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30/12/2025 16:55h

Pnad Contínua mostra ainda estabilidade no trimestre e crescimento anual do emprego


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A taxa de desemprego no Brasil recuou para 5,2%, menor taxa de desocupação desde 2012 segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). Os dados referentes ao trimestre encerrado em novembro de 2025 foram divulgados nesta terça-feira (30), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a pesquisa, o número de pessoas desocupadas caiu para 5,6 milhões, o menor contingente já registrado pela série histórica. No auge da pandemia de covid-19, no trimestre encerrado em março de 2021, o país chegou a contabilizar 14,9 milhões de desempregados.

Emprego bate recorde

A menor taxa de desocupação foi acompanhada por um novo recorde no número de pessoas empregadas no país: 103,2 milhões. O nível de ocupação ficou em 59,0%.

Segundo a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, a manutenção do emprego em patamar elevado ao longo de 2025 contribuiu diretamente para a queda do desemprego. “A redução da pressão por busca de trabalho tem diminuído consideravelmente a taxa de desocupação”, afirmou.

Outro destaque do levantamento foi o avanço do emprego formal. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado chegou a 39,4 milhões, renovando o recorde histórico. Na comparação anual, houve crescimento de 2,6%, o equivalente a mais 1 milhão de trabalhadores formalizados, enquanto o indicador permaneceu estável no trimestre.

Informalidade recua

A taxa de informalidade caiu para 37,7% da população ocupada, o equivalente a 38,8 milhões de trabalhadores informais. O índice ficou abaixo dos 38% observados no trimestre encerrado em agosto e inferior aos 38,8% registrados no mesmo período de 2024, indicando uma melhora gradual na qualidade das ocupações.

Outros indicadores do mercado de trabalho

O levantamento do IBGE também aponta que o Brasil conta atualmente com:

  • 53 milhões de empregados no setor privado
  • 13,6 milhões de trabalhadores sem carteira assinada
  • 13,1 milhões de empregados no setor público
  • 26 milhões de trabalhadores por conta própria
  • 66 milhões de pessoas fora da força de trabalho
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29/12/2025 04:30h

Novo modelo permite formação gratuita, credenciamento pelos Detrans e promete reduzir custos, aumentar a transparência e ampliar o acesso à habilitação em todo o país

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O novo modelo do programa CNH do Brasil abre um novo campo de atuação para instrutores autônomos de trânsito, ao oferecer formação gratuita, credenciamento pelos Detrans e maior liberdade para negociação direta com os alunos. A iniciativa amplia a concorrência com as autoescolas, diversifica as opções para quem pretende obter a habilitação e tende a tornar o serviço mais acessível e transparente.

Com as mudanças, o candidato passa a realizar todo o processo de habilitação pelo aplicativo oficial, que concentra desde o curso teórico gratuito até o acompanhamento de todas as etapas exigidas até a prova prática.

Na fase prática, o aluno pode escolher entre uma autoescola ou um instrutor autônomo credenciado. O novo modelo estabelece apenas duas horas obrigatórias de aula, permitindo que o restante da formação seja organizado conforme a disponibilidade e a rotina do candidato.

Segundo o Ministério dos Transportes, a possibilidade de contratar instrutores autônomos amplia as opções para o cidadão e estimula a concorrência, o que tende a reduzir custos e elevar a qualidade dos serviços. O ministro Renan Filho resume a proposta: “as autoescolas vão continuar, mas o cidadão vai poder escolher entre uma autoescola e um instrutor autônomo para formá-lo na condução daquele veículo”.

Para os instrutores, a modernização representa a possibilidade de montar uma carteira própria de alunos, negociar valores, ajustar agendas e, em alguns casos, utilizar o próprio veículo, desde que em conformidade com o Código de Trânsito Brasileiro. Para o Estado, o modelo combina inclusão social, geração de renda e aprimoramento da educação para o trânsito, com todas as aulas e exames registrados em sistemas oficiais.

Quem pode ser instrutor autônomo

Os instrutores autônomos devem ser credenciados pelos Detrans e atender aos requisitos previstos na Lei nº 12.302/2010 e nas novas normas da CNH do Brasil. Entre as exigências estão ter, no mínimo, 21 anos, possuir habilitação há pelo menos dois anos na categoria em que pretende instruir, ensino médio completo, ausência de infração gravíssima nos últimos 12 meses e conclusão de curso específico de formação.

Esse curso será oferecido de forma gratuita e digital pelo Ministério dos Transportes e pela Senatran, com foco em pedagogia, legislação de trânsito e condução responsável. Ao final da capacitação, o profissional passa por avaliação e, se aprovado, pode solicitar a autorização ao Detran, obtendo a carteira de identificação como instrutor autônomo.

Mercado de trabalho em expansão

O Ministério dos Transportes informa que já são dezenas de milhares de inscritos no curso de instrutor autônomo de trânsito, o que demonstra forte interesse pela nova modalidade. A pasta destaca que a medida “amplia as oportunidades de emprego para esses profissionais e oferece ao candidato mais uma opção na hora de escolher como aprender”.

Com a identificação oficial vinculada à CNH do Brasil, todos os instrutores autônomos terão registro visível ao cidadão, garantindo controle, segurança e transparência. Em alguns Detrans estaduais, como os do Paraná, Espírito Santo, Pará e São Paulo, já existem orientações específicas sobre o registro de aulas com instrutores autônomos e a validação do curso prático dentro do novo fluxo do programa.

Piauí: credenciamento na prática

O Piauí se tornou uma vitrine da nova política ao lançar seleção para o credenciamento de instrutores autônomos de trânsito, alinhada às diretrizes da CNH do Brasil. O Detran-PI foi pioneiro na adequação às novas regras, ao abrir processos específicos para credenciar esses profissionais e contratar instrutores temporários, diante do aumento da demanda por aulas práticas.

“Agora, os novos condutores contam com mais uma alternativa para realizar as aulas práticas no nosso estado, com a possibilidade de escolher também instrutores autônomos credenciados. Isso estimula a concorrência e amplia a autonomia do aluno”, afirma a diretora-geral do Detran-PI, Luana Barradas.
O órgão reforça que nenhum instrutor pode atuar sem autorização formal do Detran, medida que protege o aluno e organiza o novo mercado.

Acessibilidade e preço mais justo

O governo federal estima uma redução de até 80% no custo para obtenção da carteira de habilitação, resultado da combinação entre curso teórico gratuito, padronização nacional e revisão dos valores de exames médicos e psicológicos. O novo programa CNH do Brasil é uma evolução da antiga Carteira Digital de Trânsito e transforma o aplicativo em porta de entrada para quem vai tirar a primeira habilitação.

Pelo app, o candidato abre o processo, acompanha todas as etapas, acessa o curso teórico gratuito e consulta prazos, documentos e resultados. Segundo o Ministério dos Transportes, a plataforma já ultrapassou 25,6 milhões de usuários e registra mais de 1,39 milhão de requerimentos de habilitação, evidenciando a rápida adesão ao novo modelo.

O ministro Renan Filho avalia que o sistema anterior era “excludente, caro e demorado” e afirma que as mudanças tornarão a habilitação mais acessível à população. “Atualmente, 20 milhões de brasileiros dirigem sem carteira de habilitação”, destaca.

Com o novo modelo, recepcionista Creusiomar Monteiro, de 51 anos, pretende finalmente tirar a CNH. Ela conta que não iniciou o processo antes porque “os valores eram muito altos” e afirma que a redução de custos e a formação online gratuita foram decisivas para sua escolha. Creusiomar avalia que as novas regras ampliam o acesso sem comprometer o nível de exigência.
 

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25/12/2025 04:15h

Terminais aéreos terão espaços de conscientização, prevenção e incentivo à denúncia

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O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) lançou, na segunda-feira (22), as ações de enfrentamento à violência contra as mulheres com o lançamento da campanha “Assédio Não Decola, Feminicídio Também Não” nos aeroportos de todo o país. A iniciativa foi apresentada no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, pelo ministro Silvio Costa Filho, e transformou os terminais aéreos em espaços de conscientização, prevenção e incentivo à denúncia.

A campanha é lançada em meio a um cenário preocupante. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho deste ano, 2024 registrou o maior número de feminicídios no Brasil desde a tipificação do crime, em 2015. Ao todo, 1.492 mulheres foram vítimas, o que representa uma média de quatro mortes por dia. A taxa de feminicídios cresceu 0,7% de 2023 para 2024.

A ação integra a segunda fase da campanha “Assédio Não Decola”, iniciada em maio deste ano, e é desenvolvida em parceria com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Associação Brasileira das Concessionárias de Aeroportos (ABR). Além do público em geral, a iniciativa envolve profissionais da aviação, que recebem orientações sobre como identificar situações de violência e acolher possíveis vítimas.

De acordo com o ministro Silvio Costa Filho, essa pauta é uma prioridade para o governo. “Infelizmente, todo dia no nosso país são vítimas de feminicídio mais de quatro mulheres. No ano de 2024 foram quase 1500 mulheres do nosso Brasil que perderam as suas vidas vítimas de feminicídio, por isso que nós estamos anunciando hoje essa grande campanha nos aeroportos brasileiros e nos aviões contra o assédio e sobretudo contra o feminicídio. Essa campanha é através do Disque 180; qualquer mulher brasileira que foi vítima de assédio ou de violência aqui no nosso país pode entrar e fazer a denúncia para que a gente possa atuar com rigor”. 

O ministro também ressaltou a atuação integrada do Governo Federal, com apoio da Polícia Federal, sistemas de monitoramento e o engajamento das concessionárias aeroportuárias. 

A campanha prevê a veiculação de vídeos e cartazes em áreas de circulação dos aeroportos, reforçando os canais oficiais de denúncia do Governo Federal, como o Ligue 180, além de orientar a população a procurar os serviços de segurança dos aeroportos, os balcões de informação e os comissários de bordo em situações de risco ou violência. O objetivo é ampliar o acesso à informação, estimular a quebra do silêncio e fortalecer a rede de proteção às mulheres.

Guia de Combate ao Assédio

Aliado à campanha, o MPor e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também lançaram em maio o guia de Combate ao Assédio e à Importunação Sexual na Aviação Civil. A ferramenta traz informações sobre os tipos de assédio, como denunciar, medidas de acolhimento às vítimas e, ainda, orienta sobre a promoção do respeito e dignidade. 

Durante o lançamento, a diretora de Planejamento e Fomento da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC), Júlia Lopes, disse que, inicialmente, todas as concessionárias dos aeroportos federais concedidos aderiram à campanha.  

“Esse material é importante, não só para as mulheres, para elas poderem identificar, mas também para os homens, para que eles não pratiquem eventuais ações que possam ser consideradas uma importunação sexual, um assédio sexual. É importante também deixar claro quem pode denunciar, não só a vítima, mas também os terceiros que presenciem alguma situação, podem entrar em contato com um dos canais de denúncia ou, eventualmente, com alguma autoridade aeroportuária. Ou alguma autoridade dentro das aeronaves para fazer essa denúncia e assegurar um ambiente seguro tanto para as mulheres quanto para toda a sociedade”, afirmou Júlia Lopes.

Dados alarmantes

Os dados mostram que os autores dos crimes são, majoritariamente, companheiros (60,7%) e ex-companheiros (19,1%), que juntos correspondem a quase 80% dos casos. Em 97% dos feminicídios com autoria identificada, o agressor era do sexo masculino.

O perfil das vítimas revela desigualdades persistentes: 63,6% eram mulheres negras, e 70,5% tinham entre 18 e 44 anos. O levantamento também aponta um aumento expressivo de 30,7% nos feminicídios de adolescentes (12 a 17 anos) e de 20,7% entre mulheres com 60 anos ou mais. A maioria dos crimes ocorreu dentro da residência da vítima (64,3%), e a arma branca foi o principal meio utilizado.

Diante desse cenário, o Ministério reforça que a campanha nos aeroportos busca não apenas informar, mas também salvar vidas, ampliando a visibilidade do problema e fortalecendo os caminhos de denúncia e proteção às mulheres em todo o Brasil.

A campanha prevê a veiculação de vídeos e cartazes em áreas de circulação dos aeroportos, reforçando os canais oficiais de denúncia do Governo Federal, como o Ligue 180, além de orientar a população a procurar os serviços de segurança dos aeroportos, os balcões de informação e os comissários de bordo em situações de risco ou violência. O objetivo é ampliar o acesso à informação, estimular a quebra do silêncio e fortalecer a rede de proteção às mulheres.

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23/12/2025 04:20h

Número representa queda de 75% em relação a 2024; SUS aposta em vacina nacional de dose única para ampliar a prevenção

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O Brasil registrou 1.660.190 casos prováveis de dengue em 2025, segundo a atualização mais recente do Ministério da Saúde. No mesmo período, a doença provocou 1.762 mortes, enquanto outros 200 óbitos ainda estão sob investigação. Os dados constam no Painel de Monitoramento das Arboviroses da pasta.

Segundo o ministério, esses números representam uma queda de 75% nos casos prováveis de dengue e 72% no número de mortes em relação a 2024, quando foram contabilizados 6.563.561 casos prováveis e 6.321 óbitos.

Recortes por região e estado

Entre as regiões do país, o Sudeste lidera em número de casos prováveis, com 1.132.304 registros, seguido pelo Sul (222.171), Centro-Oeste (162.441), Nordeste (102.647) e Norte (40.643).

O mesmo padrão se repete em relação aos óbitos. O Sudeste concentra o maior número de mortes por dengue, com 1.288 registros. Em seguida aparecem as regiões Sul (219), Centro-Oeste (145), Nordeste (64) e Norte (46).

Confira os casos prováveis por estado:

  • SP: 900.677
  • MG: 167.400
  • PR: 110.896
  • GO: 101.795
  • RS: 85.220
  • MT: 35.393
  • ES: 34.727
  • BA: 32.673
  • RJ: 29.496
  • SC: 26.051
  • PE: 22.642
  • PA: 17.573
  • MS: 14.153
  • DF: 11.096
  • RN: 9.764
  • PI: 9.192
  • AC: 9.001
  • AL: 7.952
  • PB: 7.654
  • CE: 6.022
  • MA: 5.577
  • AM: 5.328
  • TO: 3.403
  • AP: 2.471
  • RO: 2.379
  • SE: 1.167
  • RR: 484

SUS adquire 3,9 milhões de doses da vacina contra dengue

Na última sexta-feira (19), o Ministério da Saúde assinou um contrato para a compra da primeira vacina contra a dengue de dose única do mundo, produzida 100% no Brasil pelo Instituto Butantan. O investimento é de R$ 368 milhões para a aquisição de 3,9 milhões de doses, que serão ofertadas exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2026.

O novo imunizante protege contra os quatro sorotipos da dengue e apresenta eficácia de 74,7% contra a forma sintomática da doença em pessoas de 12 a 59 anos. Além disso, oferece 89% de proteção contra casos graves e com sinais de alarme.

Para o infectologista Julival Ribeiro, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia, a iniciativa representa um avanço significativo no combate à doença. “Essa vacina pode ser aplicada em dose única, o que é uma diferença muito importante em relação às outras disponíveis no mundo. Isso é muito importante, porque ajuda na aderência da população a ser vacinada”, ressalta.

Prioridade para profissionais de saúde

Do total de doses adquiridas, 1,3 milhão serão destinadas prioritariamente aos profissionais da Atenção Primária à Saúde que atuam na linha de frente do SUS. Estão incluídos agentes comunitários de saúde, agentes de combate às endemias, enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos que realizam visitas domiciliares. A estratégia deve começar no fim de janeiro de 2026.

A agente de saúde Naita de Souza, de Arceburgo, no sul de Minas Gerais, relata que a Secretaria Municipal de Saúde já entrou em contato com o Ministério da Saúde, mas ainda não há previsão para o recebimento das doses. Mesmo assim, ela afirma estar ansiosa para se vacinar.

“Eu já tive dengue, os sintomas são horríveis. Se vai ter uma vacina que vai nos proteger contra a dengue, para evitar de ter os sintomas que eu tive, eu prefiro tomar, me cuidar e me proteger”, conta.

Ampliação da cobertura vacinal

Com a chegada das doses, o Ministério da Saúde adotará, já no início de 2026, uma estratégia para avaliar o impacto do novo imunizante na dinâmica de transmissão da dengue. A ação prevê uma aceleração da vacinação em dois municípios-piloto: Botucatu (SP) e Maranguape (CE), com público-alvo formado por adolescentes e adultos de 15 a 59 anos. Uma terceira cidade, Nova Lima (MG), também poderá integrar a iniciativa.

A vacinação da população em geral está condicionada ao aumento da produção do imunizante, viabilizado por uma parceria estratégica entre Brasil e China. O acordo prevê a transferência da tecnologia desenvolvida pelo Instituto Butantan para a empresa chinesa WuXi Vaccines, o que pode ampliar a produção nacional em até 30 vezes.

A estratégia de imunização começará pelos adultos a partir de 59 anos, com ampliação gradual para faixas etárias mais jovens, até alcançar pessoas a partir de 15 anos.

Atualmente, o SUS também disponibiliza a vacina contra a dengue produzida por um laboratório japonês, indicada para adolescentes de 10 a 14 anos e aplicada em duas doses. Desde a incorporação do imunizante, em 2024, 7,4 milhões de doses já foram aplicadas. Entre 2024 e 2025, foram distribuídas 11,1 milhões de doses, das quais 7,8 milhões foram efetivamente administradas.

Prevenção continua essencial

Em novembro deste ano, o Ministério da Saúde lançou a campanha nacional “Não dê chance para dengue, zika e chikungunya”, voltada à prevenção das arboviroses. A campanha segue em andamento. O enfrentamento dessas doenças depende da atuação conjunta entre governo e sociedade. Entre as principais medidas de prevenção estão:

  • uso de telas em janelas e repelentes em áreas de transmissão;
  • eliminação de recipientes que possam acumular água e se tornar criadouro do mosquito Aedes Aegypti;
  • vedação de caixas d’água e reservatórios;
  • limpeza de calhas, lajes e ralos;
  • apoio às ações de controle realizadas pelos profissionais do SUS.

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22/12/2025 04:25h

De acordo com o levantamento, mais de 66% dos 3.133 acidentes ferroviários registrados entre dezembro de 2020 e março de 2025 estão relacionados à interferência de terceiros

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Em auditoria para avaliar a situação das passagens de nível (PNs) — cruzamentos entre vias ferroviárias e rodoviárias —, o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou seis problemas principais nas ferrovias federais.

Entre eles, destaca-se a imprudência dos usuários ao atravessar esses trechos, apontada como uma das principais causas de acidentes. De acordo com o TCU, mais de 66% dos 3.133 acidentes ferroviários registrados entre dezembro de 2020 e março de 2025 estão relacionados à interferência de terceiros.

O órgão ressalta que comportamentos imprudentes de motoristas, pedestres e ciclistas, como a desobediência à sinalização, foram responsáveis por 370 óbitos no período analisado.

Redução de riscos

O objetivo da auditoria foi verificar as medidas adotadas para reduzir os riscos nesses locais, garantindo a segurança dos usuários e a eficiência do modal ferroviário. Para o tribunal, as passagens de nível são consideradas pontos críticos da infraestrutura ferroviária, sobretudo em áreas urbanas, onde o risco de acidentes é maior.

O TCU também apontou a proliferação de passagens de nível clandestinas, que representam cerca de 13% do total. Esses locais apresentam graves carências de infraestrutura e estão situados, em geral, em regiões de ocupação irregular das faixas de domínio ferroviário.

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A auditoria identificou ainda a ausência de recursos específicos e de cláusulas claras nos contratos de concessão, fatores que contribuem para a desatualização das medidas de segurança nas passagens de nível. O tribunal ressalta, contudo, que as concessionárias não são obrigadas a atualizar o nível de segurança nesses pontos, uma vez que as cláusulas contratuais existentes não estabelecem essa exigência de forma explícita.

Além disso, não há definição clara de responsabilidades entre concessionárias e municípios quanto à implantação, manutenção e fiscalização das passagens de nível.

Falta de cadastro nacional

O TCU destacou, ainda, a inexistência de um cadastro nacional atualizado das passagens de nível. Segundo o órgão, o Sistema de Acompanhamento e Fiscalização Ferroviária (SAFF), da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), não dispõe de informações estruturadas e atualizadas sobre esses cruzamentos, o que dificulta a fiscalização e o planejamento.

A auditoria também observou que obras destinadas à criação de cruzamentos em desnível frequentemente enfrentam resistência de prefeituras e moradores. Mesmo após a construção de viadutos e passarelas para eliminar as passagens de nível, esses acessos muitas vezes não são removidos, em razão da oposição de administrações municipais e da população local.

Diante dos problemas identificados, o TCU apresentou recomendações ao Ministério dos Transportes e à ANTT com o objetivo de aprimorar os processos e aumentar a segurança nas passagens de nível em todo o país.
 

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17/12/2025 08:00h

Estudos e especialistas apontam riscos crescentes à saúde e pressionam autoridades a adotarem medidas mais rígidas contra a produção e o consumo de descartáveis

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Presente no cotidiano em inúmeras cores, formatos e funções, o plástico é uma invenção relativamente recente na história da humanidade. A partir de 1950, em um contexto pós-guerra marcado pela industrialização acelerada, o uso se expandiu sem precedentes: sacolas, garrafas, móveis, embalagens, produtos de higiene e limpeza. O material passou a integrar praticamente todos os aspectos da vida moderna.

O avanço, no entanto, ocorreu sem que os impactos ambientais e à saúde humana fossem plenamente considerados. Décadas depois, cientistas começam a revelar as consequências desse uso massivo. Estudos detectaram partículas de microplásticos em diferentes partes do corpo humano:

  • pulmão;
  • placenta;
  • sangue;
  • leite materno;
  • sêmen;
  • cérebro.

Diante do crescimento das evidências científicas sobre os danos dos microplásticos à saúde humana, especialistas defendem que o Brasil avance em políticas para reduzir a produção e o consumo de plásticos descartáveis.

De acordo com Lara Iwanicki, diretora de Estratégia e Advocacy da organização Oceana, “o Brasil hoje é o oitavo maior poluidor de plásticos do mundo, despejando 1,3 milhão de toneladas desse resíduo no oceano, com uma série de impactos ambientais, sociais, econômicos e para a nossa saúde, e não tem nenhuma legislação para endereçar esse problema.”

Medidas necessárias

O Projeto de Lei (PL) 2524/2022, conhecido como “PL do Oceano Sem Plástico”, é apontado pela diretora-executiva da ACT Promoção da Saúde, Paula Johns, como “um primeiro passo fundamental”.  “A conexão entre saúde e meio ambiente é intrínseca. Para a gente ter saúde, o meio ambiente precisa ser saudável, e vice-versa”, afirma.

A proposta, que estabelece diretrizes para uma Economia Circular do Plástico no país, está parada há mais de 600 dias na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, sob relatoria do senador e médico por formação, Otto Alencar (PSD-BA)

Johns destaca que o maior entrave “não é a falta de evidência, mas o lobby da indústria” em debates de saúde pública. “Nenhuma lei foi fácil de alcançar”, comenta, ao lembrar a experiência enfrentada no controle do tabaco.

O Projeto de Lei se alinha a práticas discutidas no Tratado Global Contra a Poluição Plástica, como a eliminação de descartáveis e a adoção de sistemas de reutilização e refil. De acordo com o relatório da ONG estadunidense Center for Climate Integrity, apenas 9% do plástico mundial é reciclado. No Brasil, esse índice cai para 1,3%. “Mesmo o PET exige parcela de matéria-prima virgem; o ideal é a gente voltar a utilizar sistemas de reutilização. É preciso mudar a lógica do descartável”, ressalta Johns.

“Antigamente, você consumia um refrigerante e devolvia a garrafa; retornáveis eram lavadas e reutilizadas. Isso foi substituído por descartáveis, mais lucrativos para a indústria, mas ambientalmente insustentáveis”, evidencia.

A professora-pesquisadora Thais Mauad da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), responsável por identificar microplásticos no pulmão e no cérebro, reforça que produtos descartáveis precisam ser abolidos

“Não faz sentido extrair petróleo para produzir um copo usado por cinco segundos e que permanece 500 anos na natureza”, afirma. Ela observa que a reciclagem não acompanha a dimensão do problema: “o plástico não é como o vidro, que pode ser eternamente reciclado. Ele só passa por duas ou três rodadas de reaproveitamento antes de perder qualidade.”

Para as especialistas, sem mudanças estruturais na produção e no consumo de plástico, o país seguirá enfrentando impactos ambientais e à saúde pública. De acordo com Mauad e Johns, a transição para uma economia circular e o abandono de itens descartáveis dependem não apenas de leis, mas também de engajamento da sociedade e de compromisso político. “Enquanto o mercado estiver inundado de plástico, não há reciclagem que dê conta”, resume Mauad. “Sem pressão social e regulação, a indústria não muda.”

Pesquisas detectam microplástico em diversos órgãos do corpo humano

A pesquisa de Mauad, do Departamento de Patologia da FMUSP, em parceria com o Dr. Luis Fernando Amato-Lourenço, identificou fibras e partículas de microplásticos no bulbo olfatório, região do sistema nervoso central responsável por processar odores. O polipropileno, comum em roupas e embalagens, foi o tipo mais encontrado.

Fragmentado em micropartículas, o plástico entra no corpo humano principalmente por duas vias: a inalatória, por meio de partículas suspensas no ambiente, e a da ingestão, devido à contaminação da água e dos alimentos. Conforme um estudo realizado por um grupo de cientistas do Departamento de Biologia da Universidade de Victoria, no Canadá, o consumo anual de microplástico por pessoa varia entre 74 e 121 mil partículas.

De acordo com Mauad, a substância consegue alcançar o cérebro por diferentes mecanismos. O primeiro está relacionado ao olfato. “Quando sentimos cheiros, utilizamos células olfatórias que ficam no nariz e se conectam diretamente à base do cérebro, no bulbo olfatório”, explica. Essa ligação direta cria uma rota pela qual micropartículas podem atingir estruturas cerebrais, fenômeno já observado anteriormente com outros poluentes atmosféricos.

O ingresso dessas partículas pelas vias olfativas é considerado alarmante, devido à capacidade de serem internalizadas pelas células e interferirem no metabolismo celular, especialmente em crianças. “Elas têm órgãos em desenvolvimento, e doses pequenas de determinadas substâncias podem provocar efeitos muito mais significativos do que em adultos”, afirma Mauad. 

A segunda possibilidade envolve a barreira hematoencefálica, estrutura responsável por proteger o sistema nervoso central. Estudos com animais que ingeriram micro ou nano plásticos (partículas extremamente pequenas) indicam que essas substâncias podem danificar essa barreira e atravessá-la. “Não dá para excluir que a entrada também ocorra pela rota sanguínea. Se essas partículas lesam a barreira, acabam conseguindo chegar ao interior do cérebro”, destaca a cientista.

Mauad explica que os efeitos observados nesses experimentos incluem alterações de comportamento, distúrbios no desenvolvimento e processos inflamatórios. Segundo ela, essas partículas podem provocar danos celulares associados a doenças como câncer. “O plástico causa uma coisa que chamamos de estresse oxidativo, que leva à produção de proteínas inflamatórias e pode gerar danos ao DNA, criando um possível vínculo entre microplásticos e processos carcinogênicos”, esclarece.

Os efeitos do material sintético no organismo também têm sido observados no sistema cardiovascular. Uma pesquisa conduzida por cientistas em Nápoles identificou microplásticos em placas de gordura retiradas de pacientes com doenças arteriais: mais da metade das amostras continha partículas de polietileno ou PVC. 

Entre os contaminados, o risco de sofrer acidente vascular cerebral, infarto ou morte por qualquer causa foi quase cinco vezes maior no período de acompanhamento de 34 meses. Embora o estudo não comprove causalidade direta, evidências de testes com animais e células humanas reforçam a hipótese de que essas partículas podem agravar doenças cardiovasculares.

Aditivos químicos

Derivado de combustíveis fósseis, como petróleo e gás natural, o plástico reúne uma ampla variedade de substâncias adicionais. De acordo com o estudo da Oceana, cerca de 4% do peso dos fragmentos de plástico correspondem a aditivos químicos, que podem ser substâncias orgânicas ou inorgânicas.

A composição envolve polímeros – entre eles polipropileno, polietileno e poliamida – aos quais se incorporam esses materiais que determinam características como cor, maleabilidade, resistência e transparência.

Conforme levantamento do PlastChem (2024), aproximadamente 16 mil aditivos químicos estão associados à fabricação do material sintético. Desse total, cerca de 4,2 mil são classificados como preocupantes por apresentarem propriedades persistentes, bioacumulativas, alta capacidade de dispersão ou toxicidade.

Mauad evidencia que o aquecimento do plástico provoca a liberação desses compostos. “No micro-ondas, o calor desprende os aditivos da estrutura do material, permitindo a migração para o alimento. Em máquinas de lavar louça, as altas temperaturas produzem efeito semelhante”, destaca.

Segundo a pesquisadora, as evidências científicas indicam de forma consistente a associação entre essa exposição e efeitos adversos à saúde. Ela ressalta que grande parte dos aditivos atua como disruptor endócrino. “Eles podem afetar o desenvolvimento de órgãos, alterar a tireóide, aumentar riscos relacionados a câncer de mama, entre outros impactos”, afirma.

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12/12/2025 18:35h

Para Jorge Viana, o país conseguiu efetuar acordos que envolvem mais de US$ 3,4 bilhões para as empresas brasileiras

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Entre 2023 e 2025, o Brasil alcançou a marca de 500 novos mercados internacionais, distribuídos em mais de 80 países, para seus produtos de exportação. Segundo estimativas do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o país tem um potencial de exportação superior a US$ 37,5 bilhões por ano.

Para o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, a atual política diplomática brasileira foi um dos principais fatores que contribuíram para esse desempenho, fortalecendo o empresariado nacional empenhado em iniciativas voltadas à exportação.

“Já abrimos, com esses 500 mercados, um mercado direto que envolve mais de US$ 3,4 bilhões para as empresas brasileiras que estão exportando nessa nova política do governo do presidente Lula”, afirmou Viana, ressaltando a atuação coordenada entre órgãos públicos e o setor privado.

O presidente da agência destacou que essa conquista é fruto de um trabalho articulado entre a ApexBrasil, o MAPA, o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o setor privado. Segundo Viana, esses atores agiram em conjunto para identificar mercados potenciais, mapear oportunidades, conectar exportadores e importadores e criar um ambiente favorável aos negócios.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, lembrou que, no início do atual mandato, o governo estabeleceu a meta de abrir 200 novos mercados, objetivo que acabou sendo mais que superado ao longo dos três últimos anos. Para Fávaro, isso reflete a confiança internacional no padrão sanitário brasileiro e o esforço coletivo das equipes envolvidas.

“Isso mostra o esforço de toda uma equipe e a confiança que os países têm no padrão sanitário brasileiro. Cada abertura traz mais renda para o campo, mais oportunidade para quem produz e mais reconhecimento para os nossos produtos”, afirmou o ministro.

Produtos em destaque

Cada país pode habilitar vários mercados para diferentes tipos de produtos. Entre os itens com maior destaque estão carnes, algodão, frutas e pescados.

Estimativas divulgadas pela ApexBrasil indicam que, nesse período, foram realizadas mais de 170 ações internacionais em 42 países, projetando US$ 18 bilhões em negócios e envolvendo mais de três mil empresas brasileiras. Também ocorreram 19 missões oficiais presidenciais e cinco vice-presidenciais, ampliando as conexões com mercados prioritários.

Comemoração em Dose Dupla

A celebração pela abertura dos 500 novos mercados internacionais está programada para ocorrer durante a inauguração oficial da sede própria da ApexBrasil, no dia 15 de dezembro, às 10h, em Brasília.

O evento contará com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Também estarão presentes o vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, além de outras autoridades.

Viana destacou que essa é uma “dupla comemoração”, pois a marca de 500 novos mercados coincide com a inauguração da sede própria da ApexBrasil, após mais de 20 anos de atuação em imóveis alugados, o que, segundo ele, trará economia estrutural, modernização institucional e maior conexão com a população.

A nova sede da ApexBrasil está localizada no edifício Lotus, Quadra 903 Sul, em Brasília, com cerca de 17 mil metros quadrados, situada próxima ao Parque da Cidade Sarah Kubitschek.
 

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12/12/2025 04:25h

A constitucionalidade do sistema de voto distrital já foi reconhecida pelo Tribunal Superior Eleitoral e pelo Supremo Tribunal Federal. O assunto está em debate na Câmara dos Deputados, por meio do PL 9212/2017

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Mais de 60% dos brasileiros não se lembram em quem votaram para deputado federal. É o que revela levantamento feito pelo Datafolha. Além disso, um estudo da Quaest mostra que 66% do eleitorado desaprovam o trabalho desses representantes. Somente 15% acompanham com regularidade a atuação dos parlamentares.

Diante desse cenário, entidades têm defendido a adoção do voto distrital misto, como forma de renovar a política no Brasil e aproximar o eleitor de seus representantes. Uma delas é a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB).

A instituição avalia que esse modelo amplia a diversidade na composição do Parlamento e contribui para uma representatividade mais responsável e eficaz. Segundo a CACB, o voto distrital misto também pode ajudar a reduzir custos de campanha.

O debate ganhou força com a retomada das discussões sobre o projeto de lei 9212/2017, de autoria do ex-senador José Serra (PSDB-SP). A proposta aguarda parecer do relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados. Entre outros pontos, a matéria prevê a alteração da legislação eleitoral para instituir o voto distrital misto nas eleições proporcionais.

Sistema proporcional

Além do sistema majoritário – aplicado nas eleições para senadores e chefes do Poder Executivo –, o Brasil adota o sistema proporcional nas eleições para câmaras municipais, assembleias legislativas estaduais, Câmara Legislativa do Distrito Federal e Câmara dos Deputados.

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No sistema proporcional, calcula-se o quociente eleitoral, ou seja, o número de votos válidos apurados dividido pelo número de vagas no parlamento. O resultado representa a quantidade mínima de votos que partidos ou coligações precisam alcançar para conquistar uma cadeira no Legislativo.

Para a CACB, o sistema proporcional contribui para uma crise de representação, já que, muitas vezes, o candidato eleito não possui vínculo direto com o eleitorado que o elegeu, dificultando a fiscalização e a cobrança por parte dos cidadãos.

Entre os episódios mais citados para ilustrar essa dinâmica está o do ex-deputado federal Enéas Carneiro. Nas eleições de 2002, ele recebeu 1,5 milhão de votos e acabou puxando outros cinco candidatos, um deles com apenas 275 votos.

Esse cenário reforça a sensação de falta de representatividade e a necessidade de mudanças. “Estamos comprometidos com o desenvolvimento de uma política que represente verdadeiramente os interesses da sociedade”, afirma o presidente da CACB, Alfredo Cotait Neto, ao defender o voto distrital misto.

“O voto distrital tem algumas vantagens. Aproxima o eleitor do seu representante e os distritos todos vão ter algum representante. O problema do voto proporcional é que faz com que muitas regiões do país fiquem sem representantes e algumas regiões com muitos representantes. Além disso, no voto proporcional, você acaba elegendo inúmeros deputados que não têm perfil nenhum”, complementa Cotait.

Como funciona o voto distrital misto?

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o voto distrital misto divide a circunscrição eleitoral de um estado ou município em um número de distritos equivalente às vagas em disputa. Cada distrito tem seus próprios candidatos, que concorrem para representá-lo no Legislativo.

O TSE explica que os distritos podem ser divididos para representar tanto um número de eleitores quanto um determinado território. Assim, os partidos políticos poderiam indicar uma pessoa para concorrer em cada um deles.

“Caso no estado ‘A’ esteja ocorrendo a eleição para a Câmara dos Deputados e estejam em disputa dez vagas para deputados federais, ele seria dividido (apenas para efeito de cálculos) em dez distritos. Os candidatos deveriam se candidatar por distrito e somente poderiam receber votos dos eleitores do distrito pelo qual são candidatos. Assim, cada distrito elegeria um deputado federal pelo estado ‘A’ até atingir o número de dez deputados federais aos quais o estado tem direito”, exemplifica o TSE.

Redução de custos

Vale destacar que, no sistema proporcional, a campanha eleitoral de um deputado estadual, por exemplo, é voltada para toda a unidade da federação. Já no sistema distrital, o candidato disputaria a eleição por um distrito, delimitando a quantidade de eleitores em uma região menor. Nesse último caso, com uma redução da abrangência, a campanha eleitoral teria um menor custo.  

A proposta do voto distrital misto foi aprovada no Senado em 2017. A constitucionalidade do modelo também já foi reconhecida pelo TSE e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A implantação desse sistema não exige mudança na Constituição, mas apenas uma lei complementar.
 

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11/12/2025 09:00h

Entre janeiro e outubro de 2025, a Guatemala importou mais de US$ 192 milhões em produtos agropecuários brasileiros, com destaque para cereais

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O Brasil conseguiu autorização para exportar carne bovina e outros produtos para a Guatemala. A autorização foi confirmada pelo governo brasileiro junto às autoridades sanitárias do país da América Central. 

Em 2023, o atual governo estabeleceu uma meta de abertura de 200 novos mercados. O ministro da Agricultura e Pecuária (MAPA), Carlos Fávaro, afirma que esse propósito já foi superado acima do dobro. 

“Chegamos aos 500 novos mercados para a agropecuária brasileira. Abrimos o mercado da carne bovina para Guatemala, um país de 18 milhões de habitantes na América Central, que consome 1,9 bilhões de dólares por ano em carne bovina”, comemora.

“Isso mostra o esforço de toda uma equipe e a confiança que os países têm no padrão sanitário brasileiro. Cada abertura traz mais renda para o campo, mais oportunidade para quem produz e mais reconhecimento para os nossos produtos. E tudo isso mantendo o abastecimento do mercado interno, que consome cerca de 70% do que produzimos”, complementa o ministro.

Entre janeiro e outubro de 2025, a Guatemala importou mais de US$ 192 milhões em produtos agropecuários brasileiros. O destaque foi para os cereais, apontados como o principal produto exportado pelo Brasil neste ano.

No ano passado, foram importados para a Guatemala US$ 155,6 milhões em carne bovina. O volume corresponde a cerca de 8,6% do consumo interno. O valor importando em 2024 representa um aumento de 122%, na comparação com anos anteriores. 

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, considera que a abertura de mercado para a Guatemala cria novas oportunidades para o Brasil em um ambiente estratégico regional, além de contribuir para o fortalecimento de empresas nacionais exportadoras. 

“Já abrimos, com esses 500 mercados, um mercado direto que envolve mais de 3,4 bilhões de dólares para as empresas brasileiras que estão exportando nessa nova política do governo do presidente Lula”, afirma.

Bom desempenho do setor

De acordo com o MAPA, a aprovação da carne bovina brasileira ocorre em um momento em que o setor apresenta um bom desempenho. 

Dados divulgados pela Pasta relevam que o Brasil embarcou, em 2024, mais de US$ 12 bilhões, ou seja, o equivalente a 2,8 milhões de toneladas destinadas a mais de 150 mercados. 

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Entre janeiro e outubro de 2025, as exportações brasileiras do produto já superaram US$ 14 bilhões.

O país também apresenta potencial de expansão para cortes congelados, categoria que representa mais de 70% das importações guatemaltecas da mercadoria. 
 

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10/12/2025 04:25h

Nova plataforma integra dados estaduais, facilita buscas por região e permite denúncias anônimas sobre 216 alvos prioritários

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O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançou na última segunda-feira o Programa Captura  e com ele o site oficial gov.br/captura, que disponibiliza a lista dos 216 criminosos mais procurados do Brasil.

Cada uma das 27 unidades da Federação, mais o Distrito Federal, indicou até oito “alvos prioritários”. A seleção foi feita com base em uma matriz de risco, levando em conta fatores como gravidade e natureza dos crimes cometidos; vinculação com organizações criminosas; existência de múltiplos mandados de prisão; e atuação interestadual.

A plataforma também permite a colaboração da população: denúncias sobre o paradeiro de foragidos podem ser feitas de forma anônima pelos telefones 190 e 197.

A expectativa do governo é que a iniciativa agilize a cooperação entre polícias estaduais e federais, facilite operações conjuntas e aumente a pressão sobre criminosos de alta periculosidade, dificultando seu refúgio em outras regiões.

No site, cada ficha pública de procurado traz informações como: nome completo, apelido, foto, data de nascimento, CPF, estado onde o mandado foi emitido, embora o indivíduo possa estar em qualquer lugar do país. Também há um mapa interativo que permite a navegação por estado, facilitando a consulta por região.

Entre os nomes já destacados pela imprensa que constam na lista estão: Doca, apontado como um dos chefes da facção Comando Vermelho, procurado no Rio de Janeiro; e André do Rap, preso prioritário de São Paulo, procurado até pela Interpol por envolvimento com a facção PCC.

Além disso, o Programa Captura prevê a instalação de uma célula operacional no estado do Rio de Janeiro — reconhecendo que muitos foragidos costumam se ocultar em território fluminense — para dar suporte direto às polícias estaduais e acelerar capturas. Essa nova ferramenta representa, segundo o Ministério, um esforço coordenado entre União e estados para enfrentar com mais eficiência crimes graves e organizações criminosas, ampliando a transparência sobre os principais foragidos e incentivando a participação cidadã no combate à criminalidade.

COMO FUNCIONA A LISTA?

Os criminosos incluídos na plataforma foram indicados pelos órgãos de segurança pública estaduais, que selecionaram até oito nomes por estado. A escolha leva em conta a relevância estratégica da captura de cada foragido para o enfrentamento às organizações criminosas do país.

Os critérios utilizados incluem:

  • Envolvimento em crimes graves ou hediondos;
  • Participação em organizações criminosas;
  • Existência de mandados de prisão em aberto;
  • Atuação interestadual e risco associado ao indivíduo.

Os foragidos estão listados conforme o estado de origem do mandado de prisão, mas podem estar escondidos em qualquer parte do Brasil.

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