A decisão do governo federal de aumentar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) por meio de decretos presidenciais, sem passar pelo Congresso, provocou forte reação no Legislativo e acirrou o clima entre os Poderes. A disputa já levou os parlamentares a protocolar mais de 20 projetos para tentar barrar os efeitos do decreto presidencial, indicando que o impasse entre os Poderes deve se intensificar nos próximos dias.
Durante as votações no Plenário do Senado na quarta-feira (28), o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, foi enfático ao criticar a postura unilateral do Executivo. Segundo ele, a medida desrespeita a separação de competências definida pela Constituição e representa uma tentativa de usurpação das atribuições do Parlamento.
“Que esse exemplo do IOF, dado pelo governo federal, seja a última daquelas decisões tomadas pelo governo tentando de certo modo usurpar as atribuições legislativas do Poder Legislativo”, afirmou Alcolumbre, que também disse estar em articulação com o presidente da Câmara, Hugo Motta, para avaliar a votação de um projeto de decreto legislativo que suste os efeitos do aumento.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por sua vez, defendeu a necessidade do aumento e afirmou que, neste momento, não há alternativas viáveis para garantir a arrecadação exigida.
“Nesse momento, não (há alternativa para o IOF). Nós recebemos da Febraban (Federação de Bancos) uma série de sugestões, estamos analisando e falei dos problemas constitucionais de você prever receita imediata”, justificou.
Enquanto isso, o presidente da Câmara, Hugo Motta, também manifestou insatisfação com a condução do tema: “Foi uma decisão tomada sem qualquer tipo de diálogo com o Congresso Nacional”.
Parlamentares alegam que o aumento do IOF por meio de dois decretos presidenciais é inconstitucional porque o poder de criar ou aumentar tributos é, em regra, atribuição do Congresso Nacional, conforme estabelece a Constituição Federal. Ao editar decretos para elevar a alíquota do IOF, o Poder Executivo teria ultrapassado sua competência, interferindo em uma prerrogativa que é exclusiva do Legislativo.
Além disso, os críticos veem essa medida como um avanço do Executivo sobre o equilíbrio entre os Poderes, já que decisões com impacto direto sobre a arrecadação e a carga tributária deveriam passar pelo debate e aprovação no Parlamento. Para muitos congressistas, o uso de decretos nesse contexto fere o princípio da legalidade tributária, que exige lei formal aprovada pelo Legislativo para criação ou majoração de impostos.
Alta do IOF é vista como retrocesso por entidades comerciais e empresariais
Segundo eles, o aumento representa uma carga tributária adicional sobre setores essenciais da economia brasileira.
Os parlamentares afirmam também que a elevação do IOF sobre seguros penaliza diretamente a população de menor renda, encarecendo planos essenciais de saúde, vida e veículos. Por fim, consideram inadmissível que o governo federal, diante da crise econômica, recorra a medidas unilaterais para aumentar impostos, sem diálogo com o Congresso Nacional e sem avaliação dos impactos sobre a economia real.
O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é um tributo federal cobrado em operações como empréstimos, câmbio, seguros e investimentos. Quando o governo aumenta a alíquota do IOF sobre seguros, por exemplo, o valor cobrado dos consumidores também sobe.
Esse aumento pode prejudicar especialmente as famílias de menor renda, pois encarece produtos essenciais, como planos de saúde, seguros de vida e de veículos — que já comprometem parte significativa do orçamento dessas pessoas. Com isso, o acesso a esses serviços pode se tornar mais difícil, deixando muitos desprotegidos.
A Câmara dos Deputados realizou nesta terça-feira (27) uma audiência pública para discutir a criação do Dia Nacional do Associativismo, proposta que visa instituir o dia 15 de julho como data oficial em homenagem à fundação da Associação Comercial da Bahia, em 1811 — a primeira do sistema CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil). O encontro, promovido pela Comissão de Assuntos Econômicos, reuniu representantes de entidades empresariais de todo o país e parlamentares e marcou o início da tramitação de um projeto de lei sobre o tema.
Autor do requerimento e presidente da sessão, o deputado Luiz Gastão (PSD-CE) destacou que reconhecer o associativismo é essencial para valorizar os empreendedores brasileiros.
“Muitos dos empreendedores, principalmente do interior e pequenas empresas, se valeram do associativismo para poder ter acesso às informações que vão poder ajudar a desenvolver seu negócio, desenvolver sua cidade e desenvolver seu estado. E, por que não dizer também, desenvolver o país”, afirmou. Segundo ele, trata-se de um setor presente em todos os municípios e responsável por quase 70% dos empregos no país, mas que recebe pouco apoio do governo.
A proposta também foi defendida por líderes regionais das federações que compõem a CACB, entidade que reúne mais de 2 mil associações comerciais e empresariais, com atuação nos setores de comércio, indústria, serviços e agro. Para Valmir Rodrigues, presidente da Federação das Associações Comerciais de Minas Gerais, o associativismo é uma ferramenta concreta para o desenvolvimento de empresas e comunidades.
“Todo setor econômico e produtivo é importante. Comércio, serviço, agro, indústria e quando você tem tudo isso muito bem desenvolvido e participando ativamente da sua cadeia, você fortalece, você gera emprego, você qualifica emprego”, afirmou. Valmir Rodrigues ainda defendeu que o modelo associativista fortalece negócios locais por meio da troca de experiências, capacitação e representatividade política.
O projeto também ganhou apoio da Frente Parlamentar do Empreendedorismo e de diversas associações de estados que estiveram representadas no evento, como as associações de Goiás, Santa Catarina, Paraíba, Espírito Santo e Pará.
Além de contribuir para o fortalecimento das empresas, o associativismo é um modelo reconhecido por sua capacidade de impactar positivamente a sociedade como um todo, ao gerar emprego, qualificar mão de obra e promover o desenvolvimento regional. A criação de um dia nacional poderá ampliar a conscientização sobre o papel estratégico do associativismo na economia.
O Ministério da Cultura destinou mais de 450 milhões de reais para fortalecer os pontos de cultura em todo o Brasil. Tudo isso no primeiro ciclo da Política Nacional Aldir Blanc, que é responsável pelo maior investimento da história em política de base comunitária do país.
Esses valores deverão ser mantidos no segundo ciclo da Polìtica Aldir Blanc, que encerrou o prazo de adesão dos municípios na segunda-feira, dia 26.
Os recursos também foram direcionados para a Política Nacional Cultura Viva. São investimentos na ampliação da Rede de Pontos e Pontões de Cultura em todos os Estados.
Quem destaca é a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollemberg: “É um momento de adesão à Política Nacional Aldir Blanc de comprometimento na aplicação desses recursos, que devem chegar na ponta.”
Para o segundo ciclo da Aldir Blanc, o MinC publicou novas regras para aplicação dos incentivos ao Cultura Viva. A atualização aprimora os instrumentos utilizados pelos estados, Distrito Federal e municípios, como explica o diretor da Política Nacional Cultura Viva, João Pontes.
“O primeiro ciclo foi um sucesso e a gente está apostando no aperfeiçoamento ainda melhor para este segundo ciclo da Aldir Blanc, com a Política Nacional Cultura Viva, a cultura de base comunitária do sistema nacional pensando nela como a cultura viva do tamanho do Brasil.”
Todas as diretrizes complementares vão fortalecer o fazer cultural nas comunidades e o acesso da população aos seus direitos culturais. Ressalta a secretária Márcia Rollemberg: “Os novos regramentos trazem boas novidades. Traz o financiamento das teias, traz a possibilidade de planos plurianuais de bolsas para mestras e mestres.”
Os principais destaques das novas regras estão relacionados ao fomento a Pontos e Pontões de Cultura, valorização das culturas tradicionais e populares e a realização de fóruns e TEIAs dos Pontos de Cultura.
A padronização dos modelos de editais, e a efetivação de uma série de reuniões virtuais por meio do Circula Cultura Viva na Aldir Blanc também são importantes.
O diferencial da Política Nacional Cultura Viva é esclarecido pela secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC: “Ela é uma rede cidadã, é uma rede que alavanca a cidadania no território. Eu falo que o Cultura Viva é a digital de cada território, nessa capacidade de ser específico, de ser local, de valorizar o que tá acontecendo.”
Esta é uma realização do Ministério da Cultura em parceria com a Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural (SCDC).
Para mais informações acesse o site www.gov.br/cultura
As novas regras sobre trabalho aos domingos e feriados no setor de comércio entram em vigor no dia 1° de julho. A determinação consta na Portaria nº 3.665/2023, do Ministério do Trabalho e Emprego.
A medida prevê que o funcionamento das atividades nessas datas deverá estar previsto em Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). A Pasta não incluiu feiras livres nessa proposta.
Entidades ligadas ao setor reagiram à ideia, como é o caso da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (UNECS). O presidente da instituição, Leonardo Severini, defendeu a necessidade de revisão da medida, levando em consideração a importância do diálogo entre as partes e a realidade das empresas do Brasil.
Os representantes da UNECS destacaram que, caso a portaria seja mantida nos moldes atuais, pode causar prejuízos significativos à atividade comercial, “afetando empregos e a geração de renda em todo o país.”
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Ao Brasil 61, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) afirmou que a alteração “é de grande magnitude”, e que as consequências são imprevisíveis, já que a maior parte dessas atividades é considerada essencial. Diante disso, a entidade tem defendido que a medida pode tornar esses acordos burocráticos, o que atrasaria decisões consideradas importantes.
“A regulamentação do trabalho em feriados é um dos aspectos mais complexos do processo negocial. Caso a negociação se estenda por tempo excessivo ou, eventualmente, as partes não alcancem um acordo, os prejuízos — não apenas para o comércio, mas também para a população em geral — serão significativos”, destacou.
“Isso não significa que a norma coletiva não deva estabelecer as condições para o trabalho em feriados. O que não se pode admitir é que a autorização para o trabalho em feriados esteja condicionada ao êxito da negociação. Em um processo negocial, não se pode correr o risco de que uma das partes fique refém da outra, pois isso invariavelmente gera impasses prejudiciais a todos os envolvidos”, complementa a entidade.
Vale destacar que legislação atual não proíbe o trabalho no comércio aos domingos e feriados, já que essa possibilidade está regulamentada em lei existente há 25 anos. No entanto, a portaria do governo modifica uma norma anterior, que permitia o trabalho nesses dias por meio de simples acordo entre patrões e empregados.
A norma prevista para valer a partir de julho estabelece que é necessário que esse acordo seja firmado por meio de convenções coletivas. Isso significa que, de um lado, deve estar o sindicato patronal, e, de outro, o dos trabalhadores.
Na avaliação do mestre em direito das relações sociais e trabalhistas, Washington Barbosa, essa norma só torna todo o processo mais burocrático e impede a evolução dos acordos entre empregadores e a categoria. “Não tem que ter essa burocracia de ter que fazer um dissídio coletivo, fazer uma convenção, um acordo coletivo para depois, somente depois, poder trabalhar aos finais de semana”, destaca.
“Imagina hoje, com praticamente tudo funcionando 24 horas por dia, 7 dias por semana. Imagina o impacto que vai ser isso na economia. Não tem nem tempo hábil de se fazer uma convenção, um acordo coletivo. E ainda, para que essa necessidade, se nós estamos trabalhando cada vez mais com a autonomia dos empregados e a validação das negociações individuais? Questiona, o especialista.
A medida determina, ainda, que, os patrões serão obrigados a respeitar as legislações municipais acerca do tema, o que não era obrigatório anteriormente.
O atual governo tentou fazer com que a norma passasse a vigorar ainda em 2023. No entanto, a medida foi adiada várias vezes devido à reclamação dos empregadores, que se diziam insatisfeitos com a proposta. Além do setor comercial, que considerou a nova regra um retrocesso, houve uma pressão significativa por parte dos parlamentares ligados ao setor.
Os portos públicos de Aratu-Candeias, Salvador e Ilhéus – todos localizados na Bahia – vão contar com um pacote de investimentos no valor de R$ 1,5 bilhão. Esse montante será dividido entre empreendimentos nos três terminais. A medida foi anunciada nesta sexta-feira (23) pelo ministro de Portos e Aeroportos (MPor), Silvio Costa Filho.
A iniciativa disponibiliza recursos do Novo PAC. A ideia, segundo a Pasta, é ampliar a infraestrutura logística, aumentar a competitividade e impulsionar o desenvolvimento econômico do estado.
Em meio à cerimônia de anúncio do aporte, Costa Filho destacou a importância do setor e como esses recursos vão ajudar no desenvolvimento dessas regiões, sobretudo com geração de emprego e renda.
“São investimentos que vão fortalecer a agenda logística do estado e, mais do que isso, vai ser fundamental para geração de emprego e renda. Tivemos crescimento nos portos da Bahia em torno de 8%. Só o Porto de Salvador teve um crescimento de mais de 26%. Isso significa desenvolvimento para o estado e para o Nordeste”, afirmou o ministro.
O pacote de investimentos abrange obras no Porto de Salvador, com emprego dos recursos na ampliação da infraestrutura, modernização e incorporação de inovações tecnológicas. De acordo com o MPor, a ideia é fazer com que o terminal seja compreendido como um “polo estratégico do comércio marítimo da Bahia e do Brasil.”
Do valor total anunciado, quase R$ 400 milhões serão investidos pela ATU 12 Arrendatária Portuária SPE S.A. Essa parcela de recursos será aplicada na ampliação e modernização do terminal de graneis sólidos minerais. Outros R$ 120 milhões serão executados pela ATU 18, que também apresentou proposta adicional de R$ 535 milhões para a movimentação de graneis vegetais.
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Já a Ultracargo Logística S.A. vai destinar R$ 305,7 milhões para a construção de um novo píer de líquidos e ampliação da capacidade de armazenamento em 50 mil m³. Essa estrutura permitirá atendimento a navios de até 215 metros.
A partir desses investimentos, o Porto de Aratu passa a contar com dois novos terminais destinados ao escoamento da produção agropecuária do estado baiano.
“Estamos trazendo mais investimento para ampliar a capacidade de movimentação dos graneis vegetais, os cereais; aumentar a capacidade de movimentação no porto dos graneis minerais, que são os fertilizantes”, considera o secretário Nacional de Portos, Alex Ávila.
Dados divulgados pelo Ministério de Portos e Aeroportos também revelam que a movimentação de cargas do complexo poderá aumentar em até seis vezes, passando de 2 milhões para mais de 12,5 milhões de toneladas anuais.
Em relação ao Porto de Ilhéus – situado no sul do estado – a previsão é de que sejam investidos R$ 129,6 milhões na reativação do Moinho de Trigo, inativo há 17 anos. A projeção é de que o equipamento gere até R$ 229 milhões em receitas nos próximos cinco anos.
“A reativação do Moinho de Trigo em Ilhéus vai além da retomada de uma estrutura: é um marco para a economia local, com geração de emprego, renda e desenvolvimento. Um trabalho da Codeba, com apoio do governo federal, que reforça o papel estratégico do Porto de Ilhéus na logística nacional”, afirma Ávila.
O terminal também voltou a ter uma profundidade operacional de 10 metros, a partir da realização da dragagem de manutenção. A próxima etapa da obra já está prevista, com a meta de ampliar a profundidade para 14 metros. Essa medida permitirá a atracação de navios maiores, o que, consequentemente, contribuirá para o aumento da competitividade do terminal no cenário logístico do país.
O evento desta sexta-feira (23) também contou com a presença do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa; do diretor-presidente da Autoridade Portuária da Bahia (Codeba), Antonio Gobbo; e do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues.
Os investimentos estratégicos aprovados no mês de maio pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) também serão aplicados em projetos instalados na Região Sul do Brasil. Os empreendimentos se concentram em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Ao todo, serão investidos R$ 2,2 bilhões em iniciativas voltadas à modernização da infraestrutura portuária e ao aprimoramento da logística hidroviária nacional. Os aportes são administrados pelo Ministério de Portos e Aeroportos (Mpor). De acordo com a Pasta, os recursos vão contribuir para melhorar a logística dos estados, além de movimentar a economia do país.
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O ministro Silvio Costa Filho entende que os investimentos fortalecem a indústria naval. Na avaliação dele, a medida é importante para revitalizar o setor no estado gaúcho, após a tragédia diante das enchentes registradas no ano passado. “Estamos comprometidos com a recuperação plena do estado”, destaca o ministro.
No Sul do Brasil, uma das iniciativas em destaque é o projeto do terminal portuário operado pela Tecon Rio Grande, no Rio Grande do Sul. De acordo com o Mpor, o empreendimento contempla a aquisição de equipamentos de última geração para movimentação de carga e a adoção de tecnologias de automação.
A ideia também é requalificar a infraestrutura logística já existente. Na unidade da federação, o investimento previsto é de R$ 496 milhões. Ao longo de quatro anos, a expectativa é de que sejam gerados 127 empregos diretos.
Já em Santa Catarina, o valor investido é maior. O total é de R$ 1,4 bilhão. A quantia será destinada à construção de quatro rebocadores portuários e quatro embarcações OSRV (oil spill response vessel, em inglês, que significa navio de resposta a derramamentos de óleo). Esse tipo de embarcação atua na contenção e recuperação, caso haja eventuais vazamentos de óleo. Nesse caso, o intuito é ampliar a eficiência das operações portuárias, eliminar gargalos no escoamento de mercadorias e consolidar o porto como um importante hub logístico da região.
Segundo o secretário Nacional de Hidrovias e Navegação, Dino Antunes, a revitalização do terminal vai aumentar a eficiência das atividades, o que contribuirá para uma melhor operação portuária.
“Tivemos projetos muito relevantes, como embarcações que fazem a prevenção de derramamento de óleo. Essas embarcações, a serem construídas em estaleiros catarinenses, são em uma quantidade muito significativa. Também tivemos aprovações importantes no Rio Grande do Sul, a começar pelo terminal de contêineres de Rio Grande. Lembrando que a indústria naval representa - não só na construção de embarcações, mas também na manutenção e na operação - uma quantidade muito grande de empregos. Ou seja, é renda sendo trazida para a região”, pontua.
Ao todo, o Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante aprovou R$ 22 bilhões. O valor foi definido durante reunião realizada neste mês de maio. Trata-se do maior volume de recursos aprovados pelo Fundo em uma única reunião do conselho.
A verba será empregada em 26 projetos ligados à construção de embarcações, reparos, docagens, modernização de unidades existentes, ampliação de estaleiros e novas infraestruturas portuárias.
O FMM visa prover recursos para o desenvolvimento da Marinha Mercante e da indústria de construção e reparação naval do Brasil.
O Fundo é administrado pelo Ministério de Portos e Aeroportos, por meio do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante. O FMM tem como agentes financeiros o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e a Caixa Econômica Federal.
Os recursos serão utilizados na construção de embarcações offshore e modernização de estaleiros
A Bahia consegue mais um avanço em relação ao desenvolvimento no setor naval. Isso porque a unidade da federação conta com o maior volume de investimentos aprovados via Fundo da Marinha Mercante (FMM), administrado pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor).
Até o momento, foram mais de R$ 7,1 bilhões destinados a dois projetos novos e a um reapresentado para prorrogação de prazo. Os recursos serão utilizados na construção de embarcações offshore e modernização de estaleiros. O montante foi aprovado na primeira das quatro reuniões que o Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante pretende realizar em 2025.
Na avaliação do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, os projetos vão beneficiar economicamente não apenas o território baiano, mas toda a região Nordeste. “Além de modernizarem a indústria naval do estado, esses projetos geram emprego, renda, qualificação dos trabalhadores do setor e desenvolvimento de novas tecnologias, o que beneficia toda a região”, destaca.
O secretário Nacional de Hidrovias e Navegação, Dino Antunes, considera que a medida é um passo importante para a evolução do setor no estado. Para ele, trata-se de uma iniciativa que promove avanço na economia, inclusive com ganhos sociais.
“São, principalmente, projetos relacionados à indústria offshore, ou seja, à construção de embarcações que vão trabalhar no apoio à produção de petróleo em alto mar. Também tivemos a requalificação de estaleiros. Para a economia local, isso traz um impacto gigantesco. Temos sempre que lembrar que a indústria naval consegue criar muito emprego de qualidade. Estamos falando de emprego, renda e criação de tecnologia”, pontua.
Dos novos projetos em questão, destaca-se a construção de quatro embarcações tipo RSV (ROV Support Vessel). O valor do investimento chega a R$ 2,8 bilhões. Esses equipamentos são utilizados em operações offshore, sobretudo em atividades de exploração e produção de petróleo e gás.
As RSVs são projetadas para dar suporte a veículos operados de forma remota. Diante disso, elas possibilitam intervenções em águas profundas com alto grau de precisão e segurança. A expectativa é de que, em quatro anos, o projeto contribua para a geração de 1,4 mil empregos diretos.
Setor naval e aquaviário conta com R$ 22 bi para investimento em 26 projetos da área
Ainda de acordo com o Mpor, mais 10 embarcações de suporte offshore, modelo PSV 5000 Green, tiveram prorrogação do prazo de construção por parto do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante. O projeto da CMM OffShore Brasil conta com R$ 4,2 bilhões em recursos.
Outro projeto em destaque é o da Belov Offshore Industrial Ltda. O empreendimento fará a ampliação e modernização do seu estaleiro, com investimento de R$ 73,6 milhões. Além de fortalecer a cadeia de apoio marítimo local, a iniciativa vai ajudar na geração de 550 empregos diretos.
Ao todo, o Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante aprovou R$ 22 bilhões. O valor foi definido durante reunião realizada neste mês de maio. Trata-se do maior volume de recursos aprovados pelo Fundo em uma única reunião do conselho.
A verba será empregada em 26 projetos ligados à construção de embarcações, reparos, docagens, modernização de unidades existentes, ampliação de estaleiros e novas infraestruturas portuárias.
O FMM visa prover recursos para o desenvolvimento da Marinha Mercante e da indústria de construção e reparação naval do Brasil.
O Fundo é administrado pelo Ministério de Portos e Aeroportos, por meio do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante. O FMM tem como agentes financeiros o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e a Caixa Econômica Federal.
O pagamento é realizado preferencialmente na Poupança CAIXA ou conta CAIXA Tem
A CAIXA finaliza nesta sexta-feira (30) o pagamento do Bolsa Família referente ao mês de maio para os beneficiários com o Número de Identificação Social (NIS) terminado em 0.
O pagamento é realizado preferencialmente na Poupança CAIXA ou conta CAIXA Tem. Com a conta CAIXA Tem, os beneficiários podem pagar contas e fazer transferências diretamente pelo aplicativo no celular.
O benefício também pode ser movimentado com o cartão de débito da conta em comércios, Unidades Lotéricas, Correspondentes CAIXA Aqui, terminais de autoatendimento e Agências da CAIXA. Além disso, é possível realizar saques sem cartão nos terminais de autoatendimento e Unidades Lotéricas, utilizando a identificação biométrica previamente cadastrada em uma agência da CAIXA.
No aplicativo Bolsa Família é possível acompanhar as informações do benefício, além de receber atualizações e novidades sobre o Programa.
Para baixar os aplicativos CAIXA Tem e Bolsa Família, basta acessar a loja de aplicativos do seu smartphone. É gratuito.
Maio já começou com a conta de luz mais cara: a cobrança de R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos ocorre por conta da bandeira amarela estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O acréscimo é em função da redução no volume de chuvas, típica da transição entre o período úmido e o seco, o que impacta o abastecimento dos reservatórios e a geração de energia nas hidrelétricas.
O acionamento da bandeira amarela é um sinal inicial de preocupação, mas o efeito dessa medida tem o propósito de evitar que a conta de luz não fique tão alta no futuro. O que realmente anda preocupando os consumidores é uma outra medida que está em análise no Congresso Nacional.
Um levantamento feito pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE) acende o alerta: haverá um aumento de 9% na conta de luz até 2050, caso senadores e deputados derrubem o veto do presidente Lula às emendas na Lei 15.097, conhecida como a Lei das Eólicas Offshore. Se isso acontecer, haverá um custo anual de R$ 20 bilhões cobrado na conta de luz, o que equivale ao custo de R$ 7,63/100kwh, praticamente o mesmo valor adicional de R$ 7,87 estabelecido pela Aneel para a bandeira vermelha patamar 2.
Na Bahia, o aumento pode ultrapassar os R$ 204 por ano, já que se estima um aumento mensal de R$ 17,01 na conta de luz se o veto aos jabutis for derrubado no Congresso Nacional. O que pode pesar no orçamento das famílias, sobretudo as mais pobres. E ainda produzir um efeito cascata em produtos e serviços que dependem de energia elétrica para serem produzidos, como pão, leite, carnes e hortifruti.
Para o presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia, Luiz Eduardo Barata, as bandeiras tarifárias são uma questão transitória, diferentemente dos efeitos causados pela derrubada do veto, que podem durar décadas.
“Tem nos preocupado bastante, porque a bandeira amarela, agora para o mês de maio, ela poderá, de fato, ser substituída nos próximos meses por uma bandeira vermelha 1. Mas nós sabemos que, ao chegar no mês de outubro, com o início do período das chuvas, voltaremos rapidamente a ter a bandeira verde. O que não acontecerá se os vetos forem derrubados, porque se os vetos forem derrubados, o que nós teremos seria o equivalente à bandeira vermelha por 25 anos. Daí a nossa preocupação, a nossa busca pelos senadores e pelos deputados, para que eles tenham sensibilidade e mantenham esse veto.”
O texto foi criado no Senado, mas quando enviado para a Câmara, recebeu oito emendas que nada têm a ver com a geração de energia eólica. Os dispositivos adicionados ao texto original da lei — conhecidos como "jabutis legislativos" — obrigam, por exemplo, a destinação de subsídios e a contratação de termelétricas a carvão e gás. Esses trechos foram vetados pelo Executivo por representarem risco fiscal e desvio de foco da proposta original, que era fomentar energia limpa e renovável.
A FNCE estima que essas emendas, se derrubadas na apreciação dos vetos no Congresso — marcada para o dia 27 de maio — , representarão um custo anual de R$ 20 bilhões nas contas de energia pelas próximas duas décadas. Para Barata, este é o momento certo para a população agir.
“Nós entendemos que ainda há tempo para todos os consumidores de energia que tiveram acesso a parlamentares, a deputados e senadores, que mandem uma mensagem para seu representante chamando a atenção desse senador e desse deputado do grave equívoco que será cometido se vier a derrubar desse veto. Porque o consumidor será consumidor será penalizado duas vezes, ele será penalizado ao pagar a sua conta e será penalizado pelo aumento da inflação e obviamente dos custos do serviço.”
Famílias de baixa renda, que gastam com energia cerca de ¼ de suas rendas, serão as que devem sofrer mais com o aumento, caso ele aconteça, alerta Mónica Banegas, especialista em Justiça Energética do Instituto Pólis. “Com a possível derrubada dos vetos, se essa conta já está uma das mais caras, para os baianos, vai ficar uma realidade ainda mais difícil do que já está. Então, para a realidade baiana também é extremamente preocupante que esses vetos sejam derrubados, por isso é importante conversar com os parlamentares que representam a sua região para evitar que isso aconteça.”
Bandeiras tarifárias
O tarifário da energia elétrica, estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), estipula como bandeira amarela o valor de R$ 1,88/100 kwh; como vermelha 1 a cobrança de R$ 4,46/100 kwh e bandeira vermelha 2, o valor de R$7,87/100 kwh. O levantamento feito pela FNCE mostra que o aumento nas contas de luz teria o mesmo impacto de quando a Aneel estipula bandeira vermelha, ou seja, em períodos de estiagem máxima.
(Fonte: Aneel e FNCE)
As bandeiras tarifárias na energia elétrica no Brasil existem para sinalizar ao consumidor o custo real da geração de energia em determinado período, ajudando a promover o uso mais consciente e eficiente da eletricidade.
Elas funcionam como um "termômetro" das condições de produção de energia: quando as usinas hidrelétricas estão operando normalmente, a energia é mais barata (bandeira verde); quando é preciso acionar usinas térmicas, que são mais caras, entram em vigor as bandeiras amarela ou vermelha (patamar 1 ou 2), com acréscimos na conta de luz.
O portal Brasil 61 procurou os três senadores que representam a Bahia no Congresso Nacional para saber suas posições sobre a possível derrubada dos vetos à Lei 15.097. Em novembro do ano passado, o senador Angelo Coronel (PSD) votou a favor das emendas que resultariam nesse aumento. Questionado agora sobre sua posição quanto à derrubada dos vetos, Coronel preferiu não comentar o assunto.
Já o senador Jaques Wagner (PT), que votou contra as chamadas “emendas jabutis” — que não têm relação direta com o tema original da lei —, se opôs ao impacto negativo para os consumidores e tende a manter sua posição, alinhada à orientação do governo federal.
O senador Otto Alencar (PSD), que também foi contrário às emendas, defende a manutenção dos vetos. Segundo ele, os dispositivos foram inseridos de forma inadequada na legislação que trata das eólicas offshore, voltadas à geração de energia limpa. Para o parlamentar, “não faz sentido incluir subsídios para a produção de energia a carvão, por termoelétrica, a gás ou a diesel.”
Otto foi enfático ao afirmar: “Eu não vou só votar para manter o veto, eu vou votar, encaminhar e lutar para que o veto seja mantido, porque isso é um absurdo. É uma falta de cerimônia o parlamentar votar para atender interesse de certas companhias, em detrimento do interesse do povo consumidor da energia no Brasil.”
O portal Brasil 61 reúne informações atualizadas sobre todos os parlamentares da atual legislatura, incluindo telefones e e-mails para contato. Para consultar os representantes do seu estado, basta acessar a seção “Poder61”.
Com a chegada do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) prevista para o próximo ano, os municípios precisam começar a se organizar para não perder participação na arrecadação dos novos tributos. A orientação é do Conselho Técnico das Administrações Tributárias (CTAT), que divulgou a Nota Técnica nº 4/2025 com recomendações práticas às prefeituras.
O documento foi elaborado com o apoio da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e traz diretrizes para que as gestões municipais melhorem a forma como acompanham e fiscalizam os tributos locais, garantindo uma participação mais justa na divisão do IBS, especialmente durante o período de transição.
Criado pela Reforma Tributária (EC 132/23), o IBS será um imposto de gestão compartilhada entre União, estados e municípios. Ele começa a ser testado em 2026, com uma alíquota simbólica de 0,1%, e só em 2033 deve substituir por completo os atuais ICMS (estadual) e ISS (municipal).
Durante o período de transição, entre 2029 e 2077, a arrecadação será dividida parcialmente entre o local onde o serviço ou produto foi consumido e o "coeficiente de participação" de cada governo local — um cálculo que levará em conta a eficiência e estrutura da administração tributária de cada ente federativo.
Segundo a Nota Técnica, a distribuição da arrecadação do novo imposto será organizada por um Comitê Gestor do IBS (CG-IBS). Caberá a esse grupo definir como os valores serão repassados aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, incluindo prazos, fórmulas de cálculo e os chamados coeficientes de participação.
A CNM alerta que é essencial que os municípios mantenham cadastros atualizados, ampliem a fiscalização de tributos locais e acompanhem de perto seus contribuintes. Também é recomendado o uso eficiente da Nota Fiscal de Serviço Eletrônica e que as prefeituras organizem bem seus processos de cobrança administrativa e judicial de dívidas tributárias.
De acordo com o documento técnico, apenas a partir de 2078 a arrecadação do IBS será totalmente destinada ao município ou estado onde o bem ou serviço foi efetivamente consumido.
Por isso, o CTAT reforça que, quanto mais cedo os municípios se prepararem, melhor será sua fatia na arrecadação futura. A nota traz orientações claras para que os gestores possam tomar medidas práticas agora, garantindo ganhos a longo prazo.
A Nota Técnica 4/2025 está disponível no portal da CNM com todos os detalhes e explicações.