a juros mais baixos. Segundo a lei, a medida vale até 2026.
O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) foi um dos defensores do barateamento dos juros cobrados em operações de crédito voltadas para inovação e digitalização. Segundo o parlamentar, a taxa Selic está elevada, o que acaba encarecendo os financiamentos baseados na TLP.
"A TLP fica muito alta com a Selic. Então, essa mudança foi necessária porque tem bilhões lá para investir, mas a taxa de juros é muito alta. Com a mudança que fizemos na medida provisória, está mais acessível em termos de financiamento."
Izalci afirma que o país precisa incentivar o investimento em inovação e digitalização para não ficar ainda mais para trás em relação às potências econômicas. "Quando você tem a digitalização, a informatização, você tem mais facilidade de controle. A área de saúde no DF, por exemplo, no Brasil, de um modo geral, é toda analógica. Você não tem controle sequer de estoque de medicamento. Então você não tem uma série de controles que, com a digitalização, você pode fazer. E o Brasil precisa investir nisso."
Caberá ao Conselho Monetário Nacional (CNM) definir quais os critérios serão considerados para eleger os projetos que vão contar com taxas mais baratas. O CNM também poderá alterar o percentual de 1,5% submetido à redução de juros.
Minas Gerais deu início às obras de construção da unidade prisional masculina na cidade de Ubá, na Zona da Mata. As obras são vinculadas ao governo de Minas Gerais e do Departamento de Estradas de Rodagem e da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança (Sejusp). A unidade prisional conta com 6 mil metros quadrados e 388 vagas em quatro blocos de vivência, celas coletivas e individuais, tendo banheiros e beliches, área de encontros íntimos e salas de aulas e de informática.
A diretora de obra de edificação e infraestrutura do DER-MG, Debora Dias do Carmo, explica a importância dessa obra que está em execução e que o objetivo é melhorar a segurança da população.
“É extremamente importante a obra para região uma vez que a melhorar a estrutura toda da cidade dando mais segurança para o município e região além da criação de empregos locais. Já foram investindo cerca de 22 milhões de reais para a obra, a obra conta com 90% de execução além disso será viabilizado um acesso para garantir maior segurança e mobilidade ao entorno. Essa segunda etapa prevê um investimento inicial de 2,3 milhões e previsão de conclusão do empreendimento como um todo no primeiro semestre de 2024," pontua.
As obras começaram em junho de 2015 e passaram por várias paralisações, até serem retomadas no mês de maio do ano de 2019. Nesta primeira etapa, concluída no ano de 2022, foi de 90% das obras concluídas com investimento de 22,3 milhões.
De acordo com o Governo Federal, por meio da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), serão investidos 2,3 milhões de reais em recursos para o Estado de Minas Gerais. A previsão para a conclusão da obra é para o primeiro semestre de 2024.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta quinta-feira (25) uma série de medidas voltadas para a indústria. O banco vai disponibilizar cerca de R$ 20 bilhões para o financiamento em inovação pelo setor, além de R$ 2 bilhões para que empresas exportadoras da indústria de transformação possam investir em máquinas e equipamentos ou em capital de giro.
A entidade também prevê diminuir em até 60% o spread cobrado de micros, pequenas e médias empresas (MPMEs) no âmbito do programa BNDES Exim Pré-Embarque. O pacote foi apresentado pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, durante evento que comemorou o Dia da Indústria.
Na avaliação da CNI, entidade que representa o setor industrial brasileiro, "as linhas de crédito chegam em um momento importante para o país, que precisa urgentemente desenhar sua política industrial". Para Robson Braga de Andrade, investimento, exportação e inovação são eixos essenciais para o desenho de uma nova política industrial, cujas bases foram lançadas no Plano de Retomada da Indústria, entregue ao governo.
Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade elogiou a iniciativa. “A indústria brasileira precisa de recursos para, cada vez mais, apostar em digitalização, tecnologia e inovação. O custo elevado é apontado como principal barreira interna à adoção de novas tecnologias. Por isso, atualmente, mais da metade das empresas industriais não usa qualquer ou usa poucas tecnologias digitais. Só com a digitalização vamos superar a baixa produtividade e competitividade da estrutura produtiva para elevar o crescimento do Brasil, com mais empregos e mais renda”, disse.
Segundo o economista Cesar Bergo, o pacote de apoio à indústria anunciado nesta quinta-feira (25) não é algo isolado, mas reflete uma mudança de posicionamento do BNDES. "Desde o primeiro momento em que houve essa mudança de equipe do BNDES, ficou claro o desejo de fazer maiores investimentos, sobretudo na parte da indústria. Me parece que há uma vontade do governo de incrementar os investimentos diretos e apresentar uma diversificação, priorizando aqueles setores que o próprio governo coloca como prioritários, inclusive visando a retomada da industrialização do país".
Durante o evento, Mercadante sugeriu que a indústria brasileira precisa de incentivos semelhantes ao que o agronegócio recebe com o Plano Safra. “Precisamos, sim, de um plano safra para a indústria. Não me venham falar que subsídio é jabuticaba. Jabuticaba é ter a maior taxa de juros com uma das menores inflações do planeta, que é o que temos hoje. Subsídio não é jabuticaba quando é transparente, bem aplicado e direcionado para setores estratégicos.”
DIA DA INDÚSTRIA: Plano de Retomada propõe quatro missões para impulsionar o setor