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Esta edição reunirá empresas de todos os portes e representantes do ecossistema de inovação goiano para debater desafios e oportunidades da transição ecológica e digital, apontada como vetor de competitividade da indústria brasileira

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A cidade de Anápolis (GO) será palco, no dia 18 de setembro, da Jornada Nacional de Inovação da Indústria, movimento coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg). O encontro, que acontece na Faculdade de Tecnologia Senai Roberto Mange, vai reunir empresários, especialistas e representantes do ecossistema de inovação para discutir os rumos da indústria diante dos desafios da transição ecológica e digital.

“A jornada é muito mais que um evento, é uma oportunidade de fazer network, trocar experiências, conhecer soluções de ponta e construir parcerias estratégicas. As empresas presentes vão compartilhar caminhos para crescer com sustentabilidade, competitividade e tecnologia, e os participantes terão acesso a conhecimento aplicado e oportunidades reais de inovação”, afirma a especialista de Inovação da CNI, Marilene Castro.

Jornada Nacional de Inovação da Indústria: etapa de Anápolis (GO)

A edição de Anápolis é realizada em parceria com o Senai, Sebrae Startups e o Pacto Goiás Pela Inovação, reunindo empresas, instituições, empreendedores e lideranças que estão impulsionando o futuro da indústria. O encontro promove visibilidade, networking estratégico e novas oportunidades de negócios.

Na abertura, a CEO do Grupo Sabin, Lídia Abdalla, apresentará a experiência da jornada de inovação dentro da empresa. A programação contará ainda com dois painéis: o primeiro sobre transição ecológica, com a participação das empresas Predict AI, BioUS e Nanoterra; e o segundo sobre transformação digital, com representantes da Dectra, Industry Care, Teuto e Everest Digital.

Os inscritos poderão participar também de workshops práticos, que acontecerão no período da tarde, simultaneamente, com limite de 30 participantes por turma, e cada inscrito deverá optar por apenas um deles. A primeira opção é sobre acesso ao fomento à inovação, que abordará o panorama do fomento no Brasil, oportunidades disponíveis, etapas para acessar recursos e uma dinâmica prática de formulação de pleitos. Já a segunda é sobre gestão da inovação, com foco em jornada de inovação, processos, uso estratégico de inteligência de dados e propriedade intelectual, além de formas de integrar a inovação à estratégia empresarial.

As inscrições são gratuitas e as vagas limitadas. Os interessados podem escolher entre participar da programação completa (manhã e tarde), apenas do turno da manhã (palestras e painéis) ou de um dos workshops da tarde. Inscreva-se aqui.

A Jornada Nacional de Inovação está percorrendo o Brasil em busca das melhores práticas em soluções tecnológicas e sustentáveis, que serão apresentadas no Congresso Nacional de Inovação, em março de 2026, em São Paulo.

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12/09/2025 04:15h

A medida faz parte da estratégia de resgate vacinal e busca ampliar a proteção contra o HPV, vírus responsável pelo câncer de colo do útero e outras doenças

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O Ministério da Saúde anunciou a extensão até dezembro de vacinação de jovens de 15 a 19 anos contra o HPV (Papilomavírus Humano). Segundo a pasta, essa é primeira vez que essa faixa etária passa a receber a vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A meta do ministério é alcançar cerca de 7 milhões de jovens que perderam a imunização na idade recomendada (9 a 14 anos). 

A ginecologista Denise Yanasse explica que o HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. “O HPV é transmitido por meio de relações sexuais e é o principal causador do câncer de colo do útero em mulheres. Ele também está associado a outros tipos de câncer em homens e mulheres, além de provocar verrugas genitais.”

HPV: Público-alvo da vacina (Fonte: Ministério da Saúde) 

  • Meninas e meninos de 9 a 14 anos;
  • Jovens de 15 a 19 anos não vacinados (ação até dezembro/2025);
  • Pessoas de 15 a 45 anos imunocompetentes que sofreram violência sexual ou apresentam condições específicas de saúde.

HPV: esquema vacinal

  • Adolescentes imunocompetentes (9 a 14 anos): dose única, substituindo o esquema anterior de duas doses.
  • Pessoas com sistema imunológico comprometido — como pacientes com HIV/AIDS, em tratamento oncológico ou que passaram por transplante — devem receber três doses para garantir maior proteção.
  • A mesma recomendação se aplica a usuários de PrEP (método de prevenção ao HIV) entre 15 e 45 anos e a vítimas de violência sexual com 15 anos ou mais.

Embora a maioria das infecções seja eliminada pelo organismo em até dois anos, em alguns casos o vírus persiste e pode causar doenças graves. Além do câncer de colo do útero, quase totalmente associado ao HPV, o vírus também está ligado a casos de câncer anal, de pênis, de boca e de orofaringe, além de provocar verrugas genitais.

VEJA MAIS: 

 

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12/09/2025 04:00h

Parecer do senador Eduardo Braga (MDB-AM) regulamenta a criação do Comitê Gestor e unifica regras para o novo imposto; texto pode chegar ao plenário e à Câmara ainda em setembro

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O Senado avançou mais uma etapa na regulamentação da reforma tributária com a apresentação do relatório do Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2024, que trata da criação do Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). O parecer, elaborado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM) e lido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), define as competências do órgão responsável por coordenar a arrecadação e a distribuição do tributo que substituirá ICMS e ISS.

Segundo Braga, a proposta busca simplificar e unificar regras para o IBS e para a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).
“Sua missão é definir diretrizes e coordenar a atuação entre entes em relação ao IBS e garantir a distribuição justa da arrecadação. Muitas regras inicialmente pensadas apenas para o IBS foram estendidas para a CBS, promovendo uma legislação unificada e simplificada”, afirmou o relator.

Principais pontos do relatório

  • Comitê Gestor do IBS (CGIBS): terá independência técnica e administrativa, reunindo representantes de estados e municípios. O órgão será responsável por arrecadar, compensar e distribuir o novo imposto.
  • Conselho Superior: novas regras de permanência no cargo; condenações criminais ou por improbidade acarretam perda imediata do mandato.
  • Representação municipal: solução para impasse entre associações de municípios. Em 2025, a Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos ficará com 13 vagas e a Confederação Nacional de Municípios com 14.
  • Split payment: sistema de repasse automático que pretende reduzir a sonegação, integrando informações sobre IBS e CBS. Valores de operações canceladas poderão ser devolvidos em até três dias úteis.
  • Cashback: devolução parcial de IBS e CBS para famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único, com prioridade para serviços essenciais como energia e água.
  • Domicílio Tributário Eletrônico: será obrigatório para todas as empresas, como canal oficial de comunicação tributária.
  • Tributação de bebidas: introdução escalonada do Imposto Seletivo sobre bebidas açucaradas entre 2029 e 2033.
  • Zona Franca de Manaus e Áreas de Livre Comércio: mantêm tratamento especial, com fiscalização a cargo da Suframa.

Próximos passos

O presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA), destacou a importância do projeto e explicou o trâmite da proposta:

“É o projeto de lei complementar da reforma tributária que foi analisado pela comissão de Constituição e Justiça, o relatório do senador Eduardo Braga que versa sobre a fusão do ICMS e do ISS, que é o IBS. Ele volta na próxima quarta-feira para continuar a discussão. Encerrada a discussão, haverá a votação do texto na CCJ e o encaminhamento em regime de urgência para o plenário do Senado deliberar sobre essa matéria que é importante e que complementa a reforma tributária.”

Alencar acrescentou que, caso aprovado pelo Senado, o texto poderá ser apreciado pela Câmara dos Deputados ainda em setembro, antes de seguir para sanção presidencial.

O relator, Eduardo Braga, afirmou estar confiante na aprovação e ressaltou que já acatou 96 das 368 emendas apresentadas ao projeto.

“Estamos em busca de um texto que possa representar o melhor de nós para o Brasil, para os contribuintes, para a economia, para a geração de emprego, para a geração de renda, para a simplificação, para a transparência e para o combate à sonegação”, disse o relator.

A votação na CCJ está prevista para o dia 17 de setembro.
 

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11/09/2025 04:50h

Iniciativa traz grandes atrações da música católica para a cidade; coordenadora da produção artística do evento destaca importância do patrocínio do Banco da Amazônia.

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Reunindo cultura, fé, adoração e música, o Círio Musical 2025 – tradicional evento católico de Belém (PA) – deve atrair um público estimado em 100 mil pessoas, segundo a organização. A programação contará com 14 apresentações, entre os dias 12 e 25 de outubro, na Concha Acústica da Praça Santuário.

Patrocinado pelo Banco da Amazônia, o evento leva ao público shows de grandes artistas da música católica, tanto para os moradores da capital quanto para os turistas que participam da Festividade de Nossa Senhora de Nazaré, um dos maiores encontros religiosos do mundo.

A abertura ficará por conta do grupo Anjos de Resgate, e a programação inclui ainda a participação internacional de Junior Chu, cantor, compositor e missionário católico sul-coreano (confira a programação completa abaixo).

Para a coordenadora de produção artística do Círio Musical 2025, Helena Guerra Shalon, o evento tem papel fundamental na difusão da música católica e no fortalecimento do Círio.

“O Círio Musical é um grande evento da música – considerado o maior do Norte, em quantidade de dias. Tem a presença dos nomes mais fortes da música católica, muitos dos quais as paróquias já não conseguem trazer devido aos altos custos, de passagem, hospedagem, tudo mais. O Círio Musical traz essa marca de grandes atrações. E o público tem participação importantíssima, porque há uma devolutiva muito forte do público em cada apresentação”, ressalta.

Segundo Helena, a realização só é possível graças ao apoio de patrocinadores, como do Banco da Amazônia. “A igreja não tem esse recurso próprio. Então, vai atrás dos patrocínios. E o Banco da Amazônia vem ajudando já há alguns anos, participando. Para nós, é uma grande honra ter uma grande instituição favorecendo que tantos e tantas tenham essa experiência de fé, de amor, de paz”, avalia. 

Papel ambiental e social do evento

O Círio Musical também reforça o compromisso do Banco da Amazônia com a sustentabilidade. Durante as apresentações, será feita a coleta seletiva de garrafas PET, copos e latas de alumínio, em parceria com cooperativas de catadores e voluntários.

Além disso, o evento promove campanhas solidárias e ações beneficentes voltadas ao atendimento de famílias em situação de vulnerabilidade social.

Círio de Nazaré

A Festividade de Nossa Senhora de Nazaré – Círio de Nazaré tem 232 anos de história e reúne cerca de 2 milhões de peregrinos, apenas no dia principal da Romaria.

O Círio é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Círio Musical 2025: programação

  • Dia 12/10/2025 (Domingo) – Anjos de Resgate;
  • Dia 13/10/2025 (Segunda-feira) – Eliana Ribeiro;
  • Dia 14/10/2025 (Terça-feira) – Semente do Verbo Vida e Cruz;
  • Dia 15/10/2025 (Quarta-feira) - Dunga;
  • Dia 16/10/2025 (Quinta-feira) – Thiago Brado;
  • Dia 17/10/2025 (Sexta-feira) – Junior Chu;
  • Dia 18/10/2025 (Sábado) – Missionário Shalom;
  • Dia 19/10/2025 (Domingo) – Flávio Vitor;
  • Dia 20/10/2025 (Segunda-feira) – Ministério Seráfico;
  • Dia 21/10/2025 (Terça-feira) - Rosa de Saron;
  • Dia 22/10/2025 (Quarta-feira) – Adoração a Vida;
  • Dia 23/10/2025 (Quinta-feira) – Tony Alysson;
  • Dia 24/10/2025 (Sexta-feira) - Adriana Arydes;
  • Dia 25/10/2025 (Sábado) - Pe. Cavalcante.
     
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10/09/2025 04:35h

Dados precisam ser registrados até 15 de setembro em sistema do MEC para que redes possam receber complementação da União no ciclo 2025/2026

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As redes municipais de ensino aguardam a habilitação para receber a complementação VAAR (Valor Aluno Ano Resultado) do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb). No entanto, cerca de 1,2 mil delas ainda não haviam enviado, até 8 de setembro de 2025, os dados obrigatórios, segundo levantamento do Ministério da Educação (MEC).

O prazo final para inserção das informações no Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec) é 15 de setembro, quando se encerra a participação no ciclo 2025/2026.

Esse envio é fundamental para comprovar o cumprimento das condicionalidades I, IV e V (ver abaixo), previstas na lei que regulamenta o fundo (Lei nº 14.113/2020).

  • (I) Provimento técnico de gestores escolares;
  • (IV) ICMS-Educação;
  • (V) Adoção de referências curriculares alinhadas à BNCC .

As condicionalidades I e V são de responsabilidade conjunta dos entes federativos, enquanto a IV cabe exclusivamente aos estados.

Para apoiar os gestores, o MEC disponibilizou um guia prático, um tutorial em vídeo e realizou um webinário, em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), para orientar no uso do módulo Fundeb no Simec.

A complementação VAAR funciona como um mecanismo de incentivo a boas práticas de gestão e à redução de desigualdades raciais e socioeconômicas nas redes de ensino, com base em critérios avaliados pela CIF.

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07/09/2025 04:05h

A tarifa zero será concedida àquelas que consumirem até 80 quilowatts-hora (kWh) por mês; texto ainda deve ser votado nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal

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As famílias de baixa renda brasileiras poderão ter a isenção da conta de luz. É o que prevê a Medida Provisória (MP) 1.300/2025, que teve o texto aprovado recentemente na comissão mista da medida no Senado. A tarifa zero será concedida às unidades familiares que consumirem até 80 quilowatts-hora (kWh) por mês. O texto ainda deve ser votado nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

O relator, deputado Fernando Coelho Filho (União-PE), afirmou na comissão que a MP vai atender milhões de brasileiros pelo país. 

No relatório, o parlamentar argumentou que a medida proposta não gera impacto fiscal adicional. Segundo ele, a medida não deve acarretar repercussão direta ou indireta na receita ou na despesa da União. 

“A Medida Provisória nº 1.300, de 21 de maio de 2025, ora convertida em Projeto de Lei de Conversão, traz importantes alterações no marco legal do setor elétrico brasileiro, modernizando normas, estabelecendo novos mecanismos de regulação e promovendo maior equilíbrio entre sustentabilidade econômico-financeira das concessionárias e modicidade tarifária para os consumidores”, afirmou em um trecho do relatório.

Hoje, a Tarifa Social concede descontos parciais entre 10% e 65% para consumo mensal de até 220 kWh. Inclusive, as famílias do Cadastro Único com renda entre meio e um salário mínimo serão isentas da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) no consumo de até 120 kWh mensais.

Conforme a Empresa de Pesquisa Energética, a mais recente edição da Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica aponta que o consumo nacional de eletricidade foi de 45.177 gigawatts-hora (GWh) em julho de deste ano. O valor representou uma alta de 0,6% em comparação a julho de 2024

No período, apenas a classe residencial registrou alta no consumo – com taxa interanual de 5,9% em julho de 2025. Já as classes industrial (-1,0%), comercial (-1,5%) e outros (-3,6%) apresentaram retração no consumo de energia elétrica no país.

Outros dispositivos da MP

A MP prevê, ainda, tarifas distintas por horário de consumo, fornecimento de energia pré-paga e diferentes tipos de tarifa considerando critérios de localização e de complexidade. Há também critérios para descontos especiais e isenção para comunidades rurais, indígenas e quilombolas.

Outra previsão da matéria é de que as responsabilidades do contratado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para atividades relacionadas aos processos de formação de preços da energia, seja pessoa natural ou jurídica, sem eliminar a eventual responsabilidade subsidiária da própria câmara.

Abertura do mercado de energia

O relator destacou que optou por restringir seu relatório apenas à tarifa social e deixar os temas relativos à abertura do mercado de energia para debate na Medida Provisória 1.304/2025 – que aborda a redução dos impactos tarifários. Segundo o deputado, a escolha foi resultado de acordo com as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado.

Confira os temas sobre energia que estarão na MP 1.304:

  • Ampliação do acesso ao mercado livre de energia para consumidores de baixa tensão;
  • Fim de descontos tarifários para novos contratos a partir de 2026;
  • Rateio de encargos.

Na comissão de análise da MP 1.304, o relator é o senador Eduardo Braga (MDB-AM).

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07/09/2025 04:00h

Custos em dólar e crise levam empresas a cortar rotas no Brasil; especialista explica por que isso acontece, quem é mais afetado e quais são os direitos do consumidor

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A malha aérea brasileira encolheu. Segundo o Relatório de Oferta e Demanda da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em julho de 2025 apenas 137 aeroportos tiveram operações comerciais, contra 155 no mesmo mês de 2024 e 162 em 2023. O recuo ultrapassa 15% em dois anos, mesmo em um cenário de recorde no transporte de passageiros — foram 11,6 milhões apenas em julho, o maior volume já registrado.

A redução não é apenas fruto de ajustes sazonais. O advogado Rodrigo Alvim, especialista em direito do passageiro aéreo, explica que companhias enfrentam dificuldades estruturais.

“Reduzir a malha aérea significa que empresas deixam de atender trechos que não são rentáveis. Muitas vezes, as aeronaves voam vazias. Além disso, as companhias brasileiras têm 60% de seus custos atrelados ao dólar, desde o combustível até contratos de leasing. Elas ganham em real, mas gastam em dólar, e o aumento do IOF agrava ainda mais esse desequilíbrio”, detalha.

Rotas e bases que saíram do mapa

Nos últimos dois anos, a redução da malha aérea atingiu especialmente a Azul, que em 2025 encerrou operações em 14 cidades, a maioria no interior do país e onde era a única operadora. As suspensões, iniciadas entre janeiro e março, representaram o abandono de mais de 50 rotas, numa estratégia de concentrar voos em hubs mais rentáveis e reduzir custos diante da recuperação judicial.

Outras companhias também promoveram cortes, ainda que pontuais. A LATAM, por exemplo, suspendeu rotas como Rio de Janeiro (Galeão) – Natal e São Luís –Teresina a partir de março de 2025, justificando “necessidades comerciais”. Além disso, ajustes sazonais têm modificado a malha em diversas regiões, diminuindo a conectividade em trechos considerados de menor rentabilidade.

Quem mais sofre

Segundo Alvim, os maiores prejudicados são moradores de cidades menores, sobretudo do Norte e do Nordeste.

“O interior é o mais vulnerável. Quando a rota some, a população perde acesso direto ao transporte aéreo e passa a depender de barco, ônibus ou deslocamentos longos até outros aeroportos. São as populações mais pobres que acabam isoladas”, afirma.

Campos dos Goytacazes no Rio de Janeiro e Ponta Grossa Paraná, são exemplos de cidades que perderam os voos comerciais em 2025, ambas operadas pela Azul.

Impacto social e econômico

O isolamento aéreo tem reflexos que vão além da mobilidade. Em cidades que perdem conexão, o turismo e os negócios locais sofrem queda imediata, já que investidores, representantes comerciais e turistas enfrentam mais barreiras para chegar. O encarecimento das passagens nos trechos remanescentes também limita o acesso da classe média e popular ao transporte aéreo, considerado essencial em um país continental como o Brasil.

Especialistas do setor lembram que a aviação regional é fundamental para a integração nacional. Quando as rotas desaparecem, serviços de saúde, educação e até segurança pública são afetados, já que deslocamentos de emergência dependem, muitas vezes, da aviação. “É um problema que não se limita ao consumidor individual, mas atinge toda a dinâmica social das regiões afetadas”, avalia Alvim.

Direitos do passageiro

Apesar da lógica de mercado que rege o setor, há limites. “O que a companhia não pode fazer é vender uma passagem e, depois do cancelamento da rota, deixar o passageiro sem suporte. Nesse caso, ela deve oferecer reacomodação em outro voo, em outra empresa ou até em outro meio de transporte, como ônibus, além da opção de reembolso integral”, explica Alvim.

O que fazer se o voo for cancelado

O especialista orienta um passo a passo:

  1. Contato imediato com a companhia, de preferência por telefone, guardando protocolos ou até gravando a ligação;
  2. Caso não haja solução, registrar reclamação no Consumidor.gov.br, plataforma oficial do governo;
  3. Persistindo o problema, procurar Procon ou advogado de confiança, podendo recorrer à Justiça.

O que diz o governo

O Ministério de Portos e Aeroportos informou que trabalha em medidas para reduzir custos operacionais e estimular a aviação regional. Entre elas estão alíquota diferenciada para a aviação regional na Reforma Tributária e a oferta de R$ 4 bilhões em linhas de crédito do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), com contrapartidas que incluem ampliar rotas na Amazônia Legal e no Nordeste.

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05/09/2025 04:50h

PL 1.087/2025 prevê alíquota de 10% sobre lucros distribuídos, enquanto amplia faixa de isenção do IRPF; setor produtivo vê risco de insegurança jurídica e retração econômica

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O debate em torno do Projeto de Lei 1.087/2025, em discussão no Congresso Nacional, está mobilizando entidades empresariais e especialistas em Direito Tributário. A proposta que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para quem recebe até R$ 5 mil mensais abre espaço para a volta da tributação sobre lucros e dividendos — extinta no Brasil desde 1996.

Se aprovado, o texto estabelece alíquota de 10% sobre dividendos pagos por pessoas jurídicas a pessoas físicas, sempre que o valor for igual ou superior a R$ 50 mil por mês, ou R$ 600 mil por ano.

Críticas do setor produtivo

Para a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a FecomercioSP, a medida corrige uma distorção histórica da tabela do IRPF, mas ameaça investimentos e empregos ao restabelecer um modelo que pode gerar insegurança jurídica, evasão fiscal e aumento da litigiosidade.

As entidades afirmam que, hoje, as empresas já arcam com uma carga de 34% sobre o lucro (IRPJ e CSLL), além de PIS, Cofins, ISS e ICMS. A tributação adicional sobre dividendos, segundo o manifesto divulgado nesta semana, “contraria os princípios de simplicidade e transparência tributária” e coloca em risco especialmente micro, pequenas e médias empresas — responsáveis por boa parte da geração de empregos e inovação no país.

“O governo precisa dar sua parcela de contribuição com redução do gasto público. Não é justo transferir essa conta para o setor produtivo, que já sustenta uma carga pesada”, reforça Alfredo Cotait Neto, presidente da CACB.

O que dizem os especialistas

O advogado tributarista e mestre em Direito pela PUC-SP, Thulio Carvalho, destaca que há duas questões distintas em jogo: a justiça tributária para pessoas físicas e o risco de retrocesso no ambiente de negócios.

“Uma coisa é atualizar a tabela do Imposto de Renda da pessoa física, que de fato está defasada e gera aumento indireto de carga. Outra coisa totalmente diferente é criar um imposto sobre dividendos, que não existe hoje e traria mais complexidade sem resolver o problema”, explica.

Segundo Carvalho, a meta poderia ser atingida de maneira mais simples: “Esse objetivo poderia ser alcançado por meio de ajustes de alíquota no IRPF, sem necessidade de uma nova incidência sobre dividendos, que acaba punindo a competitividade das empresas brasileiras.”

Pensamento que o vice-presidente jurídico da CACB, Anderson Trautman, compartilha. “Utilizar o aumento da carga tributária para viabilizar a medida, na nossa ótica, significa tirar competitividade das empresas brasileiras, especialmente dos pequenos negócios.”

O que pode acontecer se o PL for aprovado

Caso a proposta seja convertida em lei, especialistas projetam um cenário de maior insegurança jurídica, com espaço para interpretações sobre a chamada Distribuição Disfarçada de Lucros (DDL). Além disso, haveria impacto direto nos investimentos produtivos, reduzindo a atratividade do Brasil no cenário internacional e criando obstáculos extras para o crescimento econômico.

Na prática, o risco é de que a medida resolva parcialmente uma injustiça fiscal — a defasagem da tabela do IRPF —, mas crie um problema maior: mais complexidade tributária, menos competitividade e possível retração nos investimentos privados.
 

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03/09/2025 04:45h

Evento vai até dia 7 de setembro no Parque de Exposições da Fazendinha e visa impulsionar a agricultura e fomentar o desenvolvimento econômico; instituição busca gerar novos negócios e fortalecer as parcerias existentes ao longo da edição

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A programação da 54ª Expofeira do Amapá segue até sábado (7), no Parque de Exposições da Fazendinha, em Macapá (AP). O evento tem o objetivo de impulsionar a agricultura, fomentar o desenvolvimento econômico e promover a geração de emprego e renda. Entre os expositores está o Banco da Amazônia, que disponibiliza linhas de crédito voltadas à agricultura familiar e ao setor empresarial.

Segundo a instituição financeira, os pequenos produtores rurais são prioridade, o que torna a feira estratégica para aproximar agricultores, empresários e parceiros de novas oportunidades de negócios. 

Durante a exposição, o banco pretende ampliar parcerias com os governos estadual e federal, e promover suas linhas de crédito voltadas à Região Norte. A informação é do gerente executivo de agronegócio do Banco da Amazônia, Guido Bianchi. A expectativa é atender agricultores familiares, micro e pequenas empresas, com previsão de movimentar cerca de R$ 2 milhões em propostas de PRONAF ao longo da feira.

Bianchi destaca o potencial produtor do Amapá e ressalta o empenho do Banco da Amazônia em contribuir com o desenvolvimento regional.

“O estado do Amapá é um estado com muitas oportunidades que vem se desenvolvendo cada vez mais. Tem um produto interno elevado e grandes oportunidades negociais, tanto no campo do agronegócio quanto no campo empresarial. E o Banco da Amazônia está presente para poder desenvolver a região, gerar emprego, gerar renda através de todas as nossas soluções de crédito”, afirma.

Expofeira

A Expofeira do Amapá é reconhecida como a maior plataforma de negócios, turismo, lazer e cultura da Amazônia. Um dos destaques é a inclusão produtiva, que dá visibilidade a pequenos empreendedores, incluindo artesãos e agricultores familiares. O evento também serve como vitrine para o lançamento de produtos e serviços financeiros que estimulam o crescimento desses negócios;

A feira reúne empreendedores, investidores, lideranças políticas, pesquisadores e comunidades tradicionais do Brasil e do exterior. Em 2025, a edição prevê a participação dede até 3,1 milhões de visitantes.

Este ano, mais de 482 empresas serão expositoras. O volume de negócios esperado é de entre R$ 594 milhões e R$ 625 milhões, com a geração de até 14 mil empregos temporários, conforme o Banco da Amazônia.

O evento também tem como foco reforçar o seu compromisso socioambiental por meio da Expofeira Sustentável. Em 2024, a edição reciclou 97% dos resíduos coletados. Dessa forma, foi gerada uma renda de R$ 175 mil – o que evitou a emissão de 35 toneladas de CO₂.

Bioeconomia

Entre as novidades desta edição está a 1ª ExpoAmazônia, espaço inédito dedicado à bioeconomia, energias renováveis, agronegócio sustentável, sociobioeconomia, inovação e financiamento verde — em alinhamento com pautas internacionais e a preparação para a COP30.

No caso das instituições financeiras expositoras, o ambiente se torna propício para apresentar linhas de crédito verdes e financiamentos voltados a empreendimentos sustentáveis. Também estão previstas ações para divulgação de produtos de microcrédito e soluções destinadas a empresas inovadoras.

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01/09/2025 10:30h

Sem avanços nas conversas com Washington, pequenas empresas e produtores enfrentam risco de sobrevivência. Caso da Fisher Sucos, em Santa Catarina, retrata impacto direto das tarifas de 50%

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As negociações entre Brasil e Estados Unidos para tentar reverter as sobretaxas de 50% impostas a produtos nacionais continuam sem avanço. Conversas, segundo o governo, pouco produtivas, e a falta de contrapropostas por parte dos EUA estão entre os problemas. Diante do impasse, o governo Lula acionou a Advocacia-Geral da União (AGU), que está em vias de fechar acordo com um escritório de advocacia norte-americano. A ideia é reforçar a interlocução direta em Washington e abrir espaço para a defesa dos interesses brasileiros nos tribunais dos EUA. O governo nega se tratar de lobby, mas reconhece a necessidade de equilibrar forças diante da atuação de grupos políticos americanos que defendem o endurecimento das barreiras comerciais.

O setor produtivo, porém, já sente o impacto imediato. Para o presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alfredo Cotait, a taxação ameaça sobretudo pequenos empresários que exportam de forma direta ou fazem parte de cadeias produtivas, como os de cafés especiais e vestuário.

“Essas empresas pequenas, que respondem por 65% dos empregos, não vão conseguir sobreviver com a taxação de 50%. Isso pode gerar desemprego, porque não há como buscar novos mercados de um dia para o outro. O primeiro impacto será a sobrevivência das empresas, e o segundo, a queda radical na empregabilidade”, afirmou Cotait.

Pequenas empresas e economia local são as primeiras a sentir o impacto

Um dos exemplos mais emblemáticos vem de Fraiburgo, em Santa Catarina, principal polo produtor de maçã do país. A Fisher Sucos, que há mais de 20 anos exporta o produto a granel para os Estados Unidos, está com parte da produção parada no Porto de Santos.

Segundo o gerente industrial da empresa, Sílvio José Gmach, mais de 80% das exportações da companhia têm como destino o mercado norte-americano. Com as novas tarifas, os embarques foram suspensos.

“Desde que teve o tarifaço, nenhum embarque mais tem condição de seguir para os Estados Unidos. Ficamos totalmente sem competitividade. Hoje, temos produto parado no Porto de Santos esperando uma definição de mercado. Se não houver acordo, teremos que retornar com a carga, reembalar e buscar alternativas que não existem no curto prazo”, disse.

Gmach alerta que, sem uma solução diplomática, a empresa pode ter que interromper suas atividades, o que afetaria não só seus 100 funcionários, mas também pequenos produtores rurais da região.

“É um risco real de paralisação das operações. Uma atividade que existe desde 1998, há quase 30 anos, pode ser obrigada a parar. Seria uma catástrofe não só para a empresa, mas para toda a economia local, que depende da destinação dessa matéria-prima”, afirmou.

Enquanto o governo estuda medidas de apoio financeiro, empresas como a Fisher defendem que a única saída viável é uma solução negociada com os Estados Unidos. “A diplomacia ainda é o melhor caminho. O que precisamos é retomar as exportações como antes”, concluiu Gmach.

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